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AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDIAÇÃO FAMILIAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Larissa Ribeiro Tomazoni 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
A mediação, enquanto meio consensual para resolução de conflitos, possui 
princípios que norteiam a atuação do mediador e requisitos para a formação e a 
prática da mediação familiar por meio da utilização de técnicas adequadas. A 
mediação encontra fundamento no Código de Processo Civil (CPC), no Código 
Civil e na Lei de Mediação, e divide-se em mediação judicial e extrajudicial. 
O objetivo desta aula é estudar os dispositivos legais do ordenamento 
jurídico brasileiro que regulam a mediação, os seus requisitos, as modalidades, 
as técnicas utilizadas e suas finalidades. 
TEMA 1 – MEDIAÇÃO NO PLANO NORMATIVO BRASILEIRO 
A mediação familiar foi recepcionada pelos princípios norteadores do 
Código Civil de 2002 por meio da eticidade, que busca a recuperação dos valores 
éticos e a técnica jurídica, também pela socialidade, que supera o caráter 
individualista e dá ênfase ao social e, por último, pela operabilidade, que 
pressupõe uma linguagem clara para a realização do Direito em sua concretude 
(Barbosa, 2015, p. 109). 
O Código Civil de 2002 traz disposições de direito pessoal e patrimonial e 
privilegia também os efeitos pessoais e patrimoniais da família, abrindo espaço 
para reflexões de ordem objetiva e subjetiva, pois há o reconhecimento legal de 
que a família comporta uma gama inesgotável de relações (Barbosa, 2015, p. 
109). 
Vamos analisar a redação de dois dispositivos do Código Civil: 
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base 
na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. 
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, 
interferir na comunhão de vida instituída pela família. (Brasil, 2002) 
Em ambos os dispositivos está presente a expressão “comunhão plena de 
vida”. Ao conceituar a família como comunhão de vida, o legislador adotou a 
moderna concepção que valoriza relações intrínsecas e não somente extrínsecas, 
não limitando o conceito de família e casamento, trazendo uma concepção mais 
abrangente prevista na Constituição. A comunhão plena de vida encontra 
fundamento no princípio da dignidade humana, o qual reconhece que para cada 
pessoa há um caminho personalíssimo para atingir esse ideal seja por meio de 
 
 
3 
relações homossexuais, pelo casamento, união estável e por outras formas que 
possam vir a se desenhar nas relações humanas (Barbosa, 2015, p. 110). 
A mediação familiar é um instrumento para a compreensão dos litígios de 
família, inserindo-se no Código Civil como expressão da principiologia norteadora 
das relações jurídicas privadas, com ênfase no direito das famílias (Barbosa, 
2015, p. 110). 
O Código de Processo Civil de 2015, também conhecido como “novo CPC”, 
valorizou a busca do entendimento e o esforço pelo consenso, e a disciplina dos 
meios consensuais de resolução de conflitos busca destacar a mediação e a 
conciliação que modernamente têm tido bastante destaque (Tartuce, 2015, p. 
260). 
A incitação ao uso de meios consensuais é uma das diretrizes do Código, 
vejamos a redação do art. 3°: 
Art. 3° Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a 
direito. 
Parágrafo 2° O Estado promoverá, sempre que possível, a solução 
consensual dos conflitos. 
Parágrafo 3° A conciliação, a mediação e outros métodos de solução 
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, 
defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso 
do processo judicial. (Brasil, 2015) 
O Poder Judiciário é preferencialmente buscado para dirimir conflitos sob o 
prisma contencioso, é importante a explicitação que traz o Código sobre a 
possibilidade de se encontrar outras saídas proveitosas para os envolvidos 
mediante a utilização de mecanismos consensuais (Tartuce, 2015, p. 261). 
Outro dispositivo que merece atenção é o inciso V do art. 139 do CPC, que 
dispõe: 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste 
Código, incumbindo-lhe: 
V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente 
com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais. (Brasil, 2015) 
Ainda que inicialmente se tenha escolhido a via contenciosa, o tratamento 
consensual das controvérsias é possível desde que haja disposição dos 
envolvidos. As partes, com base na autonomia, podem buscar saídas conjuntas 
para o conflito e, por essa razão o Código prevê o dever, e não a faculdade, de o 
juiz promover a qualquer tempo a autocomposição, preferencialmente com auxílio 
 
 
4 
de conciliadores e mediadores (Tartuce, 2015, p.261). Há na parte geral do CPC 
uma seção dedicada aos conciliadores e mediadores como auxiliares da justiça a 
partir do art. 165. 
O Código prevê, com base na autonomia da vontade que a mediação e a 
conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive 
no que diz respeito à definição das regras procedimentais, nos termos do 
parágrafo 4° do art. 166. 
 A Lei n. 13.140/2015, conforme estudamos anteriormente, traz o conceito 
de mediação no art. 1º, parágrafo único; além disso, dispõe sobre os princípios 
que orientam a mediação, sobre os mediadores judiciais e extrajudiciais, sobre os 
procedimentos de mediação, confidencialidade e a autocomposição de conflitos 
em que for parte pessoa jurídica de direito público. 
TEMA 2 – PRINCÍPIOS E REQUISITOS PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DA 
MEDIAÇÃO FAMILIAR 
 Os princípios e os limites da mediação têm como objetivo preservar sua 
integridade e proteger aqueles que a utilizam. Mediadores qualificados trabalham 
dentro de um determinado limite de tempo, espaço e privacidade (Parkinson, 
2016, p. 49). 
Para Lisa Parkinson, na mediação, devemos considerar alguns elementos: 
Espaço neutro – as reuniões ocorrem em território neutro, isto é, não 
pertence a nenhum dos participantes; 
Limites de tempo – normalmente a mediação tem um prazo limitado para 
cada sessão. Limites de tempo ajudam os participantes a se 
concentrarem em questões prioritárias; 
Garantias – princípios e regras básicas devem ser estabelecidos para 
fornecer segurança a todos os participantes, inclusive filhos; 
Confidencialidade e privacidade – a mediação deve respeitar o princípio 
da confidencialidade. (Parkinson, 2016, p. 50) 
Os princípios fundamentais da mediação são a participação voluntária, a 
confidencialidade sujeita a certas limitações, a imparcialidade do mediador e o 
controle do resultado (mediadores não determinam o resultado da mediação). A 
mediação deve respeitar o princípio da confidencialidade, ou seja, nem os 
mediadores e nem as partes envolvidas devem ser obrigadas a depor sobre fatos 
decorrentes ou conexos ao processo de mediação, salvo se existirem razões de 
ordem pública, especialmente no que se refere à proteção das crianças ou em 
 
 
5 
caso de necessidade da divulgação do conteúdo do acordo para que este possa 
ser executado (Parkinson, 2016, p. 50-51). 
O mediador deve ser neutro, no sentido de ser apartidário e não assertivo; 
os mediadores não devem impor a solução que eles consideram mais adequada, 
muito menos influenciar as partes a adotá-la, mesmo prevendo qual será o 
posicionamento do tribunal e o resultado da demanda caso as partes optem por 
um litígio ou decidam de forma contrária ao que o mediador tinha em mente. No 
entanto, os mediadores podem informar as partes que a solução adotada foge aos 
parâmetros da lei e pode sugerir a existência de outros caminhos possíveis, falar 
sobre as implicações legais e as consequências do acordo escolhido pelos 
participantes (Parkinson, 2016, p. 53). 
O resultado da mediação é controlado diretamente pelas partes, os 
mediadores apenas auxiliam na tomada de decisões, sem pressão ou influência. 
O que se busca aqui é a proteção contraqualquer forma de pressão ou 
intimidação, os mediadores não devem exercer pressão sobre qualquer 
participante, tampouco aconselhar os participantes para um resultado específico 
(Parkinson, 2016, p. 55). 
TEMA 3 – MODALIDADES DE MEDIAÇÃO 
A mediação divide-se basicamente em duas modalidades, a judicial e a 
extrajudicial. 
Pode ser realizada por mediadores independentes ou por instituições, 
quando é realizada sem o auxílio de componentes dos quadros jurisdicionais é 
denominada mediação extrajudicial. A mediação privada ou extrajudicial pode ser 
conduzida por qualquer pessoa de confiança dos interessados. Essa modalidade 
de mediação pode ser subdividida em mediação institucional, organizada por 
centros de mediação ou independente, conduzida por mediadores sem vínculos 
com entidades e escolhido livremente pelas partes (Tartuce, 2015, p. 280). 
Conforme explica Fernanda Tartuce: 
[…] a mediação provada oferece mais uma alternativa aos cidadãos para 
reduzir tempo e custos na solução de conflitos. Embora ela normalmente 
seja realizada antes da instauração de uma relação processual, nada 
obsta que litigantes em conflito busquem dirimi-lo pela mediação, 
mesmo havendo um processo pendente nesse caso, é possível pedir a 
suspensão do feito enquanto participam das sessões consensuais. 
(2015, p. 280) 
 
 
6 
A Lei de Mediação destinou uma seção aos mediadores extrajudiciais, 
vejamos o dispositivo da lei: 
Art. 9º Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa 
capaz que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer 
mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, 
entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se. (Brasil, 2015b) 
 Da leitura do art. 9º depreende-se que três requisitos devem ser observados 
por aqueles que querem atuar como mediadores extrajudiciais: capacidade de 
Direito, confiança das partes e capacitação em mediação. A capacidade de Direito 
é um requisito objetivo aferível a partir das regras do Direito Civil, a confiança das 
partes é um requisito subjetivo. Quanto ao requisito da capacitação, não há 
previsão expressa sobre ou seu teor ou a exigência de vinculação a uma instituição; 
em verdade, esse vínculo é dispensado, não é exigido associação institucional para 
poder atuar (Tartuce, 2015, p. 281). 
A Lei de Mediação dispõe no art. 10 que as partes poderão ser assistidas 
por advogados ou defensores públicos; entretanto, comparecendo apenas uma 
das partes acompanhada de advogado ou defensor público, o mediador 
suspenderá o procedimento, até que todas estejam devidamente assistidas. O art. 
42 da Lei n. 13.140 prevê a possibilidade de aplicação às outras formas 
consensuais de resolução de conflitos, tais como mediações comunitárias e 
escolares, e àquelas levadas a efeito nas serventias extrajudiciais, desde que no 
âmbito de suas competências (Brasil, 2015b). 
A mediação judicial é aquela efetivada no curso de uma demanda já 
judicializada, sendo conduzida por mediadores judiciais previamente cadastrados 
a habilitados segundo as regras do respectivo tribunal, sendo designados pelo juiz 
da causa (Tartuce, 2015, p. 284). 
No que diz respeito aos requisitos para ser mediador judicial, para fins de 
organização e transparência quanto à composição dos quadros judiciais de 
mediadores e conciliadores o Código de Processo Civil dispõe que: 
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de 
conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em 
cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que 
manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área 
profissional. 
Parágrafo 1° Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio 
de curso realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro 
curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com 
o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo 
certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no 
 
 
7 
cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. (Brasil, 
2015a) 
O Código de Processo Civil prevê expressamente a necessidade de dupla 
capacitação e cadastramento, um nacional e outro local realizado pelo tribunal da 
localidade onde for atuar o mediador. A Lei de Mediação, nesse quesito, é mais 
simplificada, dispondo apenas sobre a necessidade de cadastramento em tribunal 
local (Tartuce, 2015, p.284-285). No entanto, dispõe no art. 11 que: 
Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada 
há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de instituição 
reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido capacitação 
em escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela 
Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – 
ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos 
estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o 
Ministério da Justiça. (Brasil, 2015a) 
É um requisito complicador exigir que o mediador judicial tenha, além das 
capacidades exigidas pelo Código de Processo Civil, graduação há pelo menos 
dois anos em curso superior reconhecido pelo Ministério da Educação. Percebe-
se uma preferência pelo perfil universitário, ainda que sua formação seja 
desvinculada da prática da mediação, pois a formação jurídica não garante o 
conhecimento técnico ou prático sobre as técnicas consensuais, dada a limitação 
das grades curriculares dos cursos; dessa forma é essencial que haja prévio 
treinamento para que possam atuar de forma eficiente (Tartuce, 2015, p. 285-
287). 
O Código de Processo Civil restringe ao mediador cadastrado o exercício 
da advocacia no juízo em que exerça as suas funções, conforme dispõe o 
parágrafo 5° do art. 167, vejamos: 
Art. 167 parágrafo 5° Os conciliadores e mediadores judiciais 
cadastrados na forma do caput, se advogados, estarão impedidos de 
exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções. 
(Brasil, 2015a) 
O referido dispositivo busca evitar a impressão de favorecimentos 
indevidos ao mediador, que, por atuar como auxiliar do juízo em outras 
oportunidades, poderia acabar encontrando menos embaraço no exercício da 
advocacia (Tartuce, 2015, p. 288-289). 
 
 
 
8 
TEMA 4 – TÉCNICAS DE MEDIAÇÃO 
Para Fernanda Tartuce, “mediar é facilitar a comunicação entre as pessoas 
para propiciar que elas possam, a partir de uma compreensão ampliada dos 
meandros da situação controvertida, engendrar respostas conjuntas sobre 
questões relevantes do conflito”; sendo assim, é de grande relevância a correta e 
necessária aplicação de técnicas adequadas no manejo dos meios de composição 
de controvérsias (Tartuce, 2015, p. 229-230). O quadro abaixo explica cada uma 
das técnicas de mediação, vejamos. 
Quadro 1 – Técnicas de mediação 
Técnica de mediação Como funciona 
Fornecimento de informações 
sobre o meio consensual 
A abertura é um momento crucial para o início 
da conversação, é importante fazer as devidas 
apresentações e fornecer as informações 
sobre o processo de mediação. É importante 
abordar as regras de comunicação e de 
conduta, como evitar abordagens 
desrespeitosas, respeitar a fala do outro e 
evitar interrupções. 
Escuta ativa A escuta ativa permite à pessoa perceber que 
ela é objeto de atenção, é também conhecida 
como “reciprocidade”, já que os envolvidos 
estão comprometidos no processo de ouvir 
ativamente e trocar informações. Pela escuta 
ativa, o mediador não só ouve, mas considera 
atentamente o que foi dito e observa as 
mensagens não expressas verbalmente, mas 
por meio do comportamento. 
Modo afirmativo As afirmações destinam-se a destacar os 
objetivos da técnica, a clarificar, reafirmar, 
reformular. Uma técnica interessante para 
separar as pessoas dos problemas é construir 
com as partes uma lista de pontos a serem 
 
 
9 
trabalhados e eleger aquelesobre o qual seja 
possível conversar a respeito. 
Modo interrogatório As perguntas podem revelar sentimentos, 
dúvidas, emoções, demonstrar a complexidade 
do conflito e estimular a criação de ideias. 
Também são importantes para evocar 
memórias da relação entre as partes que 
permitam uma compreensão mais ampla da 
situação, a exercício da pergunta, entretanto, 
deve ser prudente, já que não é interessante 
abrir espaço para temas que não sejam 
pertinentes ao conflito tratado na mediação. 
Fonte: Tartuce (2015, p. 229-237). 
TEMA 5 – FINALIDADES DA MEDIAÇÃO 
A mediação possui cinco finalidades: restabelecimento da comunicação, 
possível preservação do relacionamento entre as partes, possível prevenção de 
conflitos, inclusão social e pacificação social. 
Um dos objetivos da mediação é permitir que as pessoas envolvidas no 
conflito estabeleçam uma comunicação eficiente, habilitando-se a discutir 
elementos da controvérsia. A finalidade da mediação é a responsabilização dos 
protagonistas fazendo deles sujeitos capazes de elaborar, por si mesmos, acordos 
duráveis; dessa forma, o grande trunfo da mediação e restaurar o diálogo e a 
comunicação, propiciando a pacificação duradoura (Tartuce, 2015, p. 217). 
Antes de cogitar a extinção do conflito como objetivo primordial, deve o 
mediador contribuir para que as deficiências da comunicação não impeçam suas 
conversas, pois a ideia é permitir que possam transformar o conflito em 
oportunidade de crescimento e viabilizando mudanças de atitude. Para Fernanda 
Tartuce, “pela mediação as pessoas poderão encontrar saídas originais para a 
controvérsia, trabalhando por si mesmas e tornando-se autoras (em vez de meras 
espectadoras) de eventual decisão a ser tomada” (2015, p. 218). 
Sobre a possível preservação do relacionamento entre as partes, refere-se 
à necessidade de manutenção de boas relações entre as partes mesmo depois 
de solucionada a controvérsia, sendo a mediação um método apropriado para 
preservar o relacionamento dos envolvidos no conflito. O mediador, entretanto, 
 
 
10 
deve ter em mente que a medição apenas poderá ajudar as partes a preservar o 
relacionamento se essa for a vontade das partes (Tartuce, 2015, p. 220). 
Uma das finalidades da mediação é evitar o acirramento da litigiosidade por 
meio do reestabelecimento da comunicação entre as partes e evitar que outros 
conflitos venham a se somar ao quadro contencioso. Quando as partes 
restabelecem a comunicação eficiente, suas divergências podem ser objeto de 
negociação e composição; o objetivo é que os interessados possam se ver como 
parceiros e não adversários (Tartuce, 2015, p. 220-221). 
 A participação da comunidade na administração da justiça é vantajosa, 
pois enseja maior aderência da justiça à realidade social, propiciando maior 
credibilidade às instituições judiciárias e contribuindo para o resgate do prestígio 
do Poder Judiciário junto à população. Todo meio idôneo de composição de 
controvérsias busca pacificar com justiça, entretanto, essa nem sempre é uma 
tarefa fácil, pois envolve o alcance de um estado de espírito humano e abrange 
aspectos não apenas jurídicos, mas também psicológicos e sociológicos (Tartuce, 
2015, p. 221-224). 
 
 
 
11 
REFERÊNCIAS 
BARBOSA, Á. A. Mediação Familiar Interdisciplinar. São Paulo: Atlas, 2015. 
BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário 
Oficial da União, 17 mar. 2015a. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. 
Acesso em: 17 jan. 2020. 
BRASIL. Lei n. 13.140, de 26 de junho de 2015. Lei da Mediação. Diário Oficial 
da União, 27 jun. 2015b. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13140.htm>. 
Acesso em: 17 jan. 2020. 
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário 
Oficial da União, 11 jan. 2002. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 17 jan. 
2020. 
PARKINSON, L. Mediação familiar. Belo Horizonte: Del Rey, 2016. 
TARTUCE, F. Mediação nos conflitos civis. 2. ed. São Paulo: Método, 2015.

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