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Estudo da OAB: Estrutura e Finalidades

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Prévia do material em texto

A Ordem dos Advogados do Brasil
Prof. Paulo Machado
false
Descrição
Estudo da natureza, das finalidades, da estrutura organizacional, da
legitimidade e das contribuições da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB).
Propósito
Conhecer a própria instituição da qual faz parte é imprescindível para o
advogado não só para sua atuação como advogado em empresas
privadas ou públicas ou em processos judiciais, mas também para o
devido conhecimento do corpo interno (conselho e tribunal de ética) da
entidade responsável pela defesa de sua classe.
Preparação
Para o estudo deste material, é imprescindível que você tenha em mãos
a Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB), o Regulamento
geral do Estatuto da Advocacia e da OAB e o Código de ética e disciplina
da OAB para que eles possam ser consultados com facilidade no
decorrer de sua leitura.
Objetivos
Módulo 1
Finalidades da OAB
Identificar a natureza jurídica e finalidades da OAB.
Módulo 2
Estrutura organizacional da OAB
Identificar a estrutura organizacional da OAB.
Módulo 3
Competências dos órgãos da OAB
Reconhecer os órgãos da OAB e suas competências.
Em um primeiro momento, edificaremos os conhecimentos
estruturais acerca da instituição OAB, nomeadamente de sua
natureza jurídica e de seus fins precípuos, a fim de lhe propiciar a
devida compreensão dos módulos seguintes: estrutura
organizacional, órgãos e competências da Ordem. Também
estudaremos os quatros órgãos que a constituem: Conselho
Federal, conselhos seccionais, subseções e Caixa de Assistência
dos Advogados.
Em seguida, delinearemos o Conselho Federal da OAB e suas
funções, bem como as atribuições dos conselhos seccionais e das
subseções. Por fim, analisaremos a Caixa de Assistência dos
Introdução
1 - Finalidades da OAB
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car a natureza jurídica
e �nalidades da OAB.
Finalidades e natureza da
OAB
OAB: Finalidades e natureza
Antes de iniciarmos nossos estudos, acompanhe o vídeo introdutório
sobre a OAB.
Advogados, cuja finalidade é prestar assistência aos advogados e
aos estagiários vinculados ao respectivo conselho seccional.

Finalidades da OAB
O artigo 44 do Estatuto da Advocacia e da OAB aborda as finalidades
institucionais e corporativas da Ordem.
Finalidades institucionais
São aquelas cumpridas pela OAB externamente, ou seja, a organização,
como instituição, age com o objetivo de alterar ou preservar algo fora do
seu corpo.
As finalidades institucionais incluem:
Defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático
de Direito, os direitos humanos e a justiça social.
Pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da
justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições
jurídicas.
Finalidades corporativas
São aquelas que a OAB cumpre internamente para mudar ou manter
algo dentro de si relativamente aos seus quadros de advogados e de
estagiários.
Seu objetivo é, com exclusividade, promover em toda a República
Federativa do Brasil a:

Representação

Defesa

Seleção

Disciplina
O artigo 11 do Regulamento geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, por
sua vez, determina que:
[...] compete ao
sindicato de
advogados e, na sua
falta, à federação ou
confederação de
advogados, a
representação destes
nas convenções
coletivas celebradas
com as entidades
sindicais
representativas dos
empregadores, nos
acordos coletivos
celebrados com a
empresa empregadora
e nos dissídios
coletivos perante a
justiça do trabalho,
aplicáveis às relações
de trabalho.
(ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, 1994, art.
11)
Tal conteúdo, porém, poderia ir de encontro ao disposto no artigo 44, II,
do Estatuto da Advocacia e da OAB (EAOAB): “promover, com
exclusividade, a representação”). Se há exclusividade da OAB, por que o
Regulamento geral do Estatuto da Advocacia e da OAB diz que ela
compete ao sindicato? Esse regulamento estaria contrariando a Lei nº
8.906/94?
A resposta é simples. Ela, na verdade, possui duas possiblidades:
Interesse de toda a classe dos
advogados
Na violação de uma prerrogativa, por exemplo, a OAB, por meio
de seus órgãos, representa os advogados judicial e
extrajudicialmente.
Direitos dos advogados
empregados
No caso da violação ao salário-mínimo do advogado empregado,
por exemplo, essa representação fica a cargo do sindicato ou, na
falta dele, da federação ou da confederação dos advogados.
Origem e natureza jurídica da OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil foi criada em 1930 pelo Decreto nº
19.408, que, em seu artigo 17, determinou: “Fica criada a Ordem dos
Advogados Brasileiros, órgão de disciplina e seleção de advogados, que
se regerá pelos estatutos que forem votados pelo Instituto dos
Advogados Brasileiros com a colaboração dos institutos dos estados e
aprovados pelo governo”.
No entanto, a OAB passou a ser devidamente estruturada com o advento
da Lei nº 4.215, de 27 de abril de 1963. Esse é o primeiro estatuto da
OAB, que, por sua vez, foi revogado pela Lei nº 8.906, de 4 de abril de
1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB).
Atenção!
O uso da sigla OAB é privativo da Ordem dos Advogados do Brasil, como
preceitua o art. 44, §2º do atual estatuto.
Um tema sempre polêmico – e, por isso, bastante discutido na doutrina
– e ainda não pacificado é a questão da natureza jurídica da OAB. É
possível encontrar divergências sobre o assunto até mesmo entre os
administrativistas mais renomados.
Longe de querer esgotar o assunto ou até mesmo de se aprofundar no
tema, é preciso frisar, entretanto, que esse não é o objetivo deste
conteúdo. Apresentamos a seguir uma sinopse do assunto, ficando para
outro momento mais debates a respeito.
Em linhas gerais, é preciso destacar o seguinte aspecto: para que uma
entidade seja considerada autarquia, ela, entre outros requisitos, deverá
integrar a Administração Pública. Como preceitua a Lei nº 8.906/1994,
no artigo 44, §1º, a OAB não mantém nenhum vínculo funcional ou
hierárquico com qualquer órgão da Administração Pública.
Em razão disso, há quem entenda que a Ordem seja uma autarquia em
regime especial. Em que pese o respeitável entendimento
supramencionado, nos somamos à corrente que entende ser a OAB uma
entidade sui generis, uma vez que ela é uma entidade com
características peculiares.
Sui generis
Único em seu gênero.
A OAB, afinal, é diferente das demais entidades de classe. Não existe, no
ordenamento jurídico, nenhuma entidade do tipo, principalmente pelo
fato de ela não manter qualquer vínculo de natureza funcional ou
hierárquica com os órgãos da Administração Pública.
O STF se pronunciou acerca do assunto na Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) nº 3.026 por intermédio de seu relator, o
então ministro Eros Grau:
2. não procede a alegação de que a
oab sujeita-se aos ditames
impostos à administração pública
direta ou indireta. 3. a oab não é
uma entidade da administração
indireta da união. a ordem é um
serviço público independente,
categoria ímpar no elenco das
personalidades jurídicas existentes
no direito brasileiro. 4. a oab não
está incluída na categoria na qual se
inserem essas que se tem referido
com “autarquias especiais” para
pretender-se afirmar equivocada
independência das hoje chamadas
“agências”.
(BRASIL, 2006)
Personalidade jurídica
À exceção das subseções, todos os órgãos da OAB possuem uma
personalidade jurídica própria. É o que se depreende da simples leitura
dos parágrafos 1º ao 4º do artigo 45 do Estatuto da Advocacia e a
Ordem dos Advogados do Brasil (EAOAB).
As subseções são órgãos autônomos dos conselhos seccionais,
funcionando como extensões e com a finalidade de descentralizar
algumas atividades desses conselhos. Curiosamente, o artigo 44, caput,
do EAOAB determina que a OAB também tem personalidade jurídica.
Uma dúvida poderia surgir aqui: quem tem personalidade jurídica? A
OAB ou alguns de seus órgãos? Vejamos o que Paulo Lôbo dispõe sobre
tal assunto:
Quando o art. 44 do Estatuto diz quea OAB é dotada de personalidade
jurídica própria, remete
necessariamente à especificação do
art. 45. A OAB é a instituição (que
não se confunde com pessoa
jurídica), cuja personalidade jurídica
revela-se nos “órgãos” que a
compõem, designados no art. 45.
Vê-se, pois, que a referência no
caput do art. 44 à personalidade
jurídica da OAB é uma metonímia.
Não existe uma pessoa jurídica
OAB, ao lado de outras pessoas
jurídicas, mas uma instituição
organizada em determinadas
pessoas jurídicas, que são o
Conselho Federal, os conselhos
seccionais e as Caixas de
Assistência.
(LÔBO, 2009, p. 94)
O Instituto dos Advogados
Brasileiros
Bem antes da criação da OAB e após a autorização para a criação dos
primeiros cursos jurídicos no Brasil, em 11 de agosto de 1827, nas
cidades de Olinda e São Paulo, na busca pela organização da advocacia,
foi fundado o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), em 1843, com
vistas à criação da OAB. O IAB prestou uma significante contribuição
para a história do país.
Exemplo
No auxílio ao governo para a organização legislativa e judiciária,
posicionando-se como órgão de estudos e debates de temas
legislativos e jurisprudenciais.
Ainda existente, o IAB não é a entidade de classe dos advogados,
porém, ainda assim, presta, entre outros, o relevante serviço de fomentar
a cultura jurídica.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
É uma finalidade da OAB
Parabéns! A alternativa A está correta.
Conforme dispõe o artigo 44 do Estatuto da Advocacia e da OAB,
defender a Constituição, a ordem jurídica do estado democrático de
direito, os direitos humanos e a justiça social, é considerado uma
finalidade da OAB.
Questão 2
Levando em consideração que a natureza jurídica da OAB é
polêmica, marque a alternativa com o entendimento do STF sobre a
Ordem.
A
defender a Constituição, a ordem jurídica do estado
democrático de direito, os direitos humanos e a
justiça social.
B
fazer o controle das decisões judiciais, assim como
fiscalizar a rápida administração da justiça.
C
defender o presidente da República em crimes
cometidos em razão de sua função.
D
promover, sem exclusividade, a representação, a
defesa, a seleção e a disciplina em toda a República
Federativa do Brasil.
E atuar como órgão recursal dos Tribunais de Contas
A
Parabéns! A alternativa E está correta.
Ao analisar a constitucionalidade desses dispositivos, o STF deixou
consignado alguns importantes posicionamentos sobre o tema. O
primeiro refere-se ao fato de que a OAB não se sujeita aos ditames
impostos à Administração direta e à indireta. Segundo o referido
julgado, a OAB não é uma entidade da administração indireta da
União. A Ordem, na verdade, é uma entidade sui generis. Trata-se de
um serviço público independente de categoria ímpar no elenco das
personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. Dessa
forma, a OAB, cujas características são a autonomia e a
independência, não pode ser tida como congênere dos demais
órgãos de fiscalização profissional, pois ela não está voltada
exclusivamente a finalidades corporativas e também institucionais.
Autarquia em regime especial.
B Entidade da Administração Pública indireta.
C Entidade da Administração Pública direita.
D Sindicato.
E Entidade sui generis.
2 - Estrutura organizacional da OAB
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car a estrutura
organizacional da OAB.
Estrutura organizacional da
OAB
Considerações iniciais sobre os
órgãos da OAB
A OAB é formada por quatro órgãos. O estudo deles está disciplinado
tanto no EAOAB quanto no Regulamento geral do Estatuto da Advocacia
e da OAB:
Conselho Federal
Arts. 51-55, EAOAB; arts. 62-104, regulamento.
Conselhos seccionais
Arts. 56-59, EAOAB; arts. 105-114, regulamento.
Subseções
Arts. 60-61, EAOAB; arts. 115-120, regulamento.
Caixa de Assistência dos Advogados
Art. 62, EAOAB; arts. 121-127, regulamento.
Nenhum órgão da OAB pode se manifestar sobre questões de ordem
pessoal, exceto em caso de homenagem a quem tenha prestado
relevantes serviços à sociedade e à advocacia. As salas e as
dependências de seus órgãos não podem receber nomes de pessoas
vivas ou inscrições estranhas às suas finalidades, respeitando-se as
situações que já existiam na data da publicação do Regulamento geral
do Estatuto da Advocacia e da OAB (artigo 151, parágrafo único).
Saiba mais
A publicação do Regulamento geral do Estatuto da Advocacia e da OAB
se deu no Diário de Justiça de 16 de novembro de 1994.
Regras gerais para as eleições e
mandatos na OAB
Eleições e mandatos na OAB
Acompanhe agora as principais regras relativas às eleições e aos
mandatos na OAB.
Eis como funcionam as eleições na OAB:

A OAB designa ao advogado o local onde deve votar. O candidato a
membro da Ordem deve fazer prova dos seguintes requisitos:
1. Ser advogado regularmente inscrito no respectivo conselho
seccional (com inscrição principal ou suplementar);
2. Estar em dia com as anuidades;
 Frequência
As eleições na OAB são realizadas trienalmente:
todos os seus mandatos têm a duração de três
anos. As eleições dos membros de todos os órgãos
se realizam na segunda quinzena do mês de
novembro do último ano do mandato mediante
cédula única e votação direta dos advogados
regularmente inscritos.
 Obrigatoriedade
O voto é obrigatório para todos os advogados, sob
pena de multa equivalente a 20% do valor da
anuidade, a não ser que sua ausência seja
justificada por escrito. Já os estagiários não votam.
 Local
O advogado com inscrição suplementar pode
exercer sua opção de voto, comunicando ao
conselho seccional no qual possui inscrição
principal. Além disso, a votação em trânsito é
vedada. Nesse caso, o advogado poderia, por
exemplo, votar no local mais perto do seu escritório,
da sua residência ou na comarca próximo a uma
audiência.
3. Não ocupar cargos ou funções incompatíveis com a advocacia
(art. 28, EAOAB) em caráter permanente ou temporário;
4. Não ocupar cargos ou funções dos quais possa ser exonerável ad
nutum (mesmo que compatíveis com a advocacia);
5. Não ter sido condenado por qualquer infração disciplinar por
decisão transitada em julgado, salvo se estiver reabilitado pela
OAB;
�. Exercer efetivamente a profissão há mais de 3 anos para ocupar
cargos nos conselhos seccionais e nas subseções e de 5 anos
para cargos no Conselho Federal e na Caixa de Assistência dos
Advogados (não se conta o período de estagiário);
7. Não estar em débito com a prestação de contas ao Conselho
Federal caso seja dirigente do conselho seccional.
A chapa para o conselho seccional, por sua vez, é composta dos
candidatos a:

Diretoria
Presidente, vice-presidente, secretário-geral, secretário-geral adjunto e
tesoureiro.

Conselho
Composta pelos conselheiros seccionais da OAB.

Delegação do Conselho Federal

Diretoria da Caixa de Assistência
dos Advogados
A eleição é conjunta. Serão considerados eleitos os candidatos
integrantes da chapa que obtiver a maioria dos votos válidos (art. 64,
EAOAB). A chapa para a subseção é composta com os candidatos à sua
diretoria e ao conselho da subseção, quando houver.
Os mandatos na OAB têm início em 1º de janeiro do ano seguinte ao da
eleição para os todos os órgãos da OAB, com exceção para o Conselho
Federal (os conselheiros federais eleitos na chapa iniciam os seus
mandatos no dia 1º de fevereiro do ano seguinte ao da eleição).
A extinção do mandato ocorrerá automaticamente antes de seu término
quando:
1. Ocorrer qualquer hipótese de cancelamento da inscrição ou de
licença do advogado;
2. O titular sofrer condenação disciplinar na OAB;
3. O titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias
consecutivas de cada órgão deliberativo do conselho, da diretoria
da subseção ou da caixa de assistência dos advogados, não
podendo ser reconduzido no mesmo período de mandado.
Nos casos da extinção de qualquer mandato na OAB resultantedas
hipóteses supracitadas, caberá ao conselho seccional, no caso de não
haver suplentes (art. 66, parágrafo único, EAOAB), escolher o substituto.
Como já comentamos, a votação se dá de forma direta nos conselhos
seccionais, sendo na modalidade indireta para a escolha da diretoria do
Conselho Federal.
Dispõe o art. 67 do EAOAB que:
A Eleição da Diretoria do Conselho
Federal, que tomará posse no dia 1º
de fevereiro, obedecerá às seguintes
regras:
I – será admitido o registro, junto ao
Conselho Federal, de candidaturas à
presidência, desde 6 (seis) meses
até 1 (um) mês antes da eleição;
II – o requerimento de registro
deverá vir acompanhado do apoio
de, no mínimo, 6 (seis) Conselhos
seccionais;
III – até 1 (um) mês antes das
eleições, deverá ser requerido o
registro da chapa completa, sob
pena de cancelamento da
candidatura respectiva;
IV – no dia 31 de janeiro do ano
seguinte ao da eleição, o
Conselheiro Federal elegerá, em
reunião presidida pelo conselheiro
mais antigo, por voto secreto e para
mandato de 3 (três) anos, sua
diretoria, que tomará posse no dia
seguinte;
V – será considerada eleita a chapa
que obtiver maioria simples dos
votos dos Conselheiros Federais,
presente a metade mais 1 (um) de
seus membros.
(BRASIL, 1994, art. 67)
À exceção do candidato à Presidente do Conselho Federal, os demais
integrantes deverão ser conselheiros federais eleitos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(Adaptado de: FGV – XXXI Exame de Ordem - 2021) Os advogados
Diego, Willian e Pablo, todos em situação regular perante a OAB,
desejam candidatar-se ao cargo de conselheiro de um conselho
seccional da OAB. Diego é advogado há dois anos e um dia, sendo
sócio de uma sociedade simples de prestação de serviços de
advocacia, e nunca foi condenado por infração disciplinar. Willian,
por sua vez, exerce a advocacia há exatos quatro anos e constituiu
sociedade unipessoal de advocacia por meio da qual advoga
atualmente. Willian já foi condenado pela prática de infração
disciplinar, tendo obtido reabilitação um ano e três meses após o
cumprimento da sanção imposta. Já Pablo é advogado há cinco
anos e um dia e nunca respondeu por prática de qualquer infração
disciplinar. Atualmente, Pablo exerce certo cargo em comissão,
exonerável ad nutum, cumprindo atividades exclusivas da
advocacia.
Considerando as informações acima e o disposto na Lei nº
8.906/94, assinale a afirmativa correta.
Parabéns! A alternativa B está correta.
O artigo 63, §2º, do EAOAB, com a redação dada pela Lei nº
13.875/2019, passou a determinar que o candidato a cargo na OAB
deve: comprovar situação regular perante a Ordem; não ocupar
cargo exonerável ad nutum; não ter sido condenado por infração
disciplinar, salvo reabilitação; e exercer efetivamente a profissão há
mais de 3 anos nas eleições para os cargos de conselheiro
seccional e das subseções, quando houver, e há mais de 5 anos nas
eleições para os demais cargos.
A
Apenas Diego e Willian cumprem os requisitos para
serem eleitos para o cargo pretendido.
B
Apenas Willian cumpre os requisitos para ser eleito
para o cargo pretendido.
C
Apenas Diego e Pablo cumprem os requisitos para
serem eleitos para o cargo pretendido.
D
Apenas Pablo cumpre os requisitos para ser eleito
para o cargo pretendido.
E O tema não é tratado pela lei.
Questão 2
(Adaptado de: FGV - XX Exame de Ordem – 2016) Charles é
presidente de certo conselho seccional da OAB. Não obstante, no
curso do mandato, Charles vê-se envolvido em dificuldades no seu
casamento com Emma e decide renunciar ao mandato para
dedicar-se às suas questões pessoais. Sobre o caso, assinale a
afirmativa correta.
Parabéns! A alternativa B está correta.
De acordo com o artigo 66, parágrafo único, do EAOAB, ocorrendo
os casos de extinção do mandato antes de seu tempo integral,
caberá ao conselho seccional escolher o substituto caso não haja
suplente.
A
O sucessor de Charles deverá ser eleito pelo
Conselho Federal da OAB entre os membros do
conselho seccional respectivo.
B
O sucessor de Charles deverá ser eleito pelo
conselho seccional respectivo entre seus membros.
C
O sucessor de Charles deverá ser eleito pela
subseção respectiva entre seus membros.
D
O sucessor de Charles deverá ser eleito por votação
direta dos advogados regularmente inscritos
perante o conselho seccional respectivo.
E Não é possível a renúncia.
3 - Competências dos órgãos da OAB
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os órgãos da OAB
e suas competências.
Conselho Federal
O Conselho Federal da OAB
Acompanhe agora um breve comentário acerca do Conselho Federal da
OAB, bem como sua composição e suas competências.
Composição do Conselho Federal
Órgão supremo da OAB, o Conselho Federal tem sua sede na capital do
país (Brasília) e é composto pelos conselheiros federais, conforme o
disposto no artigo 51 do EAOAB. São conselheiros federais:


Os integrantes das delegações de
cada unidade federativa.

Os ex-presidentes do próprio
Conselho Federal.
Falemos agora sobre os integrantes das delegações de cada unidade
federativa. Cada conselho seccional elege três advogados (conselheiros
federais) para representá-los no Conselho Federal. Esses conselheiros
são eleitos pelo voto direto dos advogados em eleições realizadas
trienalmente nos conselhos seccionais por meio de chapas.
As chapas contêm:
Candidatos à diretoria do
conselho seccional
Presidente, vice-presidente, secretário-geral, secretário-geral
adjunto e tesoureiro.
Conselheiros seccionais
Composta pelos conselheiros das seções.
Diretoria da Caixa de
Assistência dos Advogados
Delegação de conselheiros
federais
Quando o presidente do Conselho Federal, que também é o presidente
nacional da OAB, encerra o seu mandato, passando a ser ex-presidente,
ele continua sendo conselheiro federal, só que na qualidade de membro
honorário vitalício. Desse modo, existem 81 conselheiros federais
provenientes das delegações (já que, no Brasil, há 27 unidades
federativas, contando com o Distrito Federal) mais seus ex-presidentes.
Votação no Conselho Federal
Os votos no Conselho Federal são tomados por delegação. Cada uma
delas tem direito a um voto.
Se a delegação for composta por três conselheiros federais, o voto será
tomado por maioria (3x0 ou 2x1). Caso haja a falta de um conselheiro e
a ausência de um suplente, ela só poderá votar se os dois que estiverem
presentes votarem no mesmo sentido. Caso contrário, ocorrerá um
empate, e seu voto não será computado, isto é, será inválido.
Os conselheiros federais integrantes das delegações não poderão
exercer o direito de voto nas matérias de interesse específico da
unidade federativa que representam, podendo, no entanto, opinar sobre
o assunto, dispõe o artigo 68, §2º, do Regulamento geral do Estatuto da
Advocacia e da OAB.
Exemplo
Se estiver sendo decidido se o Conselho Federal deve ou não intervir no
conselho seccional de São Paulo, os integrantes da delegação de São
Paulo ficarão impedidos de votar.
De acordo com artigo 51, §2º, do atual Estatuto da Advocacia, os ex-
presidentes não têm mais direito a voto, como se permitia no passado,
por ocasião da Lei nº 4.215/1963, tendo agora apenas direito de voz.
Entretanto, o artigo 81 da Lei nº 8.906/94 determinou que essa restrição
não se aplica a quem assumiu originariamente o cargo de presidente do
Conselho Federal até a data da publicação dessa lei (5 de julho de
1994).
Fica assegurado, assim, o pleno direito de voz e de voto em suas
sessões. Nas palavras do artigo 77, §2º, do Regulamento geral do
Estatuto da Advocacia e da OAB: “Os ex-presidentes empossados antes
de julho de 1994 têm direito de voto equivalente ao de uma delegação,
em todas as matérias, exceto na eleição dos membros da diretoria do
Conselho Federal”.
O presidente do Conselho Federal tem apenas o voto de qualidade, isto
é, o voto de minerva ou de desempate. Suas competências incluem:
Exercera representação nacional e internacional da OAB.
Convocar, presidir e representar, ativa e passivamente, em juízo
ou fora dele, o Conselho Federal.
Promover a administração patrimonial.
Dar execução às suas decisões.
Diretoria do Conselho Federal
Todos os órgãos da OAB possuem uma diretoria. A diretoria do
Conselho Federal é composta por:

Presidente

Vice-presidente

Secretário-geral

Secretário-geral adjunto

Tesoureiro
Nas deliberações desse conselho, seus componentes votam como
membros de suas delegações, exceto quanto ao presidente, pois
somente lhe caberá o voto de desempate e o direito de embargar a
decisão se ela não for unânime.
Outras considerações
Nas sessões do Conselho Federal, os presidentes dos conselhos
seccionais têm lugar reservado junto à sua delegação e somente direito
de voz, ou seja, não podem votar nas sessões do Conselho Federal. O
presidente do IAB e os agraciados com a Medalha Rui Barbosa podem
participar das sessões do conselho pleno do Conselho Federal, mas
sofrem a mesma restrição.
Apesar de o artigo 50 do Estatuto da Advocacia e da OAB, para o
cumprimento de suas finalidades, possibilitar aos presidentes dos
conselhos da Ordem e das subseções a requisição de cópias de peças
de autos ou de outros documentos a qualquer tribunal, magistrado,
cartório e órgãos da Administração Pública, o Supremo Tribunal Federal
(STF), na ADI nº 1.127-8, deu interpretação a esse dispositivo. Sem
redução do texto, essa interpretação promove o entendimento da
palavra “requisitar” como dependente de motivação, compatibilização
com as finalidades da lei e atendimento de custos, ficando ressalvados
os documentos sigilosos.
Competências do Conselho
Federal da OAB
O artigo 44 do Estatuto da Advocacia e da OAB define as finalidades
institucionais e corporativas da Ordem. Dessa forma, é por meio de seus
órgãos que elas serão efetivadas.
As competências do Conselho Federal estão arroladas no artigo 54 do
Estatuto de 1994:
I. dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;
II. representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou
individuais dos advogados;
III. velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da
advocacia;
IV. representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos
órgãos e eventos internacionais da advocacia;
V. editar e alterar o Regulamento geral, o Código de ética e disciplina,
e os provimentos que julgar necessários;
VI. adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos
conselhos seccionais;
VII. intervir nos conselho seccionais, onde e quando constatar grave
violação desta lei ou do Regulamento geral;
VIII. cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação,
qualquer ato, de órgão ou autoridade da OAB, contrário à presente
lei, ao Regulamento geral, ao Código de ética e disciplina e aos
provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa;
IX. julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos conselhos
seccionais nos casos previstos neste Estatuto e no Regulamento
geral;
X. dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os
respectivos símbolos privativos;
XI. apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas
de sua diretoria;
XII. homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas
dos conselhos seccionais;
XIII. elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o
preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito
nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno
exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do
próprio Conselho ou de outro órgão da OAB;
XIV. ajuizar Ação Direta de Inconstitucionalidade de normas legais e
atos normativos, ação civil pública, mandado de segurança
coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação
lhe seja outorgada por lei.
Interesses coletivos
Esta competência também se dá em cumprimento às finalidades da OAB
(art. 44, II, EAOAB).
Representar
Pelo EAOAB, essa competência é do Conselho Federal. No entanto, o
Regulamento geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, no art. 80, parágrafo
único, determina que os conselhos seccionais podem representar a OAB,
em geral, ou os advogados brasileiros em eventos internacionais ou no
exterior, quando autorizados pelo presidente Nacional da OAB, que é o
presidente do Conselho Federal.
Regulamento geral do Estatuto da Advocacia e da
OAB
O Regulamento geral do Estatuto da Advocacia e da OAB e o Código de ética
e disciplina da OAB não são leis em sentido material. Trata-se de atos
normativos criados pelo Conselho Federal da OAB. Se esse conselho pode
criá-los, também pode alterá-los.
Conselhos seccionais
Sendo o Conselho Federal o órgão supremo da OAB, com “jurisdição” em
todo o território nacional, compete a ele assegurar o regular funcionamento
dos conselhos seccionais localizados nos estados-membros e no Distrito
Federal.
Julgar
O Conselho Federal, órgão supremo da OAB, tem competência para julgar
em última instância os recursos na Ordem.
Elaborar as listas
Será competência do Conselho Federal elaborar a lista sêxtupla quando a
destinação for para os tribunais de abrangência nacional ou interestadual,
ou seja, o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho ou
os tribunais federais cuja competência territorial alcance mais de um
estado. Sendo tribunal estadual, a competência passa a ser dos conselhos
seccionais. A proibição para a inclusão de membros do próprio Conselho
Federal ou de outro órgão da OAB é justa e ética, já que são os conselheiros
que escolherão os seis indicados para o Tribunal Judiciário, evitando-se,
assim, que possa haver qualquer privilégio ou tráfico de influência.
O EAOAB entrou em vigor no ano de 1994, quando a Constituição
Federal arrolava, no artigo 103, as pessoas legitimadas a propor a ADI e,
no artigo 105, aquelas com legitimidade para a proposição da Ação
Declaratória de Constitucionalidade (ADC). No entanto, por conta da
Emenda Constitucional nº 45/2004, que trouxe a reforma do Judiciário,
passou a ser determinado no artigo 103 que as mesmas pessoas
legitimadas à proposição da ADI também pudessem propor a ADC – e o
Conselho Federal da OAB lá está.
A Lei nº 9.882/1999, no artigo 2º, I, prevê que os legitimados para a ADI
têm competência para propor Ação de Descumprimento de Preceito
Fundamental (ADPF), razão pela qual a OAB também pode propor a
ADPF.
XV - colaborar com o
aperfeiçoamento dos cursos
jurídicos, e opinar, previamente, nos
pedidos apresentados aos órgãos
competentes para criação,
reconhecimento ou credenciamento
desses cursos;
XVI - autorizar, pela maioria absoluta
das delegações, a oneração ou
alienação de seus bens imóveis;
XVII - participar de concursos
públicos, nos casos previstos na
Constituição e na lei, em todas as
suas fases, quando tiverem
abrangência nacional ou
interestadual;
XVIII - resolver os casos omissos
neste estatuto.
(BRASIL, 1994)
Note que:
No inciso XV, também em cumprimento às finalidades da OAB (art. 44,
EAOAB), o Conselho Federal desempenha o relevante papel de opinar
antecipadamente nos pedidos de criação, reconhecimento e
credenciamento dos cursos jurídicos nos órgãos competentes.
Em relação ao inciso XVI, atente-se para o quórum exigido: maioria
absoluta.
Já referente ao inciso XVII, é necessário saber que a OAB, por meio do
Conselho Federal, terá de participar de forma efetiva nos concursos
públicos de âmbito nacional ou interestadual quando houver previsão na
Constituição Federal e nas leis, tal como nos concursos públicos para o
ingresso na magistratura, no Ministério Público e na Advocacia Geral da
União. Quando os concursos não tiverem abrangência nacional ou
interestadual, a competência será dos conselhos seccionais (art. 58, X,
EAOAB).
Conselhos seccionais
De acordo com o artigo 45, §2º, do Estatuto da Advocacia e da OAB, os
conselhos seccionais têm “jurisdição” sobre os respectivos estados-
membros do Distrito Federale dos territórios, embora se saiba que, no
país, hoje em dia, não existem mais territórios. Os novos conselhos
seccionais são criados mediante resolução do Conselho Federal.
Composição e voto
A composição desses conselhos é diferente da observada no Conselho
Federal. Nos conselhos seccionais, ela é proporcional ao número de
advogados inscritos (artigo 106 do Regulamento geral do Estatuto da
Advocacia e da OAB com nova redação dada pela Resolução nº 2, de
2009, do Conselho Federal).
Desse modo, se houver menos de 3.000 advogados inscritos na
seccional, poderá ter até 30 conselheiros seccionais, podendo ser
acrescentado mais um conselheiro a cada grupo completo de 3.000 até
atingir o número máximo de 80 conselheiros seccionais.
Integram ainda os conselhos seccionais os seus ex-presidentes, na
qualidade de membros honorários vitalícios, valendo para eles a mesma
regra do artigo 81 do EAOAB quanto ao direito de voto. Continua com
direito de voz e voto apenas quem tenha assumido originariamente o
cargo de presidente até a publicação da Lei nº 8.906/1994.
Os demais, de acordo com essa lei, têm apenas o direito de voz. O
presidente do Instituto dos Advogados local é membro honorário do
conselho seccional, tendo direito à voz em suas sessões.
Diretoria do conselho seccional
A diretoria do conselho seccional tem composição idêntica e atribuições
equivalentes às do Conselho Federal:

Presidente

Vice-presidente

Secretário-geral

Secretário-geral adjunto

Tesoureiro
Nos termos do artigo 66 do Estatuto, o mandato será extinto
automaticamente antes de seu término quando:
I - ocorrer qualquer hipótese de
cancelamento de inscrição ou de
licenciamento do profissional;
II - o titular sofrer condenação
disciplinar;
III - o titular faltar, sem motivo
justificado, a três reuniões
ordinárias consecutivas de cada
órgão deliberativo do conselho ou
da diretoria da subseção, ou da
Caixa de Assistência dos
Advogados, não podendo ser
reconduzido no mesmo período de
mandato.
(BRASIL, 1994, art. 66)
Competências do conselho
seccional
De acordo com o artigo 58 do Estatuto da Advocacia e da OAB, compete
privativamente ao conselho seccional:
I - editar seu regimento interno e
resoluções;
II - criar as subseções e a caixa de
assistência dos advogados;
III - julgar, em grau de recurso, as
questões decididas por seu
presidente, por sua diretoria, pelo
tribunal de ética e disciplina, pelas
diretorias das subseções e pela
Caixa de Assistência dos
Advogados.
(BRASIL, 1994, art. 58)
É interessante observar na passagem do inciso II que a criação das
subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados é da competência
exclusiva dos conselhos seccionais, não podendo ser criadas pelo
Conselho Federal.
O conselho seccional também funciona como tribunal de recursos.
Digamos que, via de regra, os recursos em segunda instância na OAB
são julgados por esse conselho.
Na Ordem, algumas decisões são da competência do presidente; outras,
da diretoria do conselho, das subseções ou da Caixa de Assistência dos
Advogados. Já os processos disciplinares contra advogados e
estagiários são, em regra, julgados pelo tribunal de ética e disciplina
(TED).
As decisões proferidas pelo presidente do conselho seccional, por
aquelas diretorias ou pelo TED terão seus recursos encaminhados para
o conselho seccional, não podendo ser remetidos diretamente para o
Conselho Federal sob pena de supressão de instância, como você pode
verificar a seguir:
IV - fiscalizar a aplicação da receita,
apreciar o relatório anual e deliberar
sobre o balanço e as contas de sua
diretoria, das diretorias das
subseções e da Caixa de
Assistência dos Advogados;
V - fixar a tabela de honorários,
válida para todo o território estadual;
VI - realizar o Exame de Ordem;
VII - decidir os pedidos de inscrição
nos quadros de advogados e
estagiários;
VIII - manter cadastro de seus
inscritos;
(BRASIL, 1994, art. 58)
Sobre trecho do artigo acima, valem as seguintes notas:
1. Artigo IV: Sendo da competência do conselho seccional a criação
das subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados, será
também de sua responsabilidade a fiscalização da aplicação da
receita, da apreciação do relatório anual e da deliberação sobre as
contas e os balanços desses órgãos.
2. Artigo V: Compete a cada conselho seccional determinar a tabela
de honorários advocatícios, que terá validade para aquele estado-
membro ou Distrito Federal. Não existe, portanto, uma tabela
nacional. A tabela de honorários do Rio de Janeiro, por exemplo, é
diferente da fixada pelo conselho seccional da Bahia.
3. Artigo VI: O art. 58, VI, do Estatuto determina que cabe a cada
conselho seccional realizar o exame de ordem. Entretanto, na
prática, por convênio entre os conselhos seccionais, a
competência passou a ser do Conselho Federal.
É incumbência dos conselhos seccionais atualizar, até o dia 31 de
dezembro de cada ano, o cadastro dos advogados inscritos,
organizando, desse modo, a lista correspondente. Esse cadastro
contém:
Nome completo de cada advogado com os respectivos
números de inscrição (principal e suplementar).
Endereços e telefones dos locais onde exercem sua profissão.
Nome da sociedade de que fazem parte, se for o caso.
Lista dos cancelamentos de inscrição.
Lista das sociedades de advogados registradas nos conselhos
seccionais, indicando ainda os nomes dos sócios e o número
do registro na OAB.
Cada conselho seccional fica responsável por estabelecer e receber: as
contribuições, que são as anuidades, tanto dos advogados quanto dos
estagiários; os preços de serviços, que são os valores fixados para
emissão de carteira e inscrição no Exame da Ordem, entre outros
exemplos; e as multas.
Veja:
IX - fixar, alterar e receber
contribuições obrigatórias, preços
de serviços e multas;
X - participar da elaboração dos
concursos públicos, em todas as
suas fases, nos casos previstos na
Constituição e nas leis, no âmbito
do seu território.
(BRASIL, 1994, art. 58)
Será competência do conselho seccional participar de forma efetiva nos
concursos públicos de âmbito estadual quando houver previsão na
Constituição e em leis específicas.
Exemplo
Concursos públicos para o ingresso na magistratura, no Ministério
Público e em outras carreiras jurídicas.
Indicado pelo conselho seccional, o representante da OAB atuará em
todas as fases do concurso desde a etapa da elaboração do edital,
fiscalizando e intervindo quando houver suspeita de irregularidades.
Quando os concursos tiverem abrangência nacional ou interestadual, a
competência será do Conselho Federal (art. 54, XVII, EAOAB).
Também vale saber que é competência exclusiva dos conselhos
seccionais a determinação dos trajes dos advogados, não podendo nem
mesmo os magistrados interferirem nessa regulamentação.
Em relação à aprovação do orçamento do ano que se segue, fica por
conta do conselho seccional da OAB aprovar e, se necessário, modificá-
lo.
Já quanto ao tribunal de ética e disciplina localizado em cada conselho
seccional: será organizado por esse conselho, recrutando seus
membros, que podem ou não ser conselheiros seccionais.
Essas informações podem ser conferidas nos artigos XI, XII e XIII do art.
58, conforme demonstrado a seguir:
XI - determinar, com exclusividade,
critérios para o traje dos advogados
no exercício profissional;
XII - aprovar e modificar seu
orçamento anual;
XIII - definir a composição e o
funcionamento do Tribunal de Ética
e disciplina, e escolher os seus
membros;
XIV - eleger as listas,
constitucionalmente previstas, para
preenchimento dos cargos nos
tribunais judiciários, no âmbito de
sua competência e na forma do
provimento do Conselho Federal,
vedada a inclusão de membros do
próprio Conselho e de qualquer
órgão da OAB;
(BRASIL, 1994, art. 58)
Será competência do conselho seccional elaborar a lista sêxtupla
quando a indicação for para tribunais de abrangência estadual. Se o
tribunal tiver abrangência nacional ou interestadual, elaficará a cargo do
Conselho Federal (art. 54, XIII, EAOAB).
A proibição para a inclusão de membros do próprio conselho seccional
ou de outro órgão da OAB é justa e ética, já que são os conselheiros que
vão escolher os seis indicados para o respectivo tribunal judiciário,
evitando-se, com isso, qualquer privilégio ou tráfico de influência.
Vimos que compete ao conselho seccional criar as subseções e a Caixa
de Assistência dos Advogados, podendo esse conselho, entretanto,
intervir nelas. O quórum, nesse caso, é de 2/3. Por isso, não podemos
confundir: compete ao Conselho Federal intervir nos conselhos
seccionais, mas compete ao conselho seccional a intervenção nas
subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados. Além disso, o
Regulamento geral do Estatuto da Advocacia e da OAB tem função
supletiva aos casos omissos no EAOAB.
Observe a aplicação através dos incisos XV e XVI, respectivamente:
XV - intervir nas
subseções e na Caixa
de Assistência dos
Advogados;
XVI - desempenhar
outras atribuições
previstas no
Regulamento geral.
(BRASIL, 1994, art. 58)
Subseções
Competências das subseções
As subseções são partes autônomas dos conselhos seccionais,
funcionando como extensões deles. Elas têm a função de descentralizar
algumas atividades desses conselhos. Sua área territorial pode abranger
um município, mais de um ou parte de um município, inclusive a capital
do estado.
Para que uma subseção seja criada pelo conselho seccional, é preciso
haver pelo menos 15 advogados domiciliados profissionalmente na
respectiva área de abrangência.
Compete às subseções:
1. Dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB (art. 44 do
EAOAB);
2. Velar pela dignidade, pela independência e pela valorização da
advocacia, fazendo valer as prerrogativas da advocacia;
3. Representar a OAB perante os poderes constituídos;
4. Desempenhar as atribuições previstas no Regulamento geral do
Estatuto da Advocacia e da OAB ou por delegação de competência
do conselho seccional.
Caso haja mais de 100 advogados domiciliados profissionalmente na
respectiva área da subseção, ela poderá contar com um conselho
(conselho da subseção), cujo número de membros será fixado pelo
conselho seccional, competindo-lhe agora exercer as mesmas funções
do conselho seccional na forma do regimento interno dele.
Além disso, o conselho da subseção pode:
1. Editar seu regimento interno a ser referendado pelo conselho
seccional (e não pelo Conselho Federal);
2. Editar resoluções no âmbito de sua competência;
3. Instaurar e instruir processos disciplinares (o julgamento fica a
cargo do TED, que se localiza em cada conselho seccional);
4. Receber pedido de inscrição nos quadros de advogados e
estagiários da OAB, instruindo e emitindo parecer prévio, para
decisão do conselho seccional (perceba que, quando é criado um
conselho na subseção, suas atribuições são bastante ampliadas).
Atenção!
O artigo 60, §4º, do Estatuto da Advocacia e da OAB ressalta que os
quantitativos acima referidos para a criação da subseção ou do
conselho da subseção (15 e 100, respectivamente) podem ser
aumentados, mas não diminuídos, na forma do regimento interno do
conselho seccional.
Diretoria da subseção
A subseção é administrada por uma diretoria com composição e
atribuições equivalentes às da diretoria do conselho seccional.
A diretoria é composta pelo:

Presidente

Vice-presidente

Secretário-geral

Secretário-geral adjunto

Tesoureiro
Caixa de Assistência dos
Advogados
Características da Caixa de
Assistência dos Advogados
Como o próprio nome já diz, a Caixa de Assistência dos Advogados tem
a finalidade de prestar assistência aos advogados e aos estagiários
vinculados ao respectivo conselho seccional. Ela será criada pelo
conselho seccional quando eles contarem com mais de 1.500 inscritos,
adquirindo personalidade jurídica com a aprovação e o registro de seu
estatuto, o que se faz no próprio conselho seccional.
A assistência aos inscritos na OAB é definida no estatuto da Caixa e
está condicionada à:
Regularidade do pagamento da anuidade.
Carência de um ano após o deferimento da inscrição.
Disponibilidade de recursos da caixa de assistência.
O artigo 123 do Regulamento geral do Estatuto da Advocacia e da OAB
ainda traz algumas informações a respeito da Caixa de Assistência dos
Advogados. Veja:
 Dispensa da anuidade
O artigo determina que em casos especiais, o
estatuto da Caixa pode prever a dispensa dos
requisitos de regularidade do pagamento da
anuidade e de carência de um ano. A Caixa de
Assistência, além disso, pode promover a
seguridade complementar em benefício dos
advogados na forma desse regulamento geral.
 Convênios de colaboração
As caixas promovem entre si convênios de
colaboração e execução de suas finalidades e
mantêm a Coordenação Nacional das Caixas, que é
composta por seus presidentes. Tal coordenação
nacional é um órgão de assessoramento do
Conselho Federal para a política nacional de
assistência e seguridade dos advogados, tendo o
seu coordenador, nas sessões, direito a voz nas
matérias a elas pertinentes.
A diretoria da Caixa é composta por cinco membros com atribuições
definidas no seu regimento interno.
Fontes de renda
As fontes de renda da Caixa de Assistência dos Advogados são duas:
Metade líquida das anuidades e Contribuições obrigatórias devidas
pelos advogados e incidentes sobre os atos decorrentes do efetivo
exercício da advocacia, que são fixadas pelo conselho seccional (art. 62,
§3º, do EAOAB).
Sobre a metade líquida das anuidades, faz-se necessário saber que:
De acordo com o artigo 56 do Regulamento geral do Estatuto da
Advocacia e da OAB e após a nova redação dada pela Resolução nº 2,
de 2007, do Conselho Federal, 60% delas são descontados do valor
bruto mensal das anuidades.
Tal percentual tem o seguinte destino:
45%
Destinada às despesas administrativas e manutenção do conselho
seccional.
2%
Destinado ao Fundo de Integração e Desenvolvimento Assistencial dos
Advogados (Fida).
 Incorporação do patrimônio
Caso a Caixa seja extinta ou desativada, o seu
patrimônio será incorporado ao do conselho
seccional que a criou. Sendo da competência do
conselho seccional criar a Caixa de Assistência dos
Advogados, tal conselho poderá, mediante o voto
de 2/3 de seus membros, intervir nela se houver
descumprimento de suas finalidades, designando
para tanto uma diretoria provisória enquanto durar a
intervenção (art. 58, XV, do EAOAB).
3%
Destinado ao Fundo cultural.
10%
Destinado ao Conselho Federal.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(Adaptado de: FGV – XVI - Exame de Ordem - 2015) Compete ao
conselho seccional, após deliberação, ajuizar:
Parabéns! A alternativa D está correta.
A ADI em face de leis ou atos normativos federais.
B
queixa-crime contra quem tenha ofendido os
inscritos na respectiva seccional.
C
mandado de segurança individual em favor dos
advogados inscritos na respectiva seccional
independentemente de vinculação com o exercício
da profissão.
D
mandado de segurança coletivo em defesa de seus
inscritos independentemente de autorização
pessoal dos interessados.
E mandado de segurança coletivo.
As competências dos conselhos seccionais constam no artigo 58
do EAOAB, bem como no 105 do Regulamento geral do Estatuto da
Advocacia e da OAB. A alternativa A está errada, pois a competência
para propor ADI em face de leis e atos normativos federais é o
Conselho Federal. Na B, a queixa-crime somente pode ser ofertada
pelo ofendido ou por seu representante legal. A questão C está
incorreta, porque tem de ser por ato relativo à advocacia. Por fim, a
D corresponde aos termos do artigo 105, V, c, do Regulamento geral
do Estatuto da Advocacia e da OAB.
Questão 2
Assinale a alternativa que apresenta uma competência do Conselho
Federal da OAB.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Editar e alterar o Regulamento geral do Estatuto da Advocaciae da
OAB, o Código de ética e disciplina da OAB e os provimentos que
A
Representar apenas em juízo os interesses coletivos
dos advogados.
B Representar a OAB perante os poderes constituídos.
C
Representar sem exclusividade os advogados
brasileiros nos órgãos e nos eventos internacionais
da advocacia.
D
Editar e alterar o Regulamento geral do Estatuto da
Advocacia e da OAB, o Código de ética e disciplina da
OAB e os provimentos que julgar necessários.
E
Intervir nas subseções e na Caixa de Assistência
dos Advogados.
julgar necessários, como frisa o artigo 54 do Estatuto da Advocacia
e da OAB, são competências do Conselho Federal.
Considerações �nais
Como vimos neste conteúdo, a estrutura da OAB é de suma importância
para o aluno não só para atuar dentro dos ditames dos regramentos
exigidos pela Ordem, mas também pelo fato de ela oferecer diversas
vagas no conselho, no tribunal de ética, nas procuradorias internas e nas
comissões. Com isso, tais profissionais podem participar das mais
importantes atividades de sua casa.
Por fim, destacamos que a OAB se divide em quatro órgãos, apontando
ainda as principais características e funções de cada um: Conselho
Federal, conselhos seccionais, subseções e Caixa de Assistência dos
Advogados.
Podcast
Para encerrar, ouça agora um resumo sobre as principais dúvidas acerca
da OAB.

Explore +
Confira agora o que separamos especialmente para você!
Sugerimos a leitura de dois livros:
MACHADO, P. 10 em ética!. 8. ed. Salvador: Jus Podivm, 2021.
MACEDO. G. T. Deontologia jurídica. 1. ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Juris, 2009.
Referências
BRASIL. Casa Civil. Decreto nº 19.408 de 18 de novembro de 1930.
Reorganiza a Corte de Apelação, e dá outras providências.
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994. (Vide ADIN
6278). Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB).
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de
Inconstitucionalidade: ADI 3026 DF. Publicado em: 29 set. 2006.
LÔBO, P. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB. 5. ed. São
Paulo: Saraiva, 2009.
MACEDO JÚNIOR, M. A. S. de; COCCARO, C. Ética profissional e Estatuto
da Advocacia – coleção OAB Nacional. São Paulo: Saraiva, 2009.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. OAB. Código de ética e disciplina
da OAB. Publicado em: 1. mar. 1995.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Regulamento geral do Estatuto
da Advocacia e da OAB. Dispõe sobre o regulamento geral previsto na
Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994. Publicado em: 16 nov. 1994.
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