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Para estabelecer um jogo de palavras que contrapõe os deslocamentos 
reais aos imaginários, o autor da tira recorre a pronomes. Na fala da menina 
Enriqueta, esses termos cumprem uma função generalizadora: levam o leitor a 
refletir sobre o poder da ficção na criação de mundos imaginários e sobre 
a possibilidade, criada pela leitura, de “viagens” por esses mundos. 
Os pronomes nenhum e qualquer desempenham uma função importante 
na construção do sentido da tira, porque participam do jogo de palavras 
que sugere um dos grandes prazeres associados à leitura: a descoberta 
de outros mundos e realidades por meio da ficção. Por serem pronomes 
indefinidos, esses termos permitem a elaboração de reflexões de natureza 
mais generalizante, filosófica, como é o caso da segunda fala de Enriqueta 
(“O bom das férias é que não temos que ir a lugar nenhum, então podemos 
ir a qualquer lugar...”).
Nas próximas seções, vamos conhecer os pronomes demonstrativos 
e os indefinidos.
Pronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativos são aqueles que fazem referência às pessoas 
do discurso, estabelecendo, entre elas e os seres por eles designados, 
uma relação de proximidade ou distanciamento, no tempo e no espaço. 
Observe.
Na tira, o pronome este é usado por Jon para identificar a tigela com 
a ração destinada ao gato Garfield. Este é um pronome demonstrativo. O 
efeito de humor, nesse caso, é construído justamente pelo valor demons-
trativo do pronome por meio do qual Jon procura enfatizar que a comida 
do gato é a ração e não o filé com ervilhas que está sendo devorado por 
Garfield naquele momento.
Esse tipo de pronome também mantém um vínculo estreito com os 
pronomes pessoais, pois indica, com relação às pessoas do discurso, o que 
delas está próximo ou distante, no espaço e no tempo. Assim:
Traga para mim aquele livro que está sobre a mesa da sala (aquele: pro-
nome demonstrativo que indica distanciamento no espaço entre o ser por 
ele designado [livro e a 1a e 2a pessoas do discurso).
A principal característica dos pronomes demonstrativos, portanto, é a 
sua função dêitica ou indicativa.
a) Quais são os termos responsáveis pelo estabelecimento do contraste 
entre as afirmações contrapostas nesse jogo de palavras? 
b) De que modo o uso desses termos afeta o sentido do substantivo que 
acompanham? 
GARFIELD Jim Davis
 DAVIS, Jim. Garfield. Folha de S.Paulo. São Paulo, 24 nov. 2009.
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As formas dos demonstrativos são as seguintes:
Também são pronomes demonstrativos: o, a, os, as quando seu sentido 
for equivalente a isto, isso, aquilo, aquele, aquela, aqueles, aquelas.
O (aquele) que chegar primeiro ganhará um prêmio.
Não podemos ignorar tudo o (aquilo) que os nossos antecessores 
fizeram.
São loucos os (aqueles) que agem desta forma.
São pronomes demonstrativos as palavras mesmo(a)(s), próprio(a)(s), 
semelhante(s) e tal, tais quando determinam substantivos. 
Observe.
Encontrei-me, depois de tantos anos, com a mesma senhora que vendia 
balas de coco!
Este é o próprio autor do livro?
Ele já sabia que tais boatos iriam circular, após a sua demissão.
Os demonstrativos podem ocorrer combinados com as preposições 
de e em. Nesse caso, as formas resultantes serão: deste (e flexões), neste 
(e flexões), nesse (e flexões), disto, disso, nisto, nisso; daquele (e flexões), 
naquele (e flexões), daquilo, naquilo.
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É importante lembrar o tipo de relação que cada um dos pronomes 
demonstrativos pode estabelecer para que se possam compreender as 
sinalizações que fazem sobre espaço, tempo e as pessoas do discurso.
Este 	 	 , esse 	 	 	isto 	isso
Este (e suas flexões de gênero e número) e isto indicam proximidade 
espacial com relação à 1a pessoa do discurso. Este indica tempo presente, 
também com relação à 1a pessoa. 
Veja.
Isto está com cheiro de mofo.
Nesta tarde, às cinco horas, haverá um show beneficente.
Esse (e suas flexões) e isso indicam proximidade espacial com relação 
à 2a pessoa do discurso. Observe a tira.
Pronomes demonstrativos
+ preposição de
deste, daquele (e flexões)
disto, disso, daquilo
+ preposição em
neste, nesse, naquele 
(e flexões)
nisto, nisso, naquilo
Variáveis
Invariáveis
Masculino Feminino
este estes esta estas isto
esse esses essa essas isso
aquele aqueles aquela aquelas aquilo
MINDUIM Charles M. Schulz
SCHULZ, Charles M. 
Snoopy. Jornal da Tarde. 
São Paulo, 7 set. 2003.
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Para identificar duas coisas que a irritam (o lençol de Linus e os biscoitos 
do Snoopy), Lucy usa o pronome demonstrativo esse(s). O fato de o lençol 
e os biscoitos estarem próximos de seus interlocutores explica a escolha 
da menina por esta forma do demonstrativo.
Esse indica ainda tempo passado ou tempo futuro pouco distante com 
relação à época em que se dá a interlocução. Veja.
O resultado sairá nessa segunda.
Aquele (e suas flexões), aquilo
Aquele (e suas flexões) e aquilo indicam distanciamento espacial com 
relação à 1a e à 2a pessoas do discurso. Aquele indica passado vago ou 
muito remoto.
Aquelas árvores no alto daquela colina são pinheiros.
Você sabe o que é aquilo brilhando lá no céu?
Naquele tempo, acreditava-se mais na palavra das pessoas.
Este e aquele também são usados, em textos, para fazer referência 
a elementos mais próximos (este) em contraposição a elementos mais 
distantes (aquele) no próprio texto: “Os homens e as mulheres jamais se 
entenderão: estas os acusam de machistas; aqueles não aceitam sua pos-
tura feminista”.
Esse e este podem ser empregados para se referir a afirmações feitas 
no texto. Esse refere-se ao que já foi abordado anteriormente e este ao que 
acaba de ser mencionado. Observe.
Seja como for, podemos remontar toda essa enorme 
produção literária e cinematográfica ao ano de 1898, 
quando o escritor inglês Herbert George Wells (1866- 
-1946) publicou seu romance A guerra dos mundos — aliás, 
este mesmo romance também mereceu uma adaptação 
De olho na fala
Na fala, os pronomes esse (e flexões) e aquele (e 
flexões) são muitas vezes empregados na mesma 
frase, desacompanhados dos elementos a que fa-
zem referência, o primeiro para indicar a proximidade 
espacial de algo em relação à 2a pessoa do discurso 
e, o segundo, para fazer referência à 3a pessoa do 
discurso (o assunto).
Um exemplo de uma ocorrência desse tipo seria 
quando, em uma conversa de duas pessoas diante 
de um computador, uma delas diz à outra: Esse é 
aquele (para identificar um arquivo referido em uma 
conversa anterior). O referente dos pronomes pode, 
em uma circunstância como essa, ser indicado por 
meio de um gesto.
No caso da escrita, porém, uma indeterminação 
desse tipo poderia criar problemas. Se não explici-
tarmos os referentes dos pronomes, o enunciado 
pode se tornar incompreensível. O mesmo exemplo, 
nesse caso, deveria vir apresentado de outro modo: 
Esse arquivo é aquele de que falávamos.
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