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1 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem DIREITO Material destinado aos estudos para o cargo de Soldado da Polícia Militar da Bahia CONTATOS: @maai.leite_futurapfem ou EMAIL: carreiras.policiais.ba2018@gmail.com 2 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem SUMÁRIO 1. Aplicação da lei penal. 2. Lei penal no tempo: princípios, novatio legis incriminadora, abolito criminis, novatio legis in pejus, novatio legis in mellius, lei intermediária, conjugação de leis, leis temporárias e excepcionais, a retroatividade e a lei penal mais branda, retroatividade e a lei processual, tempo do crime. Do crime. 2.1. Elementos. 2.2. Consumação e tentativa. 2.3. Desistência voluntária e arrependimento eficaz. 2.4. Arrependimento posterior. 2.5. Crime impossível. 2.6. Causas de exclusão de ilicitude e culpabilidade. 3. Contravenção. 4. Dos crimes contra a vida (homicídio, lesão corporal e rixa). 5. Dos crimes contra a liberdade pessoal (ameaça, sequestro e cárcere privado). 6. Dos crimes contra o patrimônio (furto, roubo, extorsão, apropriação indébita, estelionato e outras fraudes e receptação). 7. Dos crimes contra a dignidade sexual. 8. Dos crimes contra a paz pública (associação criminosa). 9. Lei Federal n° 9.455, de 07 de abril de 1997 (Crimes de tortura). 3 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem 1. Aplicação da lei penal. Anterioridade da Lei Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. 2. Lei penal no tempo: princípios, novatio legis incriminadora, abolito criminis, novatio legis in pejus, novatio legis in mellius, lei intermediária, conjugação de leis, leis temporárias e excepcionais, a retroatividade e a lei penal mais branda, retroatividade e a lei processual, tempo do crime. LEI PENAL NO TEMPO Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. PRINCÍPIOS: Três são os fundamentais princípios aplicados no instituto da eficácia da lei penal no tempo: a) legalidade, no sentido de anterioridade; b) irretroatividade c) retroatividade da lei mais benigna. Não há infração ou sanção penal sem lei anterior, isto é, sem lei prévia. Esse desdobramento do princípio da legalidade traduz a ideia da anterioridade penal, segundo o qual a para a aplicação da lei penal, exige-se lei anterior tipificando o crime e prevento a sua sanção. O segundo princípio constitucional (irretroatividade), descrito no art. 5º, XL da CF, dispõe que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, impondo-se, assim, a irretroatividade da lei penal, salvo quando a lei nova seja benéfica ao acusado. Por fim, quanto à retroatividade da lei mais benigna, “é indispensável investigar qual a que se apresenta mais favorável ao indivíduo tido como infrator. A lei anterior, quando for mais favorável, terá ultratividade e prevalecerá mesmo ao tempo de vigência da lei nova, apesar de já estar revogada. O inverso também é verdadeiro, isto é, quando a lei posterior foi mais benéfica, retroagirá para alcançar fatos cometidos antes de sua vigência” LEGISLAÇÃO APLICÁVEL CF, Art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; CADH, art. 9º. Princípio da legalidade e da retroatividade. Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no momento em que forem cometidas, não sejam delituosas, de acordo com o 4 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem direito aplicável. Tampouco se pode impor pena mais grave que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois da perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o delinquente será por isso beneficiado. CP, art. 2º. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. CP, art. 3º. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência. CP, art. 4º. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. TEMPO DO CRIME Há três correntes quanto à determinação do momento da prática do crime (tempus delicti). São elas: a) da atividade; b) do resultado c) mista. Para a teoria da atividade, também chamada de teoria da ação, considera- se o momento do crime quando o agente realizou a ação ou a omissão típica. Ou seja, considera-se praticado o crime no momento da conduta do agente, não se levando em consideração o momento do resultado, se diverso. Essa é a teoria adotada pelo Código Penal, em seu artigo 4º. A segunda corrente, (Não adotada pelo Brasil.) denominada como do resultado, do evento ou do efeito, defende que o momento do crime é aquele em que ocorreu o resultado. Deste modo, considera-se praticado o delito no momento em que ocorre o resultado, o efeito da conduta ilícita. A última corrente (não adotada pelo Brasil) (mista, ubiquidade ou unitária) sustenta que o tempo do crime é o da ação ou da omissão quanto o do resultado. Assim, conforme ensinamento de Régis Prado “o tempo do crime pode ser tanto o da ação como o do resultado”. NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA É a hipótese da lei nova que vem a tornar fato anteriormente não incriminado pelo direito penal como fato incriminado, como fato típico. A lei nova que incrimine o praticante de fato que ao tempo da prática não era típico, não poderá ser aplicada, pois é irretroativa. Ao tempo da prática, determinado fato não era considerado crime pelo Direito. Concluímos que a conduta não era socialmente nem legalmente reprovável. Isso premia o princípio da segurança nas relações jurídicas a nosso ver. ABOLITIO CRIMINIS Ocorre o fenômeno da abolitio criminis, sempre que uma lei nova deixa de incriminar fato anteriormente considerado um ilícito penal. É agraciado pelo artigo 2º, “caput’ do CP. 5 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem Trata-se de aplicação do princípio da retroatividade da lei mais benigna. O Estado, exclusivo detentor do ius puniendi, se desinteressa na punição de determinado fato. Por isso, a abolitio criminis retroage, alcançando o autor de determinado fato, anteriormente tido como típico. Esse deverá ser posto em liberdade (se preso) e sua folha de antecedentes criminais liberta do fato não mais considerado delituoso. O delito desaparece, juntamente com todos os seus reflexos penais (persistem os cíveis). NOVATIO LEGIS IN PEJUS O fenômeno jurídico da novatio legis in pejus refere-se à lei nova mais severa do que a anterior. Ante o princípio da retroatividade da lei penal benigna, a novatio legis in pejus não tem aplicação na esfera penal brasileira. Nessa situação (novatio legis in pejus) estão as leis posteriores em que se comina pena mais grave em qualidade (reclusão em vez de detenção, por exemplo) ou quantidade (de 02 a 08 anos, em vez de 01 a 04, por exemplo); se acrescentam circunstâncias qualificadoras ou agravan tes não previstas anteriormente; se eliminam atenuantes ou causas de extinção da punibilidade; se exigem mais requisitos para a concessão de benefícios, etc. Dentre esses preceitos, podemos acrescentar que, as medidas de segurança também se encontram abarcadas. Medidas que majorem ou agravem as medidas de segurança também não podem retroagir para alcançar fatos pretéritos. As regras sobre medida de segurança são também leis penais. NOVATIO LEGIS IN MELLIUS É a lei nova mais favorável que a anterior. Essa tem plena aplicação no Direito Penal Brasileiro, prevista pelo Código Penal, em seu artigo 2º, parágrafo único e pela Magna Carta, em seu artigo 5º, XL. Vale dizer que, não importa o modo pelo qual a lei nova favoreça o agente, ela será aplicada a fatos pretéritos a sua entrada em vigor. É a lex mitior. Deverá ser aplicada tanto ao réu em sentido estrito (aquele que está sendo acusado em processo penal) quanto ao réu em sentido lato (sujeito passivo na ação penal, aqueles submetidos à execução de pena e/ou medidas de segurança). LEI INTERMEDIÁRIA É a lei que não é nem a da data do fato nem a lei da época da sentença. É o caso de vigência de três leis sucessivas, em que se deve aplicar sempre a mais benigna, da seguinte forma: quanto ao fato, ela retroage; quanto à sentença, ela será ultrativa. A posterior será retroativa quanto às anteriores e a antiga será ultrativa em relação às leis que a sucederem. O julgador não poderá aplicar parte de uma lei e parte de outra, pois, do contrário, estaria legislando, ofendendo o princípio da tripartição dos poderes. Deverá ser aplicada a lei penal mais benéfica sempre, mas por inteiro, a lei toda. 6 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem CONJUGAÇÃO DE LEIS A possibilidade da conjugação das leis penais seria apenas um processo de integração da lei penal, visando à aplicação fiel do preceito "que de qualquer modo favorecer o agente", insculpido no art. 2º, parágrafo único, do Código penal, bem como no texto da Constituição Federal. A fórmula mais exata deve levar o magistrado a fazer uma aplicação mental das duas leis que conflitam, verificando, no caso concreto, qual terá resultado mais favorável ao acusado, mas sem conjugá-las, evitando-se a criação de uma terceira lei. LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. A Lei excepcional ou lei temporária em sentido amplo, por sua vez, consiste em norma que tem por escopo atender necessidades estatais transitórias, tais como guerra ou calamidade, perdurando por todo o período considerado excepcional. Daí dizer-se serem ultra ativas, ou em outras palavras, irradiarem efeitos mesmo depois da sua vigência, ou de outra forma ter-se-ia uma ineficácia preventiva como ensina Rogério Sanches. Tais espécies normativas vêm regulamentadas pelo art. 3º do Código Penal que estabelece justamente seu conceito é abrangência. Portanto, os fatos ocorridos sob a égide das leis temporárias e lei excepcional não são excluídas ou beneficiadas pelo princípio da retroatividade da lei mais benéfica ou novatio legis in mellius, por tratar-se de hipótese legal específica em que cabe a extra atividade da lei penal para que a norma temporal ou excepcional já não em vigor, ou até mesmo revogada produza ainda que fora de tempo seus efeitos, conhecido como ultratividade. A RETROATIVIDADE E A LEI PENAL MAIS BRANDA Consagrado na Carta magna de 1988, mais precisamente em seu artigo 5º, XL, o princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica dita que: “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”, revelando assim o ditame da irretroatividade da lei penal, como pilar essencial a segurança jurídica. Ao fazê-lo, previu, de forma excepcional à regra, a possibilidade de aplicação retroativa da lei penal, unicamente no caso desta ser mais benéfica ao réu, como ensina Cesar Roberto Bitencourt; “É inolvidável, todavia, que a irretroatividade da lei penal admite uma exceção classicamente apontada pela doutrina: a ultratividade e/ou a retroatividade da lei penal mais benéfica ao réu. Este temperamento do princípio geral da irretroatividade da lei penal assegura, em apertada síntese, que “a lei anterior, quando for mais favorável, terá ultratividade e prevalecerá mesmo ao tempo da vigência da lei nova (...). O inverso também é verdadeiro, isto é, quando a lei posterior for mais benéfica, retroagirá para alcançar fatos cometidos antes de sua vigência”. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10639706/artigo-2-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10639666/par%C3%A1grafo-1-artigo-2-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10639634/artigo-3-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 7 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem Assim, a ideia de irretroatividade da lei penal, que traz consigo a exceção para sua aplicação quando mais benéfica ao réu, guarda relações íntimas com os ideais iluministas, em especial a segurança e a liberdade. É importante ressaltar, que a retroatividade da lei penal pode atuar em duas diferentes situações: quando nova lei deixa de considerar determinada ação como conduta delituosa ou quando a lei recente favorece ao réu de qualquer outra forma, que não seja a extinção do crime. Quando uma nova lei entra no ordenamento jurídico, visando deixar de considerar determinada conduta como crime, ocorrerá de imediato o cessar da execução e dos efeitos penais da sentença condenatória, a dita abolitio criminis, como prevê o artigo 2º, do Código Penal: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Já o parágrafo único do mesmo artigo, traz a hipótese em que o novo diploma legal favorecer, de qualquer outro modo, o autor da conduta delituosa, ocasionando assim a sua aplicação aos fatos ocorridos no período anterior à sua vigência, ainda que estabelecidos no âmbito de decisão condenatória cujo trânsito em julgado já tenha ocorrido. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. RETROATIVIDADE E A LEI PROCESSUAL Temos, porém, que o princípio da irretroatividade deve também compreender a lei processual penal. Assim, sempre que a nova lei processual for prejudicial ao réu, porque suprime ou relativiza garantias, adota critérios menos rígidos para a decretação de prisões cautelares, veda a liberdade provisória, restringe a participação do advogado etc, limitar-se-á a reger as infrações penais consumadas após a sua entrada em vigor; afinal, também aqui, a lei deve cumprir sua função de garantia, entendendo-se como menos benéfica toda norma que importe em diminuição de garantias, e por mais benéfica a que implique o contrário: aumento de garantias processuais. TEMPO DO CRIME Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Esse instituto é importante para aferir a idade do agente, se era ou não maior de idade; se ao tempo do delito a pessoa tinha ou não capacidade de discernimento. Importante para averiguar qual será a Lei aplicada ao caso (há relação direta com a aplicação ou não de certa Lei), assim como trará dados necessários para aferição de prescrição, decadência, etc. 8 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem TEMPO DO CRIME - TEORIA DA ATIVIDADE Vincula o tempo ao momento da conduta sendo a ação ou omissão, não interessando o momento do resultado, (teoria adotada pelo nosso Código Penal). TEMPO DO CRIME - TEORIA DO RESULTADO Vincula o tempo do crime ao resultado. TEMPO DE CRIME - TEORIA MISTA Entende que tanto o momento da conduta, como o momento do resultado, servem como aferição do tempo do crime. CRIMES PERMANENTES Nos crimes permanentes a consumação de prolonga com o delito e conforme adiantado, a reforma de 1984 optou por adotar a teoria da atividade. 2.Do crime. 2.1. Elementos. 2.2. Consumação e tentativa. 2.3. Desistência voluntária e arrependimento eficaz. 2.4. Arrependimento posterior. 2.5. Crime impossível. 2.6. Causas de exclusão de ilicitude e culpabilidade. DO CRIME: ELEMENTOS Em uma visão inicial e panorâmica do fato típico punível do crime, são elementos do crime: • Fato típico – comportamento humano previsto como infração penal (é o comportamento humano (positivo ou negativo) que provoca um resultado (em regra) e é previsto em lei penal como infração. • Fato antijurídico – contrário ao ordenamento jurídico (é a relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico). • Culpabilidade – juízo de reprovação (não é característica, aspecto ou elemento do crime, e sim mera condição para se impor a pena pela reprovabilidade da conduta). Divisão do Crime Dividem-se os crimes, conforme o Código Penal, em doloso e culposo. • Crime Doloso – é aquele em que o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo. Dolo é a consciência e a vontade na realização da conduta típica, isto é, a representação e vontade em referência a um fato punível, que o agente pratica sabendo ser o mesmo ilícito. • Crime Culposo – é aquele em que o agente causa o resultado por imprudência, imperícia ou negligência. Isto é, a culpa é a prática não intencional do delito, mediante imprudência, imperícia ou negligência. 9 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem CONSUMAÇÃO E TENTATIVA Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços Requisitos da Tentativa A execução do crime já deve ter se iniciado; A consumação não tenha ocorrido por circunstância alheia à vontade do agente; Classificação da Tentativa Imperfeita ou Inacabada: o agente não pratica todos os atos executórios; Perfeita ou acabada ou crime falho: o agente pratica todos os atos executórios e, mesmo assim, não consuma o crime. Branca: quando o golpe desferido não atinge o corpo da vítima; Cruenta: quando a vítima é atingida; Crimes que não admitem a Tentativa Crimes culposos; Crimes preterdolosos; Crimes omissivos próprios; Crimes unis subsistentes; Crimes habituais; Contravenções penais; Crimes de atentado Punibilidade na Tentativa Duas teorias buscaram explicar a sanção na tentativa: Teoria Subjetiva – está ligada à intenção do agente, punindo o crime tentado da mesma maneira que o delito consumado. O Código Penal não adotou essa teoria como regra Teoria Objetiva – a responsabilidade na tentativa está vinculada ao dano ou a lesão sofrida pelo bem jurídico. Dessa forma, será aplicada a sanção em função do iter criminis percorrido pelo agente e ainda se, de alguma maneira, ele conseguiu ofender o bem jurídico visado. Essa teoria é a regra no Código Penal. Portanto, a diferença entre eles resume- se em que no crime doloso a pessoa efetua o ato “com a intenção de causar algum dano a outro indivíduo”, isto é, ela tem o propósito de cometer o crime e consegue o resultado, pois doloso se origina da palavra dolo, que significa má- fé, ação praticada com a intenção de violar o direito alheio. Já quando o crime é culposo significa que o agente do ato não teve a intenção de http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 10 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem praticar o mal, não tinha a intenção de praticar o crime, mas mesmo assim obteve o resultado. Não havendo intenção de o agente cometer determinado crime, a pena para um crime culposo é bem menor do que a de um crime doloso. DESISTENCIA VOLUNTARIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ A desistência voluntária se configura na interrupção dos atos executórios pelo agente de forma voluntária. Assim, o agente inicia os atos executórios, mas antes que se esgotem todos os meios disponíveis para a consumação do delito, este por vontade própria desiste de prosseguir na ação. O agente não é impedido, e poderia continuar a ação se assim o desejasse, mas escolheu interromper. Para a ocorrência da desistência voluntária é necessária a paralisação concreta da execução do fato delituoso e que essa desistência seja voluntária. Havendo a cessação da execução do crime, por deliberação própria do agente, ele só responderá pelos atos até então praticados, se infrações penais forem considerados tais atos. Toma-se por exemplo o agente que pretende furtar um veículo. Este se aproxima do veículo, força sua entrada, mas quando vai fazer a ligação indireta encontra no veículo um brinquedo de criança. Tomado por remorso, abandona a tentativa de furto. Percebe-se que, iniciados os atos executivos, porém sem esgotá-los, o agente desiste de consumar o delito de forma voluntária. É importante ressaltar que estando o agente diante de uma coação, ou mesmo impedido de continuar por circunstância inevitável, não se configura a desistência voluntária e sim tentativa. O agente deve ter condições de escolher continuar ou interromper a ação e não estar diante de um impedimento obrigatório, como por exemplo a chegada da polícia, ou a falha do meio utilizado para delinquir. Resta claro que, a aplicação da desistência voluntária tem que ser analisada no caso concreto, verificando a presença dos requisitos legais que a configurem. Previsto na segunda parte do artigo 15 do Código Penal, o arrependimento eficaz configura-se quando o agente, após ter se utilizado de todos os meios disponíveis para a execução do delito, por vontade própria toma uma ação que impede que o resultado se produza. No arrependimento eficaz, depois de já praticados todos os atos executórios suficientes à consumação do crime, o agente adota providências aptas a impedir a produção do resultado. Exemplo: depois de ministrar veneno à vítima, que o ingeriu ao beber o café “preparado” pelo agente, este lhe oferece o antídoto, impedindo a eficácia causal de sua conduta inicial. Fica claro, pois, que o arrependimento eficaz é compatível com a tentativa perfeita ou acabada, na qual o agente esgota os meios de execução que se encontravam à sua disposição. O arrependimento eficaz relaciona-se com a tentativa perfeita, uma vez que o agente utiliza todos os meios disponíveis para alcançar seu intento, esgotando assim os meios de execução. Ademais, o 11 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem arrependimento eficaz só é possível nos crimes de consumação material, não se aplicando aos crimes formais e de mera conduta, uma vez que, nestes, terminada a ação, o crime está consumado, pois não há resultado naturalístico a ser produzido, sendo impossível sua interrupção. ARREPENDIMENTO POSTERIOR E CRIME IMPOSSIVEL O arrependimento posterior ocorre depois da consumação do delito, nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, hipótese em que a pena será reduzida de um a dois terços (art. 16 do CP). O arrependimento posterior atinge não só os crimes contra o patrimônio, como todos os demais em que ocorra prejuízo material à vítima (ex: peculato doloso). Porém, não se aplica aos crimes em que não haja lesão patrimonial direta (ex.: lesões corporais culposas quando o agente repara o dano patrimonial ao ofendido). Requisitos a) crimes sem violência ou grave ameaça: porém, quando a lesão patrimonial for praticada com violência culposa, admite-se a redução da pena. Sendo assim, mesmo que não haja lesão patrimonial a redução da pena é possível quando houver a restituição da coisa ou ressarcimento do dano. Porém, não se admite o benefício para os casos de violência presumida, que acontece em crimes dolosos por vontade do agente. Também não ocorre a redução da pena nas hipóteses de violência imprópria, em que há redução da capacidade de resistência da vítima por meios indiretos; b) reparação do dano ou restituição da coisa: a reparação ou restituição deve ser integral, posto que se parcial inaplicável o benefício ao agente. Porém, na maioria dos casos, é a vítima quem decide se a reparação/restituição são completas (quando o agente devolver o carro sem o rádio, p. ex.), sendo que somente em situações extremas é que o juiz interferirá não aceitando o arrependimento (ex.: o agente devolve apenas o rádio do carro, e a vítima se dá por satisfeita). Entretanto, há entendimento de que a restituição ou reparação parcial ensejam uma diminuição menor da pena; c) necessidade de existência de efeito patrimonial: de acordo com o art. 16 do Código Penal, o arrependimento posterior só é possível em crimes patrimoniais ou com efeitos patrimoniais (peculato doloso, p.ex.). Porém, há autores com opinião diversa, que consideram ser a redução alcançável em todas as espécies de crimes em que não haja violência ou grave ameaça contra pessoa. Além disso, quando o ofendido recusar-se a receber a coisa restituída, pode o acusado valer-se da ação em consignação em pagamento para desobrigar-se ou entregar a coisa à autoridade policial, que lavrará auto de apreensão; d) voluntariedade na reparação ou restituição: a restituição/reparação deve ser feita pelo agente de modo voluntário, mesmo que ele não esteja realmente arrependido de seus atos (ex.: reparação por receio de condenação, ou até mesmo visando apenas essa diminuição de pena, ou 12 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem convencido por terceiros a restituir a coisa). Assim, a devolução da coisa ou reparação deve ser feita pessoalmente pelo agente, ou por outra pessoa, em caso de extrema necessidade comprovada, pois um dos requisitos para a concessão do benefício é que o ato seja voluntário; e) limite temporal: o agente deve reparar o dano ou restituir a coisa até o recebimento da denúncia ou queixa, posto que se o fizer posteriormente, acarretará apenas aplicação de atenuante genérica prevista no art. 65, III, "b", do CP. Ademais, a reparação feita por um dos acusados não se aproveita aos demais, uma vez que há necessidade de voluntariedade, embora haja entendimento contrário. Além disso, para a diminuição da pena considera-se a espontaneidade do agente e a celeridade na reparação do dano ou restituição da coisa. Crime Impossível Conceito e fundamentos O crime impossível - também chamado de tentativa impossível, tentativa inidônea, tentativa inadequada ou quase crime - não é punível, posto que o agente emprega meios absolutamente ineficazes que tornam impossível a consumação do crime. Neste sentido, determina o art. 17 do CP que, "não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime". Portanto, dá-se o crime impossível: a) por ineficácia absoluta do meio empregado: o objeto material do crime se apresenta absolutamente impróprio para alcançar o resultado criminoso. Diz- se inadequado, ineficaz, inidôneo o meio quando, por si só, não pode produzir o resultado. Ex.: alguém tenta envenenar o inimigo e dá açúcar no lugar de arsênico; agente que aciona o gatilho, mas a arma está descarregada ou com cápsulas já deflagradas. b) absoluta impropriedade do objeto: há integral impropriedade do objeto quando o bem jurídico inexiste, ou, se existente, torna impossível a consumação. Ex.: a mulher que pensa estar grávida e pratica manobras abortivas; disparo de revólver contra um cadáver. Ademais, a impropriedade deve ser completa, e não parcial. Exemplo: se o agente entra no cômodo em que acreditava se encontrar a vítima, e dispara vários tiros no leito vazio, responderá por tentativa de homicídio, já que o resultado poderia ter sido alcançado. Não há punição no crime impossível uma vez que o bem jurídico protegido pela Lei não sofre risco algum, ou seja, inexiste perigo real aquele bem. Porém, a tentativa será punida quando os meios utilizados forem relativamente inidôneos. Exemplo: quando o agente usar substância letal para envenenar alguém, mas em dose insuficiente, responderá pela tentativa. Se, no entanto, o agente utilizar substância totalmente inofensiva, não será punido pois configurado está o crime impossível (meio absolutamente ineficiente). CAUSAS DE EXCLUSÃO DE ILICITUDE E CULPABILIDADE Quando se aplica a excludente de culpabilidade? 13 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem Excludente de culpabilidade é a circunstância que afasta ou exclui a culpa. Assim, deixa de estar caracterizado o delito e de ser cabível a sanção. É importante não confundir esse conceito de “culpa” como contraposto a “dolo”. Como tal, a culpa é definida por um princípio de culpabilidade que rege o direito de o Estado punir um sujeito por um ato. Conforme a lei penal brasileira e a jurisprudência, a culpabilidade é composta por três elementos: 1. Imputabilidade; 2. Potencial consciência da ilicitude; e 3. Exigibilidade de conduta diversa. Em contrapartida, a excludente de culpabilidade corresponde à ausência de cada um desses elementos – ou seja, inimputabilidade, ausência de potencial consciência da ilicitude e inexigibilidade de conduta diversa. Isso ocorre quando o sujeito: 1. Apresenta doença, desenvolvimento incompleto ou retardo mental (art. 26, CP); 2. Menoridade penal (art. 27, CP); ou 3. Apresenta estado de embriaguez completa, desde que por razão fortuita ou força maior (art. 28, II, § 1º, CP). De fato, é interessante notar a sutileza. A embriaguez, por exemplo, não é excludente de culpabilidade se for propositalmente causada pelo sujeito, como se vê no art. 28, II, do CP. Já a ausência de potencial consciência da ilicitude ocorre quando há erro (art. 21. CP). Isto é, falsa percepção da realidade, seja em relação ao comportamento ou ao próprio ilícito. Entretanto, nem todo erro é excludente de culpabilidade. Existem, além disso, os chamados erros inescusáveis. Nesse sentido, vale a LINDB, no art. 3º: ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. O CP também prescreve, no art. 21, que “o desconhecimento da lei é inescusável”. Por fim, a inexigibilidade de conduta diversa ocorre quando, dadas as circunstâncias do caso concreto, não seria possível demandar que o sujeito não tivesse praticado o ato. Caso do sujeito que está sob coação moral irresistível ou submetido a obediência hierárquica (art. 22, CP). Quando se aplica a excludente de ilicitude? Diferentemente da excludente de culpabilidade, excludente de ilicitude é a circunstância que afasta o aspecto ilícito, ou antijurídico, do ato. É importante notar que um ato pode ser tipificado sem ser antijurídico. O que determina isso é o caso concreto. Conforme o art. 23 do Código Penal, as causas excludentes de ilicitude são: Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato: I – em estado de necessidade; II – em legítima defesa; III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Um bom exemplo para entender a excludente de ilicitude está na prática da medicina. Quando um cirurgião https://blog.sajadv.com.br/jurisprudencia-e-advocacia/ https://blog.sajadv.com.br/excludente-de-ilicitude/ 14 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem desempenha seu trabalho, seus atos poderiam ser enquadrados no tipo penal de lesão corporal (art. 129). Todavia, eles não são ilícitos porque legitimados e até regulados pelo Estado. Sobre o estado de necessidade, diz o CP: Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. A aplicação da excludente de ilicitude traz consigo uma exigência de moderação quando originada de legítima defesa. Conforme o art. 25 do CP: Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Assim, por exemplo, no caso de agente do Poder Público que emprega força excessiva em ato que a princípio seria de estrito cumprimento do dever, pode haver enquadramento em crime de abuso de autoridade. No caso de civil que, enfrentando ameaça por outra parte, faz uso exagerado de força ou adota meios além dos necessários, cai por terra a possibilidade de alegar legítima defesa. Quando se aplica a excludente de tipicidade? A excludente de tipicidade também tem particularidades em relação à excludente de culpabilidade. Ela se aplica à circunstância que afasta o tipo penal. Para entender, é preciso saber que não há tipo sem a especificação da conduta. Assim, só o ato que atende aos aspectos da conduta descrita é típico. Além disso, também é preciso saber que a tipificação de certos atos visa proteger bens jurídicos considerados fundamentais. Visto isso, dão quatro causas excludentes de tipicidade: 1. Coação física absoluta; 2. Insignificância; 3. Adequação social; e 4. Ausência de tipicidade conglobante. A primeira ocorre quando o sujeito é instrumento de outra pessoa, que exerce coação sobre ele. Portanto, não pratica, a rigor, o ato típico. Já a segunda hipótese é baseada no princípio da insignificância, ou seja, de que, se o bem jurídico prejudicado pelo ato não é fundamental, não há relevância penal. Então, não cabe a aplicação de sanção penal. A adequação social implica que o ato foi praticado em situação considerada adequada pela sociedade. É o caso de dois indivíduos que, sob regras aceitas livremente por ambos, ferem um ao outro. Embora típica, a conduta não é socialmente danosa, pois limitada ao contexto do jogo. Finalmente, a ausência de tipicidade conglobante implica que, se uma conduta é aceita ou encorajada pelo Estado, ela não pode ser considerada típica. Nesse sentido, cada ato precisa ser avaliado não apenas em relação ao https://blog.sajadv.com.br/principio-da-insignificancia/ 15 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem Código Penal, mas a todo o ordenamento jurídico. Aqui, vale dizer que, admitida a teoria da tipicidade conglobante, algumas circunstâncias consideradas excludentes de ilicitude passam a ser consideradas excludentes de tipicidade. É o que ocorre com o exemplo do médico que realiza uma cirurgia. 3. Contravenção. Contravenção é uma infração penal considerada como "crime menor" ou como é conhecido, ‘’ crime anão’’. É punida com pena de prisão simples, multa ou ambas. Diferenciação entre crime e contravenção A contravenção é uma infração considerada de menor gravidade que o crime. 4. Dos crimes contra a vida (homicídio, lesão corporal e rixa). Homicídio Conceito: matar alguém dolosamente. (Com intenção, ter vontade de matar.) Pena: reclusão de seis a vinte anos. CRIME HEDIONDO: Todo Homicídio Qualificado é Hediondo. Só é Hediondo o crime simples praticado por grupos de extermínio. Homicídio Privilegiado: Haverá pena mais branda de 1/3 para 1/6 se o agente pratica homicídio for cometido sob relevância moral. Exemplo: matar o serial killer que matou o filho de outrem. Homicídio Qualificado: Mediante paga ou promessa de dívida, motivo fútil, com emprego de veneno, fogo, explosivo, cruel, asfixia, tortura (que é assemelhado à hediondo), traição, emboscada, anulação de defesa da vítima. Pena: de 12 a 30 anos. Homicídio Doloso Majorado: Praticado contra menores de idade e contra pessoas acima de 60 anos de idade. Homicídio Culposo Majorado: Quando o agente deixa de prestar socorro, principalmente quando ele não poderia, de forma alguma, ter se omitido. Exemplo: Bombeiro Militar. Lesão Corporal a) Lesão Corporal Leve: quando ocorre apenas escoriações, arranhões causados pelo agente que pratica a lesão. (Pense assim: quando o ferimento não causa perda de nenhum membro, que não vai deixar a pessoa ‘’ aleijada’’.) b) Lesão Corporal Grave: quando ocorre perde dedos, olho ou de algo https://pt.wikipedia.org/wiki/Infra%C3%A7%C3%A3o_penal https://pt.wikipedia.org/wiki/Infra%C3%A7%C3%A3o_penal https://pt.wikipedia.org/wiki/Crime https://pt.wikipedia.org/wiki/Pris%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Multa 16 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem que possa deixar a vítima com dificuldades de se locomover. (A pessoa não perde um membro, mas ela vai ter algum dano decorrente daquele ferimento.) c) Lesão Corporal Gravíssima: Quando a vítima, por exemplo, perde um braço, uma perna. (Aqui, a pessoa perde um membro, os danos são para o resto da vida.) d) Lesão Corporal Seguida de Morte: quando a vítima vai a óbito por algum dano ou lesão culposa cometida pelo agente, que não teve a intensão de matar. Pena majorada de até 30 anos, em regime fechado. (É importante frisar que para que ocorra a lesão corporal seguida de morte, a pessoa NÃO pode ter intenção de matar.) e) Lesão Corporal Majorada: quando a vítima for maior de 60 anos idade idade, menor de idade ou contra pessoas que sejam portadores de locomoção. (Os vulneráveis) f) Lesão Corporal Qualificada: quando a lesão é de natureza grave ou gravíssima. Rixa Consiste em agressão generalizada de vários agentes. A Rixa deve ter mais 3 pessoas. -> Não se pune aquela que entrou para separar os rixosos Os rixosos não podem alegar legítima defesa. Rixa Qualificada: quando a rixa resulta morte, onde todos os que participaram responderão pelo mesmo crime. Em uma briga de gangues, por exemplo, não haverá rixa, uma vez que se conhece quem são os líderes das gangues. A mesma coisa ocorre quando há brigas de torcidas organizadas, de um time de futebol, onde eu sei quem são os líderes da revolta. Nesse caso, não haverá rixa. 5. Dos crimes contra a liberdade pessoal (ameaça, sequestro e cárcere privado). AMEAÇA O crime de ameaça é previsto no artigo 147 do CP e consiste no ato de ameaçar alguém, por palavras, gestos ou outros meios, de lhe causar mal justo e grave e, como punição, a lei determina detenção de um a seis meses ou multa. A promessa de mal pode ser contra própria vítima, contra pessoa próxima ou até contra seus bens. A ameaça é considerada um crime de menor potencial ofensivo, por isso é apurado pelos juizados especiais criminais, e o condenado pode ter a pena de prisão substituída por outra pena alternativa, como prestação de 17 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem serviços a comunidade, pagamento de cestas básicas a alguma instituição, dentre outras. Para a ocorrência do crime não precisa que o criminoso cumpra o que disse, basta que ele tenha intenção de causar medo e que a vítima se sinta aterrorizada. Art. 174 – Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave. Pena: 1 a 6 meses ou multa. Parágrafo único: Somente se procede mediante representação. SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO “Privar alguém, de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado”. Há uma diferença entre ambos os crimes, pois no sequestro a vítima tem maior liberdade de locomoção (vítima presa numa fazenda). Já no cárcere privado, a vítima vê-se submetida a uma privação de liberdade num recinto fechado, como por exemplo: dentro de um quarto ou armário. O crime de cárcere privado pode se dar de duas formas, por meio da detenção e sequestro; a detenção ocorre quando a violência exercida sobre a pessoa consiste no impedimento ou obstáculo de sair de um certo determinado lugar; e já no sequestro compreende-se o fato de conservar a pessoa em lugar solitário e ignorado, de modo que difícil seria a vítima obter socorro de outro. Art. 148 – Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: Pena – reclusão, de um a três anos. § 1º – A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: Inciso I I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; Na antiga redação deste inciso não havia proteção penal relacionado aos companheiros, com a nova redação do artigo atual foi incluído essa proteção. E a pena é de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, conforme estabelecido. Houve uma necessidade de igualdade entre “conjugue e companheiro”, para que no sentido apontado ensejasse punição mais severa ao réu (ou à ré), vedada em razão da ausência de expressa cominação legal. Inciso II II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; Quando o crime for praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital. É preciso que tal internação ocorra com o dissentimento do indivíduo, para que a internação configure o delito em estudo. É, do mesmo modo, exigido que a internação não decorra de permissão legal ou não seja tolerada pelo meio social – se houver justa causa para a privação da liberdade física, não há que se falar no 18 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem crime em tela, ou seja, "a razão da maior punibilidade reside no emprego de meio fraudulento Inciso III III – se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias; É irrelevante o tempo de duração da restrição de liberdade para configurar o delito, mas se ultrapassar o tempo de 15 dias, o crime passa a ser qualificado. IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; A nova lei acrescentou ao § 1º o inc. IV com a seguinte redação: “se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos”. A modificação é bem-vinda, pois, com ela, fica estabelecida a harmonia no sistema de proteção ao menor de 18 (dezoito) anos, em coerência com o disposto na segunda figura do § 1º do art. 159 do Código Penal. Considerando que o crime de sequestro ou cárcere privado é de natureza permanente, em algumas situações a privação da liberdade poderá iniciar quando a vítima for menor de dezoito anos e terminar após ela ter completado tal idade. Ainda será possível, em outra situação, que a privação da liberdade tenha se iniciado antes da nova lei e perdurado para além de seu ingresso no ordenamento. A tentadora compreensão inversa levaria à conclusão no seguinte sentido: se a privação da liberdade iniciar quando a vítima ainda contar com menos de 18 (dezoito) anos, porém, se estender para além da data em que atingida tal idade, a qualificadora estará afastada. Se verificada a hipótese exatamente como acima citada; com o prolongamento da privação da liberdade o réu estaria a se beneficiar, deixando de incidir em pena de dois a cinco anos, acabando por ser “agraciado” com a adequação típica de sua conduta no preceito primário, com pena cominada entre um e três anos, de reclusão. Aqui, a prolongação do sofrimento da vítima seria benéfica ao réu, o que não se pode admitir eticamente, tampouco à luz do disposto no art. 4º do Código Penal, conforme anotado. Na outra situação indicada, onde a privação da liberdade do menor de dezoito anos teve início antes da lei e se alongou para depois de sua vigência, a natureza permanente do crime impede, por absoluto, o não reconhecimento da qualificadora, hipótese claramente incogitável. Crime praticado para fins libidinosos V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) A última alteração feita no art. 148 decorre do inciso V, que também foi acrescido ao § 1º. Pela nova previsão, se o sequestro ou o cárcere privado for praticado para fins libidinosos o crime também será qualificado e contará, obviamente, com pena mais elevada (reclusão, de dois a cinco anos). http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10618790/par%C3%A1grafo-1-artigo-159-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10618841/artigo-159-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10639607/artigo-4-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art148%C2%A7%201v http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art148%C2%A7%201v 19 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem Atos libidinosos são aqueles praticados com a finalidade de satisfazer a lascívia, o prazer sexual. Se o crime for cometido para o fim de manter relação sexual (cópula vagínica) ou para a prática de qualquer ato libidinoso diverso da conjunção carnal (coito anal ou felação, por exemplo), a forma qualificada estará presente. § 2º – Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: Pena – reclusão, de dois a oito anos. Qualifica-se o sequestro e o cárcere privado pelo resultado no § 2º do artigo 148, de modo que, em virtude dos maus-tratos ou da natureza da detenção, o agente provoque à vítima lesões corporais ou a sua morte, haverá concurso material entre o sequestro qualificado e o resultado atingido. No caso de vias de fato, estas serão absorvidas; da mesma forma, em virtude da natureza da detenção, a qual possa trazer sofrimento físico ou moral à vítima, haverá a incidência da qualificadora. 3.0 Sujeito ativo Como se trata de crime comum, pode ser qualquer pessoa, não requerendo nenhuma qualidade ou condição particular; se, no entanto, apresentar a qualidade de funcionário público, e praticar o fato no exercício de suas funções, poderá configurar-se o crime de abuso de autoridade (Lei n. 4.898/65). Igualmente e recebe e/ou recolher alguém à prisão, sem ordem escrita da autoridade competente, também incorre em crime de abuso de autoridade. 4.0 Sujeito passivo Qualquer pessoa 5.0 Consumação e tentativa Consumação- consuma-se no instante em que a vítima se vê privada de sua liberdade de ir e vir. Assim, não há que se falar em consumação apenas quando a vítima ficar um tempo razoável em poder do agente. Como dito alhures, o dolo é específico: privar a liberdade de pessoa humana. Ou seja: privada a liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado, nem que seja por cinco minutos, restará consumado o delito. Tentativa- como crime material admite- se a tentativa, que se verifica com a pratica de atos de execução, sem chegar à restrição da liberdade da vítima, como, por exemplo, quando o sujeito ativo está encerrando a vítima em um deposito é surpreendido e impedido de consumar seu intento. Tratando-se, porém, da forma omissiva, a tentativa é de difícil ocorrência. 6.0 Pena e ação penal A pena cominada é de reclusão, de um a três anos na figura simples. A sansão penal é dois a cinco anos se a vítima for ascendente descente ou cônjuge do agente; se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; ou se a privação da liberdade dura mais de 15 dias (§ 1º). http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104075/lei-de-abuso-de-autoridade-lei-4898-65 20 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem Se, no entanto, em razão de maus- tratos ou da natureza da detenção, resultar para a vítima grave sofrimento físico ou moral, a pena de reclusão será de dois a oito anos (§ 2º). A ação penal é pública condicionada não sendo exigida nenhuma condição de procedibilidade. Conclusão Como visto em relação ao art. 148 do Código Penal foram feitas alterações que implicaram em novas formas de adequação típica qualificada. Só valerá as qualificadoras descritas, se o crime ocorreu depois da alteração da lei. Não será agravada a pena no crime que tenha ocorrido antes das novas disposições que tange os fatos passados, consumados antes do ingresso das novas disposições no universo jurídico. 6. Dos crimes contra o patrimônio (furto, roubo, extorsão, apropriação indébita, estelionato e outras fraudes e receptação). Os crimes contra o patrimônio são aqueles que atentam diretamente contra o patrimônio de uma pessoa ou organização. Considera-se patrimônio de uma pessoa física ou organização os seus bens, o poderio econômico e, entre outros, a universalidade de direitos que tenham expressão econômica para seu proprietário. FURTO De acordo com a doutrina, furto é a subtração de coisa alheia móvel para si ou para outrem com o fim de apoderar-se dela de modo definitivo. Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí- la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. É importante notar, no parágrafo primeiro, o agravo de pena quando o crime acontece durante o repouso noturno. E, logo no segundo, traz a cláusula de diminuição de pena caso o réu seja primário. FURTO DE COISA COMUM Art. 156. Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10621565/artigo-148-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 21 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem § 1º - Somente se procede mediante representação. § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. ROUBO Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. § 3º - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além de multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. Causas de aumento de pena I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; O fundamento da agravante reside no maior perigo que o emprego da arma envolve motivo pelo qual é indispensável que o instrumento usado pelo agente (arma própria ou imprópria), tenha idoneidade para ofender a incolumidade física. II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; A doutrina prevalente assevera que não há necessidade de estarem todos os agentes presentes no local do crime, basta haver o concurso de duas ou mais pessoas. III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. A norma tutela aqueles que transportam valores. Qualquer tipo de valor como ouro, dinheiro, pedras preciosas etc. O agente deve saber que a vítima está a transportar valores, dolo direto, portanto. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; Para a consumação do delito é necessário que o veículo seja levado para outro Estado ou país, não havendo, assim, possibilidade de ocorrer tentativa. Ou leva e ingressa com o veículo em outro Estado ou país e o crime está consumado, ou não ingressa e o crime será de furto ou roubo conforme a circunstância. V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. Objeto do agente, após o emprego da violência ou grave ameaça, é manter a 22 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem vítima em seu poder e assim facilitar a subtração. A restrição de liberdade da vítima deve ser por tempo razoável, suficiente para que o agente consuma o delito sem ser descoberto pela polícia. Qualificadoras do roubo Se a violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 a 15 anos, além de multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 a 30 anos, sem prejuízo de multa. Trata-se de crime considerado qualificado pelo resultado em que as lesões graves ou morte podem advir de dolo ou culpa. O tipo fala em violência que deve ser entendida como física e não moral, logo se a vítima num roubo, mediante grave ameaça, vier a morrer em virtude de uma parada cardíaca, o crime será de roubo em concurso material com homicídio e não de latrocínio. Homicídio consumado e roubo consumado: Haverá latrocínio. Homicídio tentado e roubo tentado: Haverá tentativa de latrocínio. Tentativa de homicídio e roubo consumado: Haverá tentativa de latrocínio. Homicídio consumado e roubo tentado: Haverá latrocínio. A Doutrina e jurisprudência têm considerado consumado o latrocínio quando ocorre a morte da vítima, ainda que o agente não tenha logrado apossar-se da coisa que pretendia subtrair. EXTORSÃO Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009) Causas de aumento de pena Se o crime for cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até a metade. Há necessidade das duas pessoas estarem presentes no local dos fatos para incidir na majorante, assim como o emprego efetivo da arma quando da realização do delito. No caso de ocorrer morte ou lesão corporal grave, o fato de o coautor não haver disparado a arma, não afasta a sua responsabilidade pela extorsão qualificada. 23 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (SEQUESTRO RELÂMPAGO) Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos. § 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de doze a vinte anos. § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. § 3º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. EXTORSÃO INDIRETA Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. APROPRIAÇÃO INDÉBITA Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Aumento de pena § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; III - em razão de ofício, emprego ou profissão. ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES Estelionato Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. § 2º - Nas mesmas penas incorre quem: Disposição de coisa alheia como própria I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria 24 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; Defraudação de penhor III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; Fraude na entrega de coisa IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém; Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro; Fraude no pagamento por meio de cheque VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. Duplicata simulada Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) Parágrafo único - Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 5.474, de 18.7.1968) Abuso de incapazes Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiros. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Induzimento à especulação Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 25 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem Fraude no comércio Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor: I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada; II - entregando uma mercadoria por outra: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. § 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade: RECEPTAÇÃO Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Receptação qualificada § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência. § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. § 6 o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. Receptação de animal Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 26 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem 7. Dos crimes contra a dignidade sexual. Estupro Art. 213 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. § 2o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.” Violação sexual mediante fraude Art. 215 - Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Parágrafo único. Se o crime for cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. Assédio sexual Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. § 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL Art. 218 - Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. Ação penal Art 225 - Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. Parágrafo único: Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.” (NR) DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL 27 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual Art 228 - Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. Art 229 - Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: Rufianismo Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. § 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.” (NR) Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual Art 231 - Promover ou facilitar a entrada, no território nacional, de alguém que nele venha a exercer a prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou a saída de alguém que vá exercê-la no estrangeiro. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. § 1o Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. § 2o A pena é aumentada da metade se: I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou 28 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude. § 3o Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.” (NR) Tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual Art. 231 - Promover ou facilitar o deslocamento de alguém dentro do território nacional para o exercício da prostituição ou outra forma de exploração sexual: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. § 1o Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar, vender ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. § 2o A pena é aumentada da metade se: I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude. § 3o Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.” (NR) Estupro de vulnerável Art. 217 - Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. § 4o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.” Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente Art. 218 –A- Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.” 29 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável Art 218-B- Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. § 2o Incorre nas mesmas penas: I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. § 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.” DISPOSIÇÕES GERAIS Aumento de pena Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: III - de metade, se do crime resultar gravidez; IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador.” Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.” Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. § 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. § 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990.” 8. Dos crimes contra a paz pública (associação criminosa). Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art244b http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8072.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8072.htm#art1 30 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. O sujeito passivo é a coletividade, e o grupo de pessoas deve se unir para praticar um número indeterminado de crimes. Ademais, essa união de pessoas deverá ter vínculo permanente e estável, sendo por isso inadmissível a tentativa. O elemento subjetivo é o dolo de associar-se a fim de cometer número indeterminado de crimes. A pena é aumentada até a metade quando a associação estiver armada ou quando houver a participação de criança ou adolescente. 9. Lei Federal n° 9.455, de 07 de abril de 1997 (Crimes de tortura). Art. 1º Constitui crime de tortura: I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa; II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Pena - reclusão, de dois a oito anos. § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá- las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: I - se o crime é cometido por agente público; II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; III - se o crime é cometido mediante sequestro. § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 31 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 @maai.leite_futurapfem § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
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