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GAMETAS Óvulos AY A AY A GERAÇÃO P Macho amarelo Fêmea amarela AYA AYA GERAÇÃO F1 A Y A A Y A AAA Y A Y Abortado Amarelo Amarelo Cinzento Espermatozoides R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 55 C a p ít u lo 3 • R e la çã o e n tr e g e n ó ti p o e f e n ó ti p o Figura 3.9 Representação esquemática de cruzamentos entre camundongos portadores do alelo AY. Indivíduos homozigóticos para esse alelo (AYAY) morrem no início do desenvolvimento embrionário. Assim, a descendência do cruzamento de camundongos amarelos heterozigóticos é constituída por 2 indivíduos amarelos (AYA) para 1 indivíduo cinzento (AA). Figura 3.10 Quatro tipos de pelagem em coelhos: chinchila, à esquerda; himalaia, atrás; selvagem, à direita; albina, na frente. 4 Alelos múltiplos Indivíduos diploides sempre têm dois alelos de cada gene, um proveniente de cada progenitor. Entretanto, muitos genes ocorrem em mais de duas formas alélicas, isto é, pode haver três ou mais alelos dife- rentes na população. Fala-se, nesse caso, em alelos múltiplos. Um exemplo bem conhecido de alelos múltiplos diz respeito a um gene envolvido na determinação da cor da pelagem de coelhos. Esse gene tem quatro formas alélicas: C, que determina pelagem castanho-acinzentada (selvagem ou aguti); cch, que determina pe- lagem cinza (chinchila); ch, que determina pelagem branca com extremidades escuras (himalaia); c, que condiciona pelagem branca (albina). (Fig. 3.10) O alelo C atua como dominante sobre os outros três. O alelo cch, embora recessivo em relação a C, é dominante sobre ch e sobre c. O alelo ch, por sua vez, é recessivo em relação a C e a cch e dominante sobre c. Este, finalmente, é recessivo em relação aos outros três alelos. A relação de dominância entre os quatro alelos pode ser representada por: C cch ch c. Como os alelos ocorrem aos pares nos indivíduos, há dez tipos possíveis de genóti- pos em coelhos quanto a esse gene e quatro tipos de fenótipos. (Tab. 3.2) (Fig. 3.11, na página seguinte) Tabela 3.2 Genótipos e fenótipos na cor da pelagem em coelhos Genótipos Fenótipos CC, Ccch, Cch e Cc Selvagem cchcch, cchch e cchc Chinchila chch e chc Himalaia cc Albino CC cchcch Ccch Ccch CC Ccch Ccch cchcch CC c hch Cch Cch CC Cch Cch chch CC cc Cc Cc CC Cc Cc cc chch chc chch chc chc cc cc cc cchc cchcch cccchc cchc cchc cchcch cchcch chch cchch cchch cchcch cchch cchch chch chc R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 56 U n id a d e A • G e n é ti ca Figura 3.11 Representações esquemáticas de cruzamentos entre coelhos com diferentes tipos de pelagem. R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 57 C a p ít u lo 3 • R e la çã o e n tr e g e n ó ti p o e f e n ó ti p o Seção 3.3 Variação na expressão dos genes 1 Variação descontínua Nos exemplos de herança que vimos até agora, os fenótipos produzidos pelos diferentes genótipos são bem distintos e as proporções fenotípicas obtidas nos cruzamentos seguem estritamente o esperado pela lei da se- gregação. Relembre a herança da cor dos cotilédones da ervilha estudada por Mendel; os cotilédones são amarelos (em sementes homozigóticas dominantes e heterozigóticas) ou verdes (sementes homozigóticas reces- sivas), sem fenótipos intermediários. Outro exemplo é a herança da forma da asa da drosófila, longa em homozigóticos dominantes e heterozigóticos e vestigial nos homozigóticos recessivos, sem fenótipos intermediários. Mesmo na dominância incompleta, estudada na cor da flor da planta boca-de-leão e na cor da plumagem de galinhas andaluzas, não há confusão entre os diversos fenótipos. Na boca-de-leão, as flores são vermelhas, ro- sas ou brancas, sem gradações intermediárias entre esses tipos. No caso das galinhas andaluzas, a plumagem é preta, cinza-azulada ou branca, sem gradações entre essas três cores. Quando os diversos genótipos correspondem a fenótipos alternativos bem distintos, fala-se em variação descontínua. 2 Norma de reação gênica Apesar de muito utilizados para exemplificar a herança genética, os casos de variação descontínua são relativamente pouco frequentes na natureza; apenas uma proporção pequena de genes apresenta esse tipo de comporta- mento. O mais comum é que um mesmo genótipo produza uma gama variada de fenótipos, dentro de certos limites. A gama de variação fenotípica que um genótipo pode expressar é denominada norma de reação gênica. Um exemplo de variação fenotípica entre indivíduos com mesmo ge- nótipo é encontrado no feijão-carioca. Essa variedade é homozigótica quanto ao alelo dominante L de um gene que condiciona a presença de coloração variegada na casca da semente, com manchas irregulares claras e escuras. O alelo recessivo desse gene, l, condiciona semente totalmente pigmentada, sem variegação, e está presente na variedade conhecida como feijão-mulatinho (homozigótica ll). Se você obtiver uma embalagem de feijão- -carioca no comércio e analisar as sementes, verificará que a grande maioria dos grãos é variegada. Entretanto, cerca de 5% dos grãos são totalmente pigmentados, assemelhando- -se ao feijão-mulatinho. Assim, apesar de toda semente de feijão- -carioca ser homozigótica LL, com dois alelos condicionantes da presença de coloração varie- gada, cerca de 5% delas não exibem o fenótipo correspondente, isto é, têm coloração homogê- nea. (Fig. 3.12) Objetivo❱❱❱❱ Compreender CCCCCCC variações no modo de expressão dos genes: variação descontínua, norma de reação gênica, penetrância gênica e expressividade gênica variável. Termos e conceitos❱❱❱❱ variação descontínua• norma de reação gênica• penetrância gênica• expressividade • gênica variável Figura 3.12 Norma de reação do gene que condiciona a presença de listras marrons na semente de feijão-carioca. Sementes com o mesmo genótipo (LL) podem apresentar diferentes fenótipos, inclusive ausência de listras.