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Darwin dedicou-se à criação de pombos, cujas variedades domesticadas se originavam de 
uma única espécie selvagem, a Columba livia, por meio da seleção artificialmente conduzida 
pelos criadores.
Ele concluiu que a natureza exerce uma seleção sobre as espécies selvagens comparável à que 
a seleção artificial exerce sobre as espécies domésticas. Os criadores selecionam reprodutores 
de uma variedade ou de uma raça determinada, permitindo que se reproduzam apenas os que 
têm as características desejadas, a natureza seleciona, nas espécies selvagens, os indivíduos 
mais adaptados às condições reinantes. Esses deixam um número proporcionalmente maior 
de descendentes, contribuindo significativamente para a formação da geração seguinte. Eis o 
conceito darwiniano de seleção natural. (Fig. 9.6)
VARIEDADE A
Pombo-de-papo
ANCESTRAL
Pombo-da-rocha
VARIEDADE C
Pombo-de-leque
VARIEDADE B
Pombo-volteador
SELEÇÃO
ARTIFICIAL
Figura 9.6 Algumas das variedades de 
pombos obtidas por seleção artificial 
e analisadas por Darwin. A seu ver, os 
criadores de pombos, que selecionam 
os reprodutores para constituir a 
próxima geração, atuam de maneira 
similar à seleção natural. (Imagens 
sem escala, cores-fantasia.)
Em 1844, Darwin concluiu um longo trabalho sobre a origem das espécies e a seleção natural. 
Não o publicou, entretanto, por receio de que suas ideias não fossem bem aceitas, devido a seu 
caráter um tanto revolucionário. Amigos de Darwin, conhecedores da seriedade de seu trabalho, 
tentavam convencê-lo a publicar o manuscrito antes que outros divulgassem ideias semelhantes, 
mas ele resistia.
Finalmente, em junho de 1858, Darwin recebeu do naturalista inglês Alfred Russel Wallace 
(1823-1913) uma carta com conclusões fundamentalmente idênticas às suas. Wallace havia es-
tudado as faunas da Amazônia e das Índias Orientais (denominação dada, à época, a regiões que 
correspondem, atualmente, à India e a outros países orientais), chegando à conclusão de que 
as espécies se modificam por seleção natural. Darwin ficou assombrado com as semelhanças 
entre seu trabalho e o de Wallace, especialmente por este também ter-se inspirado na mesma 
fonte não biológica, o livro de Malthus, Ensaio sobre a lei da população. 
Darwin escreveu, então, um resumo de suas ideias, o qual foi publicado juntamente com o 
trabalho de Wallace, em uma reunião histórica na Linnean Society of London, no dia 1o de julho de 
1858. Um ano mais tarde, ele publicou seu trabalho completo no livro A origem das espécies.
As anotações de Darwin confirmam que ele concebeu sua teoria de evolução aproximadamen-
te 15 anos antes de ter recebido a carta de Wallace e, além disso, este admitiu, publicamente, 
que Darwin realmente havia sido o pioneiro. A origem das espécies foi lida por cientistas e leigos, 
gerando grandes debates, que consolidaram o nome de Charles Darwin como o autor principal 
da teoria da evolução pela seleção natural, deixando Wallace em segundo plano. 
Segundo Ernst Mayr, em seu livro de 2001, What evolution is, Darwin percebeu claramente 
dois aspectos fundamentais da evolução. O primeiro é a transformação gradual das espécies, a 
anagênese, processo pelo qual surgem as novas características — apomorfias ou características 
derivadas — a partir das características primitivas dos ancestrais. O segundo aspecto da evolução 
é a diversificação de novas espécies a partir de uma espécie ancestral, processo denominado 
cladogênese. Esses conceitos serão retomados no capítulo 11.
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Seção 9.2
Evidências da evolução biológica
Pesquisas em diferentes áreas da Biologia fornecem farta evidência da 
evolução biológica; dentre as principais, destacam-se: a) o documentário 
fóssil; b) a adaptação dos seres vivos a seus ambientes; c) as semelhanças 
anatômicas, fisiológicas e bioquímicas entre as espécies.
1 O documentário fóssil
Fósseis (do latim fossilis, tirado da terra) são vestígios deixados por 
seres que viveram no passado. Esses vestígios podem ser ossos, dentes, 
pegadas impressas em rochas, fezes petrificadas, animais conservados 
no gelo, restos de organismo petrificados etc.
O estudo dos fósseis permite aos cientistas deduzir o tamanho e a forma 
dos organismos que os deixaram, possibilitando a reconstituição de uma 
imagem mental, possivelmente bem realista, desses organismos enquanto 
vivos. Os fósseis constituem a mais forte prova de que o planeta em que 
vivemos já foi habitado por seres diferentes dos que existem atualmente, 
sendo uma das principais evidências da evolução biológica. (Fig. 9.7)
Figura 9.7 A. Fóssil de elefante de 50 mil anos. B. Fóssil da planta cavalinha, 
Equisetum sp., do período Carbonífero (360 milhões a 286 milhões de anos atrás). 
C. Fóssil de equinodermo. D. Fóssil de aranha, preservado em âmbar.
Processos de fossilização 
Os fósseis são relativamente raros, porque, a não ser em condições 
especiais, assim que um organismo morre, agentes decompositores entram 
em ação, destruindo completamente seu cadáver.
A B
Objetivos❱❱❱❱
Conhecer e CCCCCCC
compreender as 
principais evidências 
da evolução biológica: 
o documentário fóssil; 
a adaptação dos seres 
vivos; as semelhanças 
anatômicas, fisiológicas 
e bioquímicas 
entre os organismos.
Caracterizar CCCCCCC
órgãos homólogos 
e órgãos análogos. 
Reconhecer que os 
órgãos homólogos são 
evidências da evolução 
biológica e os órgãos 
análogos são resultado 
da adaptação a modos 
de vida semelhantes.
Termos e conceitos❱❱❱❱
fóssil•	
datação radiométrica•	
adaptação•	
órgãos homólogos•	
órgãos análogos•	
divergência evolutiva•	
convergência evolutiva•	
órgão vestigial•	
DC
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Para que ocorra a fossilização, ou seja, a formação de um fóssil, são necessárias condições 
extremamente favoráveis à preservação do cadáver ou do vestígio deixado pelo organismo. Essas 
condições podem ocorrer, por exemplo, quando restos de um organismo são cobertos por sedimen-
tos, como areia, argila etc., em geral, em ambientes alagados. Os sedimentos depositados sobre os 
restos do organismo, com o decorrer do tempo, podem compactar-se e originar o que os geólogos 
denominam rocha sedimentar. No interior da rocha, os vestígios do organismo podem se manter 
preservados de diversas maneiras, vindo a constituir os diferentes tipos de fóssil. (Fig. 9.8)
Um tipo de fóssil, conhecido como molde, forma-se quando os restos soterrados de organis-
mos, depois de deixarem sua forma gravada na rocha, desaparecem completamente.
Algumas vezes, esses moldes são preenchidos por minerais, que se solidificam formando uma 
cópia, em rocha, do organismo original. Esse tipo de fóssil é conhecido como contramolde.
Em certos casos, as substâncias orgânicas do cadáver sepultado na rocha sedimentar são 
gradualmente substituídas por minerais trazidos pela água. Lentamente, os minerais ocupam o 
lugar das substâncias orgânicas, em uma substituição tão exata que todos os detalhes do corpo 
do organismo ficam preservados na rocha, embora não reste mais nada do material orgânico 
original. Esse processo de fossilização é chamado de permineralização ou petrificação.
Em certas regiões do Rio Grande do Sul, por exemplo, há troncos petrificados de árvores que 
viveram há dezenas de milhões de anos. Na Chapada do Araripe, na divisa do estado do Ceará 
com os estados de Pernambuco, Paraíba e Piauí, hádepósitos fossilíferos do período Cretáceo, com 
peixes e répteis petrificados e moldes de plantas e de insetos.
Outro tipo de fóssil são as marcas ou pegadas que um organismo deixou sobre um terreno 
mole, o qual, posteriormente, se transformou em rocha. Esses vestígios fósseis, denominados 
impressões, podem fornecer informações importantes sobre o organismo que o produziu. Por 
exemplo, em 1978, a cientista inglesa Mary Leakey encontrou, na Tanzânia (África), pegadas de 
dois hominídeos primitivos, presumivelmente um macho e uma fêmea, caminhando lado a lado. 
Os estudos mostraram que a rocha onde estava registrado o passeio daqueles nossos parentes 
distantes tinha nada menos que 3,5 milhões de anos de idade. Pode-se concluir que, naquela 
época, portanto, os possíveis ancestrais da espécie humana já caminhavam eretos, um traço 
que nos distingue de todos os outros primatas atuais.
Mais raramente, pode ocorrer a conservação completa de organismos que viveram no passado. 
Fósseis completos de insetos, com dezenas de milhões de anos, são encontrados no interior de 
resina solidificada de plantas, chamada de âmbar fóssil. Corpos completos de mamutes, animais 
peludos semelhantes a elefantes, com mais de 30 mil anos de idade, foram encontrados sob as 
geleiras do Ártico.
Figura 9.8 
Representação 
esquemática da 
formação de um fóssil 
em um estuário de rio. 
Os sedimentos trazidos 
pelo rio depositam-se 
sobre um animal 
morto, preservando-o 
da decomposição. As 
rochas sedimentares 
se formam como 
camadas sobrepostas, 
de modo que os fósseis 
encontrados em 
camadas mais profundas 
são mais antigos que 
os das camadas mais 
superficiais. 
(Imagens sem escala, 
cores-fantasia.)
Erosão
Sedimentos trazidos
pelos rios
Deposição de 
sedimentos
Restos do peixe 
soterrados por 
sedimentos
Fossilização dos 
restos nas rochas 
sedimentares
Deposição de novos 
sedimentos
Deposição de novos 
sedimentos
A B C

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