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Plano de Negócios SST Doms, Mª Daniela Plano de Negócios / Mª Daniela Doms Ano: 2019 Nº de p.: 11 Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. 3 Plano de Negócios Apresentação Planejamento e análise de mercado são essenciais para que o empreendedor possa estar preparado para enfrentar os desafios de uma sociedade cada vez mais dinâmica e que sofre transformações constantes. Antecipar-se aos fatos permite que o empreendedor possa se preparar para as adversidades que todo negócio passa e, num mundo em que a rapidez da informação e os avanços na tecnologia têm promovido mudanças constantes, tais adversidades vão fazer parte de todos os momentos da vida de uma empresa, seja qual for o seu tamanho. Assim nesta unidade conheceremos o plano de negócios, suas características, objetivos e estrutura básica. Vamos juntos nesta jornada. Bom estudo! 4 Plano de Negócios O Plano de Negócios (PN) é um documento indispensável para qualquer empresa, pois é uma ferramenta gerencial que auxilia o empreendedor a tomar as melhores decisões para a empresa, contribuindo para a manutenção e o crescimento do negócio (BERNARDI, 2014). Para elaborá-lo o empreendedor precisa conhecer muito bem o seu negócio, seus concorrentes, seus clientes e onde quer chegar. Além disso, o PN ajuda o empreendedor a conseguir financiamentos e investimentos, pois é através do Plano de Negócios que bancos e investidores analisam como a empresa funciona, como está estruturada e se é um negócio atrativo (BERNARDI, 2014). Como já pudemos observar, o Plano de Negócios se diferencia do Modelo de Negócio por ser um documento mais aprofundado, cujos dados e estatísticas são mais precisos sobre a empresa. Para o Sebrae (2013, p. 13): Um plano de negócio é um documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, em vez de cometê-los no mercado. Atenção Ao realizar o plano de negócios o empreendedor deve abordar: • Dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições; • Dados do empreendimento; • Missão da empresa; • Setores de atividades; • Forma jurídica; • Enquadramento tributário; • Capital social; e • Fonte de recursos. 5 O documento ainda deve conter um Sumário Executivo, no qual deverá constar um breve resumo do plano de negócio, por isso ele deve ser feito depois que o PN estiver pronto. O sumário executivo deve permitir que os interessados na empresa possam compreender de maneira clara e objetiva a ideia e a viabilidade do negócio (BERNARDI, 2014). Pontos de atenção no Plano de Negócios Um dos primeiros pontos do Plano de Negócio é informar os dados dos responsáveis pela administração do negócio, nesta apresentação é preciso fazer um breve perfil de apresentação de cada um dos sócios, a formação de cada um deles, bem como a experiência profissional, é importante que ao construir o PN você o faça pensando em como ele pode beneficiar sua empresa (BERNARDI, 2014). Os objetivos dos sócios e aquilo que desejam para o negócio deve estar em consonância, as tarefas devem ser divididas, assim como o pró-labore que é a remuneração dos proprietários, as atribuições de cada um dos sócios do negócio devem estar bem claras. Também é interessante estabelecer o grau de autonomia de cada sócio, a fim de estabelecer como cada um deles poderá tomar decisões individuais em nome da empresa. Além disso, também deve ser estipulado como a distribuição dos lucros será realizada e quanto será reinvestido na empresa. Pró-labore: esta palavra vem do latim e significa “pelo trabalho”, ele representa a remuneração que os sócios recebem pelo trabalho realizado na empresa. O pró-labore é obrigatório, e se diferencia da distribuição de lucros e dividendos, e nele os benefícios trabalhistas como férias, 13º salário etc., são opcionais. Curiosidade O Plano de Negócios deve ser visionário, neste sentido é interessante que se estabeleça também questões que poderão impactar de alguma forma no andamento do negócio. Como por exemplo, o que acontecerá com a sociedade em caso de morte de um dos sócios, como será o sistema de sucessão, se familiares 6 podem ser contratados etc. O ideal é elaborar o documento pensando nos pontos que podem causar atritos futuros (BERNARDI, 2014). Tendo todas as atribuições dos sócios sido postas, é hora de informar os dados da empresa, tais como o nome fantasia e o número do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), isso se a empresa já estiver registrada. Em seguida é hora de elaborar a Missão da empresa, ou seja, qual é o papel que a empresa pretende desempenhar em seu ramo de atuação. Ao definir a missão o empreendedor deve se lembrar que este vai ser o norte do empreendimento, a razão da existência deste negócio, ela deve ser posta em uma única frase, clara e objetiva, que todos possam compreender com facilidade. O Sebrae (2013) indica que para definir a missão é importante que o empreendedor se faça algumas perguntas como: qual é o seu negócio?; quem é o consumidor?; o que é valor para o consumidor?; o que é importante para os empregados, fornecedores, sócios, comunidade etc.?. Elaborada a missão, o empreendedor deve identificar o setor de atividade do seu negócio. Os principais setores da economia são: • Agropecuária: São os negócios cuja atividade principal diz respeito ao cultivo do solo para a produção de vegetais (legumes, hortaliças, sementes, frutos, cereais, etc.) e/ou a criação e tratamento de animais (bovino, suíno, etc.). Exemplos: plantio de pimenta, cultivo de laranja, apicultura, criação de peixes ou cabras. • Indústria: São as empresas que transformam matérias-primas em produtos acabados, com auxílio de máquinas ou manualmente. Abrange desde o artesanato até a moderna produção de instrumentos eletrônicos. Exemplos: fábrica de móveis, confecção de roupas, marcenaria. • Comércio: São as empresas que vendem mercadorias diretamente ao consumidor – no caso do comércio varejista – ou aquelas que compram do fabricante para vender no varejo – comércio atacadista. Exemplos: papelaria, lanchonete, loja de roupas, distribuidora de bebidas. • Prestação de serviços: São as empresas cujas atividades não resultam na entrega de mercadorias e, sim, no oferecimento do próprio trabalho ao consumidor. Exemplos: lavanderia, oficina mecânica, escola infantil. 7 Em seguida o empreendedor deve definir o enquadramento jurídico da empresa, nesta hora é importante consultar um contador. Para o Sebrae (2013, p. 29) as formas jurídicas mais comuns para as micro e pequenas empresas são: Microempreendedor Individual – MEI: Pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Sua inscrição é feita gratuitamente pela internet (www. portaldoempreendedor.gov.br). Empresário Individual: Pessoa física que exerce atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Responde com o seu patrimônio pessoal pelas obrigações contraídas pela empresa. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI: Empresa constituída por uma única pessoa, titular da totalidade do capital social. A empresa responde por dívidas apenas com seu patrimônio, e não com os bens pessoais do titular. Sociedade Limitada: Sociedade composta por, no mínimo, dois sócios, pessoas físicas ou jurídicas. A responsabilidade de cada sócio é limitada ao valor de suas cotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Enquadrada a empresa juridicamente, é preciso que seja feito também o seu enquadramento tributário, novamente a ajuda de um contador é muito bem-vinda. De modo geral, o Simples Nacional beneficia empresas através da redução e simplificação de tributos e do recolhimento de um imposto único. Eledepende da aprovação da Receita Federal de acordo com a estimativa anual de faturamento da empresa e do ramo de atividade. 8 As empresas não enquadradas no Simples Nacional devem recolher vários tributos, tais como: • IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica; • PIS – Contribuição para os Programas de Integração Social; • COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social; • CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; • IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados (para indústria); • ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercado (para indústria, comércio e serviços de transporte intermunicipal e interestadual); • ISS – Imposto sobre Serviços (prestação de serviços). Capital Social e outros conceitos O Capital Social da empresa é representado por todos os recursos que foram necessários para colocar o negócio em funcionamento, como por exemplo, máquinas, ferramentas, equipamentos, dinheiro, etc, e em caso de sociedade também é preciso determinar quanto cada sócio vai investir no negócio. Porém, é melhor definir primeiro o seu plano financeiro, pois assim você saberá melhor todo o capital que deverá ser aplicado para abrir a empresa (BERNARDI, 2014). Também é imprescindível que conste no Plano de Negócios como serão obtidos os recursos necessários para que a empresa passe a funcionar. As fontes de recursos podem ser próprias, ou seja, financiada pelos próprios sócios, ou ainda de terceiros, como bancos e investidores (BERNARDI, 2014). A construção do Plano de Negócios ajuda o empreendedor a ter uma visão global da empresa. Fonte: Plataforma Deduca (2019). 9 No Plano de Negócios também deve constar uma análise do mercado, na qual será descrito seu público-alvo, buscando traçar um perfil do cliente como: comportamento e os interesses que os levam a efetuar a compra e a área de abrangência, ou seja, a localização desses clientes. Também é importante que na análise de mercado haja um estudo sobre os seus concorrentes. Neste estudo o empreendedor deve abordar vários fatores como: preço, qualidade dos produtos, as condições de pagamento que os concorrentes oferecem aos clientes, a localização, o tipo de atendimento, os serviços e as garantias dadas aos consumidores (BERNARDI, 2014). Do mesmo modo o empreendedor deve realizar um estudo de fornecedores, descrever os itens necessários para a empresa, o preço que cada fornecedor oferece, assim como as condições de pagamento e os prazos de entrega, sem esquecer de informar a localização de cada fornecedor (BERNARDI, 2014). O plano de marketing também deve constar no PN, nele devem ser descritos os principais produtos e serviços que a empresa oferece, o preço, as estratégias de promoção e divulgação, a maneira como os produtos e serviços serão comercializados e distribuídos. Além do Plano de Marketing também é importante definir um Plano Operacional que defina um esquema de como ficarão as principais áreas e como serão alocadas máquinas, equipamentos, móveis, etc. Ainda é preciso definir a capacidade produtiva do negócio: capacidade máxima de produção e comercialização, e descrever os processos operacionais, ou seja, definir como as principais atividades da empresa serão realizadas. E também a necessidade de mão de obra, definindo cargos e as qualificações necessárias aos profissionais que vão contribuir com o negócio. 10 Fechamento Em resumo, o planejamento deve ser realizado na intenção de organizar o negócio e estar prevenido para consequências indesejáveis durante o percurso, dando direção para a empresa e preparando os envolvidos neste processo empreendedor. Realizar um bom Plano de Negócios é preparar-se para um mercado altamente competitivo, suas vantagens vão desde a criação de uma visão global da empresa, já que o empreendedor vai ter que pesquisar o mercado e conhecer profundamente sua empresa, definindo missão visão e valores que o nortearam, até aumentar a segurança e autoestima do empreendedor, motivando-o para este desafio. Esperamos que você tenha adquirido os conhecimentos necessários para iniciar o seu empreendimento e que continue pesquisando e se aprofundando, pois, a dinâmica social e econômica do mundo atual exige que o empreendedor busque cada vez mais conhecimentos, tenha a capacidade de visão sistêmica e acima de tudo, seja um visionário, sempre alerta às mudanças que ainda vão ocorrer. 11 Referências BERNARDI, L.A. Manual de plano de negócios: fundamentos, processos e estruturação. São Paulo: Atlas, 2014. SEBRAE. Como elaborar um Plano de Negócios?, 2013. Disponível em: http:// www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds. nsf/5f6dba19baaf17a98b4763d4327bfb6c/$File/2021.pdf. Acesso em: 2 jan. 2020. ________. Plano de negócios x modelo de negócios, 2015. Disponível em: https:// www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/infografico/ plano-de-negocios-x-modelo-de-negocios. Acesso em: 2 jan. 2020. http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/5f6dba19baaf17a98b4763d4327bfb6c/$File/2021.pdf http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/5f6dba19baaf17a98b4763d4327bfb6c/$File/2021.pdf http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/5f6dba19baaf17a98b4763d4327bfb6c/$File/2021.pdf https://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/infografico/plano-de-negocios-x-modelo-de-negocios https://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/infografico/plano-de-negocios-x-modelo-de-negocios https://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/infografico/plano-de-negocios-x-modelo-de-negocios
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