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Literatura - Moderna Plus-874-876

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 c) Sim, porque está na idade de trocar a “fama do 
caçador pela glória do guerreiro”.
 2 Sim. Do mesmo modo que no quadro, o texto fornece 
uma série de detalhes que teriam a finalidade de recriar, 
aos olhos do leitor, a imagem do índio caçando. Além 
disso, a preocupação de Alencar em tratar de um costu-
me da tribo de Jaguarê é evidente: a cena foi construída 
para revelar que a transformação do caçador em guer-
reiro só se dará, naquela cultura, pelo enfrentamento 
de um inimigo poderoso, ameaçador. A caracterização 
idealizada do índio, no texto, é absoluta: forte, jovem, 
belo, Jaguarê não teme os animais da floresta. Na ver-
dade, eles nem sequer representam uma ameaça para 
ele, que precisa procurar um inimigo mais poderoso, 
caso queira construir sua identidade como guerreiro.
 3 a) Após o grito de guerra lançado como um desafio por 
Jaguarê, a natureza “responde” ao índio por meio da 
sucuri e do tigre. 
 b) Ao propor um “diálogo” entre o índio e os animais, o 
narrador sugere a perfeita integração entre ele e a na-
tureza em meio à qual é apresentado. Essa integração, 
já proposta desde o início da cena, é tão absoluta que a 
sucuri e o tigre compreendem o “desafio” feito pelo ca-
çador: “venham me enfrentar”. Outra função associada 
ao diálogo é também aumentar a frustração de Jaguarê, 
porque, mesmo lançando um desafio, ele não é respon-
dido por um inimigo à altura da prova a ser vencida. 
 4 Sim. Além de todas as qualidades de Jaguarê (força, 
coragem, etc.), que podem ser associadas às perso-
nagens heroicas românticas, o narrador também o 
insere em uma situação de extremo perigo, que terá 
de ser superada individualmente. Como herói român-
tico, Jaguarê precisa cumprir uma jornada individual 
que exige sacrifícios de sua parte (o abandono do 
ambiente acolhedor da tribo, o afastamento da jovem 
Jandira, o enfrentamento do perigo maior...) e cuja 
superação, graças a suas qualidades individuais, fará 
com que alcance a recompensa pretendida.
 Texto para análise 343 
 1 Peri está “na flor da idade”, tem “talhe delgado e 
esbelto como um junco selvagem, está vestindo 
uma simples túnica de algodão, a que os indígenas 
chamavam aimará, apertada à cintura por uma fai-
xa de penas escarlates, [que] caía-lhe dos ombros 
até ao meio da perna”. É forte, corajoso, ágil e tem 
plena consciência dessas habilidades. Além disso, é 
caracterizado como “selvagem”, uma referência não 
só ao seu povo, mas também a sua natureza livre 
e heroica. A onça é apresentada como um animal 
enorme, com um “dorso negro, brilhante, marche-
tado de pardo”, cujos olhos comparavam-se a “dois 
raios vítreos e pálidos, que semelhavam os reflexos 
de alguma cristalização de rocha, ferida pela luz do 
sol”. Ao confrontar Peri, mostrava-se ameaçadora e 
terrível, “rugindo de fúria e vingança”, equiparando- 
-se ao índio em força, agilidade e coragem. 
> A caracterização de Peri procura construir para o 
leitor a imagem do índio como o herói do romance 
indianista. Para reforçar essa imagem, ele é colocado 
diante de um adversário poderoso, pois, quando o 
embate termina com a vitória do indígena, o leitor 
comprova a natureza heroica incomparável da per-
sonagem que protagonizará o romance. 
 2 “Assim, estes dois selvagens das matas do Brasil, cada um 
com as suas armas, cada um com a consciência de sua 
força e de sua coragem, consideravam-se mutuamente 
como vítimas que iam ser imoladas.”
> Tanto o índio quanto a onça, ambos caracterizados pela 
sua força, agilidade, graça e coragem, são exemplos 
vivos das belezas inigualáveis de nosso país. Esses dois 
“selvagens brasileiros” representam o espírito livre da 
nação brasileira que se delineia no romance indianista. 
 3 A resposta do aluno deve reconhecer na descrição e na 
ação do índio a marca da força, da coragem natural, da 
exuberância desse habitante original do Brasil. Deve 
observar também a comparação com um animal sel-
vagem descrito em toda a sua força e beleza. A vitória 
do índio sobre a onça reforça a coragem e o vigor do 
elemento humano. Todas essas características são, na 
perspectiva do projeto romântico indianista, extensi-
vas ao próprio país: o Brasil seria uma nação tão forte 
e grandiosa quanto seu habitante original.
 4 a) A música de Caetano Veloso traz a imagem do 
índio que renasce em uma espécie de redenção, 
depois de “exterminada a última nação indígena”. 
Esse índio “pousará no coração do hemisfério sul” 
e virá impávido, apaixonado, tranquilo e infalível. 
Caetano recupera a imagem do índio heroico e 
exuberante, eleito como representante da identi-
dade do Brasil no Romantismo. 
 b) Ao evocar a imagem de Peri, o texto reforça a 
representação do índio como heroico, corajoso, 
apaixonado.
 5 Não. Tanto no texto de Alencar quanto na música, 
temos um índio idealizado, heroico, forte, que repre-
senta o seu povo e sua cultura. Na lei, percebemos 
que essa imagem não corresponde ao tratamento real 
dispensado aos indígenas em 1845: naquela época, os 
nativos eram vistos não como o símbolo máximo do 
Brasil, mas como seres que precisavam ser “salvos” pelo 
homem branco, sendo submetidos a um processo de 
aculturação e absorvidos como mão de obra. 
 Texto para análise 351 
 1 Sim. É possível perceber a absoluta devoção e abnega-
ção de Peri a Cecília. Bastou que a jovem manifestasse, 
“brincando”, seu desejo de ver uma onça viva para que 
o índio arriscasse sua vida para satisfazer a moça. Tal 
relação de devoção evoca a vassalagem característica 
da Idade Média: Peri comporta-se como o vassalo de 
Cecília, a quem elegeu como sua “senhora”.
Professor: seria interessante mostrar como tal submissão 
de Peri a Cecília é uma extensão de sua vassalagem a D. 
Antônio Mariz, como é possível constatar em outras pas-
sagens do romance. No final, por exemplo, Peri se converte 
ao cristianismo a pedido de D. Antônio, para salvar Cecília. 
 2 “Crede-me, Álvaro, é um cavalheiro português no corpo de 
um selvagem!”
 a) O modelo de herói escolhido é o cavalheiro portu-
guês, ou seja, o homem europeu.
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 b) Embora Peri represente o herói nacional, seu caráter não 
é o de “um selvagem”, mas o de um “cavalheiro portu-
guês”. Assim, toda a sua dedicação a Cecília, sua cora-
gem, seu heroísmo seriam decorrência dessa imagem 
do índio romântico concebido à semelhança do homem 
europeu: seu comportamento é a representação dos 
mais nobres princípios da sociedade burguesa (hones-
tidade, bravura, paixão, abnegação, etc.), imensamente 
valorizados no Romantismo. O fato de Alencar carac-
terizar o índio como um verdadeiro cavaleiro medieval 
torna mais explícita a influência do modelo romântico 
europeu como base dos romances brasileiros.
 3 Não. Embora Alencar apresente Peri como um herói 
indígena, a construção da personagem e de seu 
caráter é influen ciada pelo olhar de homem civili-
zado. Nesse contexto, a imagem de Peri é a de um 
selvagem que, como vimos pela Lei de 1845, preci-
sava ser “salvo” pelo homem branco (é importante 
lembrar que o romance foi publicado em 1857). 
Por esse motivo, o olhar de Alencar para o herói 
que construiu não é completamente “livre”, pois 
projeta no romance muito do contexto cultural em 
que se formou. Sendo assim, a imagem do indígena 
apresenta características que refletem um modelo 
europeu de cavalheirismo. 
 4 Martim volta para fundar a “mairi dos cristãos”, ou seja, 
iniciar o processo de colonização das novas terras e 
de conversão dos povos indígenas.
 a) “Muitos guerreiros de sua raçaacompanharam 
o chefe branco, para fundar com ele a mairi dos 
cristãos. Veio também um sacerdote de sua reli-
gião, de negras vestes, para plantar a cruz na terra 
selvagem”.
 b) Não. Alencar apresenta a colonização e a cate-
quização dos povos indígenas, isto é, o processo 
de aculturação, de modo natural. Ele sugere a 
necessidade de “salvar” os índios pela religião, já 
que essa “terra selvagem” teria uma cruz plantada 
por um sacerdote da religião do chefe branco. 
 5 Poti é o que primeiro se ajoelha diante da cruz para ser 
batizado, abrindo mão de sua cultura, de seu nome 
e de suas crenças. Para o índio, isso não representa 
submissão; ao contrário, na cena, Poti está feliz, 
pois “não sofria ele que nada mais o separasse de 
seu irmão branco. Deviam ter ambos um só Deus, 
como tinham um só coração”. Toda a cena sugere 
que o índio se entrega de bom grado à cultura do 
conquistador português, sem lamentar o processo 
de aculturação por que passa.
> A conversão de Poti indica que o processo de 
colonização vem associado à catequização dos 
índios. Mais do que isso, da maneira como a 
cena é apresentada, percebe-se a sugestão de 
que esse processo foi natural para os indígenas, 
que docilmente aceitavam a nova religião, como 
se estivessem esperando a “salvação” do homem 
branco.
 6 O projeto indianista tinha como propósito escrever ro-
mances que valorizassem o elemento brasileiro não 
marcado pela colonização. Nesse sentido, Alencar 
usa a fala de Batuirité para “denunciar” o massacre 
de um povo e de sua cultura. Na cena final, o que 
está em jogo, como enfatiza o narrador, é a adoção do 
“Deus verdadeiro”. Brasileiro do século XIX, Alencar 
vive em um país cristão. Educado por uma sociedade 
que não questiona a supremacia branca nem sua 
religião, o autor acaba por refletir em suas obras essa 
visão: transforma Peri em um perfeito “cavalheiro 
português” e faz Poti abraçar alegremente a fé de 
seu “irmão” português. 
 7 a) Segundo o antropólogo, com a catequização, o 
índio passa a ver o mundo a partir da perspectiva 
cristã, ou seja, os valores que antes ele cultuava (a 
liberdade, a ingenuidade, a bravura, a criatividade, 
a alegria) acabam contaminados pelos conceitos 
cristãos do pecado, da punição, da covardia. 
 b) Darcy Ribeiro apresenta uma visão negativa dessa 
conversão. Segundo o antropólogo, a cristandade 
traz para o índio o mundo do pecado e do sofrimen-
to, negando todos os seus costumes, ou condenan-
do-os como inadequados aos valores cristãos. Nesse 
cenário, “todo o futuro possível seria a negação mais 
horrível do passado, uma vida indigna de ser vivida 
por gente verdadeira”. 
 Jogo de ideias 353 
A atividade proposta tem por objetivo, além de apro-
fundar a discussão apresentada no capítulo sobre o ro-
mance indianista, em especial os de José de Alencar, levar 
os alunos a compreender que o contato entre a cultura 
europeia e a indígena, da forma como é apresentado 
nesses romances, é idealizado e marcado, culturalmente, 
pela visão do autor no momento em que produziu cada 
uma de suas narrativas. Assim, os alunos serão levados 
a se perguntar se o que viram nos romances no que se 
refere ao processo de aculturação sofrido pelos povos 
indígenas durante o período de colonização, de fato, 
corresponde à realidade. Também acreditamos ser pos-
sível, por meio dessa atividade, estimular nos alunos a 
habilidade de argumentar com propriedade a partir de 
uma determinada perspectiva de forma a convencer o 
lado oposto e o público da validade da argumentação 
construída. 
Achamos que a tarefa de realizar um debate em que 
sejam defendidas diferentes visões sobre os desdobra-
mentos do contato entre suas culturas durante o processo 
de colonização permitirá que os alunos exercitem sua 
capacidade de análise dos elementos que, nos roman-
ces indianistas, revelam a idealização desse contato e 
apresentam, por exemplo, a chegada do homem branco 
como algo positivo, inclusive pelos próprios indígenas, 
como fica sugerido na cena de conversão de Poti, no 
romance Iracema. 
Achamos que, por meio dessa análise, os alunos serão 
capazes de compreender e aprofundar seus conhecimen-
tos no que diz respeito ao projeto literário do romance 
indianista e analisar como esse contato entre duas cul-
turas tão diferentes seria visto a partir de perspectivas 
diversas. Para que isso ocorra, será necessário que eles, 
no momento de elaborar a argumentação com base nos 
textos de José de Alencar e de Darcy Ribeiro, percebam que, 
no primeiro, o autor apenas descreve o comportamento 
dos índios a partir da visão de mundo apresentada nos 
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romances indianistas, ou seja, uma visão de que o índio 
precisa ser “salvo” pelos portugueses e mais: que deseja 
isso; já Darcy Ribeiro faz uma avaliação dos efeitos para o 
povo indígena do contato com o homem branco, deixando 
evidente que a intervenção dos portugueses na cultura 
indígena foi nociva.
 Conexões 356 
O documentário No caminho da expedição Langsdorff foi 
produzido pela Grifa Mixer Cinematográfica e exibido no 
canal de tevê a cabo Discovery. Mais informações podem 
ser obtidas no site http://mixer.com.br.
Uma viagem no tempo: primeiras leituras 358
Para sugestões gerais sobre o trabalho com os textos trans-
critos nesta seção, leia, neste Suplemento, a parte inicial da 
orientação para a seção “Uma viagem no tempo: primeiras 
leituras” do Capítulo 12. 
Achamos interessante que os alunos possam ter um 
primeiro contato com o romance regionalista pela leitura 
de um trecho de Inocência, de Visconde de Taunay. Terão, 
assim, a oportunidade de observar o esforço de criar uma 
representação da vida no interior do Brasil, ainda que 
mantendo preservada a idealização sentimental típica do 
romantismo.
Nesse sentido, é interessante, por exemplo, comparar 
as reações de Inocência, no diálogo transcrito, ao compor-
tamento de personagens como Carolina (protagonista do 
romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo) ou 
Aurélia (do romance Senhora, de José de Alencar). Inocência 
reage com certo espanto e admiração à constatação de que 
ama Cirino. E as diferenças entre o modo como o envolvi-
mento amoroso é retratado nos romances regionalistas e 
nos romances urbanos não param por aí. Em lugar de vir 
acompanhado de felicidade, o amor traz, para a moça, um 
sentimento de vergonha e temor. 
Concluída a leitura do trecho transcrito, o professor pode 
estimular a conversa sobre esses e outros aspectos que aju-
darão os alunos a refletirem sobre a experiência: 
> Sentiram dificuldade para ler o texto? Por quê?
> Algum aspecto da caracterização das personagens 
que participam do diálogo chamou sua atenção? 
Qual? Por quê? 
> Perceberam alguma relação entre as imagens e o 
texto?
> O diálogo entre Inocência e Cirino tematiza o amor 
entre essas duas personagens. Nos capítulos an-
teriores, eles tiveram contato com trechos em que 
o envolvimento amoroso entre os protagonistas 
era apresentado. O amor entre Augusto e Carolina, 
Aurélia e Fernando, Paulo e Lúcia, Peri e Ceci é se-
melhante ao de Inocência e Cirino?
> O comportamento de Inocência, no trecho, leva o 
leitor a formar que imagem sobre ela? 
> O que Inocência pensa sobre o amor? E sobre o 
casamento?
> Em uma determinada passagem do texto fica claro 
que Inocência e Cirino vivem no sertão. Eles acham 
que o comportamento das personagens é afetado 
pelo espaço em que se encontram? De que modo? 
> Do diálogo entre Cirino e Inocência, é possível ima-
ginar que o envolvimento entre as personagens terá 
um final feliz ou trágico? Por quê? 
> O texto e as imagens os fazem lembrar de outros 
textos, músicas ou filmes contemporâneos? Se sim, 
qual é a semelhança percebida? Se não, quais são 
as principaisdiferenças?
É importante lembrar que as perguntas acima servem 
somente como um roteiro básico para estimular a partici-
pação dos alunos e podem, evidentemente, ser substituí-
das por outras que o professor julgar mais interessantes. 
Os próprios alunos podem fazer questões que tenham 
sido motivadas pela leitura dos textos. O importante é que 
essa experiência faça com que se sintam mais à vontade 
para discutir textos literários, sem que se preocupem em 
encontrar uma interpretação “correta” para eles.
Capítulo 18
O romance regionalista. 
O teatro romântico 360
O trabalho realizado ao longo deste capítulo favore-
ce o desenvolvimento da competência de área 5 e 
das habilidades H15, H16 e H17. Para identificá-las, 
consultar a matriz do Enem 2009, que se encontra 
no Portal Moderna Plus.
 Leitura da imagem 361 
 1 Espera-se que o aluno identifique uma venda, ou um 
empório.
> Nas prateleiras atrás da senhora aparecem várias 
peças de roupa (gravatas, camisas), peças de tecido. 
Há um balcão, que separa as mercadorias dos fre-
gueses; no lado direito, ao fundo, vê-se uma balança 
(os pesos aparecem à esquerda).
 2 As pessoas parecem conversar. A moça borda, enquan-
to o homem segura uma linha vermelha que está sendo 
enrolada pela senhora atrás do balcão.
 a) Há, entre elas, um clima de familiaridade. Trata-se, 
provavelmente, de pessoas que se conhecem. 
 b) A ideia de familiaridade pode ser associada à descon-
tração do contexto em que as pessoas estão repre-
sentadas. O fato de haver uma sacola, com objetos 
espalhados pelo chão (algo que parece ser um livro, 
uma sanfona), também sugere familiaridade, porque, 
se essas pessoas não se conhecessem, provavelmente 
se comportariam de modo mais cerimonioso e os 
objetos não esta riam largados pelo chão.
 3 A familiaridade – quase domesticidade – entre as 
pessoas sugere um ambiente onde todos se conhecem 
e não fazem muita cerimônia. Geralmente esse tipo 
de ambiente é mais comum nas cidades pequenas 
do interior do país. Nos grandes centros urbanos, as 
pessoas são mais “anônimas” e as transações comer-
ciais mais impessoais, uma consequência natural do 
maior número de habitantes dessas cidades. O fato 
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