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SÉRIE A. CONTEÚDO QUE ENVOLVE. Livros-texto diferentes de tudo que você já viu, criados a partir de pesquisas feitas com um só objetivo: descobrir a melhor forma de despertar o interesse e envolver os estudantes com o conteúdo. A Série A é uma solução inovadora, que quebra paradigmas e melhora o processo de aprendizado. Estude com um livro diferente de tudo que você já viu. GREWAL | LEVY 4ª ED. GREW AL | LEVY MARKETING www.grupoa.com.br Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 G841m Grewal, Dhruv. Marketing [recurso eletrônico] / Dhruv Grewal, Michael Levy ; tradução: Beth Honorato. – 4. ed. – Porto Alegre : AMGH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-8055-551-6 1. Administração - Marketing. I. Levy, Michael. II. Título. CDU 658.8 Capítulo 5 Analisando o Ambiente de Marketing OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Após a leitura deste capítulo, você estará apto a: OA 5.1 Delinear como os clientes, a empresa, os concorrentes e os parceiros corporativos afetam a estratégia de marketing. OA 5.2 Explicar por que os profissionais de marketing precisam pensar sobre o macroambiente ao tomar decisões. OA 5.3 Descrever as diferenças entre várias coortes geracionais. OA 5.4 Identificar as diversas tendências sociais que afetam o marketing. Quando a questão é ser descolado, ninguém deseja ser deixado para trás. Os adolescentes imploram aos pais (ou então economizam dinheiro) para comprar as músicas mais recentes e seus pais tomam o cuidado de nunca aparecer com roupas fora da moda. Mas o impulso por estilo e bom gosto não se restringe aos consumidores. Muitas empresas também precisam se manter na vanguarda, não serem deixadas para trás, para se manterem em voga em seu ambiente. Para ajudá-las, serviços como The Cool Hunter e Trend Hunters coletam, sintetizam e descrevem as me- lhores e mais recentes ideias em vários âmbitos. Imagine uma empresa de construção que precisa saber que tipo de material as pessoas desejam usar em casa. Basta vi- sitar a página Architecture no site The Cool Hunter para constatar que cada vez mais casas modernas estão usan- do paredes externas de vidro curvas.1 Se os clientes de- sejam esse tipo de parede, isso quer dizer que é melhor as empresas de construção, os projetistas e os arquitetos aprenderem a construí-las. O The Cool Hunter (ou TCH, para aqueles que já a conhecem) funciona não apenas como um recurso para outras empresas, mas como um exemplo próprio de como analisar e responder ao ambiente de marketing. Por exemplo, em sua recente página Lifestyle, o site ressal- tou o interesse aparentemente crescente e constante de voltar a viver na natureza, especialmente entre pessoas que vivem em ambientes urbanos. Com base nisso, o site oferece fotos incríveis de árvores e vida vegetal para im- primir uma sensação de natureza à tela do computador dos visitantes.2 Entretanto, o site também rejeita a ideia de que seja simplesmente um identificador de tendências. Na verda- de, a TCH assegura que seu objetivo é ser uma autoridade em tudo o que é bacana. Obviamente, os leitores do site podem também contratar sua agência de criação afiliada, a ACCESS, para que ela crie uma nova campanha ou rea- lize um evento. Em contraposição, o Trend Hunters direciona-se específica e exclusivamente para marcas que desejam 96 Módulo 1 | Avaliação do Mercado mais informações sobre o que está ocorrendo em seu ambiente. Ela se apoia nas contribuições de milhares de caçadores de tendências, que redigem individualmente descrições resumidas das tendências que têm percebido. Embora alguns dos caçadores mais prolíficos sejam con- tratados pela empresa, milhares de outros publicam em nome da fama, glória e satisfação de ver suas tendências publicadas e – assim esperam – estampadas na página frontal do site.3 O Trend Hunters assume a responsabilidade por filtrar o volumoso número de tendências publicadas. Utilizando um processo de filtragem de acesso em massa, o site condensa as 120.000 microtendências publicadas pelos cerca de 80.000 caçadores de tendências nas 40.000 me- lhores. Em seguida, sua equipe de profissionais identifica em torno de 1.200 ideias, que são então oferecidas aos clientes profissionais e podem ser utilizadas para anteci- par mudanças em seus mercados. Por exemplo, o Trend Hunters percebeu o quanto um elemento óbvio e evidente do ambiente de marketing, os outdoors, mudou radicalmente. Os consumidores e tran- seuntes não notam mais a maioria dos outdoors; na ver- dade, de acordo com o site, a melhor aposta é criar ver- sões chocantes, atraentes e escancaradas. Um exemplo apresentado faz o outdoor parecer um garfo, com uma peça de carne na ponta, para anunciar um produtor de carne bovina. Embora apenas a imagem já seja impres- sionante, a tendência não para por aí: nos horários de rush (7h00–10h00 e 16h00–19h00), é borrifada essência de carne no ar.4 Outro exemplo dessa tendência é o destaque que a Trend Hunters dá à propaganda de guerrilha, uma campa- nha de conscientização social que desenha contornos de corpos com gis nas calçadas, dentro dos quais são rela- cionadas estatísticas e informações sobre os sem-teto da cidade em questão.5 Em outra iniciativa, os jardineiros de Os profissionais de tendência e inovação ajudam as empresas a interpretar as últimas ideias e tendências. Capítulo 5 | Analisando o Ambiente de Marketing 97 OA 5.1 Delineie como os clientes, a empresa, os concorrentes e os parceiros corporativos afetam a estratégia de marketing. UMA ESTRUTURA PARA A ANÁLISE DO AMBIENTE DE MARKETING Como mostra a abertura deste capítulo, os profissionais de marketing continuam encontrando alterações no que os clientes querem e adaptando seus produtos e serviços de acordo. Ao prestar atenção às necessidades dos clien- tes e monitorar continuamente o ambiente de negócios no qual a empresa opera, um bom profis- sional de marketing pode identificar possí- veis oportunidades. A Figura 5.1 ilustra os fatores que afe- tam o ambiente de marketing. Como sem- pre, os consumidores são a peça central. Eles podem ser diretamente influencia- dos pelas ações de uma empresa, dos con- correntes dessa empresa e dos parceiros corporativos que trabalham com ela para produzir e fornecer bens e serviços para os consumidores. A empresa – e por con- seguinte os consumidores, indiretamente – é influenciada pelo macroambiente, que inclui várias influências culturais e demo- gráficas, assim como fatores tecnológicos, econômicos e político/legais. Discutiremos cada um desses componentes em detalhe neste capítulo e proporemos em que senti- do eles podem estar interligados. Como os consumidores são o ponto de convergência de todas as iniciativas de marketing, o propósito do marketing baseado em valor é oferecer maior valor aos consumidores em comparação com os concorrentes. Desse modo, a empresa deve considerar todo o processo de negócio inteiramente do ponto de vista do cliente. 7 As necessidades e os desejos dos consumidores, bem como seu poder de compra, dependem de uma série de fatores que mudam e evoluem com o tempo. As empresas usam uma variedade de ferramentas para ficar de olho nas atividades e nas tendências de consumo dos concor- rentes, como os serviços The Cool Hunters e Trend Hunters, e recorrem a diversos métodos para se comunicar com seus parceiros corporativos. Além disso, elas monitoram seu ma- croambiente para determinar como esses fatores influenciam os consumidores e como deveriam responder a eles. Algumas vezes, a empresa pode até antecipar tendências. guerrilha semeiam jardins minúsculos em buracos de rua não pavimentadas para chamar a atenção dos usuários para as condições das ruas e, talvez, para a necessidade de obedecer os limites de volocidade.6 Embora tenham diferentes alvos e propósitos, es- ses dois sites exibem uma motivação semelhante: a necessidade desaber o que é bacana, qual a última tendência e o que está fazendo sucesso no mercado circundante. Essa necessidade é quase universal, e isso explica por que os profissionais de marketing des- pendem tanto tempo e esforço analisando seu ambiente de marketing. � COMO OS CONSUMIDORES SÃO O PONTO DE CONVERGÊNCIA DE TODAS AS INICIATIVAS DE MARKETING, O PROPÓSITO DO MARKETING BASEADO EM VALOR É OFERECER MAIS AOS CONSUMIDORES EM COMPARAÇÃO AOS CONCORRENTES. � FIGURA 5.1 Entendendo o ambiente de marketing. Consumidores Cultura Político/ Legal TecnológicoEconômico Concorrência Macroambiente Parceiros corporativos Social Demografia Empresa Ambiente próximo 98 Módulo 1 | Avaliação do Mercado AMBIENTE PRÓXIMO A Figura 5.2 mostra os fatores que afetam o ambiente pró- ximo dos consumidores: as capacitações da empresa, os con- correntes e seus parceiros corporativos. Capacitações da empresa No ambiente próximo, o primeiro fator a afetar o consumidor é a própria empresa. Empresas bem-sucedidas preocupam-se principalmente em satisfazer as necessidades dos clientes que coincidem com suas competências centrais. A principal força da Pepsi, por exemplo, está na fabricação, distribuição e pro- moção de bebidas gaseificadas, mas ela alavancou com suces- so sua competência central no âmbito de água engarrafada com sua marca Aquafina depois de reconhecer a tendência do mercado e o desejo do consumidor por água engarrafada. Os profissionais de marketing podem usar uma análise de am- biente externo, como a análise SWOT, descrita no Capítulo 2, para categorizar uma oportunidade como atraente ou não atraente. Se ela parecer atraente, eles podem avaliá-la com relação às competências existentes da empresa. Concorrentes A concorrência também afeta signifi- cantemente os consumidores no am- biente próximo. Por isso, é essencial que os profissionais de marketing conheçam os concorrentes de sua empresa, seus pontos fortes e fracos e as prováveis reações às atividades de marketing empreendidas por sua em- presa. Ninguém gostaria de estar no meio da guerra entre as duas gigantes dos barbeadores, Gillette Co. e Energizer USA (que fabrica os barbeadores Schick), visto que ambas se esfor- çam para acrescentar cada vez mais lâminas nos barbeadores descartáveis. 8 A Gillette acusou a Schick de utilizar propagan- da falsa e enganosa nos anúncios que afirmam que o barbe- ador Hydro hidrata a pele. A empresa controladora da Schick contra-atacou com a reclamação de que os anúncios do Fusion ProGlide Razor da Gillette tentam iludir o cliente quando se afir- ma que suas lâminas são “as lâminas Gillette mais finas de todos os tempos”. Todas essas iniciativas representam o reconhecimento da empresa do que seu concorrente mais próximo está fazendo, bem como de suas tentativas para inter- romper táticas que considera prejudi- ciais. Contudo, ao mesmo tempo, cada empresa de barbeadores exalta seus benefícios em relação aos concorrentes porque seu objetivo supremo, obvia- mente, é atrair os consumidores. Parceiros corporativos Poucas empresas atuam isoladamente. Por exemplo, os fabricantes de auto- móveis colaboram com seus fornece- dores de chapas de metal, fabricantes de pneus, fabricantes de peças compo- nentes, sindicatos, empresas de trans- porte e concessionárias para produ- zir e comercializar com sucesso seus automóveis. As partes que trabalham com a empresa em questão são seus parceiros corporativos. Ninguém gostaria de estar no meio da guerra entre as duas gigantes dos barbeadores, Gillette Co. e Energizer USA. fatores macroambientais Aspectos do ambiente externo que afetam os negócios de uma empresa, como cultura, demografia, questões sociais, avanços tecnológicos, situação econômica e ambiente político/regulatório. cultura Conjunto de valores, crenças norteadoras, interpretações e maneira de fazer as coisas que os membros de uma sociedade têm em comum. A cultura existe em dois níveis: artefatos visíveis (p.ex., comportamento, vestuário, símbolos, ambientes físicos, cerimônias) e valores básicos (processos de pensamento, crenças e suposições). � FIGURA 5.2 Entendendo o ambiente próximo. Consumidores Concorrência Parceiros corporativos Empresa Ambiente próximo A Gillette e Schick estão ativamente envolvidas em uma acirrada disputa pelo mercado de barbeadores. Capítulo 5 | Analisando o Ambiente de Marketing 99 Consideremos um exemplo que demonstra o papel desses parceiros e como eles trabalham com a empresa para criar um sistema de fabricação úni- co e eficiente. Diferentemente da maio- ria dos fabricantes de roupas para ati- vidades ao ar livre que usam materiais sintéticos não renováveis, a Nau fabrica roupas para esqui e atividades ao ar li- vre de fontes renováveis, como milho e garrafas plásticas recicladas. Ela foi fun- dada por uma equipe de empresários que saíram de empresas como Nike e Patagonia. Para desenvolver roupas fei- tas de material sustentável reforçadas e bonitas, os fundadores procuraram par- ceiros de fabricação ao redor do mundo para desenvolver novos tecidos, como o PLA (ácido polilático), um biopolímero de rápida absorção de umidade feito de milho. Para complementar os novos te- cidos, a empresa garante que usa apenas algodão orgânico e lã de “ovelhas feli- zes” fornecidas por parceiros no setor pecuário adeptos de práticas defensoras dos animais. Por- tanto, além de a Nau estar na vanguarda da sustentabilidade e dos negócios ecológicos, ela demonstra claramente que “tornar-se ecológico” impele as empresas a trabalhar com seus parceiros de uma maneira inovadora. 9 A atitude cola- borativa da Nau lhe concedeu uma menção em um site de identificação de tendências semelhante aos mencionados na abertura deste capítulo. 10 autoavaliação 1. Quais são os componentes do ambiente próximo? a A Nau trabalha com seus parceiros corporativos para desenvolver uma estratégia socialmente responsável. OA 5.2 Explique por que os profissionais de marketing precisam pensar sobre o macroambiente ao tomar decisões. FATORES MACROAMBIENTAIS Além de compreender seus clientes, a própria empresa, seus concorrentes e seus parceiros corporativos no ambiente próximo, os profissionais de marketing também precisam compreender os fatores macroambientais do ambiente externo, a saber, cultura, demografia, questões sociais, avan- ços tecnológicos, situação econômica e ambiente político/ regulatório – ou CDSTEP – como mostrado na Figura 5.3. Cultura Em linhas gerais, definimos cultura como significados, cren- ças, moralidades, valores e costumes compartilhados por um grupo de pessoas. 11 Transmitida por palavras, literatura e instituições, a cultura é passada de geração para geração e aprendida com o passar do tempo. Você compartilha de vá- rias culturas: sua família tem uma herança cultural, de forma que suas tradições alimentares podem incluir comer rugela- ch, um pastel judeu tradicional, ou compartilhar carne bovina enlatada e repolho para celebrar sua descendência irlandesa no dia de São Patrício. Sua escola ou local de trabalho tam- bém tem uma cultura em comum. Em termos mais amplos, você compartilha também dos aspectos culturais da cidade e do país em que vive. O desafio dos profissionais de marketing é criar bens ou serviços identificáveis e relevantes para um grupo específico de pessoas. Nossas várias culturas influen- ciam o que, por que, como, onde e quando compramos. Duas dimensões da cultura que os profissionais de marketing de- vem considerar quando desenvolvem suas estratégias são a cultura de um país e a cultura de uma região de um país. Nossas várias culturas influenciam o que, por que, como, onde e quando compramos. 100 Módulo 1 | Avaliação do Mercado Cultura do país As nuances visíveis da cultura de um país, como artefatos, comportamentos, vestimentas, símbolos, ambientesfísicos, cerimônias, diferenças idiomáticas, cores, sabores e preferências de alimentos são fáceis de identificar. Mas os aspectos sutis de uma cultura do país geralmente são mais difíceis de identificar e compreender. Às vezes a melhor resposta é criar um apelo universal ao alcance das identidades específicas da cultura do país. A marca Mini da BMW e outros fabricantes globais de auto- móveis conseguiram superar barreiras cul- turais com a produção de propagandas que atraem o mesmo mercado-alvo em diferen- tes países. As fotos e o corpo do texto são os mesmos. A única coisa que muda é o idioma. Cultura regional A região na qual as pes- soas moram em seu país tem uma cultura própria (regional) que afeta vários aspectos de sua vida – por exemplo, a maneira como você se refere a uma categoria particular de produtos. No mercado de refrigerantes, 38% dos americanos chamam as bebidas gasosas de “soda”, ao passo que outros 38% chamam- -na de “pop”, e outros 19% chamam qualquer bebida desse tipo de “coke” (coca), mesmo quando em referência a uma Pepsi. 12 Ao co- mer um lanche em Indiana, é mais seguro pe- dir uma “pop” em um restaurante, pois este pertence a uma pessoa do Centro-Oeste. Po- rém, se for jantar em Atlanta, é melhor pedir uma “coke”, independentemente da marca de sua preferência. Já em Massachusetts, o termo é “soda”. Contudo, se você se mudar para o Texas, perguntarão se você gostaria de uma Dr. Pepper – termo genérico para bebidas gaseificadas no estado da Estrela Solitária porque esse refrigerante foi formulado lá pela primeira vez em 1885. 13 Imagine a dificuldade que as empresas têm para desenvolver materiais promocionais que transcendam essas diferenças regionais. 18 � FIGURA 5.3 O macroambiente. Consumidores Cultura Político/ Legal TecnológicoEconômico Social Demografia Algumas empresas, como a marca Mini da BMW, conseguiram superar barreiras culturais com a produção de uma propaganda que atrai o mesmo mercado-alvo em diferentes países. Capítulo 5 | Analisando o Ambiente de Marketing 101 Demografia Demografia indica características das populações hu- manas e dos segmentos, especialmente aquelas usadas para identificar mercados de consumidores. Dados de- mográficos comuns, como idade – o que inclui coortes geracionais –, gênero, raça e renda, são disponibilizados por empresas de pesquisa de mercado como Symphony/ Information Resources Inc. Além disso, muitas empresas realizam sua própria pesquisa de mercado. Por exemplo, com seu programa de fidelidade ExtraCard, a CVS coleta grande quantidade de dados sobre os clientes que visi- tam suas lojas. A empresa utiliza essas informações para direcionar as ofertas para, digamos, clientes jovens do sexo feminino. Mas ela também utiliza esses dados para beneficiar suas comunidades. Quando os dados coletados mostram que os consumidores – especialmente clientes idosos de cadeias de farmácias – não estão renovando suas receitas de acordo com o ritmo esperado, a CVS in- terage proativamente com essas populações em risco para estimular a adesão aos seus planos de saúde. 14 Assim, os dados demográficos oferecem um instantâ- neo facilmente compreensível do consumidor típico em um mercado-alvo específico, como detalham as seções a seguir. OA 5.3 Descreva as diferenças entre várias coortes geracionais. Coorte geracional Consumidores em uma coorte ge- racional – um grupo de pessoas da mesma geração – nor- malmente têm comportamentos de compra similares pois têm experiências em comum e estão no mesmo estágio da vida. Por exemplo, os baby boomers (pes- soas nascidas depois da Segunda Guerra Mundial, 1946-1964) e a geração Y (pessoas nascidas entre 1977 e 2000) tendem a procurar bens e serviços que promovem um estilo de vida casual; entretanto, o fazem por motivos diferentes. Os baby boomers, mais velhos, que cresceram usando jeans e calças cáqui e introduziram o vestuário casual no local de trabalho, sem- pre tentam manter sua juventude. Os integrantes da ge- ração Y, em contrapartida, normalmente usam jeans por status. A utilização da idade para identificar os consumido- res é muito útil para os profissionais de marketing, desde que ela seja utilizada com outras características do consu- midor. Por exemplo, a maioria das mídias é caracterizada pelos consumidores que as usam. 15 Grupos etários podem servir para identificar uma revista e programas de televi- são apropriados nos quais as empresas devem anunciar, bem como listagens de mala direta e campanhas de tele- marketing. Além disso, a idade é útil para identificar os melhores canais de mídia social (p. ex., Twitter, Facebook). Embora haja várias formas de dividir o gráfico geracional, analisamos os quatro grupos principais, como relacionados na Figura 5.4. Geração Z. Os integrantes da geração Z são também conhecidos como nativos digitais pois nasceram em um mundo já repleto de dispositivos eletrônicos e tecnologias digitais, como internet e redes sociais. 16 Essas tecnologias estão sendo desenvolvidas e adotadas em um ritmo sem precedentes. Embora tenha levado 38 anos para o rádio ser adotado por 50 milhões de pessoas e 13 anos para a televisão ser amplamente aceita, foram necessários ape- nas dois anos para esse mesmo número de consumidores aderirem ao Facebook. Em virtude das tecnologias à dis- posição, os nativos digitais estarão mais conectados em nível global do que as gerações anteriores. Por isso, po- dem ter uma compreensão melhor de culturas diversas, mas os consumidores da geração Z também nasceram em cultura do país Envolve nuances fáceis de identificar específicas a um país, como vestimentas, símbolos, cerimônias, idioma, cores e preferências de alimentos, e aspectos mais sutis, mais difíceis de identificar. cultura regional Influência da região de um país no qual as pessoas vivem. demografia Informações relacionadas às características das populações humanas e dos segmentos, especialmente aquelas utilizadas para identificar mercados, como faixa etária, gênero, renda e educação. coorte geracional Grupo de pessoas da mesma geração – normalmente têm comportamentos de compra similares pois têm experiências em comum e estão no mesmo estágio da vida. geração Z Os integrantes desse grupo também são conhecidos como nativos digitais porque nasceram em um mundo já repleto de dispositivos eletrônicos e tecnologias digitais, como internet e redes sociais. nativos digitais Os integrantes desse grupo também são conhecidos como geração Z porque nasceram em um mundo já repleto de dispositivos eletrônicos e tecnologias digitais, como internet e redes sociais. � FIGURA 5.4 Coortes geracionais. Coorte geracional Faixa de nascimento Idade em 2014 2001–2014 Baby boomersGer. XGer. YGer. Z 1977–2000 1965–1976 1946–1964 0–13 14–37 38–49 50–68 PAZ 102 Módulo 1 | Avaliação do Mercado sozinhas (em famílias em que ambos os pais trabalhavam fora) e 50% deles têm pais divorciados. Essa influência os levou a agir como pais “helicóptero” com seus filhos, esfor- çando-se para proteger sua prole de qualquer ameaça ou frustração. 19 Diferentemente da maioria das gerações ante- riores, eles não são propensos a uma maior prosperidade econômica do que seus pais. 20 Embora em menor número em comparação à geração Y ou aos baby boomers,21 os integrantes da geração X têm um poder aquisitivo considerável porque tendem a se casar e a comprar casas mais tarde na vida. Eles têm menor interes- se em comprar do que seus pais e são muito mais céticos, o que tende a torná-los consu- midores astutos. Eles exigem conveniência e ten- dem a acreditar menos em propaganda ou no que os vendedores lhes dizem. Em virtude de sua experiên- cia como filhos de pais que trabalham e que tinham pouco tempo para fazer compras, a geração X adqui- riu visão para fazer comprasainda crianças e sabia como tomar decisões de compra na adolescência. Por esse motivo, eles se tornaram com mais bem-informados sobre um mundo que enfrenta ações terroristas nacionais e in- ternacionais, com frequência facilitadas pela tecnologia, e preocupações ambientais generalizadas. Geração Y. A geração Y, também chamada de geração do milênio, abrange mais de 60 milhões de membros apenas nos Estados Unidos, nascidos entre 1977 e 2000. Esse grupo de pessoas, filhos dos baby boomers, é a maior coorte desde o boom original após a Segunda Guerra Mundial. É também o grupo que mais varia em idade, indo de adolescentes a adultos jovens que já constituíram família. 17 Agora que a geração Y está entrando no mercado de trabalho, se torna evidente que seus membros têm expectativas e exigên- cias diferentes das outras coortes. A geração Y enfatiza em grande medida o equilíbrio entre traba- lho e vida pessoal – esses jovens adultos desejam um bom emprego, mas desejam também viver em um local que contribua para seu estilo de vida. Além disso, eles consideram o casamen- to algo secundário e não realmente necessário para serem bons pais. 18 geração Y Coorte geracional de pessoas nascidas entre 1977 e 1995; a maior coorte desde o baby boom original após a guerra. geração do milênio Consumidores nascidos entre 1977 e 2000 e filhos dos baby boomers. geração X Coorte geracional de pessoas nascidas entre 1965 e 1976. baby boomers Coorte geracional de pessoas nascidas depois da Segunda Guerra Mundial, entre 1946 e 1964. A geração Y enfatiza em grande medida o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal – esses jovens adultos desejam um bom emprego, mas também desejam viver em um local que contribua para seu estilo de vida. Os pré-adolescentes estão sempre conectados. A extremidade mais jovem desse grupo (geralmente chamados de pré-adolescentes) nunca viveram sem a in- ternet ou acesso fácil a celulares, o que os torna tecnologi- camente habilidosos. Por esse motivo, os integrantes dessa geração são parecidos e consomem de maneira muito seme- lhante em diferentes países. Eles têm estilos de vida e pre- ferências musicais e de entretenimento similares. A MTV e CNN, por exemplo, já se encontram na maioria dos países desenvolvidos. Em termos de aparência, é difícil notar uma diferença entre a geração Y dos Estados Unidos e a de ou- tros países desenvolvidos com base somente em seu vestuá- rio costumeiro – jeans, tênis e camiseta. Geração X. O grupo seguinte, a geração X, abrange os nas- cidos entre 1965 e 1976 e representa em torno de 41 milhões de americanos. De uma maneira bem diferente de seus pais, os baby boomers, os integrantes da geração X são a primei- ra geração em que as crianças passam muito tempo em casa os produtos e mais avessos ao risco do que as outras coortes geracionais. Baby boomers Depois da Segunda Guerra Mundial, a taxa de natalidade nos Estados Unidos aumentou drasticamente, resultando em um grupo conhecido como baby boomers, os 78 milhões de americanos nascidos entre 1946 e 1964. Como agora os baby boomers mais velhos estão colhendo os benefícios da previdência social, é claro que essa coorte será a maior população de consumidores com mais de 50 anos que os Estados Unidos já viram. Embora a faixa de nascimento dessa geração abarque 18 anos, os especialistas concordam que seus membros compartilham várias carac- terísticas que os diferenciam daqueles nascidos antes da Segunda Guerra Mundial. Primeiro, eles são individualistas. Segundo, o lazer é de alta prioridade para eles. Terceiro, eles acreditam que serão sempre capazes de cuidar de si mes- mos, o que é evidenciado em parte por seus sentimentos de Capítulo 5 | Analisando o Ambiente de Marketing 103 segurança econômica, ainda que sejam um pouco descuida- dos com relação a como gastam dinheiro. Quarto, eles são obcecados por manter sua juventude. Quinto, e último, eles sempre vão adorar rock ‘n’ roll. A mudança do terno e gravata para o jeans e camise- ta no ambiente de negócios resulta diretamente do fato de os baby boomers terem imposto seus valores ao am- biente de trabalho à medida que galgavam cargos na alta Dilema ético e social 5.1 O próximo alvo serão as crianças de colo? Quando uma criança completa 3 anos de ida- de, ela reconhece em média 100 logotipos.22 As empresas podem utilizar essa informação para garantir que seu logotipo e sua mensa- gem de propaganda fiquem proeminentes na embalagem, bem como nos próprios brinque- dos, de modo que as crianças peçam de pre- sente aos pais os brinquedos de sua marca. Contudo, a influência não para nos brinquedos. Mais e mais empresas estão colocando anúncios em escolas e ônibus.23 E embora o Facebook e sites semelhantes exi- jam oficialmente que os usários tenham no mínimo 13 anos, notícias recentes indicam que quase 8 milhões de visitantes do Face- book na verdade têm menos de 12 anos.24 Embora a princípio a maioria dos sites de mídia social tenha adotado essa restrição de idade, para assim poder evitar o cumprimen- to de regulamentações associadas a usuá- rios jovens, parece que estão mudando de tática em resposta a esse uso predominante entre os jovens nativos digitais. O Facebook contratou lobistas para estimular o Congres- so a mudar as regras, inclusive a Lei de Pro- teção da Privacidade On-Line das Crianças, de 1998.25 Para o Facebook e sites semelhantes, o convite a crianças oferece duas vantagens principais. Primeiro, estimula a lealdade à marca so site em si. Se uma criança criar um perfil no Facebook aos 10 anos de idade, é improvável que o elimine quando tiver 15, 18 ou 26 anos. Segundo, ao tornar o conceito de compartilhamento de informações mais fa- miliar aos usuários ainda muito jovens, o Fa- cebook ajuda a estimular nos consumidores o tipo de comportamento do qual necessita para sobreviver. Se os nativos digitais tive- rem poucas expectativas de privacidade e, em vez disso, divulgarem suas preferências on-line, os anunciantes terão mais acesso às ideias e aos pensamen- tos desses jovens. Desse modo, as marcas podem utilizar essas informações para promover seus produ- tos às crianças. Como a tabela mostra, os fa- bricantes de bebidas açucaradas fizeram isso amplamente. Não obs- tante as preocupações sobre obesidade infantil e a eticidade de promover às crianças ali- mentos sem nenhum nutriente, nenhuma lei impede as marcas de ter páginas no Fa- cebook ou criar uma conta no Twitter para atrair crianças. Obviamente, é provável que esse aces- so se estenda também aos predadores se- xuais e outros que possam causar danos às crianças. Algumas descobertas indicam que pelo menos 1 milhão de crianças são moles- tadas ou ameaçadas anualmente por meio do Facebook.27 Portanto, aí vem a pergunta: a expansão dos mercados-alvo demográficos para crianças cada vez mais jovens é uma dádiva para as empresas? Ou seria, na ver- dade, um risco para as crianças? � Classificação de seguidores da marca26 Marca Número de fãs no Facebook Número de seguidores no twitter Coca-cola (normal) 30.747.955 3.000.026 Red Bull 20.462.113 223.494 Monster Energy Drink 11.238.533 75.485 Dr Pepper 9.680.095 43.810 Mountain Dew 5.517.588 39.917 Pepsi (normal) 4.449.173 89.371 Sprite 3.740.522 15.397 Gatorade 3.704.295 329.616 Vitamin Water 2.539.549 13.884 Lipton Brisk Iced Tea 849.800 26.625 * Nota: Dados de 15 de Junho de 2011. A expansão dos mercados-alvo demográficos para crianças cada vez mais jovens é uma dádiva para as empresas? Ou seria, na verdade, um risco para as crianças? 104 Módulo 1 | Avaliação do Mercado administração. 28 Os boomers, que vestiam camisetas tingi- das, jeans surrados e cabelos longos na juventude, impu- seram seu estilo de vida casual ao ambiente de trabalho e praticamente a todos os aspectos aos quais estão asso- ciados. Reconhecendo essa oportunidade, a Levi-Strauss desenvolveua linha Dockers de camisetas e calças cáqui casuais. As empresas de alimentos também tentaram atingir os baby boomers com opções mais saudáveis de cereais, entra- das congeladas e aperitivos sem colesterol, baixo teor de gordura e sem açúcar. A General Mills acrescentou um teor extra de cálcio ao iogurte Yoplait Original a fim de ajudar as mulheres a alcançar a ingestão diária de cálcio necessária. 29 A empresa diminuiu o sódio em produtos como Cheerios e sopas Progresso e em sua linha Chex Snack Mix. Por fim, a Mills criou uma nova versão do cereal Total que contém áci- dos graxos ômega 3, que são bons para a saúde do coração. Os varejistas reconhecem o imenso poder aquisitivo dos baby boomers mais velhos e, por isso, tentam lhes atender diretamente com letras maiores nas sinalizações, funcioná- rios disponíveis para ler textos com letras muito pequenas na embalagem e assentos dentro das lojas. 30 Eles ressaltam que seus clientes mais velhos, mesmo aqueles com renda moderada, estão mais preocupados com a qualidade do que com o preço e tomam decisões sobre os produtos que devem levar de acordo com isso. Por último e, talvez, surpreenden- temente, os baby boomers são usuários assíduos da internet e tendem a pesquisar antes de comprar on-line. Renda A distribuição de renda nos Estados Unidos tor- nou-se mais polarizada – os grupos com renda mais alta estão crescendo, ao passo que o poder aquisitivo real dos grupos com renda média ou mais baixa continua dimi- nuindo. Embora a tendência de os domicílios mais ricos ultrapassarem as classes média e baixa ser mundial, isso é particularmente proeminente nos Estados Unidos. A renda semanal média dos 1% a 10% mais ricos da popu- lação é superior a US$ 1.895; a renda semanal média dos Estados Unidos como um todo foi US$ 774 em 2013. Já os 10% mais pobres da população ganham menos de US$ 374 por semana. Além disso, o número de pessoas que ga- nham abaixo da linha de pobreza (US$ 23.550 ao ano para uma família de quatro em 2013) continua crescendo. 31 Os 1% mais ricos controlam 34,6% do patrimônio líquido to- tal dos americanos; comparativamente, os 90% inferiores controlam apenas 26,9%. 32 O maior número de famílias ricas talvez se deva ao amadurecimento da população em geral, ao aumento das famílias com renda dupla e a um nível geral de instrução mais alto. Isso também pode dar origem a algumas preocupações éticas com relação à dis- tribuição de riqueza. Entretanto, a ampla gama de rendas cria oportunidades de marketing nos segmentos superior e infe- rior do mercado. Embora algumas empresas optem por se concentrar ape- nas nos segmentos ricos da po- pulação, outras tiveram grande sucesso oferecendo valor aos grupos de média e baixa ren- da. Considere, por exemplo, os brinquedos apresentados pelo varejista especializado Hamma- cher Schlemmer em compara- ção com as seções de brinque- do de baixo preço do Walmart. Os clientes de brinquedo desta estão procurando produtos ba- ratos; as pessoas que vão a uma loja Hammacher Schlemmer fazem de tudo para encontrar produtos incomuns, como o Fuel Cell Car & Experiment Kit ou o Gigantic Inflatable Clim- bing Iceberg. 33 Os varejistas reconhecem o imenso poder aquisitivo dos baby boomers mais velhos e buscam capturar sua atenção com letras maiores nas sinalizações, funcionários disponíveis para ler textos com letras muito pequenas na embalagem e local para sentar nas lojas. Não importa quanto eles envelheçam, os baby boomers sempre vão adorar rock ‘n’ roll. Capítulo 5 | Analisando o Ambiente de Marketing 105 Outro aspecto dos dados demográficos de renda diz respeito ao conceito de valor. Por que os clientes estão procurando valor mais agora do que nas décadas recentes? Durante as três primeiras décadas após a Segunda Guerra Mun- dial, a maioria dos americanos experimentou um crescimento de renda real. Porém, a par- tir do final da década de 1970 até o presente esse crescimento estagnou. As rendas familiares mantiveram-se um pouco acima da inflação (o nível geral de preços), mas os custos de saúde, impostos prediais e mensalidades es- colares aumentaram mais rapidamente do que a inflação. Educação Estudos mostram que al- tos níveis de instrução resultam em melhores empregos e renda mais alta. 34 (Consulte a Figura 5.5.) De acordo com o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos, em- pregos que requerem grau universitário ou secundário respondem por quase metade de todo o crescimento proje- tado para o futuro próximo. Além disso, a renda anual mé- dia é mais alta para aqueles com formação superior do que para aqueles sem. As pessoas que não concluíram o ensi- no médio ganham um salário anual médio de US$ 23.000; aquelas que concluíram ga- nham em torno de US$ 32.500; aquelas que têm bacharelado ganham cerca de US$ 54.000. 35 Para alguns produtos, os profissionais de marketing con- seguem associar o nível edu- cacional com outros dados, como ocupação e renda, e obter previsões bastante precisas do comportamento de compra. Por exemplo, um estudante univer- sitário em tempo integral com emprego de meio período tem uma renda pessoal relativamen- te baixa, mas gastará sua renda disponível diferentemente de alguém formado no ensino mé- dio que trabalha em uma fábrica e ganha um salário semelhante. Os estudantes universitários tendem a praticar esportes e fre- quentar casas noturnas, ao passo que é mais provável que aqueles formados no ensino médio as- sistam a esportes e frequentem bares. Os profissionais de mar- AS PESSOAS QUE NÃO CONCLUÍRAM O ENSINO MÉDIO GANHAM UM SALÁRIO ANUAL MÉDIO DE US$ 23.000; AQUELAS QUE CONCLUÍRAM GANHAM EM TORNO DE US$ 32.500; AQUELAS QUE TÊM BACHARELADO GANHAM CERCA DE US$ 54.000. � FIGURA 5.5 Renda média por nível educacional de indivíduos acima de 25 anos de idade. $120.000 $140.000 $100.000 $80.000 R en d a (U S$ ) $60.000 $40.000 $20.000 $– In fe ri o r ao en si n o m éd io 11 En si n o m éd io n ão c o n cl u íd o 16 En si n o m éd io co n cl u íd o (i n cl u i G ED *) 61 C u rs o s u p er io r n ão c o n cl u íd o 34 C u rs o s u p er io r d e cu rt a d u ra çã o 18 Número total de pessoas (milhões) em cada grupo B ac h ar el ad o 37 M es tr ad o 15 G ra u p ro fi ss io n al ** 3,2 D o u to ra d o 2,6 Nível educacional * N. de R.T.: GED (General Educational Development Tests) é um conjunto de provas que os alunos podem fazer em substituição ao diploma do ensino médio para ingressar na universidade. Aqui no Brasil, esse programa de ensino é conhecido como EJA (Educação para Jovens e Adultos) e tem o objetivo de desenvolver o ensino fundamental e médio para pessoas que não possuem idade escolar e/ou não tiveram oportunidade. ** N. de R.T.: O grau profissional é exigido por algumas profissões, como médicos e enfermeiros. O Fuel Cell Car & Experiment Kit atrai clientes ricos nas lojas especializadas Hammacher Schlemmer. 106 Módulo 1 | Avaliação do Mercado keting precisam ter bastante ciência sobre a interação entre educação, renda e ocupação. Gênero Antes, o papel dos gêneros parecia claro, mas os papéis masculinos/femininos já não são tão nítidos. A mudança de atitude e comportamento afeta como as empre- sas projetam e promovem seus produtos e serviços. Por exemplo, cada vez mais empresas estão tomando cuidado com a neutralidade de gênero ao posicionar seus produtos e tentando transcender os limites de gênero, especialmente com uma maior interação com seus clientes. Com base em suas pesquisas com ho- mens, por exemplo, a empresa de car- rinhos de bebê Bugaboo International projetou um carrinho de alta tecnologia preto e cromado com pneus de bicicleta para estradas de terra. Em vez de se apoiarem apelos fe- mininos estereotipados, a Nike reconhe- ceu o número crescente de mulheres que participam de atividades fisicamente desafiadoras. Para a Maratona Anual de Mulheres em São Francisco, a Nike regis- trou 20.000 participantes em apenas três semanas. Além de encorajar as mulheres a aceitar o desafio por meio da tagline “Run to Be” (“Corra para ser”), a Nike também promove eventos especiais para elas durante o percurso, como “mi- lha do chocolate”, postos de pedicure e massagens grátis – embora a empresa ressalte também que a participação dos homens é bem-vinda. Toda participante também recebe um colar de finalista da Tiffany & Co. 36 Etnicidade 37 Por causa da imigração e das taxas de nata- lidade crescentes entre os vários grupos étnicos e raciais, os Estados Unidos con- tinuam se tornando cada vez mais diver- sos. Espera-se que aproximadamente 80% do crescimento populacional dos próximos 20 anos ocorra em comuni- dades afro-americanas, hispânicas e asiáticas. As minorias hoje representam aproximadamente um quarto da popu- lação; por volta de 2050, representarão em torno de 50%, e quase um quarto da população será de hispânicos. 34 A ONU estima também que aproximadamente 1 milhão de pessoas por ano irão imigrar de nações menos desenvolvidas para os Estados Unidos nos próximos 40 anos. 39 Muitos americanos nascidos no exterior e imigrantes recentes tendem a se con- centrar em várias áreas metropolitanas, como Nova York, Los Angeles, San Fran- cisco e Chicago. Dentre os diferentes grupos, prevê- -se que o poder aquisitivo dos hispânicos atinja US$ 1,3 trilhão em 2015, um au- mento cumulativo de 25% em compara- ção com 2010. 40 Os 50 milhões de consumidores hispânicos nos Estados Unidos exercem uma influência crescente na cultura predominante dos Estados Unidos. Diversas famí- lias já estão nos Estados Unidos há várias gerações e o com- portamento de consumo desses hispânicos extremamente aculturados difere do comportamento de outros grupos de americanos. Por exemplo, eles usam cartão de crédito, são pouco influenciados por propaganda e colocação de pro- dutos, demonstram maior sensibilidade a promoções den- tro das lojas e são propensos a fazer compras on-line e por meio de catálogos. Geralmente os profissionais de marketing adotam uma abordagem distinta para atingir o mercado his- pânico, reconhecendo que as promoções direcionadas aos mexicanos-americanos talvez não atraiam os hispânicos de descendência cubana ou argentina. Ao se dirigir para hispâ- nicos mais jovens e mais assimilados, as empresas estão ajus- tando seu marketing para atrair todo o mercado dos Estados Unidos, independentemente da etnicidade. 41 O censo dos Estados Unidos de 2010 indica que exis- tem 42 milhões de domicílios afro-americanos, mais ricos e suburbanos do que estudos anteriores mostraram. Além disso, eles tendem a ser mais jovens. Tanto que 47% têm entre 18 e 49 anos (uma demografia etária fundamental A ONU estima também que aproximadamente 1 milhão de pessoas por ano irão emigrar de nações menos desenvolvidas para os Estados Unidos nos próximos 40 anos. O mercado hispânico é tão amplo em algumas áreas dos Estados Unidos, que os profissionais de marketing desenvolvem programas de marketing específicos para atender apenas às necessidades dos hispânicos. A Nike patrocina inúmeros eventos de corrida femininos no mundo inteiro. Capítulo 5 | Analisando o Ambiente de Marketing 107 para várias empresas). O número de famílias negras que ganham mais de US$ 75.000 teve uma elevação de 47% desde 2005 e, até 2015, as tendências indicam que a maio- ria dos americanos negros viverá em áreas suburbanas. 42 Por exemplo, na área metropolitana de Atlanta, a cidade perdeu 8% de suas família afro-americanas, enquanto os subúrbios circundantes ganharam incríveis 40%. 43 Para esse segmento demográfico, especialmente pelo fato de os integrantes estarem cada vez mais mudando para os su- búrbios, a Home Depot desenvolveu apelos específicos, apresentando personalidades nacionais como Tom Joyner e Steve Harvey. Concluindo, os ásio-americanos compõem em torno de 5,6% da população americana, mas representam tam- bém a população minoritária de mais rápido crescimento. Além disso, tendem a ganhar mais, têm um nível de ins- trução mais alto e são mais propensos a ser empregados profissionalmente ou ter o próprio negócio. Entretanto, como no caso dos hispânicos, os profissionais de marketing não podem supor ser possível utilizar uma única estraté- gia para atrair todos os grupos minoritários. Por exemplo, os chineses, japoneses, indianos, coreanos e subgrupos do Sudeste Asiático, como vietnamitas e cambojanos, falam diferentes idiomas e provêm de diferentes culturas regio- nais e de país. OA 5.4 Identifique as diversas tendências sociais que afetam o marketing. Tendências sociais Várias tendências sociais parecem estar moldando os va- lores dos consumidores nos Estados Unidos e ao redor do mundo, como uma ênfase maior sobre a poupança, preocu- pações com saúde e bem-estar, consumo ecológico, preocu- pações com a privacidade e sociedades sem tempo. Poupança A sociedade americana tornou-se uma socieda- de de consumo. Contudo, os impactos econômicos da reces- são e da quebra do sistema habitacional impeliram muitas pessoas a considerar a ideia de gastar menos como um obje- tivo virtuoso. Alguns blogueiros descrevem suas iniciativas para conseguir sobreviver com menos, seja gastando apenas US$ 1 por dia em alimentação ou se recusando a comprar roupas novas (a não ser roupas íntimas) durante um ano. 44 Outra tendência recente até ganhou uma versão reality na televisão, como descreve “Agregando valor 5.1”. Entretanto, nem todo mundo é tão extremista; consumi- dores em todos os âmbitos parecem estar tentando poupar mais, gastar menos em supérfluos e se virar sem lançar mão de suas economias. Com frequência chamado de efeito ba- tom, algumas consumidoras gostam da sensação de se dar alguns pequenos luxos, como um batom Chanel, mas renun- ciar a luxos maiores, como férias. De acordo com os psicó- logos do consumidor, em um cenário econômico incerto, é simplesmente muito difícil ser frugal o tempo todo. 45 Como os consumidores se tornaram mais astutos e conscientes com relação à compra de pechinchas e à procura Os Estados Unidos são como uma salada, um país composto de pessoas de todos os lugares do mundo. Os profissionais de marketing não podem supor ser possível utilizar uma única estratégia para atrair todos os grupos minoritários. Os apelos da Subway dirigem-se a clientes que desejam alternativas de comida mais saudáveis e serviço rápido. 108 Módulo 1 | Avaliação do Mercado de ofertas, empreendedores inovadores como Groupon e Li- vingSocial desenvolveram planos de negócio para satisfazer o desejo por ofertas. Esses sites enviam e-mails diariamente aos consumidores, e-mails que são personalizados de acordo com as preferências, os hábitos de compra e a localização desses consumidores. Milhões de assinantes já aderiram a sites de ofertas variados e obtêm descontos significativos e conhecimento sobre novos produtos e serviços. Contudo, depois de receber dezenas de mensagens de oferta por dia, os consumidores se tornaram até certo ponto imunes a pe- chinchas. As expectativas dos consumidores quanto ao que constitui uma boa oferta têm mudado rapidamente nos últi- mos anos, o que significa que os profissionais de marketing precisam de algumas novas ideias para atraí-los. 49 Preocupações com saúde e bem-estar As preocupa- ções com saúde, particularmente com respeito à saúde das crianças, são predominantes, fundamentais e amplas. Nos últimos 20 anos, a obesidade infantil dobrou e a obesidade adolescente triplicou nos Estados Unidos, fazendo disparar o número de casos de pressão alta, colesterol alto, primeirossinais de doença cardíaca e diabetes tipo 2 entre crianças. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos estimam também que aproximadamente um terço dos adultos americanos é obeso e a incidência de diabetes Agregando valor 5.1 Poupança inteligente ou acumulação compulsiva da classe média? Uma compra de US$ 400 é reduzida para US$ 6 em um supermerca- do. Os descontos e os cupons se associam para tornar a compra de alguns alimentos básicos totalmente gratuitos. E as despensas ficam cheias até o teto de produtos não perecíveis. São esses os sintomas da mania de cupons. Como apresentando de maneira mais notável no reality show Extreme Couponing, os clientes maníacos por cupons recusam a ideia de algum dia ter de pagar o preço integral. Dedicando horas ao planejamento e recorte dos cupons, eles programam cuidadosamen- te suas compras para assim adquirir os produtos apenas quando eles entram em promoção. Em seguida, eles juntam a promoção com um cupom ou vários cupons para o mesmo produto. Quando encontram uma boa oferta, compram o máximo possível e estocam o produto em casa, o que significa que não precisarão comprar esse produto novamente por meses.46 Entretanto, esse esforço para adquirir tudo quanto é coisa por preços extremamente baixos ou mesmo de graça pode ser incômo- do de ver. Os colecionadores de cupons apresentados no programa enchem vários carrinhos, fazendo com que os outros clientes atrás deles, bem como os atendentes de caixa, quase entrem em pânico. Depois eles transportam todas as compras para casa para estocá- -las em todos os cantos. Alguns desses clientes maníacos admitem serem motivados por uma sensação de medo. Mesmo que eles per- cam o emprego, haverá centenas de potes de pasta de amendoim na despensa e, portanto, não morrerão de fome. Contudo, a adoção desse hábito requer um estilo de vida su- burbano de classe média. Pessoas que vivem em apartamentos na cidade não tem como armazenar as grandes quantidades requeri- das. Mesmo para consumidores que moram em bairros afastados os custos de estocagem acabam sendo uma preocupação, do mesmo modo que o são para os varejistas. Se um consumidor tiver sorte o suficiente de ter um quarto extra que ninguém esteja usando, é fácil abastecê-lo de gêneros alimentícios. Mas nem todos têm esse luxo.47 Além disso, os maníacos por cupom congestionam as filas do caixa e criam problemas de estoque e suprimento para muitos vare- jistas, especialmente os donos de mercearia. Além de o número de entusiastas dos cupons estar aumentando, os varejistas estão per- cebendo também um aumento na quantidade de cupons fraudulentos e no uso indevido de cupons. Em resposta, algumas lojas atualiza- ram suas políticas de cupom. A nova política da Target evita que os clientes associem cupons “compre um e ganhe outro” para obter ambos os itens de graça. A Rite-Aid limita o número de cupons que os clientes podem usar para um item específico. O Walgreens atualizou sua política de cupom em vigor para conceder à gerência o direito de restringir o número de cupons que os consumidores podem usar.48 Os colecionadores de cupons não estão em extinção; eles se transformaram em uma nova espécie extremista, denominada maníacos por cupom. Nos últimos 20 anos, a obesidade infantil dobrou e a obesidade adolescente triplicou nos Estados Unidos, fazendo disparar o número de casos de pressão alta, colesterol alto, primeiros sinais de doença cardíaca e diabetes tipo 2 entre crianças. Capítulo 5 | Analisando o Ambiente de Marketing 109 chegou a 8,3% – com taxas bem mais altas entre as pessoas ainda sem diagnóstico ou com diagnóstico de pré-diabetes. 50 A obesidade também está aumentando de modo alarmante em outros países e entre consumidores que adotam estilos de alimentação mais ocidentais. Portanto, as novas diretrizes de propaganda exigem que as empresas produzam alimentos em porções e tamanhos ra- zoavelmente proporcionais. Os produtos alimentícios anun- ciados devem oferecer nutrientes básicos, ter menos de 30% do total de calorias de gordura e não conter adoçantes. Além disso, as propagandas não podem ser veiculadas durante programação dirigida a crianças e as empresas não podem vincular alimentos não saudáveis a personagens de desenho e celebridades. Por exemplo, o Burger King não usa mais o Bob Esponja para promover hambúrgueres e fritas. 51 Ao mesmo tempo, o interesse dos consumidores por melhorar sua saúde abriu vários novos mercados e nichos direcionados à vida saudável. Por exemplo, os gastos dos consumidores com aulas, tapetes e roupas de ioga aumenta- ram constantemente, gerando um salto de 9,5% nas vendas entre 2006 e 2011. 52 As academias de ioga na verdade asso- ciam várias tendêncisa modernas: Como a economia está desfavorável, as pessoas enfrentam um estresse crescente, o qual desejam diminuir por meio da ioga. Além disso, é rela- tivamente barato abrir e operar uma academia de ioga. Por isso, empreendedores e consumidores reconhecem o valor que recebem em troca do di- nheiro que oferecem. E, ob- viamente, os americanos estão sempre procurando exercício que possam ajudá-los a per- der peso e a corresponder à imagem de grande habilidade atlética propagada pela mídia. Por isso, a concorrência está crescendo nesse setor e algu- mas academias começaram a associar aulas básicas de ioga com outras ofertas para atrair os clientes, como serviços de alimentação, acupuntura ou massagens. 53 Consumidores mais ecológicos O marketing ecológi- co diz respeito a iniciativas estratégicas das empresas para fornecer aos clientes mercadorias ecologicamente corre- tas. 54 Muitos consumidores, preocupados com tudo, desde a pureza do ar e da água à segurança da carne e do salmão, acreditam que todas as pessoas podem fazer diferença no meio ambiente. Por exemplo, aproximadamente metade dos adultos americanos agora recicla garrafas de refrigerante e jornais, e os consumidores europeus são até mais ecológi- cos. A lei exige que os alemães reciclem garrafas, e a União Europeia não permite importação de carne vermelha de animais criados com hormônios artificiais de crescimento. A demanda por produtos ecológicos tem sido uma dá- diva para as empresas que os fornecem. As empresas esti- mulam os consumidores a substituir suas antigas máquinas de lavar e lava-louças por modelos que economizam água e energia e a investirem em sabão em pó sem fosfato e bate- rias recarregáveis sem mercúrio. Novos mercados estão sur- gindo para produtos de construção, embalagens, produtos de papel e até suéteres e tênis reciclados, bem como para eletrodomésticos, iluminação e sistemas de aquecimento e refrigeração eficientes em residências e escritórios. Para embarcar na onda ecológica, a linha de salgadinhos Sun- Chip da Frito-Lay passou a usar energia solar em uma de suas oito instalações de produção para aproveitar a ener- gia do sol na fabricação de seus produtos. 55 “Dilema ético e social 5.2” examina alguns dos desafios que as empresas enfrentam ao fabricar produtos ecológicos. Esses produtos e iniciativas ecológicos prenunciam um modelo de negócio complexo. Eles são bons para os negó- cios? Algumas opções ecológicas são mais caras do que os produtos e iniciativas tradicionais. Os consumidores estão interessados ou dispostos a pagar preços mais altos por produtos ecológicos? As empresas de fato estão interessa- das em melhorar o meio ambiente? Ou estão promovendo dissimuladamente produtos ou serviços como ecológicos com o objetivo de obter aprovação pública e aumentar as vendas, em vez de melhorar o meio ambiente? Esse tipo de exploração é tão comum, que até deu origem a um novo termo: lavagem verde (greenwashing). Os consumidores precisam questionar se a empresa está gastando uma quan- tidade significativamente maior de tempo e dinheiro para anunciar que é ecológica e está atuando em favor do meiomarketing ecológico Diz respeito a iniciativas estratégicas das empresas para fornecer aos clientes mercadorias ecologicamente corretas. lavagem verde Explorar um consumidor promovendo dissimuladamente produtos ou serviços como ecológicos, com o objetivo de obter aprovação pública e aumentar as vendas. A prática de ioga está crescendo porque mais consumidores estão adotando um estilo de vida saudável. 110 Módulo 1 | Avaliação do Mercado ambiente do que de fato gastando esses recursos em práti- cas ambientalmente responsáveis. Preocupações com a privacidade Mais e mais consumi- dores ao redor do mundo sentem que estão perdendo sua privacidade. Ao mesmo tempo em que a internet criou uma imensa acessibilidade às informações dos consumidores, as melhorias na capacidade de armaze- namento dos computadores e a mani- pulação de informações aumentaram a quantidade e a qualidade de serviços de segurança e de verificação de crédi- to. Contudo, controvérsias continuam brotando e alguns observadores afir- mam que os hackers na verdade estão ficando mais competentes. Em 2011, por exemplo, várias corporações mul- tinacionais sofreram violações de se- gurança, como a empreiteira de defesa Lockheed Martin, NASA, Fox Network e Sony. No último caso, um grupo de hackers furtou informa- ções pessoais de 102 milhões de usuários do PlayStation. 61 A Comissão Federal de Comércio (Federal Trade Com- mission – FTC), ao responder a queixas dos consumidores com relação a propostas indesejadas por telefone, registrou o número de telefone de mais de 200 milhões de pessoas no Do Not Call Registry (registro nacio- nal de consumidores que não desejam ser incomodados por empresas de te- lemarketing). O objetivo dessa medida foi proteger os consumidores contra invasões que, segundo determinação do Congresso, são particularmente in- vasivas. 62 Infelizmente, esse programa pode ter eliminado muitos operadores de telemarketing honestos, deixando as linhas abertas para os grupos de- sonestos que muitas vezes usam gra- vações não rastreáveis para entrar em Dilema ético e social 5.2 Cereal ecológico? Às vezes pode parecer que os grandes conglomerados demoram a mudar, mas algumas empresas estão claramente aprendendo algu- mas lições quando a questão é fornecimento responsável. Há apenas alguns anos, a Nestlé foi alvo de uma terrível reação adversa dos consumidores quando concordou em comprar uma pequena quan- tidade de óleo de palma (usado em doces de chocolate) de uma em- presa que derrubava florestas tropicais para ter acesso às palmas.56 Atenta a essas reações, a General Mills (GM) prometeu rapida- mente que todo o óleo de palma usado em qualquer um de seus produ- tos e embalagens viria de fontes responsáveis e sustentáveis até 2015. Estimativas recentes indicam que essas medidas estão obtendo certo sucesso. A taxa de desmatamento da Amazônia em 2012 foi inferior à de qualquer outro período desde que o governo brasileiro começou a acompanhar essa estatística em 1988.57 Mas nem a GM nem nenhum de seus concorrentes no setor de produtos de consumo embalados atingiu completamente a meta de sustentabilidade total. Determinada a não se restringir ao óleo de palma, a GM tam- bém se comprometeu a melhorar as condições comerciais dos agricultores de baunilha que fornecem a matéria-prima para o sa- bor tradicional e favorito de seu sorvete Häagen-Dazs. Com um in- vestimento de dois anos de US$ 125 milhões em Madagascar, a GM pretende treinar pequenos agricultores de baunilha em métodos sustentáveis que também aumentam a qualidade da colheita, como melhorias de rendimento e técnicas de cura da baunilha. Em teoria, essas táticas melhorarão também o lucro dos agricultores locais e das respectivas comunidades.58 Em seguida, a GM ajudou a estabelecer – em conjunto com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e a Agência de Proteção Ambiental – o U.S. Food Waste Challenge.59 Essa iniciativa procura não apenas diminuir os impactos ambientais do lixo recebi- do nos aterros, mas também abordar a propagação das preocupa- ções com a insegurança dos alimentos. Diminuindo o desperdício e a perda de produtos alimentícios, os colaboradores esperam alimentar mais pessoas ou ao menos usar os restos de comida para aplicações produtivas, como alimentação de animais. Esses exemplos refletem a missão e as iniciativas de sustenta- bilidade geral da GM. A empresa publicou o Relatório de Responsabi- lidade Global anualmente por mais de 40 anos. Ela também promove amplamente suas iniciativas por meio de seu blog, de press releases e de outras formas de comunicação. Nesse sentido, a GM corre o ris- co de consumidores céticos serem levados a acreditar que ela divul- ga suas atividades favoráveis para encobrir comportamentos ruins. Contudo, como o CEO da General Mills reconheceu prontamente, “es- tamos encontrando oportunidades para colaborar com organizações empresariais, governamentais e não governamentais em soluções sistêmicas importantes. Embora estejamos satisfeitos com nosso progresso, sabemos também que ainda há muito a ser feito. Estamos comprometidos com o progresso contínuo nessas áreas. Nossa em- presa precisa disso e as gerações futuras dependem disso”.60 A demanda por óleo de palma muitas vezes pode fazer florestas tropicais como esta serem derrubadas. Na maioria das famílias, ambos os pais trabalham e as crianças estão mais ocupadas do que nunca. Capítulo 5 | Analisando o Ambiente de Marketing 111 contato com clientes potenciais em casa. No final, a maioria das empresas está transferindo os recursos das campanhas por telefone para outros lugares. Sociedade sem tempo Atingir um mercado-alvo sempre foi um grande desafio, mas várias tendências têm tornado essa questão ainda mais complexa pois aumentam a dificul- dade de capturar a atenção desses mercados. Na maioria das famílias, ambos os pais trabalham e as crianças estão mais ocupadas do que nunca. Desde 1973, a média do número de horas que as pessoas dizem trabalhar saltou de 41 para 49 horas por semana. Nesse mesmo período, o tempo de lazer relatado caiu de 26 para 19 horas por semana. 63 Entre os consumidores mais jovens, a tendência é lidar com a falta de tempo de lazer realizando várias atividades ao mesmo tem- po – ver televisão ou ouvir música enquanto conversa ao telefone ou faz o dever de casa. Com essa atenção dividida, eles simplesmente não conseguem se concentrar tão bem nos anúncios que aparecem nessas mídias. Os profissionais de marketing precisam responder ao de- safio de obter a atenção dos consumidores realizando deter- minados ajustes. Ao observar que vários telespectadores dos programas de culinária passam pouco tempo cozinhando, a rede de televisão Bravo firmou uma parceria com a linha He- althy Choice para vender jantares congelados com a marca Top Chef em supermercados. Os consumidores podem com- prar refeições semelhantes às preparadas no programa, como bife grelhado com batatas vermelhas ou franco assado ao Marsala com cogumelos. Obviamente, com site da Bravo eles também podem tentar cozinhar sozinhos, talvez nos fins de semana, pedindo uma linha correspondente de facas, aven- tais, livros de receitas e outros equipamenteos. 64 Os varejistas estão fazendo sua parte ao disponibilizar seus produtos aos clientes sempre e quando eles desejam. Por exemplo, muitos varejistas tornaram-se verdadeiramen- te multicanais, oferecendo opções de compra em lojas, por catálogo e pela internet. Outros, como o Office Depot e o Walgreens, ampliaram os horários de funcionamento para que os clientes possam comprar durante as horas que não estão trabalhando. Além disso, processos automatizados, como caixas de autoatendimento e quiosques eletrônicos, agilizam o processo de compra e fornecem informações so- bre os produtos e realização de pedidos. Os supermercados e as lojas de materiais de construção têm sidoparticularmente agressivos no desenvolvimento de estratégias para ajudar os clientes sem tempo, como descreve “Agregando valor 5.2.” Para encontrar e desenvolver métodos que facilitem a vida dos consumidores na sociedade sem tempo, muitas vezes os profissionais de marketing recorrem à tecnologia – outro fator macroambiental e tema da próxima seção. Avanços tecnológicos Os avanços tecnológicos aceleraram muito durante a última década, melhorando o valor tanto dos produtos quanto dos serviços. Os consumidores têm acesso constante à internet, em Agregando valor 5.2 Os supermercados ajudam consumidores que têm pouquíssimo tempo Os métodos tradicionais de compra e preparação de alimentos sem- pre foram demorados. Os restaurantes, particularmente os de fast- -food, ajudaram a aliviar essa tarefa há décadas fatigante. Entretan- to, como os consumidores estão ficando cada vez mais sem tempo e os supermercados tradicionais estão experimentando a concorrên- cia crescente de superlojas como Walmart e Target e atacadistas como Costco e Sam’s Club, alguns supermercados estão desenvol- vendo métodos inovadores para ajudar os consumidores a colocar comida na mesa da família. Por meio da linha Signature Café, por exemplo, a cadeia Sa- feway oferece entradas, pratos de acompanhamento, sanduíches e pizzas, itens que se tornaram populares o suficiente para render para a empresa US$ 100 milhões anuais em venda desde a sua introdu- ção.65 Mesmo o Walgreens, uma cadeia que não é tradicionalmente conhecida por oferecer produtos alimentícios frescos, está lenta- mente introduzindo esses itens em suas lojas. Utilizando uma abor- dagem um pouco diferente, o Walgreens decidiu iniciar seu progra- ma em “desertos de comida” – isto é, comunidades tradicionalmente mal supridas com alimentos frescos e verduras.66 Além disso, o Walgreens está lançando outro novo programa para ajudar os clientes a realizar as tarefas necessárias do dia. Com o serviço Web Pickup, os clientes de determinados mercados podem fazer compras on-line e apanhar seu pedido em torno de uma hora em uma loja próxima.67 A Whole Foods já oferece refeições prontas, mas também co- meçou a se preocupar com a eficiência com que seus clientes po- dem entrar e sair das lojas quando estão com pressa. Por isso, essa cadeia otimizou o processo de pagamento no caixa estruturando as filas de pagamento como nos bancos. Forma-se uma fila e os clientes são atendidos à medida que os caixas ficam disponíveis. Os caixas de autoatendimento agilizam o processo de compra, mas eles melhoram o atendimento ao cliente? 112 Módulo 1 | Avaliação do Mercado todos os lugares, por meio de serviços como WiFi, 3G e 4G. Os smartphones que utilizam sistemas operacionais Apple, RIM, Android e Symbian melhoraram sua capacidade com- putacional, o armazenamento de dados e a comunicação. Os tablets, que começaram com o iPad, ampliaram ainda mais a capacidade computacional móvel oferecendo uma interface móvel maior em ambientes que tradicionalmente restringiam o acesso. Esses exemplos de avanço tecnológico tornam os con- sumidores cada vez mais dependentes da ajuda que podem oferecer, especialmente com relação a tomar decisões e comunicar-se com outras pessoas. Por isso, a Netflix sugere quais filmes você deve ver, o Pandora indica as músicas que você deve ouvir e o Amazon nos diz o que devemos ler. A tecnologia de comunicação de curto alcance recebe pagamentos, cupons e dados de cartão de fidelidade dos clientes quando eles passam pelos escâne- res. É provável que a próxima onda de aplicativos móveis use pagamentos sem fio, de modo que o telefone dos clien- tes também sirva como carteira eletrônica (m-wallet). 5.1 Promessa do Foursquare e resposta do Facebook A plataforma móvel baseada em localização Foursquare não apenas concede emblemas a clientes frequentes para que mostrem seu status em determinados locais, mas também ajuda as pessoas a encontrar os locais que seus amigos frequentam e lhes oferece dicas úteis sobre bares, restaurantes, estacionamentos, museus, supermercados e cine- mas próximos – como onde estacionar ou o que pedir. Para as 250.000 empresas que figuram na plataforma,68 o Foursquare também oferece um meio eficaz de atrair, agradar e manter clientes leais. O usuário do Foursquare que faz check-in em um restaurante local, por exemplo, acumula pontos e recompensas em forma de emblemas. Os emblemas oferecem descontos e cupons ao usuário em visitas futuras desde que ele continue fazendo check-in no local. Quanto mais o usuário visita um local, mais incentivos recebe. Para aumentar ainda mais o valor da aposta, os clientes podem obter pon- tos adicionais por levar um amigo na próxima visita e fazê-los reali- zar o check-in ao mesmo tempo. Os aspectos sociais do Foursquare ainda vão além: Os usários podem deixar opiniões sobre os espaços que visitam e depois programar com antecedência os locais que eles visitarão em seguida, de acordo com o que outros usuários seme- lhantes falaram a respeito de um lugar. Para as empresas, essas aplicações oferecem percepções extraordinárias sobre os mercados-alvo.69 Elas sabem quem está vi- sitando, quando, com que frequência e com quem. Em conclusão, como esse conceito baseia-se em recompensa aos visitantes fre- quentes, as empresas podem ter certeza de que estão oferecendo o que têm de melhor aos seus melhores e mais leais clientes. Coletando uma vasta quantidade de informações de todos os seus usuários, tanto consumidores quanto vendedores, o Foursqua- re pode divulgar recomendações certeiras de outros lugares para visitar. Você já visitou uma cafeteria na Elm Street? O Foursquare acredita que você talvez você ache a casa de chá na Oak Lane igualmente interessante. Se outro fã de uma pizzaria local costuma fazer check-in em um cinema igualmente próximo, o Foursquare pode sugerir que é provável você gostar dessa opção também. Mas o Foursquare não é a única opção disponível. O Facebook também possibilita que os usuários façam check-in nos locais e tem a vantagem de ser uma rede social bem mais ampla – mais de 800 milhões de usuários, em comparação com os cerca de 10 milhões do Foursquare.70 Por isso, os fãs do Facebook podem marcar os amigos que estão com eles para mostrar quantas pessoas estão visitan- do determinado local. Isso significa que o Facebook pode obter informações sobre os usuários e os lugares que eles ou seus amigos estão. Portanto, as empresas podem utilizar essas informações para conhecer seus clien- tes, seus lugares preferidos e até que ponto essas preferências estão associadas com seus outros interesses – de acordo com o que seu perfil no Facebook indica. Marketing social e móvel O Foursquare permite que você faça “Check In” e informe seus amigos sobre o que está fazendo. Capítulo 5 | Analisando o Ambiente de Marketing 113 Do ponto de vista da empresa, a tecnologia denomina- da RFID (radio frequency identification device ou disposi- tivo de identificação por radiofrequência) possibilita a ela acompanhar um item do momento em que ele é fabricado, passando pelo sistema de distribuição e pela loja, até chegar às mãos do consumidor final. Como elas podem determinar exatamente a quantidade de um produto em cada ponto da cadeia de suprimento, os varejistas também podem se comu- nicar com seus fornecedores e planejar colaborativamente para que suas necessidades de estoque sejam atendidas. Como “Marketing social e móvel 5.1” mostra, os dis- positivos móveis melhoram a experiência do cliente ao fa- cilitar a interação com o fabricante ou o varejista ou com outros clientes e oferecem um novo canal de acesso, o que torna os clientes mais leais e mais propensos a comprar mais de um varejista específico. Os aplicativos do Walgreens, além do serviço Web Pi- ckup que descrevemos anteriormente, possibilitam que os clientes solicitem receitas médicas ou examinem seu histó- rico de receitas, verifiquemo estoque das lojas e imprimam fotos. A Steve Madden, varejista de calçados, atrai mais de 10% de seu tráfego na web a partir de dispositivos móveis – o que tem lhe rendido mais de US$ 1 milhão em vendas anualmente. Além disso, esses clientes passam em média sete minutos no site móvel da Steve Madden.71 Embora os clientes visualizem uma média de sete páginas durante suas visitas on-line, eles navegam apenas em quatro ou cinco pá- ginas em um ambiente móvel. Os aplicativos móveis não estão relacionados apenas com compras por meio do telefone. Em 2015, as pessoas devem acessar a web muito mais por smartphones do que por notebooks e computadores de mesa juntos. Entretan- to, como as experiências móveis não podem ser idênticas às experiências na web porque a interface é diferente, a forma como os usuários navegam pelos sites também é diferente. Em virtude particularmente da tela menor dos dispositivos móveis, a mesma imagem de marca deve ser passada com uma quantidade menor de informações. Situação econômica Os profissionais de marketing monitoram a situação econô- mica geral, tanto em seu país quanto no exterior, porque ela afeta a maneira como os consumidores compram produtos e gastam dinheiro. Alguns dos principais fatores que influen- ciam uma economia são a taxa de inflação, as taxas de câm- bio de moedas estrangeiras e as taxas de juros. Inflação refere-se a um aumento persistente nos pre- ços dos produtos e serviços. O aumento nos preços faz o poder de compra do dólar diminuir; em outras palavras, o dólar compra menos do que costumava comprar. Da mesma maneira, as flutuações do câmbio podem influenciar os gastos dos consumidores. Por exemplo, no ve- rão de 2002, o euro valia um pouco menos de US$ 1. Em mea- dos de 2013, o euro valia US$ 1,32, mas isso depois de ter tido uma alta inédita, atingindo US$ 1,60 em 2008. 72 À medida que o euro torna-se mais caro em comparação com o dólar, os produtos feitos na Europa e em outros países atrelados ao euro ficam mais caros para os americanos, ao passo que os produtos feitos nos Estados Unidos custam menos para os consumidores europeus. Em contrapartida, a atual crise fi- nanceira europeia indica que o valor do euro está contraindo em relação ao dólar americano, caso onde é provável que os europeus comprem menos produtos americanos. Essa crise, que está chacoalhando as economias euro- peias e a zona do euro como um todo, tem outros impactos possíveis sobre a economia americana. Os consumidores euro- peus compram em torno de 22% das exportações dos Estados Unidos, uma taxa que pode facilmente diminuir se a Grécia, Itália e outras economias em risco falirem. Além disso, os mer- cados financeiros globais estão estreitamente relacionados, de modo que, quando um entra em declínio, todos sofrem. 73 Por último, as taxas de juros representam o custo para a contratação de empréstimos. Quando os clientes to- mam empréstimo de um banco, eles concordam em pagar esse empréstimo, mais os juros acumulados. Na realidade, os juros são o custo para os clientes ou a taxa que o ban- co cobra desses clientes pelo empréstimo do dinheiro. Do mesmo modo, se um cliente abrir uma poupança no banco, ele ganhará juros sobre a quantia poupada, o que significa que os juros passam a ser a taxa que o cliente obtém por emprestar o dinheiro ao banco. Se a taxa de juros subir, os consumidores terão um incentivo para poupar mais porque ganharão mais por emprestar seu dinheiro ao banco; quando a taxa de juros cai, os consumidores geralmente tomam mais empréstimos. Como esses três importantes fatores econômicos – in- flação, flutuações do câmbio e taxas de juros – afetam a ca- pacidade de uma empresa de comercializar bens e serviços? As mudanças nos três fatores econômicos fazem o mar- keting ser mais fácil para alguns e mais difícil para outros. Por exemplo, quando a inflação aumenta, os consumidores inflação Refere-se a um aumento persistente nos preços dos produtos e dos serviços. flutuações do câmbio Mudanças no valor da moeda de um país em relação à moeda de outro país; elas podem influenciar os gastos dos consumidores. taxas de juros Representam os custos de um empréstimo em dinheiro. ambiente político/ regulatório Compreende partidos políticos, organizações governamentais, legislações e leis. Turistas de outros países visitam os Estados Unidos para fazer compras porque o valor do dólar é baixo em comparação com o de sua moeda. 114 Módulo 1 | Avaliação do Mercado provavelmente não compram menos comida, mas mudam seus gastos com carnes caras para opções mais baratas. Os supermercados e os restaurantes mais baratos ganham, mas os restaurantes mais caros perdem. Os consumidores tam- bém compram mercadorias menos discricionárias, embora os varejistas de ponta de estoque e de desconto muitas ve- zes ganhem terreno à custa de seus concorrentes cujo preço é integral. Do mesmo modo, a venda de joias caras, carros de luxo e férias extravagantes diminuirá, mas curiosamente a venda de produtos supérfluos de baixo custo, como pro- dutos para cuidados pessoais e entretenimento doméstico, tende a aumentar. Ambiente político/regulatório O ambiente político/regulatório compreende partidos políticos, organizações governamentais, legislações e leis. As organizações devem entender completamente e acatar a le- gislação sobre concorrência justa e proteção ao consumidor ou regulamentações específicas do setor. Desde a virada do século, o governo decretou leis que promovem o comércio e a concorrência justos, proibindo a formação de monopó- lios ou alianças que prejudiquem um mercado competitivo e promovendo práticas justas de precificação para todos os fornecedores e consumidores. O governo aprovou leis que procuram garantir que as empresas concorram de maneira justa. Embora aprovadas na primeira parte do século XX, essas leis continuam sen- do a espinha dorsal da legislação americana e protegem a concorrência no comércio. Elas abrangem a Lei Antitruste de Sherman, de 1890, que proíbe monopólios e outras ati- vidades que possam refrear o comércio ou a concorrência Se a economia da Grécia continuar a ruir, qual será seu impacto sobre o valor do dólar americano em comparação com o euro? � FIGURA 5.6 Legislação de proteção ao consumidor. Ano Lei Descrição 1906 Lei Federal de Alimentos e Medicamentos Criou a Agência de Alimentos e Medicamentos. Proibiu a fabricação ou venda de produtos alimentícios e medicamentos adulterados ou fraudulentamente rotulados. 1914 Comissão Federal de Comércio Estabeleceu a Comissão Federal de Comércio (Federal Trade Commission – FTC) para regulamentar concorrência injusta e práticas que iludem ou são injustas com os consumidores. 1966 Lei de Embalagem e Rotulagem Honesta Regulamenta a embalagem e rotulação de produtos para consumo; exige que os fabricantes apresentem informações sobre o conteúdo da embalagem, a entidade responsável pela fabricação e peso/volume. 1966 Lei de Proteção às Crianças Proíbe a venda de brinquedos com componentes prejudiciais às crianças. Estabelece padrões para embalagens à prova de crianças. 1967 Lei Federal de Rotulagem e Propaganda de Cigarros Exige que os maços de cigarro contenham o aviso: “O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde”. 1972 Lei de Segurança de Produtos de Consumo Criou a Comissão de Segurança de Produtos de Consumo, que tem autoridade para regulamentar os padrões de segurança dos produtos de consumo. 1990 Lei de Televisão para Crianças Restringe o número de comerciais exibidos durante a programação para crianças. 1990 Lei de Rotulagem e Educação Nutricional Exige que os fabricantes de alimentos apresentem informações sobre valor nutricional nos rótulos dos produtos. 1995 Regras de Vendas por Telemarketing Regulamentam as atividades fraudulentas conduzidas por telefone. Os transgressores estão sujeitos a multas e a medidas
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