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REVISÃO CONCENTRADA - TRT'S

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SUMÁRIO 
ACIDENTES DO TRABALHO ........................................................................................................................... 2 
RESPONSABILIDADE CIVIL TRABALHISTA.............................................................................................. 5 
CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO ..................................................................... 7 
DIREITO DE GREVE ........................................................................................................................................ 12 
 
 
 
ACIDENTES DO TRABALHO 
 
 
Art. 118, Lei 8.213/1991 - O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze 
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, 
independentemente de percepção de auxílio-acidente. 
 
Art. 19, Lei 8.213/1991. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa 
ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta 
Lei [trabalhador rural em economia familiar], provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause 
a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (Redação dada 
pela Lei Complementar nº 150, de 2015) 
 
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da 
saúde do trabalhador. 
 
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e 
higiene do trabalho. 
 
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto 
a manipular. 
 
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de 
classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o 
Regulamento. 
 
Foi considerada correta: Cespe/Cebraspe. PGE-CE. Procurador do Estado. 2021. Q1866752 
“Tamanha é a importância do cumprimento das normas de segurança e higiene do trabalho que a legislação 
previdenciária prevê contravenção penal, punível com multa, para a empresa que deixar de cumpri-las.” 
 
Art. 20, Lei 8.213/1991. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes 
entidades mórbidas: 
 
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a 
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência 
Social; (Ex.: digitador que desenvolve doença por esforço repetitivo). 
 
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que 
o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. (Ex.: Vigia 
de balada que desenvolve surdez devido ao ruído). 
 
Art. 20, § 1º, Lei 8.213/1991. Não são consideradas como doença do trabalho: 
 a) a doença degenerativa; 
 b) a inerente a grupo etário; 
 c) a que não produza incapacidade laborativa; 
 d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação 
de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. 
 
 
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste 
artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a 
Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. 
 
Observação: em questão da banca FCC (Q1646013), foi considerado que doença congênita também NÃO se 
equipara a acidente de trabalho. Doença congênita é aquela que já “nasce” com a pessoa. 
 
Art. 21, Lei 8.213/1991. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: 
 
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a 
morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija 
atenção médica para a sua recuperação; 
 
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; 
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; 
 
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; 
 
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: 
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos 
para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive 
veículo de propriedade do segurado; 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de 
locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 
 
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades 
fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. 
 
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente 
de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior. 
 
Art. 21-A, Lei 8.213/1991. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará 
caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico 
epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do 
empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação 
Internacional de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento. (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 150, de 2015) 
 
§ 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência do 
nexo de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006) 
 
§ 2º A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de 
cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao 
Conselho de Recursos da Previdência Social. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) 
 
 
Art. 22, Lei 8.213/1991. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à 
Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à 
autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de 
contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. (Redação 
dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) 
 
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como 
o sindicato a que corresponda a sua categoria. 
 
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus 
dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não 
prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo. 
 
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2ºnão exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento 
do disposto neste artigo. 
 
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, 
das multas previstas neste artigo. 
 
§ 5º A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art. 21-A. (Incluído pela Lei nº 11.430, 
de 2006) 
 
Art. 23, Lei 8.213/1991. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a 
data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação 
compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro. 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL TRABALHISTA 
 
Art. 186, CC/02. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e 
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 187, CC/02. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os 
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. (...) 
 
Art. 927, CC/02. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
CC, art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do 
tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido 
prove haver sofrido. 
 
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe 
diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim 
da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da 
depreciação que ele sofreu. 
 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só 
vez. 
 
Art. 7º, CF/88. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua 
condição social: 
 
(...) XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que 
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; 
 
Art. 927, CC/02. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em 
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para 
os direitos de outrem. 
 
Observação: Tema de Repercussão Geral nº 932, em 12/03/2020 – STF 
“O artigo 927, parágrafo único, do Código Civil é compatível com o artigo 7º, XXVIII, da Constituição 
Federal, sendo constitucional a responsabilização objetiva do empregador por danos decorrentes de acidentes 
de trabalho, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida, por sua natureza, 
apresentar exposição habitual a risco especial, com potencialidade lesiva e implicar ao trabalhador ônus maior 
do que aos demais membros da coletividade.” 
 
 
Foi considerada correta: Promotor de Justiça. MPE-RR. 2008. Q98471 
“A responsabilidade civil do empregador por acidente de trabalho sofrido pelo empregado, de regra, apresenta 
natureza subjetiva, posto ser necessária a configuração do dolo ou da culpa por parte daquele.” 
 
Atenção: Em regra, a responsabilidade civil do empregador por acidente do trabalho é subjetiva, pois depende 
da comprovação de culpa ou dolo do empregador. Excepcionalmente, será objetiva (sem necessidade de 
comprovar dolo ou culpa), nas hipóteses: a) casos especificados em lei e b) atividade de risco. 
 
 
Atenuação ou exclusão da responsabilidade 
Ainda que se considere a responsabilidade objetiva do empregador, há casos em que ocorrerá a atenuação 
(redução) ou exclusão de sua responsabilidade. Os fatores atenuantes ou excludentes são os seguintes: culpa 
exclusiva do trabalhador, força maior ou caso fortuito, fato ou ato de terceiro. 
 
CC, art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se 
expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível 
evitar ou impedir. 
 
CC, art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: (...) 
 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes 
competir, ou em razão dele; 
 
Atenção: A responsabilidade civil dos empregadores pelos atos de seus empregados é uma forma de 
responsabilidade indireta ou por ato de terceiro. Trata-se de responsabilidade indireta, porque decorre de ato 
de terceiro. É, também, responsabilidade objetiva, pois independe de culpa do empregador. 
 
Súmula 341, STF - É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto. 
 
Foi considerado correto: Analista da Defensoria Pública. DPE/RO. Cebraspe. 2022. Q1884445 
“No contexto da responsabilidade civil, o Código Civil em vigor abandonou a técnica da culpa presumida e passou 
a se valer da teoria do risco, prevendo que a responsabilidade civil por ato de terceiro dispensa a prova de culpa, 
introduzindo, assim, o instituto da responsabilidade objetiva no cenário jurídico brasileiro.” 
 
 
 
CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO 
 
Art. 611, CLT - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais 
Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, 
no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. 
 
§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma 
ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no 
âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. 
 
§ 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações representativas de categorias econômicas ou profissionais 
poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas, 
inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações. 
 
Súmula 384, II, TST - É aplicável multa prevista em instrumento normativo (sentença normativa, convenção ou 
acordo coletivo) em caso de descumprimento de obrigação prevista em lei, mesmo que a norma coletiva seja mera 
repetição de texto legal. 
 
Observação: O valor da multa prevista na CCT ou no ACT não poderá ser superior à obrigação principal 
corrigida. 
 
Art. 412, CC - O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. 
 
OJ 54, SDI-1, TST - O valor da multa estipulada em cláusula penal, ainda que diária, não poderá ser superior à 
obrigação principal corrigida, em virtude da aplicação do artigo 412 do Código Civil de 2002 (art. 920 do Código 
Civil de 1916). 
 
Art. 612, CLT - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, por 
deliberação de Assembléia Geral especialmente convocada para êsse fim, consoante o disposto nos respectivos 
Estatutos, dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 
(dois terços) dos associados da entidade, se se tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acôrdo, e, em 
segunda, de 1/3 (um têrço) dos mesmos. 
 
Parágrafo único. O "quorum" de comparecimento e votação será de 1/8 (um oitavo) dos associados em segunda 
convocação, nas entidades sindicais que tenham mais de 5.000 (cinco mil) associados. 
 
- OJ’s sobre a Assembleia Geral dos Trabalhadores 
OJ 28, SDC - O edital de convocação para a AGT deve ser publicado em jornal que circule emcada um dos 
municípios componentes da base territorial. 
 
OJ 29, SDC - O edital de convocação da categoria e a respectiva ata da AGT constituem peças essenciais à 
instauração do processo de dissídio coletivo. 
 
OJ 35, SDC - Se os estatutos da entidade sindical contam com norma específica que estabeleça prazo mínimo 
entre a data de publicação do edital convocatório e a realização da assembléia correspondente, então a validade 
desta última depende da observância desse interregno. 
 
Art. 613, CLT - As Convenções e os Acordos deverão conter OBRIGATORIAMENTE: 
I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e emprêsas acordantes; 
II - Prazo de vigência; 
 
III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos dispositivos; 
IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência; 
V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os convenentes por motivos da aplicação de seus 
dispositivos; 
VI - Disposições sôbre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou parcial de seus dispositivos; 
VII - Direitos e deveres dos empregados e emprêsas; 
VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as emprêsas em caso de violação de seus 
dispositivos. 
 
Parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em 
tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as emprêsas acordantes, além de uma destinada a 
registro. 
 
Art. 614, CLT - Os Sindicatos convenentes ou as emprêsas acordantes promoverão, conjunta ou separadamente, 
dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acôrdo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de 
registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional ou 
interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos demais casos. 
 
§ 1º As Convenções e os Acôrdos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos no órgão 
referido neste artigo. 
 
§ 2º Cópias autênticas das Convenções e dos Acordos deverão ser afixados de modo visível, pelos Sindicatos 
convenentes, nas respectivas sedes e nos estabelecimentos das emprêsas compreendidas no seu campo de 
aplicação, dentro de 5 (cinco) dias da data do depósito previsto neste artigo. 
 
§ 3º Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois 
anos, sendo vedada a ultratividade. 
 
OJ 322, SDI-1, TST - Nos termos do art. 614, § 3º, da CLT, é de 2 anos o prazo máximo de vigência dos acordos 
e das convenções coletivas. Assim sendo, é inválida, naquilo que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a cláusula de 
termo aditivo que prorroga a vigência do instrumento coletivo originário por prazo indeterminado. 
 
Art. 616, CLT - Os Sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as emprêsas, inclusive 
as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva. 
 
§ 1º Verificando-se recusa à negociação coletiva, cabe aos Sindicatos ou emprêsas interessadas dar ciência do 
fato, conforme o caso, ao Departamento Nacional do Trabalho ou aos órgãos regionais do Ministério do Trabalho 
e Previdência Social, para convocação compulsória dos Sindicatos ou emprêsas recalcitrantes. 
 
§ 2º No caso de persistir a recusa à negociação coletiva, pelo desatendimento às convocações feitas pelo 
Departamento Nacional do Trabalho ou órgãos regionais do Ministério de Trabalho e Previdência Social, ou se 
malograr a negociação entabolada, é facultada aos Sindicatos ou emprêsas interessadas a instauração de dissídio 
coletivo. 
 
§ 3º - Havendo convenção, acordo ou sentença normativa em vigor, o dissídio coletivo deverá ser instaurado 
dentro dos 60 (sessenta) dias anteriores ao respectivo termo final, para que o novo instrumento possa ter 
vigência no dia imediato a esse termo. 
 
§ 4º - Nenhum processo de dissídio coletivo de natureza econômica será admitido sem antes se esgotarem as 
medidas relativas à formalização da Convenção ou Acordo correspondente. 
 
 
Art. 617, CLT - Os empregados de uma ou mais emprêsas que decidirem celebrar Acôrdo Coletivo de Trabalho 
com as respectivas emprêsas darão ciência de sua resolução, por escrito, ao Sindicato representativo da categoria 
profissional, que terá o prazo de 8 (oito) dias para assumir a direção dos entendimentos entre os interessados, 
devendo igual procedimento ser observado pelas emprêsas interessadas com relação ao Sindicato da respectiva 
categoria econômica. 
 
§ 1º Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem que o Sindicato tenha se desincumbido do encargo recebido, poderão 
os interessados dar conhecimento do fato à Federação a que estiver vinculado o Sindicato e, em falta dessa, à 
correspondente Confederação, para que, no mesmo prazo, assuma a direção dos entendimentos. Esgotado êsse 
prazo, poderão os interessados prosseguir diretamente na negociação coletiva até final. 
 
Art. 619, CLT. NENHUMA disposição de contrato individual de trabalho que contrarie normas de Convenção 
ou Acôrdo Coletivo de Trabalho poderá prevalecer na execução do mesmo, sendo considerada nula de pleno 
direito. 
 
Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho SEMPRE prevalecerão sobre as estipuladas 
em convenção coletiva de trabalho. 
 
Art. 623, CLT. Será nula de pleno direito disposição de Convenção ou Acôrdo que, direta ou indiretamente, 
contrarie proibição ou norma disciplinadora da política econômico-financeira do Govêrno ou concernente à 
política salarial vigente, não produzindo quaisquer efeitos perante autoridades e repartições públicas, inclusive 
para fins de revisão de preços e tarifas de mercadorias e serviços. 
 
Parágrafo único. Na hipótese dêste artigo, a nulidade será declarada, de ofício ou mediante representação, pelo 
Ministro do Trabalho e Previdência Social, ou pela Justiça do Trabalho em processo submetido ao seu julgamento. 
 
Art. 624, CLT. A vigência de cláusula de aumento ou reajuste salarial, que implique elevação de tarifas ou de 
preços sujeitos à fixação por autoridade pública ou repartição governamental, dependerá de prévia audiência dessa 
autoridade ou repartição e sua expressa declaração no tocante à possibilidade de elevação da tarifa ou do preço e 
quanto ao valor dessa elevação. 
 
Súmula 679, STF - A fixação de vencimentos dos servidores públicos NÃO pode ser objeto de convenção 
coletiva. 
 
OJ 5, SDC - Em face de pessoa jurídica de direito público que mantenha empregados, cabe dissídio coletivo 
exclusivamente para apreciação de cláusulas de natureza social. Inteligência da Convenção n.º 151 da Organização 
Internacional do Trabalho, ratificada pelo Decreto Legislativo n.º 206/2010. 
 
Art. 8º, § 3o, CLT - No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho 
analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no 
art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da 
intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. 
 
STF – Repercussão Geral - tema 1.046: “São constitucionais os acordos e as convenções coletivos que, ao 
considerarem a adequação setorial negociada, pactuam limitações ou afastamentos de direitos trabalhistas, 
independentemente da explicitação especificada de vantagens compensatórias, desde que respeitados os direitos 
absolutamente indisponíveis” (RE 1.121.633). 
 
 
Art. 611-A, CLT - A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm PREVALÊNCIA sobre a lei 
quando, entre outros, dispuserem sobre: 
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; 
II - banco de horas anual; 
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutospara jornadas superiores a seis horas; 
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de novembro de 2015; 
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como 
identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; 
VI - regulamento empresarial; 
VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho; 
VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; 
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por 
desempenho individual; 
X - modalidade de registro de jornada de trabalho; 
XI - troca do dia de feriado; 
XII - enquadramento do grau de insalubridade; 
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do 
Ministério do Trabalho; 
XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo; 
XV - participação nos lucros ou resultados da empresa. 
 
Atenção 1: O direito ao adicional de insalubridade não pode ser reduzido/suprimido, mas o enquadramento da 
insalubridade pode ser definido por ACT/CCT. 
 
Atenção 2: Na adesão ao Programa Seguro-Emprego, o negociado prevalece sobre o legislado, mas quanto ao 
seguro-desemprego, não! 
 
Art. 444, CLT - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas 
em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam 
aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. 
 
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 
611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso 
de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas 
vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 
 
Art. 611-A, §2º, CLT - A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção 
coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio 
jurídico. 
 
Art. 611-A, §3º, CLT - Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o 
acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o 
prazo de vigência do instrumento coletivo. 
 
Art. 611-B, CLT - Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, 
exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: 
I - normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social; 
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); 
 
IV - salário mínimo; 
V - valor nominal do décimo terceiro salário; 
VI - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
VII - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 
VIII - salário-família; 
IX - repouso semanal remunerado; 
X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do normal; 
XI - número de dias de férias devidas ao empregado; 
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; 
XIII - licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias; 
XIV - licença-paternidade nos termos fixados em lei; 
XV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; 
XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do 
Ministério do Trabalho (o parágrafo único do artigo 611-A ressalta que regras sobre duração do trabalho e 
intervalos não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto 
neste artigo); 
XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas; 
XIX - aposentadoria; 
XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador; 
XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para 
os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; 
XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com 
deficiência; 
XXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a 
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; 
XXIV - medidas de proteção legal de crianças e adolescentes; 
XXV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso; 
XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua 
expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo 
coletivo de trabalho; 
XXVII - direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os 
interesses que devam por meio dele defender; 
XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das 
necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; 
XXIX - tributos e outros créditos de terceiros; 
XXX - as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395, 396 e 400 desta Consolidação 
(relativos à proteção do trabalho da mulher). 
 
Artigo 611-B, parágrafo único, CLT - Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como 
normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo. 
 
 
 
 
DIREITO DE GREVE 
 
Art. 9º, CF - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de 
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
 
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis 
da comunidade. 
 
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. 
 
Súmula 316, STF - A simples adesão à greve não constitui falta grave. 
 
Art. 611-B, CLT - Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, 
exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: (...) 
XXVII - direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os 
interesses que devam por meio dele defender. 
 
- Lei 7.783/89 (Lei de Greve) 
Art. 1º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo 
e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
 
Parágrafo único. O direito de greve será exercido na forma estabelecida nesta Lei. 
 
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária 
e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador. 
 
Doutrina: “Trata-se de suspensão coletiva, pois a suspensão do trabalho por apenas uma pessoa não irá constituir 
greve, mas poderá dar ensejo a dispensa por justa causa. A greve é, portanto, um direito coletivo e não de uma 
única pessoa. Só o grupo, que é o titular do direito, é que irá fazer greve” (MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do 
Trabalho. – 29. ed. – São Paulo: Atlas, 2013). 
 
Art. 3º Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação 
coletiva do trabalho. 
 
Parágrafo único. A entidadepatronal correspondente ou os empregadores diretamente interessados serão 
notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da paralisação. 
 
OJ 11, SDC - É abusiva a greve levada a efeito sem que as partes hajam tentado, direta e pacificamente, solucionar 
o conflito que lhe constitui o objeto. 
 
Art. 4º Caberá à entidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto, assembléia geral que 
definirá as reivindicações da categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva da prestação de serviços. 
 
§ 1º O estatuto da entidade sindical deverá prever as formalidades de convocação e o quorum para a deliberação, 
tanto da deflagração quanto da cessação da greve. 
 
§ 2º Na falta de entidade sindical, a assembléia geral dos trabalhadores interessados deliberará para os fins 
previstos no "caput", constituindo comissão de negociação. 
 
 
Art. 5º A entidade sindical ou comissão especialmente eleita representará os interesses dos trabalhadores nas 
negociações ou na Justiça do Trabalho. 
 
Art. 6º São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos: 
I - o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve; 
II - a arrecadação de fundos e a livre divulgação do movimento. 
§ 1º Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão violar ou constranger os 
direitos e garantias fundamentais de outrem. 
§ 2º É vedado às empresas adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como 
capazes de frustrar a divulgação do movimento. 
§ 3º As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho nem 
causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa. 
 
Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, 
devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou 
decisão da Justiça do Trabalho. 
 
Parágrafo único. É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de 
trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 9º e 14. 
 
Art. 8º A Justiça do Trabalho, por iniciativa de qualquer das partes ou do Ministério Público do Trabalho, 
decidirá sobre a procedência, total ou parcial, ou improcedência das reivindicações, cumprindo ao Tribunal 
publicar, de imediato, o competente acórdão. 
 
Art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou 
diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os 
serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e 
equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da 
cessação do movimento. 
 
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito 
de contratar diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo. 
 
Art. 10 - São considerados serviços ou atividades essenciais: 
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; 
II - assistência médica e hospitalar; 
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; 
IV - funerários; 
V - transporte coletivo; 
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; 
VII - telecomunicações; 
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; 
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; 
X - controle de tráfego aéreo e navegação aérea; (Redação dada pela Lei nº 13.903, de 2019) 
 
XI compensação bancária. 
XII - atividades médico-periciais relacionadas com o regime geral de previdência social e a assistência 
social; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
XIII - atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização do impedimento físico, mental, intelectual 
ou sensorial da pessoa com deficiência, por meio da integração de equipes multiprofissionais e interdisciplinares, 
para fins de reconhecimento de direitos previstos em lei, em especial na Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 
(Estatuto da Pessoa com Deficiência); e (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
XIV - outras prestações médico-periciais da carreira de Perito Médico Federal indispensáveis ao atendimento das 
necessidades inadiáveis da comunidade. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
XV - atividades portuárias. 
 
 
Art. 611-B, CLT - Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, 
exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: (...) XXVIII - definição legal sobre os serviços 
ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade 
em caso de greve. 
 
Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam 
obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao 
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. 
 
Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo 
iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população. 
 
Art. 12. No caso de inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a prestação dos 
serviços indispensáveis. 
 
OJ 38, SDC - É abusiva a greve que se realiza em setores que a lei define como sendo essenciais à comunidade, 
se não é assegurado o atendimento básico das necessidades inadiáveis dos usuários do serviço, na forma prevista 
na Lei nº 7.783/89. 
 
Art. 13. Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalhadores, 
conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência 
mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação. 
 
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a 
manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho. 
 
Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não constitui abuso do exercício do 
direito de greve a paralisação que: 
 
I - tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição; 
 
II - seja motivada pela superveniência de fatos novo ou acontecimento imprevisto que modifique 
substancialmente a relação de trabalho. 
 
Súmula 189, TST - A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da greve. 
https://app.qconcursos.com/cursos/859/capitulos/833328#art34
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OJ 10, SDC - É incompatível com a declaração de abusividade de movimento grevista o estabelecimento de 
quaisquer vantagens ou garantias a seus partícipes, que assumiram os riscos inerentes à utilização do instrumento 
de pressão máximo. 
 
Art. 15. A responsabilidade pelos atos praticados, ilícitos ou crimes cometidos, no curso da greve, será apurada, 
conforme o caso, segundo a legislação trabalhista, civil ou penal. 
 
Parágrafo único. Deverá o Ministério Público, de ofício, requisitar a abertura do competente inquérito e oferecer 
denúncia quando houver indício da prática de delito. 
 
Súmula Vinculante 23, STF - A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória 
ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. 
 
Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar 
negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout). 
 
Parágrafo único. A prática referidano caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção dos salários durante 
o período de paralisação. 
 
- Greve no serviço público 
 
Observação 1: Ao julgar os mandados de injunção, o STF decidiu ser aplicável aos servidores públicos a Lei 
7.783/1989 (conhecida como lei de geral de greve), no que couber, isto é, com adaptações determinadas pelo STF 
de modo abstrato e geral. 
 
Observação 2: À luz do princípio da continuidade dos serviços públicos, não poderia haver greve total, uma vez 
que deve ser priorizado o interesse público. 
 
Observação 3: A possibilidade de negociação no setor público é mitigada, o que inviabilizaria a aplicabilidade 
do artigo 3º da Lei de Greve, que preconiza: “Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos 
via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho”. Neste sentido, cabe destacar a Súmula 679 do STF: 
 
Súmula 679, STF - A fixação de vencimentos dos servidores públicos NÃO pode ser objeto de convenção 
coletiva. 
 
Observação 4: No que tange à competência para julgar o referido conflito, as relações celetistas correspondem à 
Justiça do Trabalho (artigo 114, II, da Constituição Federal). No tocante aos servidores públicos, contudo, suas 
lides envolvendo o direito de greve devem ser julgadas pela Justiça comum estadual ou federal, conforme o caso. 
É importante ressaltar que, em se tratando de servidor público celetista da Administração Pública direta, autarquias 
e fundações públicas, a competência para julgar a abusividade de greve também é da justiça comum (Tema 541 
da Repercussão Geral – STF). 
 
Observação 5: É vedado o exercício do direito de greve ao servidor militar das Forças Armadas (artigo 142, § 3º, 
IV, da CF) e para os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Territórios (artigo 42, § 1º, da CF). 
 
Observação 6: O exercício do direito de greve também é vedado ao policial civil, bem como aos demais 
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública, conforme decidido pelo STF ao julgar o 
Tema 541 da Repercussão Geral.

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