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Saúde e Doença: Conceitos e Modelos

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Saúde e Doença - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 1
Saúde e Doença 
- BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO
CONCEITOS INICIAIS
SAÚDE
OMS
Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doença 
ou enfermidade
Utópico 
Inatingível 
Pouco dinâmico 
Subjetivo
8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 1986
A saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio 
ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e 
acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de 
organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de 
vida. A saúde não é um conceito abstrato. Define-se no contexto histórico de determinada 
sociedade e num dado momento de seu desenvolvimento, devendo ser conquistada pela 
população em suas lutas cotidianas
Conceito ampliado que abrange
Universalidade: para todos, sem exceções
Imaterialidade: sem existência exterior às pessoas
Indivisibilidade: não é possível decompor em componentes
Inapropriedade: não é mercadoria
OPAS, 2002
Saúde pública é o esforço organizado da sociedade, principalmente através de suas 
instituições de caráter público, para melhorar, promover, proteger e restaurar a saúde 
das populações por meio de atuações de alcance coletivo
WINSLOW, 1920
Saúde é a ciência e a arte de evitar doença, prolongar a vida e promover a saúde física e 
mental, e a eficiência, através de esforços organizados da comunidade, visando o 
saneamento do meio, o controle das infecções comunitárias, a educação do indivíduo nos 
princípios da higiene pessoal, a organização de serviços médicos e de enfermagem para o 
diagnóstico precoce e o tratamento da doença e o desenvolvimento dos mecanismos sociais 
que assegurarão a cada pessoa na comunidade o padrão de vida adequado para a manutenção 
da saúde.
DOENÇA
Não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas, pois quem 
estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim, os valores e 
sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece
Saúde e Doença - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 2
MODELOS EXPLICATIVOS HISTÓRICOS
PRINCIPAIS MODELOS
1. Modelo biomédico
2. Modelo processual
3. Modelo sistêmico
4. Modelo mágico-religioso
5. Modelo de determinação social da doença
MODELO BIOMÉDICO
DEFINIÇÃO
Modelo que privilegia o diagnóstico e a cura, não contemplando as medidas de prevenção ou 
práticas de tratamento não tradicionais
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
1. Individual
2. Especialista
3. Fragmentado
4. Hospitalocêntrico
5. Curativo
6. Centrado na figura do médico
NOMES FUNDAMENTAIS
DESCARTES
Propôs que o corpo e a mente deveriam ser estudados de forma separada, sendo o corpo 
analisado pela medicina e a mente estudada pela religião e pela filosofia
PASTEUR E VIRCHOW
Seus trabalhos com micro-organismos fortaleceram a ideia do modelo separatista de pensar 
o fenômeno do adoecimento
MODELO PROCESSUAL
DEFINIÇÃO
Modelo que considera que os estímulos do meio ambiente desencadeiam uma resposta do 
corpo, que terá como desenlace a cura ou o defeito ou a invalidez ou a morte
CRIAÇÃO
O modelo processual baseia-se no modelo de História Natural da Doença proposto por 
Leavell e Clark em 1976
PRINCIPAL CARACTERÍSTICA
Reconhece que as características sociais ou relacionais do indivíduo interferem na chance 
de adoecer, na forma como ele adoece e na repercussão da doença
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA
Saúde e Doença - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 3
PERÍODO PRÉ-PATOGÊNICO
1. A doença ainda não existe no organismo, havendo somente uma suscetibilidade a poder 
desenvolvê-la
2. Tríade ecológica (fatores relativos ao agente, meio e hospedeiro)
a. Agente: envolve os elementos externos que podem interagir com o organismo humano 
causando-lhe algum dano
b. Hospedeiro: refere-se às características do indivíduo que podem deixá-lo suscetível 
a algum agente
c. Meio: compreende o ambiente que possibilita o contato dos agentes agressores com 
seus futuros hospedeiros
PERÍODO PATOGÊNICO
1. O organismo já adoeceu, sendo o período referente às possibilidades da evolução da 
doença
2. Período de patogênese precoce ou fase pré-clínica
a. O indivíduo já tem a doença, mas está assintomático
3. Doença precoce discernível
a. Compreende o estado patológico inicial, quando é possível discernir clinicamente 
que estamos diante de alguma doença
4. Doença avançada
a. Etapa em que a doença já progrediu
5. Convalescença
a. Desfecho do paciente 
MODELO SISTÊMICO
DEFINIÇÃO
Admite que diversos elementos (políticos e socioeconômicos, culturais, ambientais e 
agentes patogênicos) estão relacionados sinergicamente entre si, de modo que, quando 
modificamos qualquer um deles, afetaremos os demais
Saúde e Doença - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 4
MODELO MÁGICO-RELIGIOSO
DEFINIÇÃO
Os deuses definem o estado de cura e adoecimento das pessoas, sendo o modelo baseado na 
noção de pecado-doença e redenção-cura
BRASIL
Embora não seja o dominante, permanece presente na ideação de saúde atual, sendo comum as 
cerimônias de cura, as cirurgias espirituais, o fluxo de energias, o uso de patuás ou 
amuletos, o “pagamento” de promessas e vários outros ritos relacionados à saúde
MODELO DE DETERMINAÇÃO SOCIAL
FUNDAMENTAÇÃO
Desde a década de 1970 tem havido a preocupação em compreender os fatores que determinam 
a saúde ou a perda da mesma. O modelo holístico de Laframbroise, desenvolvido no Canadá 
em 1976, estipulava que estilo de vida e condutas de saúde, biologia humana, meio 
ambiente e assistência sanitária seriam fatores determinantes da saúde. No final da 
década de 1990, Tarlov propôs um modelo que contemplava 5 níveis de determinação social 
da doença, indo do nível individual para o coletivo. No Brasil, o modelo mais estudado e 
aceito é o proposto por Dahlgren e Whitehead, que estabelece diferentes níveis de 
determinantes, desde o individual até o macro social. Em 2010, a Comissão Nacional sobre 
Determinantes Sociais da Saúde da OMS reuniu todos os modelos anteriores, sintetizandoos 
em um modelo criado por Solar e Irwin que busca resumir dois conjuntos de determinantes: 
os estruturais e os intermediários
CONCEITO
COMISSÃO NACIONAL SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE DO BRASIL
São características socioeconômicas, culturais e ambientais de uma sociedade, que 
influenciam as condições de vida e trabalho de todos os seus integrantes
COMISSÃO NACIONAL SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE DA ORGANIZAÇÃO 
MUNDIAL DA SAÚDE (OMS)
Condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham
CAMADAS CONTEMPLADAS NO MODELO DE DSS DE DAHLGREN E WHITEHEAD
CAMADA 1
Composta pelos indivíduos que estão no centro do modelo, com seus determinantes 
individuais, suas características e herança genética
Saúde e Doença - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 5
CAMADA 2
Composta pelo comportamento e estilo de vida dos indivíduos
CAMADA 3
Representa a influência do suporte e apoio proveniente das redes sociais e comunitárias
CAMADA 4
Composta pelos fatores associados às condições de vida e de trabalho, que envolve a 
disponibilidade de alimentos, o acesso à saúde, educação, saneamento básico e habitação
CAMADA 5
Macrodeterminantes ou determinantes sociais distais que estão associados às condições 
econômicas, culturais e ambientais da sociedade
MODELO DE SOLAR E IRWIN
DETERMINANTES ESTRUTURAIS
Englobam o meio como os fatores contextuais originam as posições socioeconômicas, que são 
determinadas por outros fatores (renda, educação, ocupação, classe social, etnia e 
gênero)
DETERMINANTES INTERMEDIÁRIOS
Envolvem as circunstâncias materiais, os fatores comportamentais e biológicos, os fatores 
psicossociais e o sistema de saúde
NÍVEIS DE PREVENÇÃO
FUNDAMENTAÇÃO
Leavell e Clark sistematizaram diferentes possibilidades de prevenção em cada momento 
específico do modelo da História Natural da Doença, propondo três níveis de prevenção: 
primária, secundária e terciária. Já Marc Jamoulle eMichel Roland propuseram a noção da 
prevenção quaternária. Além das já citadas, há a prevenção quinquenária, que foi 
introduzida em 2014 por uma publicação científico-médica portuguesa. 
PRIMÁRIA
Contempla as medidas tomadas em relação a todos os fatores que determinam a ocorrência de 
enfermidades ou agravos que afetam tanto o indivíduo quanto a comunidade. O objetivo é 
interromper os processos que levam à doença antes mesmo de se iniciarem. Portanto, essa 
forma de prevenção está ligada ao período pré-patogênico e atua no controle das causas e 
dos fatores de risco associados à condição. Além disso, é subdividida em:
Saúde e Doença - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 6
1. Promoção da saúde: ações voltadas para melhoria geral nas condições de vida dos 
indivíduos e da população, como a prática de exercício físico
2. Proteção específica: ações direcionadas para evitar a ocorrência de um agravo ou um 
grupo específico de agravos, como a vacinação
SECUNDÁRIA
O propósito fundamental desse nível de prevenção é melhorar o prognóstico do paciente 
visando alcançar resultados mais positivos para sua condição. Isso envolve a busca pela 
cura da doença, a diminuição dos sintomas, a contenção de sua propagação para terceiros e 
uma trajetória de recuperação mais vantajosa, entre outros benefícios. Além disso, 
subdivide-se em:
1. Diagnóstico Precoce e Tratamento imediato: 
a. Ações que visam detectar e tratar o mais rápido possível os processos patogênicos 
já instaurados
b. Inclui ainda diagnosticar os assintomáticos (que não ultrapassaram o horizonte 
clínico), através de rastreamentos ou screening, além da busca ativa de casos ou 
suscetíveis
c. Teste rápido de HIV
d. Rastreamento de câncer de mama
2. Limitação de Incapacidade: 
a. Ações voltadas para os estados patológicos plenamente instalados que ultrapassaram 
o horizonte clínico (condições crônicas ou cronificadas)
b. O objetivo maior é promover um cuidado adequado, de modo que o paciente possa 
evoluir com cura, ou, ainda, retardar ou reduzir as complicações (incluindo as 
sequelas)
c. Tratamento da diabetes e da esquizofrenia
TERCIÁRIA
Tem como finalidade reduzir os impactos das sequelas provocadas pelo agravo no cotidiano 
das pessoas, melhorando a qualidade de vida, como ocorre na reabilitação física e 
profissional, no suporte psicossocial e nas readaptações no domicílio, nas vias públicas, 
transportes ou no ambiente de trabalho
QUATERNÁRIA
Surgindo como uma reação ao aumento da medicalização e à inclinação de medicalizar 
questões do dia a dia que não necessariamente demandam intervenções médicas intensivas. 
Esse nível de prevenção está intimamente relacionado a um dos quatro princípios da 
Bioética, baseado no “primum non nocere” (acima de tudo, não causar danos): o da não 
maleficência. Tem como propósito resguardar os pacientes de procedimentos médicos 
exagerados, tratamentos não essenciais ou diagnósticos excessivamente invasivos, os quais 
podem resultar em efeitos adversos ou desdobramentos indesejados. Dentre os exemplos da 
não aplicação da prevenção quaternária, temos: iatrogenia, sobrediagnóstico, 
sobrerrastreamento, sobretratamento e medicalização
Adicionalmente, esse nível de prevenção está intimamente relacionado a um dos quatro 
princípios da Bioética: o da não maleficência
🔴 Vale ressaltar a demora permitida, que se refere ao intervalo de tempo aceitável 
para iniciar um tratamento ou uma intervenção médica em determinadas condições de 
saúde
Saúde e Doença - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 7
QUINQUENÁRIA
Tem como objetivo principal evitar o surgimento de "disfunções" nos profissionais de 
saúde, como o burnout, desempenhando um papel crucial na prevenção de problemas de saúde 
nos pacientes. Isso envolve reconhecer a importância do bem-estar dos cuidadores, como os 
médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, e implementar medidas que promovam 
sua saúde mental e qualidade de vida
PRIMORDIAL
Objetiva evitar a instalação dos fatores de risco da doença, ou seja, extinguir um fator 
de risco ou o comportamento de risco que ainda não estaria inteiramente estabelecido na 
população

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