Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Do Espirito das Leis Extraído de MONTESQUIEU. De Vesprit des lois. Paris, Éditions Garnier Frères, 1973. t. I, p. 9-19. Tradução de Lólio Lourenço de Oliveira Charles-Louis de Secondat (18 de janeiro de 1689 – 10 de fevereiro de 1755), mais conhecido como Barão de Montesquieu, ou simplesmente Montesquieu, foi um filósofo e político francês, iluminista e filho de família nobre foi um ferrenho crítico as monarquias absolutistas, que já se encontravam em crise. Ficou mundialmente conhecido pela sua teoria de separação dos poderes, utilizada hoje em constituições do mundo inteiro, inclusive a brasileira. Livro I - Das leis em geral Capítulo I – Das leis, em sua relação com os diversos seres. Montesquieu inicia o livro analisando a relação de cada ser com suas determinadas lei. Assim, todos os seres tem suas leis, inclusive Deus que age segundo as leis que ele próprio criou e, humanos, como seres racionais criam suas próprias leis. Todavia, também são sujeitos a lei de Deus, contudo, devido a sua capacidade racional viola as leis de Deus e modifica as suas próprias leis. Capítulo II – Das leis da natureza Neste capítulo se analisa o homem antes de se constituir em sociedade, em seu estado natural. Segundo Montesquieu, enquanto em estado natural o homem não questiona a origem de seu ser, prezando pela preservação de seu ser. Afirma também que o homem enquanto selvagem teme a tudo e, destarte, a primeira lei natural seria a paz. Neste ponto Montesquieu faz uma crítica a teoria Hobbesiana questionando o estado de guerra. Ao sentir fraqueza o homem procura por alimentos, assim, a segunda lei natural seria a necessidade de se alimentar. A terceira lei natural se baseia no prazer carnal e a atração e encanto que os seres sentem um pelo outro, levando-os à aproximação. E, por fim, a quarta lei se dá graças a capacidade do homem de adquirir conhecimentos com outros, dando-lhes motivos para viverem sociedade. Capítulo III – Das leis positivas. Com o surgimento das sociedades, o homem que outrora se sentia fraco e temia a todos, passa a sentir a própria força de sua sociedade dando origem ao estado de guerra. Montesquieu divide esse estado de guerra em dois: entre nações (sociedades contra sociedades) e entre indivíduos (particulares contra particulares), esses dois tipos de estado de guerra estabelecem as leis que tentam evitar o estado de guerra. Montesquieu classifica as leis em três tipos, as de Direito da Gente que regulam a relações de sociedades entre sociedades e servem para prevenir que uma sociedade faça mal a outra em tempos de guerra, o Direito Político que regulamentam a relação de governantes e governados, e por fim o Direito Civil que regulamentam o relacionamento dos particulares entre si. Comentário Crítico Acerca do Livro I: No primeiro livro, Montesquieu realiza uma análise da relação do homem com si mesmo, as leis e a sociedade. Ao analisar a natureza do homem Montesquieu faz uma dialética das ideias de Hobbes e Rousseau, embora penda mais para a teoria do bom-selvagem. Contudo, não nega o estado de guerra proposto por Hobbes, nem a necessidade do estado para garantir a paz. Livro II – Das leis que derivam diretamente da natureza do governo. Capítulo I – Da natureza dos três diversos governos. Montesquieu analisa e divide os tipos de governo em três, sendo eles: o republicano o qual todo povo ou uma parte dele detém o poder, o monárquico em que uma única pessoa detém o poder, mas seguindo normas e leis fixadas e por fim o despótico em que uma única pessoa governa sem leis e sem regras, conduzindo tudo por sua vontade e caprichos. Capítulo II – Do governo republicano e das leis relativas à democracia. Neste capítulo Montesquieu define o conceito de democracia como um estado republicano onde todo o povo tem poder em que suas vontades prevalecem através do voto. Montesquieu faz referência a democracia ateniense e ao império romano, e afirma que a causa da ruína romana foi a não fixação de número de cidadãos que devem participar das assembleias. Assim, define duas leis como fundamentais no funcionamento da república, uma que organiza o método de eleição e a outra é que o povo faça as leis, mesmo que precise do senado para legislar. Capítulo III – Das leis relativas à natureza da aristocracia. Aqui, Montesquieu faz sua definição de aristocracia, um governo onde o poder está nas mãos de poucos enquanto os restantes são como súditos. Afirma que quando existir um grande número de nobres é necessário um senado que deverá criar e executar as leis. Por fim, diz que a aristocracia deve se aproximar da democracia e se afastar da monarquia. Capítulo IV – Das leis em sua relação com a natureza do governo monárquico. Define o governo monárquico como um governo onde um sozinho governa por leis fundamentais e onde existe somente a vontade desse um, por consequência, nenhuma lei pode ser natural. Ademais, coloca o poder do clero como conveniente aliada ao poder de um rei, ainda mais se esse rei segue caminho a um governo despótico. Capítulo V – Das Leis Relativas ao governo despótico. Define o governo despótico como governado por um narcisista, que se considera tudo perante os seus súditos, um homem preguiçoso, ignorante e voluptuoso. Aqui, Montesquieu mostra sua face iluminista e faz inúmeras críticas a governos despóticos. Afirma que a instituição de um vizir é a lei fundamental desse governo, pois quando se passa o poder a um vizir, mais o príncipe pode se dedicar a suas paixões. Comentário Crítico Acerca do Livro II: O Livro II se restringe a analisar os tipos de governo e as leis que o fazem funcionar. De modo infeliz, é possível associar o Capítulo V com atual Presidente do Brasil, Bolsonaro, que não teme participar de manifestações contra os outros poderes, declama ser a Constituição, e obviamente, precisa de um vizir repartindo pouco a pouco o seu “poder” seja com o Ministro da Economia ou da Justiça e Segurança Pública. Resumido por Montesquieu: Narcisista, preguiçoso, ignorante e voluptuoso. Livro III – Dos Princípios dos Três Governos Capítulo I – Diferença entre a natureza do governo e seu princípio Define a natureza do governo como seu âmago, enquanto o princípio é aquilo que lhe impulsiona, sua mola, as paixões humanas, que dão movimento ao governo. Capítulo II – Do princípio dos diversos governos. Reflete acerca da natureza dos três tipos de governo já supracitados, concluindo que através de sua natureza pode descobrir os seus princípios. Capitulo III – Do princípio da democracia. Segundo Montesquieu, diferente da monarquia e de governos despóticos, para se sustentar um Estado popular, que é a virtude. Montesquieu chega a essa conclusão após avaliação histórica, dos governos gregos e romanos. Ademais, quando se extingue a virtude surge a avareza que é uma ameaça a república. Também, segundo sua ótica, quando num Estado popular as leis deixam de serem executadas é indicador da falência do Estado. Capítulo IV – Do princípio da aristocracia. Montesquieu afirma que na aristocracia a virtude não é tão necessária quanto na democracia, visto que o povo é para os nobres como os súditos na monarquia, por tanto são contidos pela força da lei, todavia, é necessário a virtude para conter os outros nobres. Ademais, admite que a aristocracia tem uma força que a democracia não tem: os nobres reprimem pela prerrogativa que tem e pelos seus próprios interesses, entretanto, é difícil que os nobres reprimam a si mesmo. Assim, só podem ser reprimidos por uma grande virtude que os faça se julgarem iguais ao povo, ou por uma virtude menor, a moderação, e esta é o princípio da democracia. Capítulo V – De como a virtude não é o princípio do governo monárquico. De acordo com Montesquieu, na monarquia a virtude é mínima, o estado continua a existir mesmo sem as virtudes, para tanto, as leis ocupamo local das virtudes, garantindo a contenção do povo. Capítulo VI – Como se supre a virtude no governo monárquico. Segundo Montesquieu, a falta da virtude no governo monárquico é suprida pela honra, que somada a força das leis pode conduzir o governo do mesmo modo que a virtude. Capítulo VII – Do princípio da monarquia. Retoma-se neste capítulo a ideia de honra como princípio da monarquia, e diferente de uma república a ambição é benéfica a uma monarquia, pois pode ser facilmente reprimida. Assim Montesquieu conclui que a honra movimenta a monarquia, fazendo com que cada qual vá em direção ao interesse do bem comum, acreditando estarem indo em direção aos seus interesses particulares. Capítulo VIII – De como a honra não é o princípio de governos despóticos. A honra não é o princípio de governos despóticos uma vez que para a existência dela precede-se a existência de uma constituição fixa, e como já referido anteriormente, o déspota não respeita as leis nem regras fixa, realizando tudo pelos seus caprichos. Capítulo IX – Do princípio de governos despóticos. Segundo Montesquieu, a virtude não é necessária no governo despótico, e a honra seria perigosa para o governo. Assim, o princípio que se fazer necessário é o temor, devido ao príncipe passar o poder a quem confia, essas pessoas poderiam fazer rebeliões, deste modo, o sentimento de medo, mina a ambição do príncipe. Capítulo X – Diferença da obediência nos governos moderados e nos governos despóticos. Nos governos despóticos a obediência é imprescindível, não existe termos ou negociações, o que manda é a vontade do déspota. A única coisa que pode se opor a vontade do príncipe é a religião, uma vez que elas são impostas ao príncipe da mesma forma que são impostas aos súditos. Difere-se, entretanto, no direito natural, uma vez que não se considera mais o príncipe como homem. Quanto aos governos moderados, o poder está limitado por aquilo que é seu princípio, a honra está sujeita a extravagâncias, enquanto a obediência atenderá todas elas. Capítulo XI - Reflexões sobre tudo isso. Neste capítulo Montesquieu conclui o raciocínio do Livro III, finaliza retomando brevemente os princípios de cada governo e complementando que em alguns desses determinados governos não se seja seu princípio - virtuoso, moderado, honrado ou temente -, mas sim que deveria ser. Comentário Crítico Acerca do Livro III: Neste capítulo Montesquieu ao estipular as virtudes de cada tipo de governo, fica mais claro como nos últimos dois anos o Brasil é governado por um déspota sem traços de republicanismo. Ao afirmar ser a Constituição, Bolsonaro quer se afirmar como lei, no qual sua vontade reina. Tal como no adágio popularizado por Suetônio em De vita Caesarum; “Vulpes mutat pilum, non mores” (A raposa muda de pelos, não de costumes). O mesmo ideal de déspota escrito por Montesquieu há quase 300 anos, continua o mesmo. Livro V – De como as leis que o legislador produz devem ser relativas ao princípio de governo. Capítulo II – O que é a virtude no estado político. De acordo com Montesquieu, a virtude, numa república, dá-se pelo amor à pátria, que leva à bondade de costumes. Quanto mais abdicam de seus desejos particulares, mais cedem em prol da vontade geral. Capítulo III – O que é o amor à república na democracia. Montesquieu definiu o amor à democracia como o amor à igualdade, esse amor surge pelo amor à frugalidade, posto que, a igualdade só pode ser atingida por meio da frugalidade. O amor à igualdade limita a ambição ao desejo de prestar serviços à pátria maiores que os de outrem. O amor à frugalidade limita o desejo de ter todas suas vontades, ou familiares, atendidas. Capítulo V – Como as leis estabelecem a igualdade na democracia. Neste capítulo, Montesquieu reflete sobre como manter a igualdade na democracia. Para tanto é necessário regulamentar e limitar a propriedade de particulares, retoma sociedades passadas que tentaram diferentes leis para controlar as propriedades, heranças, dotes etc. Define a igualdade como a alma do Estado na democracia. Capítulo VI – Como as leis devem manter a frugalidade na democracia. Neste capítulo, Montesquieu aborda sobre como as leis devem manter a simplicidade nos estados democráticos, como no capítulo anterior, retoma sociedades antigas para demonstrar como foi feito no passado essa tentativa de frugalidade. Capítulo VIII – Como as leis devem relacionar-se com o princípio do governo na aristocracia Devido as evidentes diferenças econômicas do povo num governo aristocrata, portanto, as leis devem regulamentar e restabelecer a igualdade que a natureza do estado elimina, para tornar seu povo virtuoso. Define algumas leis e acordos como essenciais na aristocracia, como o fato de nobres não poderem arrecadar impostos, também proibir o comércio aos nobres, etc. Capítulo IX – Como as leis são relativas a seu princípio na monarquia. Como a honra é o princípio da monarquia, as leis devem se relacionar com ela, principalmente favorecer o sustento da nobreza – pois essa é filha e mãe da honra –, é preciso tornar a nobreza hereditária para que seja um vínculo do povo e do príncipe. As leis devem favorecer todo o comércio que a constituição desse governo pode oferecer, para que assim os súditos possam realizar as necessidades do príncipe da corte, sem falir o estado. Capítulo X – Da presteza da execução na monarquia. Neste capítulo Montesquieu aborda as vantagens que a monarquia tem sobre governos republicanos, em especial uma: a presteza na execução de negócios públicos, todavia, essa presteza não pode se tornar rapidez e, para tanto, é preciso que leis contenham abusos que podem vir a ser realizados pelo príncipe. Capítulo XI – Da excelência do governo monárquico. Neste capítulo, Montesquieu compara os modelos de governo monárquico e despótico, afirma que em um Estado despótico o povo não tem tribunos, enquanto na monarquia, de certa forma, tem tribunos. Deste modo, a ação do governo despótico quase sempre é levada ao extremo, enquanto na monarquia o príncipe deve se manter fiel as suas leis fundamentais. Capítulo XIV – Como as leis são relativas ao princípio do governo despótico. Na análise de Montesquieu, para povos ignorantes, não é necessário mais de uma ou duas leis, desde que tudo derive dela, logo após isso, Montesquieu faz diversas críticas a déspotas e seu estilo de vida. Capítulo XVI – Da comunicação do poder. Começa dizendo que no governo despótico o poder é passado em totalidade para as mãos de quem foi dado, no monárquico é passado com moderação, posto que nunca dá uma parte do poder sem ter ficado com a maior parte, conclui, por fim, que em países moderados a lei é amplamente conhecida, todavia no despotismo onde a lei é a vontade do príncipe, o magistrado por não poder conhecer a vontade do príncipe, deve por tanto seguir sua própria vontade. Comentário Crítico Acerca do Livro V: Ao avaliar as relações das leis com os princípios de cada governo, é capaz de se ver os traços de República no Brasil, embora o atual presidente deseje ser a constituição, sua vontade ainda não é a lei. Todavia, tampouco a democracia brasileira mostra nos últimos anos uma tentativa de estabelecer a igualdade. A extrema pobreza voltou a crescer, o país retornou ao mapa da fome, e a taxação de grandes fortunas nunca se pareceu tão distante. Livro VIII – Da Corrupção dos Princípios dos Três Governos. Capítulo II – Da corrupção do princípio da democracia. A corrupção do princípio da democracia se dá de dois modos, sendo um a perda do princípio de igualdade e o outro a obtenção do espírito de extrema igualdade, no qual todos desejam ser igual ao governante. Por consequência, o povo decidiria fazer tudo por si: Julgar no lugar de juízes, legislar no lugar dos representantes, e executar no lugar do executivo. Por fim, ocorre a desvalorizaçãode suas instituições. Segundo Montesquieu, isso ocorre quando aquele que recebeu o poder, oculta sua própria corrupção, por meio da corrupção do povo. Capítulo III – Do espírito de igualdade extrema. O espírito de igualdade extrema difere extremamente do espírito de igualdade, o primeiro consiste em mandar e obedecer a seus iguais, é fato que no estado de natureza o homem nasça em igualdade, contudo a sociedade o faz perder, os fazendo iguais apenas pela lei. Capítulo IV – Causa particular da corrupção do povo Os grandes êxitos dão ao povo tanto orgulho que torna incapaz a condução do povo, que passar a ansiar ser igual ao magistrado, tornando-se inimigo dos que governam e por sua vez da inimigos da própria constituição. Capítulo V – Da corrupção do princípio da aristocracia. A corrupção do princípio da aristocracia surge quando os nobres se tornam parciais, governando pelos seus próprios interesses, se tornam um conjunto de déspotas. Capítulo VI – Da corrupção do princípio da monarquia. A corrupção da monarquia é exemplificada por Montesquieu utilizando as dinastias Tsin e Suei. A monarquia se corrompe quando o príncipe decide demonstrar seu poder modificando a ordem das coisas ao invés de segui-las. Capítulo VII – Continuação do mesmo assunto. Neste capítulo Montesquieu continua definindo a corrupção do poder em seu processo, até chegar num ápice que resulta na modificação da natureza. Capítulo VIII – Do perigo da corrupção do princípio do governo monárquico. O perigo, segundo Montesquieu, é quando a monarquia cai e surge em seu lugar – que outrora fora um governo moderado – um governo despótico. Capítulo IX – Em que medida a nobreza é levada a defender o trono. Montesquieu faz um relato histórico das vezes em que a nobreza se aliou aos monarcas e pereceu. Capítulo X – Da corrupção do princípio do governo despótico. Segundo Montesquieu, o governo despótico está em eterna corrupção, uma vez que é corrupto por natureza, sendo ele mesmo a causa de seu próprio perecer. Capítulo XI – Efeitos naturais da bondade e da corrupção de princípios. Quando se corrompe os princípios de governo, corrompe-se até suas melhores leis que se tornarão prejudiciais ao Estado, em contra partida, quando seus princípios estão sadios até as piores leis são boas para o estado. Ademais, a única forma de recuperar uma república corrompida é afastar-se da corrupção e reestabelecer os princípios. Capítulo XVI – Propriedades distintivas da república. Segundo Montesquieu é da natureza da república que ela exista em um pequeno território, devido ao fato que em grandes repúblicas há grande riqueza e primeiro o homem acha que pode ser feliz se sua pátria, depois que pode ser grande sob as ruínas de sua pátria. Capítulo XVII – Propriedades distintivas da monarquia Uma monarquia deve ocupar um território medíocre, pois caso pequeno demais tornar- se-ia república e caso grande demais não haveria forma de garantir a que os representantes do príncipe seguissem as leis. Capítulo XIX – Propriedades distintivas do governo despótico. Governos despóticos devem existir em grandes territórios, para que se supra a distância, e que o temor impeça a negligência dos representantes distantes da capital. Comentário Crítico Acerca do Livro VIII: Novamente este livro é equiparável ao Estado Brasileiro, tanto com o democrático quanto ao déspota. Assim como descrito na corrupção da democracia, os sinais já são perceptíveis no cotidiano brasileiro. O Presidente se esconde numa “cortina de povo”, corrompendo o povo ao tentar esconder sua corrupção. Seus fiéis eleitores já não mais respeitam a constituição, tampouco suas instituições, pedem o fechamento do Congresso e do STF – o que tornaria o presidente um verdadeiro déspota –. Outrossim, como dito por Montesquieu a natureza do déspota é sua derrocada. Ao passo que o Presidente tentar impor seus desejos aos seus “vizires”, mais os “vizires” se rebelam contrários a ele, e apontam a sua corrupção. Livro XI – Das leis que formam a liberdade política em sua relação com a constituição Capítulo II – Diversos significados atribuídos à palavra liberdade. Montesquieu afirma que a liberdade ganhou diversos significados durante o percurso da história a depender do grupo social e modelo de governo em que se profere a palavra. Concluiu por fim que como numa democracia o povo tem mais poder, confundiu-se liberdade do povo com poder do povo. Capítulo III – O que é liberdade & Capítulo IV - Continuação do mesmo assunto. Liberdade política não é se fazer o que quer, mas sim fazer o que a lei permite. Ademais, a liberdade política só se encontra em governos moderados, contundo, nem sempre se encontra em estados moderados, só existe quando não se abusa do poder. Capítulo V – Do objetivo dos diversos Estados. Todo Estado tem o objetivo de se manter. Contudo, cada um tem um objetivo próprio, como no caso de governos despóticos: a gloria do príncipe e do Estado. Capítulo VI – Da constituição da Inglaterra. Montesquieu analisa o sistema de governo inglês e sua respectiva repartição de poderes à luz do ideal de liberdade política como norte de todo governo. Em sua visão, a liberdade política somente existiria em governos moderados, nos quais prevaleceria um equilíbrio entre poderes por força do mecanismo de freios e contrapesos. De acordo com sua teoria, havia três poderes: Poder legislativo, que deveria prezar pela formulação e preservação do sistema jurídico; Poder executivo, incumbido da manutenção da estrutura pública e da formulação da política exterior, prezando pela segurança nacional; Poder judiciário, destinado sobretudo à função julgadora. Capítulo VII – Monarquias que conhecemos. Montesquieu encerra com a afirmação que as monarquias que conhecemos não tem como objetivo imediato a liberdade, tendem apenas para glória do cidadão, do Estado e do príncipe e, desta glória surge um espírito de liberdade que pode fazer grandes coisas. Comentário Crítico Acerca do Livro XI: Montesquieu aponta um erro cometido até hoje, a confusão de liberdade do povo com poder do povo. Embora o povo seja mais poderoso numa democracia, não é necessariamente livre, por fim, para garantir a liberdade propõem o mecanismo de freios e contrapesos, todavia, num país marcado pela desigualdade social, voto do cabresto e fome, até que ponto o mecanismo suportará? Victor Leonard Caratin NºUSP: 11848802
Compartilhar