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EFEITOS BENÉFICOS DO EXERCÍCIO AERÓBIO E RESISTIDO NOS CARDIOPATAS
Marcelo Gomes Gerhardt Paula de Cássia Machado Bega Gerhardt¹
Bruno Marcos de Siqueira Miranda²
RESUMO
O presente trabalhoreferiu-se acerca dos efeitos do exercício aeróbio e resistido e a cardiopatia, como um método de tratamento para a doença, a fim de elevar a qualidade de vida para esse público. Para isso, precisou-se entender que a cardiopatia é uma doença na qual há anormalidades na estrutura ou função do coração, está presente desde antes do nascimento, mesmo que descoberta muito mais tarde. O objetivo deste trabalho foi compreendera importância do exercício aeróbio ou resistido na qualidade de vida de cardiopatas, através de uma revisão bibliográfica sobre as práticas mais relevantes citadas por diversos autores da área. Posto isto, é de alta relevância que o educador físico avalie o indivíduo e faça o acompanhamento desde que sejam capazes de participar de um programa de treinamento físico.
Palavras chaves:Exercício resistido. Cardiopatia. Efeito fisiológico.
1. INTRODUÇÃO
A saúde representa para o ser humano um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afeções e enfermidades em nosso cotidiano, porém muitas vezes pelo acaso da vida, essa saúde nos é tirada e doenças não tratadas podem levar o indivíduo a morte.
Para evitar esta situação, o indivíduo, quando diagnosticado com alguma doença, deve passar pelo processo de tratamento, que inclui o trabalho de um grupo multidisciplinar, para que o indivíduo retorne e mantenha a saúde tão desejada.
O objetivo do presente trabalho foi compreender a importância do exercício aeróbio ou resistido na qualidade de vida de cardiopatas. Esta pesquisa parte do interesse pela atuação
com grupos especiais e o gosto de estudo do mesmo, levantou um grande interesse de aprofundamento nos estudos da prescrição de exercícios para cardiopatas.
Ressalta-se ainda que este estudo possibilita a ampliação do conhecimento e preparação dos professores para prescrição de exercícios para cardiopatas isquêmicos, servindo como uma possível qualificação de profissionais que desejam trabalhar com esse grupo especial.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Exercícios resistidos são movimentos realizados contra uma resistência, que podem ser halteres, caneleiras, máquinas, bandas elásticas ou até mesmo o peso do próprio corpo. Lima et al. (2006), definem exercício resistido como uma forma de exercício ativo na qual uma contração muscular dinâmica ou estática é resistida por uma força externa. A força externa pode ser aplicada de forma manual ou mecânica. Existem diferentes tipos de exercícios resistidos, mas, para escolher qual o melhor tipo para o aluno/paciente em questão, deve-se analisar os objetivos do aluno/paciente, o estado físico e cognitivo, quais as patologias existentes, ou seja, devem-se realizar uma anamnese completa.
Dantas (1997), buscando compreender como a atividade física pode oportunizar uma qualidade de vida desejável, recomenda que os programas de atividade física podem solucionar várias necessidades individuais, multiplicando dessa maneira, as oportunidades para obter prazer, e, por conseguinte, aumentar a qualidade de vida.
Defende-se que o treinamento de força ou exercícios resistidos também devem ser prescritos para diabéticos do tipo II moderadamente obesos, e que tal fenômeno só havia sido relatado para treinamento de resistência aeróbia. Outros benefícios para a saúde da população citados que provém da prática de exercícios resistidos são a manutenção mais eficiente da massa magra corporal, aumento do gasto calórico no repouso metabolismo basal e aumento do gasto calórico total e oxidação lipídica corporal (BARBANTI et al., 2002).
De acordo com Ciolac e Guimarães (2004), a ausência de atividade física e o baixo condicionamento também são fatores de risco, para esse fim, a prática regular de atividades físicas é recomendada como prevenção e manutenção.
O exercício físico, seja aeróbio ou resistido, está incluso nas recomendações para o tratamento da cardiopatia. Mas atualmente é frequente encontrarmos indivíduos com receio em participar de programas de exercício resistido, principalmente indivíduos hipertensos pelo receio em não precipitar um evento cerebrovascular e cardíaco (NOGUEIRA et al., 2012).
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O treinamento resistido é um método de treinamento em que resistências externas são sobrepujadas para melhorar a capacidade funcional dos músculos. Este tipo de treinamento é variável e pode utilizar tanto o peso do próprio corpo como também pesos livres, aparelhos e outros meios para se atingir os objetivos do treino. “O treinamento resistido também pode ser chamado de treinamento de força ou treinamento com pesos” (BRAGA et al., 2008, p. 7).
Para atender essa grande demanda de indivíduos que buscam o desenvolvimento da aptidão física relacionada principalmente com a promoção da saúde e do bem-estar, é necessária a elaboração de um programa de exercícios visando a busca dos objetivos individuais, através de diferentes modalidades de exercícios que propiciem a melhora ou manutenção das principais capacidades físicas utilizadas na realização de atividades cotidianas (GUISELINI, 2007, p. 32).
Para que a missão seja realizada com êxito, o profissional de Educação Física deve conhecer as características pessoais para conseguir atingir os objetivos esperados, desenvolvendo e aplicando com competência e acolhimento um programa de exercício com base em cada necessidade individual, seja para promoção da saúde e bem-estar ou para o rendimento esportivo (VERDERI, 2008).
Nahas (2006) assevera que a prática regular de exercícios aeróbios é um fator determinante para o aumento da expectativa de vida dos indivíduos A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte traz possui um posicionamento acerca de que saúde e qualidade de vida do ser humana podem ser otimizadas através da prática de atividade física regular.
O efeito dos exercícios resistidos mais conhecido é o aumento do volume da massa muscular, e talvez por isso, muitos indivíduos prefiram praticar exercícios aeróbios. No entanto, é sabido que os benefícios gerados por essa prática vão muito além de um corpo bem definido (MAZO, 2008).
Pinho, Silva e Núnez (2010) relevam que a hipertensão arterial está relacionadaà cardiopatia, denominada de “assassina silenciosa”, é uma doença que não provoca qualquer tipo de sintoma durante muitos anos, até que um órgão vital seja afetado, suas artérias ficam comprimidas, o que dificulta a passagem do sangue, razão pela qual o coração precisa exercer uma pressão maior para bombeá-lo.
Consoante às ideias de Galimberti e Almeida (2012), nas últimas décadas, as doenças cardiovasculares demonstraram-se ser o principal problema de saúde pública, resultando em um terço dos óbitos, e a partir dessa pesquisa, ressalta-se que as doenças cardiovasculares, dando ênfase à doença arterial coronariana, representam a quinta causa de óbito em todo o mundo, estudos apontam, que sem métodos preventivos, poderá liderar o ranking nos próximos anos.
Assim, a atividade física deve ser planejada e supervisionada por profissionais competentes que averiguaram o tipo, a quantidade e a qualidade do exercício adequado a cada pessoa, levando-se em conta a presença de outras doenças concomitantes e prevenção de recaída. A prática de atividade física não supervisionada pode apresentar riscos à saúde e não auxilia na prevenção e no tratamento dos fatores de risco para a doença cardiovascular (GALIMBERTI; ALMEIDA, 2012).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia aplicada se estruturou em uma revisão bibliográfica sobre as práticas mais relevantes citadas por diversos autores da área. O estudo se caracterizou como uma pesquisa qualitativa, realizado através de levantamento de dados encontrados na literatura já existente.
Este estudo se delimitou na investigar a produção cientifica sobre como os efeitos fisiológicos de exercícios aeróbios e resistidos em cardiopatas isquêmicos, por meio de uma revisão sistemáticade literatura publicada em periódicos e bases de dados eletrônicas, dos últimos vinte anos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para Monteiro e Sobral Filho (2004) outros fatores significativos de um programa de exercícios apropriados incluem capacidade funcional aumentada, redução dos sintomas de isquemia do miocárdio, e subsequente mortalidade da doença coronária, melhora no perfil lipídico sanguíneo, controle do peso e da hipertensão, além de ajudar na perfusão do miocárdio, no abandono do hábito de fumar e o psicológico.
Os exercícios realizados na água aquecida auxiliam na saúde do cardiopata atuando no sistema cardíaco, muscular, respiratório, endócrino, realizando ajustes fisiológicos (PINHO; SILVA; NÚNEZ, 2010).
Durante a realização desses exercícios, as adaptações cardiovasculares e respiratórias aumentam os músculos ativos e, à medida que essas adaptações são repetidas, ocorrem modificações nesses músculos, são essas adaptações que melhoram o desempenho do sistema cardíaco (MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004).
A prática regular de exercícios físicos tem um efeito protetor na luta dos cardiopatas, especialistas acreditam que as principais razões das pessoas que praticam atividades físicas
apresentarem menos doença coronariana é que os outros fatores de riscos estão sob controle devido à prática do esporte, no entanto, conforme com o estudo apresentado é possível ver que para oferecer seu efeito protetor o exercício físico é necessário ser permanente durante a vida do indivíduo.
5. CONCLUSÃO
Com o presente trabalho, verificou-se que a saúde não é apenas um estado de ausência de doenças nos indivíduos, e sim um estado geral de equilíbrio, nos diferentes aspectos que caracterizam o homem, seja ele biológico, psicológico, social, emocional, mental e intelectual, resultando em bem-estar.O indivíduo que possui cardiopatia pode praticar atividades físicas, desde que sejam realizadas avaliações prévias por um cardiologista, ou por um profissional médico do esporte que seja habitado para questões cardiológicas.
O médico e o profissional de Educação Física irão avaliar,de maneira individual, qual o melhor tipo de atividade a ser realizada, assim como a intensidade do mesmo e o volume, é fundamental que o cardiopata tenha o suporte tanto do educador físico, do médico, como da família para a realização do seu programa de atividade física.
Sendo assim, conclui-se a partir dessa pesquisa sobre os efeitos dos exercícios aeróbio e resistido para cardiopatas, a alta importância que um condicionamento físico atinente e adaptado propiciado pelo profissional da Educação Física, colaboramde maneira positiva para a reabilitação, prevenção, prognóstico e manutenção ao grupo de indivíduos cardiopatas, oportunizando bem-estar, qualidade de vida e redução de lesões, e a avaliação física e acompanhamento médico e outros profissionais da área são de grande importância para o aspecto epidemiológico dos mesmos.
REFERÊNCIAS
BARBANTI, Valdir José; BENTO, Jorge Olímpio; MARQUES, Antônio Teixeira; AMADIO, Alberto Carlos. Esporte e Atividade física: interação entre rendimento e qualidade de vida. Barueri, SP: Manole, 2002.
BRAGA, F.; GENEROSI, R.A.; GARLIPP, D.A.; GAYA, A. Programa de treinamento de força para escolares sem uso de equipamentos. Ciência e Conhecimento – Revista Eletrônica da ULBRA São Jerônimo. Vol. 3, 2008.
CIOLAC, E. G.; GUIMARÃES, G. V. Exercício físico e síndrome metabólica. Rev. Bras. Med. Esporte, v. 10, nº 4, jul./ago., 2004.
DANTAS, Estélio H. M. Fatores afetivos indispensáveis para o sucesso nos programas de atividade física para terceira idade. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v. 2, n. 2,
p. 75-82, 1997.
GALIMBERTI, J. Z.; ALMEIDA, C. M. S. C. Avaliação de um grupo de idosos no bairro de Butantã (SP) no suposto medo de queda. Kairos Gerontologia. São Paulo, v. 15, n. 15, p. 57- 66, 2012.
GUISELINI, M. Exercícios Aeróbicos: Teoria e Prática no Treinamento Personalizado e em Grupos. São Paulo: Phorte, 2007.
LIMA, Ana Paula T. Mecanoterapia e fortalecimento muscular: um embasamento seguro para um tratamento eficaz. Revista Saúde.Com, v. 2, n. 2, p. 143-152, 2006.
MAZO, Giovana Zaperllon. Alterações estruturais e celulares no envelhecimento. In: Porto, Jeferson Correa. Longevidade: Atividade física e envelhecimento. Maceió. Edufal, 2008. cap. 3, p. 41 – 60.
MONTEIRO, M.F.; SOBRAL FILHO, D.C. Exercício físico e o controle da pressão arterial.
Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 2004, v.10, n.6, p.513-516.
NAHAS, M. V. Atividade Física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo.4 ed., Londrina: Midiograf, 2006.
NOGUEIRA, Ingrid Correia et al. Efeitos do exercício físico no controle da hipertensão arterial em idosos: uma revisão sistemática. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., v. 15, n. 3, set. 2012.
PINHO, Silvia Teixeira de; SILVA, Roberta Lúcia da; NUNEZ, Ramón Cárdenas. Os benefícios do exercício físico no controle da pressão arterial de hipertensos. Anais da Semana Educa, vol.1, 2010.
VERDERI, E. Treinamento Funcional com Bola. São Paulo: Phorte, 2008.

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