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APS - PROCESSO DO TRABALHO - FINALIZADA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
CURSO DE DIREITO 
 
 
NATHÁLIA MIE IDE DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
Análise de caso prático para resolução de questões atreladas ao conteúdo abordado 
na matéria Processo do Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2024 
NATHÁLIA MIE IDE DE OLIVEIRA 
RA: 2404238 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
Análise de caso prático para resolução de questões atreladas ao conteúdo abordado 
na matéria Processo do Trabalho. 
 
 
Trabalho da matéria Processo do Trabalho como 
requisito para obtenção de nota da atividade prática 
supervisionada. 
Professor: Marcelo Barbosa de Melo. 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2024 
 Respostas ao questionário sobre o caso do reclamante 
Genivaldo. 
 
 1) Agiu corretamente o Magistrado na distribuição do ônus da prova no 
acaso acima apresentado? Fundamente sua opção de forma completa, inclusive 
abordando brevemente a questão da inversão do ônus da prova no processo do 
trabalho. 
 Resposta: 
 No caso em apreço, o magistrado agiu de maneira correta, tendo em vista que 
a distribuição do ônus da prova ocorreu conforme o artigo 818, I e II da CLT. Em 
relação ao mencionado dispositivo legal, ao reclamante incumbe provar quanto ao fato 
constitutivo de seu direito, em contrapartida, ao reclamado cabe provar a existência 
de algum fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. 
 Nesse sentido, no dissídio as partes buscaram provar a veracidade de suas 
alegações por meio de prova testemunhal. 
 No que concerne à inversão do ônus da prova, existe esta possibilidade, 
consoante previsão legal no artigo 818, § 1o da CLT. Em circunstância de peculiaridade 
do caso concreto, atrelado à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o 
encargo em relação à obtenção de provas para confirmar os fatos alegados, atrelado 
à presença de maior facilidade de obtenção destas pela parte contrária, o juiz pode 
realizar a distribuição do ônus da prova de forma diversa, no caso, por meio da 
inversão do ônus. 
 
 2) Qual a finalidade do protesto apresentado pelo advogado do autor? 
 Resposta: 
 O protesto apresentado na audiência trabalhista é o meio utilizado pelo 
advogado para demonstrar o seu inconformismo em relação a decisão proferida pelo 
juiz em audiência. 
 Além disso, o protesto possui a função implícita de que o juiz reconsidere a sua 
deliberação anteriormente tomada. 
 À luz da CLT, o protesto tem papel fundamental no que concerne ao exposto 
nos artigos 795 e 817 da legislação, como forma de arguir eventuais nulidades, bem 
como a consignação do protesto em ata de audiência, respectivamente. 
 Em relação ao protesto realizado pelo advogado do reclamante, a sua 
finalidade está atrelada com a possibilidade de recorrer de tal ato posteriormente, no 
momento de elaboração do recurso contra decisão definitiva, haja vista que por meio 
do princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias, a decisão 
proferida em audiência não é passível de recurso antes da prolação da decisão 
terminativa, com base no artigo 893, § 1o da CLT. 
 
 3) O juiz poderia dispensar o interrogatório das partes? 
 Resposta: 
 Sim, ele poderia dispensar o interrogatório das partes, pois conforme a previsão 
legal do artigo 848, caput da CLT, o ato de interrogar os litigantes é uma faculdade do 
magistrado e, por conseguinte, não se caracteriza uma obrigação imposta a ele. 
 
 4) Explique à luz da doutrina, legislação e jurisprudência os fundamentos 
que deveriam ser utilizados pelo advogado de Genivaldo ao formular a 
contradita. 
 Resposta: 
 A testemunha apresentada pelas partes na audiência, em tese, deve ser 
imparcial. Em situação que torna evidente o comportamento parcial desse indivíduo, 
torna-se possível o questionamento de sua parcialidade pela parte contrária por meio 
do instrumento denominado contradita. 
 No caso em apreço, no momento que a testemunha da reclamada foi 
contraditada pelo advogado do reclamante, este poderia se utilizar do respaldo 
legislativo, doutrinário e jurisprudencial para demonstrar o motivo de sua contradita e 
o porquê dela ser válida. 
 Em princípio, o advogado poderia ter utilizado a fundamentação legal prevista 
no artigo 447, § 3o, II do CPC, alegando que a testemunha possuía interesse no litígio 
e, por isso, deveria ser considerada suspeita. Não sendo permitido a sua participação 
como prova testemunhal, não somente pelo fato de exercer função de diretor 
comercial, mas também por ter participação acionária de 40% do capital social da 
empresa, o que demonstra de forma patente o seu interesse no resultado do dissídio. 
 À luz da doutrina, especificamente do doutrinador Luiz Fux, a testemunha, ao 
comparecer anteriormente para depor sobre os fatos do litígio, deve ser qualificada, 
exprimindo sobre suas relações e eventuais impedimentos para depor. 
 No entanto, mesmo na prestação de compromisso por parte da testemunha, 
ainda será lícito à parte contrária impugnar este compromisso, apresentando algum 
fator que gere o prejuízo da testemunha pela suscitação do incidente da contradita, o 
qual terá questão dirimida em momento anterior ao depoimento dela. 
 Por fim, sob o escopo da jurisprudência, há o entendimento pacificado de que 
o fato da testemunha exercer cargo de confiança não demonstra a caracterização da 
suspeição de prova testemunhal, sendo necessário outros elementos para a 
comprovação de seu interesse no litígio. Entretanto, ao exercer cargo de direção ou 
similar, existe a possibilidade da contradita por suspeição da testemunha, conforme 
observado pelos seguintes julgados do TRT: 
 
 “CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. 
CONTRADITA DE TESTEMUNHA COM PODERES DE 
MANDO. POSSIBILIDADE. Esta Corte Superior tem firmado 
entendimento de que o simples exercício de cargo de confiança, 
por si só, não configura a suspeição da testemunha, contudo, 
nos casos em que configurado poder de mando idêntico ao 
do empregador, inclusive na admissão e dispensa de 
empregados, a contradita é admitida. Precedentes. No caso, 
o Regional registrou que a reclamante atuava como verdadeiro 
alter ego da reclamada, justificando-se, pois, a contradita. 
Agravo de instrumento conhecido e desprovido.” (AIRR – 
XXXXX-54.2015.5.18.0001, 3a Turma, Relator Ministro 
Alexandre Agra Belmonte, 22/10/2019). 
 
 “CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. 
CONTRADITA ACOLHIDA. TESTEMUNHA GERENTE GERAL. 
SUSPEIÇÃO. Se a depoente, inquirida em contradita, confirma 
que exerce cargo de gerente geral, sendo autoridade máxima na 
agência do banco demandado, reta é a negativada de sua oitiva 
pelo juízo condutor da instrução mediante a acolhida da 
contradita, porquanto tal testigo atua como um “alter ego” do 
empregador e, sendo assim, não tem isenção de ânimo para 
depor. Preliminar de cerceio do direito de defesa apresentada 
pelo réu rejeitada.” 
 
 5) Explique o que são razões finais remissivas? Se hipoteticamente os 
advogados optassem por razões finais orais, quais as cautelas que deveriam 
ser observadas? 
 Resposta: 
 As razões finais remissivas são aquelas utilizadas pelo advogado para, em sua 
oportunidade de manifestação, explicitar que se remete aos termos previstos em sua 
petição inicial ou defesa (em caso de estar representando o reclamado). Ele reitera 
aquilo que apresentou previamente. 
 Caso os advogados optassem por razões finais orais, seria necessário a 
cautela no que diz respeito a formalidade de sua realização, prevista no artigo 850 da 
CLT. No caso, não ultrapassar o prazo de 10 minutos para cada parte. 
 
 6) Agiu corretamente o juiz ao arbitrar os honorários sucumbências no 
percentual de 20% a ser calculado considerando o valor da causa? 
 Resposta: 
 Não, o juiz agiu de forma incorreta, tendo em vista que o percentual de 20% 
ultrapassao percentual máximo de 15% previsto no artigo 791-A da CLT. 
 Deste modo, com base na lei específica, ao advogado são devidos honorários 
de sucumbência fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15% sobre o valor 
atualizado da causa, no que se refere ao caso exposto pela atividade.

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