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Situação das Terras Quilombolas no Pará

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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 
1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 
 
A SITUAÇÃO DA TITULAÇÃO DE TERRAS QUILOMBOLAS DO PARÁ E AS 
CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE TITULAÇÃO 
 
THE SITUATION OF LAND TITLES OF QUILOMBOLAS OF PARÁ AND THE 
CONSEQUENCES OF THE LACK OF LAND OWNERSHIP 
 
R. B. T. – Universidade Federal do Pará 
E. O. P. - Universidade Federal do Pará 
H. P. S. - Universidade Federal do Pará 
C. M. A. O. - Universidade Federal do Pará 
roseanebtavares@yahoo.com.br 
eltonpereira10@hotmail.com 
hdasilva@acd.ufrj.br 
cristinareda@gmail.com 
 
RESUMO 
Comunidades quilombolas são grupos tradicionais fruto da luta antiescravista do período 
colonial brasileiro. Elas estão distribuídas por quase todo o território brasileiro, sendo que até 
o momento não existem registros de comunidades apenas nos estados do Acre, Roraima e no 
Distrito Federal. Ainda que segundo a Constituição Federal de 1988, no Título X, Artigo 68, 
estas comunidades tenham direito a propriedade de terra, a maioria delas não possui tal 
titulação; sendo que existem 3.524 comunidades identificadas no Brasil e desse total apenas 
207 territórios são titulados. A falta desta titulação tem causado diversos problemas para as 
populações, principalmente para acesso aos serviços básicos nas áreas de educação, saúde, 
assistência social, nutrição, entre outros; além dos conflitos gerados com fazendeiros e 
empresas interessadas nessas terras. O Pará é o estado que mais possui comunidades 
quilombolas com terras tituladas, cerca de 56 territórios, estando neste estado, no município 
de Oriximiná, a primeira comunidade quilombola titulada no Brasil. Embora o acesso a esses 
serviços oficialmente não dependa da titulação, já que estas políticas públicas se constituem 
em direito de cidadania, compondo o rol da proteção social, a titulação se faz necessária, pois 
muitas vezes sua ausência é utilizada por gestores locais, como pretexto para manutenção da 
desproteção social. Este trabalho tem o objetivo de mostrar a atual situação das titulações de 
terras quilombolas do Pará e as consequências provenientes da falta dessa titulação. A 
mailto:roseanebtavares@yahoo.com.br
mailto:eltonpereira10@hotmail.com
http://br-mg6.mail.yahoo.com/yab-fe/mu/MainView?.src=neo&themeName=img-lotus&bn=51_8629&s=0&isFresh=1&bucketId=0&stab=1373626620375
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pesquisa se baseia em dados coletados em órgãos oficiais do governo como INCRA, 
ITERPA, IBGE e outros. A metodologia inclui a caracterização dos remanescentes de 
quilombos quanto ao número de comunidades e a situação em diversas áreas, como saúde, 
educação, e a realização de um diagnóstico baseado nesses dados. Observa-se que poucas 
comunidades são tituladas e que a falta dessa titulação trás consequências negativas para as 
populações quilombolas. 
ABSTRACT 
Quilombos are traditional communities originated by runaway slaves during the Brazilian 
colonial period. Currently they are distributed over almost the entire territory. There are no 
records of communities only in the States of Acre, Roraima and the Federal District. Although 
according to the Constitution of 1988, Title X, Article 68, these communities have the right to 
ownership of their ancestral lands, most of them do not have such titles. There are about 3,524 
quilombola communities in Brazil but only 207 territories have official titles. The lack of 
ownership titles has caused many problems for the quilombolas, in the areas of education, 
health, welfare, and nutrition, among others, in addition to conflicts generated by farmers and 
companies interested in these lands. Pará is the state that has more communities with titles, 
about 56 territories. The land title is important for the community to receive many public 
benefits. This paper aims to show the current status of the land titles in Pará, and the 
consequences arising from lack ownership. The research is based on data collected from 
official governmental agencies such as INCRA, ITERPA, IBGE and other. The methodology 
includes the characterization of the communities in relation to their number and the situation 
in several areas, such as health, education and social services, and a diagnosis based on these 
data. It is shown that few communities have been certificated and that the lack of the land 
titles causes negative consequences for the quilombola populations. 
 
Palavras-chave: Quilombolas, Políticas Públicas, Territórios, Amazônia, Saúde. 
Key words: Quilombolas, Public Policies, Territories, Amazon, Health. 
Eixo de inscrição: 5. Comunidades Tradicionais, Resistência/Recriação Camponesa e 
Agroecologia. 
 
OBJETIVO 
As comunidades Quilombolas são populações tradicionais do Brasil que tiveram o 
direito a terra garantido através da Constituição Federal de 1988. Em 2003, foi criado um 
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decreto, o qual regulamentava o procedimento de titulação de terras, sendo o INCRA o órgão 
federal responsável por esse procedimento, além dos órgãos estaduais. 
O objetivo deste trabalho é expor a situação da titulação de terras quilombolas do Pará 
e as consequências da falta dessa titulação, através da apresentação dos números de 
comunidades quilombolas do Estado do Pará, da análise dos dados coletados em 
comunidades, tituladas, como África/Laranjituba, no município de Moju e não tituladas, 
Comunidade do Mola, em Cametá, além da identificação do impacto potencial da ausência de 
titulação nas comunidades quilombolas. 
REFERENCIAL TEÓRICO 
O Brasil é um país com grande extensão territorial e que possui a maior biodiversidade 
do mundo, presente na floresta Amazônica, porém pouco se sabe sobre essa riqueza de 
animais e plantas (MPEG, 2013). É também um país com uma grande diversidade étnica e 
cultural, pois possui diferentes matrizes étnicas, dentre elas: os negros, os migrantes de várias 
descendências e os índios (SILVA, 2011). De acordo com o censo (IBGE, 2010), há mais de 
190 milhões de habitantes no país, que se autoclassificam como brancos, negros, pardos, 
amarelos ou indígenas. 
O estado do Pará está localizado na Amazônia oriental e abriga uma variedade de 
espécies, detendo assim um potencial científico e econômico (PARÁ, 2013). E de acordo com 
o censo (IBGE, 2010), o estado possui uma população de 7.588.078 habitantes. 
Dentre esses habitantes existem os chamados povos e comunidades tradicionais que 
são considerados, de acordo com o Decreto nº 6.040 de fevereiro de 2007, como grupos de 
cultura diferenciada, que se reconhecem como tal. Essas populações possuem organização 
social própria e ocupam e usam o território e os recursos naturais neles disponíveis para sua 
reprodução cultural, religiosa, econômica, social e ancestral. Seus conhecimentos, práticas e 
inovações são transmitidos pela tradição (BRASIL, 2007). 
Ao estudarmos comunidades tradicionais, é necessário fazer uma análise do conceito 
de lugar, território e identidade, visto estas definições estão intimamente relacionadas à 
natureza daquelas comunidades. Estes conceitos são importantes por que para haver a 
demarcação das terras quilombolas, deve ocorrer primeiramente sua identificação. 
Partindo do conceito de lugar que Carlos (2007) como sendo um espaço de vivência, 
onde se tem o corpo como principal referencial; o lugar não pode ser visto se não pela tríade 
habitante-identidade-lugar. Ainda segundo Carlos: 
É no lugar que se desenvolve a vida em todas assuas dimensões. Também significa 
pensar a história particular de cada lugar se desenvolvendo, ou melhor, se realizando 
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em função de uma cultura/tradição/língua/hábitos que lhe são próprios, construídos 
ao longo da história e o que vem de fora... (2007, p. 17). 
Já território, segundo Lobato Corrêa (1996, p. 252 apud SOUZA; PEDON, 2007, p. 
03), é uma relação de pertencimento, não necessariamente como propriedade, mas como 
caráter de apropriação. Para Haesbaert Costa (1997, p. 39-40 apud SOUZA; PEDON, 2007, p. 
04) há a existência de três vertentes de conceito de território. O primeiro conceito seria o de 
território político, o qual é definido pelo caráter de poder, especialmente o estatal; o segundo 
conceito é o cultural (ista), o qual é resultante do imaginário, produto da apropriação, e/ou 
“identidade social sobre o espaço”; e o terceiro conceito é o econômico, que é enfatizado pela 
desterritorialização, produto do confronto entre classes sociais e da “relação capital-trabalho”. 
A partir dessa análise destacamos o território cultural (ista), onde a apropriação do 
espaço não esta ligada somente ao domínio e ao controle político, mas também a uma 
apropriação e incorporação de uma dimensão simbólica e identitária dos grupos; “é o sentido 
de pertencer a uma região e/ou território” (COSTA, 1988 p. 25). 
Estudos de Schimitt et.al. (2003) e Sahlins (1997), onde ambos pesquisaram 
comunidades tradicionais, indicam a ligação de pertencimento ao território através de sua 
relação de parentesco e construção de território, que juntos constituem uma identidade. Costa 
(1997) também destaca a questão do gauchismo e nordestinidade, que são questões de 
identidade cultural, pois mesmo com desigualdades e com a distância geográfica, se 
identificam com os valores culturais da região presente em sua memória. 
Portanto a identidade não é algo dado, mas é sempre processado, que se dá por meio 
da comunicação com outros atores (diálogo e confronto). “Toda identidade só se torna 
ativamente presente na consciência e na cultura de sujeitos e de um povo quando eles se veem 
ameaçados a perdê-la” (BRANDÃO APUD HAESBAERT COSTA, 1988, P. 78). A 
territorialidade é expressão deste processo no cotidiano dos atores sociais. 
As comunidades quilombolas são um tipo de comunidade tradicional do Brasil. Elas 
são fruto da luta antiescravista no século XIX. A Constituição Federal de 1988 no Título X, 
no artigo 68 garante as comunidades quilombolas o direito ao reconhecimento das terras por 
eles ocupadas (BRASIL, 1988). O Decreto nº 4.487 de 20 de Novembro de 2003 regulamenta 
esse procedimento, ou seja, regulamenta a identificação, reconhecimento, delimitação, 
demarcação e titulação das terras ocupadas (BRASIL, 2003). Esse decreto foi contestado por 
meio de uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) nº 3239/2004, movida pelo 
Partido Democrático, ex - Partido da Frente Liberal (SEPPIR, 2013). 
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Segundo Trecanni (2006), no Pará, o direito a terra foi fruto do trabalho do movimento 
negro urbano, que teve como primeira vitória a inserção do artigo 322 na Constituição 
Estadual (PARÁ, 2011), que diz o seguinte: 
Aos remanescentes das comunidades de quilombo que estejam ocupando suas terras, 
é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes títulos 
respectivos no prazo de um ano, após a promulgada esta Constituição. 
O órgão federal competente para essa regulamentação é o Instituto Nacional de 
Colonização e Reforma Agrária (INCRA), o qual iniciou o processo de regularização das 
terras quilombolas em 1995. Essa competência é somente quando as comunidades estão em 
terras da União, caso contrário o órgão responsável será sempre o órgão estadual, como 
ITERPA (Instituto de Terras do Pará), ITERMA (Instituto de Terras do Maranhão), entre 
outros (INCRA, 2012). 
O primeiro passo para a titulação de um território quilombola é a certificação, ou seja, 
o reconhecimento como comunidade quilombola. Essa certificação é emitida pela Fundação 
Cultural Palmares (FCP). É ela que emite a certificação, atestando que, de fato, trata-se de 
uma comunidade quilombola. Para dar início a esse processo, as comunidades devem enviar a 
FCP uma declaração se autoidentificando como quilombola. Até 2003, a FCP também 
concedia titulações de terras quilombolas, visto que o Decreto nº 3.912 de 10 de Setembro de 
2001 lhe atribuía essa competência (BRASIL, 2001). Porém essa competência perdurou por 
apenas 2 anos (INCRA, 2012). 
Para que uma comunidade dê início ao processo no órgão competente, ela precisa 
encaminhar ao órgão uma solicitação de abertura de procedimentos administrativos. 
Posteriormente, após ter sido certificada pela FCP, o órgão elabora um estudo da área, que irá 
permitir a confecção do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) do 
território. Após a recepção, análises e julgamentos de eventuais contestações, é publicada uma 
portaria declarando os limites do território. Posteriormente ocorre a regularização fundiária, 
com desapropriações, se for o caso, e pagamentos de indenização a moradores não 
quilombolas e a demarcação do território. Por fim, ocorre a concessão coletiva do título. A 
nível estadual, o ITERPA (Instituto de Terras do Pará), em parceria com o INCRA, também 
concede titulação de terras a quilombolas que se localizam em terras públicas do estado 
(INCRA, 2012). 
Segundo Aldé (2007), esse direito concedido aos quilombolas tem gerado conflitos em 
especial com os grandes proprietários de terra, os quais buscam resolver o problema a força. 
Ocorrem ameaças de morte, as plantações são destruídas, animais são roubados, tiros são 
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disparados para o alto. Há também a cooptação de moradores, que falam sobre uma suposta 
intimidação que os obriga a assumir a identidade quilombola. Há ações na justiça contra o 
INCRA e conflitos até mesmo com outros órgãos do governo, como por exemplo, o IBAMA 
e ICMBIO, que é responsável pela proteção ambiental. Ocorrem também conflitos internos, 
visto que a titulação da terra é coletiva e assim é proibido parcelar ou vender o território; logo 
alguns quilombolas recebem ofertas de compra por parte dos fazendeiros, e assim passam a 
lutar contra o reconhecimento. 
Outro entrave para que não ocorra a titulação de terras quilombolas é a falta de 
informação, visto que há carência de informações sistematizadas sobre número, distribuição e 
quantidade de terras quilombolas, devido a fragilidades das pesquisas (TRECANNI, 2006). 
Por trás disso, há um fundo macroeconômico, visto que um estudo estimou que 20% das 
terras reivindicadas por quilombolas e indígenas são agricultáveis (ALDÉ, 2007). 
Além dos problemas causados pelos conflitos, tanto as comunidades quilombolas, 
quanto as demais comunidades tardicionais do Brasil têm sido excluídas do processo 
democrático e das políticas públicas (DPU, 2010). 
METODOLOGIA 
A identificação do número de comunidades quilombolas no Estado do Pará foi 
realizada através de busca em sites do governo federal, como o do Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Fundação Cultural Palmares (FCP) e 
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e ITERPA (Instituto de Terras 
do Pará). 
Como exemplos analisamos os dados do Projeto de Desenvolvimento Solidário e 
Sustentável da Comunidade do MOLA/Cametá (PA): Identidade – Direitos – Qualidade de 
Vida (UNICEF BRZJ/003/11) e do Projeto Corpo Presente:Representações de Saúde entre 
Quilombolas e Políticas Públicas (CNPq Proc 409794/2006-6). Os dados foram obtidos 
através de pesquisa de campo, por meio de questionários contendo perguntas sobre saúde, 
educação, condições de moradia, entre outras (SILVA, 2009; SILVA, H.P; ARROYO, J. C., 
2012). As comunidades quilombolas não tituladas escolhidas foram: Mola, Itapocu, Bonfim, 
Laguinho, Tomásia, Frade e Itabatinga. Elas são conhecidas coletivamente como “Mola”, e 
estão localizadas no município de Cametá, na região do Baixo Tocantins (SILVA, H.P; 
ARROYO, J. C., 2012). 
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 As comunidades tituladas escolhidas para análise foram de África e Laranjituba, 
localizadas no município de Moju e possuem duas titulações pelo ITERPA, uma do ano de 
2001 e outra mais recente de 2008 (SILVA, 2009). 
RESULTADOS 
Segundo o MDS (2013), há no Pará 518 Comunidades Quilombolas identificadas, 
distribuídas em 52 municípios do Estado. Segundo a Fundação Cultural Palmares (2013), 
desse total de comunidades, 133 são certificadas. E segundo o INCRA (2013a), há 56 
territórios titulados, sendo algumas titulações pela FCP e ITERPA, o que corresponde a 118 
comunidades. Até o momento existem 28 processos de titulação abertos referentes às 
comunidades do Estado do Pará (INCRA, 2013b). A tabela I mostra os valores comparativos 
de comunidades quilombolas no Pará e no Brasil. 
Tabela I – Número de comunidades quilombolas no Brasil e no Estado do Pará 
Situação/Local Brasil Pará 
Identificadas 3.524 518 
Certificadas 2.187 133 
Tituladas 207* 118 
 
Fonte: Segundo o MDS (2013), FCP (2013) e INCRA (2013). 
*O valor corresponde a 139 títulos. 
Nas Comunidades do Mola, com relação a ocupação, aproximadamente 90% da 
ocupação dos chefes de família é relacionado a trabalhos na agricultura, lavoura e/ou roça 
(Figura 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Produção de farinha na Comunidade do Mola – Cametá – PA 
Fonte: LEBIOS (Ariana Silva) 
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Com relação a serviços educacionais nas comunidades do Mola existem apenas duas 
escolas (uma de 1ª a 4ª série e outra da 1ª a 7ª série), que funcionam apenas em um turno e são 
multi-seriadas. Sendo que uma dessas escolas encontra-se em precárias condições e possui 
apenas uma sala de aula. Em função disso muitos quilombolas acabam migrando para os 
centros urbanos para que possam concluir seus estudos, ou desistem de o fazer. 
Com relação aos serviços da Política de Assistência Social, o que tem maior alcance 
nas comunidades é o benefício do Programa Bolsa Família, que complementa a renda de 
88,6% das famílias. Além disso, 7,5% recebem aposentadoria e seguro-defeso. Foi constatado 
que 4,2% das famílias não recebem nenhum auxílio do governo em função da falta de 
documentação civil. 
Com relação às condições de moradia e infraestrutura, 96% das famílias habitam em 
casas de madeira e cobertas com telhas de barro. A energia, que chegou recentemente atende a 
64% das moradias. A telefonia é rara, e é somente via celular, sendo que apenas 31,8% dos 
residentes possui aparelho de telefone celular. Não há banheiros dentro de casa em 82% dos 
domicílios. Eles encontram-se fora da residência a uma distância que varia de 2 – 50m, são 
geralmente feitos de madeira ou palha e não tem cobertura. Nas cozinhas, não há esgoto, mas 
35% dos banheiros tem encanamento. Alguns residentes não possuem banheiro, então tomam 
banho no rio ou usam o banheiro de parentes. Cerca de 98% dos sanitários são na forma de 
fossas escavadas, alguns estão localizados próximos a poços de água para uso doméstico, 
sendo isso considerado uma situação de risco epidemiológico (BRASIL, 2013). 
A água utilizada para uso doméstico e para beber é proveniente de poços, caixas 
d’água e até mesmo dos igarapés. Apenas 6,8% dos informantes fervem ou colocam 
hipoclorito de sódio na água utilizada para consumo. Não há coleta de lixo e por isso cerca de 
88,6% das casas queimam seus resíduos sólidos. As demais enterram, jogam no quintal ou nas 
matas. Essas condições reduzem a qualidade de vida dessas comunidades e potencialmente 
aumentam a morbidade por doenças infecciosas. 
A situação da saúde bucal é agravante, visto que 90% da população tem cárie. Não há 
serviço odontológico na comunidade. Essa situação, com relação ao alto índice de cáries, 
deve-se provavelmente ao desconhecimento, a falta de higiene bucal e ao compartilhamento 
de escovas de dente. 
A situação da saúde bucal é grave, visto que 90% da população tem cáries e não há 
serviço odontológico nas comunidades. Cerca de 50% dos residentes tiveram malária nos 
últimos 5 anos. Há um notável déficit em relação a altura por idade em crianças até 5 anos. A 
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epigastralgia1 e a lombalgia2 são relatadas por 40% dos informantes. O álcool é consumido 
frequentemente por 46% dos entrevistados. Há presença de manchas escuras nos dentes 
provocadas pelo “fumo de porronca” em 40% dos adultos. 50% das mulheres relataram ter 
assistência a pré-natal, porém 10% relataram já ter perdido ou abortado um ou mais filhos. 
30% dos adultos apresentam pré-hipertensão arterial3 (BORGES, 2010). Foi relatado pelos 
moradores que não há posto de saúde na comunidade, os serviços dos agentes comunitários de 
saúde são esporádicos, sendo assim os moradores utilizam remédios caseiros e vão ao posto 
médico que fica localizado em Juaba, que é um distrito de Cametá, distante das comunidades 
quilombolas cerca de 2 horas de barco. 
Nas comunidades África e Laranjituba a produção se baseia na subsistência e na venda 
de farinha de mandioca, arroz, milho e feijão; além da coleta de frutas. Há um baixo nível de 
escolaridade, principalmente entre homens e idosos. Não há escolas de ensino médio. Há 
somente escolas de ensino fundamental (1ª a 4ª e de 5ª a 8ª), que funcionam em sistema 
modular e/ou seriado. 
Com relação aos serviços da Política de Assistência Social, mas de 70% das famílias 
recebem auxílio financeiro do governo, o “Bolsa-família”. Alguns jovens recebem também a 
“Bolsa-trabalho”. Para alguns essa é a única fonte certe e fixa. 
Há eletricidade, porém não há nenhum tipo de tratamento de água, esgoto e nem coleta 
de lixo. A água utilizada é proveniente dos rios e dos poços. As fossas são escavadas. Não há 
posto de saúde. As doenças mais citadas foram: desnutrição (infantil), “verme”, diarréias, 
gripe, dermatites e dermatoses, catapora, hipertensão arterial, diabetes, dores lombares, 
cânceres, gastrite, acidente vascular cerebral (derrame), cefaleias e problemas oculares de 
vários tipos. Outras também foram referidas como tuberculose, malária, AIDS e acidentes. 
Não há visitas de médicos ou outros profissionais da saúde. Há somente o trabalho voluntário 
da Pastoral da Criança, que auxilia as mulheres no período de gestação e após o parto. Não há 
também atividades educativas sobre saúde. O principal local de atendimento a saúde dessas 
comunidades (Figura 2) são os postos das sedes dos municípios de Moju e Belém. 
 
1 Epigastralgia: “Dor na região do epigástrio (abdome), que corresponde à localização do estômago” (BRASIL, 
2005). 
2 Lombalgia: “(...) dor na região lombar, ou seja, na região mais baixa da coluna perto da bacia” (BVS, 2009). 
3 Pré-hipertensão: “(...) faixa de pressão arterial pouco acima daquela considerada ideal (...)” (NEVES, Mario 
Fritsch; OIGMAN, Wille; 2009)”. 
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Figura 2: Quilombolas de África e Laranjituba 
Fonte: LEBIOS (Roseane Tavares) 
Discussão e Conclusões 
Apesar de ser o estado com o maior número de terras quilombolas tituladas, 77% das 
comunidades quilombolas no Pará não possuem o seu direito à terra garantido. A questão 
então, não é simplesmente a existência de uma legislação que garanta os direitos, mas sim a 
sua implementação. Essa implementação só poderá ser apressada por meio da organização 
política das comunidades quilombolas e através de ações dos movimentos sociais. 
Outra questão a ser discutida é com relação aos benefícios que essas comunidades 
passariam a ter após serem tituladas. Embora os dados apresentados acima, indiquem que não 
há muita diferença entre as comunidades tituladas e as não tituladas, uma vez que todas 
carecem de melhor infraestrutura na educação, saúde, saneamento ambiental e acesso a 
políticas sociais, visto que não possuem escolas de ensino médio e as de ensino fundamental 
funcionam com infraestrutura precária; não possuem posto de saúde ou acesso fácil a serviços 
médicos, nem coleta de lixo ou tratamento adequado de água, e tem grande dependência de 
programas assistenciais, vivendo assim em condição de vulnerabilidade. 
As comunidades destacadas como exemplo nesta pesquisa, tanto as que possuem 
titulação quanto as que não possuem, não tem desfrutado dos benefícios que são garantidos de 
acordo com as leis e políticas que regem os direitos quilombolas. Esta situação é semelhante 
ao observado em outras comunidades no Pará e em outros Estados, como podemos observar 
também nas comunidades quilombolas do Amapá, Maranhão e Tocantins, que participam do 
Projeto Ijé Ófè (UNIPOP, 2010), o qual também tem levantado dados sobre todos os aspectos 
já citados e comprova que estas comunidades tem vivido na mesma situação, ou seja, em 
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condições vulneráveis, carentes de diversos serviços e políticas essenciais a sua qualidade de 
vida. 
Apesar de não haver diferenças significativas entre as comunidades investigadas, a 
titulação e a organização social, sem dúvida fazem parte do caminho para a uma maior 
inclusão social dos quilombolas. Por isso, é necessário tomar medidas para acelerar os 
processos de titulação que estão em aberto; criar recursos para que as comunidades que ainda 
não iniciaram o processo ou até mesmo desconhecem esse direito, possam dar início ao 
processo de titulação; criar políticas que venham, de fato, a garantir os direitos dessas 
populações; e também fiscalizar a execução dessas políticas. A titulação é mais uma garantia 
social para as comunidades, mas, além disso, fortalece a sua autoidentidade, e também 
diminui os conflitos com os demais interessados nas terras quilombolas, diminuindo a 
violência no campo e garantindo a perpetuação dessas comunidades. 
REFERÊNCIAS 
ALDÉ, Lorenzo. Brasil rural muda de cor. Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 3. 
Nº 27. Dezembro de 2007. 
BORGES, William Dias. Prevalência da hipertensão arterial sistêmica e determinantes 
bioantropológicos em populações quilombolas da Amazônia. 74 p. ilust. Dissertação 
(Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na Amazônia). Belém: UFPA, 2010. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 
Senado, 1988. 
BRASIL. Decreto Nº 3.912, de 10 de Setembro de 2001. Regulamenta as disposições relativas 
ao processo administrativo para identificação dos remanescentes das comunidades dos 
quilombos e para o reconhecimento, a delimitação, a demarcação, a titulação e o registro 
imobiliário das terras por eles ocupadas. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 10 de 
setembro de 2001. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/D3912.htm. 
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Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e 
titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata 
o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 20 de novembro de 2003. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/d4887.htm. 
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Tradicionais. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 7 de fevereiro de 2007. Disponível 
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