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QUADRAGÉSIMO EXAME DA ORDEM UNIFICADO. DIREITO CIVIL QUESTÃO 37 Mariana e Lucas estão casados há mais de 10 anos em regime da comunhão parcial de bens. Recentemente, Mariana descobriu que Lucas vem mantendo uma relação extraconjugal com uma vizinha. A descoberta abalou profundamente o casamento, e Mariana pediu o divórcio. Considerando a quebra do dever de fidelidade, Mariana alega que Lucas perdeu o direito sobre todos os bens do casal, ou seja, ela entende que, apesar do regime de comunhão parcial de bens, o patrimônio construído ao longo do casamento não deverá ser partilhado. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) O adultério traduz-se em violação do dever de recíproca fidelidade no casamento. Assim, em razão da traição de Lucas, Mariana tem direito à indenização correspondente a parte dos bens do casal. B) A discussão de culpa e culpados para o divórcio não é mais necessária e, por isso, a divisão de bens deve seguir as regras do regime escolhido no casamento. C) O adultério é uma das mais graves infrações dos deveres conjugais e tem, como consequência, a perda do direito à meação. D) O adultério não interfere na partilha de bens do casal, mas tão somente no convívio do pai adúltero com os filhos menores de idade. LETRA “B” CORRETA. FUNDAMENTO: DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA. É correto afirmar que a discussão de culpa e culpados para o divórcio não é mais necessária e, por isso, a divisão de bens deve seguir as regras do regime escolhido no casamento. Lembrando que no regime de comunhão parcial de bens, os bens adquiridos por cada cônjuge após o casamento são considerados comuns ao casal. No caso de separação, os bens comuns são partilhados igualmente entre os cônjuges, independentemente de quem os adquiriu ou de quem contribuiu financeiramente para sua aquisição. Assim, não importa qual dos cônjuges contribuiu mais ou menos para a aquisição dos bens durante o casamento; todos os bens adquiridos durante a vigência do matrimônio serão partilhados de forma igualitária em caso de separação. UM POUCO MAIS! Excluem-se da comunhão com base no Código Civil: Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, bem como os adquiridos por doação ou sucessão durante o casamento, e os sub- rogados em seu lugar (conforme estabelecido no Art. 1.659, I do Código Civil). Os bens adquiridos com valores pertencentes exclusivamente a um dos cônjuges em substituição aos bens particulares (conforme definido no Art. 1.659, II do Código Civil). As obrigações anteriores ao casamento (de acordo com o Art. 1.659, III do Código Civil). As obrigações provenientes de atos ilícitos, exceto se revertidas em proveito do casal (conforme disposto no Art. 1.659, IV do Código Civil). Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão (conforme estipulado no Art. 1.659, V do Código Civil). Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge (conforme mencionado no Art. 1.659, VI do Código Civil). As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes (de acordo com o Art. 1.659, VII do Código Civil). Incluem-se na comunhão com base no Código Civil: Os bens adquiridos durante a vigência do casamento por meio de aquisição onerosa, mesmo que estejam registrados apenas em nome de um dos cônjuges (conforme estipulado no Art. 1.660, I do Código Civil). Os bens adquiridos por eventos fortuitos, independentemente do esforço ou despesa prévia de ambos os cônjuges (conforme disposto no Art. 1.660, II do Código Civil). Os bens adquiridos por meio de doação, herança ou legado em favor de ambos os cônjuges (conforme previsto no Art. 1.660, III do Código Civil). As melhorias realizadas nos bens particulares de cada cônjuge (de acordo com o Art. 1.660, IV do Código Civil). Os frutos gerados pelos bens comuns ou pelos bens particulares de cada cônjuge durante o matrimônio ou que estejam pendentes no momento da dissolução da comunhão (conforme mencionado no Art. 1.660, V do Código Civil).
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