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AULA 7 - PANORAMA HISTÓRICO - MONTESQUIEU

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Charles Louis de Secondat (Barão de la Brède et de MONTESQUIEU): 1689/1755 
(França – reinado de Luis XV) 
- Iluminista – advogado (Bordeaux) – dai sua preocupação com as leis 
Obras: Cartas persas (1 e 2 - textos sobre a política dos romanos; A Monarquia 
universal (grandeza e decadência dos romanos); 
- Do espírito das leis  Defesa do espírito das leis 
Nesta última, considerada uma espécie de paradigma para a formação do Estado 
Moderno (jurídico-político); 
Uma espécie de manual de filosofia das leis (história comparada), versando sobre: 
- as leis em suas relações com os diversos seres; 
- a natureza das leis; 
- as leis em sua relação com a natureza do governo monárquico; 
- a simplicidade das leis civis nos diversos governos; 
- as leis que formam a liberdade política na sua relação com o cidadão; 
- como as leis da servidão política se relacionam com a natureza do clima; 
Entretanto, 
Em virtude de seu caráter histórico, onde critica a relação estado-igreja, propondo sua 
separação, como afirma BITTAR, 
“algo que não agradou muito a cúpula da Igreja à época, e que seria motivo suficiente 
para a condenação de seu escrito e de seu pensamento” 
“provocações à extensão dos poderes eclesiásticos suficientemente ácidas para 
provocarem reações as mais ardentes” 
(VII - “De como não se deve decidir pelos preceitos da religião quando se trata dos da 
lei natural”; 
VIII - “De como não se deve regulamentar pelos princípios do direito que se chama 
canônico as coisas reguladas pelos princípios do direito civil”); 
“O tribunal da inquisição, formado pelos monges cristãos à ideia de tribunal da 
penitência, é contrário a toda boa polícia. Em toda parte encontrou uma revolta geral; e 
teria cedido às contradições, se aqueles que pretendiam estabelecê-lo não houvessem 
tirado vantagens dessas mesmas contradições” (Montesquieu, Do espírito das leis, Livro 
V, Capítulo X, p. 397). 
Acabou sendo relacionado no “index librorum prohibitorum” da Igreja, em virtude de 
abordar: 
(“assuntos acidentalmente contrários ao ideário católico dogmático”) 
 
Deve-se observar, porém, que “O espírito das leis” 
 “Não se trata de um escrito voltado para compreender a origem da sociedade. Não é 
muito menos um tratado sobre as virtudes do governante ou mesmo do governado, não 
obstante se encontrem apontamentos nesse sentido no texto, como nesta passagem que 
identifica no amor à pátria a verdadeira virtude cívico-política: “A virtude, numa 
república, é algo muito simples; é o amor pela república, é um sentimento e não uma 
série de conhecimentos; tanto o último dos homens do Estado quanto o primeiro podem 
possuir esse sentimento” (Montesquieu, Do espírito das leis, Livro V, Capítulo II, p. 
61). - BITTAR 
“Assim, a principal característica da obra não é a de proporcionar ao leitor uma 
grandiosa teoria sobre os fundamentos sociais, muito menos uma ilustrada cartilha para 
o legislador constituir novas leis em seu Estado, mas um tratado de notória capacidade 
de síntese entre o passado, o presente e o futuro, que sistematiza a temática da 
legislação, de seus fundamentos e de suas origens, para conferir-lhe luzes suficientes 
para seu esclarecimento temático.” BITTAR 
- Mais do que explicar o Estado e a sociedade em sua concepção, busca explicar a 
necessidade e importância das leis para a sociedade e as razões que fundamentam 
sua primazia. 
Lembrar que Montesquieu é iluminista – racionalista – seu objetivo é explicar, 
racionalmente porque os homens precisam das leis. 
“A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse 
fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam 
tal poder” (Montesquieu, Do espírito das leis, Livro XI, Capítulo III, p. 148). 
Não é sua preocupação ensinar as fórmulas para a redação das leis, mas, recomenda: 
“O estilo das leis deve ser simples; a expressão direta é sempre melhor compreendida do 
que a expressão meditada” (Montesquieu, Do espírito das leis, Livro XXIX, Capítulo 
XVI, p. 468). 
“As leis não devem ser sutis; elas são feitas para pessoas de entendimento medíocre; 
não são uma obra de lógica, mas a razão simples de um pai de família” (Montesquieu, 
Do espírito das leis, Livro XXIX, capítulo XVI, p. 468). 
“Eu o digo, e parece-me que só faço esta obra para prová-lo: o espírito de moderação 
deve ser o do legislador; o bem político, como o bem moral, encontra-se sempre entre 
dois limites” (Montesquieu, Do espírito das leis, Livro XXIX, Capítulo I, p. 461). 
Admite, contudo, que, como a lei emana do legislador, este, por ser parcial, pode 
elaborar leis carregadas de vícios. 
“Aristóteles queria satisfazer ora a sua inveja de Platão, ora a sua paixão por Alexandre. 
Platão era revoltado contra a tirania do povo de Atenas. Maquiavel estava obcecado 
pelo seu ídolo, o Duque de Valentinois. Thomas More, que falava mais do que havia 
lido e do que havia pensado, queria governar todos os Estados com a simplicidade de 
uma cidade grega...... As leis defrontam-se sempre com as paixões e os preconceitos do 
legislador. Algumas vezes passam através deles e por eles são manchadas; outras, ficam 
entre eles e a eles se incorporam” (Montesquieu, Do espírito das leis, Livro XXIX, 
Capítulo XIX, p. 471) 
 
Leis e sociedade: 
Toda lei tem sua causa. 
Surge quando os grupos sociais “passa a sentir sua força; isso gera um estado de guerra 
de nação para nação”. 
Guerra  leis, que surgem de regulamentações recíprocas entre as nações (delimitações 
territoriais, populacionais, marítimas...). 
Mas discorda de Hobbes com relação à guerra originar o contrato social, porém, 
Admite que a guerra entre as nações deu origem às legislações. (leis = fundamento da 
regulamentação da conduta humana) 
Tais legislações resultaram no: 
direito das gentes (relações entre os povos); 
direito político (governantes e governados); 
direito civil (cidadãos entre si). 
Para ele: 
- Sem leis o convívio social fica prejudicado; 
- Sem governo a sociedade não subsiste; 
Lembrar que, cf. BITTAR/Weffort, 
“Até Montesquieu, a noção de lei compreendia três dimensões essencialmente ligadas à 
ideia de Deus. As leis exprimiam uma certa ordem natural, resultante da vontade de 
Deus. Elas exprimiam também um dever-ser, na medida em que a ordem das coisas 
estava direcionada para uma finalidade divina. Finalmente, as leis tinham uma 
conotação de expressão da autoridade” (Weffort, Os clássicos da política, 2001, p. 114). 
O que faz Montesquieu: 
- aproxima a ideia de lei jurídica à de lei científica, relacionando: a lei divina; a lei 
natural; a lei das gentes; a lei positiva – no cenário histórico (separação das leis civis das 
leis religiosas) 
“Antes de todas essas leis, existem as da natureza, assim chamadas porque decorrem 
unicamente da constituição de nosso ser” (Montesquieu, Do espírito das leis, Livro I, 
Capítulo II, p. 26). 
- Jusnaturalismo (lei natural vem antes) 
 
 
Formas de governo: 
Diversamente de Aristóteles, classifica as formas de governo em: 
República (democrática ou aristocrática), 
Monarquia; e 
Despotismo. 
Tripartição do Poder: Livro XI: 
Legislativo, Executivo e Judiciário. 
 
SEPARAÇÃO DE PODERES 
Em seu trabalho de pesquisa histórica, retira a ideia da Inglaterra 
- Ponto central: liberdade política, ou da liberdade do cidadão; 
“Há, em cada Estado, três espécies de poderes: o poder legislativo, o poder executivo 
das coisas que dependem do direito das gentes, e o executivo das que dependem do 
direito civil (...) Chamaremos este último o poder de julgar e, o outro, simplesmente o 
poder executivo do Estado” (Montesquieu, Do espírito das leis, Livro XI, Capítulo VI, 
p. 148-149). 
- Proposta: estudar um conjunto de regras que, em última análise, garantam a liberdade 
do cidadão 
“Quando na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura o poder legislativo está 
reunidoao poder executivo, não existe liberdade, pois pode-se temer que o mesmo 
monarca ou o mesmo senado apenas estabeleçam leis tirânicas para executá-las 
tiranicamente” (Montesquieu, Do espírito das leis, Livro XI, Capítulo VI, p. 148). 
“Não haverá também liberdade se o poder de julgar não estiver separado do poder 
legislativo e do executivo. Se estivesse ligado ao poder legislativo, o poder sobre a vida 
e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário, pois o juiz seria legislador. Se estivesse 
ligado ao poder executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor” (Montesquieu, Do 
espírito das leis, Livro XI, Capítulo VI, p. 149). 
“Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos 
nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as 
resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos” 
(Montesquieu, Do espírito das leis, Livro XI, Capítulo VI, p. 149). 
Não basta dividir os poderes, é preciso, também, que eles sejam harmônicos 
(equilibrados) 
(freios e contrapesos) – controle recíproco 
CF/1988: “Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

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