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Poder de Mercado: Monopólio

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Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 156 
PARTE III 
ESTRUTURA DE MERCADO E ESTRATÉGIA COMPETITIVA 
CAPÍTULO 10 
PODER DE MERCADO: MONOPÓLIO E MONOPSÔNIO 
OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR 
 Este capítulo aborda o monopólio e o monopsônio, ressaltando a semelhança entre esses 
dois tipos de poder de mercado. O capítulo começa com uma discussão do monopólio, nas seções 1 
a 4. A Seção 5 analisa o monopsônio, apresentando, em seguida, uma comparação instrutiva do 
monopólio e do monopsônio. A Seção 6 discute as fontes do poder de monopsônio e os custos 
sociais derivados desse tipo de poder de mercado, e a Seção 7 conclui o capítulo apresentando uma 
discussão da legislação antitruste. Caso o curso careça de tempo, pode ser uma boa idéia estudar 
apenas as quatro primeiras seções deste capítulo, referentes ao monopólio, deixando de lado o 
restante do capítulo. A última parte da Seção 1, relativa à empresa com múltiplas instalações, 
também pode ser deixada de lado caso necessário. Cabe notar que a Seção 7 pode ser discutida 
independentemente das seções 5 e 6. 
 Embora a regra geral para a maximização dos lucros já tenha sido apresentada no Capítulo 
8, é recomendável rever os conceitos de receita marginal e elasticidade de preço da demanda por 
meio de uma cuidadosa derivação da Equação 10.1. A derivação dessa equação permite elucidar a 
geometria da Figura 10.3; para tanto, deve-se ressaltar que, nos níveis de preço e quantidade que 
maximizam o lucro do monopolista, a receita marginal é positiva – o que significa que a demanda 
é elástica. A Equação 10.1 também leva diretamente à discussão do Índice de Lerner, na Seção 
10.2, que proporciona uma análise bastante frutífera do poder de mercado do monopolista – 
permitindo, por exemplo, analisar o caso em que Ed é grande (devido à existência de substitutos 
próximos) e, portanto, em que: (1) a curva da demanda é relativamente horizontal, (2) a curva da 
receita marginal é relativamente horizontal (apesar de mais inclinada que a curva da demanda), e 
(3) o monopolista tem pouco poder para elevar o preço acima do custo marginal. Essas questões 
podem ser discutidas em maior detalhe com o uso de uma curva da demanda não linear, a partir da 
qual é possível mostrar, por exemplo, a curva da receita marginal associada a uma curva da 
demanda com elasticidade unitária. A apresentação desse conceito torna mais clara a discussão 
subseqüente acerca do efeito da cobrança de um imposto sobre um monopolista com demanda não 
linear (Figura 10.5). 
 Os custos sociais do poder de mercado são um bom tópico para discussão em sala de aula, 
que pode ser motivado por meio da comparação entre o peso morto derivado do monopólio e a 
intervenção governamental no mercado (apresentadas no Capítulo 9). É interessante, por exemplo, 
comparar a Figura 10.10 com a Figura 9.5. Os Exercícios (9), (13) e (15) abordam o conceito de 
“curvas da receita marginal quebradas”, apresentado na Figura 10.11; logo, caso haja interesse em 
discutir tais exercícios, é recomendável estudar a figura em detalhe. Cabe notar que, apesar de 
complicada, a Figura 10.11 pode contribuir para a compreensão do conceito de demanda quebrada, 
a ser discutido no Capítulo 12. 
 
 
 
 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 157 
QUESTÕES PARA REVISÃO 
1. Um monopolista produz em um ponto no qual seu custo marginal é maior do que sua 
receita marginal. De que forma ele deve ajustar seu nível de produção para poder aumentar 
seus lucros? 
Quando o custo marginal é maior que a receita marginal, o custo incremental da 
última unidade produzida é maior que a receita incremental. Logo, a empresa 
aumentaria seu lucro se não produzisse a última unidade. Ela deveria continuar a 
reduzir a produção, diminuindo o custo marginal e aumentando a receita marginal, 
até igualar o custo marginal à receita marginal. 
2. Expressamos o percentual de markup sobre o custo marginal na forma (P - CMg)/P. Para 
um monopolista que maximiza os lucros, de que forma esse markup dependerá da 
elasticidade da demanda? Por que esse markup pode servir como medida do poder de 
monopólio? 
Podemos mostrar que essa medida de poder de mercado é igual ao inverso da 
elasticidade de preço da demanda: 
DEP
CMgP 1
−=
−
 
A equação implica que, à medida que a elasticidade aumenta (ou seja, a demanda se 
torna mais elástica), o inverso da elasticidade diminui e, portanto, o poder de 
monopólio também diminui. Conseqüentemente, à medida que a elasticidade 
aumenta (diminui), a empresa passa a ter menor (maior) poder para cobrar um 
preço acima do custo marginal. 
3. Por que não existe curva da oferta em um mercado sob condições de monopólio? 
A decisão de produção do monopolista depende não apenas de seu custo marginal, 
mas também da curva da demanda. Os deslocamentos da demanda não definem 
uma série de preços e quantidades que possam ser identificados como a curva da 
oferta da empresa. Em vez disso, levam a mudanças no preço, na quantidade, ou em 
ambos. Isso significa que não há uma relação direta entre o preço e a quantidade 
ofertada e, portanto, que não existe curva da oferta em um mercado sob monopólio. 
4. Por que uma empresa poderia possuir poder de monopólio mesmo não sendo a única 
produtora do mercado? 
O grau de poder de monopólio, ou de mercado, de que uma empresa desfruta 
depende da elasticidade da curva da demanda com que ela se defronta. À medida 
que a elasticidade da demanda aumenta, isto é, à medida que a curva da demanda se 
torna menos inclinada, o inverso da elasticidade se aproxima de zero e o poder de 
monopólio da empresa diminui. Logo, se a curva da demanda da empresa não for 
infinitamente elástica, a empresa possui algum poder de monopólio. Apenas a 
empresa competitiva que enfrenta uma curva da demanda horizontal não tem poder 
de mercado. 
5. Cite algumas das diferentes barreiras à entrada que fazem surgir o poder de monopólio. 
Dê um exemplo de cada uma. 
O poder de monopólio de uma empresa depende da facilidade com que outras 
empresas são capazes de entrar no setor. Existem várias formas de barreiras à 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 158 
entrada, tais como os direitos de exclusividade (por exemplo, patentes, direitos 
autorais e licenças) e as economias de escala – que são as formas mais comuns. Os 
direitos de exclusividade são direitos legais de propriedade para a produção ou 
distribuição de um bem ou serviço. As economias positivas de escala podem 
conduzir a “monopólios naturais”, pois possibilitam ao maior produtor cobrar 
preços mais baixos e, assim, expulsar os concorrentes do mercado. Na produção de 
alumínio, por exemplo, há indícios da existência de economias de escala na 
conversão da bauxita em alumina. (Veja o caso U.S. v. Aluminum Company of 
America, 148 F.2d 416 [1945], discutido no Exercício 8, a seguir.) 
6. Quais os fatores que determinam o grau de poder de monopólio que uma empresa poderá 
ter? Explique resumidamente cada fator. 
A elasticidade da demanda de uma empresa depende de três fatores: (1) elasticidade 
da demanda de mercado, (2) número de empresas no mercado, e (3) interação entre 
as empresas no mercado. A elasticidade da demanda de mercado depende do grau 
de diferenciação do produto, isto é, da facilidade com que os consumidores são 
capazes de substituir o produto por algum similar. À medida que o número de 
empresas no mercado aumenta, a elasticidade da demanda com que cada empresa 
se defronta aumenta, pois os clientes podem passar a consumir os produtos dos 
concorrentes. O número de empresas no mercado é determinado pelas 
possibilidades de entrada no setor (ou seja, pela magnitude das barreiras à entrada). 
Por fim, a capacidade de uma empresa cobrar preços superiores ao custo marginal 
depende da reação das demais empresas às mudanças no preço dessa empresa. Caso 
as demais empresas sigam as mudançasde preço dessa empresa, os clientes terão 
poucos incentivos para deslocar sua demanda para novos fornecedores. 
7. Por que existe um custo social para o poder de monopólio? Se os ganhos dos produtores 
advindos do poder de monopólio pudessem ser redistribuídos aos consumidores, o custo 
social do monopólio seria eliminado? Explique resumidamente. 
Quando uma empresa se aproveita de seu poder de monopólio para fixar o preço 
acima do custo marginal, os consumidores compram uma menor quantidade ao 
preço mais elevado. Isso implica uma redução do excedente do consumidor, 
correspondente à diferença entre o preço que os consumidores estariam dispostos a 
pagar e o preço de mercado de cada unidade consumida. Parte do excedente do 
consumidor perdido não é capturada pelo vendedor, resultando em um peso morto 
para a sociedade. Portanto, mesmo que os ganhos dos produtores fossem 
redistribuídos aos consumidores, a sociedade continuaria sofrendo uma perda de 
bem-estar. 
8. Qual o motivo do aumento no nível de produção de um monopolista, se o governo o obriga 
a reduzir seu preço? Se o governo desejasse impor um preço máximo capaz de maximizar a 
produção do monopolista, que preço deveria ser estabelecido? 
Ao restringir o preço abaixo do preço que maximiza os lucros do monopolista, o 
governo pode mudar o formato da curva da receita marginal da empresa, RMg. 
Com a fixação de um preço máximo, a RMg é igual ao preço máximo para todos os 
níveis de produção abaixo da quantidade demandada a esse preço. Caso o governo 
deseje maximizar a produção, ele deve estabelecer um preço igual ao custo 
marginal, pois preços abaixo desse nível incentivam a empresa a reduzir a produção 
(supondo que a curva do custo marginal seja positivamente inclinada). O problema 
do regulador reside na identificação do formato da curva do custo marginal do 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 159 
monopolista – que é uma tarefa difícil, dado o incentivo do monopolista a esconder 
ou distorcer tal informação. 
9. De que forma um monopsonista deverá decidir a quantidade de mercadoria que 
adquirirá? Ele adquirirá mais ou menos do que um comprador competitivo? Explique 
resumidamente. 
A despesa marginal corresponde à variação na despesa total associada à mudança 
na quantidade comprada. No caso de uma empresa que concorre com muitas outras 
empresas para comprar insumos, a despesa marginal é igual à despesa média 
(preço). No caso de um monopsonista, a curva da despesa marginal está localizada 
acima da curva da despesa média, pois a decisão de comprar uma unidade adicional 
eleva o preço pago por todas as unidades, incluindo a última. Todas as empresas 
compram insumos até o ponto em que o valor marginal da última unidade se torna 
igual à despesa marginal com aquela unidade. Isso vale tanto para o comprador 
competitivo como para o monopsonista. Entretanto, dado que a curva da despesa 
marginal do monopsonista se situa acima da curva da despesa média, e que a curva 
do valor marginal é negativamente inclinada, o monopsonista compra uma 
quantidade menor que a empresa no caso de um mercado competitivo. 
10. O que significa o termo "poder de monopsônio"? Por que uma empresa poderia possuir 
poder de monopsônio mesmo não sendo a única compradora no mercado? 
O poder de monopsônio refere-se ao poder de mercado do comprador com relação 
ao preço de uma mercadoria. Esse poder permite que o comprador adquira um 
produto a um preço menor, se comparado ao mercado de fatores competitivos. Um 
comprador que se defronte com uma curva da oferta de fatores positivamente 
inclinada possui algum poder de monopsônio. Em um mercado competitivo, o 
vendedor se defronta com uma curva da demanda de mercado perfeitamente 
elástica e o comprador com uma curva da oferta também perfeitamente elástica. 
Logo, qualquer característica do mercado que gere uma curva da oferta com 
elasticidade menor do que infinita (por exemplo, a existência de um pequeno 
número de compradores ou a prática de coalizão entre os compradores) confere ao 
comprador algum poder de monopsônio. 
11. Cite algumas fontes do poder de monopsônio. O que determinará o grau de poder de 
monopsônio que certa empresa poderá possuir? 
O poder de monopsônio de uma empresa depende das características do mercado 
referentes ao “lado dos compradores”. Três características básicas afetam o poder 
de monopsônio: (1) a elasticidade da oferta de mercado, (2) o número de 
compradores, e (3) o tipo de interação entre os compradores. Primeiro, se a oferta 
de mercado for muito inelástica, o comprador terá um poder de monopsônio maior. 
Quando a oferta é muito elástica, a despesa marginal e a despesa média não são 
muito diferentes, logo, o preço fica mais próximo do preço competitivo. Segundo, 
quanto menor o número de compradores, maior o poder de monopsônio. Terceiro, 
se os compradores fazem uma coalizão e/ou não competem muito agressivamente 
com os demais, então eles gozam de mais poder de monopsônio. 
12. Por que existe um custo social para o poder de monopsônio? Se os ganhos dos 
compradores decorrentes do poder de monopsônio pudessem ser redistribuídos aos 
vendedores, o custo social do monopsônio poderia ser eliminado? Explique resumidamente 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 160 
Na presença de poder de monopsônio, o preço e a quantidade são menores do que 
os níveis que prevaleceriam sob condições competitivas. A redução no preço e nas 
vendas implica perda de receita para os vendedores, que é apenas parcialmente 
capturada pelo comprador na forma de um aumento no excedente do consumidor. A 
perda líquida de excedente total é o peso morto. Cabe notar que o peso morto 
persistiria mesmo que o excedente do consumidor pudesse ser redistribuído entre os 
vendedores. Tal ineficiência não pode ser eliminada, pois a quantidade 
transacionada encontra-se abaixo do nível para o qual o preço é igual ao custo 
marginal. 
13. De que forma a legislação antitruste limita o poder de mercado nos Estados Unidos? Dê 
exemplos das principais providências da legislação. 
A legislação antitruste limita o poder de mercado através da imposição de restrições 
ao comportamento das empresas quanto à maximização dos lucros. A Seção 1 da 
Lei Sherman (“Sherman Act”) proíbe qualquer restrição ao comércio, inclusive as 
tentativas de fixação de preços pelos compradores ou vendedores. A Seção 2 da Lei 
Sherman proíbe a adoção de procedimentos que possam conduzir à monopolização 
do mercado. As leis Clayton (“Clayton Act”) e Robinson-Patman (“Robinson-
Patman Act”) proíbem as práticas de discriminação de preço e de direitos de 
exclusividade (por exemplo, a imposição de barreiras por algumas empresas para 
impedir que seus clientes comprem mercadorias dos concorrentes). A Lei Clayton 
também limita as fusões entre empresas, quando estas são capazes de reduzir a 
competição no setor de forma substancial. A Lei da Comissão Federal de Comércio 
(“Federal Trade Commission Act”) torna ilegal o uso de práticas de mercado 
enganosas ou injustas. 
14. Explique resumidamente de que forma a legislação antitruste norte-americana é posta em 
prática. 
A legislação antitruste é implementada de três formas: (1) através da Divisão 
Antitruste do Departamento de Justiça, nos casos em que as empresas violam leis 
federais, (2) através da Federal Trade Commission (FTC), nos casos em que as 
empresas violam a Federal Trade Commission Act, e (3) através de processos 
privados. O Departamento de Justiça pode estabelecer multas ou instaurar processos 
criminais contra os administradores e proprietários de empresas envolvidos, bem 
como reorganizar as empresas, como feito no caso do processo contra a A.T.& T. A 
FTC pode solicitar um entendimento voluntário no sentido de cumprir a lei ou 
determinar formalmente que esta seja cumprida. Por fim, indivíduos ou empresas 
podem mover ações nos tribunaisfederais solicitando compensações de até três 
vezes o valor de seu prejuízo resultante de comportamentos anticompetitivos. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
1. Será que aumentos na demanda de produtos monopolizados sempre resultarão em preços 
mais elevados? Explique. Um aumento na oferta com que se defronta um monopsonista 
sempre resultará em preços mais baixos? Explique. 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 161 
Como ilustrado na Figura 10.4b do livro, o aumento da demanda não resulta 
necessariamente em preços mais elevados. Sob as condições apresentadas na 
Figura 10.4b, o monopolista oferta diferentes quantidades ao mesmo preço. Da 
mesma forma, o aumento da oferta com que se defronta o monopsonista não resulta 
necessariamente em preços mais baixos. Suponhamos que a curva da despesa 
média se desloque de DMe1 para DMe2, conforme ilustrado na figura a seguir. Tal 
deslocamento implica o deslocamento da curva da despesa marginal de DMg1 para 
DMg2. A curva DMg1 interceptava a curva do valor marginal (curva da demanda) 
em Q1, resultando em um preço P; quando a curva DMe é deslocada, a curva DMg2 
intercepta a curva do valor marginal em Q2, resultando no mesmo preço P. 
Preço
Quantidade
DMg1
DMe1
DMg2
DMe2
P
Q1
Q2
VMg
 
2. A empresa Caterpillar Tractor é uma das maiores produtoras de máquinas agrícolas do 
mundo. Ela contrata você para aconselhá-los em sua política de preços. Uma das coisas que a 
empresa gostaria de saber é qual seria a provável redução de vendas após um aumento de 
5% nos preços. Que dados você precisaria conhecer para ajudar a empresa com esse 
problema? Explique por que tais fatos são importantes. 
Por ser uma grande produtora de equipamentos agrícolas, a Caterpillar Tractor 
possui poder de mercado e, portanto, deve levar em consideração a curva da 
demanda ao estabelecer os preços de seus produtos. Na qualidade de conselheiro, 
você deveria se concentrar na determinação da elasticidade da demanda de cada 
produto. Há três fatores importantes a serem considerados. Primeiro, quão similares 
são os produtos oferecidos pelos concorrentes da Caterpillar? Se eles forem 
substitutos próximos, um pequeno aumento no preço da Caterpillar poderia induzir 
os consumidores a transferir sua demanda para os concorrentes. Em segundo lugar, 
qual é a idade dos tratores existentes? Com um grupo de tratores mais antigos, um 
aumento de 5% no preço induziria a uma pequena diminuição na demanda. 
Finalmente, dado que os tratores são um insumo de capital para a produção 
agrícola, qual é a lucratividade esperada no setor agrícola? Caso haja uma 
expectativa de queda da renda agrícola, o aumento nos preços dos tratores deve 
levar a um declínio da demanda maior do que se esperaria considerando apenas as 
informações sobre vendas passadas e preços. 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 162 
3. Uma empresa monopolista defronta-se com uma elasticidade da demanda constante de -2. 
A empresa tem um custo marginal constante de $20 por unidade e estabelece um preço para 
maximizar o lucro. Se o custo marginal subisse 25%, o preço estabelecido pela empresa 
subiria 25%? 
Sim. A regra de preço do monopolista, expressa como uma função da elasticidade da 
demanda pelo seu produto, é: 
DEP
CMgP 1
−=
−
 
ou, alternativamente: 
















+
=
dE
CMg
P
1
1
 
Neste exemplo, Ed = -2,0, de modo que 1/Ed = -1/2. Dessa forma, o preço deveria 
ser determinado a partir da seguinte expressão: 
CMg
CMg
P 2
2
1
=






= 
Portanto, se o CMg aumenta em 25%, o preço também deve aumentar em 25%. 
Quando CMg = $20, temos P = $40. Quando o CMg aumenta para $20(1,25) = 
$25, o preço aumenta para $50 – apresentando um crescimento de 25%. 
4. Uma empresa defronta-se com a seguinte curva de receita média (demanda): 
P = 120 - 0,02Q 
onde Q é a produção semanal média e P é o preço medido em centavos por unidade. A função 
de custo da empresa é expressa pela equação: C = 60Q + 25.000. Supondo que a empresa 
maximize seus lucros: 
a. Quais serão, respectivamente, em cada semana, seu nível de produção, seu preço e seu 
lucro total? 
O nível de produção que maximiza o lucro pode ser obtido igualando-se a receita 
marginal ao custo marginal. Dada uma curva de demanda linear na forma inversa, P 
= 120 - 0,02Q, sabemos que a curva da receita marginal deve ter uma inclinação 
duas vezes maior que a curva da demanda. Logo, a curva da receita marginal da 
empresa é RMg = 120 - 0,04Q. O custo marginal é simplesmente a inclinação da 
curva do custo total. A inclinação de CT = 60Q + 25.000 é 60; logo, o CMg é igual 
a 60. Fazendo RMg = CMg, pode-se determinar a quantidade maximizadora de 
lucros: 
120 - 0,04Q = 50, ou 
Q = 1.500. 
Inserindo a quantidade maximizadora de lucros na função de demanda inversa, 
determina-se o preço: 
P = 120 - (0,02)(1.500) = 0,90. 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 163 
O lucro é igual à receita total menos o custo total: 
 = (90)(1.500) - (25.000 + (60)(1.500)), ou 
 = $200 por semana. 
b. Se o governo decide arrecadar um imposto de $0,14 por unidade de determinado 
produto, quais deverão ser, respectivamente, o novo nível de produção, o novo preço e 
o novo lucro total, em conseqüência do imposto? 
Suponhamos, inicialmente, que o imposto seja pago pelos consumidores. Tendo em 
vista que o preço total (incluindo o imposto) que os consumidores estariam 
dispostos a pagar não se altera, a função de demanda é: 
P* + T = 120 - 0,02Q, ou 
 P* = 120 - 0,02Q - T, 
onde P* é o preço recebido pelos fornecedores. Dado que o imposto eleva o preço 
de cada unidade, a receita total do monopolista diminui em QT, e a receita 
marginal, que corresponde à receita obtida de cada unidade adicional, diminui em 
T: 
RMg = 120 - 0,04Q - T 
onde T = $0,14. Para determinar o nível de produção que maximiza os lucros após a 
cobrança do imposto, iguale a receita marginal ao custo marginal: 
120 - 0,04Q - 14 = 60, ou 
Q = 1.150 unidades. 
Inserindo Q na função de demanda, obtém-se o preço: 
P* = 120 - (0,02)(1.150) - 14 = $0,83. 
O lucro é igual à receita total menos o custo total: 
 
 = 83( ) 1,150( )− 60( ) 1,150( ) + 25,000( )= 1450 centavos, ou 
$14,50 por semana. 
Observação: O preço ao consumidor com o imposto é de $0,97. O monopolista 
recebe $0,83. Portanto, o consumidor e o monopolista pagam, cada um, $0,07 do 
imposto. 
Se o imposto fosse pago pelo monopolista, em vez de ser pago pelo consumidor, o 
resultado seria idêntico. A função de custo do monopolista seria dada por: 
CT = 60Q + 25.000 + TQ = (60 + T)Q + 25.000. 
A inclinação da função de custo é (60 + T), de modo que CMg = 60 + T. Igualando 
o CMg à receita marginal obtida no item a: 
120 - 0,04Q = 60 + 14, ou 
Q = 1.150. 
Logo, o resultado é o mesmo, independentemente de quem paga o imposto ao 
governo. A carga do imposto se reflete no preço do produto. 
5. A tabela a seguir mostra a curva da demanda com a qual se defronta um monopolista que 
produz com um custo marginal constante igual a $10. 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 164 
Preço Quantidade 
18 0 
16 4 
14 8 
12 12 
10 16 
8 20 
 6 24 
 4 28 
 2 32 
 0 36 
a. Calcule a curva da receita marginal da empresa. 
Para calcular a curva da receita marginal, primeiro devemos derivar a curva da 
demanda inversa. A curva da demanda inversa intercepta o eixo dos preços no nível 
18. A inclinação da curva da demanda inversa é dada pela variação no preço 
dividida pela variação na quantidade. Por exemplo, uma redução no preço de 18 
para 16 gera um aumento na quantidade de 0 para 4. Portanto, a inclinação é 
 
−
1
2
 e 
a curva da demanda inversa é 
 
P = 18 − 0.5Q. 
A curva da receita marginal associada a uma curva de demanda linear é uma linha 
com o mesmo intercepto da curva da demanda inversa e uma inclinação duas vezes 
maior.Portanto, a curva da receita marginal é 
RMg = 18 - Q. 
b. Quais são, respectivamente, o nível de produção e o preço capazes de maximizar o 
lucro da empresa? Qual é o lucro da empresa? 
A produção que maximiza o lucro do monopolista é dada pelo ponto em que a 
receita marginal é igual ao custo marginal. O custo marginal é constante e igual a 
$10. Igualando a RMg ao CMg, podemos determinar a quantidade maximizadora de 
lucros: 
18 – Q = 10, ou Q = 8. 
Para determinar o preço que maximiza os lucros, podemos usar o valor de Q obtido 
acima na equação de demanda: 
P = 18 – (0,5)(8) = $14. 
A receita total é dada pela multiplicação do preço pela quantidade: 
RT = (14)(8) = $112. 
O lucro da empresa é igual à receita total menos o custo total; o custo total, por sua 
vez, é igual ao custo médio multiplicado pelo nível de produção. Dado que o custo 
marginal é constante, o custo variável médio é igual ao custo marginal. Ignorando a 
existência de custos fixos, o custo total é 10Q ,ou 80, e o lucro é 
112 – 80 = $32. 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 165 
c. Quais seriam, respectivamente, o preço e a quantidade de equilíbrio em um setor 
competitivo? 
O equilíbrio de uma indústria competitiva caracteriza-se pela igualdade entre preço 
e custo marginal. Igualando o preço ao custo marginal de 10: 
18 0,5 10 16 10.Q Q P− =  =  = . 
Observe o aumento na quantidade de equilíbrio relativo à solução de monopólio. 
d. Qual seria o ganho social se esse monopolista fosse obrigado a praticar um nível de 
produção e preço de equilíbrio competitivo? Quem estaria ganhando e quem estaria 
perdendo em conseqüência disso? 
O ganho social advém da eliminação do peso morto. O peso morto, nesse caso, é 
igual ao triângulo acima da curva do custo marginal constante, abaixo da curva da 
demanda, e entre as quantidades 8 e 16; ou, numericamente: 
(14-10)(16-8)(0,5)=$16. 
Os consumidores capturam esse peso morto, além do lucro do monopolista de $32. 
Os lucros do monopolista são reduzidos a zero, e o excedente do consumidor 
aumenta em $48. 
6. Suponha que um setor possua as seguintes características: 
C = 100 + 2q2 função de custo total de cada empresa 
CMg = 4q função de custo marginal de cada empresa 
P = 90 – 2Q curva da demanda do setor 
RMg = 90 – 4Q curva da receita marginal do setor 
a. Se houver apenas uma empresa no setor, qual será o preço, a quantidade e o nível de 
lucro desse monopólio? 
Se houver apenas uma empresa no setor, ela agirá como um monopolista e 
produzirá até o ponto em que a receita marginal for igual ao custo marginal: 
CMg=4Q=90-4Q=RMg 
Q=11,25. 
Para uma quantidade de 11,25, a empresa estabelecerá um preço de P=90-
2*11,25=$67,50. O nível de lucro será de $67,50*11,25-100-
2*11,25*11,25=$406,25. 
b. Calcule o preço, a quantidade e o nível de lucro se o setor for competitivo. 
Se o setor for competitivo, o preço será igual ao custo marginal, então 90-2Q=4Q, 
ou Q=15. Para uma quantidade de 15, a empresa estabelecerá um preço igual a 60. 
O nível de lucro será de $60*15-100-2*15*15=$350. 
c. Ilustre graficamente a curva da demanda, a curva da receita marginal, a curva do 
custo marginal e a curva do custo médio. Identifique a diferença entre o nível de 
lucro no monopólio e o nível de lucro no setor competitivo de duas maneiras 
diferentes. Verifique que as duas são numericamente equivalentes. 
O gráfico a seguir ilustra a curva da demanda, a curva da receita marginal e a 
curva do custo marginal. A curva do custo médio intercepta a curva do custo 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 166 
marginal em uma quantidade de aproximadamente 7, e, portanto, é crescente (isso 
não é demonstrado no gráfico). O lucro perdido pelo fato da empresa produzir na 
solução competitiva quando se compara ao monopólio é dado pela diferença de 
dois níveis de lucro, já calculados nos itens a e b, ou $406,25-$350=$56,25. No 
gráfico, essa diferença é representada pela área de lucro perdido, que é o triângulo 
abaixo da curva do custo marginal e acima da curva da receita marginal, entre as 
quantidades de 11,25 e 15. Este é o lucro perdido porque cada receita extra dessas 
3,75 unidades recebida é menor do que o custo extra incorrido. Essa área pode ser 
calculada como 0,5*(60-45)*3,75+0,5(45-30)*3,75=$56,25. O segundo método 
para ilustrar graficamente a diferença entre os dois níveis de lucro consiste em 
deslocar a curva do custo médio e identificar as duas áreas de lucro. A área de 
lucro é a diferença entre a área da receita total (preço vezes quantidade) e a área 
do custo total (custo médio vezes quantidade). O monopolista ganhará duas áreas 
e perderá uma se comparado à empresa competitiva, e essas áreas resultam em 
$56,25. 
 
 
CMg 
RMg 
Demanda 
11,25 15 
Lucro perdido 
 Q 
P 
 
7. Suponha que determinado monopolista que maximiza seus lucros esteja produzindo 800 
unidades e cobrando $40 por unidade. 
a. Se a elasticidade da demanda pelo produto é –2, calcule o custo marginal da última 
unidade produzida. 
Lembre-se que a regra de preço do monopolista é uma função da elasticidade da 
demanda por seu produto: 
 
d
(P-CMg) 1
 = - 
P E
 
ou alternativamente, 
 . = 
1
1 + 
d
CMg
P
E
  
  
  
 
Ao inserir os valores de -2 para a elasticidade e de 40 para o preço, chegamos a CMg=20. 
b. Qual é a porcentagem do markup de preço da empresa sobre o custo marginal? 
Em termos de porcentagem, o markup é de 50%, pois o custo marginal 
corresponde a 50% do preço. 
c. Suponha que o custo médio da última unidade produzida seja $15 e o custo fixo da 
empresa seja $2.000. Calcule o lucro da empresa. 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 167 
A receita total é o preço vezes a quantidade, ou $40*800=$32.000. O custo total é 
igual ao custo médio vezes a quantidade, ou $15*800=$12.000. O lucro, então, é de 
$20.000. O excedente do produtor é o lucro mais o custo fixo, ou $22.000. 
8. Uma empresa tem duas fábricas, cujos custos são expressos pelas equações a seguir: 
2
111 10)( :1 Fábrica QQC = 
2
222 20)( :2 Fábrica QQC = 
A empresa se defronta com a seguinte curva da demanda: 
P = 700 - 5Q 
onde Q é a produção total, isto é, Q = Q1 + Q2. 
a. Faça um diagrama desenhando: as curvas do custo marginal para as duas fábricas; as 
curvas da receita média e da receita marginal; e a curva do custo marginal total (isto 
é, custo marginal da produção total Q = Q1 + Q2). Indique o nível de produção que 
maximiza os lucros para cada fábrica, bem como a produção total e o preço. 
A curva da receita média é a própria curva da demanda, 
P = 700 - 5Q. 
No caso de uma curva de demanda linear, a curva da receita marginal apresenta o 
mesmo intercepto da curva da demanda, mas uma inclinação duas vezes maior: 
RMg = 700 - 10Q. 
Em seguida, determine o custo marginal de se produzir Q. Para calcular o custo 
marginal da produção na Fábrica 1, derive a função de custo com relação a Q: 
dC1 Q1( )
dQ
= 20Q1. 
Analogamente, o custo marginal na Fábrica 2 é 
dC2 Q2( )
dQ
= 40Q2. 
Rearrumando as equações de custo marginal na forma inversa e somando-as 
horizontalmente, obtém-se o custo marginal total, CMgT: 
,
40
3
4020
21
21
T
CMgCMgCMg
QQQ =+=+= ou 
.
3
40Q
CMgT = 
O lucro máximo corresponde ao ponto em que CMgT = RMg. A figura a seguir 
apresenta os valores ótimos da produção de cada fábrica, da produção total e do 
preço. 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 168 
Quantidade
100
200
300
400
500
600
70 140
700
Preço
800
PM
CMgT
QT
CMg1CMg2
Q2 Q1
RMg D
 
b. Calcule os valores de Q1, Q2, Q e P que maximizam os lucros. 
Calcule a produção total que maximiza o lucro, isto é, Q tal que CMgT = RMg: 
40
3
700 10
Q
Q= − , ou Q = 30. 
Em seguida, observe a relação entre CMg e RMg para um monopólio com múltiplas 
fábricas: 
RMg = CMgT = CMg1 = CMg2. 
Sabemos que, paraQ = 30, RMg = 700 - (10)(30) = 400. 
Portanto, 
CMg1 = 400 = 20Q1, ou Q1 = 20 e 
CMg2 = 400 = 40Q2, ou Q2 = 10. 
Para calcularmos o preço de monopólio, PM, devemos inserir o valor de Q na 
equação de demanda: 
PM = 700 - (5)(30), ou 
PM = 550. 
c. Suponha que o custo da mão-de-obra aumente na Fábrica 1, mas permaneça 
inalterado na Fábrica 2. De que forma a empresa deve ajustar (isto é, aumentar, 
reduzir ou deixar inalterado) a produção da Fábrica 1, a produção da Fábrica 2, a 
produção total e o preço? 
Um aumento nos custos da mão-de-obra levará a um deslocamento horizontal do 
CMg1 para a esquerda, levando o CMgT a também se deslocar para a esquerda 
(dado que este é a soma horizontal de CMg1 e CMg2). A nova curva do CMgT 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 169 
intercepta a curva da RMg a uma quantidade menor e uma receita marginal maior. 
Para um nível mais elevado da receita marginal, Q2 é maior do que o nível 
original para RMg. Dado que QT diminui e Q2 aumenta, Q1 deve cair. Dado que 
QT cai, o preço deve aumentar. 
9. Um laboratório fabricante de medicamentos possui monopólio sobre um novo remédio 
patenteado. O produto pode ser produzido por qualquer uma dentre duas fábricas 
disponíveis. Os custos de produção para as duas fábricas são, respectivamente: CMg1 = 20 + 
2Q1, e CMg2 = 10 + 5Q2. A estimativa da demanda do produto é P = 20 - 3(Q1 + Q2). Qual a 
quantidade que a empresa deve produzir em cada fábrica? A que preço ela deve planejar 
vender o produto? 
Primeiro, observe que apenas o CMg2 é relevante, pois a curva do custo marginal 
da primeira fábrica se encontra acima da curva da demanda. 
Preço
Q
10
20
30
3,3 6,7
RMg D 
CMg1 = 20 +2Q1
CMg2 = 10 + 5Q2
17,3
0,91
 
Isso significa que a curva da demanda se torna P = 20 - 3Q2. Para uma curva de 
demanda linear inversa, sabemos que a curva da receita marginal tem o mesmo 
intercepto vertical, porém, duas vezes a inclinação, ou RMg = 20 - 6Q2. Para 
determinar o nível de produção que maximiza os lucros, iguale RMg a CMg2: 
20 - 6Q2 = 10 + 5Q2, ou 
91,02 == QQ . 
O preço é determinado pela utilização da quantidade maximizadora de lucros na 
equação de demanda: 
3,17)91,0(320 =−=P . 
10. Um dos casos mais importantes de aplicação da legislação antitruste neste século foi o que 
envolveu a empresa Aluminum Company of America (Alcoa) em 1945. Naquela época, a 
Alcoa controlava cerca de 90% da produção de alumínio primário nos Estados Unidos e foi 
acusada de estar monopolizando o mercado. Em sua defesa, a Alcoa afirmou que, embora 
realmente controlasse uma grande parte do mercado de alumínio primário, o mercado do 
alumínio secundário (isto é, alumínio produzido a partir da reciclagem de sucata) era 
responsável por aproximadamente 30% da oferta total de alumínio, e muitas empresas 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 170 
competitivas se encontravam atuando na reciclagem. Em decorrência disso, ela não possuía 
muito poder de monopólio. 
a. Elabore uma argumentação clara a favor da posição da Alcoa. 
Embora a Alcoa controlasse em torno de 90% da produção de alumínio primário 
nos Estados Unidos, a produção de alumínio secundário pelos recicladores 
respondia por 30% da oferta total de alumínio. Portanto, com um preço mais alto, 
uma proporção muito maior da oferta de alumínio viria de fontes secundárias. Essa 
afirmação é verdadeira porque há uma grande oferta potencial na economia. Sendo 
assim, a elasticidade de preço da demanda para o alumínio primário da Alcoa é 
muito mais elevada (em valor absoluto) do que esperaríamos, dada a posição 
dominante da empresa na produção de alumínio primário. Em muitos casos, outros 
metais como o cobre e o aço são substitutos possíveis para o alumínio. Novamente, 
a elasticidade da demanda com a qual a Alcoa se defronta poderia ser maior do que 
o esperado. 
b. Elabore uma argumentação clara contra a posição da Alcoa. 
Apesar de ter uma capacidade limitada para aumentar seus preços, a Alcoa poderia 
obter lucros de monopólio através da manutenção de um preço estável em nível 
elevado – o que era possibilitado pela limitação da oferta potencial de alumínio. 
Além disso, tendo em vista que o material usado na reciclagem era produzido 
originalmente pela Alcoa, a empresa poderia exercer um controle monopolístico 
efetivo sobre a oferta secundária de alumínio, através da consideração dos efeitos 
de sua produção sobre essa oferta. 
c. A sentença proferida em 1945 pelo juiz Learned Hand é considerada "uma das mais 
célebres opiniões judiciais de nosso tempo". Você saberia dizer qual foi a sentença do 
juiz Hand? 
A decisão do juiz Hand foi contrária à Alcoa, mas não envolveu qualquer 
determinação no sentido de que a empresa abandonasse alguma de suas fábricas nos 
Estados Unidos. As duas medidas tomadas pelo tribunal foram as seguintes: (1) 
proibiu-se que a Alcoa participasse do leilão de duas fábricas de alumínio primário 
construídas pelo governo durante a 2ª Guerra Mundial (que foram compradas pela 
Reynolds and Kaiser) e (2) ordenou-se que a empresa se desfizesse de sua 
subsidiária canadense, que passou a se chamar Alcan. 
11. Um monopolista defronta-se com a curva de demanda P = 11 - Q, onde P é medido em 
dólares por unidade e Q é medido em milhares de unidades. O monopolista tem custo médio 
constante e igual a $6 por unidade. 
a. Desenhe as curvas da receita média e marginal e do custo médio e marginal. Quais 
são, respectivamente, o preço e a quantidade capazes de maximizar os lucros do 
monopolista? Qual será o lucro resultante? Calcule o grau de poder de monopólio da 
empresa utilizando o índice de Lerner. 
Dado que a demanda (receita média) pode ser descrita como P = 11 - Q, sabemos 
que a função da receita marginal é RMg = 11 - 2Q. Também sabemos que se o 
custo médio é constante, então, o custo marginal é constante e igual ao custo médio: 
CMg = 6. 
Para calcular o nível de produção que maximiza os lucros, iguale a receita marginal 
ao custo marginal: 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 171 
11 - 2Q = 6, ou Q = 2,5. 
Isto é, a quantidade que maximiza os lucros é igual a 2.500 unidades. Insira essa 
quantidade na equação de demanda, a fim de determinar o preço: 
P = 11 - 2,5 = $8,50. 
O lucro é igual à receita total menos o custo total, 
 = RT - CT = (RMe)(Q) - (CMe)(Q), ou 
 = (8,5)(2,5) - (6)(2,5) = 6,25, ou $6.250. 
O grau de poder de monopólio é dado pelo Índice de Lerner: 
294,0
5,8
65,8
=
−
=
−
P
CMgP
. 
Preço
Q
2
4
6
8
12
4 6 102 12
10
8
CMe = CMg
RMg D = RMe
Lucro
 
 
b. Um órgão governamental de regulamentação define um preço máximo de $7 por 
unidade. Quais serão, respectivamente, a quantidade produzida e o lucro da 
empresa? O que ocorrerá com o grau de poder de monopólio? 
Para determinar o efeito do preço máximo na quantidade produzida, insira o preço 
máximo na equação de demanda. 
7 = 11 - Q, ou 
Q = 4.000. 
O monopolista optará pelo preço de $7 porque este é o valor mais elevado que ele 
pode cobrar, e este preço ainda é maior do que o custo marginal constante de $6, 
resultando em lucro de monopólio positivo. 
O lucro é igual à receita total menos o custo total: 
 = (7)(4.000) - (6)(4.000) = $4.000. 
O grau de poder de monopólio é: 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 172 
143,0
7
67
=
−
=
−
P
CMgP
. 
c. Qual o preço máximo que possibilita o nível mais elevado de produção? Qual será 
esse nível de produção? Qual será o grau do poder de monopólio da empresa para 
esse preço? 
Se a autoridade reguladora definisse o preço abaixo de $6, o monopolista preferiria 
encerrar as atividades em vez de produzir, pois ele não conseguiria cobrir seus 
custos médios. Para qualquer preço acima de $6, o monopolista produziria menos 
do que as 5.000 unidades que seriam produzidas em um setor competitivo. 
Portanto, a agência reguladora deveriaestabelecer um preço máximo de $6, 
fazendo, assim, com que o monopolista se defrontasse com uma curva de demanda 
horizontal efetiva até o nível de produção Q = 5.000. Para assegurar um nível de 
produção positivo (para que o monopolista não seja indiferente entre produzir 5.000 
unidades ou encerrar as atividades), o preço máximo deveria ser estabelecido em $6 
+ , onde  é um valor pequeno. 
Sendo assim, 5.000 é o nível máximo de produção que a agência reguladora pode 
extrair do monopolista utilizando um preço máximo. O grau de poder de monopólio 
é 
0 quando 0
66
66
→→=
−+
=
−


P
CMgP
. 
12. A empresa Michelle’s Monopoly Mutant Turtles (MMMT) tem direito exclusivo de venda 
das camisetas com imagem das Tartarugas Ninja nos Estados Unidos. A demanda dessas 
camisetas é expressa por Q = 10.000/P
2
. O custo total da empresa no curto prazo é expresso 
pela equação CTCP = 2.000 + 5Q, e seu custo total no longo prazo é expresso pela equação 
CTLP = 6Q. 
a. Que preço deverá ser cobrado pela MMMT para haver maximização do lucro no 
curto prazo? Que quantidade será vendida e qual o lucro gerado? Seria melhor 
encerrar as atividades da empresa no curto prazo? 
A MMMT deveria oferecer camisetas suficientes para que RMg = CMg. No curto 
prazo, o custo marginal é a mudança no CTCP como resultado da produção de 
outra camiseta, ou seja, CMgCP = 5, a inclinação da curva de CTCP. A demanda é: 
2
10.000
Q
P
= , 
ou, na forma inversa, 
P = 100Q
-1/2
. 
A receita total (PQ) é 100Q
1/2
. Derivando RT com relação a Q, obtemos RMg = 
50Q
-1/2
. Igualando RMg e CMg para determinar a quantidade maximizadora de 
lucros: 
5 = 50Q
-1/2
, ou Q = 100. 
Inserindo Q = 100 na função de demanda para determinar o preço: 
P = (100)(100
-1/2 
) = 10. 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 173 
O lucro, com esse preço e quantidade, é igual à receita total menos o custo total: 
 = (10)(100) - (2000 + (5)(100)) = -$1.500. 
Embora o lucro seja negativo, o preço está acima do custo variável médio de 5 e, 
portanto, a empresa não deveria encerrar suas atividades no curto prazo. Dado que a 
maior parte dos custos da empresa são fixos, a empresa perderia $2.000 se nada 
fosse produzido, ao passo que, produzindo a quantidade ótima, ela perde apenas 
$1.500. 
b. Que preço deverá ser cobrado no longo prazo pela MMMT? Que quantidade será 
vendida e qual o lucro gerado? Seria melhor encerrar as atividades da empresa no 
longo prazo? 
No longo prazo, o custo marginal é igual à inclinação da curva de CTLP, que é 6. 
Igualando a receita marginal ao custo marginal de longo prazo, obtém-se a 
quantidade que maximiza os lucros: 
50Q
-1/2
 = 6 ou Q = 69,44 
Inserindo Q = 69,44 na equação de demanda, obtém-se o preço: 
P = (100)[(50/6)
2
]
 -1/2
 = (100)(6/50) = 12 
Portanto, a receita total é $833,33, o custo total é $416,67 e o lucro é $416,67. 
Logo, a empresa deveria permanecer em atividade. 
c. Podemos esperar que o custo marginal da MMMT no curto prazo seja menor do que 
seu custo marginal no longo prazo? Explique. 
No longo prazo, a MMMT precisa substituir todos os fatores fixos. Portanto, 
podemos esperar que o CMgLP seja maior do que o CMgCP. 
13. Suponhamos que você produza pequenos aparelhos que são vendidos em um mercado 
perfeitamente competitivo por um preço de mercado de $10 por unidade. Esses aparelhos são 
produzidos em duas fábricas, uma em Massachusetts e outra em Connecticut. Por causa de 
problemas trabalhistas em Connecticut, você é forçado a subir os salários naquela fábrica, de 
modo que seus custos marginais crescem na fábrica em questão. Em resposta a isso, você 
deveria deslocar a produção e produzir mais em sua fábrica de Massachusetts? 
Não, a produção não deveria ser deslocada para a fábrica de Massachusetts, 
embora a produção da fábrica de Connecticut deveria ser reduzida. A 
maximização de lucros por uma empresa com múltiplas fábricas requer que a 
produção de cada fábrica seja planejada de forma a satisfazer as duas condições a 
seguir: 
- Os custos marginais de produção em cada fábrica devem ser iguais. 
- A receita marginal associada à produção total deve ser igual ao custo marginal 
de cada fábrica. 
Tais condições podem ser resumidas pela seguinte expressão: 
RMg=CMg1=CMg2= CMgT, onde o subscrito indica a fábrica. 
Nesse exemplo, a empresa possui duas fábricas e opera em um mercado 
perfeitamente competitivo. Sabemos que, em um mercado perfeitamente 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 174 
competitivo, P = RMg. Logo, a alocação ótima da produção entre as duas fábricas 
deve ser tal que: 
P = CMgc(Qc) = CMgm(Qm), 
onde os subscritos indicam a localização da fábrica (c para Connecticut, m para 
Massachusetts). Os custos marginais de produção aumentaram em Connecticut, 
mas permaneceram constantes em Massachusetts. Logo, o nível de Qm que 
satisfaz CMgm(Qm) = P não se alterou. 
MCMg
CCMg 
CCMg
P=RMg
Q C Q C
P
Q
 
14. O emprego de professores assistentes (PAs) pelas universidades poderia ser caracterizado 
como monopsônio. Suponhamos que a demanda por PAs seja W = 30.000 - 125n, onde W é o 
salário (base anual) e n, o número de PAs contratados. A oferta de PAs é W = 1.000 + 75n. 
a. Se as universidades quisessem se beneficiar de sua posição monopsonista, quantos 
PAs deveriam contratar? Que salário pagariam? 
A curva da oferta corresponde à curva da despesa média. Dada a curva da oferta W 
= 1.000 + 75n, a despesa total é Wn = 1.000n + 75n
2
. Derivando a função de 
despesa total com relação ao número de PAs, a curva da despesa marginal é 1.000 + 
150n. Como monopsonista, a universidade igualaria o valor marginal (demanda) à 
despesa marginal de modo a determinar o número de PAs a ser contratado: 
30.000 - 125n = 1.000 + 150n, ou 
n = 105,5. 
Inserindo n = 105,5 na curva da oferta, obtém-se o salário: 
1.000 + (75)(105,5) = $8.909 anualmente. 
b. Por outro lado, se as universidades se defrontassem com uma oferta infinita de PAs 
para um salário anual igual a $10.000, quantos PAs elas contratariam? 
Se o número de PAs é infinito para um salário de $10.000, a curva da oferta é 
horizontal a esse nível. A despesa total é (10.000)(n), e a despesa marginal é 
10.000. Igualando o valor marginal à despesa marginal: 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 175 
30.000 - 125n = 10.000, ou 
n = 160. 
 
*15. A empresa Dayna’s Doorstops, Inc. (DD) é monopolista no setor industrial de retentores 
de portas. Seu custo é C = 100 - 5Q + Q
2
 e sua demanda é P = 55 - 2Q. 
a. Que preço a empresa DD deveria cobrar para maximizar seus lucros? Qual a 
quantidade que seria então produzida? Quais seriam, respectivamente, os lucros e o 
excedente do consumidor gerados pela DD? 
Com o objetivo de maximizar seus lucros, a DD deveria igualar a receita marginal 
ao custo marginal. Dada uma demanda de P = 55 - 2Q, a função de receita total, 
PQ, é 55Q - 2Q
2
. Derivando a receita total com relação a Q , obtém-se a receita 
marginal: 
Q
dQ
dRT
RMg 455 −== 
Analogamente, o custo marginal é obtido derivando-se a função de custo total com 
relação a Q: 
52 −== Q
dQ
dCT
CMg 
Igualando CMg e RMg, obtém-se a quantidade maximizadora de lucros, 
55 - 4Q = 2Q - 5, ou 
Q = 10. 
Inserindo Q = 10 na equação de demanda, obtém-se o preço ótimo: 
P = 55 - (2)(10) = $35. 
O lucro é igual à receita total menos o custo total: 
 = (35)(10) - (100 - (5)(10) + 10
2
) = $200. 
O excedente do consumidor é dado pela multiplicação de 1/2 pela quantidade 
maximizadora de lucros, 10, e pela diferença entre o intercepto da demanda (o 
preço máximo que qualquer indivíduo está disposto ao pagar) e o preço de 
monopólio: 
EC = (0,5)(10)(55 - 35) = $100. 
b. Qual seria a quantidade produzida se a DD atuasse como um competidor total, tendo 
CMg = P? Que lucro e que excedente do consumidor seriam, respectivamente, 
gerados? 
Sob competição, olucro é máximo no ponto em que o preço é igual ao custo 
marginal (onde preço é dado pela curva de demanda): 
55 - 2Q = -5 + 2Q, ou 
Q = 15. 
Inserindo Q = 15 na equação de demanda, obtém-se o preço: 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 176 
P = 55 - (2)(15) = $25. 
O lucro é igual à receita total menos o custo total: 
 = (25)(15) - (100 - (5)(15) + 15
2
) = $125. 
O excedente do consumidor é 
EC = (0,5)(55 - 25)(15) = $225. 
c. Qual seria o peso morto decorrente do poder de monopólio no item a? 
O peso morto é dado pela área abaixo da curva da demanda, acima da curva do 
custo marginal, e entre as quantidades de 10 e 15; em termos numéricos: 
PM= (0,5)(35 - 15)(15 - 10) = $50. 
d. Suponhamos que o governo, preocupado com o alto preço dos retentores de portas, 
defina um preço máximo de $27 para o produto. De que forma isso afetaria, 
respectivamente, o preço, a quantidade, o excedente do consumidor e o lucro da DD? 
Qual seria o peso morto resultante? 
Com a fixação de um preço máximo, o preço máximo que a DD pode cobrar é 
$27,00. Note que, quando o preço máximo é fixado acima do preço competitivo, ele 
é igual à receita marginal para todos os níveis de produção, até o ponto 
correspondente ao nível de produção competitiva. 
Inserindo o preço máximo de $27,00 na equação de demanda, obtém-se a 
quantidade de equilíbrio: 
27 = 55 - 2Q, ou Q = 14. 
 
O excedente do consumidor é de 
 
EC = (0,5)(55 - 27)(14) = $196. 
 
O lucro é de 
 = (27)(14) - (100 - (5)(14) + 14
2
) = $152. 
 
O peso morto é de $2,00, que é equivalente à área de um triângulo: 
(0,5)(15 - 14)(27 - 23) = $2 
e. Agora suponhamos que o governo defina um preço máximo de $23. De que forma 
essa decisão afetaria, respectivamente, o preço, a quantidade, o excedente do 
consumidor, o lucro da DD e o peso morto? 
Quando o preço máximo é fixado abaixo do preço competitivo, a DD deve reduzir 
sua produção. Igualando receita marginal e custo marginal, pode-se calcular o nível 
de produção que maximiza os lucros: 
23 = - 5 + 2Q, ou Q = 14. 
Dado um preço máximo de $23, o lucro é de 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 177 
 = (23)(14) - (100 - (5)(14) + 14
2
) = $96. 
O consumidor aufere um excedente sobre 14 unidades. Logo, o excedente do 
consumidor é igual ao excedente obtido no item d, isto é, $196, acrescido do valor 
economizado em cada unidade do produto, isto é, 
EC = (27 - 23)(14) = $56. 
Portanto, o excedente do consumidor é de $252. O peso morto é o mesmo de antes: 
$2,00. 
f. Finalmente, consideremos um preço máximo de $12. Como esse preço afetaria, 
respectivamente, a quantidade, o excedente do consumidor, o lucro e o peso morto? 
Se o preço máximo for fixado em $12, a produção cairá ainda mais: 
12 = 0,5 + 2Q, ou Q = 8,5. 
O lucro é de 
 = (12)(8.5) - (100 - (5)(8,5) + 8,5
2
) = -$27,75. 
O consumidor aufere um excedente sobre 8,5 unidades, que é equivalente ao 
excedente do consumidor associado ao preço de $38 (38 = 55 - 2(8,5)), isto é, 
(0,5)(55 - 38)(8,5) = $72,25 
acrescido do valor economizado em cada unidade do produto, isto é, 
(38 - 12)(8,5) = $221. 
Portanto, o excedente do consumidor é de $293,25. O excedente total é de $265,50, 
e o peso morto é de $84,50. 
*16. Existem 10 famílias na cidade de Lake Wobegon, estado de Minnesota, cada uma delas 
apresentando uma demanda de energia elétrica de Q = 50 - P. O custo total de produção de 
energia elétrica da empresa Lake Wobegon Electric (LWE) é CT = 500 + Q. 
a. Se os reguladores da LWE desejam se assegurar de que não exista o peso morto nesse 
mercado, qual preço devem forçar a LWE a cobrar? Qual será a produção nesse 
caso? Calcule o excedente do consumidor e o lucro da LWE para esse preço. 
Para resolver o problema do regulador, deve-se inicialmente determinar a demanda 
de mercado por energia elétrica em Lake Wobegon. A quantidade demandada no 
mercado é a soma das quantidades demandas por indivíduo, para cada nível de 
preço. Graficamente, a demanda de mercado é obtida pela soma horizontal das 
demandas de cada família; matematicamente, ela é dada por: 
QPPPQQ
i
iM 1,05010500)50(10
10
1
−=−=−==
=
 
Com o objetivo de evitar a ocorrência de um peso morto, os reguladores devem 
igualar o preço ao custo marginal. Dada a função de custo total CT = 500+Q, o 
custo marginal é CMg = 1 (inclinação da curva do custo total). Igualando o preço ao 
custo marginal, e resolvendo para a quantidade: 
50 - 0,1Q = 1, ou 
Q = 490. 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 178 
O lucro é igual à receita total menos o custo total: 
 = (1)(490) - (500+490), = -$500. 
O excedente do consumidor é: 
EC = (0,5)(50 - 1)(490) = 12.005, ou $1.200,50 por família. 
b. Se os reguladores desejam se assegurar de que a LWE não tenha prejuízos, qual será 
o preço mais baixo que poderão impor? Para esse caso, calcule, respectivamente, a 
produção, o excedente do consumidor e o lucro. Será que existiria algum peso morto? 
Se desejam se assegurar de que a LWE não tenha prejuízo, os reguladores devem 
permitir que a empresa cobre um preço igual ao custo médio de produção, dado por 
1
500
+==
QQ
CT
CMe 
Para determinar o preço e a quantidade de equilíbrio, devemos, inicialmente, 
igualar o preço ao custo médio: 
1
500
1,050 +=−
Q
Q 
e resolver para Q a partir da equação quadrática resultante: 
0,1Q
2
 - 49Q + 500 = 0. 
Observação: se Q
2
 + bQ + c = 0, então 
Q
b b ac
a
=
−  −2 4
2
. 
Usando a fórmula quadrática: 
)1,0(2
)500)(1,0)(4(4949 2 −
=Q , 
Há duas soluções: 10,4 e 479,6. Cabe observar que, para uma quantidade de 10,4, a 
receita marginal é maior do que o custo marginal, de modo que a empresa seria 
incentivada a produzir mais para incrementar seus lucros. Além disso, cabe ressaltar 
que a maior quantidade produzida resulta em um preço mais baixo e, 
conseqüentemente, em um maior excedente do consumidor. Portanto, Q=479,6 e 
P=$2,04. Dado esse nível de quantidade e preço, o lucro é zero (ignorando erros de 
arredondamento). O excedente do consumidor é 
EC = (0,5)(50 - 2,04)(479,6) = $11.500. 
e o peso morto é 
PM = (2,04 - 1)(490 - 479,6)(0,5) = $5,40. 
c. Kristina sabe que o peso morto é algo que essa pequena cidade poderia perfeitamente 
evitar. Ela sugere que seja cobrado de cada família um valor fixo simplesmente pela 
ligação elétrica e, posteriormente, seja cobrado um preço por unidade de eletricidade 
fornecida. Então, a LWE poderá atingir seu ponto de retorno, cobrando o preço que 
você calculou no item a. Qual seria o valor fixo que cada família deveria pagar para 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 179 
que o plano de Kristina pudesse funcionar? Por que você poderia ter certeza de que 
nenhuma família iria se recusar a pagar e ficar sem fornecimento de energia elétrica? 
O custo fixo é de $500. Se cada família pagasse $50, a empresa cobriria seu custo 
fixo e poderia cobrar um preço igual ao custo marginal. Sabemos que, com o preço 
igual ao custo marginal, o excedente do consumidor por família seria de $1.200,50, 
que é maior do que o valor fixo total pago; logo, as famílias estariam dispostas a 
pagar um valor fixo de $50. 
17. Uma pequena cidade do meio-oeste dos Estados Unidos obtém toda a sua energia elétrica de 
uma única companhia, a Northstar Electric. Embora seja monopolista, essa empresa é propriedade 
dos cidadãos, que dividem os lucros igualmente no fim de cada ano. O CEO da empresa alega que, 
como todos os lucros retornarão aos cidadãos, do ponto de vista econômico faz sentido cobrar um 
preço de monopólio pela energia. Verdadeiro ou falso? Explique. 
A alegação do CEO é falsa. Se a companhia cobra um preço de monopólio, ela 
produzirá uma quantidade menor que o equilíbrio competitivo. Portanto, mesmo 
que todos os lucros do monopólio retornem aos cidadãos, ainda haverá peso morto 
associado ao fato de que pouca eletricidade será produzidae consumida. 
18. Um monopolista defronta-se com a seguinte curva da demanda: 
Q = 144/P
2
 
onde Q é a quantidade demandada e P é o preço. O custo variável médio é: 
CVMe = Q
1/2
 , 
e seu custo fixo é 5. 
a. Quais são, respectivamente, seu preço e quantidade que maximizam os lucros? Qual é 
o lucro resultante? 
Com o objetivo de maximizar seu lucro, o monopolista escolhe o nível de produção 
para o qual a receita marginal seja igual ao custo marginal. Reescrevendo a função 
de demanda como uma função de Q, podemos expressar a receita total em função 
de Q e, então, calcular a receita marginal: 
 
QQQ
R
RMg
QQ
Q
QPR
QQ
P
Q
P
P
Q
612
*5,0
12*
12
*
12144144144 2
2
==


=
===
====
 
O custo marginal é obtido a partir da função de custo total, dada pela soma dos 
custos fixos e variáveis. Sabemos que o custo fixo é 5 e o custo variável é igual ao 
custo variável médio multiplicado por Q; logo, o custo total e o custo marginal são 
dados por: 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 180 
2
3
5*5 2
3
2
1
Q
Q
CT
CMg
QQQCT
=


=
+=+=
 
Igualando receita e custo marginal, podemos determinar o nível de produção que 
maximiza os lucros: 
6
Q
=
3 Q
2
  Q = 4. 
e, por fim, calcular o preço e o lucro: 
11$)45(4*6*
6$
4
1212
2
3
=+−=−=
===
CTQP
Q
P
 
b. Suponhamos que o governo regulamente o preço de modo que não possa ultrapassar 
$4 a unidade. Qual será a quantidade produzida pelo monopolista? E qual será o 
lucro do monopolista? 
O preço máximo causa um truncamento da curva da demanda com que o 
monopolista se defronta ao nível de P=4 ou Q = =
144
16
9 . Portanto, se o monopolista 
produz 9 unidades ou menos, o preço deve ser $4. Com a imposição do preço 
máximo, a curva da demanda apresenta duas partes: 
 





=
− 9Q se ,12
9Q se ,4$ 
2/1Q
P 
Logo, a receita total e a receita marginal também devem ser consideradas em duas 
partes: 





=
9Q se ,12
9Q se ,4 
2/1Q
Q
RT e 
 
 





=
− 9Q se ,6
9Q se ,4$ 
2/1Q
RMg 
Para calcular o nível de produção que maximiza os lucros, iguale a receita marginal 
ao custo marginal, de modo que, para P = 4, 
4
3
2
= Q , ou Q =
8
3
, ou Q = 7,11. 
Se o monopolista produz um número inteiro de unidades, o nível de produção 
maximizador de lucros é 7 unidades, o preço é $4, a receita é $28, o custo total é 
$23,52, e o lucro é $4,48. Há uma escassez de duas unidades, dado que a 
quantidade demandada ao preço de $4 é 9 unidades. 
Capítulo 10: Poder de mercado: monopólio e monopsônio 
 181 
c. Suponhamos que o governo queira definir um preço máximo que seja capaz de 
induzir o monopolista a produzir a maior quantidade possível. Qual seria o preço 
para atingir essa meta? 
Se o objetivo é maximizar a produção, o preço máximo deve ser fixado de modo 
que a demanda seja igual ao custo marginal: 
24,4$ e 8
2
312
=== PQ
Q
Q
 
A curva da receita marginal do monopolista é dada por uma linha horizontal com 
intercepto no nível do preço máximo. Visando maximizar seu lucro, a empresa deve 
produzir no ponto em que o custo marginal é igual à receita marginal, o que resulta 
em uma quantidade de 8 unidades.

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