Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Yasmin Cardoso Nóbrega – Medicina UFES 108 1 Genética Erros Inatos do Metabolismo - Heterogeneidade clínica - Amplo espectro de gravidade - Diferentes idades de manifestação - Podem ser de evolução aguda (moléculas pequenas → toxicidade repentina) ou crônica (moléculas grandes → piora gradual) - Características que indicariam um erro inato do metabolismo: 1. Histórico de morte precoce e sem causa definida em crianças na família 2. Consanguinidade entre os pais 3. Encefalopatia inexplicável e recorrentes (indício de acúmulo de moléculas pequenas) 4. Episódios de hipoglicemia, acidose metabólica e desequilíbrio hidroeletrolítico 5. Regressão neurológica e retardo mental (semelhante à encefalopatia) → moléculas pequenas 6. Visceromegalias (sobretudo, hepato e esplenomegalia) → moléculas grandes; crônico; comum em mucopolissacaridoses 7. Déficit de crescimento e osteoarticulares - As doenças do erro inato do metabolismo podem ser separadas em 3 grandes grupos: 1. Doenças que causam intoxicação: são as de acúmulo de moléculas pequenas, evolução aguda. Muito comum alterações neurológicas associadas. 2. Doenças que envolvem o metabolismo energético: hipotonia, dificuldade de sentar-se, andar... 3. Doenças que envolvem o acúmulo de moléculas complexas: evolução crônica, geralmente decorre da falta de enzimas lisossomais o que acarreta o acúmulo das moléculas. • Doenças que causam intoxicação (moléculas pequenas) DOENÇA DA URINA DO XAROPE DO BORDO (DXB) - Acúmulo de aminoácidos de cadeia ramificada no sangue (leucina, isoleucina e valina). - Sintomas: 1. Letargia 2. Dificuldade de mamar 3. Hipotonia do tronco 4. Hipertonia dos membros 5. Urina com odor característico de xarope de bordo • Doenças do metabolismo energético DEFEITO NA OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS - Sintomas: 1. Hipotonia 2. Falta de força muscular 3. Falta de energia 4. Déficit de crescimento 5. Cardiomiopatia 6. Síndrome da morte súbita • Doenças de acúmulo de moléculas complexas MUCOPOLISSACARIDOSES - Autossômica recessiva - Ausência/erros na formação de enzimas lisossomais → acúmulo de proteínas - Sintomas: 1. Crianças magras, porém, com abdome muito expandido (sinal de visceromegalia) 2. Apática 3. Fáceis infiltrada/edemaciada 4. Catarata infantil (devido a infiltração da córnea) 5. Defeitos ósseos - Tratamento: terapia de reposição enzimática. Yasmin Cardoso Nóbrega – Medicina UFES 108 2 FENILCETONÚRIA - Autossômica recessiva. - Ausência de enzima fenilalanina hidroxilase, a qual atua na metabolização da fenilalanina (fenilalanina → tirosina) - Altos níveis de fenilalanina no sangue. - Sintomas: 1. Rebaixamento cognitivo 2. Urina escura → acúmulo de ácido fenilpirúvico - Tratamento: dieta com restrição de fenilalanina. Porém, tal dieta só sustém afeito se a criança não tenha tido o rebaixamento cognitivo → importância do diagnóstico precoce → teste do pezinho ADRENOLEUCODISTROFIA (“Doença do Óleo de Lorenzo”) - Ligada ao X recessiva - Acúmulo de ácidos graxos de cadeia longa dentro dos peroxissomos, sobretudo no cérebro e glândulas adrenais → destruição da bainha de mielina. - Sintomas: 1. Retardo mental 2. Disfunção da adrenal 3. Deterioração neurológica 4. Convulsões ALCAPTONÚRIA - Autossômica recessiva - Deficiência da enzima oxidase do ácido homogentísico, tal ácido é um subproduto tóxico da tirosina. - Em excesso o ácido homogentísico é convertido em benzoquinona, a qual tem uma coloração ferruginosa. - Sintomas: 1. Coloração ferruginosa na pele, esclera e na urina. - Tratamento: altas doses de ácido ascórbico DOENÇA DE GAUCHER (um tipo de mucopolissacaridose) - Autossômica recessiva. - A doença mais comum de depósito lisossomal! - Deficiência de glucocerebrosidade → afeta o metabolismo dos esfingolipídios - Sintomas: 1. Hepatoesplenomegalia 2. Osteopatia 3. Plaquetopenia - Tratamento: reposição enzimática → Cerezyme ________________________________ TERAPIA ENZIMÁTICA - As enzimas se localizam dentro das células a partir de sinais de localização. Sendo assim, há, dentre outros, o sinal de localização lisossomal → manose-6-fosfato. - Além disso, há o “sistema de relocalização de enzimas perdidas”, o qual permite a entrada na célula de proteínas no sangue pela expressão dos receptores de manose-6-fosfato, originalmente lisossomais, na membrana celular. - Com isso, as proteínas inoculadas de forma endovenosa utilizadas no tratamento de reposição enzimáticas possuem a manose-6-fosfato. Permitindo sua entrada nas células e, posteriormente, seguem para os lisossomos (sobretudo dos hepatócitos). ________________________________
Compartilhar