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DIREITO PENAL PMBA

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1 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
@maai.leite_futurapfem 
 
DIREITO 
 
 
Material destinado aos estudos para o cargo de Soldado da Polícia Militar da Bahia 
 
CONTATOS: @maai.leite_futurapfem ou EMAIL: carreiras.policiais.ba2018@gmail.com
 
2 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
@maai.leite_futurapfem 
 
SUMÁRIO 
 
1. Aplicação da lei penal. 
 
2. Lei penal no tempo: princípios, novatio legis incriminadora, abolito criminis, novatio 
legis in pejus, novatio legis in mellius, lei intermediária, conjugação de leis, leis 
temporárias e excepcionais, a retroatividade e a lei penal mais branda, retroatividade e 
a lei processual, tempo do crime. Do crime. 2.1. Elementos. 2.2. Consumação e 
tentativa. 2.3. Desistência voluntária e arrependimento eficaz. 2.4. Arrependimento 
posterior. 2.5. Crime impossível. 2.6. Causas de exclusão de ilicitude e culpabilidade. 
 
3. Contravenção. 
 
4. Dos crimes contra a vida (homicídio, lesão corporal e rixa). 
 
5. Dos crimes contra a liberdade pessoal (ameaça, sequestro e cárcere privado). 
 
6. Dos crimes contra o patrimônio (furto, roubo, extorsão, apropriação indébita, 
estelionato e outras fraudes e receptação). 
 
7. Dos crimes contra a dignidade sexual. 
 
8. Dos crimes contra a paz pública (associação criminosa). 
 
9. Lei Federal n° 9.455, de 07 de abril de 1997 (Crimes de tortura). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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@maai.leite_futurapfem 
1. Aplicação da lei penal. 
 
Anterioridade da Lei 
 Art. 1º - Não há crime sem lei 
anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal. 
 
2. Lei penal no tempo: princípios, 
novatio legis incriminadora, 
abolito criminis, novatio legis in 
pejus, novatio legis in mellius, lei 
intermediária, conjugação de leis, 
leis temporárias e excepcionais, a 
retroatividade e a lei penal mais 
branda, retroatividade e a lei 
processual, tempo do crime. 
 
LEI PENAL NO TEMPO 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por 
fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a 
execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
 Parágrafo único - A lei posterior, que 
de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que 
decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
PRINCÍPIOS: 
Três são os fundamentais princípios 
aplicados no instituto da eficácia da lei 
penal no tempo: 
a) legalidade, no sentido de 
anterioridade; 
b) irretroatividade 
c) retroatividade da lei mais benigna. 
Não há infração ou sanção penal sem lei 
anterior, isto é, sem lei prévia. Esse 
desdobramento do princípio da 
legalidade traduz a ideia da 
anterioridade penal, segundo o qual a 
para a aplicação da lei penal, exige-se lei 
anterior tipificando o crime e prevento 
a sua sanção. 
O segundo princípio constitucional 
(irretroatividade), descrito no art. 5º, XL 
da CF, dispõe que a lei penal não 
retroagirá, salvo para beneficiar o réu, 
impondo-se, assim, a irretroatividade da 
lei penal, salvo quando a lei nova seja 
benéfica ao acusado. 
Por fim, quanto à retroatividade da lei 
mais benigna, “é indispensável 
investigar qual a que se apresenta mais 
favorável ao indivíduo tido como 
infrator. A lei anterior, quando for mais 
favorável, terá ultratividade e 
prevalecerá mesmo ao tempo de 
vigência da lei nova, apesar de já estar 
revogada. O inverso também é 
verdadeiro, isto é, quando a lei posterior 
foi mais benéfica, retroagirá para 
alcançar fatos cometidos antes de sua 
vigência” 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
CF, Art. 5º, XL - a lei penal não 
retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
CADH, art. 9º. Princípio da legalidade e 
da retroatividade. Ninguém pode ser 
condenado por ações ou omissões que, 
no momento em que forem cometidas, 
não sejam delituosas, de acordo com o 
 
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@maai.leite_futurapfem 
direito aplicável. Tampouco se pode 
impor pena mais grave que a aplicável 
no momento da perpetração do delito. 
Se depois da perpetração do delito a lei 
dispuser a imposição de pena mais leve, 
o delinquente será por isso beneficiado. 
CP, art. 2º. Ninguém pode ser punido 
por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude 
dela a execução e os efeitos penais da 
sentença condenatória. 
Parágrafo único. A lei posterior, que de 
qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que 
decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
CP, art. 3º. A lei excepcional ou 
temporária, embora decorrido o 
período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, 
aplica-se ao fato praticado durante a 
sua vigência. 
CP, art. 4º. Considera-se praticado o 
crime no momento da ação ou omissão, 
ainda que outro seja o momento do 
resultado. 
TEMPO DO CRIME 
Há três correntes quanto à 
determinação do momento da prática 
do crime (tempus delicti). São elas: 
a) da atividade; 
b) do resultado 
c) mista. 
Para a teoria da atividade, também 
chamada de teoria da ação, considera-
se o momento do crime quando o 
agente realizou a ação ou a omissão 
típica. Ou seja, considera-se praticado o 
crime no momento da conduta do 
agente, não se levando em 
consideração o momento do resultado, 
se diverso. Essa é a teoria adotada pelo 
Código Penal, em seu artigo 4º. 
A segunda corrente, (Não adotada pelo 
Brasil.) denominada como do resultado, 
do evento ou do efeito, defende que o 
momento do crime é aquele em que 
ocorreu o resultado. Deste modo, 
considera-se praticado o delito no 
momento em que ocorre o resultado, o 
efeito da conduta ilícita. 
A última corrente (não adotada pelo 
Brasil) (mista, ubiquidade ou unitária) 
sustenta que o tempo do crime é o da 
ação ou da omissão quanto o do 
resultado. Assim, conforme 
ensinamento de Régis Prado “o tempo 
do crime pode ser tanto o da ação como 
o do resultado”. 
 
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA 
 É a hipótese da lei nova que vem a 
tornar fato anteriormente não 
incriminado pelo direito penal como fato 
incriminado, como fato típico. A lei nova 
que incrimine o praticante de fato que 
ao tempo da prática não era típico, não 
poderá ser aplicada, pois é irretroativa. 
Ao tempo da prática, determinado fato 
não era considerado crime pelo Direito. 
Concluímos que a conduta não era 
socialmente nem legalmente reprovável. 
Isso premia o princípio da segurança nas 
relações jurídicas a nosso ver. 
ABOLITIO CRIMINIS 
 
Ocorre o fenômeno da abolitio criminis, 
sempre que uma lei nova deixa de 
incriminar fato anteriormente 
considerado um ilícito penal. É agraciado 
pelo artigo 2º, “caput’ do CP. 
 
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Trata-se de aplicação do princípio da 
retroatividade da lei mais benigna. 
O Estado, exclusivo detentor do ius 
puniendi, se desinteressa na punição de 
determinado fato. Por isso, a abolitio 
criminis retroage, alcançando o autor de 
determinado fato, anteriormente tido 
como típico. Esse deverá ser posto em 
liberdade (se preso) e sua folha de 
antecedentes criminais liberta do fato 
não mais considerado delituoso. O delito 
desaparece, juntamente com todos os 
seus reflexos penais (persistem os 
cíveis). 
NOVATIO LEGIS IN PEJUS 
O fenômeno jurídico da novatio legis in 
pejus refere-se à lei nova mais severa do 
que a anterior. Ante o princípio da 
retroatividade da lei penal benigna, a 
novatio legis in pejus não tem aplicação 
na esfera penal brasileira. 
Nessa situação (novatio legis in 
pejus) estão as leis posteriores em que se 
comina pena mais grave 
em qualidade (reclusão em vez de 
detenção, por exemplo) 
ou quantidade (de 02 a 08
anos, em vez 
de 01 a 04, por exemplo); se acrescentam 
circunstâncias qualificadoras ou agravan
tes não previstas anteriormente; se 
eliminam atenuantes ou causas de 
extinção da punibilidade; se exigem mais 
requisitos para a concessão de 
benefícios, etc. 
Dentre esses preceitos, podemos 
acrescentar que, as medidas de 
segurança também se encontram 
abarcadas. Medidas que majorem ou 
agravem as medidas de segurança 
também não podem retroagir para 
alcançar fatos pretéritos. As regras sobre 
medida de segurança são também leis 
penais. 
 
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS 
É a lei nova mais favorável que a 
anterior. Essa tem plena aplicação no 
Direito Penal Brasileiro, prevista pelo 
Código Penal, em seu artigo 2º, 
parágrafo único e pela Magna Carta, em 
seu artigo 5º, XL. 
Vale dizer que, não importa o modo pelo 
qual a lei nova favoreça o agente, ela será 
aplicada a fatos pretéritos a sua entrada 
em vigor. É a lex mitior. 
Deverá ser aplicada tanto ao réu em 
sentido estrito (aquele que está sendo 
acusado em processo penal) quanto ao 
réu em sentido lato (sujeito passivo na 
ação penal, aqueles submetidos à 
execução de pena e/ou medidas de 
segurança). 
LEI INTERMEDIÁRIA 
 É a lei que não é nem a da data do fato 
nem a lei da época da sentença. 
É o caso de vigência de três leis 
sucessivas, em que se deve aplicar 
sempre a mais benigna, da seguinte 
forma: quanto ao fato, ela retroage; 
quanto à sentença, ela será ultrativa. A 
posterior será retroativa quanto às 
anteriores e a antiga será ultrativa em 
relação às leis que a sucederem. 
O julgador não poderá aplicar parte de 
uma lei e parte de outra, pois, do 
contrário, estaria legislando, ofendendo 
o princípio da tripartição dos poderes. 
Deverá ser aplicada a lei penal mais 
benéfica sempre, mas por inteiro, a lei 
toda. 
 
 
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CONJUGAÇÃO DE LEIS 
A possibilidade da conjugação das leis 
penais seria apenas um processo de 
integração da lei penal, visando à 
aplicação fiel do preceito "que de 
qualquer modo favorecer o agente", 
insculpido no art. 2º, parágrafo único, 
do Código penal, bem como no texto 
da Constituição Federal. 
 
A fórmula mais exata deve levar o 
magistrado a fazer uma aplicação 
mental das duas leis que conflitam, 
verificando, no caso concreto, qual terá 
resultado mais favorável ao acusado, 
mas sem conjugá-las, evitando-se a 
criação de uma terceira lei. 
LEIS TEMPORÁRIAS E 
EXCEPCIONAIS 
 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, 
embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias 
que a determinaram, aplica-se ao fato 
praticado durante sua vigência. 
A Lei excepcional ou lei temporária em 
sentido amplo, por sua vez, consiste em 
norma que tem por escopo atender 
necessidades estatais transitórias, tais 
como guerra ou calamidade, 
perdurando por todo o período 
considerado excepcional. Daí dizer-se 
serem ultra ativas, ou em outras 
palavras, irradiarem efeitos mesmo 
depois da sua vigência, ou de outra 
forma ter-se-ia uma ineficácia 
preventiva como ensina Rogério 
Sanches. 
Tais espécies normativas vêm 
regulamentadas pelo art. 3º do Código 
Penal que estabelece justamente seu 
conceito é abrangência. 
 
Portanto, os fatos ocorridos sob a égide 
das leis temporárias e lei excepcional 
não são excluídas ou beneficiadas pelo 
princípio da retroatividade da lei mais 
benéfica ou novatio legis in mellius, por 
tratar-se de hipótese legal específica 
em que cabe a extra atividade da lei 
penal para que a norma temporal ou 
excepcional já não em vigor, ou até 
mesmo revogada produza ainda que 
fora de tempo seus efeitos, conhecido 
como ultratividade. 
 
A RETROATIVIDADE E A LEI PENAL 
MAIS BRANDA 
 
Consagrado na Carta magna de 
1988, mais precisamente em seu artigo 
5º, XL, o princípio da retroatividade da lei 
penal mais benéfica dita que: “a lei penal 
não retroagirá, salvo para beneficiar o 
réu”, revelando assim o ditame da 
irretroatividade da lei penal, como pilar 
essencial a segurança jurídica. 
 Ao fazê-lo, previu, de forma 
excepcional à regra, a possibilidade de 
aplicação retroativa da lei penal, 
unicamente no caso desta ser mais 
benéfica ao réu, como ensina Cesar 
Roberto Bitencourt; 
 
 “É inolvidável, todavia, que a 
irretroatividade da lei penal admite uma 
exceção classicamente apontada pela 
doutrina: a ultratividade e/ou a 
retroatividade da lei penal mais benéfica 
ao réu. Este temperamento do princípio 
geral da irretroatividade da lei penal 
assegura, em apertada síntese, que “a lei 
anterior, quando for mais favorável, terá 
ultratividade e prevalecerá mesmo ao 
tempo da vigência da lei nova (...). O 
inverso também é verdadeiro, isto é, 
quando a lei posterior for mais benéfica, 
retroagirá para alcançar fatos cometidos 
antes de sua vigência”. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10639706/artigo-2-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10639666/par%C3%A1grafo-1-artigo-2-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10639634/artigo-3-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
 
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@maai.leite_futurapfem 
Assim, a ideia de irretroatividade da lei 
penal, que traz consigo a exceção para 
sua aplicação quando mais benéfica ao 
réu, guarda relações íntimas com os 
ideais iluministas, em especial a 
segurança e a liberdade. 
É importante ressaltar, que a 
retroatividade da lei penal pode atuar 
em duas diferentes situações: quando 
nova lei deixa de considerar 
determinada ação como conduta 
delituosa ou quando a lei recente 
favorece ao réu de qualquer outra 
forma, que não seja a extinção do crime. 
Quando uma nova lei entra no 
ordenamento jurídico, visando deixar de 
considerar determinada conduta como 
crime, ocorrerá de imediato o cessar da 
execução e dos efeitos penais da 
sentença condenatória, a dita abolitio 
criminis, como prevê o artigo 2º, do 
Código Penal: 
 Art. 2º - Ninguém pode ser 
punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude 
dela a execução e os efeitos penais da 
sentença condenatória. 
Já o parágrafo único do mesmo artigo, 
traz a hipótese em que o novo diploma 
legal favorecer, de qualquer outro 
modo, o autor da conduta delituosa, 
ocasionando assim a sua aplicação aos 
fatos ocorridos no período anterior à sua 
vigência, ainda que estabelecidos no 
âmbito de decisão condenatória cujo 
trânsito em julgado já tenha ocorrido. 
 
Parágrafo único - A lei posterior, que de 
qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que 
decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
 
RETROATIVIDADE E A LEI 
PROCESSUAL 
Temos, porém, que o princípio da 
irretroatividade deve também 
compreender a lei processual penal. 
 
Assim, sempre que a nova lei processual 
for prejudicial ao réu, porque suprime ou 
relativiza garantias, adota critérios 
menos rígidos para a decretação de 
prisões cautelares, veda a liberdade 
provisória, restringe a participação do 
advogado etc, limitar-se-á a reger as 
infrações penais consumadas após a sua 
entrada em vigor; afinal, também aqui, a 
lei deve cumprir sua função de garantia, 
entendendo-se como menos benéfica 
toda norma que importe em diminuição 
de garantias, e por mais benéfica a que 
implique o contrário: aumento de 
garantias processuais. 
 
 
TEMPO DO CRIME 
 
Art. 4º - Considera-se
praticado o crime 
no momento da ação ou omissão, ainda 
que outro seja o momento do resultado. 
 
Esse instituto é importante para 
aferir a idade do agente, se era ou não 
maior de idade; se ao tempo do delito a 
pessoa tinha ou não capacidade de 
discernimento. 
Importante para averiguar qual 
será a Lei aplicada ao caso (há relação 
direta com a aplicação ou não de certa 
Lei), assim como trará dados necessários 
para aferição de prescrição, decadência, 
etc. 
 
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TEMPO DO CRIME - TEORIA DA 
ATIVIDADE 
Vincula o tempo ao momento 
da conduta sendo a ação ou omissão, 
não interessando o momento do 
resultado, (teoria adotada pelo nosso 
Código Penal). 
TEMPO DO CRIME - TEORIA DO 
RESULTADO 
Vincula o tempo do crime ao 
resultado. 
TEMPO DE CRIME - TEORIA MISTA 
Entende que tanto o momento 
da conduta, como o momento do 
resultado, servem como aferição do 
tempo do crime. 
CRIMES PERMANENTES 
Nos crimes permanentes a 
consumação de prolonga com o delito e 
conforme adiantado, a reforma de 1984 
optou por adotar a teoria da atividade. 
 
2.Do crime. 
2.1. Elementos. 2.2. Consumação 
e tentativa. 2.3. Desistência 
voluntária e arrependimento 
eficaz. 2.4. Arrependimento 
posterior. 2.5. Crime impossível. 
2.6. Causas de exclusão de 
ilicitude e culpabilidade. 
 
DO CRIME: 
ELEMENTOS 
 
Em uma visão inicial e panorâmica do 
fato típico punível do crime, são 
elementos do crime: 
 
• Fato típico – comportamento humano 
previsto como infração penal (é o 
comportamento humano (positivo ou 
negativo) que provoca um resultado 
(em regra) e é previsto em lei penal 
como infração. 
 
• Fato antijurídico – contrário ao 
ordenamento jurídico (é a relação de 
contrariedade entre o fato típico e o 
ordenamento jurídico). 
 
• Culpabilidade – juízo de reprovação 
(não é característica, aspecto ou 
elemento do crime, e sim mera 
condição para se impor a pena pela 
reprovabilidade da conduta). 
 
Divisão do Crime 
Dividem-se os crimes, conforme o 
Código Penal, em doloso e culposo. 
 
• Crime Doloso – é aquele em que o 
agente quer o resultado ou assume o 
risco de produzi-lo. Dolo é a consciência 
e a vontade na realização da conduta 
típica, isto é, a representação e vontade 
em referência a um fato punível, que o 
agente pratica sabendo ser o mesmo 
ilícito. 
 
• Crime Culposo – é aquele em que o 
agente causa o resultado por 
imprudência, imperícia ou negligência. 
Isto é, a culpa é a prática não 
intencional do delito, mediante 
imprudência, imperícia ou negligência. 
 
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@maai.leite_futurapfem 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
Art. 14 - Diz-se o crime: 
Crime consumado I - consumado, 
quando nele se reúnem todos os 
elementos de sua definição legal; 
Tentativa II - tentado, quando, iniciada 
a execução, não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do 
agente. 
Parágrafo único - Salvo disposição em 
contrário, pune-se a tentativa com a 
pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois 
terços 
 
Requisitos da Tentativa 
 
A execução do crime já deve ter se 
iniciado; 
 
 A consumação não tenha 
ocorrido por circunstância alheia 
à vontade do agente; 
Classificação da Tentativa 
 Imperfeita ou Inacabada: o 
agente não pratica todos os atos 
executórios; 
 Perfeita ou acabada ou crime 
falho: o agente pratica todos os 
atos executórios e, mesmo assim, 
não consuma o crime. 
 Branca: quando o golpe desferido 
não atinge o corpo da vítima; 
 Cruenta: quando a vítima é 
atingida; Crimes que não 
admitem a Tentativa Crimes 
culposos; 
 Crimes preterdolosos; 
 Crimes omissivos próprios; 
 Crimes unis subsistentes; 
 Crimes habituais; 
 Contravenções penais; 
 Crimes de atentado Punibilidade 
na Tentativa 
Duas teorias buscaram explicar a 
sanção na tentativa: 
 
 Teoria Subjetiva – está ligada à 
intenção do agente, punindo o 
crime tentado da mesma maneira 
que o delito consumado. 
 
O Código Penal não adotou essa teoria 
como regra 
 
 Teoria Objetiva – a 
responsabilidade na tentativa 
está vinculada ao dano ou a lesão 
sofrida pelo bem jurídico. Dessa 
forma, será aplicada a sanção em 
função do iter criminis percorrido 
pelo agente e ainda se, de alguma 
maneira, ele conseguiu ofender o 
bem jurídico visado. Essa teoria é 
a regra no Código Penal. 
 
Portanto, a diferença entre eles resume-
se em que no crime doloso a pessoa 
efetua o ato “com a intenção de causar 
algum dano a outro indivíduo”, isto é, ela 
tem o propósito de cometer o crime e 
consegue o resultado, pois doloso se 
origina da palavra dolo, que significa má-
fé, ação praticada com a intenção de 
violar o direito alheio. 
 
Já quando o crime é culposo significa que 
o agente do ato não teve a intenção de 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
 
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@maai.leite_futurapfem 
praticar o mal, não tinha a intenção de 
praticar o crime, mas mesmo assim 
obteve o resultado. Não havendo 
intenção de o agente cometer 
determinado crime, a pena para um 
crime culposo é bem menor do que a de 
um crime doloso. 
 
DESISTENCIA VOLUNTARIA E 
ARREPENDIMENTO EFICAZ 
 
A desistência voluntária se configura 
na interrupção dos atos executórios pelo 
agente de forma voluntária. Assim, o 
agente inicia os atos executórios, mas 
antes que se esgotem todos os meios 
disponíveis para a consumação do delito, 
este por vontade própria desiste de 
prosseguir na ação. 
O agente não é impedido, e poderia 
continuar a ação se assim o desejasse, 
mas escolheu interromper. 
Para a ocorrência da desistência 
voluntária é necessária a paralisação 
concreta da execução do fato delituoso 
e que essa desistência seja voluntária. 
Havendo a cessação da execução do 
crime, por deliberação própria do 
agente, ele só responderá pelos atos até 
então praticados, se infrações penais 
forem considerados tais atos. 
Toma-se por exemplo o agente que 
pretende furtar um veículo. Este se 
aproxima do veículo, força sua entrada, 
mas quando vai fazer a ligação indireta 
encontra no veículo um brinquedo de 
criança. Tomado por remorso, abandona 
a tentativa de furto. Percebe-se que, 
iniciados os atos executivos, porém sem 
esgotá-los, o agente desiste de 
consumar o delito de forma voluntária. 
É importante ressaltar que estando o 
agente diante de uma coação, ou 
mesmo impedido de continuar por 
circunstância inevitável, não se configura 
a desistência voluntária e sim tentativa. 
O agente deve ter condições de escolher 
continuar ou interromper a ação e não 
estar diante de um impedimento 
obrigatório, como por exemplo a 
chegada da polícia, ou a falha do meio 
utilizado para delinquir. Resta claro que, 
a aplicação da desistência voluntária tem 
que ser analisada no caso concreto, 
verificando a presença dos requisitos 
legais que a configurem. 
Previsto na segunda parte do artigo 15 
do Código Penal, o arrependimento 
eficaz configura-se quando o agente, 
após ter se utilizado de todos os meios 
disponíveis para a execução do delito, por 
vontade própria toma uma ação que 
impede que o resultado se produza. 
No arrependimento eficaz, depois de já 
praticados todos os atos executórios 
suficientes à consumação do crime, o 
agente adota providências aptas a 
impedir a produção do resultado. 
Exemplo: depois de ministrar veneno à 
vítima, que o ingeriu ao beber o café 
“preparado” pelo agente, este lhe 
oferece o antídoto, impedindo a eficácia 
causal de sua conduta inicial. 
Fica claro, pois, que o arrependimento 
eficaz é compatível com a tentativa 
perfeita ou acabada, na qual o agente 
esgota
os meios de execução que se 
encontravam à sua disposição. 
O arrependimento eficaz relaciona-se 
com a tentativa perfeita, uma vez que o 
agente utiliza todos os meios disponíveis 
para alcançar seu intento, esgotando 
assim os meios de execução. Ademais, o 
 
11 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
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arrependimento eficaz só é possível nos 
crimes de consumação material, não se 
aplicando aos crimes formais e de mera 
conduta, uma vez que, nestes, 
terminada a ação, o crime está 
consumado, pois não há resultado 
naturalístico a ser produzido, sendo 
impossível sua interrupção. 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR E 
CRIME IMPOSSIVEL 
O arrependimento posterior ocorre 
depois da consumação do delito, nos 
crimes cometidos sem violência ou grave 
ameaça à pessoa, reparado o dano ou 
restituída a coisa, até o recebimento da 
denúncia ou da queixa, por ato 
voluntário do agente, hipótese em que a 
pena será reduzida de um a dois terços 
(art. 16 do CP). 
O arrependimento posterior atinge não 
só os crimes contra o patrimônio, como 
todos os demais em que ocorra prejuízo 
material à vítima (ex: peculato doloso). 
Porém, não se aplica aos crimes em que 
não haja lesão patrimonial direta (ex.: 
lesões corporais culposas quando o 
agente repara o dano patrimonial ao 
ofendido). 
Requisitos 
a) crimes sem violência ou grave 
ameaça: porém, quando a lesão 
patrimonial for praticada com violência 
culposa, admite-se a redução da pena. 
Sendo assim, mesmo que não haja lesão 
patrimonial a redução da pena é 
possível quando houver a restituição da 
coisa ou ressarcimento do dano. Porém, 
não se admite o benefício para os casos 
de violência presumida, que acontece 
em crimes dolosos por vontade do 
agente. Também não ocorre a redução 
da pena nas hipóteses de violência 
imprópria, em que há redução da 
capacidade de resistência da vítima por 
meios indiretos; 
b) reparação do dano ou restituição da 
coisa: a reparação ou restituição deve 
ser integral, posto que se parcial 
inaplicável o benefício ao agente. 
Porém, na maioria dos casos, é a vítima 
quem decide se a reparação/restituição 
são completas (quando o agente 
devolver o carro sem o rádio, p. ex.), 
sendo que somente em situações 
extremas é que o juiz interferirá não 
aceitando o arrependimento (ex.: o 
agente devolve apenas o rádio do carro, 
e a vítima se dá por satisfeita). 
Entretanto, há entendimento de que a 
restituição ou reparação parcial 
ensejam uma diminuição menor da 
pena; 
c) necessidade de existência de efeito 
patrimonial: de acordo com o art. 16 do 
Código Penal, o arrependimento 
posterior só é possível em crimes 
patrimoniais ou com efeitos 
patrimoniais (peculato doloso, p.ex.). 
Porém, há autores com opinião diversa, 
que consideram ser a redução 
alcançável em todas as espécies de 
crimes em que não haja violência ou 
grave ameaça contra pessoa. Além 
disso, quando o ofendido recusar-se a 
receber a coisa restituída, pode o 
acusado valer-se da ação em 
consignação em pagamento para 
desobrigar-se ou entregar a coisa à 
autoridade policial, que lavrará auto de 
apreensão; 
d) voluntariedade na reparação ou 
restituição: a restituição/reparação deve 
ser feita pelo agente de modo 
voluntário, mesmo que ele não esteja 
realmente arrependido de seus atos 
(ex.: reparação por receio de 
condenação, ou até mesmo visando 
apenas essa diminuição de pena, ou 
 
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convencido por terceiros a restituir a 
coisa). Assim, a devolução da coisa ou 
reparação deve ser feita pessoalmente 
pelo agente, ou por outra pessoa, em 
caso de extrema necessidade 
comprovada, pois um dos requisitos 
para a concessão do benefício é que o 
ato seja voluntário; 
e) limite temporal: o agente deve 
reparar o dano ou restituir a coisa até o 
recebimento da denúncia ou queixa, 
posto que se o fizer posteriormente, 
acarretará apenas aplicação de 
atenuante genérica prevista no art. 65, 
III, "b", do CP. Ademais, a reparação 
feita por um dos acusados não se 
aproveita aos demais, uma vez que há 
necessidade de voluntariedade, embora 
haja entendimento contrário. Além 
disso, para a diminuição da pena 
considera-se a espontaneidade do 
agente e a celeridade na reparação do 
dano ou restituição da coisa. 
Crime Impossível 
Conceito e fundamentos 
O crime impossível - também 
chamado de tentativa impossível, 
tentativa inidônea, tentativa inadequada 
ou quase crime - não é punível, posto 
que o agente emprega meios 
absolutamente ineficazes que tornam 
impossível a consumação do crime. 
Neste sentido, determina o art. 17 do CP 
que, "não se pune a tentativa quando, 
por ineficácia absoluta do meio ou por 
absoluta impropriedade do objeto, é 
impossível consumar-se o crime". 
Portanto, dá-se o crime impossível: 
a) por ineficácia absoluta do meio 
empregado: o objeto material do crime 
se apresenta absolutamente impróprio 
para alcançar o resultado criminoso. Diz-
se inadequado, ineficaz, inidôneo o meio 
quando, por si só, não pode produzir o 
resultado. 
Ex.: alguém tenta envenenar o inimigo e 
dá açúcar no lugar de arsênico; agente 
que aciona o gatilho, mas a arma está 
descarregada ou com cápsulas já 
deflagradas. 
b) absoluta impropriedade do objeto: há 
integral impropriedade do objeto 
quando o bem jurídico inexiste, ou, se 
existente, torna impossível a 
consumação. Ex.: a mulher que pensa 
estar grávida e pratica manobras 
abortivas; disparo de revólver contra um 
cadáver. Ademais, a impropriedade deve 
ser completa, e não parcial. Exemplo: se 
o agente entra no cômodo em que 
acreditava se encontrar a vítima, e 
dispara vários tiros no leito vazio, 
responderá por tentativa de homicídio, 
já que o resultado poderia ter sido 
alcançado. 
Não há punição no crime impossível uma 
vez que o bem jurídico protegido pela Lei 
não sofre risco algum, ou seja, inexiste 
perigo real aquele bem. Porém, a 
tentativa será punida quando os meios 
utilizados forem relativamente 
inidôneos. Exemplo: quando o agente 
usar substância letal para envenenar 
alguém, mas em dose insuficiente, 
responderá pela tentativa. Se, no 
entanto, o agente utilizar substância 
totalmente inofensiva, não será punido 
pois configurado está o crime impossível 
(meio absolutamente ineficiente). 
 
CAUSAS DE EXCLUSÃO DE 
ILICITUDE E CULPABILIDADE 
Quando se aplica a excludente de 
culpabilidade? 
 
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Excludente de culpabilidade é a 
circunstância que afasta ou exclui a 
culpa. Assim, deixa de estar 
caracterizado o delito e de ser cabível a 
sanção. É importante não confundir esse 
conceito de “culpa” como contraposto a 
“dolo”. 
Como tal, a culpa é definida por um 
princípio de culpabilidade que rege o 
direito de o Estado punir um sujeito por 
um ato. Conforme a lei penal brasileira e 
a jurisprudência, a culpabilidade é 
composta por três elementos: 
1. Imputabilidade; 
2. Potencial consciência da 
ilicitude; e 
3. Exigibilidade de conduta diversa. 
Em contrapartida, a excludente de 
culpabilidade corresponde à ausência de 
cada um desses elementos – 
ou seja, inimputabilidade, ausência de 
potencial consciência da ilicitude e 
inexigibilidade de conduta diversa. 
Isso ocorre quando o sujeito: 
1. Apresenta doença, 
desenvolvimento incompleto ou 
retardo mental (art. 26, CP); 
2. Menoridade penal (art. 27, CP); 
ou 
3. Apresenta estado de 
embriaguez completa, desde 
que por razão fortuita ou força 
maior (art. 28, II, § 1º, CP). 
De fato, é interessante notar a sutileza. A 
embriaguez, por exemplo, não é 
excludente de culpabilidade se for 
propositalmente causada pelo sujeito, 
como se vê no art. 28, II, do CP. 
Já a ausência de potencial consciência da 
ilicitude ocorre quando há erro (art. 21. 
CP). Isto é, falsa percepção da realidade,
seja em relação ao comportamento ou 
ao próprio ilícito. Entretanto, nem todo 
erro é excludente de culpabilidade. 
Existem, além disso, os chamados erros 
inescusáveis. Nesse sentido, vale a 
LINDB, no art. 3º: ninguém se escusa de 
cumprir a lei, alegando que não a 
conhece. O CP também prescreve, no 
art. 21, que “o desconhecimento da lei é 
inescusável”. 
Por fim, a inexigibilidade de conduta 
diversa ocorre quando, dadas as 
circunstâncias do caso concreto, não 
seria possível demandar que o sujeito 
não tivesse praticado o ato. Caso do 
sujeito que está sob coação moral 
irresistível ou submetido a obediência 
hierárquica (art. 22, CP). 
 
Quando se aplica a excludente de 
ilicitude? 
Diferentemente da excludente de 
culpabilidade, excludente de ilicitude é a 
circunstância que afasta o aspecto ilícito, 
ou antijurídico, do ato. É importante 
notar que um ato pode ser tipificado sem 
ser antijurídico. O que determina isso é o 
caso concreto. 
Conforme o art. 23 do Código Penal, as 
causas excludentes de ilicitude são: 
Art. 23. Não há crime quando o agente 
pratica o fato: 
I – em estado de necessidade; 
II – em legítima defesa; 
III – em estrito cumprimento de dever 
legal ou no exercício regular de direito. 
Um bom exemplo para entender a 
excludente de ilicitude está na prática da 
medicina. Quando um cirurgião 
https://blog.sajadv.com.br/jurisprudencia-e-advocacia/
https://blog.sajadv.com.br/excludente-de-ilicitude/
 
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desempenha seu trabalho, seus atos 
poderiam ser enquadrados no tipo penal 
de lesão corporal (art. 129). Todavia, eles 
não são ilícitos porque legitimados e até 
regulados pelo Estado. Sobre o estado 
de necessidade, diz o CP: 
Art. 24. Considera-se em estado de 
necessidade quem pratica o fato para 
salvar de perigo atual, que não provocou 
por sua vontade, nem podia de outro 
modo evitar, direito próprio ou alheio, 
cujo sacrifício, nas circunstâncias, não 
era razoável exigir-se. 
A aplicação da excludente de ilicitude 
traz consigo uma exigência de 
moderação quando originada de 
legítima defesa. Conforme o art. 25 do 
CP: 
Art. 25. Entende-se em legítima defesa 
quem, usando moderadamente dos 
meios necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu 
ou de outrem. 
Assim, por exemplo, no caso de agente 
do Poder Público que emprega força 
excessiva em ato que a princípio seria de 
estrito cumprimento do dever, pode 
haver enquadramento em crime de 
abuso de autoridade. No caso de civil 
que, enfrentando ameaça por outra 
parte, faz uso exagerado de força ou 
adota meios além dos necessários, cai 
por terra a possibilidade de alegar 
legítima defesa. 
Quando se aplica a excludente 
de tipicidade? 
A excludente de tipicidade também tem 
particularidades em relação à 
excludente de culpabilidade. Ela se 
aplica à circunstância que afasta o tipo 
penal. Para entender, é preciso saber 
que não há tipo sem a especificação da 
conduta. Assim, só o ato que atende aos 
aspectos da conduta descrita é típico. 
Além disso, também é preciso saber que 
a tipificação de certos atos visa proteger 
bens jurídicos considerados 
fundamentais. 
Visto isso, dão quatro causas 
excludentes de tipicidade: 
1. Coação física absoluta; 
2. Insignificância; 
3. Adequação social; e 
4. Ausência de tipicidade 
conglobante. 
A primeira ocorre quando o sujeito é 
instrumento de outra pessoa, que 
exerce coação sobre ele. Portanto, não 
pratica, a rigor, o ato típico. 
Já a segunda hipótese é baseada 
no princípio da insignificância, ou seja, 
de que, se o bem jurídico prejudicado 
pelo ato não é fundamental, não há 
relevância penal. Então, não cabe a 
aplicação de sanção penal. 
A adequação social implica que o ato foi 
praticado em situação considerada 
adequada pela sociedade. É o caso de 
dois indivíduos que, sob regras aceitas 
livremente por ambos, ferem um ao 
outro. Embora típica, a conduta não é 
socialmente danosa, pois limitada ao 
contexto do jogo. 
Finalmente, a ausência de tipicidade 
conglobante implica que, se uma 
conduta é aceita ou encorajada pelo 
Estado, ela não pode ser considerada 
típica. Nesse sentido, cada ato precisa 
ser avaliado não apenas em relação ao 
https://blog.sajadv.com.br/principio-da-insignificancia/
 
15 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
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Código Penal, mas a todo o 
ordenamento jurídico. 
Aqui, vale dizer que, admitida a teoria da 
tipicidade conglobante, algumas 
circunstâncias consideradas excludentes 
de ilicitude passam a ser consideradas 
excludentes de tipicidade. É o que ocorre 
com o exemplo do médico que realiza 
uma cirurgia. 
 
3. Contravenção. 
 
Contravenção é uma infração 
penal considerada como "crime menor" 
ou como é conhecido, ‘’ crime anão’’. 
É punida com pena 
de prisão simples, multa ou ambas. 
Diferenciação entre crime e 
contravenção 
A contravenção é uma infração 
considerada de menor gravidade que o 
crime. 
 
4. Dos crimes contra a vida 
(homicídio, lesão corporal e 
rixa). 
 
Homicídio 
Conceito: matar alguém dolosamente. 
(Com intenção, ter vontade de matar.) 
Pena: reclusão de seis a vinte anos. 
 
CRIME HEDIONDO: 
Todo Homicídio Qualificado é 
Hediondo. 
 Só é Hediondo o crime simples 
praticado por grupos de extermínio. 
 
Homicídio Privilegiado: 
Haverá pena mais branda de 1/3 para 
1/6 se o agente pratica homicídio for 
cometido sob relevância moral. 
Exemplo: matar o serial killer que 
matou o filho de outrem. 
 
Homicídio Qualificado: 
Mediante paga ou promessa de dívida, 
motivo fútil, com emprego de veneno, 
fogo, explosivo, cruel, asfixia, tortura 
(que é assemelhado à hediondo), 
traição, emboscada, anulação de 
defesa da vítima. 
 
Pena: de 12 a 30 anos. 
 
Homicídio Doloso Majorado: 
Praticado contra menores de idade e 
contra pessoas acima de 60 anos de 
idade. 
 
Homicídio Culposo Majorado: 
Quando o agente deixa de prestar 
socorro, principalmente quando ele 
não poderia, de forma alguma, ter se 
omitido. Exemplo: Bombeiro Militar. 
 
Lesão Corporal 
 
a) Lesão Corporal Leve: quando ocorre 
apenas escoriações, arranhões 
causados pelo agente que pratica a 
lesão. 
(Pense assim: quando o ferimento não 
causa perda de nenhum membro, que 
não vai deixar a pessoa ‘’ aleijada’’.) 
 
b) Lesão Corporal Grave: quando 
ocorre perde dedos, olho ou de algo 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Infra%C3%A7%C3%A3o_penal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Infra%C3%A7%C3%A3o_penal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crime
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pris%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Multa
 
16 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
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que possa deixar a vítima com 
dificuldades de se locomover. 
(A pessoa não perde um membro, mas 
ela vai ter algum dano decorrente 
daquele ferimento.) 
 
c) Lesão Corporal Gravíssima: Quando 
a vítima, por exemplo, perde um braço, 
uma perna. 
(Aqui, a pessoa perde um membro, os 
danos são para o resto da vida.) 
 
d) Lesão Corporal Seguida de Morte: 
quando a vítima vai a óbito por algum 
dano ou lesão culposa cometida pelo 
agente, que não teve a intensão de 
matar. Pena majorada de até 30 anos, 
em regime fechado. 
(É importante frisar que para que 
ocorra a lesão corporal seguida de 
morte, a pessoa NÃO pode ter intenção 
de matar.) 
 
e) Lesão Corporal Majorada: quando a 
vítima for maior de 60 anos idade 
idade, menor de idade ou contra 
pessoas que sejam portadores de 
locomoção. (Os vulneráveis) 
 
f) Lesão Corporal Qualificada: quando 
a lesão é de natureza grave ou 
gravíssima. 
 
 Rixa 
 
Consiste em agressão generalizada de 
vários agentes. A Rixa deve ter mais 3 
pessoas. 
 
-> Não se pune aquela que entrou para 
separar
os rixosos 
 
Os rixosos não podem alegar legítima 
defesa. 
 
Rixa Qualificada: quando a rixa resulta 
morte, onde todos os que participaram 
responderão pelo mesmo crime. 
 
Em uma briga de gangues, por 
exemplo, não haverá rixa, uma vez que 
se conhece quem são os líderes das 
gangues. A mesma coisa ocorre quando 
há brigas de torcidas organizadas, de 
um time de futebol, onde eu sei quem 
são os líderes da revolta. Nesse caso, 
não haverá rixa. 
 
 
5. Dos crimes contra a liberdade 
pessoal (ameaça, sequestro e 
cárcere privado). 
 
AMEAÇA 
O crime de ameaça é previsto no artigo 
147 do CP e consiste no ato de ameaçar 
alguém, por palavras, gestos ou outros 
meios, de lhe causar mal justo e grave e, 
como punição, a lei determina detenção 
de um a seis meses ou multa. 
 
A promessa de mal pode ser contra 
própria vítima, contra pessoa próxima ou 
até contra seus bens. 
 
A ameaça é considerada um crime de 
menor potencial ofensivo, por isso é 
apurado pelos juizados especiais 
criminais, e o condenado pode ter a 
pena de prisão substituída por outra 
pena alternativa, como prestação de 
 
17 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
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serviços a comunidade, pagamento de 
cestas básicas a alguma instituição, 
dentre outras. 
Para a ocorrência do crime não precisa 
que o criminoso cumpra o que disse, 
basta que ele tenha intenção de causar 
medo e que a vítima se sinta 
aterrorizada. 
 
Art. 174 – Ameaçar alguém, por palavra, 
escrito ou gesto, ou qualquer outro meio 
simbólico, de causar-lhe mal injusto e 
grave. 
Pena: 1 a 6 meses ou multa. 
Parágrafo único: Somente se procede 
mediante representação. 
 
 
SEQUESTRO E CÁRCERE 
PRIVADO 
 
“Privar alguém, de sua liberdade, 
mediante sequestro ou cárcere 
privado”. 
 
Há uma diferença entre ambos os 
crimes, pois no sequestro a vítima tem 
maior liberdade de locomoção (vítima 
presa numa fazenda). Já no cárcere 
privado, a vítima vê-se submetida a uma 
privação de liberdade num recinto 
fechado, como por exemplo: dentro de 
um quarto ou armário. 
O crime de cárcere privado pode se dar 
de duas formas, por meio da detenção 
e sequestro; a detenção ocorre quando 
a violência exercida sobre a pessoa 
consiste no impedimento ou obstáculo 
de sair de um certo determinado lugar; 
e já no sequestro compreende-se o fato 
de conservar a pessoa em lugar solitário 
e ignorado, de modo que difícil seria a 
vítima obter socorro de outro. 
Art. 148 – Privar alguém de sua 
liberdade, 
mediante sequestro ou cárcere privado: 
Pena – reclusão, de um a três anos. 
§ 1º – A pena é de reclusão, de dois a 
cinco anos: 
 
Inciso I 
I – se a vítima 
é ascendente, descendente, cônjuge 
ou companheiro do agente ou maior de 
60 (sessenta) anos; 
 Na antiga redação deste inciso não 
havia proteção penal relacionado aos 
companheiros, com a nova redação do 
artigo atual foi incluído essa proteção. 
E a pena é de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, 
conforme estabelecido. 
 
Houve uma necessidade de igualdade 
entre “conjugue e companheiro”, para 
que no sentido apontado ensejasse 
punição mais severa ao réu (ou à ré), 
vedada em razão da ausência de 
expressa cominação legal. 
 
Inciso II 
II – se o crime é praticado mediante 
internação da vítima em casa de saúde 
ou hospital; 
Quando o crime for praticado mediante 
internação da vítima em casa de saúde 
ou hospital. É preciso que tal internação 
ocorra com o dissentimento do 
indivíduo, para que a internação 
configure o delito em estudo. É, do 
mesmo modo, exigido que a internação 
não decorra de permissão legal ou não 
seja tolerada pelo meio social – se 
houver justa causa para a privação da 
liberdade física, não há que se falar no 
 
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crime em tela, ou seja, "a razão da 
maior punibilidade reside no emprego 
de meio fraudulento 
Inciso III 
III – se a privação da liberdade dura mais 
de 15 (quinze) dias; 
É irrelevante o tempo de duração da 
restrição de liberdade para configurar o 
delito, mas se ultrapassar o tempo de 
15 dias, o crime passa a ser qualificado. 
IV – se o crime é praticado contra menor 
de 18 (dezoito) anos; 
A nova lei acrescentou ao § 1º o inc. IV 
com a seguinte redação: “se o crime é 
praticado contra menor de 18 (dezoito) 
anos”. 
A modificação é bem-vinda, pois, com 
ela, fica estabelecida a harmonia no 
sistema de proteção ao menor de 18 
(dezoito) anos, em coerência com o 
disposto na segunda figura do § 1º do 
art. 159 do Código Penal. 
Considerando que o crime de sequestro 
ou cárcere privado é de natureza 
permanente, em algumas situações a 
privação da liberdade poderá iniciar 
quando a vítima for menor de dezoito 
anos e terminar após ela ter 
completado tal idade. Ainda será 
possível, em outra situação, que a 
privação da liberdade tenha se iniciado 
antes da nova lei e perdurado para além 
de seu ingresso no ordenamento. 
A tentadora compreensão inversa 
levaria à conclusão no seguinte sentido: 
se a privação da liberdade iniciar 
quando a vítima ainda contar com 
menos de 18 (dezoito) anos, porém, se 
estender para além da data em que 
atingida tal idade, a qualificadora estará 
afastada. 
Se verificada a hipótese exatamente 
como acima citada; com o 
prolongamento da privação da 
liberdade o réu estaria a se beneficiar, 
deixando de incidir em pena de dois a 
cinco anos, acabando por ser 
“agraciado” com a adequação típica de 
sua conduta no preceito primário, com 
pena cominada entre um e três anos, de 
reclusão. 
Aqui, a prolongação do sofrimento da 
vítima seria benéfica ao réu, o que não 
se pode admitir eticamente, tampouco 
à luz do disposto no art. 4º do Código 
Penal, conforme anotado. 
Na outra situação indicada, onde a 
privação da liberdade do menor de 
dezoito anos teve início antes da lei e se 
alongou para depois de sua vigência, a 
natureza permanente do crime impede, 
por absoluto, o não reconhecimento da 
qualificadora, hipótese claramente 
incogitável. 
Crime praticado para fins libidinosos 
 
V – se o crime é praticado com fins 
libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, 
de 2005) 
A última alteração feita no art. 148 
decorre do inciso V, que também foi 
acrescido ao § 1º. 
Pela nova previsão, se o sequestro ou o 
cárcere privado for praticado para fins 
libidinosos o crime também será 
qualificado e contará, obviamente, com 
pena mais elevada (reclusão, de dois a 
cinco anos). 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10618790/par%C3%A1grafo-1-artigo-159-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10618841/artigo-159-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10639607/artigo-4-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art148%C2%A7%201v
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art148%C2%A7%201v
 
19 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
@maai.leite_futurapfem 
Atos libidinosos são aqueles praticados 
com a finalidade de satisfazer a lascívia, 
o prazer sexual. 
Se o crime for cometido para o fim 
de manter relação sexual (cópula 
vagínica) ou para a prática de 
qualquer ato libidinoso diverso da 
conjunção carnal (coito anal ou felação, 
por exemplo), a forma qualificada 
estará presente. 
 
§ 2º – Se resulta à vítima, em razão de 
maus-tratos ou da natureza da 
detenção, grave sofrimento físico ou 
moral: 
Pena – reclusão, de dois a oito anos. 
 
Qualifica-se o sequestro e o cárcere 
privado pelo resultado
no § 2º do artigo 
148, de modo que, em virtude dos 
maus-tratos ou da natureza da 
detenção, o agente provoque à vítima 
lesões corporais ou a sua morte, haverá 
concurso material entre o sequestro 
qualificado e o resultado atingido. No 
caso de vias de fato, estas serão 
absorvidas; da mesma forma, em 
virtude da natureza da detenção, a qual 
possa trazer sofrimento físico ou moral 
à vítima, haverá a incidência da 
qualificadora. 
3.0 Sujeito ativo 
Como se trata de crime comum, pode 
ser qualquer pessoa, não requerendo 
nenhuma qualidade ou condição 
particular; se, no entanto, apresentar a 
qualidade de funcionário público, e 
praticar o fato no exercício de suas 
funções, poderá configurar-se o crime 
de abuso de autoridade (Lei 
n. 4.898/65). Igualmente e recebe e/ou 
recolher alguém à prisão, sem ordem 
escrita da autoridade competente, 
também incorre em crime de abuso de 
autoridade. 
 
4.0 Sujeito passivo 
Qualquer pessoa 
5.0 Consumação e tentativa 
Consumação- consuma-se no instante 
em que a vítima se vê privada de sua 
liberdade de ir e vir. Assim, não há que 
se falar em consumação apenas quando 
a vítima ficar um tempo razoável em 
poder do agente. Como dito alhures, o 
dolo é específico: privar a liberdade de 
pessoa humana. Ou seja: privada a 
liberdade, mediante sequestro ou 
cárcere privado, nem que seja por cinco 
minutos, restará consumado o delito. 
 
Tentativa- como crime material admite-
se a tentativa, que se verifica com a 
pratica de atos de execução, sem 
chegar à restrição da liberdade da 
vítima, como, por exemplo, quando o 
sujeito ativo está encerrando a vítima 
em um deposito é surpreendido e 
impedido de consumar seu intento. 
Tratando-se, porém, da forma omissiva, 
a tentativa é de difícil ocorrência. 
6.0 Pena e ação penal 
A pena cominada é de reclusão, de um 
a três anos na figura simples. 
A sansão penal é dois a cinco anos se a 
vítima for ascendente descente ou 
cônjuge do agente; se o crime é 
praticado mediante internação da 
vítima em casa de saúde ou hospital; ou 
se a privação da liberdade dura mais de 
15 dias (§ 1º). 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104075/lei-de-abuso-de-autoridade-lei-4898-65
 
20 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
@maai.leite_futurapfem 
Se, no entanto, em razão de maus-
tratos ou da natureza da detenção, 
resultar para a vítima grave sofrimento 
físico ou moral, a pena de reclusão será 
de dois a oito anos (§ 2º). 
A ação penal é pública condicionada não 
sendo exigida nenhuma condição de 
procedibilidade. 
Conclusão 
Como visto em relação ao 
art. 148 do Código Penal foram feitas 
alterações que implicaram em novas 
formas de adequação típica qualificada. 
Só valerá as qualificadoras descritas, se 
o crime ocorreu depois da alteração da 
lei. Não será agravada a pena no crime 
que tenha ocorrido antes das novas 
disposições que tange os fatos 
passados, consumados antes do 
ingresso das novas disposições no 
universo jurídico. 
 
6. Dos crimes contra o 
patrimônio (furto, roubo, 
extorsão, apropriação indébita, 
estelionato e outras fraudes e 
receptação). 
 
 
Os crimes contra o patrimônio são 
aqueles que atentam diretamente contra 
o patrimônio de uma pessoa ou 
organização. Considera-se patrimônio de 
uma pessoa física ou organização os seus 
bens, o poderio econômico e, entre 
outros, a universalidade de direitos que 
tenham expressão econômica para seu 
proprietário. 
 
FURTO 
De acordo com a doutrina, furto é a 
subtração de coisa alheia móvel para 
si ou para outrem com o fim de 
apoderar-se dela de modo definitivo. 
 
Art. 155. Subtrair, para si ou para 
outrem, coisa alheia móvel: 
 Pena - reclusão, de um a quatro 
anos, e multa. 
 
§ 1º - A pena aumenta-se de um 
terço, se o crime é praticado durante 
o repouso noturno. 
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é 
de pequeno valor a coisa furtada, o 
juiz pode substituir a pena de 
reclusão pela de detenção, diminuí-
la de um a dois terços, ou aplicar 
somente a pena de multa. 
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a 
energia elétrica ou qualquer outra 
que tenha valor econômico. 
 É importante notar, no 
parágrafo primeiro, o agravo de 
pena quando o crime acontece 
durante o repouso noturno. E, 
logo no segundo, traz a cláusula 
de diminuição de pena caso o réu 
seja primário. 
FURTO DE COISA COMUM 
 
Art. 156. Subtrair o condômino, 
coerdeiro ou sócio, para si ou para 
outrem, a quem legitimamente a 
detém, a coisa comum: 
Pena - detenção, de seis meses a dois 
anos, ou multa. 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10621565/artigo-148-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
 
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§ 1º - Somente se procede mediante 
representação. 
 
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa 
comum fungível, cujo valor não excede 
a quota a que tem direito o agente. 
 
ROUBO 
Art. 157. 
Subtrair coisa móvel alheia, para si ou 
para outrem, mediante grave ameaça 
ou violência a pessoa, ou depois de 
havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e 
multa. 
 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, 
logo depois de subtraída a coisa, 
emprega violência contra pessoa ou 
grave ameaça, a fim de assegurar a 
impunidade do crime ou a detenção da 
coisa para si ou para terceiro. 
 
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço 
até metade: 
I - se a violência ou ameaça é exercida 
com emprego de arma; 
II - se há o concurso de duas ou mais 
pessoas; 
III - se a vítima está em serviço de 
transporte de valores e o agente 
conhece tal circunstância. 
IV - se a subtração for de veículo 
automotor que venha a ser transportado 
para outro Estado ou para o exterior; 
V - se o agente mantém a vítima em seu 
poder, restringindo sua liberdade. 
 
§ 3º - Se da violência resulta lesão 
corporal grave, a pena é de reclusão, de 
sete a quinze anos, além de multa; se 
resulta morte, a reclusão é de vinte a 
trinta anos, sem prejuízo da multa. 
 
 
Causas de aumento de pena 
I - se a violência ou ameaça é exercida 
com emprego de arma; 
O fundamento da agravante reside no 
maior perigo que o emprego da arma 
envolve motivo pelo qual é 
indispensável que o instrumento usado 
pelo agente (arma própria ou 
imprópria), tenha idoneidade para 
ofender a incolumidade física. 
II - se há o concurso de duas ou mais 
pessoas; 
A doutrina prevalente assevera que não 
há necessidade de estarem todos os 
agentes presentes no local do crime, 
basta haver o concurso de duas ou mais 
pessoas. 
III - se a vítima está em serviço de 
transporte de valores e o agente conhece 
tal circunstância. 
A norma tutela aqueles que 
transportam valores. Qualquer tipo de 
valor como ouro, dinheiro, pedras 
preciosas etc. O agente deve saber que 
a vítima está a transportar valores, dolo 
direto, portanto. 
IV - se a subtração for de veículo 
automotor que venha a ser transportado 
para outro Estado ou para o exterior; 
Para a consumação do delito é 
necessário que o veículo seja levado 
para outro Estado ou país, não havendo, 
assim, possibilidade de ocorrer 
tentativa. Ou leva e ingressa com o 
veículo em outro Estado ou país e o 
crime está consumado, ou não ingressa 
e o crime será de furto ou roubo 
conforme a circunstância. 
V - se o agente mantém a vítima em seu 
poder, restringindo sua liberdade. 
Objeto do agente, após o emprego da 
violência ou grave ameaça, é manter a 
 
22 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
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vítima em seu poder e assim facilitar a 
subtração. A restrição de liberdade da 
vítima deve ser por tempo razoável, 
suficiente para que o agente consuma o 
delito sem ser descoberto pela polícia. 
Qualificadoras do roubo 
Se a violência resulta lesão corporal
grave, a pena é de reclusão, de 7 a 15 
anos, além de multa; se resulta morte, a 
reclusão é de 20 a 30 anos, sem prejuízo 
de multa. Trata-se de crime 
considerado qualificado pelo resultado 
em que as lesões graves ou morte 
podem advir de dolo ou culpa. 
O tipo fala em violência que deve ser 
entendida como física e não moral, logo 
se a vítima num roubo, mediante grave 
ameaça, vier a morrer em virtude de 
uma parada cardíaca, o crime será de 
roubo em concurso material com 
homicídio e não de latrocínio. 
Homicídio consumado e roubo 
consumado: Haverá latrocínio. 
Homicídio tentado e roubo 
tentado: Haverá tentativa de latrocínio. 
Tentativa de homicídio e roubo 
consumado: Haverá tentativa de 
latrocínio. 
Homicídio consumado e roubo tentado: 
Haverá latrocínio. 
A Doutrina e jurisprudência têm 
considerado consumado o latrocínio 
quando ocorre a morte da vítima, ainda 
que o agente não tenha logrado 
apossar-se da coisa que pretendia 
subtrair. 
 
EXTORSÃO 
 
Art. 158. 
Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça, e com o 
intuito de obter para si ou para outrem 
indevida vantagem econômica, a fazer, 
tolerar que se faça ou deixar fazer 
alguma coisa: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e 
multa. 
 
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou 
mais pessoas, ou com emprego de 
arma, aumenta-se a pena de um terço 
até metade. 
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada 
mediante violência o disposto no § 3º do 
artigo anterior. 
§ 3o Se o crime é cometido mediante a 
restrição da liberdade da vítima, e essa 
condição é necessária para a obtenção 
da vantagem econômica, a pena é de 
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, 
além da multa; se resulta lesão corporal 
grave ou morte, aplicam-se as penas 
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, 
respectivamente. (Incluído pela Lei nº 
11.923, de 2009) 
 
Causas de aumento de pena 
Se o crime for cometido por duas ou 
mais pessoas, ou com emprego de 
arma, aumenta-se a pena de um terço 
até a metade. Há necessidade das duas 
pessoas estarem presentes no local dos 
fatos para incidir na majorante, assim 
como o emprego efetivo da arma 
quando da realização do delito. 
No caso de ocorrer morte ou lesão 
corporal grave, o fato de o coautor não 
haver disparado a arma, não afasta a 
sua responsabilidade pela extorsão 
qualificada. 
 
23 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
@maai.leite_futurapfem 
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO 
(SEQUESTRO RELÂMPAGO) 
 
Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de 
obter, para si ou para outrem, qualquer 
vantagem, como condição ou preço do 
resgate: 
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. 
 
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 
(vinte e quatro) horas, se o sequestrado 
é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 
(sessenta) anos, ou se o crime é 
cometido por bando ou quadrilha. 
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
 
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal 
de natureza grave: 
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e 
quatro anos. 
 
§ 3º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de vinte e quatro a 
trinta anos. 
 
§ 4º - Se o crime é cometido em 
concurso, o concorrente que o 
denunciar à autoridade, facilitando a 
libertação do sequestrado, terá sua 
pena reduzida de um a dois terços. 
 
EXTORSÃO INDIRETA 
Art. 160. Exigir ou receber, como 
garantia de dívida, abusando da 
situação de alguém, documento que 
pode dar causa a procedimento criminal 
contra a vítima ou contra terceiro: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e 
multa. 
 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
 
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia 
móvel, de que tem a posse ou a 
detenção: 
 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e 
multa. 
Aumento de pena 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, 
quando o agente recebeu a coisa: 
 
I - em depósito necessário; 
II - na qualidade de tutor, curador, 
síndico, liquidatário, inventariante, 
testamenteiro ou depositário judicial; 
III - em razão de ofício, emprego ou 
profissão. 
 
ESTELIONATO E OUTRAS 
FRAUDES 
Estelionato 
 
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, 
vantagem ilícita, em prejuízo alheio, 
induzindo ou mantendo alguém em 
erro, mediante artifício, ardil, ou 
qualquer outro meio fraudulento: 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) 
anos, e multa. 
 
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de 
pequeno valor o prejuízo, o juiz pode 
aplicar a pena conforme o disposto no 
art. 155, § 2º. 
 
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
 
Disposição de coisa alheia como própria 
 
I - vende, permuta, dá em pagamento, 
em locação ou em garantia coisa alheia 
como própria; 
 
Alienação ou oneração fraudulenta de 
coisa própria 
 
24 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
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II - vende, permuta, dá em pagamento 
ou em garantia coisa própria 
inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, 
ou imóvel que prometeu vender a 
terceiro, mediante pagamento em 
prestações, silenciando sobre qualquer 
dessas circunstâncias; 
 
Defraudação de penhor 
 
III - defrauda, mediante alienação não 
consentida pelo credor ou por outro 
modo, a garantia pignoratícia, quando 
tem a posse do objeto empenhado; 
 
Fraude na entrega de coisa 
 
IV - defrauda substância, qualidade ou 
quantidade de coisa que deve entregar 
a alguém; 
 
Fraude para recebimento de indenização 
ou valor de seguro 
 
V - destrói, total ou parcialmente, ou 
oculta coisa própria, ou lesa o próprio 
corpo ou a saúde, ou agrava as 
consequências da lesão ou doença, com 
o intuito de haver indenização ou valor 
de seguro; 
 
Fraude no pagamento por meio de 
cheque 
 
VI - emite cheque, sem suficiente 
provisão de fundos em poder do sacado, 
ou lhe frustra o pagamento. 
 
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, 
se o crime é cometido em detrimento de 
entidade de direito público ou de 
instituto de economia popular, 
assistência social ou beneficência. 
 
 
Duplicata simulada 
 
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou 
nota de venda que não corresponda à 
mercadoria vendida, em quantidade ou 
qualidade, ou ao serviço prestado. 
 
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) 
anos, e multa. (Redação dada pela Lei 
nº 8.137, de 27.12.1990) 
Parágrafo único - Nas mesmas penas 
incorrerá aquele que falsificar ou 
adulterar a escrituração do Livro de 
Registro de Duplicatas. (Parágrafo 
acrescentado pela Lei nº 5.474, de 
18.7.1968) 
 
Abuso de incapazes 
 
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio 
ou alheio, de necessidade, paixão ou 
inexperiência de menor, ou da 
alienação ou debilidade mental de 
outrem, induzindo qualquer deles à 
prática de ato suscetível de produzir 
efeito jurídico, em prejuízo próprio ou 
de terceiros. 
 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) 
anos, e multa. 
 
Induzimento à especulação 
 
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio 
ou alheio, da inexperiência ou da 
simplicidade ou inferioridade mental de 
outrem, induzindo-o à prática de jogo 
ou aposta, ou à especulação com títulos 
ou mercadorias, sabendo ou devendo 
saber que a operação é ruinosa: 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) 
anos, e multa. 
 
 
 
25 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
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Fraude no comércio 
 
Art. 175 - Enganar, no exercício de 
atividade comercial, o adquirente ou 
consumidor: 
 
I - vendendo, como verdadeira ou 
perfeita, mercadoria falsificada ou 
deteriorada; 
 
II - entregando uma mercadoria por 
outra: 
 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 
(dois) anos, ou multa. 
 
§ 1º - Alterar em obra que lhe é 
encomendada a qualidade ou o peso de 
metal ou substituir, no mesmo caso, 
pedra verdadeira por falsa ou por outra 
de menor valor; vender pedra falsa por 
verdadeira; vender, como precioso, 
metal de ou outra qualidade: 
 
 
RECEPTAÇÃO 
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, 
conduzir ou ocultar, em proveito próprio 
ou alheio, coisa que sabe ser produto de 
crime, ou influir para que terceiro, de 
boa-fé, a adquira, receba
ou oculte: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e 
multa. 
 
Receptação qualificada 
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, 
conduzir, ocultar, ter em depósito, 
desmontar, montar, remontar, vender, 
expor à venda, ou de qualquer forma 
utilizar, em proveito próprio ou alheio, 
no exercício de atividade comercial ou 
industrial, coisa que deve saber ser 
produto de crime: 
Pena - reclusão, de três a oito anos, e 
multa. 
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, 
para efeito do parágrafo anterior, 
qualquer forma de comércio irregular 
ou clandestino, inclusive o exercício em 
residência. 
 
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por 
sua natureza ou pela desproporção 
entre o valor e o preço, ou pela 
condição de quem a oferece, deve 
presumir-se obtida por meio criminoso: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, 
ou multa, ou ambas as penas. 
 
§ 4º - A receptação é punível, ainda que 
desconhecido ou isento de pena o autor 
do crime de que proveio a coisa. 
 
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o 
criminoso é primário, pode o juiz, tendo 
em consideração as circunstâncias, 
deixar de aplicar a pena. Na receptação 
dolosa aplica-se o disposto no § 2º do 
art. 155. 
 
§ 6 o Tratando-se de bens do 
patrimônio da União, de Estado, do 
Distrito Federal, de Município ou de 
autarquia, fundação pública, empresa 
pública, sociedade de economia mista 
ou empresa concessionária de serviços 
públicos, aplica-se em dobro a pena 
prevista no caput deste artigo. 
 
Receptação de animal 
 
Art. 180-A. Adquirir, receber, 
transportar, conduzir, ocultar, ter em 
depósito ou vender, com a finalidade de 
produção ou de comercialização, 
semovente domesticável de produção, 
ainda que abatido ou dividido em 
partes, que deve saber ser produto de 
crime: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) 
anos, e multa. 
 
 
26 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
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7. Dos crimes contra a dignidade 
sexual. 
Estupro 
Art. 213 - Constranger alguém, 
mediante violência ou grave ameaça, a 
ter conjunção carnal ou a praticar ou 
permitir que com ele se pratique outro 
ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 
(dez) anos. 
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal 
de natureza grave ou se a vítima é menor 
de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) 
anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 
(doze) anos. 
§ 2o Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 
(trinta) anos.” 
Violação sexual mediante 
fraude 
Art. 215 - Ter conjunção carnal ou 
praticar outro ato libidinoso com 
alguém, mediante fraude ou outro meio 
que impeça ou dificulte a livre 
manifestação de vontade da vítima: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 
(seis) anos. 
Parágrafo único. Se o crime for cometido 
com o fim de obter vantagem 
econômica, aplica-se também multa. 
 
Assédio sexual 
Art. 216-A. Constranger alguém com o 
intuito de obter vantagem ou 
favorecimento sexual, prevalecendo-se 
o agente da sua condição de superior 
hierárquico ou ascendência inerentes 
ao exercício de emprego, cargo ou 
função. 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) 
anos. 
§ 2o A pena é aumentada em até um 
terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) 
anos. 
 
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA 
VULNERÁVEL 
Art. 218 - Induzir alguém menor de 14 
(catorze) anos a satisfazer a lascívia de 
outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 
(cinco) anos. 
 Ação penal 
Art 225 - Nos crimes definidos nos 
Capítulos I e II deste Título, procede-se 
mediante ação penal pública 
condicionada à representação. 
Parágrafo único: Procede-se, entretanto, 
mediante ação penal pública 
incondicionada se a vítima é menor de 
18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.” 
(NR) 
 
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE 
PESSOA PARA FIM DE 
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA 
DE 
EXPLORAÇÃO SEXUAL 
 
27 D I R E I T O P E N A L – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA – EDITAL 02.2019 
@maai.leite_futurapfem 
Favorecimento da prostituição ou 
outra forma de exploração sexual 
Art 228 - Induzir ou atrair alguém 
à prostituição ou outra forma de 
exploração sexual, facilitá-la, impedir ou 
dificultar que alguém a abandone: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 
(cinco) anos, e multa. 
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, 
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, 
companheiro, tutor ou curador, 
preceptor ou empregador da vítima, ou 
se assumiu, por lei ou outra forma, 
obrigação de cuidado, proteção ou 
vigilância: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 
(oito) anos. 
Art 229 - Manter, por conta 
própria ou de terceiro, estabelecimento 
em que ocorra exploração sexual, haja, 
ou não, intuito de lucro ou mediação 
direta do proprietário ou gerente: 
 Rufianismo 
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição 
alheia, participando diretamente de 
seus lucros ou fazendo-se sustentar, no 
todo ou em parte, por quem a exerça: 
 
 Pena - reclusão, de um a quatro 
anos, e multa. 
§ 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) 
e maior de 14 (catorze) anos ou se o 
crime é cometido por ascendente, 
padrasto, madrasta, irmão, enteado, 
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, 
preceptor ou empregador da vítima, ou 
por quem assumiu, por lei ou outra 
forma, obrigação de cuidado, proteção 
ou vigilância: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 
(seis) anos, e multa. 
§ 2o Se o crime é cometido mediante 
violência, grave ameaça, fraude ou outro 
meio que impeça ou dificulte a livre 
manifestação da vontade da vítima: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 
(oito) anos, sem prejuízo da pena 
correspondente à violência.” (NR) 
Tráfico internacional de pessoa 
para fim de exploração sexual 
 Art 231 - Promover ou facilitar a 
entrada, no território nacional, de 
alguém que nele venha a exercer a 
prostituição ou outra forma de 
exploração sexual, ou a saída de alguém 
que vá exercê-la no estrangeiro. 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 
(oito) anos. 
§ 1o Incorre na mesma pena aquele que 
agenciar, aliciar ou comprar a pessoa 
traficada, assim como, tendo 
conhecimento dessa condição, 
transportá-la, transferi-la ou alojá-la. 
§ 2o A pena é aumentada da metade se: 
I - a vítima é menor de 18 (dezoito) 
anos; 
II - a vítima, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato; 
III - se o agente é ascendente, 
padrasto, madrasta, irmão, enteado, 
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, 
preceptor ou empregador da vítima, ou 
se assumiu, por lei ou outra forma, 
obrigação de cuidado, proteção ou 
vigilância; ou 
 
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IV - há emprego de violência, 
grave ameaça ou fraude. 
§ 3o Se o crime é cometido com o 
fim de obter vantagem econômica, 
aplica-se também multa.” (NR) 
Tráfico interno de pessoa para fim 
de exploração sexual 
Art. 231 - Promover ou facilitar o 
deslocamento de alguém dentro do 
território nacional para o exercício da 
prostituição ou outra forma de 
exploração sexual: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 
(seis) anos. 
§ 1o Incorre na mesma pena aquele que 
agenciar, aliciar, vender ou comprar a 
pessoa traficada, assim como, tendo 
conhecimento dessa condição, 
transportá-la, transferi-la ou alojá-la. 
§ 2o A pena é aumentada da metade se: 
I - a vítima é menor de 18 (dezoito) 
anos; 
II - a vítima, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato; 
III - se o agente é ascendente, 
padrasto, madrasta, irmão, enteado, 
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, 
preceptor ou empregador da vítima, ou 
se assumiu, por lei ou outra forma, 
obrigação de cuidado, proteção ou 
vigilância; ou 
IV - há emprego de violência, 
grave ameaça ou fraude. 
§ 3o Se o crime é cometido com o fim de 
obter vantagem econômica, aplica-se 
também multa.” (NR) 
Estupro de vulnerável 
Art. 217 - Ter conjunção carnal ou 
praticar outro
ato libidinoso com menor 
de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 
(quinze) anos. 
§ 1o Incorre na mesma pena quem 
pratica as ações descritas no caput com 
alguém que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou 
que, por qualquer outra causa, não pode 
oferecer resistência. 
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal 
de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 
(vinte) anos. 
§ 4o Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 
(trinta) anos.” 
Satisfação de lascívia mediante 
presença de criança ou 
adolescente 
Art. 218 –A- Praticar, na presença 
de alguém menor de 14 (catorze) anos, 
ou induzi-lo a presenciar, conjunção 
carnal ou outro ato libidinoso, a fim de 
satisfazer lascívia própria ou de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 
(quatro) anos.” 
 
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Favorecimento da prostituição ou 
outra forma de exploração sexual 
de vulnerável 
Art 218-B- Submeter, induzir ou 
atrair à prostituição ou outra forma de 
exploração sexual alguém menor de 18 
(dezoito) anos ou que, por enfermidade 
ou deficiência mental, não tem o 
necessário discernimento para a prática 
do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar 
que a abandone: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 
(dez) anos. 
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de 
obter vantagem econômica, aplica-se 
também multa. 
§ 2o Incorre nas mesmas penas: 
I - quem pratica conjunção carnal 
ou outro ato libidinoso com alguém 
menor de 18 (dezoito) e maior de 14 
(catorze) anos na situação descrita 
no caput deste artigo; 
II - o proprietário, o gerente ou o 
responsável pelo local em que se 
verifiquem as práticas referidas 
no caput deste artigo. 
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, 
constitui efeito obrigatório da 
condenação a cassação da licença de 
localização e de funcionamento do 
estabelecimento.” 
 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Aumento de pena 
 Art. 234-A. Nos crimes previstos 
neste Título a pena é aumentada: 
III - de metade, se do crime 
resultar gravidez; 
IV - de um sexto até a metade, se 
o agente transmite à vítima doença 
sexualmente transmissível de que sabe 
ou deveria saber ser portador.” 
 Art. 234-B. Os processos em que se 
apuram crimes definidos neste Título 
correrão em segredo de justiça.” 
 Art. 244-B. Corromper ou facilitar a 
corrupção de menor de 18 (dezoito) 
anos, com ele praticando infração penal 
ou induzindo-o a praticá-la: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 
(quatro) anos. 
§ 1o Incorre nas penas previstas 
no caput deste artigo quem pratica as 
condutas ali tipificadas utilizando-se de 
quaisquer meios eletrônicos, inclusive 
salas de bate-papo da internet. 
§ 2o As penas previstas no caput deste 
artigo são aumentadas de um terço no 
caso de a infração cometida ou induzida 
estar incluída no rol do art. 1o da Lei 
no 8.072, de 25 de julho de 1990.” 
 
 
8. Dos crimes contra a paz 
pública (associação criminosa). 
 
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais 
pessoas, para o fim específico de 
cometer crimes: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) 
anos. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art244b
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8072.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8072.htm#art1
 
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Parágrafo único. A pena aumenta-se até 
a metade se a associação é armada ou se 
houver a participação de criança ou 
adolescente. 
O sujeito passivo é a coletividade, e o 
grupo de pessoas deve se unir para 
praticar um número indeterminado de 
crimes. Ademais, essa união de pessoas 
deverá ter vínculo permanente e estável, 
sendo por isso inadmissível a tentativa. 
O elemento subjetivo é o dolo de 
associar-se a fim de cometer número 
indeterminado de crimes. 
A pena é aumentada até a metade 
quando a associação estiver armada ou 
quando houver a participação de criança 
ou adolescente. 
 
 
9. Lei Federal n° 9.455, de 07 de 
abril de 1997 (Crimes de 
tortura). 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com 
emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou 
mental: 
a) com o fim de obter informação, 
declaração ou confissão da vítima ou de 
terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão 
de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial 
ou religiosa; 
II - submeter alguém, sob sua 
guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, 
a intenso sofrimento físico ou mental, 
como forma de aplicar castigo pessoal 
ou medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem 
submete pessoa presa ou sujeita a 
medida de segurança a sofrimento físico 
ou mental, por intermédio da prática de 
ato não previsto em lei ou não resultante 
de medida legal. 
§ 2º Aquele que se omite em face dessas 
condutas, quando tinha o dever de evitá-
las ou apurá-las, incorre na pena de 
detenção de um a quatro anos. 
§ 3º Se resulta lesão corporal de 
natureza grave ou gravíssima, a pena é 
de reclusão de quatro a dez anos; se 
resulta morte, a reclusão é de oito a 
dezesseis anos. 
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até 
um terço: 
I - se o crime é cometido por 
agente público; 
II – se o crime é cometido contra 
criança, gestante, portador de 
deficiência, adolescente ou maior de 60 
(sessenta) anos; 
III - se o crime é cometido 
mediante sequestro. 
§ 5º A condenação acarretará a perda do 
cargo, função ou emprego público e a 
interdição para seu exercício pelo dobro 
do prazo da pena aplicada. 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e 
insuscetível de graça ou anistia. 
 
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§ 7º O condenado por crime previsto 
nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, 
iniciará o cumprimento da pena em 
regime fechado. 
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se 
ainda quando o crime não tenha sido 
cometido em território nacional, sendo a 
vítima brasileira ou encontrando-se o 
agente em local sob jurisdição brasileira. 
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de 
sua publicação.

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