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SIMULADO ABERTO 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a)questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b)Proposta de Redação; c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição. 2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 5. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 6. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 7. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO. 8. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de prova nos 30 minutos que antecedem o término das provas. ATENÇÃO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA, com sua caligrafia usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase: 1.o DIA RESOLUÇÕES EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) Anna Karenina By Leo Tolstoy – PART ONE – Chapter 1 Happy families are all alike; every unhappy family is unhappy in its own way Everything was in confusion in the Oblonskys’ house. The wife had discovered that the husband was carrying on an intrigue with a French girl, who had been a governess in their family, and she had announced to her husband that she could not go on living in the same house with him. This position of affairs had now lasted three days, and not only the husband and wife themselves, but all the members of their family and household, were painfully conscious of it. Every person in the house felt that there was no sense in their living together, and that the stray people brought together by chance in any inn had more in common with one another than they, the members of the family and household of the Oblonskys. The wife did not leave her own room, the husband had not been at home for three days. The children ran wild all over the house; the English governess quarreled with the housekeeper, and wrote to a friend asking her to look out for a new situation for her; the man-cook had walked off the day before just at dinner time; the kitchen-maid, and the coachman had given warning. 1994, Ramdom House, Inc. A situação descrita nesse trecho do romance � discute as questões morais resultantes do com - por ta men to da governanta. � introduz as características básicas de alguns dos personagens principais do romance. � descreve as atividades rotineiras das crianças da família Oblonsky. � apresenta o caos familiar que se instala após uma revelação de adultério. � discorre sobre a vida de uma família poderosa que vivia em Oblonsky. Resolução Lê-se no texto: “Everything was in confusion in the Oblonskys’ QUESTÃO 01 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA house. The wife had discovered that the husband was carrying on an intrigue with a French girl, who had been a governess in their family, and she had announced to her husband that she could not go on living in the same house with him”. Resposta: D EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Cyberbullying is harassment through electronic means such as telephone text messages, social media such as Facebook and Twitter or online blogs and bulletin boards. In normal bullying, students are given a daily break from the torment as bully and victim each go to their separate homes. But for victims of cyberbullying, there is no reprieve, as the abuse enters into their private lives. In the US, there are at least 44 states that have anti-bullying laws on the books. While only six of them use the actual word "cyberbullying", 31 others have laws that specifically mention "electronic harassment". Prosecution in the UK is a little more difficult. While all schools are required to have anti-bullying policies in place, cyberbullying itself is not named as a criminal offence. Offenders in the UK would have to be charged under various other laws, including the Protection from Harassment Act of 2003. This makes prosecution much more difficult. Authorities agree that in order to stop cyberbullying, there has to be parental involvement. Parents need to be vigilant about their children’s access to technology. They should monitor their children’s use of social media, especially children under the age of 14. Bullies are not going to simply disappear, but parents can go a long way in protecting their children from being bullied. Go! English, ano II, n. 14 (fragmento). De acordo com o texto, nos Estados Unidos, alguns estados têm leis específicas para assédio via meios eletrônicos. Já no Reino Unido, a instauração de processos contra praticantes de cyberbullying é mais difícil porque � as vítimas precisam recorrer a outras leis exis - tentes, pois o cyberbullying não é conside rado crime. � as leis que regulamentam o uso da internet e dos meios eletrônicos de comunicação são inexisten - tes. � os pais das vítimas não têm interesse em denun - ciar os agressores de seus filhos às autoridades competentes. � os estudantes com idade inferior a 18 anos não po - dem sofrer acusações de prática de cyberbullying ou bullying. � as leis como a de Proteção contra Atos de Assédio de 2003 estabelecem que o cyberbullying não é crime. Resolução Lê-se a informação no seguinte trecho do texto: “Prosecution in the UK is a little more difficult. While all schools are required to have anti-bullying policies QUESTÃO 02 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA in place, cyberbullying itself is not named as a criminal offence. Offenders in the UK would have to be charged under various other laws, including the Protection from Harassment Act of 2003. This makes prosecution much more difficult.” Resposta: A EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Movie: Hijras – The Third Gender Director: Devika Urvashi Bhisé Duration: 29 minutes Hijras are the outcastes of Indian society and live on its fringes. These eunuchs (originally only castrated males) were once employed by sultans and maharajas to guard the women in their harems. Now shunned by society, they are treated with less respect than the Dalits, or untouchables. Considered neither men nor women, Hijras have no constitutional rights. Currently, there is an ongoing debate in India regarding whether or not they should be granted the status of a third gender. Most hijras are genetically born as men, but believe they are women within. The rest are hermaphrodites with some abnormality in genitalia. For those born men, becoming a hijra is a painful process that involves removing the entire genitalia in a secret ceremony that is often undergone without any anesthetic. Currently, most hijras have only three ways in which they can make a living: prostitution, begging, and as performing shamans removing bad luck and/or spells from suspicious Indian households. Sex work is one of the only options for hijras because there are few employment opportunities available to them. Hijras are most commonly seen knocking on car windows, begging for money at stoplights.Although hijras are feared for their dissimilarities, they are also revered for their alleged mystical abilities. Most Indian families seek their blessings during any auspicious ceremony such as a birth, a wedding, or the building of a new house. As pariahs of society, they are subjected to prejudice that is often translated into verbal abuse, humiliation, extreme discrimination, and violence in public as well as private venues. I have documented a short film to create awareness of the plight of this segment of society and allow their voices to be heard. I was privileged to share this community’s inner life and have tried to capture its stark reality as a friend rather than a voyeur. The filming took place from June 2008 to September 2008 in various cities and locations in India. Disponível em: <www.engendered.org>. O filme Hijras – The Third Gender tem como objetivo chamar atenção para a situação vivida por um segmento da sociedade indiana, os hijras. De acordo com o que se captura dessas vozes no filme e do que se lê no texto, esse segmento reivindica QUESTÃO 03 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA � os mesmos direitos dos dalits, ou intocáveis. � o direito constitucional de sair da marginalidade. � um processo mais humano de mudança de sexo. � a regulamentação de suas atuais funções sociais. � o reconhecimento de suas habilidades místicas. Resolução Lê-se no texto: “Considered neither men nor women, Hijras have no constitutional rights. Currently, there is an ongoing debate in India regarding whether or not they should be granted the status of a third gender.” Resposta: B EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Languages and cultures use non-verbal communication which conveys meaning. Although many gestures are similar in Thai and English such as nodding for affirmation many others are not shared. A good example of this is the ubiquitous “Thai smile”. The “smile” carries a far wider range of meanings in Thai than it does in English culture. This can sometimes lead to serious communication breakdowns between Thais and English speakers. An example from my own early experience in Thailand illustrates the point. When confronting the Thai owner of a language school with administrative problems, complaints regarding student numbers in the class were met by a beaming smile and little else. I took this to mean lack of concern or an attempt to trivialise or ignore the problem. I left the discussion upset and angry by what appeared to be the owner’s offhand attitude to my problems. It was only later when another native speaking English teacher, with considerably more experience of Thailand, explained that a smile meant an apology and the fact that the following day all my complaints had been addressed, that I fully understood the situation. Disponível em: www.spring.org.uk (fragmento). Viver em um país estrangeiro pode ser uma expe - riência enriquecedora, embora possa também ser um desafio, pelo choque cultural. A experiência relatada pelo autor do texto revela diferentes atribuições de sentido a um determinado compor tamento, mostran - do que naquela situação o sorriso indicava um(a) � forma educada de fazer uma reclamação. � modo irônico de reagir a uma solicitação. � jeito de reconhecer um erro e se desculpar. � tentativa de minimizar um problema. � estratégia para esconder a verdade. Resolução No texto: “It was only later when another native speaking English teacher, with considerably more experience of Thailand, explained that a smile meant an apology and the fact that the following day all my complaints had been addressed, that I fully understood the situation.” Resposta: C QUESTÃO 04 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Disponível em: <https://tinyurl.com/ybguaefn>. A charge, referente ao ambiente de trabalho, mostra um chefe sugerindo que seu funcionário � mude a estratégia de meditação para evitar o estresse. � pratique meditação para diminuir a ocorrência de doenças. � se reúna com os demais funcionários da empresa para relaxar. � simplifique a forma de relaxamento e volte a trabalhar rapidamente. � utilize mais o horário de trabalho para cuidar da saúde física e mental. Resolução O chefe sugere que seu funcionário apenas feche os olhos e respire profundamente três vezes como os outros funcionários. Resposta: D QUESTÃO 05 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) La influencia de la literatura en el cerebro: mejora las habilidades cognitivas y el equilibrio psicológico Leer un buen libro no solo es un placer, sino algo bueno para la salud. Estudios observacionales desarrollados durante más de 10 años, realizados en personas cercanas a la tercera edad, han demostrado que la mortalidad de los lectores habituales se reduce un 20%, algo probablemente relacionado con el efecto protector de la lectura en las habilidades cognitivas, así como en el equilibrio psicológico. La escritura y la lectura se encuentran entre los grandes logros del homo sapiens y han contribuido a su capacidad para comunicarse y transmitir conocimientos. “La capacidad narrativa, la creación de historias, es mucho más antigua que la invención de la escritura”, dice Emanuele Castano, del Departamento de Psicología y Ciencias Cognitivas de la Universidad de Trento. “La psicología evolutiva considera las historias contadas por nuestros antepasados alrededor del fuego como una actividad que ha permitido la evolución de la mente humana. En cierto sentido, son precisamente las historias las que nos hicieron humanos, dado que transmiten significados e informaciones importantes para la vida social”. El psicólogo cognitivo Jerome Bruner consideró la narración de historias como la forma en que damos sentido a nuestra experiencia. […] Un estudio publicado en la revista Science muestra cómo los diferentes tipos de historias influyen en la forma en que pensamos. Por ejemplo, las novelas más literarias aumentan nuestra capacidad para comprender mejor a los demás, lo que en las ciencias cognitivas llamamos teoría de la mente. Por el contrario, las novelas de género o más populares no parecen estimular esta capacidad. […] Disponível em: <https://www.elmundo.es/cultura/literatura/2020/08/01/5f24245afc 6c83485f8b45cb.html>. Acesso em: 2 ago. 2020 (adaptado). Segundo o texto, é correto afirmar que � os romances mais literários foram os grandes responsáveis pela evolução humana. � após 10 anos de boas leituras seremos pessoas melhores. � 20% das pessoas com hábitos de leitura viverão mais e melhor. QUESTÃO 01 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA � os bons romances nos ajudam a compreender melhor as outras pessoas. � os psicólogos evolutivos estimulam a leitura de autores clássicos para estimular o desenvol - vimento socioeconômico. Resolução Lê-se a resposta no final do último parágrafo. Resposta: D EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Disponível em: <https://www.lifeder.com/frases-de-nelson- mandela>. Acesso em: 2 de ago. 2020. Em espanhol alguns substantivos femininos devem, obrigatoriamente, vir acompanhados de um artigo masculino. É o caso de “el arma” presente no texto acima. Marque a opção em que todas as palavras obedecem à mesma regra. � el agua, el águila, el habla � el hacha, el hada, el árbol � el país, el mar, el hambre � el alma, el color, el dolor � el dolor, el árbol, el mar Resolução Apenas a opção A obedece à regra, isto é, todas são palavras femininas, com a sílaba mais forte iniciada com “a” ou “ha”. (letra b: árbol é um substantivo masculino; letra c: país e mar são masculinos; letra d: color e dolor são masculinos; letra e: todas as palavras são masculinas. Resposta: A QUESTÃO 02 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Angelitos Negros Andrés Eloy Blanco / Antonio Machín Pintor nacido en mi tierra Con el pincel extranjero Pintor que sigues el rumbo De tantos pintoresviejos Aunque la virgen sea blanca Píntame angelitos negros Que también se van al cielo Todos los negritos buenos Pintor, si pintas con amor Por qué desprecias tu color Si sabes que en cielo También los quiere dios Pintor de santos de alcoba Si tienes alma en el cuerpo Por qué al pintar en tus cuadros Te olvidaste de los negros Siempre que pintas iglesias Pintas angelitos bellos Pero nunca te acordaste De pintar un ángel negro. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/antonio- machin/804069/>. Acesso em: 30 de jul. 2020 (fragmento). Os versos Pintor que sigues el rumbo/De tantos pin - tores viejos têm por objetivo � destacar que os pintores de temas religiosos, em geral, são artistas muito experientes no ofício. � criticar os padrões estéticos representados na arte sacra, que geralmente excluem outros grupos étnicos em suas representações, como os negros. � exaltar a importância da arte religiosa para a elevação dos artistas negros no meio social. � desmistificar a figura do artista que realiza obras de cunho religioso. � realçar a importância dos grandes mestres da arte sacra e suas contribuições para o patrimônio cultural da humanidade. Resolução A letra da canção busca criticar a ausência de outros grupos étnicos, em especial o negro, nas represen - QUESTÃO 03 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA tações artísticas. No caso da arte sacra, geralmente, os anjos são representados como brancos. A tradição dos pintores na arte religiosa (pintores velhos ou de épocas passadas) tem-se mantido assim há séculos. Resposta: B EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Arranca la misión para encontrar rastros de vida en Marte NUÑO DOMÍNGUEZ 30 JUL 2020 - 09:30 BRT Hace mucho, mucho tiempo, el planeta rojo fue azul. Marte tuvo ríos y océanos con agua suficiente como para cubrir todo el planeta. También había una atmósfera densa parecida a la de la Tierra, el escenario perfecto para que apareciese la vida. Después, por razones que no están claras, el aire marciano se empezó a hacer cada vez más fino, la atmósfera prácticamente desapareció y con ella el agua líquida. Solo quedaron casquetes polares y placas de hielo enterrado en un planeta desértico y gélido. Así las cosas, existe la posibilidad de que la vida marciana surgiese en algún momento e incluso que haya sobrevivido hasta ahora. EE UU ha lanzado a las 13.50 de este jueves (hora peninsular española) la misión espacial que por primera vez ha sido diseñada para encontrar signos de vida pasada en el planeta rojo. El robot de exploración Perseverance es el vehículo de exploración extraterrestre más completo que haya pisado la superficie de otro planeta. El lanzamiento ha sido algo descafeinado porque los miembros responsables de los equipos científicos de los diferentes instrumentos no estarán allí para ver rugir y despegar al cohete Atlas. La pandemia de la covid-19 ha complicado las cosas hasta el punto de que la NASA llegó a barajar posponer la misión hasta el próximo acercamiento máximo de Marte y la Tierra, dentro de dos años. Pero los responsables del programa han pisado el acelerador, en parte porque el mundo vio hace apenas una semana cómo China lanzaba con éxito su primera misión al planeta rojo, un proyecto de enorme ambición que incluye un orbitador, un aterrizador y un rover, el primero en la historia que podrá hacerle sombra a EE UU, que por ahora sigue siendo el único país que ha desplegado con éxito vehículos móviles en Marte. […] Disponível em: <https://elpais.com/ciencia/2020-07-30/ee-uu- busca-rastros-de-vida-en-marte.html>. Acesso em: 30 de jul. 2020 (adaptado). De acordo com o texto, o termo destacado “desca - feinado” indica que � os Estados Unidos estão perdendo terreno no campo aeroespacial para os chineses. � a NASA desacelerou seu programa espacial devido aos autos custos. � o lançamento do foguete teve seu brilho ofuscado pela pandemia. QUESTÃO 04 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA � o programa aeroespacial norte-americano perdeu o interesse por explorar o planeta Marte. � as possibilidades de encontrar vida em Marte são mínimas. Resolução A pandemia impossibilitou o espetáculo que geral - mente envolve os lançamentos de foguetes. O pró - prio termo “descafeinado”, particípio passado do verbo “des cafeinar”, significa atenuar ou diminuir a es sência de algo. Resposta: C EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Zamora, viaje al epicentro de la despoblación Nada queda de la ciudad que presentó el arquitecto Eduardo Julián Pérez en su poco premonitorio libro Zamora en el porvenir, en 1879. “Zamora marcha hoy a la cabeza de los grandes pueblos, sus hijos son un modelo de actividad [...] y han recogido el fruto de sus heroicos trabajos haciendo que hoy sea envidiada por otras ciudades que antes de ella entraron en la senda del progreso”, escribió. La ciudad castellanoleonesa y su provincia son hoy un foco de despoblación y malos augurios. Esos hijos modélicos se marcharon en busca del progreso inaccesible en su tierra y si en algo destaca Zamora es en la caída demográfica. Pérez tiene una calle con su nombre a pocos minutos del Río Duero, que riega un territorio que desde 1950 ha perdido al 40% de su población, un 10% en la última década. Los registros tanto pasados como recientes muestran cómo se desangra Zamora, con 171.630 habitantes, según el Instituto Nacional de Estadística (INE). Es la provincia española con un mayor descenso porcentual en residentes en 2019 y también en lo que va de siglo, con 30.000 emigrantes. El futuro no anima: apenas una de cada ocho personas tiene menos de 20 años y casi un tercio rebasa los 65. El INE anticipa que Zamora encabezará el descenso poblacional hasta 2033 sin que jóvenes como Rocío Fernández puedan permitirse regresar desde Madrid a pueblos como Ribadelago de Sanabria (30 vecinos). “Lo descartamos totalmente”, suspira esta madre de un niño de dos años. Ella y su marido han sopesado volver, pero la “falta de servicios”, sobre todo sanitarios, frustra incluso su optimismo laboral. “Algo de trabajo encontraríamos”, cree esta administrativa. Pero el bienestar del bebé pesa más que las ganas. […] Disponível em: <https://elpais.com/espana/2020-06-20/zamora- viaje-al-epicentro-de-la-despoblacion.html>. Acesso em: 2 ago. 2020 (adaptado). Marque a opção correta. � Zamora segue na liderança entre as cidades de Castilla y León por seu projeto arquitetônico. � A população de Zamora está migrando para Castilla y León. � Zamora perde população desde 1879 devido a seu atraso socioeconômico. � A população de Zamora migrou em busca de maiores oportunidades e outros serviços. � O despovoamento da região já era retratado no livro Zamora en el porvenir. Resolução Zamora está perdendo população devido à falta de QUESTÃO 05 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA oportunidades na região (progresso). Isso também se demonstra no texto ao citar o pequeno número de população jovem, alto número de idosos e a preca - riedade de alguns serviços. Resposta: D EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Questões de 06 a 45 Local público, com mesas, cadeiras, garçons, cardápio variado e carta de vinhos? A imagem do restaurante atual pouco tem a ver com os primeiros estabelecimentos do tipo. Nascidos em Paris na segunda metade do século XVIII, os restaurantes esta vam mais para hospitais que para ponto de encontro para saciar o apetite. Conhecidos a princípio também como casas de saúde, eles eram pequenos lugares que vendiam um caldo à base de carnes preparado para “restaurar” as forças de pessoas fracas ou debilitadas. Por isso passaram a ser chamados também de restaurants – está aí a origem do nome dos estabelecimentos. No início, ofereciam poucas refeições sólidas, já que a atração principal eram os tais caldos para pessoas doentes. Aventuras na História, edição 202. O texto, a partir de uma perspectiva histórica, explica a origem da palavra restaurante. Considerando essasinformações, pode-se afirmar que � a origem francesa da palavra restaurante afastou-a do sentido original. � o sentido de restaurar sugere que as refeições eram feitas em hospitais. � a saciedade pela ingestão do caldo justifica hoje o sentido de restaurante. � os restaurantes tinham a intenção de restabelecer a saúde das pessoas. � as casas de saúde ofereciam caldos de carne preparados em restaurantes. Resolução Segundo o texto, restaurants, em francês, eram luga - res também conhecidos como "casas de saúde", que vendiam caldos à base de carne para "restaurar" a saúde de pessoas debilitadas. Resposta: D QUESTÃO 06 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Desgosta-me usar a primeira pessoa. Se se tratas - se de ficção, bem: fala um sujeito mais ou menos imaginário; fora daí é desagradável adotar o prono - mezinho irritante, embora se façam malabaris mos por evitá-lo. Desculpo-me alegando que ele me facilita a narração. Além disso não desejo ultrapassar o meu tamanho ordinário. Esgueirar-me-ei para os cantos obscuros, fugirei às discussões, esconder-me-ei prudente por detrás dos que merecem patentear-se. RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. São Paulo, Record, 1986, p. 37. A obra Memórias do Cárcere é autobiográfica, pois o autor relata suas experiências no tempo em que esteve preso durante a ditadura de Getúlio Vargas. No trecho, evidencia-se que � o autor tem escrúpulo em usar a primeira pessoa por se tratar de um texto fictício. � o autor faz uso do pronome de primeira pessoa, apesar do desagrado em usá-lo. � o texto autobiográfico facilita o uso do pronome de primeira pessoa por se tratar de memórias. � a justificativa para o não uso do pronome de primeira pessoa é facilitar a narração. � o uso da primeira pessoa evidencia um defeito do narrador: vaidade excessiva. Resolução Apesar do desagrado, a narrativa autobiográfica tem foco narrativo em primeira pessoa. O narrador parece constranger-se mediante a possibilidade de elevar-se ou engrandecer-se: "não desejo ultrapassar o meu tamanho ordinário", o que, segundo o autor, pode ocorrer com o posicionamento em primeira pessoa. Resposta: B QUESTÃO 07 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA 77,8 milhões de descargas elétricas despencam todos os anos no Brasil. Somos campeões mundiais no quesito. Uma consequência da localização e do tamanho de nosso território. O Brasil é o maior país tropical do planeta, e os trópicos têm o clima mais suscetível a tempestades. No mínimo 300 brasileiros são atingidos todos os anos. Um em cada três acidentes é fatal: entre 2000 e 2019, raios foram responsáveis por 110 mortes por ano em média. Foram 2.194 óbitos em duas décadas. Superinteressante, edição 415. Entre as diferentes estratégias argumentativas utiliza - das na construção de textos, no fragmento, está presente, predominantemente, � a comparação entre países. � a trajetória histórica. � o confronto de pontos de vista. � a comprovação por evidências. � a citação de autoridade. Resolução No texto, há a divulgação de várias evidências por meio de dados que comprovam que o Brasil é o recordista mundial de descargas elétricas e que o País sofre graves consequências em razão disso. Resposta: D QUESTÃO 08 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA O nome é uma das primeiras coisas que não escolhemos na vida. Estará inscrito nos registros: na maternidade, no cartório, na certidão de batismo, no RG, no CPF, no obituário etc. Enfim, uma escolha que não fizemos nos acompanha do berço ao túmulo, pois na lápide se dirá que ali jaz Fulano de Tal. Até o alvorecer da República Velha, só a Igreja sabia direito onde os brasileiros nasciam, viviam e morriam, que nomes tinham, de quem descendiam etc. Pois ela era quem os batizava, casava e enterrava. Nos nomes, predominavam homenagens a santos do dia, daí a profusão de Josés, Joões, Marias, Anas, Madalenas. Mas, como em Portugal, personagens históricos, vultos políticos, cientistas, artistas, escritores e, recentemente, jogadores de futebol, cantores e atores inspiraram pais e avós. Revista Língua Portuguesa, n.o 77. O fragmento faz uma reflexão sobre nomes próprios. Como estratégia de construção do texto, o autor faz uso recorrente de � enumerações para sustentar o ponto de vista apresentado. � repetições para retificar as características do objeto descrito. � generalizações para sintetizar as ideias expostas. � adjetivações para descrever a obra caracterizada. � sinonímias para retomar as características da atividade autoral. Resolução O autor vale-se da enumeração, ou seja, da sucessão de palavras em vários momentos do texto, como estratégia argumentativa para sustentar seu ponto de vista, como, por exemplo, “na maternidade, no cartório, na certidão de batismo, no RG, no CPF, no obituário etc.”, “onde os brasileiros nasciam, viviam e morriam, que nomes tinham, de quem descendiam etc. Resposta: A QUESTÃO 09 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Texto 1 Para o professor Adalmir Leonídio, coordenador do Observatório da Criminalização da Pobreza e dos Movimentos Sociais, da USP, há similaridades entre a situação nos Estados Unidos e no Brasil. “Nos dois países, o alvo preferencial da violência policial – que se traduz em tortura e assassinatos – são preferen c ial - mente negros e pobres, moradores dos chamados ‘territórios da pobreza’”. No entanto, [...] “o Brasil mata muito mais negros e pobres que os Estados Unidos”, ressalta. Mas o que justifica essa filtragem racial da polícia brasileira? Para Leonídio, não há dúvidas: no Brasil, existe um senso comum penal desde o início da desagregação do trabalho escravo no País que relaciona negros e pobres ao potencial criminoso. “Essa parcela da população está envolvida em um clima de permanente suspeição. [...] Esse senso comum penal não só foi exacerbado como tem sido explicitamente assumido, o que tem sido favorável à execução de pobres e pretos”, salienta. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/sociedade/racismo- institucional-leva-policia-do-brasil-e-dos-eua-a-matar-mais- negros-e-pobres/> Texto 2 O tempero do mar foi lágrima de preto Papo reto, como esqueletos, de outro dialeto Só desafeto, vida de inseto, imundo Indenização? Fama de vagabundo Nação sem teto, Angola, keto, congo, soweto A cor de Eto'o, maioria nos gueto [...] Nessa equação, chata, polícia mata? Plow! Médico salva? Não! Por quê? Cor de ladrão Desacato invenção, maldosa intenção Cabulosa inversão, jornal distorção Meu sangue na mão dos radical cristão Transcendental questão, não choca opinião Silêncio e cara no chão, conhece? Perseguição se esquece? Tanta agressão enlouquece Emicida. “Boa esperança”. Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/emicida/boa-esperanca.html>. O rap é um gênero musical que busca, entre outros objetivos, criticar aspectos sociais por meio de rimas e do uso poético da linguagem. Por outro lado, a matéria é um gênero jornalístico que busca informar por meio do uso denotativo e referencial da linguagem. Tendo isso em vista, é possível verificar que os textos 1 e 2 se QUESTÃO 10 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA � contradizem, pois possuem objetivos e caracte - rísticas diferentes, que não podem ser conciliadas. � antagonizam, pois tratam do mesmo assunto, mas com perspectivas e registros diferentes. � ratificam, pois os seus conteúdos convergem, independentemente de pertencerem a gêneros diferentes. � complementam, pois os dados da música são apresentados mais satisfatoriamente na matéria jornalística. � endossam, pois os seus conteúdos são baseados nas mesmas fontes e experiências tanto no artigo quanto na letra, indiferentemente. Resolução O rap “Boa esperança”, de Emicida, e a matéria jornalística da Carta Capital dialogam entre si, são coincidentes quanto ao assunto de que tratam, mesmo sendo de gêneros diferentes, pois o que a letra de música critica é similar ao exposto pelos especialistas e pelos dados citadosna matéria jornalística. Resposta: C EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Esse som foi dedicado pras mina que então "seja pesado" Tô cansada de ouvir som meloso pra nois ser dedicado Onde tá escrito que mina só curte love song? Pra ser sincera suas rima é tão ruim quanto seu grau de melação [...] O nosso time tá formado prontas pra mudar o jogo As que bate de frente contra os que baba ovo Se afoga no seu ego, oh estúpido machista! Agora é só rajada dessas mina terrorista DMNA (Sara Donato, Luana Hansen, Souto Mc e Issa Paz). “Machocídio”. Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/dmna/machocidio.html>. Em muitas letras de música é possível notar tanto o perfil da voz poética quanto para quem se destina a mensagem a partir das escolhas gramaticais utilizadas, como marcas de gênero, uso de vocativo, flexão verbal, entre outras. No rap “Machocídio”, percebe-se, a partir desses elementos, que a voz poética da música é a de � uma mulher feminista que se dirige a uma mulher machista que gosta de “love song” e que precisa ser conscientizada. � um grupo de rap que se dirige a outro contra o qual batalha para definir quem faz rimas menos melosas e com menos clichês. � um grupo de mulheres feministas que se dirige a rappers machistas inconscientes de suas ações. � uma mulher de um grupo de feministas que se dirige a um homem machista com atitudes clichês e egocêntricas. � um homem feminista que se dirige a rappers machistas que só fazem música melosa para mulheres. Resolução Pode-se notar, em “Tô cansada” e “Pra ser sincera”, o emprego da primeira pessoa do singular e a voz poética feminina, de uma rapper mulher, integrante de um grupo maior de feministas, como visto em “O nosso time tá formado prontas pra mudar o jogo”. Já o uso de pronomes de terceira pessoa do singular como suas e seu e do vocativo masculino, “estúpido machista”, indica que o interlocutor é um homem machista, com perfil egoísta, como explícito no verso “Se afoga no seu ego”, que aposta em atitudes clichês, como fazer sempre rimas melosas para mulheres, por acreditar que elas só gostam de canções de amor. Resposta: D QUESTÃO 11 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Disponível em: <https://g1.globo.com/pop- arte/noticia/2019/05/01/campanha-recria-foto-classica-de- machado-de-assis-e-mostra-escritor-negro-racismo-escondeu-qu em-ele-era.ghtml>. Nem um gênio como Machado de Assis, escritor de obras como Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas, conseguiu escapar do racismo estru - tural na sociedade brasileira. Negro, Machado foi constantemente “embranquecido” em seus retratos. E é justamente este erro que o Projeto Machado de Assis Real deseja consertar. Em um site, internautas podem fazer um download da nova versão da imagem do autor e realizar uma impressão do retrato. A ideia do projeto é que as pessoas colem a imagem do Machado de Assis "verdadeiro" sobre as fotos que são normalmente divulgadas em livros didáticos e outros tipos de publicações. O movimento Machado de Assis Real é uma parceria entre a Faculdade Zumbi dos Palmares e a agência Grey Brasil. Para Adriano Matos, chefe criativo da agência, o projeto não é apenas para cor - rigir o passado, mas mudar o futuro. “É uma questão de mostrar para as novas gerações que existe uma inspiração de um homem negro na literatura e nas outras artes”. Vanessa Holanda, aluna da Facul dade Zumbi dos Palmares e estagiária da agência, concor - da: “Isso é entender que a representatividade importa e que negros também conseguem chegar à posição de Machado de Assis. Eu acho bem ousado porque ele sempre foi intocável”. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2019/05/campan ha-resgata-imagem-de-machado-de-assis-como-negro.html>. As escolhas dos mecanismos linguísticos utilizados em um texto determinam as lógicas e as inferências interpretativas, pois são responsáveis por seu enca - dea mento e progressão. A esse respeito, identi fica- se no texto em questão que o termo � este, no primeiro parágrafo, introduz o Projeto Ma chado de Assis Real, não referenciado até então. QUESTÃO 12 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA � que, presente na fala de Adriano Matos, retoma a expressão “as novas gerações” para relacioná-la às inspirações. � porque, parte da fala de Vanessa Holanda, denota conclusão sobre a premissa anterior de a ação do projeto ser ousada. � verdadeiro, entre aspas no primeiro parágrafo, indica que alguém se fez passar falsamente por Machado de Assis. � nem, no primeiro período, traz uma ressalva em relação a Machado de Assis, pois até ele foi vítima do preconceito racial. Resolução Apesar do termo nem ser comumente uma conjunção aditiva, nesse texto ele ajuda a construir uma ressalva (nem mesmo) ou concessão à condição de Machado de Assis, quebrando certa expectativa a esse respeito. Ou seja, demonstra que, independen - temente do reconhecimento de genialidade ou do posto que ocupar, homens negros podem ser alvos de racismo. Resposta: E EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA O cartaz divulgou uma exposição que foi sediada no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, em 2010. A mostra contou com várias instalações, algumas interativas, e tinha como proposta provocar o público acerca das variantes linguísticas, desmistificando os conceitos de certo e errado. O uso do termo menas, no cartaz da exposição, � revela a coerência do certo na linguagem formal. � expressa variedade linguística no momento do uso. � enfatiza a noção de “vale-tudo” na fala cotidiana. � destaca um exemplo de “o errado do certo”. � realiza concordância de número com substan - tivos. Resolução A forma menas é usada na variedade popular, que, assim como todas as variedades linguísticas, respon - de a regras de uso, integrando um sistema estru - turado, e não um “vale-tudo” linguístico. Resposta: D QUESTÃO 13 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Disponível em: <https://piaui.folha.uol.com.br/materia/cartuns- de-caco-galhardo/> Nessa charge, o uso da linguagem não verbal aliada ao texto verbal tem o objetivo de � simbolizar o início das mudanças climáticas, mar - cado pelo surgimento do vírus covid-19, respon - sável por evidenciar problemas ambientais. � incentivar o combate da covid-19 com o consumo apenas de produtos sustentáveis, visando mini - mizar as mudanças climáticas. � denunciar a falta de políticas públicas para combater as pandemias e minimizar as emissões de carbono. � evidenciar a relação existente entre o surgimento do vírus covid-19 e as mudanças climáticas observadas no planeta. � criticar as consequências socioambientais negli - gen ciadas pelos governantes durante o combate à epidemia da covid-19. Resolução A charge do cartunista Caco Galhardo tem por objetivo representar o surgimento do vírus covid-19 como um evento ligado às mudanças climáticas vivenciadas no mundo. Resposta: D QUESTÃO 14 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Texto I Disponível em: <https://tinyurl.com/ybqgwsko> Texto II Mães são pessoas, seres humanos, com todas as suas complexidades, contradições. Muitas podem ser boas, outras, não. Retirar essa visão de amor natural tira o espanto quando vemos mulheres não correspondendo ao que se espera de uma mãe. [...] Pensar como a maternidade é imposta como destino é fundamental para uma discussão sobre direitos. Mulheres negras, por causa da opressão racista, criam seus sobrinhos, netos. As empregadas domésticas são obrigadas a cuidar dos filhos das patroas precisando ausentar-se da criação dos seus, assim como suas antepassadas foram forçadas quando escravizadas a cuidar e amamentar os filhos das sinhás. Olhar a maternidade como um direito, para mulheres que foram impedidas de exercê-la, é fundamental. RIBEIRO, Djamila. “Não existe mãe desnaturada”. Folha Ilustrada, 28 fev. 2020 (adaptado). Relacionando-se as ideias dos textos a respeito da trajetória histórica dos afrodescendentesna socie - dade brasileira, constata-se que � os avanços na sociedade brasileira em relação ao preconceito estrutural provocaram modificação significativa na posição ocupada pelos negros nas relações sociais. � após a abolição dos escravos, em 1888, houve um combate intenso aos preconceitos raciais na cultura brasileira, acarretando um nivelamento entre os estratos sociais. � a posição dos afrodescendentes na atual socie - dade brasileira é marcada pela manutenção das estruturas sociais desde o período colonial, produzindo um cenário de desigualdade, inclusive nas relações familiares. QUESTÃO 15 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA � a miscigenação, intensamente incentivada no Brasil desde o período colonial, facilitou a convi - vência entre as classes sociais, evitando uma estratificação dos problemas sociais e familiares. � o convívio maternal das mulheres afrodes - cendentes na criação dos filhos das mulheres brancas levou à visão afetuosa e, consequen - temente, infantilizada das pessoas negras, ainda presente na sociedade brasileira. Resolução Tanto a charge quanto o texto de Djamila Ribeiro apontam para um problema social existente no Brasil e em outros países cuja formação se deu pela exploração da mão-de-obra negra escravizada: a manutenção dos preconceitos herdados ainda desse período. Essas consequências são apontadas, na charge, na violência policial e sistêmica que prende mais negros que brancos, e, no texto, nas relações sociais entre trabalhadoras domésticas e patroas, uma vez que aquelas são obrigadas a abrir mão do cuidado dos seus filhos para cuidar de filhos e familiares destas. Resposta: C EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Disponível em: <https://piaui.folha.uol.com.br/materia/cartuns- de-adao-iturrusgarai-5/> Utilizando características e personagens típicas de determinado gênero literário tradicional, essa charge de Adão Iturrusgarai objetiva compor uma crítica sobre um determinado processo político. O gênero ao qual a charge se refere e a crítica realizada são, respectivamente, � o conto, devido à informalidade existente entre as personagens presentes na charge; a falta de serie dade dos candidatos durante o processo eleitoral. � o apólogo, devido à defesa de um posiciona - mento claro favorável à manutenção da demo - cracia; a falta de idoneidade dos candidatos durante as eleições. � a parábola, devido ao ensinamento moral exis - tente na cena representada; a necessidade de engajamento para vencer uma corrida eleitoral. � a fábula, devido à personificação das persona - gens animais; a astúcia dos candidatos em oposição à ingenuidade dos eleitores. � o cartum, devido aos elementos narrativos, perso nagens e ações, características desse gênero; a probidade dos candidatos engajados nas melho rias sociais. Resolução Trata-se da fábula, devido à personificação das perso - nagens animais. Nas fábulas, os animais utili zados para exemplificar um ensinamento ou uma máxima moral normalmente são escolhidos de acor do com a representação tradicionalmente atribuída a eles: a raposa representa a esperteza, a manipu lação, a astúcia; a galinha, a inocência, a docilidade, a inge - nuidade – características que a tornam facilmente manipulável. Logo, percebe-se a crítica ao sistema eleitoral, no qual os candidatos manipulam os eleitores para conseguir votos. Resposta: D QUESTÃO 16 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA O artista busca entrar em contato com sua noção intuitiva dos deuses, mas, para criar seu trabalho, não pode permanecer nesse domínio sedutor e incor - póreo. Ele deve voltar ao mundo material para fazer sua obra. A responsabilidade do artista é equilibrar a comunhão mística com o trabalho criativo. SMITH, Patti. Só garotos. Companhia das Letras, p. 270. Na passagem transcrita, a autora define o processo criativo de um artista. Considerando as informações apresentadas, pode-se afirmar que o texto � evidencia a representação do artista como um instrumento do sobrenatural, cuja obra deve sem - pre expor a comunhão mística com os deuses. � atualiza a visão objetiva do artista sobre a realidade, cuja análise crítica deve questionar a existência imaterial das divindades. � afirma que a sensibilidade e a inspiração artísticas são aproximações com o divino, mas a obra deve equilibrar materialidade e imaterialidade. � incorpora a subjetividade do artista à visão religiosa, resultando em obras cujas cenas remetem ao metafísico. � expressa o embate entre a realidade e a ima - ginação, aproximando a obra das apresentações místicas. Resolução Segundo Patti Smith, o artista entra em contato com o metafísico, com o místico, plano no qual se en - contra a inspiração artística característica do âmbito imaterial da obra de arte. Contudo, para a concre - tização dessa obra, o artista deve lidar com o plano criativo, com a realidade, único espaço no qual é possível materializar a experiência vivenciada no “domínio incorpóreo”. Pode-se comprovar essa representação nas seguintes passagens: “Ele deve voltar ao mundo material para fazer sua obra. A responsabilidade do artista é equilibrar a comunhão mística com o trabalho criativo”. Resposta: C QUESTÃO 17 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA BENETT, Alberto Examinando a charge, nota-se que sua crítica se constrói, principalmente, por meio da � paráfrase, porque ocorre a retomada da própria charge. � metáfora, pois há comparação implícita entre duas charges. � comparação, visto que há clara comparação entre duas charges. � metonímia, já que a fala da personagem denuncia o horror da charge. � metalinguagem, uma vez que há referência ao próprio código, a charge. Resolução Nota-se a presença da metalinguagem, pois a fala da personagem refere-se à própria charge de Alberto Benett e ambas são um “horror”. Resposta: E QUESTÃO 18 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA SOLDI, Pietro. Disponível em: <https://deposito-de- tirinhas.tumblr.com/>. Acesso em: 15 jun. 2020. Com a disseminação do novo coronavírus, a socie - dade precisou adaptar-se a uma nova realidade, marcada, principalmente, pelo distanciamento social, medida fundamental para se evitar a propagação da doença. Tal afastamento potencializou o uso da tecnologia para a comunicação, como a utilização dos aplicativos de videochamadas. Ao ilustrar esse novo hábito, a charge retrata um aspecto da função fática da linguagem, já que a(s) � conversa está focada na própria linguagem ao se retomar o assunto diversas vezes. � comunicação está focada no canal e há uma preo - cu pação em estabelecer e manter o contato. � personagens procuram estabelecer a inter locu - ção, orientando-se sobre a falha na comunicação. � comunicação está centrada no assunto da conversa que se procura iniciar, com foco na terceira pessoa. � conversa evidencia a subjetividade dos falantes, que se mostram emotivos em função da falha comunicativa. Resolução A função fática está centrada no canal, ou seja, no veículo de comunicação, que nesse caso se dá por meio da videochamada. Sua intenção é checar a recepção da mensagem e manter o ato comunicativo. Na charge, nota-se que o canal falha e as expressões fáticas “tá me ouvindo?”, “oi, você me ouve bem?” são uma tentativa de testar a conexão. Resposta: B QUESTÃO 19 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA A viabilidade da reprodução sistêmica de práticas racistas está na organização política, econômica e jurídica da sociedade. O racismo se expressa concre - tamente como desigualdade política, econômica e jurídica. Porém, o uso do termo estrutura não significa dizer que o racismo seja uma condição incontornável e que ações e políticas institucionais antirracistas sejam inúteis; ou, ainda, que indivíduos que cometam atos discriminatórios não devam ser pessoalmente responsabilizados. Dizer isso seria negar os aspectos social, histórico e político do racismo. (...) Ainda que os indivíduos que cometamatos racistas sejam responsabilizados, o olhar estrutural sobre as relações raciais nos leva a concluir que a responsabilização jurídica não é suficiente para que a sociedade deixe de ser uma máquina produtora de desigualdade racial. (...) Entender que o racismo é estrutural, e não um ato isolado de um indivíduo ou de um grupo, nos torna ainda mais responsáveis pelo combate ao racismo e aos racistas. ALMEIDA, Silvio. O que é racismo estrutural? Editora Letramento, 2018, pp. 39-40. Nos debates sobre a questão racial, encontram-se diferentes definições de racismo. De acordo com o texto, para se entender a concepção estrutural do racismo, é necessário notar que � a responsabilização jurídica de uma prática racista é o suficiente para enfrentar o racismo estrutural. � a principal forma de combate ao racismo é responsabilizando-se juridicamente condutas individuais racistas. � o racismo visto como parte da estrutura social retira a responsabilidade individual sobre a prática de condutas racistas. � o racismo transcende o âmbito da ação individual e a estrutura social tem o racismo com um de seus componentes orgânicos. � o uso do termo estrutura para definir o racismo mostra que ele faz parte de uma condição imutável da sociedade brasileira. Resolução O trecho “Ainda que os indivíduos que cometam atos racistas sejam responsabilizados, o olhar estrutural sobre as relações raciais nos leva a concluir que a responsabilização jurídica não é suficiente para que a sociedade deixe de ser uma máquina produtora de desigualdade racial” confirma a resposta correta. Resposta: D QUESTÃO 20 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Disponível em: <https://www.conasems.org.br/coronavirus-baixe- o-material-de-campanha-disponibilizado-pelo-ministerio-da- saude/> Nos últimos meses, diversas campanhas foram lançadas a fim de se orientar a população sobre o novo coronavírus. Entre os recursos verbais e não verbais utilizados na campanha acima, destaca-se o modo como a linguagem é utilizada para conscien - tizar a população a respeito das formas de prevenção contra esse vírus. Tal estratégia está centrada no(a) � quantidade e no detalhamento das informações fornecidas. � destaque gráfico dado à frase “o que você precisa saber e fazer”. � uso recorrente de estruturas injuntivas que instruem a população. � indicação de outros meios que podem fornecer informações sobre o coronavírus. � relação entre as imagens e as orientações sobre como a população deve proteger-se. Resolução A campanha apresenta uma lista de orientações sobre como a população deve agir para se evitar a propagação do coronavírus. Destaca-se, portanto, o gênero injuntivo, marcado por verbos no imperativo. Resposta: C QUESTÃO 21 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA A fala é vista como uma atividade menor na qual impera o caos gramatical, visto que não há preo - cupação com os usos discursivos da língua nem com a produção textual. Toda a atenção é voltada para a concepção da língua como um sistema de regras. (...) Ao vincular a cultura oral ao pensamento concreto e ao raciocínio prático, associando a cultura escrita ao pensamento abstrato e ao raciocínio lógico, o senso comum reduz a língua falada e a língua escrita a sim ples processos dicotômicos, despre - zando o fato de que do ponto de vista dos usos da língua elas são mui to mais do que isso, inserindo-se em uma multi plicidade de ações e práticas sociais tão variadas quanto criativas. Consideradas em uma perspectiva sociointeracio - nista, fala e escrita são fenômenos interativos e dinâ mi - cos que se constituem a partir de um processo dia lógico cuja coerência e dinamicidade são determi nadas pela situacionalidade e por usos estratégicos diversos. Revista Língua Portuguesa, edição 74, p. 37, jan. 2019. Como atividades comunicativas e práticas sociais situadas, fala e escrita estão presentes em todos os campos do mundo vivido. De acordo com o texto, para se compreender as especificidades dessas duas modalidades da língua, é necessário notar que � a fala e a escrita são unidades dicotômicas que se manifestam por meio de processos sociointera - cionistas. � a fala e a escrita são unidades complementares que se manifestam por meio de processos socioin t era cionistas. � a fala e a escrita, como processos dicotômicos, possuem multiplicidade de ações e práticas so - ciais variadas e criativas. � a fala é marcada pelo caos gramatical e não se preocupa com produção textual, por isso é vista como prática de menor prestígio. � a fala deve ser associada ao pensamento con - creto e ao raciocínio prático, enquanto a escrita, ao pensamento abstrato e ao raciocínio lógico. Resolução O trecho “Ao vincular a cultura oral ao pensamento concreto e ao raciocínio prático, associando a cultura escrita ao pensamento abstrato e ao raciocínio lógico, o senso comum reduz a língua falada e a língua escrita a simples processos dicotômicos, despre zando o fato de que do ponto de vista dos usos da língua elas são muito mais do que isso, inserindo-se em uma multiplicidade de ações e práticas sociais tão variadas quanto criativas” confirma a resposta correta. Resposta: B QUESTÃO 22 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA A arte da felicidade consiste, pois, em não esta - belecer objetivos elevados demais, inatingíveis, mas - sacrantes. É bom graduá-los, atingi-los por etapas, perseverar sem se estressar, sabendo às vezes soltar- se e aceitar os fracassos e os acasos da vida. É o que Montaigne e os sábios taoístas chineses compreen - deram bem e explicaram: deixar a atenção se exer - citar sem esforço; nunca enfrentar uma situação com o objetivo de forçá-la; saber agir e não agir. Em resu - mo, esperar a felicidade e persegui-la, mantendo-se maleável, paciente, sem expectativas desmedidas, sem irritação, com o coração e o espírito sempre abertos. LENOIR, Frédéric. Sobre a felicidade: uma viagem filosófica. Objetiva, p.100. O autor desse parágrafo extraído de um ensaio filosófico disserta sobre a felicidade ser constituída por pequenas etapas, fracassos e acasos. Para tanto, a estratégia argumentativa empregada no excerto é a � alusão histórica, já que remete a sábios históricos conhecidos pelos seus ideais de felicidade que marcaram épocas diferentes. � ficção, pois alude a personagens ficcionais em analogia com a realidade, ou seja, revelando uma comparação. � exemplificação, devido a fatos reais que oferecem sustentação ao ponto de vista do autor em relação ao tema. � autoridade, por meio da apresentação de pará - frase de ideias de Montaigne e de sábios taoístas chineses que já se dedicaram ao assunto. � simplicidade, visto que para argumentar os vocábulos empregados devem visar à persuasão e à compreensão. Resolução O argumento de autoridade constrói-se por meio da apresentação e interpretação da opinião de alguém com conhecimento mais profundo sobre o tema tratado, como ocorre no trecho “É o que Montaigne e os sábios taoístas chineses compreenderam bem e explicaram: deixar a atenção se exercitar sem esforço; nunca enfrentar uma situação com o objetivo de forçá-la; saber agir e não agir.” Assim, há sustentação da tese inicial e credibilidade em relação ao que é defendido inicialmente. Resposta: D QUESTÃO 23 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Pedrinho Pedrão, dê-me uma pera Com sua branca mãozinha, Pois só de vê-la, sou sincera, De água fica minha boca cheinha! CALVINO, Italo. “O menino no saco”. Fábulas Italianas. No texto do qual foi retirado, Pedrinho Pedrão é um menino que subiu em uma pereira para comer seus frutos às escondidas. O excerto em questão são as palavras que uma bruxa lhe dirige. Assim, o objeto do verbo ver, no terceiro verso, cria um efeito estilístico que integra o jogo de palavras nesse texto fabular. Esse efeito se deve ao fato de o(s) � referente anterior, branca mãozinha, atuar como elemento de coesão anafórica. � termo antecedente, pera, explicitar umaneces - sidade desse interlocutor. � referentes mãozinha e pera serem retomados de maneira ambígua. � substantivos boca e mãozinha pertencerem a Pedrinho Pedrão. � verbo da oração anterior, dar, possuir o mesmo alvo da ação. Resolução O pronome oblíquo a que complementa o verbo ver é ambíguo, efeito estilístico que leva a crer que o in - terlocutor de Pedrinho Pedrão não revela sua real in - tenção ao pedir a ele que pegue uma pera, para a qual não existe adjetivação no texto. No entanto, a mão de Pedrinho é caracterizada como branca e está no grau diminutivo, indicando afetividade ou atração por ela. Resposta: C QUESTÃO 24 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Hashtag: o que significa e como usar a “cerquinha” de forma adequada? Por mais simples que pareçam, até as hashtags têm suas boas práticas de uso; saiba como aproveitar esse recurso para aumentar o alcance da sua empresa nas redes sociais Hashtag é um termo associado a assuntos ou discussões que se deseja indexar em redes sociais, inserindo o símbolo da cerquilha (#) antes da palavra, frase ou expressão. Quando a combinação é publicada, transforma-se em um hiperlink que leva para uma página com outras publicações relacio - nadas ao mesmo tema. Mônica Custódio. Blog de Marketing Digital de Resultados. Disponível em: <https://resultadosdigitais.com.br/blog/o-que-e- hashtag/>. O termo entre aspas no título da matéria foi usado para � exibir conhecimento diverso sobre a utilização de um símbolo digital. � construir antítese relacionada ao significado da hashtag. � aludir ao som e à imagem do termo correto expresso no texto. � denotar a finalidade limitadora que a hashtag pressupõe. � estilizar a hashtag para o público não letrado em linguagem digital. Resolução O termo cerquinha é conotativo e faz referência à imagem do símbolo da hashtag, que lembra parte de uma cerca, e ao som similar ao do vocábulo cerquilha, que o nomeia. Resposta: C QUESTÃO 25 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Enquadro poético Escrevo porque ouço vozes, umas gritam de coragem, outras de medo, e todas elas agitam em silêncio o meu coração. Nada a ver com gramática, estética, ética ou métrica, escrevo porque em mim a palavra é fio desencapado, é elétrica. A polícia acadêmica, quando enquadra, não sabe ou esqueceu que as ruas gritam livres ainda que durma na calçada. VAZ, S. Flores de alvenaria. São Paulo: Global Editora, 2016, p. 62. O poema acima é de Sérgio Vaz, um dos nomes mais importantes da literatura periférica contemporânea brasileira. De maneira metalinguística, o eu lírico defende um fazer poético que � reforce técnicas do repertório cultural livresco. � utilize léxico pedante de seu grupo social. � renegue as limitações da estética tradicional. � retome a linguagem da estética surrealista. � recrie a realidade das ruas em linguagem conotativa. Resolução O fragmento do poema de Sérgio Vaz apresenta uma defesa contundente da poesia livre, viva e “elétrica”, que se afasta de uma escrita tradicional e acadêmica. Tal distanciamento é explicitado por meio do verso “Nada a ver com gramática, / estética, ética ou métri - ca”, que verbaliza uma postura que se afaste de elementos que impõem limites ao estilo, que “enquadram” o fazer poético. Resposta: C QUESTÃO 26 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Texto 1 Abacateiro, acataremos teu ato Nós também somos do mato como o pato e o leão Aguardaremos, brincaremos no regato Até que nos tragam frutos teu amor, teu coração Abacateiro, teu recolhimento é justamente O significado da palavra temporão Enquanto o tempo não trouxer teu abacate Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão GIL, G. “Refazenda”. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/16131/>. Acesso em: 18 jul. 2020. Texto 2 Torno a ver-vos, ó montes; o destino Aqui me torna a pôr nestes oiteiros, Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia Que da Cidade o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que té agora se tornava em pranto Se converta em afetos de alegria. COSTA, C. M. da. “Obras”. In: PROENÇA FILHO, D. (org.). A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996, p. 78-79. O texto 1 é do compositor contemporâneo Gilberto Gil e o texto 2 é do poeta árcade brasileiro Cláudio Manuel da Costa. Embora distantes entre si temporal mente, aproximam-se tematicamente, pois discorrem sobre � o conceito de evidenciar o aspecto bucólico como superior ao civil, pois no campo as complicações intelectuais são apaziguadas. QUESTÃO 27 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA � o desejo de enriquecer no campo, aproveitando as benesses que o ambiente interiorano oferece para a ascensão econômica. � o intuito de ressignificar a vivência em meio à natureza, por meio de uma aproximação com esse ambiente considerado íntimo e acolhedor. � a ironia com o modo de vida campestre, caracte - rizado como pouco desenvolvido em comparação ao universo urbano. � o conceito de cuidado e preservação da natureza, diante da ameaça da urbanização do espaço social em que vivem os emissores. Resolução Ainda que produzidos em contextos distintos, os dois textos apresentam um lirismo próximo e íntimo do espaço natural, o que pode ser provado por meio dos versos “também somos do mato” e o “destino / Aqui me torna a pôr nestes oiteiros”. Diante de tal relação com a natureza, esta se mostra benéfica e acolhedora para o eu lírico (“brincaremos no regato” e “bem desta choupana”), o que revela um desejo intenso de viver em sintonia com o meio natural. Resposta: C EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Texto 1 Orfandade Meu Deus, me dá cinco anos. Me dá um pé de fedegoso com formiga preta, me dá um Natal e sua véspera, o ressonar das pessoas no quartinho. Me dá a negrinha Fia pra eu brincar, me dá uma noite pra eu dormir com minha mãe. Me dá minha mãe, alegria sã e medo remediável, me dá a mão, me cura de ser grande, ó meu Deus, meu pai, meu pai. PRADO, A. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986. p. 22. Texto 2 Invernáculo Já disse de no ́s. Já disse de mim. Já disse do mundo. Já disse agora, eu que já disse nunca. Todo mundo sabe, eu ja ́ disse muito. Tenho a impressão que já disse tudo. E tudo foi ta ̃o de repente. LEMINSKI, P. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 329. Os textos acima são de dois dos mais importantes nomes da poesia contemporânea brasileira, respec - tiva mente Adélia Prado e Paulo Leminski. Ambos demonstram pertencer formal e tematicamen te ao mesmo momento estético, pois � reforçam as posturas modernistas ao tratar a memória de forma reles. � recuperam em tom prosaico o passado, revelando a fugacidade da vida. � retomam da literatura marginal o antilirismo, o tema inovador e o prosaico. � associam as memórias da infância ao contexto social escravagista. � mostram um enunciador resignado diante da proximidade da morte. QUESTÃO 28 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Resolução Os poemas apresentam um eu lírico que, voltando-se para o passado, evoca lembranças, desejos e perdas, como podemos verificar nos versos “me dá cinco anos”, “Me dá minha mãe” e “Tenho a impressão/que já disse tudo”. Tais presenças se somam à cons - ciência do eu lírico de que o tempo passa. Resposta: B EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Texto 1 O Simbolismo fez na literatura o que o Impres - sionismo estava fazendo na música e na pintura, isto é, promoveu a diluição da figura, a perda dos contor - nos, a percepção individual da realidade, a influência da luz, o sonho, as imagens etéreas, o subjetivo, o momento, o conhecimento intuitivo. Tanto o Simbo- lismo quanto o Impressionismo registram a impres - são que a realidade provoca no espírito do artista num momento particular, as sensações que ela provoca, ou seja, a realidade subjetiva. O homem se volta para as manifestações metafísicas e espirituais. COSTA, M. L. F. “Simbolismo e Impressionismo: um apelo aos sentidos”. Revista MELP. Disponível em: < http://www.lalec.fe.usp.br/revistamelp/component/k2/item/32- simbolismo-e-impressionismo-um-apelo-aos-sentidos>. Acesso em: 18 jul. 2020. Texto 2 VISCONTI, E. Roupa Estendida. In: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra1177/roupa- estendida>. Acesso em: 18 de jul. 2020. Verbete da Enciclopédia. A obra Roupa estendida (texto 2) é de Eliseu Visconti, artista italiano radicado no Brasil. Ela é prova da intersecção apontada pelo texto 1 entre Simbolismo e Impressionismo, pois � traduz objetivamente problemas sociais por meio de personagens, como indica a criança aban - donada no ambiente de trabalho. � incorpora sensações que revelam a forma pes - soal e sensível com que o artista aborda a realidade. � mimetiza a realidade fotograficamente, seguindo o preceito de que a arte deve imitar a vida social sem alterá-la. QUESTÃO 29 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA � traduz a realidade social retratada por meio de aspectos visuais que excluem a subjetividade e o jogo cromático. � denuncia a exploração do trabalho em uma so - ciedade cujo patriarcalismo foi acentuado pela Segunda Revolução Industrial. Resolução O Simbolismo busca captar por meio da musica - lidade e da linguagem sugestiva as diferentes sensações relacionadas ao sonho, ao eu profundo, ao conhe cimento intuitivo. O Impressionismo incorpora, como o próprio nome indica, o flagrante e o ângulo de vi são momentâneo que o artista frui da imagem que visualiza. Há em comum a esses dois estilos a forma pessoal e sensível de abordar a realidade, o que se nota no quadro de Visconti, representante brasileiro do Neoimpressionismo. Resposta: B EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Texto 1 À cidade da Bahia SONETO Triste Bahia! ó quão dessemelhante Estás e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, Rica te vi eu já, tu a mi abundante. A ti trocou-te a máquina mercante,¹ Que em tua larga barra tem entrado A mim foi-me trocando, e tem trocado, Tanto negócio e tanto negociante. Deste em dar tanto açúcar excelente Pelas drogas inúteis, que abelhuda Simples aceitas do sagaz Brichote.² Oh se quisera Deus, que de repente Um dia amanheceras tão sisuda Que fora de algodão o teu capote! MATOS, G. Poemas escolhidos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 44. 1. trocou-te a máquina mercante – trocou-te: com duplo sentido, de comerciar e modificar; máquina mercante: as naus que aportam para comerciar. 2. Brichote: designação pejorativa do estrangeiro. Texto 2 O canavial é um paradoxo cultural. É o âmbito da resistência e da submissão de milhões de seres humanos através dos séculos. É a perspectiva do poder vinculado às fontes renováveis de energia. Mas os plantios de cana e seus derivados podem ser também uma possibilidade poética e subliminar que parece permear o olhar e a reflexão artística. MUÑOZ, A. Apud: LUANA, F. “Deste em dar tanto açúcar excelente”. Revista Select. Disponível em: <https://www.select.art.br/deste-em-dar-tanto-acucar-excelente/>. Acesso em: 18 jul. 2020. O poema de Gregório de Matos e a declaração de Alejandra Muñoz refletem problemas socioeconô - micos do Brasil em diferentes tempos e abordagens. É possível identificar uma crítica em ambos os textos que se relaciona com � a decadência dos produtores de açúcar da Bahia durante o período colonial, século XVIII, sub - metidos ao arbítrio da metrópole. QUESTÃO 30 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA � a exploração da produção do açúcar e suas consequências sociais e estéticas contraditórias que perduram até a atualidade. � a circunscrição da produção da cana-de-açúcar e da reflexão artística sobre esse plantio no contexto político do Brasil-Colônia. � o fato de o plantio da cana-de-açúcar e a reflexão artística sobre esse trabalho atenuarem gradati - vamente as diferenças sociais. � o intenso progresso socioeconômico trazido ao Brasil, tanto no período colonial como posterior - mente a ele, pelo cultivo da cana-de-açúcar. Resolução Ambos os textos discutem a produção do açúcar e suas atividades exploratórias que perduram na socie - dade até os dias atuais, gerando desigualdades e in - justiças, como confirmam os trechos “Deste em dar tanto açúcar excelente / Pelas drogas inúteis, que abelhu da / Simples aceitas do sagaz Brichote” (texto 1) e “É o âmbito da resistência e da submissão de milhões de seres humanos através dos séculos” (texto 2). A reflexão artística sobre a cana-de-açúcar nota-se no século XVII, com Gregório de Matos, e, para citar um poeta do século XX, João Cabral de Melo Neto. Resposta: B EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA (...) A linguagem do cinema anticolonialista deve - ria assumir a precariedade de recursos: a estética da fome seria aquela que não disfarçaria a pobreza, mas a internalizaria na forma, encontrando uma duração, um ritmo de montagem, um estilo de iluminação que correspondesse à experiência da miséria e à condição de subdesenvolvimento. É no cinema do próprio Glauber Rocha, mais preci sa mente em Deus e o diabo na terra do sol (1964), que tal estética alcança o ápice. (...) Se, no manifesto de 1965, Glauber clamava por uma rejeição absoluta do cinema hegemônico, no último decênio testemunhou-se uma tentativa cres - cente por parte do cinema brasileiro mais politica - mente enga jado de incorporar técnicas de narração e protocolos estilísticos dos gêneros convencionais (...). Basta lembrar que o filme brasileiro mais debatido de 2019, Bacurau, apropria-se de uma série de expe - dientes do cinema de ação hollywoodiano para ressigni ficá-los em favor de personagens que, outrora na posição de oprimidas, doravante se recusam a ocupá-la. OLIVEIRA JR., L. C. “O que restou da estética da fome”. Revista Select. 04/2020. Disponível em: <https://www.select.art.br/o-que- restou-da-estetica-da-fome/>. Acesso em: 18 jul. 2019. O artigo de Luiz Carlos Oliveira Jr. discorre sobre as mudanças pelas quais a cinematografia brasileira tem passado. De acordo com o autor, essa transformação é perceptível no último decênio pelo fato de � o cinema brasileiro se apropriar da estética hollywoodiana para continuar abordando as nossas mazelas sociais, mas, agora, empode - rando os tradicionalmente oprimidos. � os filmes hegemônicos incorporarem a estética da fome, própria da linguagem do Cinema Novo, pa ra atender às necessidades do mercado interna cional. � a produção cinematográfica no Brasil buscar atual mente uma linguagem e temática inova - doras, afastando-se do padrão hollywoodiano. � o Brasil buscar, assim como outros países do Hemisfério Sul, uma linguagem artística que capte as suas idiossincrasias, rompendo, assim, com o colonialismo cultural. � as obras cinematográficas nacionais adotarem a estética dos filmes blockbusters para conseguir a aceitação no mercado internacional. Resolução De acordo com Luiz Carlos Oliveira Jr., nos últimos anos o Brasil revolucionou sua linguagem cinemato - gráfica. Ainda que continue tratando de temas semelhantes aos da estética da fome, incorporou técnicas da indústria cinematográfica hollywoodiana QUESTÃO 31 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA e criou personagens que se recusam a aceitar o papel submisso de oprimidas, empoderando-as. Exemplo dessa mudança é o filme Bacurau. Resposta: A EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA EVANGELISTA, E. dos Reis (Duke). Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/483714816221356221/>. Acesso em: 19 jul. 2020. Na criação dotexto, o chargista retrata criativamente o diálogo de duas famílias de realidades sociais distintas. O humor com que se evidencia a crítica à desigualdade econômica tem como núcleo a � ambiguidade de termos. � crítica ao consumismo. � proximidade fonética. � imposição precoce da tecnologia. � discrepância do nível linguístico. Resolução O humor com que se critica a diferença da realidade so - cial das duas famílias baseia-se na proximidade fo nética (paronomásia) estabelecida entre as formas “i-Pad” e “i pedi” presentes nas falas dos progenitores. Resposta: C QUESTÃO 32 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Momento Enquanto eu fiquei alegre, permaneceram um bule azul com um descascado [no bico, uma garrafa de pimenta pelo meio, um latido e um céu limpidíssimo com recém-feitas estrelas. Resistiram nos seu lugares, em seus ofícios, constituindo o mundo pra mim, anteparo para o que foi um acometimento: súbito é bom ter um corpo pra rir e sacudir a cabeça. A vida é mais tempo alegre do que triste. Melhor é ser. PRADO, Adélia. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991. p. 46. O poema de Adélia Prado trata da transitoriedade da vida e de sua fruição. Para tanto, a poetisa emprega como imagem da destruição ocasionada pela pas - sagem do tempo � “um bule azul com um descascado no bico”. � “um latido e um céu limpidíssimo”. � “recém-feitas estrelas”. � “Resistiram nos seu lugares”. � “um corpo pra rir / e sacudir a cabeça”. Resolução Para ilustrar as várias fases da vida, o eu lírico emprega imagens simbólicas como “um bule azul com um descascado no bico”, pois essa pequena alteração revela o desgaste desse utensílio, provo - cado pela passagem do tempo. Resposta: A QUESTÃO 33 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Soneto do Amor Total Amo-te tanto, meu amor... não cante O humano coração com mais verdade... Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade Amo-te afim, de um calmo amor prestante, E te amo além, presente na saudade. Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante. Amo-te como um bicho, simplesmente, De um amor sem mistério e sem virtude Com um desejo maciço e permanente. E de te amar assim muito e amiúde, É que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude. MORAES, V. de. “Novos poemas II”. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p. 452. O poema acima é de Vinícius de Moraes, um dos maiores sonetistas da língua portuguesa. Nesse soneto, retoma-se a tradição literária, principalmente a romântica, pois o amor é visto como � entrega absoluta que consome aquele que o sente. � estímulo literário que inspira o amante a escrever. � realização estética que sublima a existência do amador. � experiência intensa e efêmera que provoca morte e desespero. � manifestação mística que prescinde da relação física. Resolução Voltado para a temática do amor romântico, o eu lírico promete uma entrega total e absoluta a esse sentimento que o domina e o deixa consumido, como confirma o trecho “E de te amar assim muito e amiúde, / É que um dia em teu corpo de repente / Hei de morrer de amar mais do que pude”. Resposta: A QUESTÃO 34 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Texto 1 – “E a gente, Dito? A gente?” – “A gente cresce, uai. O mole judiado vai ficando forte, mas muito mais forte! Trastempo, o bruto vai ficando mole, mole...” Miguilim tinha trazido a mula de cristal, que acertava no machucado da mão, debaixo das cobertas – “Dito, você gosta de Pai, de verdade?” – “Eu gosto de todos. Por isso é que eu quero não morrer e crescer, tomar conta do Mutum, criar um gadão enorme.” ROSA, J. G. Campo Geral. 1.a ed., São Paulo: Global, 2019, p. 89. Texto 2 Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança: Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. CAMÕES, L. de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 2003, p. 284. O texto 1, do prosador modernista brasileiro Gui - marães Rosa, e o texto 2, do poeta português Luís de Camões, pertencem a contextos histórico-literários distintos. Apesar dessas diferenças, aproximam-se por abordarem � a associação entre a passagem do tempo e a transformação do homem. � a fragilidade da existência humana perante o decorrer do tempo. � a diferença dos questionamentos existenciais nas diversas fases da vida. � a necessidade de fruição do momento diante da efemeridade da vida. � a incerteza humana perante as agruras do ama - du recimento e da velhice. Resolução No texto 2, Luís de Camões propõe uma reflexão sobre a questão das mudanças impostas pela pas - sagem temporal. Guimarães Rosa elucida tais mu - danças ao afirmar, pelas palavras de Dito, que “O mo le judiado vai ficando forte, mas muito mais forte! Trastempo, o bruto vai ficando mole, mole...”. Nota- se a alteração do ser, tema abordado na primeira estrofe do soneto de Camões. Resposta: A QUESTÃO 35 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Saudades Nas horas mortas da noite Como é doce o meditar Quando as estrelas cintilam Nas ondas quietas do mar; Quando a lua majestosa Surgindo linda e formosa, Como donzela vaidosa Nas águas se vai mirar! Nessas horas de silêncio, De tristezas e de amor, Eu gosto de ouvir ao longe, Cheio de mágoa e de dor, O sino do campanário Que fala tão solitário Com esse som mortuário Que nos enche de pavor. Então – proscrito e sozinho – Eu solto aos ecos da serra Suspiros dessa saudade Que no meu peito se encerra. Esses prantos de amargores São prantos cheios de dores: – Saudades – dos meus amores, – Saudades – da minha terra! ABREU, C. de. As Primaveras. Porto: Tipografia do Jornal do Porto, 1866, p. 7. A poesia de Casimiro de Abreu, embora pertencente à geração mal-do-século do Romantismo brasileiro, a mais pessimista, apresenta temas que buscam consolidar a literatura como expressão tipicamente nacional. Desse modo, o poema “Saudades” revela traços caros a essa característica ufanista, ainda que de modo sutil, ao apresentar � a melancolia como sentimento decorrente das incertezas da vida. � a frustração associada à valorização da terra natal. � a postura cética diante da esterilidade do amor e da natureza. � o egocentrismo como meio de autoafirmação pessoal. � o devaneio como forma escapista das desilusões amorosas. QUESTÃO 36 EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA Resolução O eu lírico, ao descrever uma situação solitária e me - lancólica, correlaciona a saudade de seus amores com a saudade de sua terra. Nisso, como representante da Segunda Geração Romântica do Brasil, o eu poe mático de Casimiro de Abreu demonstra o subje tivismo e o tom melancólico juntamente com te má tica comum à poesia da Primeira Geração Romântica: a valorização da terra natal. Resposta: B EENNEEMM –– PPRROOVVAA 44 –– 11..OO DDIIAA A Lua Girou A lua girou, girou Traçou no céu um compasso A lua girou, girou Traçou no céu um compasso Eu bem queria fazer um travesseiro dos seus braços Eu bem queria fazer... Travesseiro dos meus braços Só não faz se quiser Um travesseiro dos meus braços Só não faz se não quiser... Sustenta palavra de homem Que eu mantenho a de mulher Sustenta a palavra de homem... Que eu mantenho a de mulher A lua girou, girou Traçou no céu um compasso A lua girou, girou Traçou no céu um compasso Eu bem queria fazer um travesseiro dos seus braços Eu bem queria fazer... NASCIMENTO, M. “A lua girou”. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/milton-nascimento/112695/>. Acesso em: 20 jul. 2020. O lirismo romântico é marca comum das expressões poéticas que marcam a música popular brasileira. Nes - sa canção de Milton Nascimento, a imagem da lua é � o símbolo do distanciamento vivenciado pelas personagens. � a metáfora da concretude do amor realizado a contento. � a alegoria de um amor proibido socioecono - micamente.
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