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2 Revista Pergaminho, n. 9, 2018 PERGAMINHO Revista do Centro Universitário de Patos de Minas 3 Revista Pergaminho, n. 9, 2018 UNIPAM | Centro Universitário de Patos de Minas Reitor Henrique Carivaldo de Mirando Neto Pró-reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão Maria Marta do Couto Pereira Rodrigues Pró-reitor de Planejamento, Administração e Finanças Renato Borges Fernandes Coordenadora de Extensão Adriana de Lanna Malta Tredezini Diretora de Graduação Mônica Soares de Araújo Guimarães Coordenador do Núcleo de Editoria e Publicações Geovane Fernandes Caixeta A Revista Pergaminho é um periódico editado anualmente, aberto a acadêmicos das áreas de História e de Pedagogia ou de áreas afins (Sociologia, Antropologia, Ciências Políticas), de qualquer instituição. 4 Revista Pergaminho, n. 9, 2018 PERGAMINHO Revista do Centro Universitário de Patos de Minas ISSN 2178-7654 Número 09, 2018 Patos de Minas: Pergaminho, UNIPAM, n. 09, 2018: 1-200 Centro Universitário de Patos de Minas Núcleo de Editoria e Publicações 5 Revista Pergaminho, n. 9, 2018 Pergaminho © Revista do Centro Universitário de Patos de Minas https://revistas.unipam.edu.br/index.php/pergaminho E-mail: pergaminho@unipam.edu.br Editores Marcos Antônio Caixeta Rassi (UNIPAM) Conselho Editorial Altamir Fernandes de Sousa Carlos Roberto da Silva Cátia Aparecida Silveira Caixeta Edite da Glória Amorim Guimarães Elizene Sebastiana de Oliveira Nunes Eunice Aparecida Caixeta Maria de Fátima Silva Porto Maria Marta do Couto Pereira Rodrigues Monaliza Angéliza Santana Conselho Consultivo Adalberto Paranhos (UFU) João Alfredo Costa de Campos Melo Júnior (UFV) José Roberto Zan (UNICAMP) Kátia Paranhos (UFU) Luís André Nepomuceno (UNIPAM) Luzia Márcia Resende Silva (UFG) Ignacio José Godinho Delgado (UFJF) Rudá Guedes Moises Salerno Ricci (Instituto Cultiva) Claudia Regina Fonseca Miguel Sapag Ricci (UFMG) Eliana Regina de Freitas Dutra (UFMG) Revisão Elizene Sebastiana de Oliveira Nunes Diagramação Elizene Sebastiana de Oliveira Nunes mailto:pergaminho@unipam.edu.br 6 Revista Pergaminho, n. 12, 2021 Pergaminho, n. 9, ano 9, dez. 2018 Dossiê “Anarquismo: teorias, abordagens e problemas” Apresentação.................................................................................................................01 Thiago Lemos Silva O anarquismo em Proudhon: uma introdução........................................................03 Munís Pedro Alves Clemência Jacquinet e o ensino de história na Escola Moderna de Barcelona........................................................................................................................14 Rodrigo Rosa da Silva O anticlericalismo e a luta feminina anarquista: La Voz de la Mujer como estudo de caso (Buenos Aires, 1896-1897)..............................................................................27 Ingrid de Souza Ladeira Anarquismo e práticas de leitura na Argentina: Biblioteca Popular Juventud Moderna e as “leituras comentadas”.........................................................................45 Eduardo Augusto Souza Cunha Lembrar, esquecer, escrever: imagens do anarquismo terrorista nas crônicas de Neno Vasco....................................................................................................................55 Thiago Lemos Silva Elementos do pensamento político de Edgard Leuenroth e Hélio Negro para a construção de uma República Anarquista no Brasil................................................69 Cláudia Tolentino Gonçalves Felipe La libertad y la educación femenina a través de la escritura de Mujeres Libres (1936-1939).....................................................................................................................85 Marina Ortiz Hernández Artigos livres De brejo a cartão postal: a construção do ambiente da Lagoa Grande de Patos de Minas e suas representações.....................................................................................104 Arthur William Soares Alves, Gabriel Gonzales Santos, Gabrielle Tomaz de Castro, Geison Neves da Cruz,Laryanna Lorrayne de Oliveira Rodrigues, Marcos Antonio Ramos, Maria Inês de Araújo e Vanessa Maria Gonçalves Biblioteca Municipal João XXIII: Uma história do espaço de cultura, memória e leitura em Patos de Minas.........................................................................................121 Rodrigo de Freitas Silva De distrito a cidade: a emancipação político-administrativa de São Gonçalo do Abaeté – MG (1923-1952)...........................................................................................138 Edivaldo Rafael de Souza Estágio Supervisionado enquanto disciplina formadora de profissionais licenciados: relato da observação e regência..........................................................149 Gabriela Migon “O Brasil precisa acordar!” ensaio sobre os desafios sócio-políticos de uma nação.............................................................................................................................159 Pablo Castro, Rafael Henrique e Thiago Lopes Educação e escolarização: dois polos distintos e complementares da construção cultural do indivíduo.................................................................................................171 João Henrique Magalhães da Silva e Fabrício da Silva Brandão A Formação pedagógica e a docência jurídica: Estado da arte............................183 Maria Aparecida de Almeida Araujo Resenhas Resenha do livro A praga (Castro, 2017)..................................................................193 Edivaldo Rafael de Souza Resenha do livro A descolonização da Ásia e da África (CANÊDO, 1985)..............197 Gabriel dos Santos Birkhann 1 Pergaminho (9): 1-2, dez. 2018 Apresentação do Dossiê “Anarquismo: teorias, abordagens e problemas” Thiago Lemos Silva Editor do Dossiê Durante muito tempo, os/as anarquistas foram tratados/as pela historiografia nacional e internacional sob o signo da suspeição. Vistos/as como tipos antropológicos que encarnavam a manifestação ideológica de uma consciência pequeno-burguesa, típica de um estágio pré-industrial do capitalismo, seus/suas militantes teriam sido incapazes de colaborar na formação de um proletariado uniforme e homogêneo, apto para fazer frente ao caráter excludente e elitista da política praticada pelas classes dominantes ao longo dos séculos XIX e XX. Como desdobramento disso, inferiam que a derrota da estratégia de ação direta, tal como preconizavam os/as anarquistas, era uma consequência “natural” e “previsível” em face da “evolução” da história política das sociedades capitalistas, tais como o desenvolvimento da indústria; a Revolução Russa de 1917, a criação dos Partidos Comunistas; e, o mais importante, a intervenção cada vez mais crescente do Estado na questão social por meio da adoção de uma legislação trabalhista. A conclusão lógica a ser deduzida desse raciocínio era a de que o anarquismo constituía um capítulo ultrapassado da história da classe proletária internacional, cuja memória não mereceria sequer ser preservada e transmitida para as gerações vindouras. Essa situação começaria a mudar somente por volta de 1980. A partir da referida década, passamos a assistir a um vigoroso processo de transformação – em escala planetária – dessa mesma historiografia que parecia não conseguir mais dar repostas satisfatórias para captar o fazer-se do anarquismo. Graças aos aportes trazidos pela História Social Renovada com Edward Palmer Thompson e a Nova História Cultural com Michel Foucault, foipossível (re) abrir esse importante capítulo de nossa história política, promovendo uma (re) leitura acerca dos movimentos operários de orientação libertária. Distanciando-se do determinismo monocausal, cujo efeito foi a cristalização de um modelo de classe operária “visivelmente alienígena” ou “absolutamente teórico”, o “sonhar libertário”, na feliz expressão de Cristina Hebling Campos, deixa de ser visto como pretensamente deveria ser e passa a ser visto como realmente foi, apresentado na sua virtual positividade. Logo, a estratégia de ação direta, resultado do enraizamento e duração da influência anarquista, é apreendida como uma resposta inventiva e criativa por parte dos trabalhadores e trabalhadoras para resistir contra as investidas micro e macroscópicas do poder na sociedade burguesa onde quer que apareçam, propondo a autogestão das fábricas, o amor livre, a pedagogia libertária, entre inúmeros outros aspectos. Nesse sentido, este dossiê busca apresentar o anarquismo na sua pluralidade, trazendo à tona os diferentes contextos espaciais (Brasil, Argentina, Portugal, França, Rússia e Espanha) e temporais (século XIX e XX) nos quais seus contornos teóricos são delineados e desenvolvidos; discutir métodos de investigação histórica a partir de Pergaminho (9): 1-2, dez. 2018. ISSN: 2178-7654 © Centro Universitário de Patos de Minas http://pergaminho.unipam.edu.br 2 Pergaminho (9): 1-2, dez. 2018 diferentes prismas: história dos conceitos, classe, gênero, biografia, memória, esquecimento... e, por fim, levantar problemáticas no que concerne alguns lugares cristalizados na historiografia quanto ao seu caráter supostamente eurocêntrico, branco e masculino.