Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 1 Material destinado ao concurso da PMBA 2019 CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 2 Conteúdo programático: ATUALIZADO 1. Descobrimento do Brasil (1500). 2. Brasil Colônia (1530–1815): Capitanias Hereditárias, Economia, Extrativismo Vegetal, Extrativismo Mineral, Pecuária, Escravidão, Organização Político-Administrativa, Expansão Territorial. 3. Independência do Brasil (1822): a Nomeação do Príncipe Regente D. Pedro I, Dia do Fico, Reconhecimento da Independência do Brasil. 4. Primeiro Reinado (1822-1831). 5. Segundo Reinado (1831-1840). 6. Primeira República (1889-1930): o Primeiro Governo Provisório, Assembleia Constituinte, Presidência de Deodoro da Fonseca, a Política dos Governadores, o Coronelismo, Movimentos Tenentistas, Coluna Prestes, Revolta da Armada. 7. Revolução de 1930. 8. Era Vargas (1930-1945). 9. Os Presidentes do Brasil de 1964 à atualidade. 10. História da Bahia. 11. Independência da Bahia. 12. Revolta de Canudos. 13. Revolta dos Malês. 14. Conjuração Baiana. 15. Sabinada. MATERIAL DESTINADO AO ESTUDO DA DISCIPLINA DE HSITÓRIA DO BRASIL PARA O CONCURSO DA POLICIA MILITAR DO ESTADO DA BAHIA - 2019 ‘’O quanto você está disposto a se sacrificar para ser o melhor naquilo que resolveu fazer?’’ CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 3 1. Descobrimento do Brasil (1500). 2. Brasil Colônia (1530–1815): Capitanias Hereditárias, Economia, Extrativismo Vegetal, Extrativismo Mineral, Pecuária, Escravidão, Organização Político-Administrativa, Expansão Territorial. Período pré-colonial – 1500 a 1530 Tudo começou quando de Lisboa, a principal cidade de Portugal, foi iniciada uma expedição de vários navios em direção as índias. Era a maior expedição que saía de Portugal desde então, onde possuía mais de mil homens, desde nobres, plebeus a mercadores e religiosos. Começava ali uma longa jornada pelo Oceano atlântico. O rei da época chamava-se Dom Manuel, e o comando da expedição estava nas mãos do Pedro Alvares Cabral, que brevemente por engano atracaria em terras desconhecidas. Quarenta e cinco dias após a partida, na tarde de 22 de abril de 1500, um grande monte "mui alto e redondo" foi avistado e, logo em seguida, "terra chã com grandes arvoredos", chamada de Ilha de Vera Cruz pelo Capitão, conforme o relato do escrivão Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal. Desembarcaram aqui, pela primeira vez, em Porto Seguro, na Bahia. Em Vera Cruz os portugueses permaneceram alguns dias, tendo os primeiros contatos com seus habitantes. Em 26 de abril, frei Henrique de Coimbra, o chefe dos franciscanos, celebrou a primeira missa, observada à distância, por homens "pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos, andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma coisa cobrir, nem mostrar suas vergonhas, e estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto", na descrição de Caminha, os Índios. Os portugueses não puderam com eles conversar, porque nem mesmo o judeu Gaspar, o intérprete da frota, conhecia a língua que falavam. Neste momento de encontro, conhecido pelo nome de Descobrimento, a comunicação entre Índios e portugueses tornou-se possível, somente, por meio de gestos. Duas culturas apenas se tocavam, abrindo margem às interpretações que ressaltavam as diferenças entre elas. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 4 Neste período, não houve a colonização do Brasil, pois os portugueses não se fixaram na terra. Após os primeiros contatos com os indígenas, muito bem relatados na carta de Caminha, os portugueses começaram a explorar o pau-brasil da Mata Atlântica. Foi daí que começou a prática do ESCAMBO, dos portugueses com os nativos, que consistia na troca do trabalho por bugigangas (espelhos, apitos e até os próprios materiais que utilizavam para a extração do pau brasil. Nestes trinta anos, o Brasil foi atacado pelos holandeses, ingleses e franceses, que tinham ficado de fora do Tratado de Tordesilhas (acordo assinado em 1494, entre Portugal e Espanha, que dividiu as terras recém-descobertas). Os corsários ou piratas também saqueavam e contrabandeavam o pau-brasil, provocando pavor no rei de Portugal. O medo da coroa portuguesa era perder o território brasileiro para outro país. Para tentar evitar estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as Expedições Guarda-Costas, porém elas obtiveram poucos resultados. Tratado de Tordesilhas, que dividia as terras entre Espanha e Portugal. Os portugueses continuaram a exploração da madeira, construindo as feitorias, no litoral, que nada mais eram do que armazéns e postos de trocas com os indígenas. No ano de 1530, o rei de Portugal organizou a primeira expedição com o objetivo de colonizar o território recém-descoberto. Esta foi comandada por Martin Afonso de Souza e tinha como objetivos principais: povoar o território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo da cana- de-açúcar no Brasil. Ainda 1530 as primeiras mudas de cana-de-açúcar foram trazidas da Ilha da Madeira, na expedição colonizadora de Martim Afonso de Sousa. Em 1532, ele fundou o primeiro núcleo de povoamento do Brasil, a vila de São Vicente, onde instalou o primeiro engenho, a que deu o nome de engenho do Governador. Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias. O território foi dividido em faixas de terras, que foram doadas aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da terra, porém ficavam encarregados de povoar, proteger e estabelecer o CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 5 cultivo da cana-de-açúcar. No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou devido a grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas. As capitanias de São Vicente e Pernambuco foram as únicas que apresentaram resultados satisfatórios, graças aos investimentos do rei e de empresários. Após a tentativa fracassada de estabelecer as Capitanias Hereditárias, a coroa portuguesa implantou no Brasil o Governo Geral. Era uma forma de centralizar e ter mais controle da colônia. O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que recebeu do rei a missão de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata. A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país. A ECONOMIA COLONIAL CONSISTIU EM: PAU BRASIL CANA-DE-AÇÚCAR OURO CAFÉ MÃO DE OBRA: INDÍGENA (PAU-BRASIL) INICIALMENTE INDÍGENA E LOGO DEPOIS ESCRAVA (CANA-DE-AÇÚCAR) Ciclo da cana-de-açúcar O primeiro grande ciclo econômico da história do Brasil é o ciclo da cana-de-açúcar. O que se praticava na época em território brasileiro era a monocultura, tipo de produção agrícola baseada em um único produto. Essa forma de plantio pode ser chamada também de latifúndio monocultor ou plantation. A plantação era realizada em latifúndios, grandes extensões de terra. Nos locais onde a produção era realizada, chamados de engenho, havia canaviais, fábrica de açúcar, plantações de subsistência, casa da caldeira e casa do pulgar. Inicialmente a mão de obra utilizada nos engenhos era indígena, mas foi substituída pela mão de obra escrava. Muitas famílias produtoras viviam nos engenhos, de onde acompanhavam de perto a produção. Os escravos viviam na mesma propriedade,mas num local chamado de senzala, feito de um só cômodo, com homens, mulheres e crianças vivendo junto a animais. A nomenclatura da época se referia à residência onde viviam os latifundiários como casa-grande. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 6 Também havia no engenho, além da casa-grande, a senzala, infraestrutura para a produção de cana e açúcar, uma capela, escola e residência dos trabalhadores que não eram escravos. A escolha de produzir cana-de-açúcar no Brasil foi feita pelos portugueses com base na aceitação que o produto tinha na Europa. Invasão holandesa no Brasil Entre os anos de 1630 e 1654, o Nordeste brasileiro foi alvo de ataques e fixação de holandeses. Interessados no comércio do açúcar, os holandeses implantaram um governo em nosso território. Sob o comando de Maurício de Nassau, permaneceram lá até serem expulsos em 1654. Nassau desenvolveu diversos trabalhos em Recife, modernizando a cidade. CRISE DO AÇÚCAR Com o aumento da concorrência, no entanto, que começou quando outros países, especialmente da América Central, também passaram a produzir o produto, o ciclo do açúcar no país começou a decair. Esse processo ocorreu a partir da metade do século XVII. No final do século XVII, a economia açucareira começou a apresentar sinais de crise. A concorrência com o açúcar produzido pelos holandeses nas ilhas da América Central obrigaram os portugueses a diminuir o valor de seu produto, o que ocasionou uma significativa queda nos lucros obtidos. Portugal se afundava em dívidas, a metrópole era sustentada basicamente por suas colônias, os altos custos com a Coroa e a diminuição da renda obtida com o açúcar gerava a necessidade de encontrar novas fontes de lucro. Coincidentemente, a crise do negócio do açucareiro ocorreu no mesmo período em que foram encontradas as primeiras minas de metais preciosos na região correspondente ao estado de Minas Gerais. A mineração se tornaria a principal atividade econômica da colônia, o que não significava a extinção das lavouras de cana-de-açúcar e dos engenhos. Desde a chegada dos portugueses até a primeira metade do século XX, o Brasil sobreviveu economicamente falando, de três produtos: o açúcar, o ouro e o café. As demais atividades praticadas nos períodos desses ciclos eram voltadas quase que essencialmente para a subsistência. Com a queda da lucratividade do ciclo da cana, os portugueses focaram em encontrar uma nova forma de tornar produtiva a economia colonial brasileira. Foi assim que teve início a exploração de ouro. https://escolaeducacao.com.br/ciclo-do-acucar-no-brasil/ https://escolaeducacao.com.br/ciclo-do-cafe/ CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 7 Na primeira metade do século XVIII, a descoberta de ouro na região de Minas Gerais provocou uma intensa migração de pessoas de todas as regiões do Brasil em busca do enriquecimento fácil. Estrangeiros vindos principalmente de Portugal também vieram tentar a sorte na colônia, causando muitas vezes atritos com os garimpeiros locais. O ciclo do ouro modificaria as estruturas da colônia provocando o surgimento de novas vilas e cidades dependentes economicamente desse metal extremamente valioso. A Descoberta das Minas Com a descoberta do ouro, a maioria dos escravos passou a trabalhar nas minas, as lavouras perderiam um considerável número de trabalhadores. A riqueza gerada pela descoberta do ouro não possibilitou o enriquecimento de todos os habitantes da colônia, mas sim, de uma pequena parcela da população que passou a ostentar luxo e riquezas. Apesar disso, houve uma intensa transformação na sociedade, o lucro gerado pelos metais preciosos era investido no desenvolvimento e embelezamento das vilas, além de contribuir para a efervescência cultural. A descoberta de ouro na colônia causou uma grande agitação em todo o território dominado pelos portugueses. A esperança em se obter um enriquecimento rápido promoveu um deslocamento de trabalhadores de todas as partes para a região das minas, o que provocou uma crise de abastecimento, havendo surtos de fome, em especial na região das minas. As regiões que hoje correspondem os estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso atraíram milhares de homens em busca de uma vida melhor: negociantes falidos, comerciantes, desocupados, imigrantes portugueses, todos vieram com o sonho de uma oportunidade que lhes proporcionassem o enriquecimento. Estima-se que a população da colônia passou de trezentos mil habitantes no ano de 1700 para mais de três milhões um século mais tarde. Crescimento Urbano e Transferência da Capital A mineração estimulou a criação de novas vilas e cidades, os mineradores construíam casas próximas às minas para facilitar o seu trabalho, dessa forma os centros urbanos iriam adquirindo importância em um cenário que antes era dominado por elites rurais. Essas mudanças ocasionadas pela nova atividade transferiu à região sudeste a importância socioeconômica que antes era dedicada ao Nordeste do país. Com o deslocamento das atenções para a nova região, fez se necessário mudar a capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 8 A transferência da capital foi uma estratégia da Coroa para se aproximar da região mineradora. A proximidade do centro do poder com as minas, facilitava o controle e fiscalização do governo. Para abastecer as vilas e cidades em volta dos centros de garimpo e liga-las ao porto do Rio de Janeiro, foram construídas estradas que favoreciam a intensificação do comércio. O crescimento populacional e as riquezas obtidas com o ouro estimularam o crescimento do mercado consumidor. Houve um aumento da produção de alimentos e da criação de gado, a oferta de excedentes também possibilitou a exportação de produtos como: vinho, azeite de oliva, sal, tecidos, calçados, louças, ferragens, etc. A Intensificação do Domínio sob as Minas Na intenção de exercer total domínio sobre a mineração, Portugal criou em 1702 a Intendência das Minas, órgão responsável por distribuir as datas (pedaços de terra a serem explorados pelos garimpeiros) e cobrar os impostos dos mineradores. Entre os principais impostos estavam: o quinto, pagamento de um quinto do ouro encontrado; derrama: imposto que visava complementar os mil e quinhentos quilos de ouro que os mineradores deveriam repassar para a Coroa todos os anos. Caso essa meta não fosse atingida, os soldados portugueses invadiam as casas daqueles que não conseguiam cumpri-la a fim de tomar o que eles tivessem de valor. Os altos impostos cobrados pelo governo deu origem à prática do contrabando. Os mineradores tentavam burlar a sistema de fiscalização da Coroa transportando ouro nas botas, nas roupas, nas unhas e em santos de madeira, o que fez surgir à expressão “santo do pau oco”. Na busca de evitar a sonegação, a Coroa criou as Casas de Fundição no ano de 1520. Todo ouro encontrado deveria ser encaminhado para esse órgão, onde ele seria transformado em barras que receberiam o selo real. O ouro que circulasse dentro da colônia deveria apresentar essas características, caso contrário era considerado contrabando. Com a descoberta de diamante em 1729, a Coroa decidiu que a exploração ficaria a cargo dos contratadores, homens de confiança do governo. Os mineradores foram expulsos das regiões das minas e as terras arrendadas a esses empresários. Com o esgotamento das minas, os governantes aumentaram a pressão pela cobrança de impostos, o que incentivou a eclosão de diversas rebeliões coloniais. Revoltas Coloniais e Conflitos Em função da exploração exagerada da metrópole ocorreram várias revoltas e conflitos neste período: - Guerra dos Emboabas:os bandeirantes queriam exclusividade na exploração do ouro nas minas que encontraram. Por isso, entraram em choque com os paulistas que estavam explorando o ouro das minas. https://escolaeducacao.com.br/casas-de-fundicao/ CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 9 - Revolta de Filipe dos Santos: ocorrida em Vila Rica, representou a insatisfação dos donos de minas de ouro com a cobrança do quinto e das Casas de Fundição. O líder Filipe dos Santos foi preso e condenado à morte pela coroa portuguesa. - Guerra dos Mascates: ocorrida entre 1710 e 1711 na capitania de Pernambuco, foi uma rebelião nativista pela disputa de poder político entre as cidades de Olinda e Recife. O conflito ocorreu, principalmente, entre a aristocracia açucareira de Olinda e os mascates (comerciantes portugueses) de Recife. - Inconfidência Mineira (1789): liderada por Tiradentes, os inconfidentes mineiros queriam a libertação do Brasil de Portugal. O movimento foi descoberto pelo rei de Portugal e os líderes condenados. Os Jesuítas e os bandeirantes Durante todo o tempo em que levou a acomodação dos portugueses no Brasil, eles precisaram enfrentar muitas dificuldades que tornavam ainda mais complicada a criação de locais que fossem produtivos economicamente. Para que tal processo fosse bem sucedido, os índios foram os principais responsáveis em ajudar Portugal a reconhecer as terras ainda não desbravadas, nem mesmo pela Igreja Católica, que teve participação direta na formação do que se chamou de centros de colonização. No meio disso tudo, havia uma rixa entre jesuítas e bandeirantes pelo fato de que para os jesuítas, os bandeirantes eram uma espécie de empecilho à escravatura colonial do povo português. A Companhia de Jesus (nomenclatura dada aos jesuítas) sempre foi contra os maus tratos e os abusos que os índios sofriam e, sempre que era possível, iam contra as ideias dos governantes coloniais. Muito embora eles acompanhassem os bandeirantes a fim de evangelizar os indígenas, estavam sempre de olho com as torturas e violências. BANDEIRANTES Podemos definir como bandeirantes o povo sertanista que vivia da era colonial. Em meados do século XVI, no início, para ser mais exato, eles entraram nos sertões sul-americanos com a finalidade de encontrar riquezas minerais abundantes do lado americano da Espanha, como a CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 10 prata e o ouro, além dos índios que, sobretudo, seriam escravizados ou serviriam para exterminar os quilombos (locais em que viviam os negros). Exerceram papel de suma importância para o Brasil em suas expedições, tanto na captura de índios fugitivos, quanto à procura de ouro e metais preciosos. JESUÍTAS Já os jesuítas, que chegaram ao Brasil juntamente com Tomé de Souza em 1549, eram formados exclusivamente pelos padres pertencentes à Igreja Católica e que se constituíam membros da Companhia de Jesus, fundada em meados do século XVI, no período seguinte a Reforma Protestante. Sendo originada no ano de 1534 pelo religioso Inácio de Loiola, esta ordem religiosa teve como principal motivo de sua criação contribuir para a não escravatura dos índios e como forma de impedir que o protestantismo se alastrasse. Portanto, em função de tantos acontecimentos, é pertinente afirmarmos que a Companhia de Jesus foi instituída na conjuntura da Contra Reforma da Igreja Católica. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 11 _____________________________________________________________________________ 3. Independência do Brasil (1822): a Nomeação do Príncipe Regente D. Pedro I, Dia do Fico, Reconhecimento da Independência do Brasil. 4. Primeiro Reinado (1822-1831). 5. Segundo Reinado (1831-1840). 6. Primeira República (1889-1930): o Primeiro Governo Provisório, Assembleia Constituinte, Presidência de Deodoro da Fonseca, a Política dos Governadores, o Coronelismo, Movimentos Tenentistas, Coluna Prestes, Revolta da Armada. A INDEPENDÊNCIA DO ESTADO BRASILEIRO 1822 A independência do Brasil ocorreu em 7 de Setembro de 1822. A partir dessa data o Brasil deixou de ser uma colônia de Portugal. A proclamação foi feita por D. Pedro I, as margens do Rio Ipiranga em São Paulo. Causas: Vontade de grande parte da elite política brasileira em conquistar a autonomia política; Desgaste do sistema de controle econômico, com restrições e altos impostos, exercido pela coroa portuguesa no Brasil; Tentativa da coroa portuguesa em recolonizar o Brasil. DIA DO FICO: D. Pedro I não acatou as determinações feitas pela coroa portuguesa que exigia seu retorno para Portugal. Em 9 de Janeiro de 1822, D. Pedro I negou o chamado e afirmou que ficaria no Brasil. Revolução liberal do Porto: CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 12 Em agosto de 1820, foi iniciado um movimento de caráter militar na cidade do Porto. Tal evento ficou conhecido como A Revolução Liberal do Porto ou, simplesmente, Revolução do Porto, que em pouco tempo espalhou-se por Portugal, chegando a capital, Lisboa. Desde sua primeira manifestação até a popularização e chegada em Lisboa, a revolução acabou conquistando apoio da burguesia, da Nobreza, do exército e do clero. Logo após o dia do fico, D. Pedro I tomou várias medidas com o objetivo de preparar o país para o processo de Independência: Organização a Marinha de Guerra; Convocou uma Assembleia Constituinte; Exigiu que todas as medidas tomadas pela coroa portuguesa deveriam, antes de entrar em vigor no Brasil, ter a aprovação de D. Pedro I. Visitou São Paulo e Minas Gerais principalmente entre a população, que estavam exaltados em várias regiões. A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA: Ao viajar de Santos para São Paulo, D. Pedro I recebeu uma carta da coroa Portuguesa que exigia seu retorno imediato para Portugal e anulava a constituinte. Diante desta situação, D. Pedro I deu seu famoso grito, ás margens do riacho do Ipiranga: INDEPENDÊNCIA OU MORTE!!! PÓS INDEPENDÊNCIA: D. Pedro I foi coroado imperador do Brasil em Dezembro de 1822; Portugal reconheceu a independência, exigindo a indenização de 2 milhões de libras esterlinas; Em algumas regiões do Brasil, principalmente no Nordeste, ocorreram revoltas, comandadas por portugueses, contrárias a independência do Brasil. Estas manifestações foram duramente reprimidas pelas tropas imperiais. A Independência do Brasil foi resultado de um processo político que propiciou o surgimento do Império do Brasil. Ao longo dos decênios de 1820 e 1840 as condições para o surgimento de um novo Estado nacional foram criadas. Contudo, os primeiros anos deste Império (denominado historicamente como Primeiro Reinado) foram marcados por uma série de conflitos políticos envolvendo setores sociais originários de Portugal e grupos nacionais. Para garantir a independência e manter a unidade territorial D. Pedro I teve que enfrentar a resistência de algumas províncias, governadas por portugueses e que se mantiveram leais as Corte portuguesas. As províncias foram: Bahia, Pará, Piauí e Maranhão. Outra província que se opôs foi a Cisplatina. A guerra da Cisplatina, que se iniciou em 1823, só terminou em 1828 com a proclamação de sua independência (é o atual Uruguai). As guerras de independência contrariam a visão tradicional de que a independência brasileira foi pacífica. Em virtude da ausência de um exército nacional organizado, as guerras de CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 13 independência contaram com o apoio das milícias civis e auxílio de mercenários ingleses e franceses.Com a derrota das forças militares contrárias à independência a unidade territorial foi mantida e D. Pedro I coroado imperador em dezembro de 1822. Após a independência do Brasil, tornou-se necessário organizar o novo Estado, através de uma Constituição. Neste momento, a vida política no novo país estava dividida em dois grupos. O Partido Português, que articulava a recolonização do Brasil, e o Partido Brasileiro, dividido em duas facções: os conservadores, liderados pelos irmãos Andrada, que defendiam uma monarquia fortemente centralizada; e os liberais, que defendiam uma monarquia onde os poderes do rei fossem limitados. No ano de 1823, uma Assembleia Constituinte - composta por 90 deputados - apresentou um projeto constitucional que mantinha a escravidão, restringia os poderes do imperador e instituía o voto censitário: o eleitor ou o candidato teria de comprovar um determinado nível de renda. A renda seria avaliada pela quantidade anual de alqueires de mandioca produzidos. Dado a isto, este projeto constitucional ficou conhecido como a "Constituição da Mandioca". Não gostando de ter os seus poderes limitados, D. Pedro I fechou a Assembleia Constituinte. Procurando impedir sua dissolução, a Assembleia ficou reunida na noite de 11 para 12 de novembro, episódio conhecido como Noite da Agonia. Dissolvida a Assembleia, D. Pedro convocou um grupo de dez pessoas - Conselho de Estado - que ficou encarregado de elaborar um novo projeto constitucional. O projeto foi aprovado em 25 de março de 1824. O poder arbitrário e absoluto do imperador A constituição imposta por D. Pedro estabelecia a existência de quatro poderes de Estado: Poder Judiciário: composto pelos juízes e tribunais. O órgão máximo desse Poder era o Supremo Tribunal de Justiça, com magistrados nomeados diretamente pelo imperador. Poder Legislativo: composto pelos senadores e deputados, encarregados de elaborar as leis do império. Poder Executivo: exercido pelo imperador (chefe do Executivo) e seus ministros de Estado. Poder Moderador: exclusivo do imperador e definido pela constituição como a "chave- mestra de toda a organização política". O Poder Moderador tornou-se pessoal do imperador; a expressão máxima do seu poder arbitrário e absoluto. Também fazia parte da estrutura de poder do império o Conselho de Estado, órgão de aconselhamento político direto do imperador. Eleições: o afastamento do povo A constituição outorgada afastou totalmente a grande maioria do povo da vida política que, assim, não tinha cidadania plena. De que maneira? Condicionou o direito eleitoral a certos níveis de renda, que a maior parte da população não tinha (voto censitário). Para votar, a pessoa precisava ter renda anual de, pelo menos, 100 mil réis. Para ser candidato a deputado, a CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 14 renda anual deveria ser de 400 mil réis, para senador a renda deveria ser maior: 800 mil réis. Só os ricos podiam votar e ser eleitos. A Abdicação de D. Pedro I Vários foram os fatores que levaram à abdicação de D. Pedro I. O Primeiro Reinado passava por uma crise financeira em decorrência da balança comercial desfavorável, contribuindo para as altas taxas inflacionárias. Havia um grande descontentamento em relação à figura do imperador, em virtude de seu autoritarismo, como o fechamento da Assembleia Constituinte, a imposição da Constituição de 1824, a repressão à Confederação do Equador, a desastrosa Guerra da Cisplatina e a participação do imperador na sucessão do trono português. A imprensa brasileira inicia uma série de críticas ao governo imperial, resultando no assassinato do jornalista Líbero Badaró, grande opositor de D. Pedro I. No ano de 1831, em Minas Gerais, o imperador enfrentou sérias manifestações, sendo recebido com faixas negras em sinal de luto pela morte do jornalista. Retornando à capital do Império, seus partidários promoveram uma festa em homenagem ao imperador, desagradando a oposição e população em geral. Inicia-se uma luta entre partidários e opositores do imperador, denominada "Noite das Garrafadas". Após sucessivas mudanças ministeriais, procurando diminuir as manifestações de descontentamento, D. Pedro I abdicou, na madrugada de 7 de abril de 1831, em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara. Em Portugal, após enfrentar o irmão D. Miguel, o antigo soberano do Brasil será coroado rei de Portugal, com o título de Pedro IV. A abdicação de D. Pedro I consolidou o processo de independência, ao afastar o fantasma da recolonização portuguesa. Como seu legítimo sucessor possuía apenas cinco anos de idade, é formada uma Regência para comandar o país - Período Regencial. As regências e os grupos que disputavam o poder Em 1831, D. Pedro I abdicou do trono em favor de seu filho Pedro de Alcântara, que tinha apenas 5 anos de idade. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 15 Conforme as regras da constituição do império, o Brasil seria governado por um conselho de três regentes, eleitos pelo Legislativo, enquanto Pedro de Alcântara não atingisse a maioridade (idade de 18 anos). O período regencial foi marcado também por importantes revoltas políticas e sociais que, agitaram a vida do país. Diferentes setores da sociedade (desde os grupos mais ricos até os mais pobres) lutavam pelo poder político. Os grupos políticos Após a abdicação de D. Pedro I, a vida pública do país foi dominada por três grupos principais que disputavam o poder político: restauradores, liberais moderados e liberais exaltados. Em 1834, D. Pedro morreu em Portugal, aos trinta e seis anos de idade. Com sua morte, teve fim o objetivo do grupo dos restauradores. Por volta de 1837, o grupo dos liberais moderados dividiu-se em duas grandes alas: Os progressistas e os regressistas. Eles passaram a disputar o Centro do poder. Por essa época, os restauradores e os liberais exaltados já tinham perdido grande parte de sua influência política. Regência Trina Provisória No dia 7 de abril de 1831 (data da abdicação), o Parlamento brasileiro estava em férias. Não havia no Rio de Janeiro número suficiente de deputados e senadores para eleger os três re- gentes que governariam conforme mandava a constituição. Então, os poucos políticos que se encontravam na cidade resolveram, como solução de emergência, eleger uma Regência Provisória para governar a nação, até que se elegesse a regência permanente. A Regência Trina Provisória governou o país durante quase três meses. Participaram dela: senador Carneiro de Campos, senador Campos Vergueiro e brigadeiro Francisco de Lima e Silva. O início do avanço liberal Entre as principais medidas tomadas pela Regência Trina Provisória destacam-se: Readmissão do Ministério dos Brasileiros; Suspensão parcial do uso do Poder Moderador, pelos regentes; Anistia (perdão) às pessoas presas por motivos políticos; A convocação dos deputados e senadores para que, em Assembleia Geral, elegessem a Regência Trina Permanente. A Regência Trina Permanente Após reunir deputados e senadores do país, a assembleia Geral elegeu a Regência Trina Permanente, no dia 17 de junho de 1831. A nova regência era composta pelos deputados João Bráulio Muniz (político do nordeste) e José da Costa Carvalho (político do sul) e pelo Brigadeiro Francisco de Lima e Silva. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 16 A criação da Guarda Nacional Uma das figuras de maior destaque da Regência Trina Permanente foi o padre Diogo Antônio Feijó, nomeado para o cargo de ministro da Justiça. Sua principal preocupação era garantir a ordem pública, que interessava aos moderados. Para isso era preciso acabar com as agitações populares e revoltas militares queameaçavam o governo. Para impor a ordem, o governo precisava de uma força militar que lhe fosse fiel. O Exército não era confiável, pois parte da tropa, composta de pessoas pobres, sempre se colocava a favor dos que protestavam contra o governo. A solução proposta pelos políticos moderados foi a criação da Guarda Nacional: uma polícia de confiança do governo e das classes dominantes agrárias. O ato adicional No ano de 1834, os políticos moderados fizeram uma reforma na constituição do império, conhecida como Ato Adicional. O Ato Adicional era uma tentativa de harmonizar as diversas forças políticas que brigavam no país. De acordo com o Ato Adicional de 1834: A regência seria exercida por uma única pessoa, com mandato de quatro anos. Deixava de ser Regência Trina, para ser Regência Una. Estava extinto o Conselho de Estado. Criavam-se as Assembleias Legislativas das províncias, com poderes para fazer leis referentes às questões locais. A regência do Padre Feijó: a explosão das rebeliões De acordo com o Ato Adicional, novas eleições foram realizadas para a escolha da Regência Una. O vencedor dessas e1eições (com pequena diferença de votos) foi o padre Diogo Antônio Feijó, que era ligado à ala progressista dos moderados. Seu adversário representava a ala regressista. Depois de eleito, o regente Feijó sofreu grande oposição dos regressistas, que o acusavam de não conseguir impor ordem no país. Explodiram, durante seu governo, importantes rebeliões como a Cabanagem no Pará e a Farroupilha no Rio Grande do Sul. Os políticos que representavam os grandes fazendeiros estavam cada vez mais preocupados com as rebeliões. Tinham medo de perder o poder político e econômico do país. Quando ainda faltavam dois anos para terminar seu mandato, Feijó decidiu renunciar ao cargo de regente. Provisoriamente, a regência foi entregue a Pedro de Araújo Lima, senador pernambucano que representava os regressistas. A regência de Araújo Lima Ao assumir o poder, Araújo Lima montou um ministério composto só de políticos conservadores. Havia uma firme decisão do governo de usar toda a violência contra as revoltas políticas populares que agitavam o país (Cabanagem, Balaiada, Sabinada, Farroupilha). CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 17 As classes dominantes queriam de qualquer jeito "parar o carro da revolução", como dizia o ministro Bernardo Pereira de Vasconcelos. As rebeliões separatistas ameaçavam a unidade territorial do país. E os fazendeiros estavam assustados, com medo de perder suas riquezas, baseadas na grande propriedade e na exploração dos escravos. Foi o caso, por exemplo, da Lei Interpretativa do Ato Adicional (12 de maio de 1840), que reduzia o poder das províncias e colocava os órgãos da Polícia e da Justiça sob o comando do poder central. Lutas políticas As Transformações Políticas Depois da abdicação de D. Pedro I, o poder político no Brasil ficou dividido em três grupos diferentes, que dominaram a vida pública brasileira até 1834, ano da morte de D. Pedro I. GRUPO DOS RESTAURADORES – Defendia volta de D. Pedro I ao governo do Brasil. Era composto alguns militares e grandes comerciantes portugueses. Uma das principais figuras desse grupo foi José Bonifácio, tutor do príncipe Pedro de Alcântara. GRUPO DOS MODERADOS – Defendia o regime monárquico, mas não estava disposto a aceitar um governo absolutista e autoritário. Era favorável a um poder no Rio de Janeiro e lutava para manter a unidade territorial do Brasil. GRUPO DOS LIBERAIS EXALTADOS – Defendia um maior poder administrativo para as Províncias. Era favorável a uma descentralização do poder, que se concentrava a mudança do regime monárquico para um regime republicano. Foi uma época de instabilidade política, com diversas revoluções provinciais, como a Farroupilha (Rio Grande do Sul), a Balaiada (Maranhão), a Cabanagem (Pará) e a Sabinada (Bahia), nas quais um dos motivos preponderantes era o desejo de maior autonomia provincial que, foi concedida pelo Ato Adicional (1834), que criou os legislativos provinciais, fazendo outras concessões federalistas. A Sabinada Em 1837, estourou na Bahia urna rebelião liderada pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, por isso conhecida como Sabinada. Seu objetivo básico era instituir uma república baiana, enquanto D. Pedro fosse menor. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 18 A Balaiada A Balaiada foi uma importante revolta popular que explodiu na província do Maranhão, entre os anos de 1838 a 1841. Nessa época, a economia agrária do Maranhão atravessava grande crise. Sua principal riqueza, o algodão, vinha perdendo preço e compradores no exterior, devido à forte concorrência internacional do algodão produzido nos Estados Unidos (mais barato e de melhor qualidade que o produto brasileiro). Cabanagem A Cabanagem foi uma revolta popular que aconteceu entre os anos de 1835 e 1840 na província do Grão-Pará (região norte do Brasil, atual estado do Pará). Recebeu este nome, pois grande parte dos revoltosos era formada por pessoas pobres que moravam em cabanas nas beiras dos rios da região. Estas pessoas eram chamadas de cabanos. Farroupilha A rebelião da Farroupilha foi uma das mais extensas rebeliões deflagradas no Brasil, contou com uma série de fatores responsáveis por esse conflito que desafiou as autoridades imperiais. Naquele período, a insatisfação junto às políticas imperiais e a proximidade das jovens repúblicas latino-americanas demarcaram o contexto inicial do conflito. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 19 Revolução Liberal do Porto Com a vinda da família real para o Brasil, a situação em Portugal tornou-se calamitosa. Agravava-se a crise econômica e com ela o descontentamento popular: déficit, fome, miséria e decadência do comércio caracterizavam o dia-a-dia dos portugueses. Esses fatores aliados à difusão das ideias liberais, resultaram na Revolução Liberal do Porto, em 1820. Foram convocadas assembleias de representantes do povo com o objetivo de redigirem uma constituição para Portugal e seus domínios. Os revolucionários portugueses passaram a exigir o regresso de D. João VI. Pressionado pelos portugueses, em 25 de abril de 1821, D. João VI partiu para Portugal e, através de um decreto, entregou a seu filho D. Pedro a regência do Brasil. O liberalismo só era bem visto pelos portugueses em sua terra natal, pois para o Brasil exigiam a recolonização. Na realidade, apesar de mostrar-se liberal, a burguesia lusa era predominantemente mercantilista, pretendendo tirar Portugal da Crise econômica restabelecendo o monopólio de comércio sobre o Brasil. Em outras palavras, exigia o retorno do pacto colonial. Revolta dos Malês Foi uma rebelião organizada pelos negros africanos numa sublevação de caráter racial, de escravos das etnias hauçá e nagô, de religião islâmica, organizados em torno de propostas radicais para libertação dos demais escravos africanos. O termo "malê" deriva do iorubá "imale", designando o muçulmano, foi rápida e duramente reprimida pelos poderes constituídos. Os Malês pretendiam tomar de assalto o poder político na sociedade de Salvador e fundar a República Islâmica Negra e posteriormente invadir o Recôncavo Baiano, objetivando assassinar os senhores de engenho e a libertação dos negros cativos nas senzalas; o movimento foi CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 20 finalizado em 1836 na Água dos Meninos, quando então o movimento Male foi esmagado pelas tropas regenciais. Foi também conhecida como revolta dos escravos de Alá na cidade de Salvador, capital da então Província da Bahia. O um movimentose destacou por ser urbano, pois os malês sabiam ler e escrever, se comunicavam em árabe, eram islâmicos e seus principais líderes foram: Pacifico Licutã – líder do movimento, Manoel Galafate, Luisa Abraim, Mulá Arabaque, Eram da tribo dos Nagô e Haussais. Seus principais objetivos eram: matar o governador, brancos e mulatos. Guerra da Independência (1822-1824) A independência não foi aceita imediatamente por todos. Governadores e comandantes militares portugueses de algumas províncias não aceitaram a separação e resistiram decisão de D. Pedro. Desencadearam-se lutas em praticamente todo território nacional, principalmente no Pará, Maranhão, Piauí, Bahia e Cisplatina (atual Uruguai), onde o número de comerciantes com interesses vinculados a Portugal era maior. Esses rebeldes foram derrotados por forças populares e militares comandadas por mercenários estrangeiros enviados pelo governo imperial. A Cisplatina incorporada ao Brasil em 1821, levantou-se em armas 1825, lutando pela sua independência, que conseguiu em 1828, após três anos de uma guerra desastrosa para o Brasil. Guerra da cisplatina O território que corresponde ao Uruguai era a antiga colônia do sacramento, fundada pelos portugueses e colonizada pelos espanhóis. Os habitantes da Cisplatina, não aceitavam pertencer ao Brasil, pois tinha idioma e costumes diferentes. Em 1825 explodiu o movimento de libertação da Cisplatina, apoiado pela Argentina. Reagindo a revolta D. Pedro I atacou a Argentina, o que o obrigou a gastar muito dinheiro público, agravando os problemas econômicos do país. A guerra da Cisplatina terminou em 1828, quando foi assinado um acordo entre as partes do conflito. Mas uma vez a Inglaterra agiu como mediadora. A guerra da Cisplatina e seu desfecho desfavorável ao Brasil contribuíram para desgastar a imagem política de D. Pedro I. O dinheiro gasto na guerra causou grande desequilíbrio à economia brasileira. A crise econômica mostrou toda sua força em 1829, quando foi decretada a falência do país. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 21 Período Regencial: o golpe da maioridade Em 23 de julho de 1840 os membros do Partido Liberal conseguiram que o Senado declarasse D. Pedro II capaz de ocupar o trono do Império Brasileiro. Assim, o país passava a ter um imperador “maior de idade” com 14 anos, quando o normal seria que ele ocupasse o trono a partir dos 18. Devido as crescentes agitações políticas do período, e as constantes ameaças de descentralização do poder central causadas, principalmente, pelo Ato Adicional aprovado desde 1834 — durante a Regência Trina Permanente de José Carvalho, Bráulio Muniz e Francisco de Lima e Silva — além das revoltas que pipocavam em algumas províncias, a unidade territorial e política do Brasil estava abalada. Este temor, claro, era observado com maior vivacidade pela ala conservadora da política brasileira, formada por pessoas ligadas à corte e também por donos de terras e escravos. O clima era bem instável e já havia, desde 1835, a vontade de que D. Pedro II ocupasse o trono, mesmo sem idade para tal. É importante frisar que a Constituição de 1824 dizia que a maioridade do imperador se daria com 21 anos, mas o Ato Adicional baixou a maioridade para 18 anos. Mas em 1835 D. Pedro II ainda era bem novo para tal empreitada. Mas com o tempo e as já citadas agitações, foi crescendo a ideia de que a figura do jovem Pedro II ocupando o trono e ditando os rumos do país seria a única salvação para os problemas do Brasil. E é aí que entra o trabalho do Partido Liberal para colocar D. Pedro II no trono o mais rápido possível. O Clube da Maioridade Afastados do poder, os liberais, após proposta do senador José Martiniano de Alencar, criaram no início de 1840 a Sociedade Promotora da Maioridade, também conhecida como Clube da Maioridade, liderada por Antônio Carlos de Andrada e Silva, que se reunia com o objetivo CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 22 de encontrar uma melhor forma de aprovar e aclamar a maioridade de D. Pedro II. A medida teve apoio de grande parte da imprensa, ganhando as ruas e recebendo um considerável apoio popular até mesmo para a época. Mas não pensem que os liberais desejavam o jovem Pedro II no poder porque gostavam da centralização política que sua figura reforçaria. Eles contavam com a inexperiência de Pedro II em conduzir questões políticas e administrativas complexas para fortalecer os desejos liberais de descentralização do poder. Neste caso, os liberais buscaram a maioridade do futuro imperador para tentar provar, de alguma forma, que D. Pedro II não tinha condições de ocupar o trono. E é agora que a gente discute se o ato de apoiar e até mesmo forçar o “golpe” foi uma manobra ardilosa dos liberais. Porque se nós olharmos os fatos, após ocupar o trono D. Pedro II iniciou uma espécie de revezamento administrativo em seus ministérios, ora convocando políticos liberais, ora conservadores, medida que acalmou os ânimos dos mais descontentes com as recentes decisões regenciais da última década. Pedro II também conseguiu manter o país unido, mesmo tendo em um primeiro momento que vencer as dificuldades impostas principalmente pela Revolução Farroupilha, que já havia atingido Santa Catarina em 1839 e, mesmo sem obter sucesso em sua expansão, ainda trazia sérios problemas para a unidade territorial brasileira. Segundo os livros de História, D. Pedro II foi um imperador sábio e justo. Homem culto, adorava viajar e procurou desenvolver o Brasil na medida do possível. Assim, houve uma certa pressão dos liberais, mas talvez tenha sido por interesse em retirar os conservadores do poder. SEGUNDO REINADO O Segundo Reinado foi o período marcado pelos 48 anos em que D. Pedro II esteve no poder, de 23 de julho de 1840 até 15 de novembro de 1889. Durante essa época, muitas mudanças e revoluções aconteceram no país e marcaram para sempre a história do Brasil. Foi a 2ª fase do Brasil monárquico, que foi governado por D. Pedro I durante o Primeiro Reinado antes de viver o período regencial. Eles eram vistos como responsáveis pelas rebeliões causadas no Brasil durante a 1ª fase monárquica. Para que o Segundo Reinado pudesse começar no Brasil, foi necessário antecipar a maioridade de D. Pedro II, que tinha apenas 14 anos quando decidiram que era hora dele assumir o comando do país. https://historiazine.com/a-revolucao-farroupilha-7a5839321363 https://historiazine.com/a-revolucao-farroupilha-7a5839321363 https://historiazine.com/pedro-ii-o-viajante-c1da645cf36c https://www.stoodi.com.br/resumos/historia/primeiro-reinado/ https://www.stoodi.com.br/resumos/historia/primeiro-reinado/ https://www.stoodi.com.br/resumos/historia/periodo-regencial/ http://www.stoodi.com.br/materias/historia/segundo-reinado/ CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 23 Isso foi possível graças ao Golpe da Maioridade, antecipação da maioridade de D. Pedro II para que ele pudesse ser elegível ao trono. Após essa ação, ele assumiu o poder aos 15 anos, no dia 23 de julho de 1840. A ideia de antecipar a maioridade de D. Pedro II veio do partido Liberal, também conhecido como os “luzias”. Os principais objetivos do partido eram garantir sua influência no poder e tentar acabar com a instabilidade política trazida pelo governo regencial. Expansão cafeeira A partir da segunda metade do século XIX, o Brasil se torna o maior produtor e exportador mundial de café. Em determinado momento, o país chegou a ter café suficiente para atender a demanda de consumo mundial por até três anos. Fatores da expansão cafeeira: Solo e clima favoráveis no Brasil, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; Disponibilidade de terras; Crescimentodo mercado consumidor na Europa e nos Estados Unidos. A indústria do café no Brasil começa a se expandir na 1ª metade do século XIX, especialmente na região do Vale do Paraíba, região de divisa entre os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A mão de obra para o cultivo do café era basicamente composta por escravos. Já a partir da 2ª metade do século XIX, essa expansão começa a acontecer com mais importância no Oeste Paulista, local que possui um solo formado por terra roxa. A mão de obra utilizada na região era basicamente de imigrantes. Revolução Praieira A Revolução Praieira aconteceu no Estado de Pernambuco, e foi a primeira enfrentada pelo governo de D. Pedro II, em 1848. Os principais fatores motivadores dessa revolução foram a miséria das camadas populares, o aumento da centralização do governo imperial, o controle do comércio atacadista por portugueses e o aumento da concentração fundiária. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 24 Há quem diga que esta revolução teve influências dos ideais europeu que surgiram com as Revolução de 1830 e 1848. Principais características da Revolução Praieira A Revolução Praieira teve como principais características o viés popular, marcada pelo republicanismo, o federalismo, o antilusitanismo e o socialismo utópico, representado pela “Primavera dos Povos”. Parlamentarismo às avessas Durante o governo de D. Pedro II, dois partidos dividiam as atenções no cenário político brasileiro. De um lado, o partido Liberal, democrático e revolucionário. Do outro, o partido Conservador, autoritário e defensor do absolutismo. A partir da renúncia de seu pai, D. Pedro II decide alterar a forma de governo no país, e adota o sistema utilizado pela Inglaterra à época: o Parlamentarismo. No Brasil, o sistema ficou conhecido como Parlamentarismo às avessas porque os representantes eram escolhidos pelo imperador, e não pelo povo, como tradicionalmente acontece. Política externa: Questão Christie A Questão Christie foi um incidente diplomático envolvendo Brasil e Grã-Bretanha, surgiu a partir da política externa adotada por D. Pedro II. Essa desavença começou a surgir quando a Inglaterra passou a pressionar contra o tráfico negreiro e também quando precisou começar a pagar mais imposto após a implantação da tarifa Alves Branco, em 1844. Nessa época, Brasil e Inglaterra romperam relações e ficaram com a situação diplomática bastante comprometida. Esses desentendimentos levaram a incidentes como o saque de um navio britânico que naufragou na costa do Rio Grande do Sul e a prisão de três marinheiros britânicos no Rio de Janeiro, por desacato e desentendimento com a polícia brasileira por conta dessas prisões também foram apreendidos, com ordem de William Christie, cinco navios brasileiros que estavam no Oceano Atlântico e mantidos presos até que D. Pedro II punisse as autoridades brasileiras. Crise do escravismo A pressão da Inglaterra pelo fim do escravismo e tráfico negreiro no Brasil estava cada vez mais intensa e se complicou após a implantação das famosas “leis para inglês ver”, em 1831. Isso levou a Inglaterra a tomar medidas drásticas, como a criação da Bill Aberdeen, em 1845, que autorizava a marinha do país a interceptar e prender navios negreiros. Em seguida, já em 1850, veio a publicação da lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico negreiro para o Brasil. Essas medidas agravaram a crise do escravismo. Entre as principais consequências, houve aumento de investimento para outras áreas, o aumento do preço dos escravos e o crescimento do tráfico interno, além do trabalho livre dos imigrantes europeus. Imigração europeia para o Brasil https://www.stoodi.com.br/resumos/historia/revolucoes-de-1830-e-1848/ https://www.stoodi.com.br/resumos/historia/absolutismo/ CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 25 Nesse período, a imigração europeia para o Brasil teve grande crescimento, impulsionado especialmente pela crise econômica do continente europeu, a unificação de Itália e Alemanha, a expansão cafeeira, a necessidade de mão de obra e a forte crise do escravismo no país. A partir de 1847, o Sistema de Parceria foi implementado, permitindo que os europeus trabalhassem livremente, especialmente no cultivo do café, e fossem remunerados com parte da produção. Mas o projeto não teve sucesso, já que os imigrantes reclamaram de maus tratos, contraíram altas dívidas e acabaram se revoltando com a situação que viviam no país. Lei de Terras A partir de 1850, com a implantação da Lei de Terras, fica definido que o acesso à terra se daria apenas pela compra. Todas as outras formas de acesso a esse bem, utilizadas anteriormente, ficam suspensas com a nova lei. O principal objetivo era dificultar o acesso dos imigrantes às terras do país, principalmente os pobres e ex-escravos. Como consequência dessa nova lei, a terra passou a ser vista como uma mercadoria e o processo de compra acabou gerando a concentração fundiária. Surto industrial Um episódio marcante do Segundo Reinado foi o surto industrial provocado pela disponibilidade de capitais que tomou conta do país por dois principais motivos: a exportação do café, que gerou renda para o mercado nacional, e a proibição do tráfico negreiro. A indústria brasileira viveu um forte momento de desenvolvimento a partir da instauração da Tarifa Alves Branco, que taxava em ao menos 30% os produtos importados que não tivessem produção semelhante interna e até 60% para os produtos que já tivessem algum semelhante sendo produzido internamente. Guerra do Paraguai A Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança é considerada o maior conflito do continente sul-americano, e foi motivado pelas intervenções do Brasil na política interna do Uruguai. Além disso, também aconteceu o projeto expansionista paraguaio, com ditador Solano Lopes em busca de uma saída para o Atlântico. A Tríplice Aliança era formada por Brasil, Uruguai e Argentina. Algumas das principais ações ocorridas durante esse conflito foi o apresamento de um navio brasileiro, a invasão do Mato Grosso pelo Paraguai e a invasão do Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai feita pelo Paraguai. Principais consequências da guerra do Paraguai para o Brasil O fortalecimento do exército; Aumento do ideal abolicionista; Aumento do republicanismo; Aumento da dívida externa. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 26 Principais consequências desse conflito para o Paraguai Queda da economia; Aumento no número de mortos; Perda de territórios; Dívida externa. Crise do império Aos poucos, houve início a crise do império e o começo do declínio do poder de D. Pedro II. A crise do império foi marcada por uma série de questões que atingiram o mandato do monarca português de diversas maneiras. Questão religiosa: proibição de católicos na maçonaria; Questão militar: crescimento do exército, luta pelo abolicionismo, republicanismo e positivismo; Questão abolicionista: instauração da Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários e Lei Áurea, os latifundiários e escravocratas ficaram insatisfeitos e passaram a não apoiar o Imperador Movimento Republicano e Queda do Império O Manifesto Republicano marca a insatisfação com o império que controla o país e serve como ponto de partida para a queda do império. O Partido Republicano Paulista (PRP) é formado e composto por Evolucionistas e Revolucionários. Em 15 de novembro de 1889, é realizado um golpe que vai acabar com o império de D. Pedro II e encerrar a monarquia no país. Temporariamente, o comando do país passa para o Marechal Deodoro da Fonseca, o 1º presidente que o país já teve. E o Brasil vê o Parlamentarismo ser substituído pelo Presidencialismoe a manutenção da estrutura socioeconômica. _____________________________________________________________________________ 6. Primeira República (1889-1930): o Primeiro Governo Provisório, Assembleia Constituinte, Presidência de Deodoro da Fonseca, a Política dos Governadores, o Coronelismo, Movimentos Tenentistas, Coluna Prestes, Revolta da Armada. O PERIODO REPUBLICANO Período este que se estende da queda da monarquia ou Proclamação da República, em 1889, até a revolução de 1930, conhecido também como a República velha. Divide-se em República da Espada (18891894), controlada por militares, e República Oligárquica (1894-1930), dominada pelos fazendeiros de café. https://www.stoodi.com.br/resumos/historia/republica-de-espada/ https://www.stoodi.com.br/resumos/historia/republica-de-espada/ CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 27 1. A REPÚBLICA DA ESPADA (1889-1894) E se entende de 1889 a 1894 é conhecido como República da Espada. Durante este período os governantes do Brasil foram os marechais Floriano Peixoto e Deodoro da Fonseca. E mesmo eles sendo militares, o Exército brasileiro não tinha domínio sobre o País, tinham apenas o dever de fortalecer os estabelecimentos republicanos, e condicionar as lideranças políticas civis, que representavam as classes dominantes para assumirem o poder. Governo provisório de Deodoro (1889 a 1891) Com a república recém-proclamada, instituiu o governo provisório para o Marechal Deodoro, marcado em 15 de novembro de 1889. O seu governo era composto por alguns republicanos e liberais da monarquia, que aprovaram com uma grande facilidade o novo regime. No governo de Deodoro ocorreram diversas situações de conflito e crises políticas, pois as suas medidas só visavam os interesses da classe média e da burguesia. Essas medidas inseriam uma série de reformas na estrutura institucional do Brasil. Todos esses conflitos geraram a demissão coletiva do Ministério. O Encilhamento Durante o governo provisório de Deodoro da Fonseca, o ministro da fazenda Rui Barbosa, para desenvolver a industrialização no Brasil, acabou buscando uma política diferenciada, que tinha por base créditos livres nos investimentos industriais, que eram garantidos pela emissão de monetárias. A crise do encilhamento surgiu através de boicotes sofridos por empresas-fantasmas e inflações. Foi um momento de grande confusão financeira, ocorrendo até mesmo a desvalorização da moeda, que causou um grande aumento dos preços, e muitas empresas e bancos pequenos entraram em falência. Apenas os bancos maiores, é que continuaram fortalecidos. Os problemas desencadeados pelo encilhamento foram em partes solucionados, apenas no governo de Campos Sales. Constituição de 1891 a) Foi elaborada por uma Assembleia Constituinte. b) Estabeleceu como forma de governo a República; como sistema de governo o Presidencialismo. c) Sofreu forte influência dos Estados Unidos. O País passou a chamar-se República dos Estados Unidos do Brasil. d) Transformou o Brasil em federação composta de 20 estados autônomos. e) Impôs o voto universal (direto) e descoberto (aberto) para todos os cidadãos maiores de 21 anos. Não podiam votar analfabetos, mulheres, mendigos, praças de pré e religiosos de ordem monástica. f) Adotou a divisão em três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. g) Promoveu a separação entre a igreja católica e o Estado. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 28 Observação – O presidente da República era eleito para um mandato de 4 anos, vedada a reeleição. A primeira eleição presidencial A primeira eleição presidencial do Brasil aconteceu de forma indireta pelo Congresso Constituinte, assim como manda a Constituição de 1891. Sendo que o presidente e vice- presidente eleitos assumiriam o mandato por 4 anos. As votações não se restringiam apenas aos presidentes ou deputados, se expandiam aos vice- presidentes, ou seja, o voto de presidente e vice-presidente não tinham vínculos. Como candidatos à presidência tivemos: o senador Prudente José de Morais e Barros e o chefe de governo provisório marechal Manuel Deodoro da Fonseca. E para vice presidente tivemos o almirante Eduardo Wandenkolk, e o marechal Floriano Peixoto. As eleições se realizaram em 25 de fevereiro de 1891, com a vitória do marechal Deodoro como presidente, e do marechal Floriano Peixoto como vice, sendo anunciados pelo parlamentarista Antônio Eusébio. O governo constitucional de Deodoro A presidência de Deodoro da Fonseca foi marcada por muitas crises, devido ao seu governo autoritário. O presidente estava em uma situação política complicada. Alguns grupos apoiavam Deodoro, como os governos estaduais, já a grande maioria do Congresso Nacional tinha uma forte oposição ao presidente. Em 03 de fevereiro de 1891, a fase constitucional do Marechal Deodoro da Fonseca é marcada por um golpe de Estado, influenciando a opinião pública que se opôs contra o presidente. Para impedir que uma guerra civil eclodisse no País, o almirante Custódio de Melo, amotinou-se, exigindo a renúncia do presidente. E em 23 de novembro de 1891, o marechal Deodoro da Fonseca renunciou a presidência, deixando seu cargo para seu vice Floriano Peixoto. Com a renúncia de Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto assumiu a presidência do País. Era apelidado de “Marechal de ferro”, devido algumas atitudes firmes, e ditadoras tomadas por ele. Atentavam-se à seu governo como ilícito, pois segundo a Constituição de 1981, se o presidente não completasse a metade de seu mandato, o vice-presidente assumiria o cargo provisoriamente por noventa dias, quando seria convocada novas eleições. Floriano Peixoto acabou agindo de forma inconstitucional, não respeitando as “Disposições Transitórias” da Constituição, e permaneceu na presidência. Assim deixou acontecer uma enfurecida oposição entre grupos civis e militares desodorizas. Em 1892, o antiflorianismo cresceu entre as unidades do Exército e da Marinha, que não admitiam o governo ilícito. Houve também o Manifesto dos 13 Generais, realizado por almirantes e generais, que exigiam imediatamente as novas eleições. O marechal enfrentou duas revoltas importantes, a Revolta Armada que aconteceu no Rio de Janeiro e a Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul. O governo de Floriano desenvolveu uma política econômica e financeira voltada para a industrialização: tarifas protecionistas e facilidades de credito concedidas, porém acompanhadas de medidas para controlar a inflação e impedir a especulação. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 29 A Revolução Federalista Foram batalhas que tiraram a vida de muita gente e que acabou se transformando em uma guerra civil, que se estendeu de fevereiro de 1893 até agosto de 1895. Esta revolução ocorreu no Rio Grande do Sul, entre dois grupos oligárquicos, que lutavam pelo poder político. Estes dois grupos eram: federalistas (maragatos) e republicanos (pica-paus). Os federalistas, incriminados de pactuar com a monarquia, defendiam um poder central forte, adotaram o parlamentarismo e instituíram um governo em Bagé (município do Rio Grande do Sul). Os maragatos tinham como intuito libertar Rio Grande do Sul, da chamada de tirania de Júlio Prestes de Castilhos, eleito presidente do estado. Já os castilhistas, como também eram chamados os republicanos, dominavam a política rio-grandense, baseados numa Constituição positivista, e importunavam os federalistas. O presidente, não poderia ficar indiferente, teria que apoiar alguém, e optou ficar ao lado Júlio Prestes de Castilhos, deixando os federalistas ainda mais revoltados com o seu mandato, fortalecendo o antiflorianismo. Em 1895, finalmente a paz foi estabelecida,com vitória dos republicanos de Júlio Prestes de Castilho. Nesta época, o atual presidente do País era Prudente de Moraes. A Revolta da Armada (1893-1894) Foi uma revolta que num primeiro momento foi contra o governo do marechal Deodoro da Fonseca, e em segundo estava em oposição à permanência de Floriano Peixoto na presidência. Após causar a renúncia do presidente Deodoro da Fonseca 1891, o almirante Custódio de Melo, armou uma rebelião em 1893, contra o governo de Floriano Peixoto, tentando a sua renúncia, alegando que seu mandato era ilegal. A rivalidade entre o Exército e a Marinha ficou ainda mais acirrada. Assim, Exército prestou socorro ao governo, e a Marinha tinha o apoio dos navios da armada e do Batalhão Naval. Nesta mesma época a Revolução Federalista estava acontecendo no Sul e os dois movimentos eram o anti-florianistas, sendo assim, ambos acabaram se associando, e se fortalecendo principalmente com a união do almirante Saldanha da Gama. A Revolta da Armada foi reprimida pelos grupos florianistas. E após governa por três anos conturbados, encarando a oposições e resistências em seu mandato, Floriano Peixoto fortaleceu o novo regime, dando oportunidades para que os civis assumissem o governo. E assim foram realizadas as eleições presidenciais para escolher o sucessor de Peixoto. O presidente eleito foi Prudente de Moraes, candidato civil da burguesia cafeeira, que assumiu a presidência em 1894, findando a República da Espada. 2. A REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS (1894 Á 1930) Quando Prudente de Moraes assumiu a presidência do País, foi iniciado um novo período republicano, a República das Oligarquias. A ação político-administrativa era baseada na existência das oligarquias estaduais. As oligarquias mais influentes são as de Minas Gerais e São Paulo, sendo assim, ambas é que controlavam o governo federal. Mesmo assim, cada Unidade de Federação estava sob o domínio intransigente de sua oligarquia. O poder continuava nas mãos das oligarquias formadas pelos grandes proprietários rurais, mantendo caráter agrário, monocultor, latifundiário e exportador de nossa economia. O país, CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 30 consequentemente, continuava subordinado economicamente aos Estudos Unidos e às nações europeias. Neste período, os interesses dos grupos oligárquicos eram defendidos, assim o Estado federal e estadual foram colocados totalmente em função do serviço agrícola, com predomínio da oligarquia cafeeira. CARACTERISTICAS PRINCIPAIS Ascenção das Oligarquias Antes mesmo da republica a oligarquia formada pelos proprietários do café paulista era a principal força econômica da sociedade brasileira. Após a eleição de Prudente de Morais, essas oligarquias impuseram suas linhas de organização ao governo, adotando medidas governamentais que protegiam os interesses agrário-exportadores dos cafeicultores. A Política dos Governadores Teve início no governo Campos Sales (1898-1902). Consistia numa troca mútua de favores entre os governadores estaduais e o Governo Federal. Por acordo, ficou determinado que os grupos políticos que governavam os Estados dariam total apoio ao Governo Federal, que, em troca, só reconheceria a vitória dos deputados que pertencessem ao grupo. Como consequência, formaram-se as oligarquias estaduais. Os candidatos que não fizessem parte dessa política seriam "degolados", ou seja, não seriam reconhecidos como vitoriosos. O Coronelismo e o Voto de Cabresto Fenômeno social e político típico da República Velha, caracterizado pelo prestígio do político e por seu poder de mando. O chefe político local ou regional era maior ou menor de acordo com o número de votos por ele controlado. O coronel tinha um poder proporcional ao número de eleitores que conseguisse assegurar para os candidatos das oligarquias estaduais. A esse tipo de voto, que forçava o eleitor a apoiar o candidato do coronel local, chamava-se voto do cabresto. Os coronéis por sua vez, recebiam favores pessoais das oligarquias e consolidavam seu poder também nos municípios. Nessa época o sistema eleitoral era fraudulento, já que o sistema eleitoral era depravado, pois nesta época o voto não era secreto, os políticos e os eleitores não tinham nenhum tipo de vínculo, e a ausência da Justiça Eleitoral, facilitava a realização de fraudes pelas oligarquias, que garantiam o domínio de seus candidatos nas eleições. A Política “Café Com Leite” A política do café com leite foi um programa nacional, realizado na república velha por dois estados que se completavam; um era muito rico e importante em cultivo de café, já o outro um dos maiores estados produtores de leite, e que tinha o maior centro eleitoral, sendo eles: São Paulo e Minas Gerais respectivamente. Essa política marcou toda a República Velha, alternando presidentes mineiros e paulistas no poder. A valorização do café - O café era o produto mais importante da economia do país. Mas no início da República, os cafeicultores enfrentaram graves problemas, os custos do café caíram, deixando com que seus cultivadores não participassem dos lucros, ou tivessem lucros pequenos. E como a política da República Velha era dominada pelo setor cafeeiro, foi decidido CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 31 que iria ser implantado através de um aplano de governo a Política de Valorização do Café, para assegurar os benefícios dos cafeicultores. _____________________________________________________________________________ 7. A REVOLUÇÃO DE 1930 A Revolução de 1930 deu fim ao governo oligárquico da República Velha, golpe político que colocou Getúlio Vargas na presidência do Brasil. O desentendimento entre os senhores do poder da Republica das Oligarquias geraria um novo capítulo na política do Brasil. Outro fator determinante para o fim do domínio político da oligarquia cafeeira foi a crise econômica gerada pela Quebra da Bolsa de Valores em 1929. Washington Luís, último presidente da República Velha, deveria indicar para a presidência um representante político de Minas Gerais. A escolha de um candidato mineiro a presidência não ocorreu. Washington Luís indicou como candidato outro paulista, Júlio Prestes, atitude que selou o fim da Política do Café com Leite. O governador de Minas Gerais, Antônio Carlos, desapontado com Washington Luís pelo fato de ele não tê-lo indicado como candidato à presidência, uniu-se aos políticos dos estados de oposição a oligarquia cafeeira. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba formaram a Aliança Liberal. Eles escolheram o gaúcho Getúlio Vargas para concorrer às eleições presidências. Realizadas as eleições, o candidato da oligarquia cafeeira, como de costume, venceu as eleições presidenciais. Júlio Prestes foi o eleito. Mesmo vencido nas eleições, a Aliança Liberal planejou um golpe político. O assassinato de João Pessoa, vice-presidente da candidatura de Vargas, foi o pretexto usado pela oposição para dar início a revolta que culminaria com a Revolução de 1930. Tropas militares comandadas por Góes Monteiro se rebelaram no Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo o militar Juarez Távora, nome ligado ao Movimento Tenentista, também comandou tropas militares no nordeste brasileiro. Os dois grupos rebeldes se uniram e foram em direção ao Rio de Janeiro a fim de derrubar o governo de Washington Luís. Sem poder unir forças contra o grande número de rebeldes, Washington Luís saiu da presidência deposto em 24 de Setembro de 1930. Com a consumação da Revolução de 1930, o Governo Brasileiro ficou nas mãos de uma junta militar. No dia 3 de Novembro 1930, os militares entregaram o poder a Getúlio Vargas. Uma vez nomeado presidente do governo provisório, Getúlio Vargas manteve-se no poder e governou o Brasil por um período de 15 anos. CONCURSO SOLDADO DA POLICIAMILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 32 _____________________________________________________________________________ 8. O PERÍODO VARGAS O governo de Getúlio Vargas na Nova República marcou o último período de sua longa carreira política. A Era Vargas, ou Período Getulista durou de 1930 a 1945, um período de 15 anos em que Getúlio Vagas governou o Brasil. Iniciou-se com a consumação da Revolução de 1930 e terminou no mesmo ano do final da Segunda Guerra Mundial. Os 15 anos da Era Vargas pode ser dividida em 3 partes. São elas: O Governo Provisório (1930 a 1934) Ao ser nomeado chefe do governo provisório, Getúlio Vargas fez uma profunda mudança nos campos político e econômico. Declarou extinta a constituição de 1891 e afastou os governadores que pertenciam a Republica das Oligarquias. Os estados brasileiros passaram a ser governados por interventores escolhidos pelo próprio Vargas e que eram na maioria integrantes do Movimento Tenentista. Eles tinham o objetivo conter os possíveis levantes dos chefes locais que imperavam na República Velha. No setor econômico foram adotadas medidas de proteção ao café, desvalorizado em decorrência da Crise Econômica de 29. Buscando reerguer a economia do Brasil, Getúlio Vargas incentivou a criação de indústrias no pais, acarretando um acelerado crescimento industrial. Primeiras medidas de Getúlio Vargas a) Nomeação de interventores para governar os Estados. Este cargo político foi cedido aos tenentes, grupo da jovem oficialidade que havia participado da revolução de 1930 e, portanto, desejavam participar do "bolo" do poder. Os governadores atuais dos Estados foram demitidos, com exceção do governador de Minas Gerais. b) Criação do Ministério da Educação e Saúde. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 33 c) Criação do Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio. d) Ao suspender a Constituição de 1891 e fechar os órgão Legislativos, Getúlio Vargas admitia o direito de exercer o Poder Legislativo e o Poder Executivo, até quando uma Assembleia Constituinte fosse devidamente eleita. Os interventores nomeados como governadores dos Estados obtinham completamente os poderes e eram responsáveis diante do Governo Provisório. O Código dos Interventores, estabelecido em agosto de 1931 para controlar a ação dos interventores, impedia que os Estados contraíssem empréstimos sem o consentimento do governo federal, e restringia a área de ação dos Estados, o que impedia-os de entrar em competição com o Exército nacional, além disso, os Estados eram restringidos a realizar gastos com serviços de Polícia Militar. Essa era também uma forma de centralizar o poder. Política de valorização do café Governo Federal adota uma nova política de valorização do café, diferente do Convênio de Taubaté, assinado em 1906, no governo Rodrigues Alves. A partir dos anos de 1930, o governo Vargas passa a intervir diretamente na produção. O Estado comprava toda a produção excedente de café e a destruía. Cerca de 80 milhões de sacas de café foram queimadas ou jogadas ao mar. A política trabalhista Logo que Getúlio Vargas assumiu o poder no ano de 1930, estavam acontecendo algumas manifestações por parte de muitos proletariados que queriam gozar de seus direitos e melhores condições para que pudessem trabalhar com segurança e qualidade. Após muitas paralisações feitas pelos trabalhadores, foram criadas as leis trabalhistas, gerando o salário mínimo, que só foi exibido de fato no Estado Novo. Mas as novas medidas atendiam algumas expectativas dos trabalhadores, como férias anuais remuneradas, jornada de trabalho de 8 horas diárias com direito a descanso semanal remunerado (domingo), regulamentação do trabalho para menores de 14 anos, para o trabalho feminino e para o trabalho noturno, e instauração da carteira profissional de trabalho para maiores de 16 anos com emprego fixo. No entanto, as greves passaram a ser proibidas, notícia essa que agradaria a elite. Inteligentemente o governo passou a controlar os sindicatos, sendo assim, quem se opunha ao governo, tinha seu sindicato fechado, com essa medida os trabalhadores apoiavam o governo de Getúlio Vargas. Movimento MMDC No dia 23 de maio de 1932, houve um conflito envolvendo os rebeldes e as forças do governo. Nesse confronto, morreram quatro estudantes de cujo sobrenome (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) proveio essa sigla. A Revolução Constitucionalista - 1932 A partir desse momento, eclodiu em São Paulo a Revolução Constitucionalista, com o apoio do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, entre outros Estados do Nordeste. Apesar de todo esforço e preparação dos revoltosos para a batalha fosse uma “grande guerra”, Getúlio Vargas bloqueou as fronteiras paulistas através das forças policiais, batalhões provisórios e de forças do Exército do Sul e do Norte, reprimindo os meios de comunicação e restringindo o fornecimento de recursos para que mantivessem a guerra. CONCURSO SOLDADO DA POLICIA MILITAR DA BAHIA 2019 – HISTORIA DO BRASIL – ATUALIZADO PÓS EDITAL 2019 34 Nessas condições, a Revolução só subsistiu por 3 meses, porém foi considerado uma dos maiores conflitos militares do Brasil, deixando aproximadamente 800 mortos muitas mortes. Foi assim que no dia 02 de outubro de 1932, os paulistas resolvem se render. O Governo Constitucional (1934 a 1937) A revolta paulista conhecida como Revolução Constitucionalista de 1932, fez com que o Governo Vargas se apressasse na tarefa de elaborar uma nova constituição. Em 16 de Julho de 1934 foi criada a nova Constituição do Brasil. Através de uma eleição indireta, Getúlio Vargas continuou no poder brasileiro. A Constituição de 1934 ficou marcada por ter dado as mulheres brasileiras o direito de votar e por criar as leis trabalhistas. No Governo Constitucional os partidos políticos do Brasil seguiram as doutrinas políticas dos países europeus. Os dois principais partidos políticos da época eram a AIB (Ação Integralista Brasileira), partido que defendia a pratica de uma política totalitária no Brasil. Os Integralistas defendia a criação de um governo autoritário semelhante aos implantados na Itália e Alemanha (NaziFascismo). O líder deste partido era Plínio Salgado e a ANL (Aliança Nacional Libertadora), partido político que defendia os ideais do Socialismo-Marxismo. Os aliancistas espelhavam-se principalmente no Partido Comunista da União Soviética. Luís Carlos Prestes era o principal líder dos Aliancistas. A Aliança Nacional Libertadora chegou a promover uma revolta armada fracassada que ficou conhecida como Intentona Comunista. O movimento vermelho motivou o Governo Vargas a preparar um golpe de estado. Mais detalhes No dia 3 de maio de 1933 foram realizadas as eleições para a Assembleia Constituinte, que foi estabelecida em 15 de novembro de 1933, tendo como presidente Antônio Carlos Ribeiro de Andrade. A Assembleia Constituinte organizaria uma nova Constituição brasileira. Em 16 de julho de 1934, foi promulgada a Constituição do Brasil, e no dia 17 ocorreram as eleições para presidente, que elegeu Getúlio Vargas, pelo período de 1934 a 1938, pondo fim no governo provisório. Constituição de 1934 a) Elaborada por uma Assembleia Constituinte. b) Inspirada na Constituição de Weimar (Alemanha). c) Eleições diretas: voto direto e secreto para ambos os sexos (maiores de 18 anos alfabetizados). d) Extinção do cargo de vice-presidente da República. e) Mandato presidencial de 4 anos, vedado o direito à reeleição. f) Mandato classista. g) Leis trabalhistas: jornada de trabalho de oito horas, descanso semanal obrigatório e remunerado, férias remuneradas, proteção ao trabalho da mulher e do menor, indenização por dispensa sem justa causa, assistência e licença remunerada a gestantes.
Compartilhar