Logística em Farmácia Hospitalar

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Logística em Farmácia Hospitalar
Prof. João Raphael Maia
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Descrição
A logística presente na farmácia hospitalar e sua importância para o
desenvolvimento das atividades assistenciais.
Propósito
Compreender a logística presente na farmácia hospitalar é fundamental
para a realização de todas as atividades desenvolvidas nessa
modalidade de assistência farmacêutica destinada aos pacientes
hospitalizados, seja em âmbito público ou privado, independentemente
do nível da atenção realizada.
Objetivos
Módulo 1
Seleção de medicamentos
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Reconhecer o conceito de seleção de medicamentos em hospitais,
seus objetivos e sua importância.
Módulo 2
Programação e aquisição
Reconhecer o conceito de programação e aquisição de medicamentos
em hospitais, seus objetivos e sua importância.
Módulo 3
Armazenamento de medicamentos
Reconhecer o conceito de armazenamento de medicamentos em
hospitais e seus critérios de qualidade.
O farmacêutico é um profissional de saúde fundamental para o
desenvolvimento das atividades clínicas assistenciais. Mas dentro
de uma instituição hospitalar, para que as atividades sejam
executadas, é necessário que atividades logísticas fundamentais
sejam pensadas, as quais discutiremos com detalhes neste estudo.
Parte da libertação do farmacêutico das atividades burocráticas e
do seu engajamento nas atividades clínicas surgiu da exímia
capacidade organizacional e da habilidade em otimizar estoques,
minimizar desperdícios e gerir perfeitamente a oferta de
medicamentos via sistemas bem descritos e inteligentemente
pensados. Atualmente, dominando esses saberes, o farmacêutico
lançou-se ao atendimento direto dos pacientes, mas claramente
com um subsídio institucional para que as atividades
administrativas e burocráticas não fiquem comprometidas.
Neste conteúdo, entenderemos que as atividades logísticas
inseridas na assistência farmacêutica hospitalar são fundamentais
para garantir o melhor cuidado aos pacientes. Veremos que as
etapas de seleção, programação, aquisição e armazenamento são
Introdução
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1 - Seleção de medicamentos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o conceito de seleção de
medicamentos em hospitais, seus objetivos e sua importância.
A seleção de medicamentos
Iniciando nossa conversa sobre a seleção de medicamentos, você deve
estar se perguntando o porquê de estudar essa importante pauta da
farmácia hospitalar. A resposta a esse questionamento parte de uma
reflexão rápida sobre o nosso modelo de tratamento atual e da nossa
percepção sobre o processo de saúde versus doença.
Felizmente, as evoluções dos campos científicos permitiram muitas
atualizações e melhorias do entendimento da fisiologia humana e da
farmacologia. Novos dados surgem com bastante frequência e trazem
consigo a melhoria de muitas condições que comprometem a saúde dos
indivíduos. Mas nem toda novidade, e agora estamos falando dos novos
medicamentos lançados, representam melhorias consideráveis para os
bem desenhadas e definidas e, em conjunto, promovem tratamentos
mais seguros, eficazes e minimizam os impactos da farmacoterapia
no orçamento institucional.
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tratamentos capazes de justificar a escolha destes, quando comparados
àqueles que já estavam disponíveis no mercado farmacêutico.
Lançar um medicamento novo no mercado é extremamente custoso
para a indústria farmacêutica, uma vez que necessita de etapas de
pesquisa e desenvolvimento, que são bastante onerosas e demoradas.
Em geral, os medicamentos novos apresentam um custo elevado,
sobretudo para compensar as despesas relacionadas ao processo de
lançamento.
Atenção
É preciso estar atento à propaganda dos medicamentos, que muitas
vezes é abusiva e não contribui para o uso racional deles.
E, com isso, chegamos a um importante apontamento, o de que nem
sempre ser atual significa ser melhor. E quando falamos em
medicamentos, fica claro que saber selecionar é fundamental, sobretudo
para minimizar equívocos que possam encarecer o orçamento das
instituições hospitalares. Um exemplo de equívoco é selecionar um
medicamento com um custo elevado que não apresente mais benefícios
clínicos do que aquele que é comumente utilizado. Ou, ainda, selecionar
muitas apresentações do mesmo medicamento. É necessário? Ou os
medicamentos disponíveis suprem as necessidades para atendimento
aos pacientes?
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Objetivos da seleção de
medicamentos
Vamos, então, definir um objetivo geral para etapa de seleção de
medicamentos: definir com base em participação e interação
multidisciplinar a lista de medicamentos a ser utilizada em uma
instituição que seja capaz de prover segurança, qualidade, garantia de
disponibilidade e de custos que caibam no orçamento. Essa etapa,
associada a outras, auxilia na garantia do uso racional do medicamento.
Vamos consolidar esse objetivo geral identificando minúcias do
processo de seleção, que detalham os objetivos desse importante
processo desenvolvido pela farmácia hospitalar:
Implantar a política institucional de utilização de medicamentos
na instituição, objetivando aumentar a qualidade da
farmacoterapia e facilitar a farmacovigilância.
Promover a educação continuada dos profissionais envolvidos
na farmacoterapia.
Disponibilizar os medicamentos após avaliação de custos,
visando minimizar desperdícios e desabastecimento.
Manter a eficiência do Ciclo da Assistência Farmacêutica, uma
vez que a seleção bem realizada auxilia todas as outras etapas,
Política institucional 
Educação continuada 
Avaliação de custos 
Assistência farmacêutica 
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em especial a etapa de aquisição.
Otimizar o processo de aquisição, tornando-o mais assertivo.
Padronizar as condutas realizadas na instituição ao definir a
seleção de medicamentos baseada em evidências científicas.
Fatores determinantes para a
seleção de medicamentos
O contexto atual de atendimento aos pacientes ocorre via equipe
multidisciplinar. Para a seleção de medicamentos, é preciso que haja a
comunhão de diferentes profissionais, como farmacêuticos, médicos,
enfermeiros e do corpo administrativo, que constituem a Comissão de
Farmácia e Terapêutica.
Dessa forma, a escolha dos medicamentos é determinada após o
consenso entre esses diferentes profissionais, desde os que operam a
parte administrativa até aqueles que prescrevem, dispensam e
administram os medicamentos. Mas para que a seleção ocorra, é preciso
atenção a alguns fatores, como:
Processo de aquisição 
Seleção de medicamentos 
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Per�l
Perfil das patologias prevalentes na região – A epidemiologia é
uma ferramenta importante para auxiliar o entendimento da
distribuição e dos fatores que determinam as doenças, e de como
essas evidências científicas são capazes de orientar as práticas
clínicas. Com base em dados epidemiológicos, como incidência e
prevalência de doenças, são gerados indicadores que moldam a
seleção de medicamentos. É preciso conhecer e saber interpretar o
perfil epidemiológico da população que será atendida, uma vez
que essa compreensão é fundamental para monitorar ou para
implementar um novo serviço. Diferentes cidades, estados e
regiões apresentam perfis epidemiológicos e indicadoresdiferentes, e os medicamentos serão selecionados com base
nesses dados.
Vale destacar dois conceitos muito importantes: incidência e
prevalência. De forma resumida, a incidência refere-se à
frequência de novos casos de uma doença identificados em um
intervalo de tempo. Já a prevalência é o número de casos da
doença em dado momento.
Instituição
Os medicamentos de cada instituição – Cada instituição
hospitalar determina quais medicamentos vão compor o elenco
de medicamentos indispensáveis para que os atendimentos
ocorram. De posse desse elenco, é caracterizada a padronização
de medicamentos da instituição. Façamos um exercício mental
para melhor compreender essa questão: um hospital destinado ao
atendimento de pacientes queimados certamente apresenta uma
padronização de medicamentos diferente da de um hospital
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especializado em pacientes cardiopatas. Assim, fica claro que a
modalidade de atendimento prestado na instituição auxilia a
determinação da etapa de seleção.
Infraestrutura
Questões relacionadas à infraestrutura para o tratamento – A
disposição do espaço físico também auxilia a seleção de
medicamentos. Imagine uma instituição na qual seja realizado
tratamento com medicamento radioativo, ou radiofármaco. Essa
instituição deve possuir instalação física apta para realização do
tratamento, para manipulação dos medicamentos, para manter o
paciente em isolamento e minimizar a exposição dos
profissionais de saúde a essas substâncias. Outra questão
relevante trata da via de administração. Apenas as instituições
que possuem centros de infusão devem selecionar medicamentos
para ser utilizados por via parenteral.
Treinamento
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Treinamento das equipes – A utilização de medicamentos, de
forma geral, deve ser precedida de treinamento, seja para quem
administra, seja para quem dispensa, planeja e executa as
atividades relacionadas à seleção. Esses indivíduos devem ser
treinados sobre a importância dessa prática e sobre como fazê-la
atendendo às demandas de cada instituição. Outra questão
relevante é que o processo de seleção facilita que sejam
elaborados materiais e ações de educação continuada para todos
os profissionais que atendem os pacientes, o que leva à
diminuição de eventuais erros de medicação e a melhorias nos
desfechos clínicos.
Economia
Econômicos e logísticos – A multiplicidade de medicamentos e as
grandes quantidades de demandas exigem atenção especial
quanto aos aspectos econômicos. É preciso compreender todas
as etapas anteriores, para que não façamos a seleção de
medicamentos sem critérios bem definidos e isso comprometa a
disposição de recursos. Nesse contexto, uma área das Ciências
Farmacêuticas é muito relevante: a Farmacoeconomia. Em linhas
gerais, a Farmacoeconomia utiliza ferramentas da Economia no
estudo da utilização de medicamentos, fazendo com que sejam
selecionados os medicamentos menos custosos, mas que não
oferecem nenhum prejuízo ao tratamento dos pacientes. E as
questões logísticas também são relevantes, como a disposição
dos resíduos gerados com a utilização dos medicamentos.
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Façamos agora um exercício mental:
Imagine que você seja um farmacêutico hospitalar que faz parte da
Comissão de Farmácia e Terapêutica e que participará do processo de
seleção de medicamentos. Que critérios adotaria para essa importante
etapa? Vamos elencar as prioridades e como essa seleção seria feita em
quatro passos:
Você deve pensar nos medicamentos como um todo, avaliando
todas as suas características, sua forma farmacêutica, quem são
os indivíduos que podem utilizá-los e as questões técnicas que
façam você escolher um ou outro medicamento entre os muitos
que estão disponíveis no mercado. Como exemplo, imagine um
anti-inflamatório apresentado em formas farmacêuticas distintas,
mas com mesma dose e mesmo princípio ativo: um na forma de
comprimido sulcado e o outro como comprimido revestido.
Apesar de ambos serem comprimidos, aquele que apresenta o
sulco é mais vantajoso, pois permite o fracionamento e o ajuste
da dose, caso seja necessário. Você, como membro da Comissão
de Farmácia e Terapêutica, utilizará seus conhecimentos
1° Passo 
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farmacêuticos e dará o devido destaque às questões
relacionadas aos medicamentos.
A sua escolha será pautada em altíssimos níveis de eficácia
clínica, pois você, farmacêutico hospitalar, está em constante
aprendizado e ciente de que a literatura científica traz muitas
atualizações e novidades, todas elas baseadas em pesquisas
envolvendo seres humanos e comparando tratamentos,
estratégias, combinações de medicamentos, dados de
biodisponibilidade e outras questões farmacocinéticas etc. E
todos esses trabalhos melhoram o seu entendimento sobre as
farmacoterapias e auxiliam a sua participação no momento da
seleção de medicamentos.
Agora que você conhece os medicamentos e sabe avaliar os
dados que a literatura científica apresentou de segurança e
eficácia, deve pensar nas questões práticas, como a comodidade
posológica, ou seja, o quão cômodo o medicamento é para o
paciente e para a equipe que o atende. Assim fica mais fácil
escolher entre medicamentos, identificando qual deles é mais
confortável para o paciente e mais prático para os profissionais
da assistência. Certamente os que demandam administrações
únicas são mais confortáveis para todos quando comparados
àqueles que necessitam de mais de uma administração ao dia.
Segurança, eficácia, conhecimento técnico e tudo o que
discutimos são fatores relevantes, mas precisamos falar de
custo. Sabemos de antemão que os medicamentos representam
uma parte importante do orçamento das instituições
hospitalares. Nesse sentido, os seus conhecimentos técnicos
farão com que você desempenhe um papel fundamental na
seleção dos medicamentos, que é uma das formas mais eficazes
2° Passo 
3° Passo 
4° Passo 
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de gerenciamento de custos hospitalares, evitando a seleção de
medicamentos fúteis e os desperdícios.
Vimos que a seleção de medicamentos é etapa crucial para as
atividades hospitalares em geral, e como o farmacêutico hospitalar se
destaca e é apto para participar desse importante processo.
Seleção de medicamentos
Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre como é feita a
seleção de medicamentos em um hospital e o que deve ser levado em
consideração no momento de fazer essa escolha.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Gabriel é farmacêutico hospitalar e membro da Comissão de
Farmácia e Terapêutica de sua instituição. Em sua prática
administrativa dentro da farmácia hospitalar, Gabriel analisa os
dados científicos de eficácia e segurança dos medicamentos
disponíveis no mercado farmacêutico para definição de quais serão
selecionados para o atendimento aos seus pacientes. Gabriel está
ciente de que a etapa de seleção de medicamentos é crucial para as
demais etapas do Ciclo da Assistência Farmacêutica, e que a
conjunção de dados científicos sobre segurança e eficácia favorece
a decisão sobre quais medicamentos devem ser selecionados e
promove a
A
não necessidade de estudo continuado por parte da
equipe.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
A etapa de seleção de medicamentos, quando pautada nos
parâmetros adotados pelo referido farmacêutico, propicia melhores
desfechos clínicos, minimiza desperdícios e favorece a escolha de
estratégias de cuidado menos custosas às instituições.
Questão 2
Acerca da etapa de seleção de medicamentos, assinale a alternativa
correta:
B
compra de medicamentos mais eficazes
independentemente do custo.
C certeza de respostas clínicas favoráveis.
D redução de custos relacionados aos tratamentos.
E elevação de custos institucionais.
A
O único fator de infraestrutura relevante é o
tamanho do espaço de armazenamento dos
medicamentos e insumos.
B
O perfil epidemiológico da região onde está inserido
o hospital não é relevante, pois ele deve ter
medicamentos para atender a qualquer situação que
se apresente.
C
A Comissão de Farmácia e Terapêutica é formada
exclusivamente por profissionais da saúde como
médicos, farmacêuticos e enfermeiros.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
É fundamental identificar as demandas da instituição, o tipo de
paciente atendido e ter pleno conhecimento técnico para definição
dos medicamentos que serão utilizados. O somatório desses
parâmetros, associados às questões de custo, compõe etapas
fundamentais para a etapa de seleção de medicamentos.
2 - Programação e aquisição
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o conceito de programação e
aquisição de medicamentos em hospitais, seus objetivos e sua importância.
A programação de medicamentos
D
É uma etapa realizada pelo Ministério da Saúde, que
determina os medicamentos que devem estar
presentes em todos os hospitais brasileiros.
E
A Farmacoeconomia ajuda a selecionar os
medicamentos menos custosos que não afetem a
qualidade do tratamento do paciente.
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Agora que já entendemos a importância de selecionar os medicamentos,
precisamos conhecer uma etapa também crucial e muito bem descrita
pelo Ciclo da Assistência Farmacêutica: a programação.
Essa etapa se dedica a planejar o abastecimento, ou seja, quando e qual
quantidade de cada item previamente selecionado será comprada. Por
definição, a programação consiste em definir a quantidade de
medicamentos que deve ser adquirida após a etapa de seleção, evitando
a descontinuidade do abastecimento que pode comprometer os
tratamentos.
Essa importante etapa do ciclo da assistência farmacêutica tem como
objetivo geral garantir a disponibilidade dos medicamentos nas
farmácias hospitalares em quantidade compatível com as necessidades
de utilização em cada instituição. Essa etapa é impactada por muitos
parâmetros, como os descritos a seguir:
Para compreender as quantidades e os momentos em que os
medicamentos e produtos farmacêuticos serão comprados, é
preciso conhecer a modalidade de aquisição que se pratica na
instituição (veremos em detalhes quando falarmos de aquisição).
Definidas as quantidades, é preciso definir também quem serão
os fornecedores, e se eles serão capazes de garantir a entrega de
Modalidade de compra 
Disponibilidade dos fornecedores 
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todos os itens que foram programados.
Basear-se no espaço físico e na disponibilidade de recursos
humanos para gerenciar os estoques é fundamental para se
determinar os limites das quantidades dos medicamentos e
demais itens que serão comprados. A capacidade de
armazenamento também interfere na periodicidade, uma vez que
pequenos estoques deverão contar com reposições mais
frequentes dada a sua disponibilidade de espaço físico para
dispor os itens.
Nem sempre é possível conseguir alinhar o que se deseja adquirir
com os recursos financeiros disponíveis na instituição para tal
atividade. Por esse motivo, é importante compreender
perfeitamente a utilização de cada item, minimizando compras
desnecessárias, que sejam capazes de extrapolar o orçamento e
inviabilizar a realização de outras práticas.
As análises farmacoeconômicas são muito importantes para a etapa de
programação de medicamentos, uma vez que trazem informações
cruciais, como os tempos de tratamentos e as quantidades de
medicamentos utilizadas para que sejam observados os desfechos
clínicos esperados. Assim, fica mais plausível definir as quantidades que
serão necessárias para a realização dessa etapa.
Capacidade de armazenamento 
Recursos financeiros 
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Importância da programação
O Ciclo da Assistência Farmacêutica foi desenhado para evitar falhas
que comprometam o acesso da população aos medicamentos
essenciais. Caso sejam identificados problemas, ou até mesmo ausência
da realização da etapa de programação, a etapa de aquisição de
medicamentos é completamente prejudicada, gerando prejuízos
orçamentários e severas implicações nos tratamentos dos pacientes. Por
mais que tenhamos compreendido o nosso papel junto ao paciente,
precisamos recordar que as atividades administrativas também
apresentam o brilhantismo da profissão farmacêutica, impedindo que
erros cheguem aos pacientes.
Em linhas gerais, quando definimos corretamente as quantidades na
etapa de programação, minimizamos erros logísticos de comprar em
excesso ou comprar poucos medicamentos. Ambas as situações são
inconcebíveis no modelo atual de gestão de logística da farmácia
hospitalar.
Atenção!
Justamente por ser uma etapa tão importante, a programação pode ser
realizada de diversas formas, por meio de diferentes métodos descritos
na literatura. Mas é um ledo engano achar que as instituições seguem
apenas um método, o que se torna impraticável dada a variedade de
tipos de atendimento praticados em uma instituição hospitalar. É
importante compreender que o processo de programação é dinâmico, e
torná-lo engessado a um único método é muito ruim, podendo propagar
e perpetuar erros evitáveis.
Agora, apresentaremos os métodos e, para facilitar o entendimento,
exemplificaremos cada um deles por meio de uma situação hipotética
envolvendo medicamentos para tuberculose.
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Método baseado no consumo histórico
Esse método é um dos mais praticados e consiste na
observação, por determinado período, de todos os
medicamentos e insumos que foram consumidos. É bastante
simplório, uma vez que não leva em consideração os protocolos
de utilização, que são diferentes para as patologias tratadas, e
não necessita de dados epidemiológicos. Em vez de simplificar,
muitas vezes, esse método acaba dificultando o processo, pois
não é possível obter dados fiéis sobre a utilização dos
medicamentos, e erros não identificados acabam sendo
perpetuados. Em relação aos medicamentos para tuberculose,
seria realizada apenas uma contagem de quantos
medicamentos foram consumidos, e não uma análise de
quantos pacientes estão em tratamento e como se comporta a
patologia na região estudada.
Método baseado no per�l epidemiológico
Trata-se de um método bem mais lapidado. Aqui são levados
em consideração os dados fornecidos pela epidemiologia,
como a prevalência ou incidência de doenças que assolam a
população, ou que sejam atendidas por aquela instituição.
Associados aos dados epidemiológicos e à utilização de
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medicamentos chegam os dados de posologia e tempo de
tratamento, que auxiliam na definição das quantidades do que
será comprado. Pensando em nosso exemplo, os dados
epidemiológicos sobre tuberculose auxiliariam a definição das
quantidades a serem compradas, justamente pelo
entendimento da utilização dos fármacos.
Método baseado na oferta dos serviços
Esse método é pautado no tipo de atendimento prestado em
determinadas instituições. Baseado na posologia e no tempo de
tratamento para cada patologia, é definida uma quantidade a
ser adquirida. Se estivermos falando de uma instituição voltada
ao atendimento de pacientes com tuberculose, certamente os
profissionais responsáveis pela programação compreendem as
demandas desses pacientes e otimizam essa etapa.
Neste conteúdo, não abordaremos os cálculos, que são bastante
complexos e que envolvem múltiplas variáveis. Mas saiba que muitos
profissionais farmacêuticos estão, neste momento, trabalhando
arduamente na programação de medicamentos, otimizando os
tratamentos e evitando que sejam interrompidos. Vejamos, agora, a
próxima etapa, que vai tratar do processo de compra: a etapa de
aquisição de medicamentos.
Aquisição de medicamentos
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No mundo moderno e capitalista, quem tem dinheiro compra. Quando
falamos de medicamentos, não estamos muito distantes disso. Os
medicamentos são bens de consumo e itens de saúde que ocupam
grande parte do orçamento das famílias e das instituições que com eles
trabalham. Podemos conceituar a etapa de aquisição de medicamentos
como o processo que faz com que o abastecimento do serviço aconteça,
e para que sua demanda por medicamentos seja atendida. Claro que
esse processo é muito diferente quando comparamos as rotinas de uma
instituição pública com as de uma instituição privada, sendo factível
para algumas instituições públicas a aquisição via permuta,
empréstimos ou doações. Vejamos, a seguir, os objetivos claros do
processo de aquisição de medicamentos, que são tão importantes para o
desenvolvimento das atividades hospitalares:
 Atendimento a quantidades que foram
previamente programadas
Uma vez que a etapa de seleção foi feita, seguida
da etapa de programação, eis que chega o
momento de adquirir os medicamentos na
quantidade correta.
 Garantia da aquisição de medicamentos
com o menor preço
Sabendo que os medicamentos imputam sobre as
instituições altos custos, adquiri-los ao menor custo
possível é essencial.
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Formas de aquisição
Para entendermos bem esse processo, discutiremos brevemente as
diferenças de um hospital público para um hospital privado. Um hospital
público é geralmente administrado por uma entidade governamental
(União, estados ou municípios). Já um hospital privado pertence a um
grupo ou a uma pessoa jurídica, que apresenta fins lucrativos. Diante
dessas diferenças institucionais, observamos também diferenças no
financiamento, que implicam diretamente o processo de compra de
medicamentos e insumos.
Nos hospitais particulares, o processo de compra é bem simples,
partindo da qualificação dos fornecedores e da enorme liberdade para
definir os que serão escolhidos, além de melhor definir os preços que
serão pagos por cada item.
 Garantia de recebimento em tempo hábil
para utilização
Quando adquirido o medicamento, este deve chegar
o quanto antes para sua utilização, evitando
comprometer os tratamentos farmacológicos.
 Garantia de bom relacionamento com
fornecedores
Apesar de as questões técnicas serem
indispensáveis, o bom relacionamento com
fornecedores pode auxiliar o processo de aquisição.
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Já com relação aos hospitais públicos, que estão sob as regras do
Sistema Único de Saúde (SUS), as condições de aquisição são mais
restritas, devendo seguir a legislação vigente na forma de processos
licitatórios, seguindo os princípios jurídicos de isonomia e legalidade,
além de realizar a seleção mais vantajosa. Entenda alguns conceitos
importantes, a seguir.
Isonomia
Termo utilizado pelo
Direito Administrativo, o
qual estabelece que
todos que estejam
competindo por alguma
coisa devem ter
igualdade de condições.
Legalidade
Termo utilizado pelo
Direito Administrativo, o
qual trata sobre o
julgamento de todos os
processos diante das
diretrizes legais, ou seja,
das leis.
Especi�cações para quali�cação de
fornecedores
Dada a enorme variedade de medicamentos, em múltiplas
apresentações, e diferentes laboratórios produzindo os mesmos
medicamentos, a especificação técnica para o processo de aquisição
deve apresentar algumas exigências, como basear a escolha de
medicamentos pelo seu nome na denominação comum brasileira (DCB),
suas características (forma farmacêutica, concentração, se permite
adaptação) e especificações técnicas (conforme farmacopeia).
Comentário

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Quando são observadas as especificações técnicas, o risco de compras
inadequadas é bastante reduzido, sendo esta uma etapa importante na
garantia da disponibilidade dos medicamentos e sua consequente
segurança na utilização pelos pacientes, já que serão comprados
medicamentos mais seguros.
Mas engana-se quem acha que é fácil escolher com quem comprar. A
aquisição de medicamentos e outros produtos é feita de forma direta
com o fabricante ou por meio dos distribuidores, ambos com
autorização da vigilância sanitária para a realização dessas atividades.
É preciso garantir que eles entreguem produtos de qualidade, que
tenham estrutura para atendimento na quantidade e nos prazos corretos,
que estejam aptos a resolução de problemas após a entrega, que
apresentem preço competitivo e que sejam empresas de boa reputação,
já consolidadas no mercado farmacêutico.
Cuidados no recebimento dos
produtos
Na etapa final desse processo, é preciso garantir que o recebimento dos
medicamentos seja bastante controlado, uma vez que esses produtos
para saúde devem estar dentro de exigentes parâmetros de qualidade
para que funcionem conforme o que foi proposto em sua farmacologia.
É preciso se atentar para as condições externas em que o produto foi
entregue, as quantidades, as condições de armazenamento, a validade,
os dados da nota fiscal e a presença de laudo técnico de qualidade,
aspectos que serão discutidos no módulo 3.
Cuidados na aquisição de
medicamentos
Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre a aquisição de
medicamentos, as formas de aquisição e os cuidados necessários para
a escolha do fornecedor e no recebimento do produto.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O perfeito desenvolvimento da etapa de programação de
medicamentos é realizado após uma etapa bem delineada de
seleção e compromete o sucesso da etapa seguinte de aquisição.
Sabendo que esse processo é um importante constituinte do Ciclo
da Assistência Farmacêutica, assinale abaixo a afirmativa que
melhor caracteriza a etapa de programação:
Parabéns! A alternativa E está correta.
A
Sua realização não depende de dados
epidemiológicos e/ou de consumo de
medicamentos.
B
Trata-se de uma etapa que não tem ligação com as
demais do Ciclo da Assistência Farmacêutica.
C
Essa etapa não colocaem risco a saúde financeira
das instituições.
D
Essa etapa não oferece risco de desabastecimento
de medicamentos.
E
Essa etapa, quando bem processada, reduz a
possibilidade de desabastecimento dos
medicamentos e de perdas financeiras para a
instituição.
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A programação de medicamentos reduz os riscos relacionados ao
desabastecimento, impactando positivamente a saúde dos
pacientes, e também com a definição das quantidades ideais reduz-
se o risco de desperdícios e impactos orçamentários.
Questão 2
O processo de aquisição de medicamentos apresenta claras
diferenças entre as instituições públicas e privadas, entretanto, elas
compartilham muitas características em comum, como: .
Parabéns! A alternativa D está correta.
Para ambas as modalidades de instituições, o processo de
aquisição deve ser pautado inicialmente na qualificação dos
fornecedores, que devem ser capazes de fornecer os medicamentos
em tempo hábil.
A Indiferença quanto aos custos.
B Compra direto com os fabricantes.
C Preferência por compras internacionais.
D Qualificação exigente dos fornecedores.
E
Compras pautadas em questões pessoais dos
compradores.
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3 - Armazenamento de medicamentos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o conceito de programação e
aquisição de medicamentos em hospitais, seus objetivos e sua importância.
O armazenamento de medicamentos
Armazenar bem os medicamentos é bastante importante. Assim como
fazemos em nossas casas e nos supermercados, guardar bem os
insumos faz com que eles durem muito mais e as suas características
sejam preservadas por mais tempo, além de facilitar a tarefa de
encontrá-los e de ter uma ideia de quando é o momento de comprá-los
novamente. Com relação aos medicamentos, o pensamento é
semelhante, mas é preciso atender às exigências de diversas legislações
que ditam as regras de armazenamento necessárias.
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Esse armazenamento é importante em todos os segmentos por onde o
medicamento passe, iniciando-se na indústria, passando por todos os
transportes, pelas distribuidoras, até chegar às farmácias e à casa dos
pacientes.
E é pensando na importância do armazenamento adequado dos
medicamentos que chegamos a uma definição do objetivo geral desse
processo: garantir a qualidade dos medicamentos, criando um ambiente
propício para a manutenção de suas características, oferecendo
segurança ao usuário e propiciando um bom controle de estoques.
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De acordo com o guia básico para a farmácia hospitalar, todos os
medicamentos devem ser armazenados seguindo critérios técnicos
ideais de temperatura, luminosidade, umidade, perfeita identificação da
validade dos medicamentos e garantia da estabilidade físico-química e
microbiológica, o que veremos com mais cuidado a seguir.
Comentário
Os profissionais farmacêuticos devem se atentar para as condições
adequadas de armazenamento, uma vez que elas evitam perdas
indesejáveis, por motivos simples de resolver, como as perdas por
vencimento (quando expiram as validades apresentadas nos rótulos),
por desvios físicos (roubo, furto etc.) e as perdas por estabilidade
(quando um medicamento termolábil é armazenado fora de
refrigeração). Todas essas perdas são potencialmente perigosas para os
pacientes, que podem receber medicamentos fora das condições mais
seguras de utilização, o que foge do escopo da política do uso racional
de medicamentos e promove insegurança em todo o processo.
Aqui cabe uma crítica e um desejo de que as instituições de forma geral
canalizem mais energia e recursos em fazer dos estoques de
medicamentos lugares mais informatizados e tecnológicos a fim de que
se tornem mais aptos para identificar possíveis falhas que podem gerar
intercorrências graves aos pacientes e prejuízos institucionais.
Etapas do armazenamento
O armazenamento é um processo complexo, que depende, entre muitas
características, do registro de todas as etapas. Imagine que um paciente
apresente um efeito adverso após a utilização de um medicamento e a
sintomatologia apresentada seja totalmente atípica. Nesses casos, a
equipe de Farmácia inicia uma investigação de farmacovigilância para
identificar a causa desse efeito.
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A primeira coisa que deve ser descartada é que a reação adversa ocorreu
por uma questão técnica, relacionada à qualidade do medicamento.
Nesse sentido, é iniciada uma pesquisa nos registros desse
medicamento na instituição desde a sua chegada, passando por todas
as etapas de armazenamento. Por esse e por outros motivos, é
importante garantir a rastreabilidade do uso de medicamentos e deixar
tudo registrado e com fácil acesso caso seja necessária a observação
desses dados. As etapas de recebimento e de estocagem são cruciais
para o correto armazenamento de medicamentos. Vamos ver cada uma
delas!
Atenção!
É preciso bastante atenção ao recebimento dos medicamentos
adquiridos. Recebê-los é tão importante quanto comprá-los. E quando
falamos desse tipo de insumo, é preciso atenção especial com relação à
conferência e à regularidade do que estamos recebendo.
Acompanhe alguns detalhes sobre as etapas de armazenamento, a
seguir:
Quantidade recebida
Primeiramente, é verificada a quantidade recebida, uma vez que a etapa
de programação define claramente o quanto é necessário. Fora a
possibilidade de perder os medicamentos recebidos em razão de não
uso, ainda existe a problemática de não possuir local apto para
armazenar quantidade superiores àquelas calculadas como ideais.
Condições de medicamentos
Um bom processo de recebimento aplica atenção focada nas condições
em que os medicamentos foram enviados e na documentação
associada (notas fiscais, laudos etc.).
Inconformidades
Cabe ao responsável por essa atividade fazer entrada de tudo o que é
recebido, recusando-se a receber quaisquer insumos que apresentem
inconformidades ou que estejam em quantidades diferentes do que foi
programado.
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Em relação à estocagem, o processo é tão importante quanto, tendo os
estoques de medicamentos que adotar todas as medidas cabíveis para
evitar e minimizar a possibilidade de perder os medicamentos. Os
farmacêuticos e o corpo administrativo devem reconhecer as
características dos medicamentos para melhor acondicioná-los,
mantendo suas características originais e evitando reduzir sua
qualidade. Para isso, é preciso observar alguns aspectos, como listado a
seguir:
 Temperatura
Muitos medicamentos possuem temperatura restrita
de acondicionamento, podendo degradar se
expostos a temperatura fora da faixa recomendada
pelo fabricante. Por convenção, os medicamentos
refrigerados devem ser mantidos entre 2°C e 8°C, e
os medicamentos sem necessidade de refrigeração
devem ser mantidos entre 15°C e 30°C.
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 Restrição de guarda de medicamentos
sujeitos a controle especial
Os medicamentos listados pela portaria do
Ministério da Saúde nº 344, de 12 de maio de 1998,
aqueles comumente chamados de controlados,
devem ser armazenados em local segregado. Não
apenas isolados, eles devem ter restrição de acessocom chave e registro de entrada e saída junto ao
órgão de fiscalização sanitária local.
 Organização visual
É preferível que os estoques de medicamentos
sejam realizados de acordo com o nome genérico e
em ordem alfabética. Desse modo, é mais fácil
encontrá-los e fazer as atividades de inventário.
Ainda sobre a questão visual, é preciso manter os
medicamentos em suas embalagens originais, que
foram estudadas pelas indústrias fabricantes como
a melhor forma de conservá-los.
 Atenção aos lotes e às validades
É preferível que medicamentos no mesmo lote
sejam armazenados juntos, priorizando a utilização
daqueles que apresentem data de vencimento mais
recente. Dessa forma, são minimizadas as perdas
por vencimento e fica mais fácil para os
responsáveis pelo armazenamento retirar todos os
medicamentos com prazo de validade expirado.
 Empilhamento de caixas
Em geral, as caixas com os medicamentos
apresentam informações sobre o empilhamento,
t d i f ã d tid d d i
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Vamos a um desafio hipotético!
Deise é a farmacêutica responsável pelo armazenamento dos
medicamentos no hospital em que trabalha. Por uma questão pessoal e
organizacional, ela prefere organizar os medicamentos levando em
consideração o layout das embalagens, uma vez que possui experiência
em farmácia hospitalar e já pratica essa atividade há muitos anos.
O que você acha? A farmacêutica está praticando corretamente o
armazenamento dos medicamentos?
trazendo a informação da quantidade de caixas que
podem ser dispostas umas sobre as outras. Aqui
cabe destacar que é terminantemente vedado
colocá-las diretamente sobre o chão, devendo ser
organizadas em pallets de madeira ou material
plástico resistente.
 Características do local
O local de armazenamento dos medicamentos deve
ser limpo, bem iluminado, ventilado, com controle
diário de temperatura e umidade, que não deve
exceder 70%.
 Controle de estoques e registro de
expedição
É necessário realizar contagens com periodicidade
definida para que sejam visualizadas as
quantidades, as validades e a integridade de todos
os medicamentos. A essa atividade chamamos
comumente de inventário. Além disso, é necessário
manter registrado todo o fluxo de saída baseado em
consumo, perda, empréstimo para outra instituição,
ou qualquer outra razão que justifique a saída do
medicamento do estoque.
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Se você respondeu sim, infelizmente essa não é a melhor forma
de armazenar medicamentos. Uma pessoa com menos
experiência que a farmacêutica pode se confundir, e até mesmo
ela. O ideal, e o mais correto, é armazená-los conforme o nome
genérico. Dessa forma, os possíveis erros são minimizados.
Se você respondeu não, você está correto! Infelizmente, a
farmacêutica está equivocada. O ideal, e o mais correto, é
armazená-los conforme o nome genérico. Dessa forma, os
possíveis erros são minimizados.
Central de Abastecimento
Farmacêutico (CAF)
E chega a hora de darmos um nome técnico para o estoque de
medicamentos. Vamos chamá-lo de Central de Abastecimento
Farmacêutico, o famoso CAF. Um local que todos os hospitais têm e que
se dedica a estocar os medicamentos, conservando-os e mantendo a sua
qualidade, uma vez que a estocagem leva em consideração as
características de cada um.
Curiosidade
Antigamente, esses locais eram pouco tecnológicos e contavam com
sistemas manuais de controle, o que já não é mais identificado.
Atualmente, sistemas informatizados garantem melhorias na
produtividade e aumentam a segurança relacionada à conservação.
Essa informatização oferece controle diário, em tempo real, sinalizando
as quantidades, os lotes, as validades e apontando quais medicamentos
devem ser adquiridos.
Resposta 
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Para ser o local ideal de armazenamento dos medicamentos, o CAF deve
atender a requisitos básicos de localização, tendo fácil acesso para
distribuir os medicamentos quando solicitados, ser corretamente
identificado, ter acesso restrito aos funcionários do local, evitando
desvios, furtos e outros, além das questões técnicas que mencionamos,
como controle de temperatura, umidade, ventilação, higienização etc.
Classi�cação de demandas
É bastante complexa a gestão dos itens em estoque devido à enorme
variedade de itens. Por isso, é necessário classificar esses itens em
subgrupos específicos, que otimizam as atividades gerenciais e agregam
os medicamentos em razão de sua importância. Destacam-se nesse
contexto dois grupos de classificação de estoques, os sistemas ABC e
XYZ, que fornecem segurança para os pacientes e auxiliam no controle
do orçamento das instituições. Vejamos suas características
resumidamente:
Sistema de classi�cação ABC
Baseado na importância relativa dos itens, ou seja, no impacto financeiro
e quantitativo. Identifica os itens que, em menor quantidade, ocupam
grande parte do orçamento da instituição e, por esse motivo, demandam
atenção focada. A tabela a seguir apresenta um resumo desse sistema.
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Classificação Importância
% do total de
medicamentos
A Elevada Até 15%
B Intermediária Entre 15% e 25%
C Baixa Entre 65% e 80%
Tabela: Classificação de materiais e medicamentos estocados segundo sistema ABC.
Elaborada por: Sforsin et al., 2012, adaptado por João Raphael Maia.
Sistema de classi�cação XYZ
Baseado na criticidade do produto quando analisada a sua falta, o
quanto esse item é imprescindível para a realização das atividades a
nível hospitalar. A tabela a seguir apresenta um resumo desse sistema.
Classificação Criticidade
Impacto nas
atividades
assistenciais
X Baixa Baixa
Y Intermediária Vitais
Z Alta Vitais
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Classificação Criticidade
Impacto nas
atividades
assistenciais
Tabela: Classificação de materiais e medicamentos estocados segundo sistema XYZ.
Elaborada por: Sforsin et al., 2012, adaptado por João Raphael Maia.
Armazenamento em farmácia
hospitalar
Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre o armazenamento
adequado dos medicamentos, os cuidados necessários e as etapas
envolvidas.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O armazenamento de medicamentos é uma atividade tão
importante quanto a compra deles. Entre as afirmativas abaixo,
assinale aquela que representa corretamente uma etapa crucial
desse processo.
A
O armazenamento deve seguir as recomendações
técnicas de temperatura fornecidas pelos
fabricantes.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Armazenar os medicamentos corretamente é ideal para garantir sua
segurança e eficácia. Quando nos referimos à temperatura, é preciso
atenção ao que é determinado pelo fabricante. Isso se dá porque é
preciso seguir a recomendação dos fabricantes, que fizeram todos
os testes analíticos para definir os parâmetros de forma individual.
Questão 2
A assistência ao paciente internado passa pelo atendimento de
diferentes profissionais de saúde que compõem a equipe
multiprofissional, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas,
farmacêuticos e nutricionistas. O uso de medicamentos é crucial e
práticacomum entre os pacientes. Fazer uma boa gestão de
estoques é um desafio para os profissionais farmacêuticos que
atuam na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), que podem
contar com o auxílio de sistemas de classificação de demandas
para orientação. Sobre esses sistemas, é correto afirmar que
B
Independentemente do medicamento, armazená-lo
entre 2°C e 8°C permite maior prazo de validade.
C
Independentemente do medicamento, armazená-lo
entre 15°C e 30°C permite maior prazo de validade.
D
A temperatura de armazenamento não é relevante
para a conservação dos medicamentos.
E
Manter os medicamentos fora das temperaturas
ideais de armazenamento não altera suas
propriedades físico-químicas.
A
classificam os medicamentos com base apenas no
custo.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
A classificação de demandas é importante, pois auxilia na
necessidade de reposição de medicamentos com base em seus
custos (sistema ABC) e em seu grau de criticidade (sistema XYZ).
Considerações �nais
Neste conteúdo, vimos alguns temas fundamentais para a assistência
ao paciente hospitalizado, e o quanto é importante que sejamos
farmacêuticos humanizados e capazes de compreender que o período de
internação pode ser bastante desconfortável para os pacientes e
complexo para as equipes assistenciais. Nesse sentido, todas as
alternativas e estratégias adotadas, quando baseadas no escopo do
Ciclo da Assistência Farmacêutica, são bem-vindas para oferecer o
melhor atendimento que o paciente porventura possa necessitar.
Vimos que o processo de seleção de medicamentos é uma etapa
bastante complexa e exige do profissional farmacêutico (e de outros
profissionais que em conjunto compõem a Comissão de Farmácia e
Terapêutica) bastante capacidade técnica para discutir quais
medicamentos deverão ser adquiridos para compor o elenco de
medicamentos da instituição. Sobretudo, discutimos o quanto essa
B classificam os medicamentos com base apenas na
criticidade de sua ausência.
C
classificam os medicamentos segundo seu grau de
indispensabilidade.
D
classificam os medicamentos em razão de custo e
graus de criticidade, orientando sua reposição.
E
classificam os medicamentos em razão de custo e
graus de criticidade, mas não orientam a
necessidade de reposição.
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etapa é importante na minimização de desperdícios e redução de custos
adicionais.
Após a compreensão da etapa de seleção, que serve de parâmetro inicial
para as demais etapas, compreendemos que é importante programar e
adquirir os medicamentos. Uma programação bem desenhada e
realizada, levando em consideração o orçamento das instituições e o
perfil epidemiológico da população atendida, propicia a oferta de
medicamentos sem os riscos de desabastecimento e interrupções de
tratamento. Esse processo, somado aos anteriores, leva à otimização da
aquisição de medicamentos, uma etapa crucial que se inicia com a
escolha e qualificação de fornecedores e a discussão sobre como os
insumos serão comprados.
Nossa discussão se encerra com o armazenamento dos medicamentos
que, por mais simples que possa parecer, configura um importante e
complexo processo que trata da disposição de medicamentos e insumos
em uma farmácia hospitalar. Esse processo atende a diferentes
legislações e garante a integridade dos itens que foram previamente
selecionados, programados e adquiridos.
Podcast
Neste podcast, o especialista fará um resumo das principais etapas e
dos cuidados que devem ser observados na rotina da logística de uma
farmácia hospitalar.
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Para você que se interessou por este conteúdo tão amplo sobre as
demandas logísticas da farmácia hospitalar, indicamos um artigo muito
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interessante, chamado Farmacoeconomia: uma ferramenta para a
gestão dos gastos com medicamentos em hospitais públicos. Com essa
leitura, é possível que você aprofunde os seus conhecimentos e desfrute
do belíssimo trabalho de Packeiser e Resta, publicado em 2014, sobre
essa ferramenta tão importante para a seleção de medicamentos.
Referências
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Farmácia hospitalar: coletânea
de práticas e conceitos. 2. ed. Brasília: CFF, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia básico para farmácia hospitalar.
Brasília, 1994.
FARIA, C. O. et al. Farmácia hospitalar. Porto Alegre: SAGAH, 2019.
PACKEISER, P. B.; RESTA, D. G. Farmacoeconomia: uma ferramenta para
a gestão dos gastos com medicamentos em hospitais públicos. Infarma
- Ciências Farmacêuticas, v. 26, n. 4, p. 215-223, 2014.
SANTOS, L.; TORRIANI, M. S.; BARROS, E. Medicamentos na prática da
farmácia clínica. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
SFORSIN, A. C. P. et al. Gestão de compras em farmácia hospitalar.
Pharmacia Brasileira, n. 85, p. 1-32, 2012.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMÁCIA HOSPITALAR. SBRAFH. Padrões
mínimos para farmácia hospitalar e serviços de saúde. Goiânia, 2007.
STORPIRTIS, S. et al. Ciências farmacêuticas: farmácia clínica e atenção
farmacêutica. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
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