Prévia do material em texto
R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 180 U n id a d e C • D iv e rs id a d e , a n at o m ia e f is io lo g ia d a s p la n ta s ESPORÓFITO ADULTO Estróbilo (microstróbilo) Megasporângio Estróbilo (megastróbilo) Óvulo Megásporo (n) MEGAGAMETÓFITO Arquegônios Oosferas (n) Tubo polínico Microgametófito Microsporângio Semente alada Microsporócitos Grão de pólen ESPORÓFITO JOVEM Cotilédones Caule Raiz Germinação SEMENTE Embriões Suspensor Megasporócito MEIOSE MEIOSE FERTILIZAÇÃO Figura 6.25 Representação esquemática do ciclo de vida de Pinus sp. (Imagens sem escala, coresfantasia.) Durante o desenvolvimento embrionário forma- se um cordão de células, o suspensor, que empurra o embrião para o fundo do arquegônio. O embrião em desenvolvimento é nutrido pelas células do gametófito feminino que estão em seu redor. O integumento do óvulo de Pinus sp. consiste em três camadas celulares, uma das quais endurece e origina a casca da semente. Quando a semente está madura e o embrião em seu interior já apre- senta primórdios de raiz, de caule e das primeiras oito folhas, denominadas cotilédones (do grego kotyledon, cavidade em forma de taça), ela des- prende-se do estróbilo feminino e cai no solo, onde germinará. A liberação das sementes de Pinus sp. dos megastróbilos ocorre no outono do segundo ano após a polinização. As sementes da maioria das espécies apresentam expansões em forma de asa, que permitem a flutuação no ar e a dispersão por grandes distâncias. A germinação (do latim germinare, brotar) nada mais é do que a retomada do desenvolvimento do em- brião, que cresce e perfura a casca da semente, dando origem a um novo esporófito. Durante a germinação, o embrião nutre-se do gametófito feminino. Quando este esgota suas reservas, o jovem esporófito já apre- senta raízes e folhas, sendo capaz de retirar nutrientes minerais do solo e de produzir substâncias orgânicas por meio da fotossíntese. (Fig. 6.25) R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 181 C a p ít u lo 6 • D iv e rs id a d e e r e p ro d u çã o d a s p la n ta s Seção 6.5 Plantas vasculares com flores e frutos: angiospermas 1 Características gerais das angiospermas As angiospermas são as plantas dominantes no planeta e constituem a maior parte da vegetação. Há desde espécies de grande porte, como certos eucaliptos da Austrália, cujos troncos atingem mais de 110 metros de altura e 20 metros de circunferência, até espécies com menos de 1 milímetro de comprimento. Quanto à forma, as angiospermas podem ser árvores, arbustos, trepadeiras, capins etc. Elas vivem nos mais diversos ambientes: no solo, na água ou sobre outras plantas, em certos casos como parasitas e em outros apenas como “inquilinas”. As angiospermas diferem das gimnospermas por apresentar flores e frutos, além de certas características particulares no ciclo de vida. Os mais antigos fósseis identificados claramente como angiospermas datam do início do período Cretáceo e têm cerca de 130 milhões de anos de idade. Entre 100 milhões e 65 milhões de anos atrás, as angiospermas diversificaramse rapidamente e tornaramse o grupo de plantas dominante em vários ambientes pelo mundo, exceto em regiões de clima muito frio. O filo que engloba as angiospermas é atualmente denominado Magno- liophyta, embora o termo Anthophyta (do grego antho, flor) continue a ser utilizado. Os pesquisadores acreditam que, apesar da grande variedade, as angiospermas atuais são todas descendentes de um mesmo ancestral e compõem, portanto, um grupo monofilético (relembre no capítulo 1). Há mais de 250 mil espécies descritas no filo Magnoliophyta, das quais cerca de 55 mil ocorrem no Brasil. A classificação das angiospermas passa atualmente por grandes modificações, em virtude de novas informações obtidas pelos sistematas. Não há ainda consenso a respeito da quantidade de classes do filo Magnoliophyta; no entanto essas plantas podem ser divididas, de acordo com os princípios da sistemática moderna, em três categorias informais: monocotiledôneas, eudicotiledôneas e dicotiledône- as basais. As eudicotiledôneas e as monocotiledôneas reúnem 97% das espécies do filo; os 3% restantes são dicotiledôneas basais. Estas últimas incluem desde representantes arbóreos, como a frutadoconde e as mag- nólias, até plantas aquáticas, como a vitóriarégia. (Figs. 6.26 e 6.27) Objetivos❱❱❱❱ Identificar os principais CCCCCCC grupos de angiospermas e descrever seu ciclo de vida. Distinguir a fecundação CCCCCCC simples, que ocorre em plantas gimnospermas, da fecundação dupla, que ocorre em plantas angiospermas. Reconhecer a CCCCCCC importância das sementes na adaptação das plantas ao ambiente de terra firme. Identificar as partes CCCCCCC básicas de uma flor: cálice, corola, androceu e gineceu. Conceituar fruto, CCCCCCC reconhecendo sua importância na proteção e na disseminação das sementes de angiospermas. Termos e conceitos❱❱❱❱ angiosperma• flor• carpelo• estame• corola• cálice• verticilo floral• saco embrionário• polinização• endosperma• dupla fecundação• cotilédone• fruto• pseudofruto• A B C Figura 6.26 Representantes das eudicotiledôneas: (A) castanheira; (B) cactos; (C) uva. R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 182 U n id a d e C • D iv e rs id a d e , a n at o m ia e f is io lo g ia d a s p la n ta s A B C D F E G Conteúdo digital Moderna PLUS http://www.modernaplus.com.br Texto: Importância para a humanidade da reprodução assexuada das plantas Figura 6.27 Representantes das monocotiledôneas: (A) coqueiros; (B) bananeira; (C) grama; (D) panículas do arroz; (E) canadeaçúcar. Representantes das dicotiledôneas basais: (F) ninfeia; (G) magnólia. 2 Ciclo de vida e reprodução sexuada em angiospermas O ciclo de vida das angiospermas assemelhase ao das gimnospermas. Entretanto, enquanto os órgãos reprodutores das gimnospermas são os estróbilos, nas angiospermas eles são as flores. Enquanto as sementes das gimnospermas ficam expostas sobre o esporofilo (sementes nuas), nas angiospermas elas estão protegidas por uma estrutura denominada carpelo (do grego karpos, fruto), que dá origem ao fruto. A flor A flor, assim como o estróbilo das gimnospermas, é um ramo especializado em que há folhas férteis — esporofilos — que formam esporângios. O ramo que contém a flor é denominado pedicelo (do latim pediculus, pequeno pé). No pedicelo há o receptáculo floral, uma parte do ramo floral em que se encaixam diversos tipos de folhas especializadas, os elementos florais, algumas delas formadoras de esporângios. Os elementos florais que produzem esporângios (esporofilos) são os carpelos, ou megas- porofilos, que formam óvulos, e os estames, ou microsporofilos, que formam grãos de pólen. O conjunto de carpelos denominase gineceu (do grego gyne, mulher, e oikos, casa) e o conjunto de estames, androceu (do grego andros, homem, e oikos, casa). Além de elementos férteis, a maioria das flores também possui elementos estéreis, tais como as pétalas, cujo conjunto forma a corola, e sépalas, cujo conjunto forma o cálice. Juntos, cálice e corola constituem o perianto (do grego peri, ao redor, e anthos, flor). Em geral, pétalas são estruturas delicadas e coloridas, enquanto sépalas são menores, mais espessas e de cor verde. Em certas espécies, porém, pétalas e sépalas assemelhamse na cor e na textura, sendo denominadas tépalas; o conjunto de tépalas é o perigônio (do grego peri, ao redor, e gónos, órgãos genitais). Flores que têm sépalas e pétalas distintas são chamadas de heteroclamídeas(do grego heteros, diferente, e chlamos, túnica, cobertura). Flores com tépalas recebem a denominação de homoclamídeas (do grego homos, igual, e chlamos, túnica, cobertura). (Fig. 6.28)