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PSIQUIATRIA transtorno bipolar

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PSIQUIATRIA 
Transtorno Bipolar: 
É uma doença crônica episódica, que cursa com transtorno de humor e geralmente tem início 
entre os 15 a 24 anos. É altamente relacionada com a hereditariedade, atores ambientais, 
alterações na neurotransmissão, cascatas de transdução e fatores neurotróficos. 
Estima-se que 3 a 5% da população brasileira seja bipolar e que, dos pacientes diagnosticados 
com depressão, de 12,5 a 30% sejam, na verdade, bipolares. 
Nessa população, o risco de suicídio é 15x maior que na população em geral, sendo que na 
TAB 2 a letalidade é maior. Os principais fatores de risco são ciclagem rápida, estado misto, 
tentativas prévias e história familiar de suicídio. 
Sintomas “maniformes: 
• Humor persistentemente elevado, expansivo ou irritável mais quatro dos sintomas 
abaixo: 
o Autoestima inflada ou grandiosidade; 
o Redução da necessidade de sono; 
o Loquacidade ou pressão para falar; 
o Fuga de ideias ou pensamento acelerado; 
o Distratibilidade; 
o Aumento da atividade dirigida a objetivos ou agitação psicomotora; 
o Envolvimento em atividades potencialmente danosas. 
Mania x Hipomania 
• Mania: episódio de pelo menos 7 dias de duração (se necessitar de internação, 
independe da duração), em que ocorre prejuízo acentuado no funcionamento social ou 
profissional e/ou hospitalização e/ou características psicóticas. 
• Hipomania: episódio de até 4 dias de duração, em que ocorre mudança clara no 
funcionamento que não é característica do indivíduo quando assintomático. 
Diagnóstico: para fechar o diagnóstico é necessário um episódio de mania ou hipomania, que 
é a característica que diferencia de transtorno depressivo maior. 
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Transtorno Bipolar tipo 1 – definido como a presença de pelo menos um episódio maníaco 
completo (isto é, comprometendo a função ocupacional e social normal) e, quase sempre, 
episódios depressivos. A incidência é praticamente igual em homens e mulheres. 
Transtorno Bipolar tipo 2 – definido pela presença de episódios depressivos maiores com pelo 
menos um episódio hipomaníaco, mas sem episódios maníacos evidentes. A incidência é 
relativamente mais alta em mulheres. 
Ciclagem rápida: 
• É um especificador da doença, pode ser TAB tipo 1 ou 2 de ciclagem rápida; 
• É caracterizado pela presença de pelo menos 4 episódios de humor nos 12 meses 
anteriores, que atendam aos critérios de episódio maníaco, hipomaníaco ou depressivo 
maior. Os episódios são demarcados por remissões parciais ou totais de pelo menos 
dois meses ou por troca para um episódio de polaridade oposta. 
Fatores que auxiliam no diagnóstico de TAB e exclusão de diagnósticos diferenciais: 
• História familiar de TAB; 
• Idade de início; 
• Padrões da personalidade; 
• Desregulação emocional fora de contexto de humor; 
• Limiar à frustração; 
• Ausência de depressão ou hipomania 
• Resposta à estabilizadores do humor. 
O tratamento é feito com estabilizadores de humor: 
• Lítio: 
o Possui um efeito neuroprotetor e uma ação anti-suicídio. 
o Dose variável, na TAB buscar litemia terapêutica, mas em episódios de mania, o 
ideal é chegar mais perto de 1,0. 
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o Efeitos adversos: diarreia, ganho de peso, sede, poliúria e menos frequentemente 
náuseas, acne, hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, insuficiência renal, 
psoríase, déficit cognitivo e arritmias. 
o Dosar a litemia semanalmente até a estabilização do nível sérico, dosar após uma 
semana de dose regular, depois mensalmente no primeiro ano e a partir disso 
trimestralmente. Deve-se realizar o exame 12 horas após a última tomada. 
o Diuréticos, AINEs, IECA, metronidazol e propranolol podem aumentar a litema. 
o Para acompanhamento, solicitar TSH, creatinina e cálcio trimestralmente. 
o Intoxicação por lítio: 
 
• Anticonvulsivantes: 
o Lamotrigina: 200 a 400 mg, sendo iniciado com 25mg e progride a cada 2 
semanas. Utilizado para o tratamento de depressão bipolar, mas o paciente 
apresenta risco de virada. Suspender caso ocorra Rash cutâneo. 
o Carbamazepina: possui muita interação medicamentosa e por isso está 
praticamente proscrita. 
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o (Di)Valproato: 750 a 1800mg, sendo iniciado com 25mg e progride a cada 2 dias. 
É utilizado para o tratamento de mania aguda. É proscrito para mulheres em 
idade fértil e deve-se ser cauteloso ao administrar em idosos, pois pode causar 
sedação, piora cognitiva e aumenta o risco de queda. Possui efeitos colaterais 
gástricos e deve ser suspenso caso ocorra Rash cutâneo. 
• Antipsicóticos 
o Quetiapina: utilizado em todas as fases; 
o Lurasidona: utilizado para tratar a fase depressiva; 
o Aripiprazol: utilizado para tratar mania e manutenção do estado; 
o Olanzapina: utilizado para tratar mania e associado a fluoxetina na depressão; 
o Risperidona: utilizado para tratar mania e manutenção do estado. 
 
Evitar ao máximo o uso de antidepressivos nesses pacientes. 
 
Ciclotimia: 
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