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CÁLCULO I Prof. Emerson Veiga e Prof. Raimundo Leão 2023 - 2º Semestre Lista de Exercícios 09 Questão 1. Determine os intervalos de crescimento e decrescimento da função f : R → R definida por f(x) = x2 − x3. Solução: Devemos encontrar os intervalos onde a derivada da função é negativa e onde é positiva. Começamos calculando a derivada: f ′(x) = 2x− 3x2 = x(2− 3x) O sinal de f ′ depende do sinal de g(x) = x e h(x) = 2 − 3x. Temos que g(x) > 0 ⇐⇒ x > 0 e h(x) > 0 ⇐⇒ 2 3 > x. Temos: (i) Para x < 0, g e h possuem sinais contrários, assim f é decrescente em (−∞, 0). (ii) Para 0 < x < 2 3 , g e h possuem o mesmo sinal, portanto f é crescente em( 0, 2 3 ) . (iii) Para x > 2 3 , g e h possuem sinais contrários, desse modo f é decrescente em( 2 3 ,+∞ ) . Sugestão: organize essas informações em um quadro de sinais. Questão 2. Considere a função f(x) = x 5 3 . a) Mostre que 0 é um ponto de inflexão de f . b) Sabendo que 0 é um ponto de inflexão de f , é verdadeiro que f ′′(0) = 0? Solução: a) Faremos a verificação de acordo com a definição de “ponto de inflexão”. Para isso, calculamos f(0) = 0 e f ′(x) = 5 3 x2/3 =⇒ f ′(0) = 0 . Portanto, a reta tangente ao gráfico de f no ponto (0, 0) é o gráfico da função identicamente nula T (x) = 0. Para x < 0, f(x) < 0 = T (x); para x > 0, f(x) > 0 = T (x). Assim, por definição, 0 é um ponto de inflexão de f . 1 Cálculo I Lista de Exercícios 09 b) Não. Pois f ′′(x) = 5 3 · 2 3 x−1/3 = 10 9 3 √ x , que sequer está definida em x = 0. Questão 3. Seja f uma função duas vezes derivável. Considere a reta tangente ao gráfico de f no ponto (p, f(p)), isto é, o gráfico da função r(x) = f ′(p)(x−p)+f(p). Sabendo que existe um ponto a > p tal que r(a) = f(a), mostre que existe um ponto c ∈ (p, a) com f ′′(c) = 0. Solução: Aplicando o teorema do valor médio na função f e no intervalo [p, a] temos que existe b ∈ (p, a) com f ′(b) = f(a)− f(p) a− p . Mas f(a) = r(a) = f ′(p)(a− p) + f(p) e, assim: f ′(b) = f ′(p)(a− p) a− p = f ′(p) . Como a função f ′ é derivável (pois f é duas vezes derivável), podemos aplicar a ela o Teorema do Valor Médio, obtendo que existe c ∈ (p, b) ⊂ (p, a) tal que f ′′(c) = f ′(b)− f ′(p) b− p = f ′(p)− f ′(p) b− p = 0 . Questão 4. Considere a função f : R → R definida por f(x) = x3 − x2 − x. Determine: a) Os extremos relativos de f pelo teste da primeira derivada; b) Os valores de f nos quais os extremos relativos ocorrem; c) Os intervalos nos quais f é crescente; d) Os intervalos nos quais f é decrescente. Solução: a) Derivando a função f para encontrar os pontos críticos f(x) = x3 − x2 − x f ′(x) = 3x2 − 2x− 1 . Assim, 3x2 − 2x− 1 = 0 x1 = +2 + √ (−2)2 − 4 · 3 · (−1) 2 · 3 = 1 x2 = +2− √ (−2)2 − 4 · 3 · (−1) 2 · 3 = −1 3 encontramos as seguintes raízes: x1 = 1 e x2 = −1 3 . Sabe-se que f ′ é uma função do segundo grau com concavidade voltada para cima. Isso significa que ela assume Prof. Emerson Veiga e Prof. Raimundo Leão 2 Cálculo I Lista de Exercícios 09 valores negativos entre as raízes x1 e x2, e valores positivos para números maiores que x1 e para números menores que x2. Diante disso, pelo teste da primeira derivada x = 1 é ponto de máximo local, pois o sinal da derivada nesse ponto muda de positivo para negativo. Analogamente, pelo teste da primeira derivada x = −1 3 é ponto de mínimo local, pois o sinal da derivada nesse ponto muda de negativo para positivo. b) Os valores de f nos quais os extremos relativos ocorrem são: f(1) = 13 − 12 − 1 = −1 f(−1 3 ) = ( − 1 3 )3 − ( − 1 3 )2 − ( − 1 3 ) = 5 27 . c) A função f é crescente em ( −∞,−1 3 ) ∪ ( 1,+∞ ) . d) A função f é decrescente em ( −1 3 , 1 ) . Por fim, podemos verificar cada sentença acima olhando os sinais de f ′(x). Assim, ao visualizar o comportamento correspondente em f(x), podemos confirmar os re- sultados obtidos: máximos/mínimos relativos e intervalos de crescimento/decrescimento. Figure 1: Gráfico da função f(x) em verde e f ′(x) em vermelho. Questão 5. Considere a função g : R → R definida por g(x) = 2x3 +3x2 − 12x+1. Determine: Prof. Emerson Veiga e Prof. Raimundo Leão 3 Cálculo I Lista de Exercícios 09 a) Os extremos relativos de g pelo teste da segunda derivada; b) Os valores de g nos quais os extremos relativos ocorrem; c) Os intervalos nos quais g é côncava para baixo; d) Os intervalos nos quais g é côncava para cima; e) Os pontos de inflexão de g. Solução: a) Derivando a função g para encontrar os pontos críticos g(x) = 2x3 + 3x2 − 12x+ 1 g′(x) = 6x2 + 6x− 12 . Com isso, consideramos a equação g′(x) = 0: 6x2 + 6x− 12 = 0 , e encontramos as raízes: x1 = 1 e x2 = −2. x1 = −6 + √ (6)2 − 4 · 6 · (−12) 2 · 6 = 1 x2 = −6− √ (6)2 − 4 · 6 · (−12) 2 · 6 = −2 . Calculando agora a segunda derivada de g: g′′(x) = 12x+ 6 . Com isso, g′′(1) = 18 g′′(−2) = −18 . Diante disso, pelo teste da segunda derivada, x = 1 é ponto de mínimo local, pois o sinal da segunda derivada nesse ponto é positiva. Analogamente, pelo teste da segunda derivada x = −2 é ponto de máximo local, pois o sinal da segunda derivada nesse ponto é negativa. b) Os valores de g nos quais os extremos relativos ocorrem são: g(1) = 2 · 13 + 3 · 12 − 12 · 1 + 1 = −6 g(−2) = 2 · (−2)3 + 3 · (−2)2 − 12 · (−2) + 1 = 21 . c) Para analisar a concavidade, primeiro consideramos a equação g′′(x) = 0: 12x+ 6 = 0 , que tem como solução x3 = − 6 12 = −1 2 . Sabe-se que g′′ é uma função afim e crescente, isso significa que ela assume valores negativos antes da raiz x3 e assume valores positivos depois da raiz x3. Portanto, a função g é côncava para cima em( −1 2 ,+∞ ) . Prof. Emerson Veiga e Prof. Raimundo Leão 4 Cálculo I Lista de Exercícios 09 d) Por razões análogas às do item anterior, a função g é côncava para baixo em( −∞,−1 2 ) . e) Como g muda de concavidade em x = −1 2 , ele é ponto de inflexão. Por fim, podemos verificar cada sentença acima olhando os sinais de g′(x) e g′′(x). Assim, ao visualizar o comportamento correspondente em g(x), podemos confirmar os resultados obtidos: máximos/mínimos relativos, intervalos de cresci- mento/decrescimento e concavidade. Figure 2: Gráfico da função g(x) em verde, g′(x) em vermelho e g′′(x) em azul. Questão 6. Considere funções f, g : R → R. Suponha que suas derivadas são contínuas, e que f(0) = g(0) = 0, f ′(0) = β + 3 e g′(0) = 1 − β, onde β é um número real. Para quais valores de β a função composta f ◦g é estritamente crescente em um intervalo ao redor de x = 0? Solução: Utilizando a regra da cadeia, obtemos: (f ◦ g)′(x) = f ′(g(x)) · g′(x) (f ◦ g)′(0) = f ′(g(0)) · g′(0) (f ◦ g)′(0) = f ′(0) · (1− β) (f ◦ g)′(0) = (β + 3)(1− β) . A função f ◦g é estritamente crescente em um intervalo se, e somente se, sua derivada é positiva nesse intervalo. Por continuidade, para que isso ocorra em algum intervalo ao redor de x = 0, basta que isso ocorra em x = 0. Com isso, analisamos (β + 3)(1− β) > 0 , que é equivalente a β pertencer ao intervalo (−3, 1) (pois o produto de dois números reais é positivo se, e somente se, ambos são positivos ou ambos são negativos). Prof. Emerson Veiga e Prof. Raimundo Leão 5