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ANAIS 2016 ISSN 2526-7949 Vida/Artista: Diálogos entre Arte/Educação e Filosofia Organização Antonio Edson Cadengue Rudimar Constâncio ANAIS 2016 AUTORES PALESTRAS • Ana Mae Barbosa • António Ângelo Vasconcelos • Célio Rodrigues de Lima Pontes • Everson Melquiades Araújo Silva • Fernando Antônio Gonçalves de Azevedo • Guilherme Castelo Branco • Ingrid Dormien Koudela • Isabel Marques • José Carlos de Paiva • Maria Christina de Souza Lima Rizzi • Ramón O. Cabrera Salort COMUNICAÇÕES • Adélia Oliveira • Adriele Cristine Silva da Silva • Adriele Silva da Silva • Alan César A. Vasconcelos • Aldeline Maria da Silva • Alejandra Manena Vilanova Buendía • Alexandre Nepomuceno Targino • Aline Catiane Paz Almeida • Almir Tavares da Silva • Amanda Caline da Silva Omar • Amanda de Sampaio Alves Duarte • Amanda de Souza • Amanda Fernandes dos Santos • Ana Cláudia O. Freitas • Ana Paula Lourenço de Sá • Anamaria Sobral Costa • Andréia Maria Ferreira Reis • Andrêza de Lima Alves • Anna Carolina Coelho Cosentino • Avaci Duda Xavier • Bárbara Collier • Benedito José Pereira • Camylla Ranylly Marques Paiva • Carlos Alberto Ferreira da Silva • Carlos Cleiton Evangelista Gonçalves • Clarissa Machado Belarmino • Cláudia Leão • Cristiane Aparecida Romão da Silva • Cristiane Maria Galdino de Almeida • Dandara Maria Oniilari Ferreira da Silva • Daniella Zanellato • Debora Frota Chagas • Denise Maria Moura e Silva • Diogo José de Moraes Lopes Barbosa • Dione Souza Lins • Edilania Vívian Silva dos Santos • Edilva Barbosa da Silva Lima • Edite Colares • Elaine Bela Vista • Elias de Lima Lopes • Elinildo Marinho de Lima • Elis Regina dos Santos Costa • Elthon Gomes Fernandes da Silva • Emanuely Arco Iris da Silva • Emelly Linhares • Érica Renata Alves de Oliveira • Erika Fernanda Pereira da Silva • Fátima Bulcão • Felipe Peres Calheiros • Francilon Carvalho Barros • Francisco Luiz Fernando Silva • Frutuoso da Silva Lorega Filho • Gabriela Borba de Lima • Geisiane Nogueira Rocha/ • Gilvânia Maurício Dias de Pontes • Giselle Tur Porres • Gracineia Maria Rodrigues Cruz • Gracineia Maria Rodrigues Cruz • Guilherme Kokeny • Guilherme Rodrigues Silveira Kokeny • Guilhermina Pereira da Silva • Gustavo Henrique da Silva Pereira • Hassan Fellipe dos Santos • Ilana de Oliveira Aguiar • Ildisnei Medeiros da Silva • Inácio Alves Dantas Neto • Inácio Alves Dantas Neto • Iris Victoria Montalvan Shica • Isaac Assunção • Isabel de Fátima Rodrigues Silva • Jaildon Jorge Amorim Góes • Jaileila de Araújo Menezes • Jamile Cruz • Janilson Lopes de Lima • Jerônimo Vieira de Lima Silva • Jéssica Cristina Souza do Nascimento • João Feliciano de Souza Neto • João Pedro Tavares da Silva • Juciene dos Santos Pimentel • Judivan José Lopes • Juliana Soares dos Santos • Juscélio de Holanda Cavalcanti • Karla Gonçalves • Kizz de Brito Barretto • Krysia Howard • Kyrti de Aguiar Silveira Ford • Laura Caldas Miguel/ Marcus Flávio da Silva • Laura Renata Dourado Pereira • Leandro Henrique Regueira de Mendonça • Leandro Machnicki Altaniel • Leandro Pereira da Costa • Leidson Malan Monteiro de Castro Ferraz • Lenôra Maria Albuquerque Farias • Lívia Castro de Lacerda • Lorena de Oliveira Chagas • Luana da Silva Rito • Lucas Leal • Lúcia de Fátima Padilha Cardoso • Luciana dos Santos Tavares • Luís Ricardo Pereira de Azevedo • Marcelo Caires Luz • Márcia Gomes da Silva • Maria Betânia e Silva • Maria Carolina Leite de Lima • Maria Clara de Lima Santos • Maria Emilia Sardelich • Maria Helena Ferreira da Costa • Maria Helena Ferreira da Costa • Maria Natália Matias Rodrigues/ • Marianna Melo • Mercia Paulino Nicolau da Silva • Miguel de Albuquerque Araujo • Milena Guedes A. Rocha • Mirna Eugenia Sánchez Gómez • Moisés Monteiro de Melo Neto • Natalyne Pereira dos Santos • Niedja Ferreira dos Santos Torres • Nildo Alfredo Barbosa • Odailton Aragão Aguiar • Patricia Pérez Morales • Paulo Sérgio das Neves Souza • Pedro Rodrigues Pereira da Silva • Poliana Bicalho • Rafaela Cristina Mendes Gomes da Silva • Reginaldo dos Santos Oliveira • Renata Wilner • Rita Maria Ricardi Noguera • Roberta Bernardo da Silva • Robson Xavier da Costa • Rodrigo Carvalho Marques Dourado • Rodrigo Gomes da Silva • Rosali Natalie da Silva Gouveia • Rosileide Guedes Sant’Ana de Farias • Sandra Maria Nogueira Cruz • Sara Vasconcelos Cruz • Sergio dos Santos Reis • Sheila Bezerra • Sidcléa Marques Cavalcanti de Moraes • Simone Oliveira de Castro • Sislândia Maria Ferreira Brito • Socorro Maria Costa da Silva • Telma César Cavalcanti • Thiago Luiz de Souza e Silva • Valdirene Ferreira • Vanessa Soares Lorega • Verônica Teodora Pimenta • Viga Gordilho • Zozilena de Fatima Fróz Costa © 2016 by dos autores VIDA/ARTISTA: DIÁLOGOS ENTRE ARTE/EDUCAÇÃO E FILOSOFIA ANAIS 2016 SESC PERNAMBUCO [www.sescpe.com.br]: SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO - SESC DEPARTAMENTO NACIONAL Presidente do Conselho | Antonio Oliveira Santos Diretor Geral |Carlos Artexes Simões Diretor de Educação e Cultura | Paulo Camargo Gerente de Cultura | Márcia Costa Rodrigues Gerente de Educação | Jorge Luiz Teles da Silva Técnica de Literatura | Flávia Tebaldi Henriques Técnica de Educação | Lúcia Regina Silva de Oliveira SESC PERNAMBUCO Presidente| Josias Silva de Albuquerque Diretor Regional em Exercício |Chefe de Gabinete | Antô- nio Inocêncio Lima Ouvidor | Fernando Soares Controlador |Alessandro Rodrigues Diretor de Administração e Finanças | Nivaldo Carvalho de Sousa Diretora de Educação e Cultura | Teresa Cristina da Rosa Ferraz Diretora de Atividades Sociais | Ana Paula Cavalcanti Gerente do Sesc Piedade | Rudimar Constâncio Gerente de Cultura | José Manoel da Silva Sobrinho Assessora de Comunicação | Maíra Rosas Professora II Teatro | Rita Marize Farias Professora II Dança | Ivana Motta Instrutora de Atividades Artísticas |Ana Júlia da Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Reitor| Anísio Brasileiro de Freitas Dourado Vice-Reitora | Florisbela de Arruda Câmara e Siqueira Campos Pró-Reitora de Extensão e Cultura | Maria Christina de Medeiros Nunes Diretor do Centro de Ciências Socias Aplicadas | Jerony- mo José Libonati Vice-Diretor do Centro de Ciências Socias Aplicadas | Denílson Bezerra Marques Diretor do Centro de Artes e Comunicação | Walter Franklin Marques Correia Vice-Diretora do Centro de Artes e Comunicação | Cris- tiane Maria Galdino de Almeida Diretor do Centro de Educação | Alfredo Macedo Gomes Vice-Diretora do Centro de Educação | Ana Lúcia Félix dos Santos Chefe do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística - CAC | Maria Claudia Alves Guimarães Chefe do Departamento de Música - CAC | Mauro de Al- meida Maibrada Chefe do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino – CE | Ana Claudia Gonçalves Pessoa Professor Titular da Disciplina Fundamentos da Arte/ Educação e Teatro - CE | Everson Melquíades Araújo Silva COMISSÃO ORGANIZADORA Gestor do V Congresso Internacional Sesc de Arte/Edu- cação | Rudimar Constâncio. Curadoria | Ana Júlia da Silva, Cristiane Maria Galdino de Almeida, Everson Melquíades Araújo Silva, Fernando An- tonio Gonçalves de Azevedo, Ivana Delfino Motta, Rita Ma- rize Farias de Melo, Rudimar Constâncio, Sônia Bernadeth Guimarães de Santana e Valkiria Dias Porto. Coordenação Geral | Ana Júlia da Silva, Cristiane Maria Galdino de Almeida, Everson Melquíades Araújo Silva, Fer- nando Antonio Gonçalves de Azevedo, Ivana Delfino Motta e Rudimar Constâncio. Coordenação Pedagógica | Almir Martins, Ana Júlia da Sil- va e Rudimar Constâncio. Produção Executiva | Almir Martins, Ariele Mendes, Hei- tor Soares, Ivana Motta e Rakelly Nogueira e Valéria Barros. Assistente de Produção | Danielle Karla Martins da Silva, Edes Oliveira, Ivis Bezerra, Lucrécia Forcioni e Saulo Félix. Estagiários de Cultura | Caio Andrade e Guilherme Kokeny. COMISSÃO CIENTÍFICA Cristiane Maria Galdino de Almeida | Doutora em Música pela UFRGS Everson Melquíades Araújo Silva | Doutor em Educação pela UFPE Fernando Antonio G. de Azevedo | Doutor em Educação pela UFPEIvana Delfino Motta | Especialista em Dança pela Unicamp José Rudimar Constâncio da Silva | Mestre em Ciência da Educação pela UMa/PT COMISSÃO DE AVALIADORES AD HOC Adriana Carla de Aquino | Mestre em Artes Visuais pela UFPB/UFPE Almir Manoel Martins da Silva | Graduado em Educação Artística pela UFPE Ana Carolina Nunes do Couto | Mestre em Música pela UFMG Ana Paula Abrahamian de Souza | Doutora em Educação pela UFPE Bruno Fernandes Alves | Mestre em Comunicação pela UFPE Clarissa Martins de Araujo | Doutora em Educação pela Université de Toulouse Le Mirail/França Clécio Ernande da Silva | Mestre em Educação pela UFPE Dayse Cabral de Moura | Doutora em Educação pela UFPE Emília Patrícia de Freitas | Mestre em Educação pela UFPE Ermiro José de Carvalho | Especialista em Artes pela UFPE Everson Melquíades Araújo Silva | Doutor em Educação pela UFPE Fabiana Souto Lima Vidal | Mestre em Educação pela UFPE Fernando Antonio G. de Azevedo | Doutor em Educação pela UFPE Francini Barros Pontes | Doutora em Artes Cênicas pela Unirio Graça Elenice dos Santos Braga | Mestre em Educação, Cultura e Identidade pela FUNDAJ/UFRPE Heloisa Flora Brasil Nóbrega Bastos | PhD em Educação pela University of Surrey/Inglaterra Ibrantina Guedes de Carvalho Lopes | Mestre em Comu- nicação Social pela UFPE Igor de Almeida Silva | Doutor em Artes pela USP Ivana Delfino Motta | Especialista em Dança pela Unicamp José Clementino de Oliveira | Mestre em Educação pela Unirio José Manoel da Silva Sobrinho | Especialista em Literatura pela Fafire José Rudimar Constâncio da Silva | Mestre em Ciência da Educação pela UMa/PT Karina Mirian da Cruz Valença Alves | Doutora em Edu- cação pela UFPE Klesia Garcia Andrade | Mestre em Música pela UFPB Luciana Ferreira dos Santos | Mestre em Educação Mate- mática e Tecnológica pela UFPE Maisa Cristina da Silva | Especialista em Arte/Educação pela Unicap/PE Márcia Carolina da Mota Viana | Graduada em Pedagogia pela UFPE Márcia Virginia Bezerra de Araújo | Doutora em Artes Cê- nicas pela UFBA Marcus Flávio da Silva | Especialista em Ensino da Arte pela UFPE Maria Aida Barroso | Mestre em Música pela Escola de Mú- sica da UFRJ Maria Alves da Silva | Mestre em Educação Contemporâ- nea pela UFPE Maria Betânia e Silva | Doutora em Educação pela UFMG Maria Claudia A. Guimarães | Doutora em Artes Cêni- cas pela USP Maria da Conceição dos Reis | Doutora em Educação pela UFPE Maria de Betânia Correa de Araujo | Especialista em Eco- nomia da Cultura pela UFRGS Maria de Fátima Pontes | Mestre em Educação pela UFPE Maria José dos Santos | Mestre em Educação pela PUC/SP Maria Thereza Didier de Moraes | Doutora em Letras pela USP Paula Farias Bujes | Doutora em violino pela Universidade Estadual da Louisiana/EUA Paulo Henrique Ferreira | Especialista em História das Ar- tes e Religiões pela UFRPE e Sistema Laban/Bartenieff pela FAV/RJ Rakelly Nogueira do Nascimento | Graduação em Música pela UFPE Renata Wilner | Doutora em Artes Visuais pela UFRJ Rita Marize Farias de Melo | Mestre em Criação Artística Contemporânea pela Universidade de Aveiro/PT Rodrigo Cunha dos Santos | Especialista em Cultura Per- nambucana pela Fafire Rodrigo Carvalho Marques Dourado | Doutor em Artes Cênicas pela UFBA Sérgio Breno Fittipaldi Fagundes | Graduado em Artes Cê- nicas pela UFPE Valdiene Carneiro Pereira | Mestre em educação pela UFPE Valkiria Dias Porto | Graduada em Educação Artística/Ar- tes Plásticas pela UFPE EQUIPE DE EDITORAÇÃO Preparação de Originais / Antonio Edson Cadengue Organização / Antonio Edson Cadengue e Rudimar Constâncio Revisor de Texto / Acrimôri Júnior Capa e Projeto Gráfico / Claudio Lira Serviço Social do Comércio – SESC Piedade Rua Goiana, n. 40 – Piedade – Jaboatão dos Guararapes - PE CEP: 54.420-000/ Fones: (81) 3361.6909/ 3361.0097 E-mail: sescpiedade@sescpe.com.br Impresso no Brasil A168 Vida/artista: diálogos entre arte/educação e filosofia – Recife: SESC Pernambuco, 2017. 994 p.: il. Inclui referências. ISSN 2526-7949 1. Arte na educação. 2. Educação. 3. Estética. 4. Teatro. 5. Dança. 6. Arte. 7. Filosofia. 8. Professores - Formação. 9. Política cultural. I. Cadengue, Antonio Edson, 1954 - (Org.). II. Constâncio, Rudimar, 1965 - (Org.). III.Titulo. 700.7 CDD (22.ed.) UFPE (CAC 2014-84) Não concebo uma obra isolada da vida. Não amo a criação isolada. Também não concebo o espírito isolado de si mesmo. Cada uma de minhas obras, cada um dos planos de mim próprio, cada uma das florações glaciares da minha alma interior goteja sobre mim. Antonin Artaud O Umbigo dos Limbos in O Pesa-Nervos1 1. In: ARTAUD, Antonin. Linguagem e Vida. Org. J. Guinsburg, Sílvia Fernandes Telesi, Antonio Mercado Neto. São Paulo: Perspectiva. 2004, p.13. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO | 13 Antonio Edson Cadengue e Rudimar Constâncio 1ª PARTE – PALESTRAS ABORDAGEM TRIANGULAR COMO TEORIA HIANTE: O AGORA-JÁ É HISTÓRIA | 19 Fernando Antônio Gonçalves de Azevedo SOBRE ANA MAE BARBOSA | 29 Everson Melquiades Araújo Silva DUZENTOS ANOS DE ENSINO DA ARTE NO BRASIL | 32 Ana Mae Barbosa VIDA ARTISTA, VIDA PLENA DE SENTIDO | 49 Guilherme Castelo Branco AS PRÁTICAS ARTÍSTICAS NA EDUCAÇÃO E A CONVIVIALIDADE ENTRE DIFERENTES: DESAFIOS PARA UMA ECOLOGIA APRENDENTE | 55 António Ângelo Vasconcelos ESTILHAÇOS PÓS-COLONIAIS: A INSTITUCIONALIDADE DA CULTURA COMO VETOR DE DESENVOLVIMENTO | 57 Célio Rodrigues de Lima Pontes COLONIALISMO E PÓS-COLONIALISMO: O PRESENTE COMO UM ENIGMA | 62 José Carlos de Paiva RETROSPECTIVA DE ALGUNS PROCESSOS INICIAIS DA CHEGADA DA ABORDAGEM TRIANGULAR À ARTE/EDUCAÇÃO | 72 Maria Christina de Souza Lima Rizzi ABORDAGEM TRIANGULAR, OU: O QUE A ARTE PODE APRENDER COM A EDUCAÇÃO (4) | 84 Isabel Marques O JOGO COM A PEÇA DIDÁTICA DE BERTOLT BRECHT | 90 Ingrid Dormien Koudela ABORDAJE TRIANGULAR PARA EL OJO QUE SALTA EL MURO: APUNTE DE REFLEXIÓN | 94 Ramón O. Cabrera Salort 2ª PARTE – COMUNICAÇÕES CRIATIVIDADE: O INCONSCIENTE COMO PROTAGONISTA DA GÊNESE DA OBRA DE ARTE E DA PERSONALIDADE | 108 Karla Gonçalves A ARTE DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO DISPOSITIVO DE INTERAÇÃO DE UMA CRIANÇA COM TEA | 115 Gracineia Maria Rodrigues Cruz/ Odailton Aragão Aguiar OS DOIS TURRÕES: UMA EXPERIÊNCIA TEATRAL COM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL | 121 Jamile Cruz/ Carlos Alberto Ferreira da Silva TRAMAS INDÍGENAS: UMA REFLEXÃO SOBRE ARTE E ARTESANATO | 130 Clarissa Machado Belarmino TEATRO E PEDAGOGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PROJETO INTERDISCIPLINAR EM ESCOLA QUILOMBOLA | 138 Amanda Caline da Silva Omar TEATRO DO OPRIMIDO COMO RECURSO PARA COMPREENDER CONFIGURAÇÃO ATUAL DA IDENTIDADE EM ESCOLA QUILOMBOLA | 146 Amanda Caline da Silva Omar TEORIA X PRÁXIS: ASPECTOS EDUCACIONAIS DA ESCOLA DE BELAS ARTES DE PERNAMBUCO (1932-1946) | 153 Niedja Ferreira dos Santos Torres HÁ CRIANÇAS NA SALA DE ESPETÁCULOS! – VESTÍGIOS DA PRESENÇA DE PEQUENINOS ESPECTADORES NOS TEATROS DO RECIFE | 161 Leidson Malan Monteiro de Castro Ferraz DIÁLOGO COM NOEMIA VARELA E SUAS CONCEPÇÕES SOBRE O ENSINO DE ARTE NA PÓS-MODERNIDADE | 169 Sandra Maria Nogueira Cruz/ Edilva Barbosa da Silva Lima/ Zozilena de Fátima Fróz Costa CORPOS EM CONSTRUÇÃO: JUDITH BUTLER E A CONSTRUÇÃO DE PERSONAGENS E CONFECÇÃO DE BONECOS | 176 Miguel de Albuquerque Araujo O CORPO PRESENTE E A TEORIA QUEER | 183 Guilhermina Pereira da Silva VISUALIDADES X IDENTIDADES: APRENDER A VER PARA SER, ESTAR E CONVIVER NO MUNDO COM ALTERIDADE | 191 Jaildon Jorge Amorim Góes CANTANDO E ENCANTANDO: UM PROJETO DE MÚSICA APLICADO NA ESCOLA WALNEY DO CARMO LOPES EM PACATUBA-CE | 200 Socorro Maria Costa da Silva/ Gustavo Henrique da Silva Pereira A IMPORTÂNCIA DO USO DA FLAUTA DOCE COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM DA MÚSICA NO ENSINO BÁSICO | 208 Sidcléa Marques Cavalcanti de Moraes O ENSINO DE MÚSICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: O QUE TEMOS COM RELAÇÃO À PRÁTICA DOCENTE SETE ANOS APÓS A APROVAÇÃO DA LEI 11.769/2008? | 216 Juliana Soares dos Santos/ ÉricaRenata Alves de Oliveira ENSINO DIALÓGICO DE TEATRO: APONTAMENTOS PARA/SOBRE UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA | 225 Ildisnei Medeiros da Silva UMA PEDAGOGIA DO TEATRO POPULAR: UMA EXPERIÊNCIA NO COLÉGIO ESTADUAL PADRE PALMEIRA | 234 Sergio dos Santos Reis PEDAGOGIA DO TEATRO E ALTERIDADE: DESAFIOS E REFLEXÕES NA REALIDADE ESCOLAR | 240 Aline Catiane Paz Almeida/ Amanda Caline da Silva Omar INTIMUS: UM CAMINHO PARA OS ELEMENTOS VISUAIS DO ESPETÁCULO NAS ARTES CÊNICAS | 247 Guilherme Kokeny A EXPERIÊNCIA COMO PRÁTICA DE CRIAÇÃO E REFLEXÃO EM DANÇA – UMA PASSAGEM PELA POÉTICA DO ESPETÁCULO “DANÇA BAIXA” DA COMPANHIA DOS PÉS | 255 Reginaldo dos Santos Oliveira O QUE É UMA PEÇA-GAME? - REFLEXÕES PARA DELINEAR UM NOVO GÊNERO | 263 Lorena de Oliveira Chagas O MÉTODO NASCIMENTO DO PASSO: ENSINO-APRENDIZAGEM DA DANÇA DO FREVO | 270 Rafaela Cristina Mendes Gomes da Silva PERNAS QUE ANDAM CORPOS QUE DANÇAM: UM DIÁLOGO COM A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS | 278 Avaci Duda Xavier ENTRELACES DO YOGA E O ENSINO DA DANÇA: PERCEPÇÕES A PARTIR DA OBSERVAÇÃO DE AULAS DE DANÇA NO ENSINO NÃO FORMAL | 287 Leandro Henrique Regueira de Mendonça/ Guilherme Rodrigues Silveira Kokeny CAMPO DA EDUCAÇÃO SOMÁTICA E HATHA YOGA – DIÁLOGOS EXPERIMENTADOS | 296 Sheila Bezerra/ Emelly Linhares A INVESTIGAÇÃO DAS POÉTICAS NA CURADORIA: UM PERCURSO PELAS TRAJETÓRIAS DE MOACIR DOS ANJOS E ADRIANO PEDROSA | 303 Alexandre Nepomuceno Targino RELAÇÃO ESCOLA E MUSEU: APRESENTAÇÃO DE PESQUISA | 310 Vanessa Soares Lorega O PODCAST COMO MEDIAÇÃO CULTURAL: IRADEX PODCAST E AS CONEXÕES COM IDEIAS E PESSOAS | 317 Gustavo Henrique da Silva Pereira ARTE, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO: EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS EM ESCOLAS PÚBLICAS DE BELÉM | 324 Paulo Sérgio das Neves Souza REPERTÓRIOS VISUAIS ENTRE ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DA CIDADE DE JOÃO PESSOA | 335 Maria Emilia Sardelich/ Camylla Ranylly Marques Paiva FANTASMAS IMAGINÁRIOS DO CORPO CASA: MEDIAÇÃO ENTRE ANTIGOS E NOVOS SIGNIFICADOS AFETIVOS ATRAVÉS DA VÍDEOPERFORMANCE | 343 Anna Carolina Coelho Cosentino A RECEPÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE UM VÍDEO DE ARTE-EDUCAÇÃO SOB O PARADIGMA DA TEORIA DA ATIVIDADE | 349 Rosileide Guedes Sant’Ana de Farias O CINEMA NO ENSINO FORMAL: UMA EXPERIÊNCIA POSSÍVEL | 356 Diogo José de Moraes Lopes Barbosa VOZES NO PALCO: DRAMATURGIA COM HISTÓRIAS DA COMUNIDADE DE SÃO BENTO | 364 Natalyne Pereira dos Santos O PROCESSO COLABORATIVO EM INVENCIONICES – DE MANOEL E AS NOSSAS | 371 Jéssica Cristina Souza do Nascimento/ Laura Caldas Miguel/ Marcus Flávio da Silva COMO CONHECER O MAR? – UMA EXPERIÊNCIA EM DRAMA | 380 Amanda de Sampaio Alves Duarte LITERATURA, HISTÓRIA E ARTE: OS MISERÁVEIS, DE VICTOR HUGO, EM UM PROJETO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO NO ENSINO MÉDIO | 388 Carlos Cleiton Evangelista Gonçalves MÚLTIPLOS OLHARES SOBRE O PASSADO: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURAS DE A MAMELUCA, DE ALBERT ECKHOUT, EM TERESINA, PIAUÍ, BRASIL | 397 Zozilena de Fatima Fróz Costa/ Iris Victoria Montalvan Shica/ Erika Fernanda Pereira da Silva NA INTIMIDADE DO NINHO: SALA DE ARTES COMO LUGAR DE LIBERDADE | 405 Rodrigo Gomes da Silva/ Renata Wilner RETRATOS E AUTORRETRATOS, NA ESCOLA CONTEMPORÂNEA. DIÁLOGOS INTERCULTURAIS COM NOVAS TECNOLOGIAS | 412 Dione Souza Lins/ Luís Ricardo Pereira de Azevedo ARTE, VIDA E NATUREZA: EXPERIÊNCIAS SOBRE ENSINO DA ARTE CONTEMPORÂNEA | 416 Maria Clara de Lima Santos/ Marianna Melo CONSIDERAÇÕES INVESTIGATIVAS SOBRE O FAZER ARTÍSTICO COMO UMA PLATAFORMA DE AUTOCONHECIMENTO | 422 João Pedro Tavares da Silva A MONTAGEM DO FILME NA CONSTRUÇÃO DA CULTURA VISUAL | 430 Leandro Machnicki Altaniel MILLER E OS 300 – GRAPHIC NOVEL & CINEMA | 437 Kyrti de Aguiar Silveira Ford UMA RANÇOSA TEATRALIDADE: EISENSTEIN E O TEATRO NO CINEMA | 446 Anamaria Sobral Costa VER * SENTIR * FAZER: AÇÕES EDUCATIVAS E PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM EM ARTE | 455 Paulo Sérgio das Neves Souza/ Adriele Cristine Silva da Silva ARTE, PROCESSO DE CRIAÇÃO E AVALIAÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA TRIANGULAR NO COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ | 468 Debora Frota Chagas/ Roberta Bernardo da Silva LUGARES-ILHA: SOBRE APRENDIZAGEM COMO PROCESSO ARTÍSTICO | 477 Cláudia Leão/ Adriele Silva da Silva O RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA: A AÇÃO MEDIAÇÃO CULTURAL – FORMAÇÃO DO ESPECTADOR NO TEATRO SESC-SENAC PELOURINHO, EM SALVADOR (BA) | 485 Poliana Bicalho A EXPERIÊNCIA DO TEATRO EM CASA E A PEDAGOGIA DO ESPECTADOR | 493 Rodrigo Carvalho Marques Dourado O ARTISTA EDUCADOR E A MEDIAÇÃO PROPOSITORA DE EXPERIÊNCIAS | 502 Sara Vasconcelos Cruz/ Robson Xavier da Costa SABERES E FAZERES: TRAJETÓRIA ARTÍSTICA NA VIDA DE UMA PROFESSORA | 511 Maria Betânia e Silva A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DOS EDUCADORES DA GALERIA JANETE COSTA PARA A EXPOSIÇÃO “ARCAICO CONTEMPORÂNEO - 50 ANOS DE PINTURA ” E SEUS DESDOBRAMENTOS | 520 Luana da Silva Rito FERTILIZAÇÃO E FORTALECIMENTO DA ÁRVORE DA ARTE: REFLEXÕES SOBRE O CONVÍVIO DO PROFESSOR DE ARTE COM ELEMENTOS ARTÍSTICOS | 529 Geisiane Nogueira Rocha/ Juciene dos Santos Pimentel/ Milena Guedes A. Rocha/ Ana Cláudia O. Freitas (RAP)ENSANDO A DISCUSSÃO SOBRE DIREITOS SEXUAIS E DIREITOS REPRODUTIVOS NO MOVIMENTO HIP HOP | 537 Jaileila de Araújo Menezes/ Dandara Maria Oniilari Ferreira da Silva NUANCE DO NORDESTE NO RITMO DO HIP-HOP: UMA NARRATIVA DA PRÁTICA COLETIVA QUE BUSCOU A VALORIZAÇÃO CULTURAL ATRAVÉS DA DANÇA | 546 Amanda Fernandes dos Santos JUVENTUDE, GÊNERO E HIP HOP: REFLEXÕES SOBRE ARTE E IDENTIDADE A PARTIR DE JOVENS MULHERES RAPPERS | 552 Maria Natália Matias Rodrigues/ Jaileila de Araújo Menezes O ENSINO DE ARTE E A FESTA POPULAR | 560 Edite Colares COMES E CONTOS: UM RESGATE DA SINESTESIA CULINÁRIA | 569 Gabriela Borba de Lima/ Thiago Luiz de Souza e Silva DE PONTO EM PONTO AUMENTO UM CONTO: O ENSINO DE ARTES EM PONTOS DE CULTURA DO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE PORTAL DO SERTÃO NA BAHIA | 576 Lívia Castro de Lacerda O MUNDO PERFEITO: TEATRO EDUCATIVO CONTRA A ISLAMOFOBIA | 584 Valdirene Ferreira ARTE-EDUCAÇÃO COMO FONTE DE DIGNIDADE HUMANA NA VELHICE: UM ESTUDO DE CASO | 593 Kizz de Brito Barretto A XILOGRAVURA INSERIDA NOS PROCESSOS DE ENSINO DE ARTE: ENSINO FUNDAMENTAL II | 602 Juscélio de Holanda Cavalcanti/ Gustavo Henrique da Silva Pereira COR LINHAÇÃO: O ESTUDO DA COR COMO EXPERIÊNCIA EDUCATIVA NO CONTEXTO ESCOLAR | 612 Edilania Vívian Silva dos Santos/ Cristiane Aparecida Romão da Silva/ Francisco Luiz Fernando Silva O POEMA ÉPICO E AS DIFERENÇAS DE GÊNERO DA POESIA | 620 Moisés Monteiro de Melo Neto OS ENCONTROS, A POESIA E O PERCURSO OU, A DESCOBERTA “DA INUTILIDADE COMO CONCEITO ÚTIL A UMA SOBREVIVÊNCIA CRIATIVA” | 627 Ana Paula Lourenço de Sá/ Andrêza de Lima Alves UM DESCORTINAMENTO DA SINGULARIDADE HUMANA SOB A PERSPECTIVA DA VALORIZAÇÃO DO SER | 635 Mercia Paulino Nicolau da Silva INCLINAÇÕES ARTÍSTICAS INFLUENCIANDO EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: ANÁLISE DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA COM IDOSOS | 642 João Feliciano de Souza Neto/ Pedro Rodrigues Pereira da Silva EDUCAÇÃO MUSICAL NA 3ª IDADE - MÚSICA E DEMAIS PROCESSOS ARTÍSTICOS PARA AS SAÚDES SOCIAL, MOTORA, EMOCIONAL E COGNITIVA | 648 Marcelo Caires Luz DA NECESSIDADE DE ARTE/EDUCAÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE: UMA EXPERIÊNCIA NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA | 656 Rosali Natalie da Silva Gouveia APROXIMACIONES A LA INFANCIA: UNA MIRADA DESDE EL JUEGO | 667 Patricia Pérez Morales/ Giselle Tur Porres/ Alejandra Manena Vilanova Buendía BICHOS DO PARQUE: RETOMANDO EXPERIÊNCIAS PARA PRODUZIR UM NOVO CAMINHO | 674 Gilvânia Maurício Dias de Pontes PROGRAMA CURUMIM SESC SÃO PAULO: UMA EXPERIÊNCIA DA METODOLOGIA DA ESCOLA DA PONTE NA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL | 682 Andréia Maria Ferreira Reis NO CORPO, UM CORPO: REFLEXÕES SOBRE O “HÍBRIDO” NA CENA CONTEMPORÂNEA | 688 Jerônimo Vieira de Lima Silva/ Elias de Lima Lopes PROCESSOS INTERDISCIPLINARES NO ENSINO/ APRENDIZAGEM DO TEATRO NA ESCOLA | 698 Benedito José Pereira O PENSAMENTO COMPLEXO E A INTERDISCIPLI- NARIDADE NO ENSINO DE ARTES VISUAISEM ESCOLAS DE REFERÊNCIA NO RECIFE | 708 Janilson Lopes de Lima ENSINO DAS DANÇAS TRADICIONAIS E POPULARES DO BRASIL: NOTAS DE UMA EXPERIÊNCIA | 716 Telma César Cavalcanti A ABORDAGEM TRIANGULAR PARA O ENSINO DA ARTE NO PROCESSO DE ESTUDO DA DRAMATURGIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX | 722 Almir Tavares da Silva PROPOSTA TRIANGULAR NA FORMAÇÃO DE ESPECTADORES | 729 Elaine Bela Vista A ABORDAGEM TRIANGULAR NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE DANÇA: CAMINHOS POSSÍVEIS | 737 Verônica Teodora Pimenta COLETIVO EU PASSARINHO: A ESSÊNCIA DO SENSÍVEL COMO PRÁTICA E PESQUISA ALÉM DA ACADEMIA | 746 Adélia Oliveira/ Amanda de Souza O PENSAMENTO/CRIAÇÃO DA FOTOGRAFIA ARTÍSTICA CONTEMPORÂNEA: UM OLHAR TRANSDISCIPLINAR | 753 Leandro Pereira da Costa GRAVAR SEM POLUIR | 762 Frutuoso da Silva Lorega Filho ARTE/EDUCAÇÃO E MEDIAÇÃO CULTURAL NA ESPANHA: PERSPECTIVAS FEMININAS NA ARTE CONTEMPORÂNEA ÁRABE | 770 Daniella Zanellato/ Rita Maria Ricardi Noguera AS MULHERES EM FOCO: DA INVISIBILIDADE À VISIBILIDADE, A PARTIR DE UMA PRÁTICA DE ENSINO EM ARTES | 779 Isaac Assunção CONSTRUÇÃO MIDIÁTICA DO CORPO FEMININO: PERCEPÇÕES DO CORPO COM DOCENTES E ESTUDANTES DO SESC PIEDADE | 787 Emanuely Arco Iris da Silva/ Maria Carolina Leite de Lima FANTASMAS IMAGINÁRIOS DO CORPO CASA: MEDIAÇÃO ENTRE ANTIGOS E NOVOS SIGNIFICADOS AFETIVOS ATRAVÉS DA VÍDEOPERFORMANCE | 798 Anna Carolina Coelho Cosentino O INTER-HUMANO NA OBRA “THE ARTIST IS PRESENT”: A ARTE AO ENCONTRO DOS DIREITOS HUMANOS | 804 Elis Regina dos Santos Costa/ Denise Maria Moura e Silva AS EXPRESSÕES VOCAIS EM “O CANTO DA SEREIA” E NO RAP: EXPERIÊNCIAS SONORAS CRIATIVAS NA SALA DE AULA | 814 Elthon Gomes Fernandes da Silva ARTE DA PALAVRA: A CANTORIA DE VIOLA E SEU REPERTÓRIO POÉTICO | 822 Simone Oliveira de Castro A INTERVENÇÃO URBANA DO GRAFFITI EM TERESINA; ESTUDO DA PRODUÇÃO PLÁSTICA DO ARTISTA DE RUA “MANIN” | 831 Maria Helena Ferreira da Costa ALGUNS GRÃOS POÉTICOS EM OUTROS RETALHOS | 843 Viga Gordilho COLETIVO ARTÍSTICO: ARTIVISMO E ARTE-INTERVENÇÃO URBANA POR MEIO DE PROJETO DE EXTENSÃO | 852 Judivan José Lopes DOCÊNCIA EM ARTE NO ENSINO BÁSICO TÉCNICO E TECNOLÓGICO: PERSPECTIVAS, DESAFIOS E EXPERIÊNCIAS | 860 Isabel de Fátima Rodrigues Silva O ENSINO DE ARTES NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: UMA ABORDAGEM REFLEXIVA | 867 Sislândia Maria Ferreira Brito O PIBID EM ARTES VISUAIS – UFPE E IFPE JUNTOS EM UM PROCESSO DE FORMAÇÃO | 876 Luciana dos Santos Tavares MISTERIOSO ENCANTADO COMO PROPOSTA DIALÓGICA DE ARTE EDUCAÇÃO | 884 Nildo Alfredo Barbosa/ Elinildo Marinho de Lima DESCONSTRUINDO O CENÁRIO E TECENDO A LIBERDADE: A EXPERIÊNCIA DO SOCIODRAMA NA PREVENÇÃO DO USO DO ÁLCOOL, FUMO E OUTRAS DROGAS NO PROJOVEM URBANO | 894 Ilana de Oliveira Aguiar A ARTE COMO ABORDAGEM PARA DESPERTAR O SENSO ESTÉTICO, A SENSIBILIDADE E O POTENCIAL CRIATIVO | 902 Laura Renata Dourado Pereira RECIFE ARTE PÚBLICA: A CIDADE COMO CAMPO PARA AÇÕES EDUCATIVAS | 911 Lúcia de Fátima Padilha Cardoso/ Hassan Fellipe dos Santos/ Niedja Ferreira dos Santos Torres CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE ENSINO DOS ARTE/ EDUCADORES QUE ATUAM COM A DANÇA EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS | 918 Márcia Gomes da Silva O ENSINO DE ARTE FORA DA ESCOLA: OS ESPAÇOS CULTURAIS DO BAIRRO DO RECIFE COMO CAMPO DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL | 926 Inácio Alves Dantas Neto/ Cristiane Maria Galdino de Almeida PARECIA TÃO DISTANTE... MAS ERA TÃO NOSSO! | 933 Aldeline Maria da Silva DANÇA BAIXA | 937 Reginaldo dos Santos Oliveira POÉTICA DA CIDADE | 943 Telma César Cavalcanti O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE REPERTÓRIO PARA O ARTISTA DE TEATRO MUSICAL | 947 Inácio Alves Dantas Neto MINHA VIDA COMO OBRA DE ARTE. MINHA CASA COMO ESPAÇO CÊNICO E MEU CINETEATRO COMO EXPERIMENTAÇÃO ESTÉTICA | 951 Lucas Leal ARTE-EDUCAÇÃO REVISITANDO O ESCRITOR ÉRICO VERÍSSIMO: INCIDENTE EM ANTARES - O ONTEM QUE ALCANÇA O HOJE | 956 Lenôra Maria Albuquerque Farias URBANICÍDIO EM AUTORETRATO | 961 Gracineia Maria Rodrigues Cruz/ Francilon Carvalho Barros/ Alan César A. Vasconcelos/ Maria Helena Ferreira da Costa ARTE E SINCRONICIDADE: O FEMININOCOMO ELEMENTO SIMBÓLICO NA OBRA MATRÍSTICA | 963 Daniella Zanellato/ Krysia Howard/ Mirna Eugenia Sánchez Gómez QUANDO UM MURO SEPARA UMA PONTE UNE | 967 Fátima Bulcão TANKALÉ: FORMAÇÃO PARA O AUTO-REGISTRO AUDIOVISUAL QUILOMBOLA | 972 Felipe Peres Calheiros VESTIDO VERMELHO, ARMADURA, GOSTOSA – PERFORMANCES | 976 Bárbara Collier PROGRAMAÇÃO DO V CONGRESSO INTERNACIONAL SESC DE ARTE/EDUCAÇÃO | 981 13 APRESENTAÇÃO Vida Artista: Diálogos entre Arte/Educação e Filosofia Antonio Edson Cadengue Rudimar Constâncio I O Serviço Social do Comércio - Sesc/PE, por meio da Unidade Executiva em Piedade, realizou, em 2008, na cidade de Jaboatão dos Guararapes, no Teatro Ariano Suassuna, a primeira edição do Semi- nário Nordeste de Arte-Educação, onde prestou homenagem a Noemia de Araújo Varela2. Nos anos de 2010 e 2012, contando com o importante apoio da Universidade Federal de Pernambuco, realizou- -se, no Centro de Ciências Sociais Aplicadas, a 2ª e 3ª edições do Seminário Nacional Sesc de Arte/ Educação, homenageando, respectivamente, Marco Camarotti e Jomard Muniz de Britto. Os temas dessas duas edições, “Arte-Educação: História e Práxis Pedagógica” e “Ação Cultural: Arte, Educação e Política” deram prosseguimento às discussões que perpassam o pensamento e a prática educacional de arte/educadores e artistas que anseiam por uma pedagogia da arte mais crítica e criativa. Em 2014, durante o IV Congresso Internacional Sesc PE e UFPE de Arte/Educação, as discussões giraram em torno do tema “Ecos de Resistências na América Latina” e foram eleitos dois homenageados, o pro- fessor, ator e diretor de teatro Carlos Varella, in memoriam, e o professor, escultor, pintor, desenhista, gravurista e ceramista Abelardo da Hora, personalidades marcantes da Arte/Educação local, brasilei- ra e mundial. A 5ª edição do Seminário Nacional Sesc de Arte/Educação, realizada de 25 a 29 de julho de 2016, juntamente com a Universidade Federal de Pernambuco e apoio da Universidade Federal Rural de Pernambuco, teve como tema, “Vida Artista: Diálogos entre Arte/Educação e Filosofia”, prestando 2. Noêmia de Araújo Varella (1917-2016) nasceu no Rio Grande do Norte e se estabeleceu em Pernambuco. Como professora e diretora da Escola Especial Ulisses Pernambucano, durante as décadas de 1940 e 1950, fundou a Escolinha de Arte do Recife (1953) junto com o artista e poeta também pernambucano, Augusto Rodrigues (1913-1993). Sua história cruza-se com a criação da primeira escola do movimento es- colanovista, a Escolinha de Arte do Brasil (EAB), fundada em 1948, no Rio de Janeiro, e com outras experiências educacionais que afloram em Pernambuco. Atribui grande importância aos mestres com quem conviveu: Sylvio Rabelo, Anísio Teixeira, Augusto Rodrigues, Helena Antipoff, Herbert Read e, sobretudo, a Nise da Silveira, a qual a levou “a perceber, intuir, sentir, e pensar a função da arte na tomada de consciência sociocultural, numa dimensão ecológica e antropológica, uma visão profunda da natureza ética, estética e artístico-educativa, a partir da psicologia analítica”. CAMAROTTI, Marco. Diário de um corpo a corpo pedagógico e outros elementos de arte-educação. Apre- sentação Marilene Almeida e Rosa Vasconcellos. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 1999. Cf. AZEVEDO, Fernando Antonio G. Movimen- to Escolinhas de Arte: em cena D. Noemia Varela e Ana Mae Barbosa. 2001. 166 f. Dissertação (Mestrado em Artes Plásticas) – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. Cf. também o verbete da Enciclopédia Itaú Cultural, Escolinha de Arte do Recife: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/en/instituicao343537/escolinha-de-arte-do-recife-ear. 14 uma justa homenagem aos 80 anos de vida de Ana Mae Barbosa3 e seus 60 anos de magistério. Reali- zou-se, também, a apresentação de comunicações orais e artísticas, mesas temáticas com palestrantes e conferencistas,além de 21 cursos voltados para a formação e a atualização de professores e arte/ educadores. A realização bienal do Congresso Internacional Sesc de Arte/Educação reafirma e ressalta a presença marcante do Sesc, entre as Instituições que mais contribuem para promoção e disseminação da edu- cação artística e cultural deste país. Notadamente, no momento atual, em que nos deparamos com a necessidade urgente de reflexões sobre educação, ética, identidade cultural e liberdade de expressão política e artística, a arte/educação apresenta-se como ferramenta indispensável para trabalhar os questionamentos e respostas que permeiam tantas vertentes intelectuais e práticas pedagógicas que proliferam, em busca de uma educação mais lúcida, lúdica e de maior alcance. II O nosso pensamento de aprendizagem da arte está fundamentado na ideia da Abordagem Trian- gular, conceito-chave na obra de Ana Mae Barbosa4, que compreende a articulação de três campos conceituais: o apreciar crítico, mobilizando a percepção e a análise formal e simbólica no ato de ler; o conhecer e refletir, por meio da contextualização conceitual, histórica, cultural e estética da pro- dução em arte, e o fazer artístico, oportunizando crianças, jovens e adultos na experimentação dos processos de criação e procedimentos técnicos ao produzir arte e ao sistematizar os resultados das aprendizagens, como também orientá-los nas suas intervenções artísticas. Esta ideia de “Abordagem Triangular” articula-se e se desdobra desde os primórdios do Congresso, podendo ser identificada nos vários eixos de discussões que se tornaram assíduas na área de Arte/ Educação. Na apresentação do Léxico de pedagogia do teatro, Ingrid Dormien Koudela e José Simões de Almeida Júnior assinalam a interrelação entre a filosofia e a arte/educação, espelhando os procedi- mentos da Abordagem Triangular, mesmo que sem nomeá-la: É possível identificar no pensamento pedagógico contemporâneo alguns eixos de discussão recor- rentes na área da Arte. Do ponto de vista epistemológico, o conhecimento artístico deve articular o método entre o fazer artístico, a apreciação da obra de arte e o processo de contextualização histórica e social. Através do ensino da história, da estética e do exercício crítico da leitura da obra de arte, o processo expressivo é ampliado e inserido na história da cultura.”5 3. Ana Mae Barbosa (1936-) nasceu no Rio de Janeiro, foi criada em Pernambuco, onde se graduou em Direito, carreira que abandonou logo após a formatura. É a principal referência no Brasil para o ensino da Arte nas escolas, tendo sido a primeira brasileira com doutorado em Arte-educação, defendido em 1977, na Universidade de Boston. Para maiores esclarecimentos sobre sua biografia e suas contribuições à Arte/Educação no Brasil, veja-se a segunda palestra deste livro, Sobre Ana Mae Barbosa, de Everson Melquiades Araújo Silva. Sobre sua grande contribuição aos estudos da Arte/Educação, veja-se a palestra de Fernando Antônio Gonçalves de Azevedo, Abordagem Triangu- lar como teoria hiante: o agora-já é história. Também se podem consultar os inúmeros livros e artigos de Ana Mae Barbosa, bem como a esclarecedor trabalho acadêmico: AZEVEDO, Fernando Antônio Gonçalves de: A Abordagem Triangular no ensino das artes como teoria e a pesquisa como experiência criadora. 2014. 209 f. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de Educação, Universidade Federal de Per- nambuco, 2014. 4. BARBOSA, Ana Mae; CUNHA, Fernanda Pereira. Abordagem triangular no ensino das artes e culturas visuais. São Paulo: Cortez, 2010. 5. KOUDELA, Ingrid Dormien; ALMEIDA JÚNIOR, José Simões. Pedagogia do teatro. In: ______ (Orgs.) Léxico de pedagogia do teatro. São Paulo: Perspectiva: SP Escola de Teatro, 2015, p. 12. 15 Desta forma, pode-se constatar que os congressos de Arte/Educação promovidos pelo SESC amplia- ram, e muito, o conceito paulofreiriano de pedagogia dialética, que sistematizou o ensino da Arte, dando-lhe uma amplitude maior que as de seus primórdios no Brasil. Avançou-se muito os estudos, a teoria e a prática de todos os que fazem ou ensinam a Arte. Saiu-se do território do espontaneísmo em direção ao da articulação sistemática, direcionando-se para além das salas de aula, avultando a visibilidade e a potência das mais diversas questões cujo foco maior de interesse é a Arte/Educação. III Na epígrafe que abre este livro, Antonin Artaud (1896-1948), visionário homem de teatro, nos alerta que não é possível conceber “uma obra isolada da vida”. Ele mesmo não acredita em criações isoladas e chama atenção para a ligação intíma entre criador e criatura: “Cada uma de minhas obras, cada um dos planos de mim próprio, cada uma das florações glaciares da minha alma interior goteja sobre mim”. Este gotejar a alma interior sobre si foi o leitmotiv do V Congresso Internaciconal SESC de Arte/ Educação. Como diz Fernando Antônio Gonçalves de Azevedo na palestra que abre o livro, Ana Mae Barbosa é um “exemplo de Vida Artista”, porque, através do procedimento da Abordagem Triangular, podem ser abarcados os universos das Artes e Culturas Visuais, convidando então o leitor, “ao gesto de reiventar, especialmentne porque é uma teoria aberta, aponta para uma possibilidade do porvir”, oportunizando ao arte/educador, sua própria Re-criação. Se o tema que norteou o V Congresso foi o de “Vida Artista: Diálogos entre Arte/Educação e Filo- sofia”, as palestras e as comunicaçõs ativeram-se a ele, criando pontes, links, abrindo janelas e portas; possibilitando novos horizontes, plenos de significação, isso sem deixar de despertar o interesse de todos os que fazem arte/educação para o conhecimento, sua apreensão, sua construção e compreen- são. Daí a necessidade de trabalhar uma nova maneira de ensinar e de aprender, pois “a inovação pe- dagógica implica mudanças qualitativas nas práticas pedagógicas e essas mudanças envolvem sempre um posicionamento crítico, explícito ou implícito, face às práticas pedagógicas tradicionais6”. A mudança é algo que acontece naturalmente, porém é preciso dar suporte ao indivíduo por meio da liberdade, para que a aquisição da aprendizagem possa ser enfocada como um processo verda- deiramente cultural. O ser humano passa a ser visto na sua totalidade, aprende a atuar dentro da sua realidade, usa e constrói o conhecimento pelo seu potencial criativo, como enfatiza Alvin Toffler7: A maior parte do que atualmente nos aflige como incompreensível afligiria menos se encarássemos com novos olhos o ritmo crescente de mudanças que faz a realidade às vezes parecer um caleidos- cópio enlouquecido. Pois a aceleração das mudanças não atinge apenas indústrias ou nações. É uma força concreta que penetra fundo em nossas vidas pessoais, nos leva a desempenhar novos papéis e nos confronta com o perigo de um mal psicológico inédito e tremendamente perturbador. Essa nova doença pode ser chamada de “choque do futuro”, e um conhecimento de suas fontes e sintomas ajuda a explicar muitas coisas que, de outra forma, desafiam uma análise racional. 6. FINO, Carlos Nogueira. Inovação pedagógica: significado e campo (de investigação). Funchal: Uma, 2007, p.1. Disponível em: http:// www3.uma.pt/carlosfino/publicacoes/Inovacao_Pedadogica_ Significado_%20e_Campo.pdf. Acesso em: 20 jun. 2016. 7. TOFFLER, Alvin. O choque do futuro. Trad. Eduardo Francisco Alves. 2 ed. São Paulo: Record, 1970, p.22, grifo do autor. 16 A inovação pedagógica é oportuna no momento educacional que vivemos na atualidade. Entretanto, para que ela possa acontecer nas escolas, nos projetos sociais, faz-se necessário que ocorra uma série de investimentos, quebras de paradigmas e um novo olhar, no que diz respeito à aprendizagem. É preciso que haja um olhar e um choque no presente, para que possamos realizar uma educação pro- cessual e dialógica. Aqui, é preciso chamar a atenção para a palestra de Guilherme Castelo Branco, Vida artista, vida plena de sentido, que se torna neste livro uma espécie de libelo,por fazer a conexão entre Arte/Edu- cação e Filosofia, a partir de um aguçado olhar via Michel Foucault, para quem a sociedade e a arte não podem estar relacionadas apenas aos objetos, mas especialmente aos indivíduos e à vida. Como resume bem Castelo Branco: “Não se trata da arte como posse de objetos considerados belos, mas da arte como vida, enquanto estética da existência”. Como estética da existência, termo que vai se tornar uma palavra-chave em seu texto, ele alerta para que esta estética, “comporta arestas, é produto de conflitos, faz-se contrapontos e pequenos combates e superação de desfios e, restrições, constrangimentos”. Vemos, por meio deste pensamento, que a vida artista visa à defesa da liberdade e que toda luta pela autonomia se inicia pela subjetividade, mas não termina nela mesma. É preciso que saibamos educar nossa sensibilidade para a ampliarmos para aqueles a quem educamos, “num proceso que não tem fim”. E nesta dimensão de seu pensar, afirma: A arte-educação, neste particular, é um importante instrumento de iniciação e aprofundamento na árdua tarefa de sensibilização para a arte e para o sentido das coisas. Seu trabalho é crucial, pois se dedica a muitas pessoas, de todas as faixas etárias, e podemos aprender seu significado pelo pensa- mento e pelo exemplo de luta, como a de Ana Mae Barbosa, que ocupa lugar de Mestria no ensino no trato com as coisas belas, sabendo que se trata de um processo cheio de barreiras a serem ultra- passados. Esta sua referência a Ana Mae Barbosa não apenas amplia o raio de homenagens que o V Congresso lhe presta (também o fizeram Fernando Antônio Gonçalves e Everson Melquíades), como a torna também um emblema para todos/as que buscam, neste terreno movediço da arte/educação, uma âncora contra a antítese do individualismo burguês que tanto combate. Combate que igualmente aumenta sua expressão política, sem reduzir-se, todavia, à oposição arte versus polítca. Para Castelo Branco, As formas instituídas e oficiais de ação política, em especial aquelas decorrentes da política parti- dária, ensinaram que a arte não pode depender da política. A vida política do século XX, com suas repercussões no campo da arte, revelou-se verdadeiramente estéril no processo de transformação do enorme campo de tensão em jogo no mundo contemporâneo: fazer depender a arte de posicio- namentos políticos consiste numa abdicação da liberdade e da autonomia da arte e do pensamento. Toda manifestação estética vinda de alguma corrente política, pouco importa sua vertente, sempre resultou em expressões artísticas muito medíocres. Que a atividade artística resulte na renovação tanto do campo perceptivo quanto do mundo vital, eis um fato inegável. Acreditamos que o homem necessita de uma educação plena, que se ancore na fugaz experiência humana, mudando a si e ao mundo, pela reivenção de si mesmo e das novas formas de vida, dando 17 conta das suas várias dimensões (e de seus conflitos), pois só assim conhecerá a si próprio e reco- nhecerá suas próprias qualidades, suas limitações e suas potencialidades: todas colocadas a serviço da transformação da sua realidade. Reunir os profissionais de educação e cultura do Sesc, das Universidades, escolas públicas e entidades educacionais é, sem dúvida, abrir as portas para a oxigenação da educação, consolidando espaços significativos para explanação, lançamentos de livros e disseminação de trabalhos científicos e ideias sobre o tema; compartilhando e promovendo o intercâmbio entre a comunidade científica, estudan- tes, estagiários, educadores e agentes culturais; tornando permanente o diálogo, a informação, a atua- lização e a crítica em torno das metodologias e práticas do ensino/aprendizagem entre aqueles que se preocupam e se ocupam em pensar uma educação de qualidade para todos. Este livro contempla uma vasta gama do que se cunhou como VIDA ARTISTA, EM DIÁLOGOS ENTRE ARTE/EDUCAÇÃO E FILOSOFIA. Seus vários temas incluem: arte/educação inclusiva, as relações étnico-raciais, história da arte/educação no Brasil, arte/educação pós-colonialista, o ensino de arte nas escolas de música, teatro, dança, artes visuais, processos de criação em artes cênicas, artes visuais e dança, arte/educação e mediação sociocultural, arte/educação intercultural e relações de gê- nero, formação do arte/educador, arte/educação e cultura popular, arte/educação e direitos humanos, arte/educação em espaços de educação não formal e arte/educação contemporânea, dentre outras ramificações, especialmente as ligadas às performances, tão imbricadas de vida e arte. Não são poucos os temas das comunicações, nem os das palestras. Tudo aqui tem um caminho enorme a percorrer e outras sendas vão se abrindo. Tudo é desafio à estética da existência, mas é ela que nos devolve a nós mesmos, íntegros, numa realização estilística da liberdade, diria Guilherme Castelo Branco. 18 1ª PARTE PALESTRAS 19 Abordagem Triangular como teoria hiante: o agora-já é história Fernando Antônio Gonçalves de Azevedo Não posso me impedir de pensar em uma crítica que não procuraria julgar, mas procuraria fazer existir uma obra, um livro, uma frase, uma ideia: ela acenderia os fogos, olharia a grama crescer, escutaria o vento e tentaria apreender o vôo da espuma para semeá-la. Ela muitiplicaria não os julga- mentos, mas os sinais de existência: ela os provocaria, os tiraria de seu sono. Às vezes, ela os inven- taria? Tanto melhor, tanto melhor. A crítica por sentença me faz dormir. Eu adoraria uma crítica por lampejos imaginativos. Ela não seria soberana, nem vestida de vermelho. Ela traria a fulguração das tempestades possíveis (MICHEL FOUCAULT, 2008, p. 302). Ana Mae Barbosa: expressão de Vida Artista. Busco neste texto um tom autorreflexivo, com ancoragem filosófica, sobre o contexto da pós-modernidade, para localizar na História da Arte/Edu- cação brasileira a Abordagem Triangular, pois considero que essa é a melhor maneira de homenagear Ana Mae Tavares Bastos Barbosa. Exemplo de Vida Artista, no sentido proposto por Michel Foucault, aqui interpretado por meio de um de seus grandes estudiosos brasileiros: o filólofo Guilherme Castelo Branco, precisamente quando ele afirma (2010, p. 330): A vida, no seu sentido mais encarnado e próprio, é o lugar da fragil, e fugaz experiência humana. Mudar a si e ao mundo é uma decisão distante de todos os que não conhecem a possibilidade do porvir e da invenção de novas formas de vida. Quem se inventa, claro, desenha o momento futuro e vai ao seu próprio espaço de humanidade. [...]. Situar a própria vida como objeto da invenção de uma arte de viver, eis uma proposição absolutamente original de Foucault, que enxerga na estética da existência um dos modos de afirmação da liberdade e da criação. A AT é uma teoria de interpretação do universo das Artes e Cultura Visuais, que convida o arte/edu- cador ao gesto de reinventar, especialmente porque é uma teoria aberta, aponta para a possibilidade do porvir, de certo modo, identifica-se com a estética da existência, ao lidar com a liberdade de RE- -criação do arte/educador – diria, mesmo, que não é exagero dizer: a AT impõe o gesto de recriar. Neste texto, tomei como ancoragem filosófica a obra O Filósofo Mascarado, de autoria de Michel Foucault (2008), do qual roubei a epígrafe. Os subitens correspondem, de certo modo à elaboração titubeante do texto, pois esse não se pretende como palavra final, mas ao contrário: busca possibilitar o debate/reflexão. 20 Arrisco-me a dizer ainda. Este texto, assim, não possui a epígrafe roubada de Michel Foucault (1926- 1984), por acaso. Muito pelo contrário, ele reflete o esforço de buscar interpretar historicamente uma teoria brasileira, que em sua pouca idade, já provocou uma verdadeira virada – a virada arteducativa – no campo da Arte/Educação nacional, pois, embora tenha sido criada na perspectiva dos proces- sos de ensino e dos processos de aprendizagem e pesquisa das Artes e Culturas Visuais,essa teoria vem afetando positivamente as outras linguagens da Arte: dança, música e teatro. Mesmo sendo uma jovem teoria, a Abordagem Triangular, por seu caráter hiante – possui uma enorme abertura, favore- cendo a recriação e não a reprodução – já foi reelaborada algumas vezes e, por isso, também renome- ada. Aqui, a nomearei simplesmente de Abordagem Triangular (AT, doravante). Como o próprio título do texto adjetiva, a AT é uma teoria hiante, porque não totalizante, por isso sempre aberta, sempre se refazendo, sendo também, por essas razões, a relação com o que diz Foucault, pois sua “inventora” (para usar a palavra de Foucault) – Ana Mae Tavares Bastos Barbosa – ao estudar os trânsitos entre o pensamento Modernista e o pensamento Pós-Modernista, e seus rebatimentos no ensino das Artes e Culturas Visuais, de um ponto de vista aberto, não hesitou em inventar e reinventar a AT; reinvenção sempre em diálogo com os arte/educadores, sejam eles simpatizantes ou não da referida teoria, pois a autora não despreza as críticas, sejam elas positivas, sejam negativas. Por isso, não é dificil dizer, evocando o tom crítico poético de Foucault, que essa teoria possui o fulgor das tempestades possíveis, isto é, busca sempre o pensamento divergente, nunca o pensamento úni- co e totalizante, tornando o campo da Arte/Educação mais fértil. É, pois, uma teoria que multiplica os sinais de existência da própria Arte/Educação, convidando o arte/educador ao gesto de recriar. Fato que nos levou à compreensão da AT como uma teoria de interpretação do universo das Artes e Culturas Visuais e não apenas como uma metodologia8. Aqui é necessário dizer: quando me refiro à compreensão da AT como metodologia, faço-o de um ponto de vista crítico, ou seja, penso em uma caricatura que reduz a metodologia a um método, uma espécie de submissão a uma cartilha que “en- sina o faça fácil”, o fazer pela via do caminho mais curto, indicando, assim, o atalho e nunca a aventura da (re)construção. Ditas essas palavras, destaco dos lembretes, ambos interpretados do pensamento de Ana Mae Barbosa ( 2009): não afirmo que a AT tenha sido criada por mim, pois o termo sistematizada está implícito na condição pós-moderna. O outro se refere à ideia de que a teoria informa a metodologia, há entre ambas uma relação de reciprocidade. Assim, tentar interpretar o Agora-já é história da AT nos enca- minha para a pós-modernidade. A Pós-Modernidade. É um tempo e um lugar em que tudo que é mais ou menos sólido desmancha-se no ar, pois as coisas, e nós, seres humanos, estamos sujeitados ao precário, ao fragmentado, à incerte- za e à dispersão. Inevitavelmente, vivemos e convivemos com um mundo fraturado. No cenário mun- dial (ou global), lutas pelo poder entre nações geram violência. Pelo ângulo do gesto questionador, vemos que o ser humano está sujeito aos poderes controladores da vida, que impõem tanto a violência 8. Tal interpretação foi elaborada a partir do processo de pesquisa desenvolvido no Curso de Doutorado em Educação da Universidade Fe- deral de Pernambuco, intitulado A ABORDAGEM TRIANGULAR NO ENSINO DAS ARTES COMO TEORIA E A PESQUISA COMO EXPERIÊNCIA CRIADORA, sob a orientação da Dr.ª Clarissa Martins de Araújo (UFPE), com a co-orientação da Dr.ª Analice Dutra Pillar (UFRGS). Hoje tais ideias compõem o livro com o mesmo título da tese, publicado pelo Sesc. 21 física como a violência simbólica, e muitos acontecimentos deixaram (e deixam) marcas assustadoras em nossas memórias. Entre esses acontecimentos, ressalto: ainda escutamos os ecos dos que sofreram (diretamente) o hor- ror do bombardeio em Hiroshima e Nagasaki. Era o final da Segunda Guerra Mundial (agosto de 1945), os Estados Unidos bombardearam, em dias diferentes, as duas cidades. Alguns anos depois, por meio da Arte, pude assistir estarrecido ao documentário “Corações e Men- tes”, com direção de Peter Davis, lançado em 1974. Obra que registrou o terror da Guerra do Vietnã, e que, estranhamente,em 1975 recebeu o Oscar de melhor documentário. Para mim, o questionamente foi provocado pela Arte, pois, ao assistir ao filme, muitas perguntas sur- giram. Não posso negar que “Corações e Mentes” marcou profundamente o meu olhar para o mundo. Deixou em mim e em muitas pessoas de minha geração tatuada (para sempre), em nossos corações e em nossas mentes, a imagem da menina vietnamita Kim Phue: despida, correndo desesperada, junto com outras crianças, para o vazio, para o nada, para o que literalmente desfazia-se no ar. O cineasta registrou, em imagem, o que a violência dos poderes controladores da vida é capaz de fazer, alertan- do-nos, sobretudo, por meio do discurso imagético, que os mais pobres, os diferentes, os deserdados sofrem tal sujeição, pois estão em situação mais vulnerável. Como guardo essa cena marcante do filme em minha memória, mais recentemente, estudando as teo- rias pós-críticas, fiz uma relação desse documentário com as características que os filósofos atribuem à pós-modernidade, isto é, um tempo e um lugar em que tudo está sujeito à fratura. A metáfora para contextualizar a pós-modernidade são as bombas lançadas em Hiroshima e Na- gasaki, pois atingiram diretamente inocentes e civis japoneses e indiretamente a muitas pessoas em variadas partes do mundo, frontalmente, em seus modos de agir e pensar. Especialmente, para mim, as cenas do filme são muito difíceis de cair no esquecimento. Talvez ali tenha começado a nascer o questionamento: que atitude tomar frente à experiência de sermos e estarmos no mundo a partir de então? Caímos em um niilismo, valorizando a descrença e a negação de tudo, desde a convulsão social até a perda total do próprio sentido de futuro para humanidade? Ou preferimos assumir uma atitude cínica e descompromissada conosco mesmos, com o Outro e com o mundo? De uma maneira mais elaborada, Tomaz Tadeu da Silva, pelo ângulo do pensamento foucaultia- no, questiona: “Num campo atravessado por preocupações práticas e políticas não há como evitar a pergunta: dados esses questionamentos, que dizer daqui prafrente?” (SILVA, 2011, p. 259). E na sequência,ele responde à questão, argumentando: Uma possível resposta é que esses questionamentos apenas estendem e ampliam o projeto educacio- nal crítico de desestabilização dos poderes, certezas e dogmas estabelecidos. Que isso constitui em si uma prática, uma prática de crítica que têm objetivos e resultados políticos. É verdade que desta vez o próprio projeto crítico torna-se objeto da operação de crítica e questionamento e nisso está precisa- mente uma de suas novidades. Mas a autorreflexividade não significa niilismo ou cinismo, nem falta de compromisso e responsabilidade. Há talvez um aumento de responsabilidade, na medida em que 22 nossas posições deixam de ter um ponto fixo e estável e ficam constantemente submetidas à crítica e à dúvida. Isso tampouco implica um abandono da política. Se existe abandono é apenas de uma política baseada em certezas, dogmas e narrativas mestras (SILVA, 2011, p. 259). A autorreflexividade como gesto de resistência. O documentário, em questão, “Corações e Mentes” (DAVIS, 1974), pode ser considerado um símbolo do mundo que se desfez e desfaz no ar. É, pois, a Arte narrando em imagem, de outro ponto de vista (contrário ao norte-americano), uma história que era apresentada ao mundo ocidental de maneira xenofóbica: os “bons” (bons?) tendo que lutar na terra do Outro (os ignorantes), na cultura do Outro, com o objetivo de aniquilar esse Outro, fazendo- -os crer que eles não tinham direito a ter direitos. Essa era a lição que o “resto” do mundo deveria aprender? O cinema, pois, naquele momento, ao contrário das lições de submissão aos poderes, apontou-nos a direção do questionamento, da indignação, da resistência. Hoje, a fotografia de Sebastião Salgado vem-nos fazer pensar sobre os Refugiados: pessoas que – segundo a Agência da ONU para Refugia- dos – em várias partes do mundo, são obrigadas, pelas mãos de ferro dospoderes europeu e norte- -americano, a deixarem para trás seus lugares, suas histórias, suas vidas – pessoas que são empurradas para o “abismo” em pleno alto mar, e isso não é ficção, é vida real, é a vida como ela é, parafraseando Nelson Rodrigues. Sebastião Salgado também registrou a dor dos camponeses sem-terra em Eldorado dos Carajás (17 de abril de 1996). Assim como as imagens de Retratos de Crianças do Êxodo (SALGADO, 2000) e seus olhares perturbadores, inocentes, diante do vazio de um futuro incerto, mas sem perder a esperança de uma vida melhor. Todos esses registros, por meio da imagem, enfatizam o extremo egoísmo decor- rente das relações sociais e culturais assimétricas; metaforicamente são, para quem tem olhos para ver a Arte, chagas pulsantes da matriz colonial que divide o mundo em quem tem direitos e quem sequer pode sonhar em ter. É a Arte, mais uma vez, registrando, nesse caso, pelas lentes de Sebastião Salgado, a corrida para o vazio, para o nada, para o que se desmancha no ar, para um mundo fraturado... Surge a questão. Frente aos poderes econômicos e militares que controlam a vida, estabelecendo quem são os detentores do poder de mando e quem são os subalternos, questionamos: O que pensa a ciência frente aos poderes que divide o mundo em sujeitos de mando e assujeitados? O cientista social português, Boaventura de Sousa Santos, posicionando-se sobre a questão acima, diz que uma con- cepção de ciência e de tecnologia, “[...] têm vindo a revelar-se as duas faces de um processo histórico em que os interesses militares e os interesses econômicos vão convergindo até quase à indistinção” (2010, p. 35). Sendo assim, os discursos “científicos”, por serem atravessados pelos interesses militares e econômi- cos, traduzem o que determinam os poderes que controlam a vida, isto é, eles próprios são expressões guardiãs de tais poderes. Partindo desse olhar autorreflexivo, podemos dizer, historicamente, que a ciência não é mais a grande verdade que tudo explica. Seu status começou a desmoronar, entre outros terríveis acontecimentos, com as bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, pois as razões que as justificam foram apresen- 23 tadas ao mundo pelo ângulo norte-americano branco, como já dissemos, de uma maneira xenofóbica, dando ao ataque uma aparência de ato justificável. Hoje, também podemos dizer que a fotografia de Sebastião Salgado, que tem como narrativa visual os refugiados, os integrantes do MST e as crianças do êxodo, por exemplo, representam uma maneira de provocar a indignação, que gera a autorreflexividade, tanto quanto o filme de Peter Davis. É, pois, a imagem do cinema e a imagem da fotografia possibilitando o gesto autorreflexivo. Daí a relação com a AT, pois reafirmo que ela é uma teoria de interpretação da imagem, seja essa Arte, seja Cultura Visual. Possivelmente, por essas razões, neste tempo e neste lugar de incertezas, a construção do discurso cientifico, artístico e filosófico passam a ter um alcance mais limitado, mais contextual, mais modesto até! Fomos obrigados, pelo gesto de questionar, a nos distanciarmos das receitas prescritivas e das grandes metanarrativas, pois a precariedade, a fragmentação, a incerteza e a dispersão vêm nos im- pondo o questionar tudo que é dito e escrito como verdade absoluta ou universal. A Arte e a Filosofia, de modo mais enfático, têm-nos exigido a autorreflexividade como gesto de resistência. O Agora-Já é História. É hiante, por ser sempre aberto, sempre se refazendo, e é caótico9 pelo mesmo motivo – cabe aqui uma ressalva: caótico não no sentido pobre de desorganização, como a palavra é amplamente difundida pela mídia hegemônica brasileira, identificada a uma vertente cínica do pós-modernismo, mas em seu sentido filosófico, porque é algo sempre em aberto, sempre se reconstituindo, sem ponto final. Uma espécie de advento, pois é “promessa de acontecimentos”, em um sentido aproximado ao das palavras de Marilena Chauí interpretando a filosofia fenomeno- lógica de Maurice Merleau-Ponty: “Quando foi feito o primeiro desenho na parede da caverna, foi prometido um mundo a pintar, o qual os pintores não fizeram senão retomar e reabrir” (CHAUI, 2010, p. 286). O Agora-já é história, assim, além de ser grávido de acontecimentos, pensa em verdades contextuais, absolutamente contextuais, pois toma o caminho inverso do pensamento hegemônico e se constitui no gesto de retomar e reabrir constantemente a história e seus variados pontos de vista, gesto em que a imaginação é constantemente exercida. Um dos filósofos, cuja contundente reflexão pôs em questão a solidez da modernidade, é Foucault. Como um de seus estudiosos, Cesar Candiotto, nesse sentido, diz: Para Foucault, a verdade é indissociável da singularidade do acontecimento. Aquilo qualificado de verdadeiro não habita num já-aí; antes, é produzido como acontecimento num espaço e num tempo específico. No espaço, na medida em que não pode ser válido em qualquer lugar; no tempo, porque algo é verdadeiro num tempo propício, [...] (CANDIOTTO, 2007, n.p.). 9 O filósofo brasileiro Emmanuel Carneiro Leão (grande estudioso do filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein) na apresentação da edição brasileira da obra Investigações Filosóficas, 2008) de Wittgenstein, enfatiza: “A palavra ‘caos’ tem o mesmo radical do verbo chasko, que nos remete para a experiência de manter-se continuamente abrindo-se, de estar, portanto, sempre em aberto. Diz o hiato do ser, o abismo hiante da realidade que é, no sentido transitivo de fazer ser e realizar. Todo real se instala e se sustém num advento desta realidade que se abisma no hiato sem limites nem discriminações, sem ordens nem desordens de todas as possibilidades e impossibilidades. A linguagem real da vida quotidiana é este poder inaugural do caos, o poder em si indeterminado e indeterminável de toda determinação e indeterminação”. 24 Assim, a ideia de que o Agora-já é história nos leva a questionar os pretensiosos discursos grandilo- quentes da modernidade e a sua tendência às grandes sistematizações, ou seja, a enaltecer na história o ponto de vista dos códigos do poder: masculino, branco, burguês, setecentista. Filósofos como Michel Foucault e Gilles Deleuze (1925-1995), especialmente, voltam-se para Friedrich Nietzsche (1844-1900), e esse movimento de retorno ao autor da inquietante obra Assim Falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém, na visão de Rafael Haddock-Lobo, [...] marca justamente o tempo em que as grandes narrativas perdem seu sentido e que, talvez, o que se deva aprender com a arte é não mais sistematizá-la ou classificá-la, mas justamente o contrário: a possibilidade de conviver com o precário e o fragmentado, o que estaria muito mais próximo do que se poderia chamar de ‘real’ do que qualquer especulação filosófica que pretenda conceitualizar ou organizar a realidade em compartimentos bem definidos (2010, p.10, grifo do autor). Penso, nesse sentido, que a ideia de que o Agora-já é história, criação/sistematização da arte/educa- dora Ana Mae Barbosa, alimenta-se do entendimento de que fala o filósofo, em destaque na citação acima, isto é, para ela a arte contemporânea (ou pós-moderna) não se apresenta como produção acabada, ao contrário, tende a expandir-se por causa de seu caráter polissêmico, interdisciplinar e in- tercultural. É uma “obra” aberta a variadas interpretações, pois considera os tempos e lugares de seus produtores/propositores, assim como de seus leitores/produtores. Dois bons exemplos: “Corações e Mentes”, o documentário analisado anteriormente, em “A autorreflexividade como gesto de resistên- cia”, e a fotografia de Sebastião Salgado, em que os retratados são os “condenados da terra” – expressão que é título de um livro de Franz Fanon (1925-1961) e que aqui tomo de empréstimo, para nomear todas aquelas pessoas sem direito a ter direitos –, pois essas obras podem ser pensadas como um por- tal, que abre muitas possibilidades, avizinhando-se doque afirma Nicolas Bourriaud: “a obra de arte contemporânea não se coloca como término do ‘processo criativo’ (‘um produto acabado’, pronto para ser contemplado), mas como um local de manobras, um portal, um gerador de atividades” (2009, p. 16, grifos do autor). O que compreendo como promessa de acontecimentos, a partir de Chauí inter- pretando Merleau-Ponty (2010), é, por sua vez, vizinho íntimo das palavras de Bourriaud: a arte con- temporânea é um portal, isso ocorre por que a arte contemporânea possui a marca do inacabamento e assim é possibilidade de acontecimentos – apropriação reinventiva. O Efeito-Foucault e o Agora-Já é História. A ideia de que o Agora-já é história, portanto, articula-se com a de promessa de acontecimentos, pois esses, produzidos em um tempo e em um lugar próprios, remetem-nos ao pensar da estudiosa e pesquisadora em história, Luzia Margareth Rago, que, precisa- mente no meio dos anos de 1990, diz em seu artigo, sugestivamente intitulado O efeito-Foucault na histo- riografia brasileira: “O desconcerto provocado por Foucault veio por vários lados” (RAGO, 1995, p. 68). Desconcerto acompanhado de descontinuidade, pois a modernidade, que de certo modo tinha olhos voltados apenas para o futuro, recusando-se a olhar o passado, ignorava a história. Ao contrário, a concepção do pensamento pós-modernista, ao que nos filiamos, olha para trás, a seu modo considera a história. Além disso, a pós-modernidade, ao admitir a descontinuidade das narrativas históricas, provoca um estado de desassossego, pois estudar o passado necessariamente não nos leva a compre- ender o presente. Aqui entra em crise a noção de progresso, marca do pensamento moderno, que por meio das grandes metanarrativas tinham a pretensão de explicar a realidade como algo que rumava 25 (sempre) para um ponto mais elaborado. Enquanto os pós-modernistas questionam o próprio futuro da humanidade. O texto O efeito-Foucault na historiografia brasileira, de Rago, contextualiza que Foucault coloca em questão “a história dos historiadores” que se ocupavam de compreender o passado, quando, segun- do o filósofo francês, o gesto seria o de “cortar” e não o de compreender. A historiadora brasileira, valendo-se de uma argumentação filosófica, ressalta em seu texto que Foucault, emblematicamente, em A História da Loucura (1978), traz para a cena do debate não o pensamento psiquiátrico: nesse caso, o pensamento do poder, mas sim a própria loucura e sua história: nesse caso, o pensamento da- queles sujeitados ao pensamento do poder psiquiátrico: os “loucos”. Assim, Foucault, desloca o eixo do olhar do direito: pensamento do poder; para o avesso: pensamento dos sujeitados; dá visibilidade, de alguma maneira, àqueles que estavam na opacidade da cena histórica. Indicando outro modo de pensar a história, que inquieta até os próprios historiadores. A partir do pensamento foucaultiano, Rago (1995, p. 69) questiona: “Que possibilidades restavam para os historiadores quando o passado passava a se reduzir a discursos, os documentos a monumentos, a temporalidade se dissolvia e os objetos históricos tradicionais já não se sustentavam com tanta obviedade quanto antes?”. A voz de Foucault traz não apenas a história da loucura para a cena do debate, mas também a histó- ria de outras lutas; tais como a de pessoas presas e de homossexuais, gesto político-intelectual, que coloca sob suspeita o discurso histórico identificado ao poder hegemônico, poder que anteriormente neste texto chamei de: poderes controladores da vida, relacionados à articulação entre o econômico e militar. (Re)Criando um acontecimento. O acontecimento significativo, aqui em estudo, não pode ser pen- sado como uma volta a um ponto de origem, uma espécie de retorno a um marco inicial, pois penso que o Agora-já é história, é marcado pelas lutas que travamos em busca do que pensamos ser, neste caso, a história da AT, enquanto teoria de interpretação do universo das Artes e Culturas Visuais. Teoria que vem ao longo de sua história desafiando arte/educadores em suas práxis. O acontecimento em análise requer uma volta ao ano de 1977, refiro-me ao I Encontro Latino-Ame- ricano de Educação Através da Arte, ocorrido no Rio de Janeiro, em plena ditadura militar. Aqui estudado por meio de seus anais, e cuja protagonista principal é a senhora Zoé Noronha Chagas Freitas, quando no exercício da presidência da Sociedade Brasileira de Educação Através da Arte (SO- BREART) e a presidência do I Encontro Latino-Americano de Educação Através da Arte. O duplo cargo de presidenta, especialmente, naquele momento histórico, pode ser interpretado como a voz e o pensamento de uma elite, ou seja, a classe social, que tendo como prerrogativa o direito (inato?) à palavra; fala pelos demais, apagando os discursos divergentes em nome da história dos que dirigem a sociedade, mesmo sem legitimidade. No contexto brasileiro, atitude própria de quem não apenas identifica-se com o discurso colonialista, demarcando a posição dos que mandam, mas também se autoproclamando como abnegada salvada dos ignorantes, que desconhecem os valores “verdadeiros”, que levam para o caminho do bem. No entanto, quem se recorda de como eram as escolas públicas daquela época e como eram tratados os estudantes das camadas populares tem outra visão desse passado histórico. 26 Em seu texto “Uma perspectiva do encontro”, tendo como subtítulo “Notícia Histórica”, Dona Zoé, a protagonista oficial do encontro, enaltece a filosofia libertária do Movimento Escolinhas de Arte (MEA, doravante), herdada, sobretudo, do pensamento de Herbert Read, poeta e crítico de arte in- glês, identificado com o pensamento anarquista. Antes de tentar elaborar uma análise de um frag- mento/síntese do texto de Dona Zoé, penso que devo contextualizar o pensamento de Read no MEA. Read ficou conhecido no Brasil, especialmente, pelos que se juntaram ao MEA, por causa de uma exposição de desenhos de crianças inglesas, patrocinada pelo Conselho Britânico, em 1941, pois a história do MEA enfatiza que essa exposição provocou Augusto Rodrigues a criar, juntamente com Lúcia Valentin e Margareth Spencer, mais tarde, em 1948, a Escolinha de Arte do Brasil (doravante, EAB), fato que deu origem ao MEA. Nesse contexto surge uma questão muito importante: enquanto o pensamento de Read foi gestado em oposição aos horrores da Segunda Guerra Mundial, isto é, propondo a educação através da arte, como uma educação que almejava a paz, o Brasil dos anos de 1977 era um país que vivia sob o sistema da ditadura militar (1964-1985). Perseguidora dos educadores, artistas e intelectuais que a esse regime se opusessem criticamente. Fato que nos leva a ressaltar as palavras de Dona Zoé, na qualidade de presidente do evento: [...] com base nos postulados da Filosofia de Educação Através da Arte, que enfatizam o reconhe- cimento de uma dimensão criadora em todo ser humano, o respeito a sua liberdade de expressão, a valorização da experiência cultural do povo, a necessidade de cultivar uma visão solidária de aproxi- mação entre as nações para a comunhão de experiências de vida, foram tomadas as primeiras inicia- tivas, como a criação de escolinhas de arte em vários países do Continente... (1977, p. 11). Como é possível, no contexto da ditadura-64, falar de dimensão criadora de todo ser humano? Em um país profundamente marcado pela estrutura hierárquica, que demarcava o território da escola pri- vada, como aquele em que se ensinavam os ritos do poder; e o da escola pública, onde se ensinavam os ritos da subserviência. Como é possível falar de liberdade de expressão quando educadores, como Paulo Freire, encontravam-se exilados? E onde estava Anísio Teixeira? Ele afirmava, em tom poético e político, que as escolinhas de arte, nascidas da matriz EAB, eram como oásis de sombra e luz, contra o deserto, que eram as escolas públicas brasileiras. E, onde foram parar as grandes contribuições de Nise da Silveira para o MEA? Outraque também havia sido presa na ditadura do Estado Novo. Hoje, a Comissão da Verdade investiga, com farto material, a hipótese (quase provável) de que o edu- cador Anísio Teixeira – o criador da escola pública no Brasil – foi assassinado pelo poder ditatorial de 64. Será que a perseguição aos educadores e artistas não eram incompatíveis com o discurso de Dona Zoé? Penso que a estratégia era esta: dizer o discurso que torna opacas as ênfases. O tom do discurso dominante, naquele encontro, enaltecia a proposta de educação artística da dita- dura. Tanto Dona Zoé quanto Lucia Valentim, em seus discursos, defendem a importância liberta- dora da arte, apagando o contexto histórico repressivo em que ocorreu o fato. Vejamos a seguir o que diz Lucia Valentim: Estou aqui na qualidade de assessora especial do Departamento de Ensino Fundamental do Minis- tério da Educação e Cultura para a Educação Artística [...] e venho dizer-lhes que é preocupação 27 deste Departamento [...], a implantação da Educação Artística na escola de 1º grau. [...]. Se preocupa este Departamento é porque sabe, como todos nós, que a arte pode ser uma força de todo progresso educativo, porque sabe que cabe à escola de 1º grau o ensino de alguns conteúdos essenciais, mas, so- bretudo, cabe à primeira escola dotar a criança daquela maravilhosa certeza de que pode descobrir-se e descobrir o outro, construir a si própria e participar da construção do seu grupo (1977, p. 57-58). O tom predominante dos discursos, no I Encontro Latino-Americano de Educação Através da Arte, é de aceitação da proposta de educação artística. Nada de crítica. E quanto às questões dos processos de ensino e dos processos de aprendizagem o tom era melosamente romântico: a arte como cosmético que maquia a realidade. Nesse contexto destaca-se o texto, Arte/Educação: revisão comparativa, de autoria de Ana Mae Barbo- sa. É um texto, como o próprio título propõe, que elabora uma revisão crítica do que ocorria no Brasil dos anos de 1970, do ponto de vista da Arte/Educação. Destaco a seguir um dos trechos que refletem tal postura. No primeiro, diz Barbosa: Recentemente um editor a quem sugeri traduzir e publicar Elliot Eisner disse-me que eles não se arriscam a publicar títulos de Arte/Educação porque os arte/educadores não lêem. [...] no Brasil de hoje esse preconceito é reforçado pela epidêmica exploração mídia peculiar nas salas de aula de Arte, uma espécie de arte cosmética, à qual falta reflexão (1977, p.118). Como se observa, Ana Mae Barbosa estava voltada para a articulação entre a teoria e a prática, postu- ra que traduz uma crítica ao fazer arte desvinculado do universo da arte, ou seja, trabalhava-se com a emoção e não com a produção do conhecimento artístico. Não é por acaso que em outro trecho ela afirme: “Por isso, aquela idéia defendida por Lowenfeld (1947) de que os professores não devem per- guntar às crianças acerca de seus desenhos, está sendo contestada hoje em dia” (1977, p. 120). As palavras de Ana Mae Barbosa apontam para, no mínimo, duas grandes questões. A primeira re- fere-se ao fato de o arte/educador não se voltar para sua formação teórica, ficar no plano da prática, e ainda por cima de uma prática descontextualizada, isto é, sem vínculo com a história da arte, nem com as teorias da área da educação, por exemplo. Já a segunda, complementa a primeira, e diz respei- to à postura crítica da arte/educadora, quanto à teoria elaborada por Viktor Lowenfeld (1903-1960). Cabe um parênteses para lembrar: Lowenfeld defendia a livre expressão da criança, parecendo ad- mitir que havia em cada uma delas um manancial artístico, que precisava apenas ser despertado. Por isso o gesto de possibilitar o contato da criança com o universo da Arte, disponível na vida social e histórica, não era sequer admitido. Em um momento da Arte/Educação nacional, no qual a ênfase no fazer e na ideia de livre expressão eram tidas como base. Para concluir... Ouso afirmar que: se hoje podemos pensar a imagem como discurso, possível de ser interpretado por meio de variados pontos de vista, no Brasil, é porque temos a AT, enquanto teoria de interpretação do universo das Artes e Culturas Visuais, cuja história-já se identifica com um portal gerador de possibilidades – materializando a Virada Arteducativa – pois indica que a Arte não é um acontecimento banal, mas um modo muito especial de pensar e repensar o mundo, multiplicando os sinais da existência da vida, que é (SEMPRE) hiante e caótica, porque nelas, na Arte e na Vida, não é possível o ponto final... 28 REFERÊNCIAS ANAIS do I Congresso Latino Americano de Educação através da Arte. Rio de Janeiro: SOBREARTE, 1977. BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos de 1980 e novos tempos. São Paulo: Perspectiva, 2009. BARBOSA, Ana Mae. Tópicos utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998. BOURRIAUD, Nicolas. Pós-Produção: como a arte reprograma o mundo contemporâneo. 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Aprovada em 2ª colocação no concurso para professores, inicia o magistério na Rede Estadual de Ensino de Pernambuco, no Grupo Escolar Manoel Borba, alfabetizando crianças dos alagados do Recife, no bairro dos Coelhos. Dois anos depois, foi colocada à disposição da Escolinha de Arte do Recife, onde começou a trabalhar como estagiária, depois como professora, coordenadora e diretora. Neste mesmo período, foi professora de Prática de Ensino do Curso de Licenciatura em Desenho, da Escola de Belas Artes do Recife, substituindo a professora Noemia Varela. Em reconhecimento ao trabalho desenvolvido na Escolinha de Arte do Recife, no ano 1964, foi in- dicada pelo Artista/Educador Augusto Rodrigues para ser professora da Universidade de Brasília (UnB). Depois do pedido de demissão coletivo dos professores da UnB, motivada pelas intervenções da Ditadura Militar, volta para Recife. No entanto, com a perseguição da Ditadura Militar aos inte- lectuais pernambucanos, aos 30 anos de idade, decide se mudar para a cidade de São Paulo. Nessa cidade, desenvolveu suas atividades
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