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Discipulado Relacional em Filemom

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Discipulado relacional
Filemom 1.8-12
Paulo sempre manteve um relacionamento bem estreito com seus discípulos. Sempre mantendo contato e instruindo através de cartas, Paulo mantinha a doutrina dos apóstolos e aconselhava a Igreja e seus líderes. 
Filemom era um discípulo muito querido de Paulo e, o que parece, tinha um relacionamento muito estreito com esse discípulo. Todos os discípulos que Paulo fazia tinham essa proximidade. Alguns eram bem mais chegados como Áquila e Priscila, Timóteo, Onesíforo, Tito, Filemom, entre outros.
Esse nível de relacionamento na caminhada cristã não é por acaso, mas proposital. Em João 1.35-39 vemos os discípulos de João mudando de discipulador. Eles ouvem a declaração de João sobre Jesus e logo o identificam como Rabi (um mestre de alto grau). Mas como identificam Jesus como Mestre se ainda não tinham sido ensinados por Ele? O grau relacional dos mestres judeus com seus discípulos era de forma estreita e, muitas vezes invasiva. Era comum os discípulos morarem com seus mestres e a presença do mestre era constante na vida do discípulo. 
O discipulado relacional é o padrão de discipular pessoas que o Senhor deixou para a sua igreja. Os judeus já usavam, mas com Cristo esse padrão de discipulado se torna mais intenso não só no relacionamento de Jesus com seus discípulos, mas também na vida dos primeiros cristãos. Esse era o estilo de vida da comunidade de Jerusalém. Esse testemunho era a identidade da Igreja. Isso gerava sinais, cura, salvação e crescimento (cf. Atos 2.42-47). O Senhor Jesus deixa bem claro em Mateus 28.20 que não abre mão de se relacionar com seus discípulos todos os dias. O Mestre tem prazer de se envolver em nossa vida todos os dias até o fim dessa vida!
1 - Discipulado relacional - ferramenta na comunhão
A comunhão que era o centro da vida cristã no início do cristianismo (Atos 2.42-47) já não tem tanta relevância nos dias de hoje. Como cristão/ã, nos encontramos dentro dos nossos prédios uma ou duas vezes por semana, em um relacionamento raso, e não temos mais o convívio de estar juntos, comer e participar da vida do outro. A verdade é que nos tornamos individualistas demais. Estamos sendo moldados/as com o princípio do mundo e não de Deus. Mas o apóstolo Paulo alertou os/as cristãos/ãs de Roma, e os/as de hoje também, para não se conformarem ou serem moldados/as segundo o padrão deste mundo (Romanos 12.2). O mundo está constantemente tentando nos modelar de acordo com o seu padrão, e a Palavra de Deus nos diz que precisamos resistir a essa conformidade.
Quando se fala em comunhão a primeira coisa que pensamos é na Santa Ceia ou a Igreja reunida, mas a comunhão é mais do que isso. A comunhão não é só estar junto na hora da Ceia, mas é ter tudo em comum, inclusive o propósito e pensamento (cf. Atos 2.44).
Quando Paulo escreve a Filemom, ele tem certeza que está falando com alguém que tem o mesmo propósito e pensamento no que diz respeito ao projeto do reino de Deus! (cf. Fm 1.21). Filemom tinha uma mente transicionada. Não era uma mente de "ajuntamento", mas era uma mente de comunhão. Quem tem uma mente de comunhão coloca os propósitos de Deus acima dos seus propósitos. 
Paulo tem uma amizade especial com Filemom, o que fica evidenciado no modo como escreve o documento. E por isto também que, nesta carta escrita ao seu amigo, mais do que sugestão, Paulo constrange-o a perdoar o escravo Onésimo e quase que exige que deva tratá-lo como um irmão. Isto já poderia ser considerado como um divisor de águas, um elemento absolutamente novo na sociedade romana, cuja mecânica social dependia da escravidão nos moldes como vinha acontecendo. Muitas vezes queremos ganhar muitas pessoas e esquecemos que Deus deu uma ferramenta natural para o ser humano que é a amizade e esquecemos de ganhar e/ou falar de Jesus para os nossos amigos.
No discipulado relacional fazer amigos é essencial. Jesus transiciona a mente dos discípulos nesse sentido em João 15.15. O Senhor Jesus os considerava amigos e os tratava como tal. Discipular amigos é mais fácil do que discipular um desconhecido ou um discípulo que não tem nenhuma ligação emocional. Isso nos aponta que antes do discípulo vem o amigo. Eu discipulo porque amo o(a) me(minha) amigo(a). Ninguém tem maior do que dar a vida por seus amigos (Jo 15.13). O dá a vida não é só morrer, mas abrir mão de sua própria vida para abençoar nossos amigos. 
O discipulado relacional não se contenta com igreja cheia apenas, mas como os discípulos são cuidados. Não se contenta apenas quantas pessoas tinham na reunião, mas procura sempre reanimar o coração dos seus amigos (discípulos/as). Nesse padrão de discipulado não formo apenas discípulos de Jesus, mas formo amigos com um só coração comigo! Podemos ter visões diferentes em alguns assuntos, mas temos a conexão da amizade e do propósito de Deus.
Reanimar os discípulos era uma marca de Filemom que atingiu até o próprio Paulo. Tinham outros companheiros de Paulo que tinham essa característica como Barnabé e Onesíforo. Uma Igreja que desenvolve o discipulado relacional é reanimadora de pessoas através do amor manifestado no cuidado cotidiano e não apenas no ajuntamento.
2 – Discipulado relacional – rompendo as barreiras
O principal assunto da epístola de Filemom é o envio e o pedido de Paulo para que o seu discípulo e amigo acolha novamente o servo chamado Onésimo. Onésimo é escravo de Filemom que morava em Colossos. Onésimo foge da presença do seu senhor e vai para Roma. Em Roma Onésimo tem contato com o evangelho e se converte por meio do ministério de Paulo. Paulo, sabedor da relação de Onésimo e Filemom, o envia de volta junto com uma carta pedindo a Filemom que perdoe o seu servo e o receba como irmão em Cristo, como se tivesse recebendo Paulo. Parece que Filemom não apenas perdoa Onésimo como liberta-o da situação de escravo. A história da Igreja vai dizer que Onésimo se torna sucessor de Timóteo em Éfeso.
O ponto de partida dessa história de discipulado, reconciliação, perdão e libertação começa no discipulado relacional de Paulo com Filemom ao ponto de Paulo tratar de um assunto muito particular de seu discípulo. Não que Paulo seja invasivo, mas orienta e estimula Filemom a viver os ensinamentos de Cristo. Discipulado que não nos desafia a viver como Jesus viveu não é discipulado! É tudo, menos discipulado! Para Filemom, o perdão do seu servo ia na contramão da cultura. Discipulado que não encoraja ao rompimento de uma cultura perversa, não encoraja a romper com a impiedade e que não denuncia o que verdadeiramente está errado, não é discipulado, é conivência!
O discipulado exercido pela Igreja redefine a cultura e a sociedade, pois enquanto na mesa da comunhão todos sentavam juntos para comer na cultura e a sociedade greco-romana isso não era possível! Se quisermos transformar a nossa sociedade precisamos nos permitir sermos alcançados pela cultura do céu! A cultura do céu foi estabelecida na vida de Filemom, por isso que Paulo sabia que seu discípulo iria acatar seu pedido e sabia que o “novo discípulo” enviado não fugiria mais, pois agora eram a Igreja reunida!
3 – Discipulado relacional – Vivendo os princípios de Deus
Deus deseja que tenhamos comunhão com Ele e uns com os outros. Comunidade tem a ver com o povo de Deus trabalhando junto, comendo junto, servindo junto e aprendendo junto.
Somos sociais, e nosso Criador colocou dentro de nós uma necessidade de relacionamento. Não é suficiente somente ouvir o que vem do púlpito, ler o conteúdo na Bíblia, realizar devocionais diárias. É preciso experimentar o conhecimento em comunidade. E isso chamamos de discipulado. Se desejamos viver um relacionamento real, precisamos ser discípulos/as. A palavra “discípulo/a” significa simplesmente aluno/a ou aprendiz. Nos tempos antigos, os/ as alunos/as ou seguidores/as de um/a mestre/a eram chamados/as de discípulos/as.
No mundo grego, os/as filósofos/ as eram cercados/as por seus/ as alunos/as. Os/As judeus/ias alegavam serem discípulos/ as de Moisés (João 9.28), e os/ as seguidores/as de JoãoBatista eram conhecidos/as como seus/as discípulos/as (Marcos 2.18, João 1.35). Jesus também tinha um grupo de discípulos/ as (Lucas 6.17, 19.37). A igreja primitiva nasceu nesse movimento do Espírito, e nós, metodistas, também, na Inglaterra. Hoje, mais do que nunca, precisamos voltar à prática da comunhão e do ensino em grupos. Que o Espírito do Senhor sopre sobre nós e nos encha com o espírito relacional.
Dentro da realidade dos tempos de Paulo algumas posturas, que para nós são simples, eram consideradas bastante radicais. Como no caso o perdão de um escravo fugitivo. Paulo pede que Filemom perdoe Onésimo. O perdão é um tema bastante complexo para o ser humano, mas no ensinamento de Cristo, é um princípio e um assunto como importante e primordial para uma vida de intimidade com o Pai!
O apóstolo revela ter intimidade com Filemom, assim, pede para que atenda a um pedido, ou seja, para que fosse misericordioso com Onésimo, não o recebendo mais como escravo (v.16), antes, ousadamente pede o amigo encarcerado, acima de escravo, que o receba como a um irmão amado (v.16), assim como o é Filemom (v.1, 16); Paulo espera receber de Filemom esse favor (v.20); pois, embora Onésimo tenha sido inútil (v.11), se tornou útil (v.11) para o Reino.
Filemom era regido por princípios de Deus em sua vida. Princípios que fez perdoar Onésimo, que o libertou da condição de escravo e o fez olhar como irmão!
É tempo de vivermos os princípios de Deus. O que temos mostrado para esse mundo? Quais princípios temos adotado em nosso discipulado? Tem muito discipulado que é desenvolvido na mentira, na distância, na opressão e muitas outras situações. É tempo de viver a novidade que Deus tem para a Igreja!

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