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120 Unidade III Unidade III 7 VIESES COMUNS NA TOMADA DE DECISÃO Muitas vezes nos deparamos com situações na vida em que precisamos tomar uma decisão com informações imperfeitas e, sem saber, adotamos preconceitos. Por exemplo, podemos confiar mais em alguém se for uma figura de autoridade do que se não for (Feitosa; Silva; Silva, 2014). Esses vieses influenciam as informações em que se presta atenção, o que se lembra de decisões passadas e em quais fontes decide‑se confiar ao pesquisar opções. Viés é uma preferência a favor ou contra uma pessoa, grupo de pessoas ou coisa. As reações humanas iniciais, muitas vezes inconscientes, estão enraizadas em informações ou razões imprecisas e são potencialmente prejudiciais (Feitosa; Silva; Silva, 2014). Em qualquer local de trabalho, provavelmente haverá muitas situações em que os gerentes ou funcionários precisam tomar uma decisão de negócios informada. Tanto o pensamento crítico quanto a avaliação dos diferentes resultados de várias decisões são necessários para tomar uma decisão que produzirá o resultado desejado. No entanto, às vezes sem perceber, os tomadores de decisão mantêm algum viés durante o processo de tomada de decisão. Quando há viés na tomada de decisões, significa que a decisão é tomada com base no que geralmente é o processamento subconsciente de suas experiências e conhecimentos anteriores. Esses atalhos mentais podem afetar a maneira como se tomam decisões e podem resultar em uma decisão diferente daquela que se tomaria se os preconceitos não estivessem presentes (Bogea; Barros, 2008). Os vieses diferem de acordo com o indivíduo e suas personalidades e experiências únicas. 7.1 Os vieses e seus impactos Os vieses de como pensamos podem ser grandes obstáculos em qualquer processo de tomada de decisão. Eles distorcem e interrompem a contemplação objetiva de uma questão ao introduzir influências no processo de tomada de decisão que são separadas da própria decisão. Geralmente não temos consciência dos vieses que podem afetar a tomada de decisão (Feitosa; Silva; Silva, 2014). Os principais vieses que podem impactar o processo decisório são: • Viés de ego inflado: um viés egoísta é aquele que promove a autoestima e favorece sentir‑se melhor sobre a posição em que está para tomar uma decisão. Ao envolver‑se em um viés de autoatendimento, pode‑se involuntariamente tomar decisões que beneficiam a si mesmo em 121 PROCESSOS DECISÓRIOS detrimento de outros funcionários, clientes, fornecedores ou da organização e seus objetivos (Souza; Niyama; Silva, 2020) (figura 27): Figura 27 – Ego inflado Disponível em: https://tinyurl.com/bdf6w5fa. Acesso em: 18 set. 2023. • Viés de autoridade: muitas vezes, há certo nível de confiança ao ouvir uma figura de autoridade apresentar informações ou ideias. O viés de autoridade acontece quando se favorece a opinião de figuras de autoridade em detrimento de outras, apesar de haver informações e opiniões mais sólidas e relevantes para o problema que se tenta resolver (Costa et al., 2020). • Viés de confirmação: é quando se tem crenças e se dá maior ênfase e valor para informações que apoiam essas crenças. Por exemplo, só se revisam os dados que apoiam a hipótese e se busca materiais que correspondem aos pontos de vista estabelecidos, bem como se rejeita qualquer outra informação que desafia as suposições e crenças prévias. Sem visualizar todas as informações disponíveis ou questionar crenças anteriores, corre‑se o risco de tomar uma decisão que não é a melhor para a organização (Costa et al., 2020). • Viés de enquadramento: qualquer pessoa que esteja oferecendo as informações necessárias para tomar uma decisão informada provavelmente tem sua própria maneira de apresentá‑las. Discute‑se com o gestor a respeito disso formalmente em uma reunião agendada, envia‑se um relatório por e‑mail ou simplesmente menciona‑se uma informação relevante de passagem. Viés de enquadramento é quando o gestor toma uma decisão com base em como o apresentador compartilhou as informações, pois se pode, por exemplo, presumir involuntariamente que uma apresentação bem projetada é mais confiável do que um simples e‑mail (Souza; Niyama; Silva, 2020). 122 Unidade III • Viés de excesso de confiança: pode ocorrer se o gestor estiver muito confiante de sua inteligência, suposições ou ideias, frequentemente sem o conhecimento ou experiência para provar porque sua confiança é tão alta. O viés do excesso de confiança pode fazer com que o líder ignore as outras opções, assuma riscos com suas decisões e que pressuponha que suas expectativas estão corretas sem usar outros meios para verificá‑las (Costa et al., 2020). • Viés de ancoragem: as primeiras impressões são importantes por vários motivos, mas também podem afetar a forma de tomar decisões. Os vieses de ancoragem são baseados na tendência natural de uma pessoa gravitar em torno da primeira informação que recebe e de se deixar influenciar por ela. Esse é o tipo de viés mais comum em um momento de estresse ou de pouco tempo para tomar uma decisão (Souza; Niyama; Silva, 2020). • Viés de disponibilidade: é baseado na primeira informação que está prontamente disponível na memória. Por exemplo, você pode se lembrar de algo de muitos anos atrás, assumir que é de grande importância e basear suas decisões nessa memória. O viés de disponibilidade também considera as informações mais recentes recebidas de um indivíduo confiável. Aqueles que têm viés de disponibilidade podem se convencer de que a primeira ideia que tiveram para a decisão é a melhor e, portanto, deixar de avaliar outras opções (Souza; Niyama; Silva, 2020). • Viés de conformidade: um dos maiores obstáculos à criatividade é o viés de conformidade, ao se tomar uma decisão com base no que a maioria decide. Isso pode prejudicar a capacidade de formar uma opinião diferente ou ter uma discussão aberta sobre a decisão com os colegas. Embora muitos funcionários possam ter habilidades de resolução de problemas, o viés de conformidade pode privá‑los dessa habilidade, pois todos seguem a mesma maneira de pensar (Bogea; Barros, 2008). • Efeito positivo do recurso: o efeito positivo do recurso pode ser prejudicial para a tomada de decisão porque esse viés ocorre quando o foco é concentrado apenas nos benefícios positivos das decisões em vez de pesar os efeitos negativos ao lado deles. Isso pode resultar na perda de informações pertinentes necessárias para tomar uma decisão que ajudará a organização a atingir suas metas. O efeito positivo do recurso ocorre quando há tempo limitado ou uma pequena quantidade de informações disponíveis (Bogea; Barros, 2008). Lembrete Vieses podem ser combatidos com estudos, informação, discussão e participação de diferentes agentes no processo decisório. Como reconhecer um viés na tomada de decisão (Souza; Niyama; Silva, 2020)? • Analise o desempenho anterior: o decisor deve ser capaz de refletir sobre suas decisões e resultados anteriores para verificar se há tendências em qualquer relacionamento entre os dois. Por exemplo, é possível perceber se as vendas projetadas estão superestimadas em cada trimestre 123 PROCESSOS DECISÓRIOS e que quase sempre estão fora da base. Isso pode indicar historicamente um viés otimista de permanente confiança, apesar da falta de evidências, de que os resultados serão mais favoráveis do que realmente se mostram ao final. • Peça feedback: mesmo que haja certos preconceitos que afetam a tomada de decisão, isso não significa que um colega de trabalho ou gerente terá os mesmos preconceitos. Reunir novas perspectivas sobre as habilidades de tomada de decisão auxilia a reconhecer vieses e evitá‑los em decisões futuras. • Avalie os outros: é quase inevitável que os preconceitos de um indivíduo tenham impacto em suas decisões; portanto, se forem capazes de avaliar um ao outro, poderão descobrir que reconhecer os preconceitos como alguém de fora é mais fácil do que examinar a si mesmo. Quanto maisse faz isso, mais se é capaz de reconhecer seus próprios preconceitos antes de permitir que eles afetem o processo de decisão. • Reserve um tempo para decidir: ao correr para tomar uma decisão, as chances de não conseguir reconhecer seus preconceitos são maiores. Em vez disso, deve‑se reservar um tempo razoável, dentro do que for possível, para chegar a uma decisão e certificar‑se de decidir quando estiver livre de estresse e tiver poucos prazos iminentes. Dicas para evitar vieses na tomada de decisão (Winterbottom et al., 2008): • Entenda os efeitos do viés: quanto mais for compreendido o impacto do viés na tomada de decisões, maior a probabilidade de observar os vieses que podem prejudicar a capacidade de tomar uma decisão informada com base nos fatos atuais. • Saiba o que está influenciando sua decisão: antes de selecionar uma decisão final, examinam‑se os fatores que podem estar a influenciando. Ao ser capaz de articular o que determinou a decisão, percebe‑se mais facilmente se a decisão veio de um viés. • Questione seus preconceitos: recomenda‑se pensar maneiras de desafiar os preconceitos atuais para garantir que não façam parte da decisão e fazer a si mesmo perguntas importantes para pensar criticamente e garantir não estar ignorando informações importantes, perdendo algumas considerações ou dando muita atenção a um fator em detrimento de outro. • Use várias fontes: ao desenvolver a decisão, considere pedir feedback a outras pessoas, coletar dados e pesquisar o tópico sobre o qual se está decidindo para ter mais informações à disposição. Deve‑se estar aberto para ouvir várias opiniões e pontos de vista para poder reunir perspectivas que podem ser diferentes das suas. • Reflita sobre suas decisões anteriores: pergunte a si mesmo se uma decisão foi tomada apressadamente ou algo importante foi decidido sob pressão dentro de determinado prazo. Caso se reconheçam alguns vieses em decisões anteriores, pode‑se detectar quando estiver prestes a repetir essa ação. 124 Unidade III 7.2 Sistema de valores – ética e a tomada de decisão Ao se deparar com uma escolha difícil e se perguntar o que se deve fazer, toma‑se uma decisão relacionada à ética. Ética é como as pessoas tratam umas às outras, como constroem organizações confiáveis, como criam sociedades justas. Quase qualquer questão que se possa imaginar tem uma dimensão ética. Em um nível pessoal, pode ser necessário decidir a coisa certa a fazer para um pai idoso. No trabalho, pode haver conflitos nos quais existe a tentação de colocar os próprios interesses à frente dos interesses dos clientes. Como cidadão, muitas vezes deve‑se votar em iniciativas que afetam os direitos dos outros (Feil, 2016). Nos negócios, a tomada de decisão ética é uma estratégia que prioriza princípios morais como um conjunto de padrões, em vez de considerações econômicas, para a tomada de decisões. As empresas que valorizam o comportamento ético podem considerar vários valores éticos, incluindo como suas ações refletem sobre si mesmas e como suas decisões afetam a empresa, seus funcionários e a comunidade ou o mundo como um todo (Feil, 2016). Questões éticas comuns nos negócios incluem preocupações ambientais, bem‑estar dos funcionários, transparência das operações, honestidade do produto e satisfação do cliente; muitos dilemas éticos nos negócios pesam essas variáveis em relação ao crescimento econômico (Cherman; Tomei, 2005): • Qual opção produz o maior bem e o menor dano? • Qual opção respeita melhor os direitos de todos os afetados? • Qual opção trata melhor as pessoas de forma igual ou justa? • Qual opção atende melhor à comunidade como um todo, ao bem comum? • Qual opção me leva a agir como o tipo de pessoa que quero ser, uma pessoa virtuosa? O processo de avaliar e escolher entre alternativas de maneira ética, é necessário para entender e eliminar opções antiéticas e escolher a melhor solução. Embora não exista uma estrutura única de tomada de decisão ética, cada modelo de tomada de decisão ética consiste nas quatro etapas principais a seguir (Cherman; Tomei, 2005): 1. Identificar os fatos: para tomar uma boa decisão sobre um problema ético, deve‑se primeiro verificar se todos os fatos são conhecidos. Isso significa basear as escolhas em eventos, detalhes e ações verificadas, em vez de um pressentimento, intuição, experiência pessoal ou emoções. Além disso, deve‑se considerar a consciência ética; pensar em todos os ângulos da situação e determinar se um ponto de vista importante está sendo perdido. Ao identificar os fatos de uma situação específica, pode ser melhor reunir todas as partes afetadas em uma reunião para decidir como equipe. 125 PROCESSOS DECISÓRIOS 2. Definir todas as opções possíveis: depois de conhecer os dados, descrever todas as opções para a decisão de negócios. O ideal é ser aberto e honesto sobre cada opção, independentemente da ética percebida. Além disso, estar ciente de quaisquer aspectos que possam ter sido esquecidos na situação e reservar um tempo para pensar em possíveis soluções que podem não ter sido consideradas. 3. Classificar as opções por implicação: depois de delinear todas as opções no processo de tomada de decisão ética, é hora de considerar os efeitos ou consequências de cada opção. Considere as seguintes questões: Quais opções têm o maior benefício para a maioria das pessoas? Quais opções têm menos consequências negativas (ou causam menos danos) para a maioria das pessoas? Quais opções beneficiam mais ou menos a empresa? Quais opções estão alinhadas com os valores da empresa? Quais opções refletem os valores pessoais ou padrões éticos? Quais opções são consideradas ações éticas e quais são antiéticas? Por que ou por que não? 4. Pesar suas considerações: depois de considerar minuciosamente as implicações de cada opção, decidir quais princípios éticos são mais importantes para a empresa e quais são menos importantes – essa é a estrutura para a tomada de decisões éticas. As escolhas éticas valorizam variáveis como bem generalizado, honestidade, transparência, justiça e igualdade, direitos e deveres. Decidir qual modelo de ética é o certo para si e para a empresa e seguir em frente com o curso de ação ético mais forte na situação. Os cinco princípios que embasam a decisão ética são: autonomia, justiça, beneficência, não maleficência e confiabilidade. Ao explorar o dilema em relação a esses princípios, pode‑se chegar a uma melhor compreensão das questões conflitantes (Feil, 2016): • Autonomia: o termo autonomia admite uma ampla gama de significados que inclui qualidades como autogoverno, autodeterminação, liberdade de arbítrio, dignidade, integridade, individualidade, independência e autoconhecimento. Muitas pessoas têm autonomia para decidir tomar um copo d’água, ou dar um passeio, ou ir dormir, se assim escolherem. Tomada de decisão autônoma é ter o livre arbítrio para fazer a escolha que deseja fazer. • Justiça: é o processo de quando alguém vai escolher entre várias alternativas. Como dito, para ser capaz de tomar uma boa decisão, é preciso ter um julgamento sólido. Essas duas coisas se relacionam; muitas vezes, o mau julgamento pode levar a más decisões. Sempre que os indivíduos são tratados de forma desigual, com base em características arbitrárias e irrelevantes, sua dignidade humana fundamental é violada. A justiça, então, é uma parte central da ética e deve receber a devida consideração em nossa vida moral (figura 28). 126 Unidade III Figura 28 – Justiça Disponível em: https://tinyurl.com/56cewz3b. Acesso em: 18 set. 2023. • Beneficência: refere‑se ao princípio ético de fazer o bem ou agir no melhor interesse da decisão. Esse princípio é frequentemente aplicado à tomada de decisões de saúde e exige que os profissionais de saúde considerem os riscos e benefícios potenciais de qualquer curso de tratamento antes de prosseguir. A beneficência é definida como um ato de caridade, misericórdia e bondade, com uma forte conotaçãode fazer o bem aos outros, incluindo a obrigação moral. Todos os profissionais têm o imperativo moral fundamental de fazer o que é certo. • Não maleficência: refere‑se a abster‑se de prejudicar os outros, enquanto a maleficência refere‑se a causar ou espalhar danos deliberadamente. A não maleficência é a obrigação do tomador de decisão de não prejudicar as partes interessadas. Esse princípio expresso de forma simples suporta várias regras morais – não mate, não cause dor ou sofrimento, não incapacite, não ofenda e não prive os outros dos bens da vida. • Confiabilidade: significa que os funcionários confiam em seus superiores e outros executivos, enquanto os gerentes confiam em suas equipes. Quando essa sinergia acontece, é mais provável que os gerentes capacitem seus funcionários para que tomem suas próprias decisões, e os funcionários têm confiança e coragem para tomá‑las. A confiabilidade é uma das qualidades mais importantes da vida. É a qualidade sobre a qual todos os relacionamentos são construídos. Fomos projetados para nos relacionarmos com os outros, e ser capaz de confiar uns nos outros significa que podemos fazer mais juntos. A ética é o que nos orienta a dizer a verdade, cumprir nossas promessas ou ajudar alguém em necessidade. Existe um arcabouço ético subjacente à nossa vida cotidiana, que nos ajuda a tomar decisões que geram impactos positivos e nos afasta de resultados injustos. As corporações estabelecem ética nos negócios para promover a integridade entre seus funcionários e ganhar a confiança das principais partes interessadas, como investidores e consumidores. Construir a ética na tomada de decisão é importante para garantir que todas as facetas da organização estejam alinhadas com o espírito e os valores da organização como um todo. 127 PROCESSOS DECISÓRIOS 7.3 Análise de dados para tomada de decisões Hoje, muitas empresas estão usando análise de dados para aproveitar ao máximo as informações disponíveis e melhorar suas estratégias de negócios. O processo de análise de dados nada mais é do que a coleta de informações com um aplicativo ou ferramenta adequada que permite explorar os dados e encontrar um padrão neles. Com base nessas informações e dados, é possível tomar decisões ou obter conclusões (Silva; Martins; Fernandes, 2020). Um exemplo simples de análise de dados é quando tomamos qualquer decisão no dia a dia pensando no que aconteceu da última vez ou no que acontecerá ao escolher essa decisão específica. Isso nada mais é do que analisar o passado ou futuro e tomar decisões com base nele (Silva; Martins; Fernandes, 2020). Quando se fala em análise de dados, costuma‑se usar o termo big data, referindo‑se à coleta, gerenciamento e análise de um grande volume de dados que, devido ao seu tamanho e complexidade, excedem as capacidades de processamento das ferramentas tradicionais. Ao coletar e analisar dados de várias fontes, as empresas podem identificar áreas em que estão se destacando e áreas que precisam de mais atenção ou recursos. Isso possibilita tomar decisões com base em fatos, em vez de suposições ou intuições, levando a melhores resultados em longo prazo (Guimarães; Évora, 2004). Se uma empresa usar corretamente a análise de dados, terá vantagem competitiva em relação a outras empresas do mesmo setor, o que permitirá que a organização identifique novas oportunidades e aproveite seus insights para tomar decisões estratégicas. Os programas de análise de dados estão evoluindo à medida que a transformação digital das empresas avança. Apesar da complexidade que lhes pode ser atribuída, qualquer empresa pode usufruir dos seus benefícios com a metodologia certa. A análise de dados consiste em inspecionar uma série de dados para detectar tendências e tirar conclusões sobre as informações disponíveis. Isso é feito por meio de um software especializado que transforma as informações em poderosas ferramentas de visualização para maximizar a tomada de decisões estratégicas (Silva; Martins; Fernandes, 2020). A análise de dados também auxilia a tomar decisões mais embasadas, identificando tendências e padrões no comportamento do cliente. Isso permite criar campanhas direcionadas, que sejam adaptadas especificamente às necessidades e às preferências do cliente. Além disso, essa análise ajuda a antecipar as necessidades futuras dos clientes: assim, é possível planejar com antecedência e ficar um passo à frente da concorrência. 128 Unidade III Lembrete A tecnologia dá suporte e facilita a análise de dados para a tomada de decisão, mas não substitui o conhecimento, a experiência e a perspicácia do gestor responsável pela tomada de decisão. Para tomar decisões com base na análise de dados, é necessário garantir que as informações disponíveis sejam bem‑organizadas, precisas e de fácil interpretação (figura 29): Figura 29 – Análise de dados Disponpivel em: https://tinyurl.com/2d74rme9. Acesso em: 18 out. 2023. O uso de dados para orientar a tomada de decisão na estratégia de negócios é conhecido como tomada de decisão orientada por dados. O elevado nível de concorrência no mercado obriga as grandes empresas a recorrerem à análise de dados para melhorar a sua capacidade de tomada de decisão (Guimarães; Évora, 2004). Hoje, uma grande quantidade de informações é armazenada, permitindo o uso de inteligência artificial para a geração de relatórios e dashboards que facilitam a busca de soluções, que visam, em última instância, otimizar a rentabilidade do negócio (Silva et al., 2018). 129 PROCESSOS DECISÓRIOS Saiba mais Para saber mais sobre dashboards, conheça o artigo a seguir: SILVA, L. H. B. et al. Desenvolvimento de dashboards interativos utilizando ferramentas de business intelligence no MS Excel para auxilio na tomada de decisão empresarial. Revista Expressão Católica, v. 7, n. 1, p. 27‑38, 2018. Disponível em: https://tinyurl.com/ycndtn76. Acesso em: 18 out. 2023. Por meio de técnicas de análise de dados, é possível interpretar informações brutas para detectar tendências ou descobrir revelações que ajudarão na tomada de decisões para alcançar o sucesso empresarial. Um processo decisório com base na análise de dados terá a seguinte estrutura (Guimarães; Évora, 2004) (figura 30): • Definindo o problema: primeiro, é preciso saber o estado inicial da situação e, se houver algum problema, identificá‑lo com clareza. • Preparação de dados: uma vez identificado o problema, é necessário entender quais dados precisam ser analisados para melhorar a situação da linha de base ou resolver o problema. • Processamento de dados: uma vez obtidos os dados necessários, o próximo passo é processá‑los e prepará‑los para análises posteriores. Nessa fase importa questionar quais as informações relevantes e quais devem ser suprimidas, ou seja, proceder a uma limpeza de todos os dados para obter a informação realmente útil para o nosso fim. • Análise de dados para gerar conhecimento: por fim, passamos para a etapa de análise de dados, para investigar o problema e encontrar possíveis soluções. Nessa fase, devemos responder que informações sobre o problema nos fornecem os dados e como esse conhecimento nos ajuda a resolver o problema. • Implementação: é hora de implementar as análises e as decisões tomadas com base nos dados obtidos. Em outras palavras, definir um objetivo (o que precisa ser resolvido), desenhar a estratégia (como será resolvido), determinar as táticas (ações a serem tomadas) e escolher as principais métricas que serão usadas para analisar os resultados. • Arquivamento de dados: por fim, a última etapa consiste no arquivamento eletrônico de toda essa informação útil resultante do processamento e análise dos dados. 130 Unidade III ArquivamentoImplmentação Análise de dados para gerar conhecimento Processamento de dados Preparação de dados Definindo o problema Figura 30 – processo de tomada de decisão com base em análise de dados E os dados? Como obter, lapidar e utilizaros dados para a tomada de decisão? Em um processo de análise de dados (Albright, 2011) (figura 31): • Coleta de requisitos de dados: em primeiro lugar, pensar por que fazer essa análise de dados? Reunir tudo o que for necessário para descobrir o propósito ou objetivo de fazer a análise de dados. Deve‑se decidir que tipo de análise de dados deseja fazer! Nessa fase, decide‑se o que analisar e como medir, entender por que está investigando e quais medidas usar para fazer essa análise. • Agrupamento de dados: após a coleta de requisitos, obtém‑se uma ideia clara do que se deve medir e quais devem ser suas descobertas. Agora é hora de coletar dados com base nos requisitos. Depois disso, eles devem ser processados ou organizados para análise. Como foram coletados dados de várias fontes, deve‑se manter um registro com a data de coleta e a fonte dos dados. • Lapidação de dados: agora, quaisquer dados coletados podem não ser úteis ou ser irrelevantes para o objetivo da análise, portanto, devem ser limpos. Os dados coletados podem conter registros duplicados, espaços em branco ou erros, então devem ser limpos para mitigar os erros. Essa fase deve ser feita antes da análise porque, com base na limpeza de dados, sua saída da análise estará mais próxima do resultado esperado. • Análise de dados: depois que os dados são coletados, limpos e processados, eles estão prontos para análise. Ao manipulá‑los, é possível descobrir se há informações exatas necessárias ou se será preciso coletar mais dados. Durante essa fase, podem‑se usar ferramentas e software de análise de dados que auxiliarão a entender, interpretar e tirar conclusões com base nos requisitos. • Interpretação de dados: depois de analisar os dados, finalmente chegou a hora de interpretar seus resultados. Escolhe‑se a maneira de expressar ou comunicar a análise de dados, por texto ou talvez uma tabela ou gráfico. Em seguida, usam‑se os resultados do processo de análise de dados para decidir o melhor curso de ação. • Visualização de dados: a visualização de dados é muito comum no dia a dia; eles geralmente aparecem na forma de tabelas e gráficos, pois dados mostrados graficamente são mais fáceis de serem processados pelo cérebro humano. A visualização de dados costuma ser usada para descobrir fatos e tendências desconhecidos. Ao observar relacionamentos e comparar conjuntos de dados, encontra‑se uma maneira de descobrir informações significativas. 131 PROCESSOS DECISÓRIOS Lapidação de dados Agrupamento de dados Coleta de requisitos de dados Visualização de dados Interpretação de dados Análise de dados Figura 31 – Obtenção e uso dos dados A análise de dados é benéfica não apenas para a tomada de decisões, mas também para melhorar a estratégia geral de negócios, bem como antecipar possíveis riscos ou oportunidades. Em última análise, a análise de dados é fundamental para ficar à frente da concorrência e garantir o sucesso de longo prazo para o negócio (Silva; Martins; Fernandes, 2020). Por exemplo, várias empresas de logística importantes, como a DHL e a FedEx, estão usando a análise de dados coletados para melhorar sua eficiência geral. Usando aplicativos de análise de dados, as empresas conseguiram encontrar as melhores rotas de remessa, tempo de entrega, bem como os meios de transporte mais econômicos. A análise de dados tem sido bastante facilitada pelo uso da tecnologia durante todo o processo. Softwares como Python, MatLab, SQL, Microsoft Power Bi e Google Data Studio são exemplos de ferramentas tecnológicas utilizadas para a análise de dados. 7.3.1 Suporte tecnológico de gerenciamento da informação para tomada de decisões A tecnologia como estratégia no processo decisório dos negócios refere‑se à implementação de tecnologia em todos os níveis do plano de negócios (figura 32): Figura 32 – Tecnologia no processo decisório Disponível em: https://tinyurl.com/2k2dux33. Acesso em: 18 set. 2023. 132 Unidade III A tecnologia da informação (TI) revolucionou a forma como as organizações operam, e não há situação em que essa mudança seja mais evidente do que em como se usa a tecnologia da informação para melhorar a eficiência dos negócios, melhorar os processos e otimizar os sistemas de comunicação modernos. A infraestrutura de TI abrange uma ampla variedade de ferramentas, soluções de tecnologia e sistemas que ajudam as organizações a coletar, processar, armazenar e transmitir dados e informações (Shrestha; Bem‑Menahem; Von Krogh, 2019). Com o advento da tecnologia avançada, a confiança das empresas em produtos de TI/tecnologia para uma melhor tomada de decisão está crescendo exponencialmente. As organizações estão usando diferentes ferramentas tecnológicas, como análise de consumo, tecnologia orientada a dados e inteligência artificial para tomar decisões de negócios melhores e informadas. Integrar a tecnologia para uma melhor tomada de decisão pode trazer inúmeros benefícios e reduzir tremendamente as chances de tomar decisões erradas (Dias; Moreira; Martins, 2021). A tecnologia da informação influencia todas as partes dos sistemas e tomadas de decisão de uma empresa. Do marketing às vendas, à cadeia de suprimentos e ao gerenciamento de estoque, tudo é afetado por padrões e influência de TI. Garantir que a empresa tenha a tecnologia certa e vantagem competitiva é essencial para alcançar eficiência no processo decisório. É altamente necessário manter informações atualizadas, completas e precisas para se manter competitivo no mundo em constante mudança da atualidade (Shrestha; Bem‑Menahem; Von Krogh, 2019). As organizações utilizam diferentes tipos de sistemas de informação para auxiliar em suas decisões diárias. Os sistemas‑padrão incluem recursos humanos, contabilidade e finanças, vendas e marketing, operações e manufatura. A TI desempenha papéis diferentes em cada uma dessas áreas. As diferenças entre as áreas de atuação de uma empresa podem ser integradas com um sistema de TI de alta qualidade. Por exemplo, em recursos humanos, as funções do sistema de informação podem incluir recrutamento e treinamento. Por outro lado, nas operações, as funções são transferidas para a gestão de pedidos e atendimento ao cliente (Shrestha; Bem‑Menahem; Von Krogh, 2019). A TI moldou a maneira como as empresas tomam decisões. Ela permite que as organizações integrem, acessem e utilizem bancos de dados e gerem análises precisas. Quando sua empresa tem acesso direto a bancos de dados, ela pode aprimorar elementos como atendimento ao cliente e pesquisa. A incorporação ao seu processo decisório pode ser usada em todos os níveis do plano de uma empresa. A tomada de decisão é um componente essencial do processo decisório organizacional (Shrestha; Bem‑Menahem; Von Krogh, 2019). 133 PROCESSOS DECISÓRIOS Os tomadores de decisão recebem informações de análise usando muitas mídias diferentes, incluindo impressão tradicional, grupos e trocas de informações interpessoais e ferramentas baseadas em computador. O sistema de apoio à decisão (SAD) é um conceito genérico que descreve sistemas de informação que fornecem modelagem e informações para apoiar a decisão organizacional semiestruturada e não estruturada. As características comuns do SAD incluem (Dias; Moreira; Martins, 2021): • Estrutura do problema, usada em contexto de decisão semiestruturada e não estruturada. • Destina‑se a apoiar e aumentar os tomadores de decisão, não os substituir. • Suporta a maioria das fases do processo de tomada de decisão. • Usa dados subjacentes e modelos. • Foi projetado para ser um auxílio interativo à decisão. Um SAD é um conjunto integrado de ferramentas computacionais que permite ao tomador de decisão interagir e recuperar informações úteis na tomada de decisões semiestruturadas e não estruturadas. Os principais benefícios do SAD são (Dias; Moreira; Martins, 2021): 1. Capacidade de processamento de dados: a tecnologia da informação fornece uma imensa quantidade de dados paratornar as decisões de negócios mais informadas e precisas. Ferramentas avançadas, como análise de dados, mineração de dados etc. processam automaticamente os dados do consumidor e tomam uma decisão computadorizada com base nesses dados. Hoje, com a ajuda da TI, as decisões de negócios não são tomadas com base na intuição ou no conselho de um amigo, mas puramente com base em dados. 2. Processo de tomada de decisão mais rápido: com a ajuda da tecnologia da informação, uma grande quantidade de dados é processada e resumida em poucos segundos. O SAD fornece dados corretos no lugar certo e na hora certa, tornando o processo de decisão de negócios muito mais rápido e eficaz. Como tomador de decisões ou proprietário de uma empresa, é dever conhecer o uso dos dados e como processá‑los para tomar a decisão certa. 3. Compartilhar é se importar: hoje o mundo está interligado com a ajuda da tecnologia. Quando algo é necessário, está a apenas um clique de distância. É possível participar facilmente de um curso on‑line ou conferência e buscar conselhos de especialistas sobre o problema de negócios. 134 Unidade III Observação A informação facilita as decisões relativas à alocação de recursos e, assim, auxilia uma organização na busca de seus objetivos. Saiba mais ITDM, que significa information technology decision maker (em português, tomador de decisões de tecnologia da informação), é um termo usado para descrever profissionais de negócios que tomam decisões sobre a aquisição e implementação de tecnologias de software em uma empresa. Esses profissionais às vezes são chamados de tomadores de decisões de tecnologia em certas organizações. Consulte o artigo a seguir: CHAVES, L. C. G. et al. A importância da tecnologia da informação nas tomadas de decisões em empresas. In: MARTINS, E. R. Tecnologia da informação e comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas. Guaruajá: Científica Digital, 2022. Disponível em: https://tinyurl.com/4k44p5pt. Acesso em: 13 out. 2023. Aqueles que tomam decisões de negócios na organização precisam de acesso fácil a informações que justifiquem suas decisões. E, se essas informações estiverem armazenadas em diferentes sistemas em vários locais, isso pode dificultar bastante o processo de tomada de decisão, pois eles não verão o quadro completo (Dias; Moreira; Martins, 2021). Portanto, as empresas devem investir em tecnologia que lhes permita armazenar dados em um único local central, que os tomadores de decisão possam acessar facilmente, idealmente com informações em tempo real na ponta dos dedos. Se os dados levarem dias para serem coletados manualmente, a oportunidade de negócios a qual se está trabalhando duro para reagir pode passar facilmente (Shrestha; Bem‑Menahem; Von Krogh, 2019). Além disso, a tecnologia permite que os usuários selecionem, analisem e manipulem os dados no formato que precisam, em diferentes estágios durante o processo de tomada de decisão. Essencialmente, a tecnologia desempenha um papel importante em ajudar as empresas a se prepararem e tomarem decisões informadas e inteligentes, reunindo dados em tempo real de uma única fonte confiável. No entanto, a tecnologia também não funciona sem o investimento nas pessoas – as pessoas da empresa precisam acreditar na tecnologia apresentada e defender a mudança positiva que ela trará. 135 PROCESSOS DECISÓRIOS 8 PROCESSO DECISÓRIO NOS SETORES PÚBLICO E PRIVADO 8.1 Tópicos contemporâneos em processos decisórios: Vuca, consenso e 6Cs e os 4Ds 8.1.1 Vuca Vuca é um acrônimo que em português significa volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade (volatility, uncertainty, complexity e ambiguity) – qualidades que tornam uma situação ou condição difícil de analisar, responder ou planejar. Entender como mitigar essas qualidades pode melhorar muito as habilidades estratégicas de um líder e levar a melhores resultados (Taskan; Junça‑Silva; Caetano, 2022). O acrônimo Vuca foi usado pela primeira vez no U.S. Army War College em 1987 e foi publicado em 1991 por Herbert Barber. O método foi desenvolvido a partir dos conceitos apresentados por Warren Bennis e Burt Nanus em seu livro Leaders: the strategies for taking charge. O Vuca foi aplicado após o fim da Guerra Fria e do conflito no Afeganistão naquela época (Taskan; Junça‑Silva; Caetano, 2022). O termo Vuca pode ser aplicado a uma situação em geral. Às vezes, é usado com desdém para descontar o valor do planejamento. Alguém pode dizer inutilmente: por causa do Vuca atual, quaisquer planos que fizermos ficarão rapidamente desatualizados e inúteis, então por que se preocupar em planejar? (Moura; Carneiro; Dias, 2023). O uso adequado do Vuca é aplicá‑lo a uma situação para ajudar a quantificar os riscos e criar estratégias de mitigação. Ele é usado para analisar o que é conhecido e o que não é conhecido sobre uma situação ou plano. Isso cria uma melhor compreensão da situação e quais são as vulnerabilidades e riscos. O uso do Vuca facilita aos líderes gerenciar o cenário de negócios moderno em constante mudança (Moura; Carneiro; Dias, 2023). Volatilidade é a propriedade de estar exposto a mudanças frequentes, rápidas e significativas. Pequenos gatilhos podem fazer grandes mudanças. Em um mercado volátil, por exemplo, os preços das commodities podem subir ou cair significativamente em um curto período de tempo, e a direção da tendência pode se inverter repentinamente. A incerteza ocorre quando eventos e resultados são imprevisíveis. Causa e efeito não são bem compreendidos e as experiências passadas podem não se aplicar à situação. Não está claro qual direção os eventos tomarão; por exemplo, em um mercado incerto, não está claro se o preço aumentará ou diminuirá ou em quanto será alterado. A complexidade envolve uma multiplicidade de questões e fatores, alguns que podem estar intrinsecamente interconectados, já que as relações entre itens e pessoas são difíceis de entender. Uma mudança em um lugar pode causar mudanças não intencionais em outras questões no futuro. Causa e efeito são obscurecidos por muitas camadas e não está claro quais fatores são importantes no processo de tomada de decisão. Em um mercado complexo, por exemplo, as mudanças nos preços do gás afetam os preços de muitos outros itens que não estão diretamente relacionados (Taskan; Junça‑Silva; Caetano, 2022). 136 Unidade III A ambiguidade é moldada pela falta de clareza e dificuldade em entender exatamente uma situação, de modo que informações podem ser mal lidas ou mal interpretadas e o objetivo ou resultado pretendido pode não ser evidente para todas as partes envolvidas. Em um mercado ambíguo, por exemplo, nem todas as informações são públicas e fatores invisíveis podem estar afetando os preços. As seguintes perguntas podem ser usadas para identificar o Vuca em uma situação (Taskan; Junça‑Silva; Caetano, 2022): • Volatilidade: quais valores mais altos e mais baixos possíveis podemos esperar? Com que rapidez esses valores podem mudar? Que quantidade de mudança podemos absorver antes que ela nos afete negativamente? • Incerteza: o que pode mudar? Quais são os possíveis sinais de mudança? Saberemos quando as coisas mudarem? Com que rapidez podemos responder a uma mudança? • Complexidade: quão bem entendemos as estruturas envolvidas? Como esses itens estão interligados? Qual é a nossa capacidade de interromper uma reação em cadeia ou uma falha em cascata? • Ambiguidade: qual é a nossa visibilidade dos fatores internos e externos? Qual é a possibilidade de mal‑entendidos e confusão? Como as instruções podem ser emitidas com mais clareza? O que significa que mais informações são necessárias antes de se tomar uma decisão? Ao usar o Vuca, as pessoas podem identificar possíveis surpresas e resultados. A partir daí, elas realizam estratégias de mitigação e resposta para se preparar para o potencial de mudança rápida em situações Vuca. Elas podem ir de “ambientes totalmente desconhecidos” a “ambientes desconhecidosconhecidos” e estar suficientemente preparadas. Os líderes também podem aplicar o ciclo OODA de observar, orientar, decidir e agir para uma boa tomada de decisão (Moura; Carneiro; Dias, 2023) (figura 33): Decidir Agir OrientarVUCA Observar I N Í C I O Figura 33 – Ciclo OODA 137 PROCESSOS DECISÓRIOS • Volatilidade: aceitas a mudança. Construir folga e espaço de manobra para problemas não contabilizados. • Incerteza: buscar novos pontos de vista e reservar um tempo para entender os gatilhos e indicadores. Monitorar as principais métricas e adicionar indicadores de sucesso e falha em cada etapa. Fazer revisões e autópsias regulares. Realizar exercícios hipotéticos para ajudar a treinar a equipe e se preparar para imprevistos. • Complexidade: comunicar‑se de forma clara e frequente com todas as partes. Incentivar a colaboração entre equipes e grupos. Identificar as áreas em que mais informações são necessárias e adicionar talentos para abordá‑las. Criar sistemas à prova de falhas e de backup. • Ambiguidade: realizar testes para trazer entendimento claro para informações ambíguas. Estar preparado para mudar à medida que mais informações forem descobertas. O Vuca em si não é o inimigo. Pelo contrário, maior volatilidade, mais incerteza, maior complexidade e ambiguidade mais ampla representam oportunidades para empresas mais ágeis transformarem seus processos de tomada de decisão, superar seus concorrentes e crescer muito mais rapidamente. O Vuca permite que bons tomadores de decisão prosperem – líderes podem estender sua liderança, e os retardatários podem avançar (Moura; Carneiro; Dias, 2023). 8.1.2 Consenso Um processo de tomada de decisão baseado em consenso é um esforço no qual as partes afetadas (partes interessadas) buscam chegar a um acordo sobre um curso de ação para abordar um problema ou um conjunto de problemas relacionados. Em um processo de consenso, as partes interessadas trabalham juntas para encontrar uma solução mutuamente aceitável (figura 34): Figura 34 – Consenso Disponível em: https://tinyurl.com/79vtkzwj. Acesso em: 18 set. 2023. 138 Unidade III Cada processo de consenso é único porque as partes elaboram seu acordo para atender às suas circunstâncias. No entanto, processos de consenso bem‑sucedidos seguem várias orientações e princípios (Ziviani et al., 2023): • Tomada de decisão por consenso: os participantes tomam decisões por acordo, em vez de por maioria de votos. • Inclusão: na medida do possível, todos os interesses necessários são representados ou, pelo menos, no mínimo, aprovam a decisão. • Responsabilidade: os participantes geralmente representam grupos ou interesses de partes interessadas. Eles são responsáveis tanto por seus constituintes quanto pelo processo. • Facilitação: um facilitador imparcial, responsável perante todos os participantes, gerencia o processo, garante que as regras básicas sejam seguidas e ajuda a manter um clima produtivo para comunicação e resolução de problemas. • Flexibilidade: os participantes projetam um processo e abordam os problemas de uma maneira que julgam a mais adequada à situação. • Controle compartilhado/regras fundamentais: os participantes compartilham com o facilitador a responsabilidade para definir e manter as regras básicas de um processo e para criar resultados. • Compromisso com a implementação: todas as partes interessadas se comprometem a realizar seu acordo. Em termos simples, o consenso refere‑se ao acordo sobre alguma decisão por todos os membros de um grupo, em vez de uma maioria ou um grupo seleto de representantes. Consenso significa que todos são a favor da decisão; consentimento significa apenas que ninguém é ativamente contra a decisão. Isso também é conhecido como aceitação em vez de acordo. Alcançar o consentimento é muito mais fácil do que o consenso, ao mesmo tempo que permite adesão e múltiplas perspectivas (Ziviani et al., 2023). A tomada de decisão por consenso é um processo que constrói confiança e cria propriedade e comprometimento. Um processo de consenso eficaz (construção de consenso) é inclusivo e envolve todos os participantes. As decisões consensuais podem levar a resultados de melhor qualidade que capacitam o grupo ou a comunidade a avançar para criar seu futuro juntos. As equipes de trabalho tornam‑se mais engajadas e comprometidas com a implementação quando têm a oportunidade de criar suas próprias metas, projetos ou planos de ação. A criação de consenso geralmente requer um propósito comum, uma compreensão do consenso e um facilitador habilidoso. 139 PROCESSOS DECISÓRIOS Benefícios da tomada de decisão por consenso (Ziviani et al., 2023): • A participação inclusiva envolve e empodera o grupo. • Requer um compromisso de trabalhar em conjunto e aumenta a cooperação. • Cria um entendimento compartilhado por meio de discussões que superam as diferenças. • Equaliza a distribuição de poder em um grupo. • Pode criar melhores decisões, mais representativas da comunidade maior. • Cria mais propriedade e compromisso. • Resulta em uma implementação mais eficaz porque todo o grupo age no projeto ou plano. Deve‑se escolher o consenso quando (Ziviani et al., 2023): • Existem muitas partes interessadas e perspectivas para um problema complexo. • As pessoas estão dispostas a participar. • O grupo tem autoridade para tomar decisões e será afetado por elas. • Soluções criativas são necessárias. • Todos os envolvidos estão comprometidos com a decisão ou plano. 8.1.3 6Cs Uma tomada de decisão sem um plano sólido de implementação é inútil, como seria implementar um plano sem uma visão coerente, inovadora e estratégica de agregação de valor. Os seis Cs da estratégia incluem: conceito, competição, conectividade, continuidade, convicção e capacidade de mudar. • Conceito: estratégia é construir vantagem competitiva e levar uma organização adiante fazendo escolhas em um ambiente incerto. Um bom estrategista terá a percepção e habilidades necessárias para moldar a ideia e fazê‑la acontecer. A liderança necessária requer indivíduos e equipes de alto nível executivo, desenvolvendo boas ideias para o futuro do negócio em campanhas ou projetos, por meio de uma estrutura e cultura organizacional apropriada, com a cooperação certa para implementar e executar os esquemas. Para Henry Ford, era a produção em massa e o famoso slogan “qualquer cor desde que seja preto”; para o McDonald’s, foi a ideia de usar tecnologia de produção em ambiente de restaurante fast food; para a CNN, era o fornecimento de notícias de baixo custo 24 horas por dia; e para a Uber, é a facilidade da mobilidade urbana. Ter um conceito bem definido é o ponto de partida para uma decisão bem tomada. 140 Unidade III • Competição: a capacidade de competir ou se destacar está no centro da decisão. No entanto, para a maioria das organizações sua capacidade de superação é profundamente dependente da natureza de sua vantagem competitiva. De certo modo, a competição é como uma luta de boxe entre dois lutadores, um dos quais sairá vencedor. Essa forma de concorrência direta é muitas vezes inevitável nos negócios, particularmente quando produtos, serviços e mercados são prestados por empresas enérgicas competindo com produtos e serviços similares no mesmo mercado. O desejo de competir é baseado no instinto de sobrevivência. Considerando todas as complexidades da vida moderna, o mundo é preenchido principalmente pela capacidade de instituições de operar competitivamente em uma batalha envolvendo competição direta com um vencedor ou perdedor distinto. A competição será a força motriz para a tomada de decisão acertada. • Conectividade: a conexão com um ambiente em mudança sempre foi um elemento‑chave do processo decisório. Da ideia básica de ter um produto ou serviço que crie valor para os clientes, para a complexa rede de interações, com feedback em tempo real, ciclo significativamente mais rápido, a capacidade de uma empresa para construir relacionamentose interdependências de forma ágil é central para o seu valor. Um bom indicador de conexão é examinar os diários de executivos e estabelecer onde eles gastam seu tempo. Uma decisão bem‑sucedida pode ser comparada a abrir uma porta com uma chave, com o teste levantando a questão de saber se a chave se encaixa na fechadura. Nem toda chave que entra na fechadura a abre. Essa é a lógica da decisão. • Continuidade: empresas precisam olhar além do horizonte de curto prazo e para o horizonte de três a cinco anos para garantir que estão tomando decisões sustentáveis a médio e longo prazo. A continuidade sustentada é uma questão filosófica que se relaciona ao propósito do negócio. A continuidade de negócios é a capacidade de uma organização garantir que as operações e as principais funções se perpetuem por muito tempo. É fato que as consequências das decisões serão responsáveis pela continuidade (ou não) das atividades das organizações. • Convicção: a convicção está muitas vezes no centro da boa tomada de decisão que envolva cenários de incerteza. Os resultados não podem ser previstos, mas comprometimento, recursos e tempo são necessários na difícil prática de mover a organização em um novo domínio, adotando uma nova tecnologia ou desenvolvendo um novo mercado. De uma forma muitas vezes complexa em um mundo competitivo e em rápida mudança, a convicção é um forte aliado do processo decisório. As narrativas de convicção permitem que os atores se baseiem em suas crenças, modelos causais e regras práticas para identificar oportunidades em que vale a pena agir, para simular o resultado de suas ações e para os tornar suficientemente convencidos a agir. • Capacidade de mudar: a capacidade de mudar o pensamento e a forma de organização torna‑se fundamental para uma boa tomada de decisão. Em dois caminhos: o modo de operação da organização interfere na decisão e a decisão gerará consequências que interferirão na tomada de decisão. Temos de mudar de direção de onde estamos atualmente. Quer estejamos cientes disso ou não, todos os dias tomamos inúmeras decisões, e essas decisões prenunciam em nossa mente uma mudança (figura 35). 141 PROCESSOS DECISÓRIOS Figura 35 – A hora de mudar Disponível em: https://tinyurl.com/yck5pm7b. Acesso em: 18 set. 2023. Juntos, os seis Cs do processo decisório – conceito, competição, conectividade, continuidade, convicção, e a capacidade de mudar – fornecem uma base para que tomadores de decisão possam revisar e avaliar suas habilidades em tomar decisões. De uma perspectiva estratégica e competitiva, eles podem ser usados para avaliar o desempenho das decisões de uma empresa. 8.1.4 4 Ds Os 4 Ds do gerenciamento de tempo, às vezes chamados de 4 Ds da produtividade, é uma estratégia popular para discernir se uma tarefa ou projeto vale ou não o seu tempo. Envolve tomar uma decisão rápida sobre o que fazer agora – seja fazendo você mesmo ou delegando a outra pessoa – o que fazer no futuro ou o que eliminar de sua lista de tarefas. Os tomadores de decisão são notoriamente ocupados e têm um milhão e um pedidos e demandas competindo por sua atenção e tempo todos os dias, o dia todo. Para manter os projetos e as pessoas na direção certa, os decisores devem priorizar efetivamente o fluxo constante de tarefas para manter o foco no que realmente importa. Como nossas responsabilidades e demandas limitam nosso tempo, temos de escolher cuidadosamente como gastamos esse precioso recurso para garantir que alinhamos nossas tarefas com nossos objetivos maiores. Para começar com a técnica dos 4 Ds, deve‑se verificar a lista de tarefas no início do dia de trabalho e avaliar quais podem ser realizadas rapidamente agora mesmo por você ou por outra pessoa da equipe, quais devem ser descartadas completamente e quais tarefas essenciais podem ser adiadas por enquanto. 142 Unidade III Deve‑se elaborar uma lista de todas as tarefas e projetos de sua unidade. Utilize os seguintes critérios para ajudar a priorizá‑los: • Faça: tarefas/projetos que se enquadram na categoria “importante e urgente” são as principais prioridades. • Decida: tarefas/projetos que se enquadram na categoria “importante, mas não urgente” têm prioridade menor e são assuntos que devem ser agendados para mais tarde. • Delegue: tarefas/projetos que se enquadrem na categoria “urgente, mas não importante” são boas candidatas à delegação (figura 36). Figura 36 – Delegar Disponível em: https://tinyurl.com/25pzc4jx. Acesso em: 18 set. 2023. • Exclua: tarefas/projetos que estão contemplados na categoria “não urgente e não importante” não precisam ser realizadas. Quadro 10 – 4 Ds Urgente Não urgente Importante Faça Decida Não importante Delegue Exclua 143 PROCESSOS DECISÓRIOS Quadro 11 – Exemplos e ações em 4 Ds Quadrante Ação Exemplo Faça Trabalhe em tarefas que levam apenas alguns minutos para serem concluídas. Realizar rapidamente uma série de tarefas menores cria impulso para trabalhar em projetos maiores — Responder a um e‑mail — Retornar uma chamada telefônica — Imprimir um relatório Decida Pause temporariamente uma tarefa que não precisa ser executada imediatamente e agende para quando tiver disponibilidade — Nova solicitação de um colega — Nova ideia de projeto Delegue Atribua uma tarefa essencial a outra pessoa — Pese as tarefas que se beneficiam de sua expertise × aquelas que fornecem o mesmo resultado, independentemente de quem está fazendo Exclua Remova tarefas desnecessárias de sua agenda e siga em frente — Reuniões improdutivas — E‑mail desnecessário Colocar uma tarefa ou projeto em uma dessas categorias facilita gerenciar o tempo limitado com mais eficiência e manter o foco no que é mais importante para o tomador de decisões, a empresa, a equipe e potencializa sua tomada de decisão. 8.2 Case de tomada de decisão: ferramenta Cynefin Você deve estar se perguntando: se eu seguir algum passo a passo, a minha decisão será sempre acertada? Se eu utilizar todos os instrumentos e direcionamentos vistos neste livro‑texto, estarei livre de erros para finalizar o processo decisório da minha empresa? E a resposta é (figura 37): Figura 37 – A resposta é não Disponível em: https://tinyurl.com/3mxx2b7t. Acesso em: 18 set. 2023. 144 Unidade III Sabe por quê? Porque as organizações estão inseridas em ambientes dinâmicos. Um ambiente dinâmico está mudando rapidamente. Os gerentes devem reagir rapidamente e as organizações devem ser flexíveis para responder. O ambiente de negócios atual é geralmente muito dinâmico. Tecnologia, preferências do consumidor, leis e regulamentos, líderes políticos e condições internacionais estão mudando rápida e dramaticamente. Nas condições modernas, a dinâmica do ambiente externo (mercado) é uma função do desenvolvimento tecnológico, inovação, mudanças na demanda, concorrência, mecanismos regulatórios e desenvolvimento econômico cíclico e é um fator importante na determinação do comportamento estratégico da empresa. Três tipos de atividades gerenciais podem tornar o processo decisório menos suscetível aos erros em ambientes dinâmicos: detecção (o que significa identificar e avaliar oportunidades fora de sua empresa), apreensão (mobilizar seus recursos para capturar valor dessas oportunidades) e transformação (renovação contínua). Veja um estudo de caso de tomada de decisão acertada, extraído da Harvard Business Review (Snowden; Boone, 2007). Em janeiro de 1993, um atirador assassinou sete pessoas em um restaurante fast‑food em Palatine, um subúrbio de Chicago. Em suas funções duplas como executivo administrativo e porta‑voz do departamento de polícia, o subchefe Walter Gasior de repente teve que enfrentar várias situações diferentes ao mesmo tempo. Ele teve que lidar com as famílias enlutadas e uma comunidade assustada, ajudar a dirigir as operações de um departamento de polícia extremamente ocupado e responder a perguntas da mídia, que inundou a cidade com repórteres e equipes de filmagem(figura 38): Figura 38 – Cena do crime Disponível em: https://tinyurl.com/26vywjpx. Acesso em: 18 set. 2023. 145 PROCESSOS DECISÓRIOS Embora Gasior tenha conseguido conciliar várias demandas, nem todos os líderes alcançam os resultados desejados quando enfrentam situações que exigem uma variedade de decisões e respostas. Com muita frequência, os gerentes contam com abordagens de liderança comuns que funcionam bem em um conjunto de circunstâncias, mas falham em outras. Por que essas abordagens falham mesmo quando a lógica indica que elas deveriam prevalecer? A resposta está em uma suposição fundamental da teoria e prática organizacional: que existe certo nível de previsibilidade e ordem no mundo. Essa suposição, fundamentada na ciência newtoniana que fundamenta a administração científica, encoraja simplificações que são úteis em circunstâncias ordenadas. As circunstâncias mudam, no entanto, e à medida que se tornam mais complexas, as simplificações podem falhar. Uma boa liderança não faz proposições de tamanho único. Acreditamos que chegou a hora de ampliar a abordagem tradicional de liderança e tomada de decisão e formar uma nova perspectiva baseada na ciência da complexidade. Nos últimos dez anos, os princípios dessa ciência foram aplicados a governos e a uma ampla gama de setores. Trabalhando com outros colaboradores, desenvolveu‑se a estrutura Cynefin, que permite aos executivos ver as coisas de novos pontos de vista, assimilar conceitos complexos e abordar problemas e oportunidades do mundo real. Usando essa abordagem, os líderes aprendem a definir a estrutura com exemplos de sua história da própria organização e cenários de seu possível futuro. Isso melhora a comunicação e ajuda os executivos a entender rapidamente o contexto em que estão operando. Observação Cynefin é uma palavra galesa que indica os múltiplos fatores em nosso ambiente. O objetivo central da estrutura Cynefin é fornecer aos tomadores de decisão uma direção para auxiliá‑los a analisar melhor uma situação ou problema e usá‑la para derivar a técnica de tomada de decisão apropriada. Ao longo do tempo, a estrutura evoluiu por meio de centenas de aplicações, desde ajudar uma empresa farmacêutica a desenvolver uma nova estratégia de produto até auxiliar um governo provincial canadense em seus esforços para envolver os funcionários na formulação de políticas. A estrutura classifica os problemas enfrentados pelos líderes em cinco contextos definidos pela natureza da relação entre causa e efeito. Quatro deles – simples, complicado, complexo e caótico – exigem que os líderes diagnostiquem as situações e ajam de maneira contextualmente apropriada. O quinto – desordem – aplica‑se quando não está claro qual dos outros quatro contextos é predominante (figura 39): 146 Unidade III Complexo: sondar sentir responder Complicado: sentir analisar responder Claro: sentir categorizar responder Caótico: agir sentir responder Figura 39 – Estrutura Cynefin Observação Percebe‑se que no quadrante “responder” aparece nos quatro pontos? Isso significa que independentemente da decisão, nunca se deve deixa de responder as partes interessadas. O silêncio é muito perigoso. O uso da estrutura Cynefin pode ajudar os executivos a perceber em que contexto estão, para que possam não apenas tomar decisões melhores, mas também evitar os problemas que surgem quando seu estilo de gerenciamento preferido os leva a cometer erros. Líderes que entendem que o mundo é muitas vezes irracional e imprevisível acharão a estrutura Cynefin particularmente útil. Saiba mais Estude mais sobre a estrutura de Cynefin acessando: ALBIERO, A.; MARIANI, J. Cynefin Framework – a visão holística para tomadas de decisões. Merithu, [s.d.]. Disponível em: https://tinyurl.com/3pjsu3cw. Acesso em: 6 out. 2023. Uma boa liderança requer abertura para mudanças em um nível individual. Líderes verdadeiramente adeptos saberão não apenas como identificar o contexto em que estão trabalhando em determinado momento, mas também como mudar seu comportamento e suas decisões para corresponder a esse contexto. Eles também preparam sua organização para entender os diferentes contextos e as condições 147 PROCESSOS DECISÓRIOS de transição entre eles. Muitos líderes lideram de forma eficaz – embora geralmente em apenas um ou dois domínios (não em todos eles) e poucos, se houver, preparam suas organizações para diversos contextos. Durante os assassinatos do Palatino de 1993, o subchefe Gasior enfrentou quatro contextos ao mesmo tempo. Ele teve que tomar medidas imediatas por meio da mídia para conter a onda de pânico inicial, mantendo a comunidade informada (caótica); ele tinha que ajudar a manter o departamento funcionando rotineiramente e de acordo com o procedimento estabelecido (simples); teve que chamar especialistas (complicado); e teve que continuar acalmando a comunidade nos dias e semanas seguintes ao crime (complexo). Essa última situação provou ser a mais desafiadora. Os pais tinham medo de deixar seus filhos irem à escola e os funcionários estavam preocupados com a segurança em seus locais de trabalho. Se Gasior tivesse interpretado mal o contexto como simples, ele poderia ter dito apenas “Continue”, e não teria feito nada para tranquilizar a comunidade. Se ele tivesse lido errado como complicado, ele poderia ter chamado especialistas para dizer que era seguro – arriscando uma perda de credibilidade e confiança. Em vez disso, a Gasior criou um fórum para proprietários de empresas, alunos do ensino médio, professores e pais para compartilhar preocupações e ouvir os fatos. Foi a abordagem certa para um contexto complexo: ele permitiu que as soluções surgissem da própria comunidade, em vez de tentar impô‑las. As escolas e organizações de negócios equipam os líderes para operar em domínios ordenados (simples e complicados), mas a maioria dos líderes geralmente deve confiar em suas capacidades naturais ao operar em contextos não ordenados (complexos e caóticos). Diante de uma maior complexidade hoje, no entanto, a intuição, o intelecto e o carisma não são mais suficientes. Os líderes precisam de ferramentas e abordagens para guiar suas empresas por águas menos familiares. No complexo ambiente do atual mundo dos negócios, os líderes muitas vezes são chamados a agir contra seus instintos. Eles precisarão saber quando compartilhar o poder e quando exercê‑lo sozinhos, quando buscar a sabedoria do grupo e quando seguir seu próprio conselho. Uma profunda compreensão do contexto, a capacidade de abraçar a complexidade e o paradoxo e a disposição de mudar com flexibilidade o estilo de liderança serão necessários para os líderes que desejam fazer as coisas acontecerem em um momento de crescente incerteza. Saiba mais Leia um estudo de caso completo sobre o processo de tomada de decisão em: SENA, F. Y. W.; SCHERNER, M. M. C. L.; RAMOS, S. C. Processo decisório e gestão de crises: estudo de caso em uma indústria multinacional no cenário da Covid‑19. In: ENANPAD 2022, 46., 2022, Curitiba. Anais […]. Curitiba: UFPR, 21‑23 set. 2022. Disponível em: https://tinyurl.com/3esz4h6j. Acesso em: 18 set. 2023. 148 Unidade III Resumo Nesta unidade, começamos discutindo os principais vieses que podem impactar a tomada de decisão e como evitá‑los. Um viés é um erro sistemático na tomada de decisões e no pensamento. Ocorre quando as pessoas processam e interpretam informações no mundo ao seu redor. Afeta as decisões e julgamentos que fazem. As pessoas às vezes confundem vieses cognitivos com falácias lógicas. Em seguida, estudamos a ética na tomada de decisão e aprendemos que a tomada de decisão ética se refere ao processo de avaliação e escolha entre alternativas de maneira consistente com os princípios éticos. Falamos sobre análise de dados e suporte da tecnologia para a tomada de decisão. Ferramentas de tecnologia, como análise de dados, podem ajudar os tomadores de decisão a analisar grandes conjuntosde dados e identificar padrões e tendências que podem não ser visíveis com métodos tradicionais. Isso colabora para uma melhor avaliação de risco, otimização de recursos e análise de desempenho. No tópico 8, discutimos, através de um estudo de caso, a ferramenta Cynefin, que consiste na classificação de problemas para direcionar a tomada de decisões. A ferramenta se baseia no fato de que cada adversidade deve ser compreendida em seu contexto e solucionada a partir disso. 149 PROCESSOS DECISÓRIOS Exercícios Questão 1. Vimos, no livro‑texto, que os cinco princípios que embasam a decisão ética são: • autonomia; • justiça; • beneficência; • não maleficência; • confiabilidade. Em relação a esses princípios, avalie as afirmativas. I – Os princípios da autonomia e da justiça são inconciliáveis. II – Os princípios da beneficência e da não maleficência são idênticos. III – O princípio da confiabilidade implica que funcionários confiam em seus superiores e que gerentes confiam em suas equipes. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) I, apenas. C) II, apenas. D) III, apenas. E) I e II, apenas. Resposta correta: alternativa D. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: a autonomia está associada à autodeterminação, à liberdade de arbítrio, à independência e ao autoconhecimento: a tomada de decisão autônoma significa ter o livre arbítrio para fazer a escolha que deseja fazer. A justiça está vinculada à paridade, à uniformidade e à isonomia: para ser capaz de tomar uma decisão justa, é preciso ter um julgamento sólido. Logo, os princípios da autonomia e da justiça não são inconciliáveis. 150 Unidade III II – Afirmativa incorreta. Justificativa: a beneficência refere‑se ao princípio ético de fazer o bem ou agir no melhor interesse da decisão. A não maleficência diz respeito ao princípio de abster‑se de prejudicar os outros. Embora esses princípios possam ser relacionados, eles não são idênticos. III – Afirmativa correta. Justificativa: o princípio da confiabilidade implica que funcionários confiam em seus superiores e que gerentes confiam em suas equipes. Quando essa sinergia acontece, é mais provável que os gerentes capacitem seus funcionários para que tomem suas próprias decisões, e que os funcionários tenham confiança para tomá‑las. Questão 2. Vimos no livro‑texto que, segundo Guimarães e Évora (2004), um processo decisório com base na análise de dados segue as etapas abaixo. • Definição do problema. • Preparação de dados. • Processamento de dados. • Análise de dados para gerar conhecimento. • Implementação de ações. • Arquivamento de dados. Em relação a essas etapas, avalie as afirmativas. I – A fase de definição do problema diz respeito a entender quais dados precisam ser analisados para melhorar a situação da linha de base ou para resolver o problema. II – Na etapa de análise de dados para gerar conhecimento, devemos saber quais informações sobre o problema fornecem os dados necessários e como esse conhecimento ajuda na resolução do problema. III – Na implementação de ações, devemos ter a definição do objetivo (o que precisa ser resolvido), o desenho da estratégia (como será resolvido), a determinação das táticas (ações a serem tomadas) e a escolha das principais métricas que serão usadas para analisar os resultados. 151 PROCESSOS DECISÓRIOS É correto o que se afirma em: A) I e II, apenas. B) II e III, apenas. C) I e III, apenas. D) III, apenas. E) I, II e III. Resposta correta: alternativa B. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: a definição do problema diz respeito a saber o estado inicial da situação e, se houver algum problema, identificá‑lo com clareza. A preparação de dados refere‑se a entender quais dados precisam ser analisados para melhorar a situação da linha de base ou para resolver o problema. II – Afirmativa correta. Justificativa: na análise de dados para gerar conhecimento, investigamos o problema e encontramos suas possíveis soluções. Nessa fase, devemos saber quais informações sobre o problema fornecem os dados necessários e como esse conhecimento ajuda na resolução do problema. III – Afirmativa correta. Justificativa: na implementação de ações, devemos implantar os resultados das análises realizadas e as decisões tomadas com base nos dados obtidos. Nessa fase, devemos ter a definição do objetivo (o que precisa ser resolvido), o desenho da estratégia (como será resolvido), a determinação das táticas (ações a serem tomadas) e a escolha das principais métricas que serão usadas para analisar os resultados. 152 REFERÊNCIAS ABBADE, E. B.; BRENNER, F. Perfil de liderança e tomada de decisão. Revista de Administração Faces Journal, v. 8, n. 1, p. 107‑127, 2009. ABDELSALAM, H.; DAWOUD, R.; ELKADI, H. An examination of the decision making styles of egyptian managers. Business Strategies and Approaches for Effective Engineering Management, p. 219‑236, 2013. ABRANTES, A.; SANMARTIN, S. M.; PRADO, D. 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