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A interligação existente entre a geomofologia, geografia e geologia
Julinho Canazache
A interligação existente entre a geomofologia, geografia e geologia
1. Breve introdução 
O presente trabalho de pesquisa tem como abordagem a interligação existente entre a geomofologia, geografia e geologia. A teoria geomorfológica edificou-se, ao lado de W. M. Davis com a concepção de ciclo geográfico e de W. Penck, que prestou inúmeras contribuições a essa ciência, com nítida vinculação aos campos de interesse da geografia e da geologia. É somente no final do século XVIII que ocorre a sistematização da geomorfologia como ciência, vinculada às necessidades de pesquisas para as descobertas de combustíveis fosseis para alimentar a indústria do império alemão. Nesse processo de sistematização dos conhecimentos geomorfológicos, um dos grandes responsáveis foi o geólogo James Hutton, criador da teoria do actualismo. 
A origem da geomorfologia moderna remonta ao surgimento do Princípio do Actualismo. Esse princípio, proposto por Hutton, foi um dos principais pressupostos para a génese da geomorfologia como ciência. A geomorfologia é a ciência que estuda as formas de relevo terrestre sob diversos pontos de vista. Na geografia física, essa disciplina constitui uma área de fundamental importância, tendo em vista que, assim como a paisagem (principal objecto de estudo da geografia física), os relevos demandam análises complexas para serem adequadamente compreendidos. 
1.1. Objectivos do trabalho
· Dominar os principais conceitos de geomofologia 
· Dispor de capacidades que os permitam intervir em matérias de geomofologia e ordenamento do território 
· Esclarecer detalhadamente as formas do relevo 
· Interpretar os conceitos básicos em geomofologia 
1.2. Metodologia
Para a realização deste trabalho só foi possível através do Método de Pesquisa Bibliográfica. É óbvio a realização de um trabalho científico sem o uso do método bibliográficos. É a partir deste que tornou possível a realização deste trabalho, na qual baseou-se na consulta de obras relacionados com o tema em estudo, cujo obras vem mencionados na referência bibliográfica deste trabalho.
1
2. Revisão bibliográfica
2.1. Definição e natureza da geomorfologia
Segundo um dos geógrafos brasileiros mais respeitados no campo da Geomorfologia Christofoletti (1980): 
A Geomorfologia é a ciência que estuda as formas de relevo. As formas representam a expressão espacial de uma superfície, compondo as diferentes configurações da paisagem morfológica. É o seu aspecto visível, a sua configuração, que caracteriza o modelo topográfico de uma área. As formas de relevo constituem o objecto da Geomorfologia. Mas se as formas existem é porque elas foram esculpidas pela acção de determinado processo ou grupo de processos. Podemos definir processo como sendo uma sequência de acções regulares e contínuas que se desenvolvem de maneira relativamente bem especificada e levando a um resultado determinado. Dessa maneira, há um relacionamento muito grande entre as formas e processo.
Para Christofoletti (1980), essa interacção entre formas e os processos constitui o sistema geomorfológico. Este sistema é “aberto”, pois recebe influência e também atua sobre outros sistemas componentes de seu universo.
É importante ressaltar que o estudo das formas e dos processos fornece subsídios teóricos sobre a dinâmica topográfica actual, sob diversas condições climáticas, contribuindo na compreensão das formas esculpidas pelas forças endógenas e exógenas. Se analisarmos a escala do tempo geológico, vamos perceber que muitas topografias foram formadas, transformadas e destruídas pela erosão ou pelo recobrimento sedimentar. Segundo Christofoletti (1980), as camadas sedimentares, por exemplo, são importantes fontes de informação e registros preciosos na interpretação de processos actuantes no passado, bem como as condições ambientais reinantes naquela época.
2.2. Conceitos Fundamentais de Geomorfologia
Os conceitos fundamentais aqui apresentados foram sistematizados por Willian Thornbury (1966) e são fundamentais para uma compreensão adequada dos aspectos geomorfológicos de qualquer área de estudo. Trata-se de nove conceitos que abordam diversas áreas de conhecimento geral no âmbito da geomorfologia. 
a) Os mesmos processos e leis naturais que atuam hoje em dia actuaram através de todo o tempo geológico, embora não necessariamente apresentassem sempre com a mesma intensidade do presente. Esse é um grande princípio básico de geologia, que é conhecido como o princípio do Actualismo ou Uniformitarismo, o qual foi inicialmente proposto por Hutton, em 1785, e, posteriormente, bastante divulgado por Playfair.
b) A estrutura geológica é um factor de controlo na evolução da superfície da Terra e pode se reflectir em diversas características do ambiente natural. Para se compreender o relevo de uma determinada área, é fundamental que se conheça os aspectos estruturais dessa área, tanto com relação às possíveis deformações crustais como com relação aos tipos de rochas e suas propriedades geomorfológicas.
c) Os processos morfodinâmicos deixam sua impressão distintiva sobre as formas do terreno e cada processo desenvolve o seu próprio conjunto característico de formas de relevo ou condições ambientais. O termo processo se aplica aos numerosos agentes físicos e químicos pelos quais a superfície terrestre sofre modificações.
d) À medida que os diferentes agentes erosivos atuam sobre a superfície terrestre, produz-se uma sequência de formas de relevo com características distintas nos sucessivos estágios de desenvolvimento. Essa afirmação está directamente amparada na ideia evolutiva de Davis em seu ciclo geográfico. Porém cabe aqui destacar que deve-se aplicar com muita cautela as terminologias de juventude, maturidade e velhice para cada caso, sobretudo, nos casos comparativos de relevos em áreas diferentes.
e) Na evolução geomorfológica ou ambiental, a complexidade é mais comum do que a simplicidade. Não se deve adoptar apenas um critério específico para se tentar explicar alguma forma de relevo, pois tais formas sempre derivam de um complexo jogo de interacções entre diversos factores naturais que devem ser considerados.
f) A maior parte dos relevos da Terra tem idade que não vai além do Pleistoceno, sendo exíguas as áreas anteriores ao Terciário. Em determinadas paisagens da Terra, podem ocorrer rochas do pré- -cambriano ou até mesmo do Fanerozóico, porém as idades do relevo são muito mais recentes. Ao longo do Quaternário, a Terra passou por diversos estágios de mudanças climáticas associadas com as glaciações.
g) A interpretação completa das paisagens actuais é impossível sem uma apreciação total das influências múltiplas de mudanças naturais ocorridas durante o Pleistoceno. Durante as glaciações, a superfície gelada no planeta era bem maior (26 milhões de km), com efeitos climáticos e eustáticos globais. Tais efeitos apresentam estreita relação com os relevos actuam. 
h) Para compreender a importância variada dos diferentes processos naturais que atuam sobre a superfície da Terra, é necessária uma apreciação dos climas do mundo. Para se compreender como os relevos atuais estão evoluindo, é fundamental que se compreendam os aspectos climáticos de cada região estudada. 
Nessa perspectiva, destacam-se os parâmetros pluviométricos e térmicos. Dessa forma, além dos aspectos climáticos locais, como pluviosidade e temperatura, é importante que sejam analisados também os aspectos climáticos em escala global, tais como os sistemas de circulação atmosférica e a influência latitudinal.
i) Embora que o interesse primário da geomorfologia seja pelas paisagens atuais, sua utilidade alcança significativas extensões históricas. O interesse da geomorfologia é a origem das paisagens actuais, que, na maioria dos casos, apresentam formas que datam de épocas geológicas anteriores. Dessa forma, um geomorfólogo é obrigado a buscar um acesso histórico se pretende interpretar, com propriedade, a história geomorfológica de uma região.A aplicação do princípio do Actualismo torna possível esta interpretação.
2.3. Princípios da Geomorfologia 
Os princípios da geomorfologia são baseados na ideia de que o relevo da Terra é resultado de processos geológicos que ocorrem ao longo de milhões de anos. Esses processos incluem a acção de agentes externos, como a água, o vento e o gelo, e agentes internos, como a tectónica de placas. 
Além disso, a geomorfologia considera que o relevo é dinâmico e está em constante transformação. Isso significa que as formas da superfície terrestre estão sempre sendo modificadas e que novas formas estão sendo criadas. A geomorfologia também busca entender as relações entre as diferentes formas de relevo, como montanhas, vales, planícies e planaltos. Para isto, tenta-se compreender a origem de alguns princípios reguladores do pensamento geomorfológico, tais como o Catastrofismo e o Uniformitarismo.
O Princípio do Uniformitarismo preconiza, portanto, que os mesmos processos e leis físicas que actuam no presente, agiram no passado, mas não necessariamente com a mesma intensidade. Assim, para os uniformitaristas, a Terra chegou a ser o que é mediante a acção de processos graduais e uniformes. Essa ideia se opõem, assim, aos conceitos catastrofistas.
“ Precisamente, o ritmo e a intensidade da actuação pretérita das causas atuais são os pontos sobre os quais se centra o ataque ao Princípio do Uniformitarismo. E ‘óbvio que existiram erupções vulcânicas mais violentas e extensas quaisquer das registradas na história humana; os testemunhos das acções glaciais antigas mostram que as geleiras de hoje são pequenas e fracas, quando comparadas com os de outras épocas, e as crateras da Lua são indícios de uma classe de actividade agora existente. À medida que os diferentes agentes erosivos atuam na superfície terrestre é uma sequência de formas de produzida ordenada relevo. (STOKES, 1969)
Uma conclusão decorre de todos os princípios da geomorfologia resumidos por Escobar (2003):
· A interpretação adequada da paisagem requer consideração das mudanças geológicas e climáticas. 
· O processo geológico expressa-se na geoforma.
· Os processos físicos de como operam no caminho geológico.
· A estrutura geológica condiciona as formas do relevo.
· Quando os diferentes agentes moldam o processo, é produzida a sequência que fica evidente nas etapas.
· A conclusão é mais comum que a simplicidade nas geoformas.
· A geologia da Terra domina a topografia.
· A pressão e a temperatura do clima regional são necessárias para os processos geológicos.
· Se deve olhar a geomorfia de hoje no contexto das geoformas passadas.
· A geomorfologia embora se debruce primeiramente nas formas de relevo atua a sua máxima utilidade ao conseguir uma extensão ao passado.
2.4. A importância da geomorfologia e sua aplicabilidade 
A geomorfologia analisa as formas de relevo focalizando suas características morfológicas, os materiais componentes, os processos actuantes e os factores controlastes, bem como, a dinâmica evolutiva. Segundo Christofoletti (2009), “compreende os estudos voltados para os aspectos morfológicos da topografia e da dinâmica responsável pelo funcionamento e pela esculturação das paisagens topográficas”. Assim, a geomorfologia ganha importância, pois pode auxiliar na compreensão do modelado terrestre que surge como elemento do sistema ambiental físico e também condicionante no que tange às actividades humanas e organizações espaciais. O conhecimento geomorfológico surge como um instrumento utilizado e inserido na execução de diversas categorias sectoriais de planeamento. É importante destacar que o planeamento sempre envolve a espacialidade, pois incide na implementação de actividades em determinado território. (CHRISTOFOLETTI, 2009). Ainda de acordo com o mesmo autor, constitui um processo que repercute nas características, funcionamento e dinâmica das organizações espaciais. Desse modo, obrigatoriamente precisa levar em consideração os aspectos dos sistemas ambientais físicos (geossistemas) e dos sistemas socioeconómicos.
Vários exemplos podem ser citados quanto à aplicabilidade do conhecimento geomorfológico. Assim, destacamos sua aplicabilidade no planeamento do uso do solo rural e urbano; no planeamento ambiental; nas obras de engenharia; nas pesquisas de recursos minerais e recuperação de áreas degradadas através da mineração e na classificação de terrenos.
Segundo Christofoletti (2009), o papel e/ou importância da geomorfologia em cada uma das aplicabilidades destacadas acima: 
Planeamento e uso do solo rural→ sem dúvida, as actividades agrícolas são responsáveis pela transformação paisagística em extensas áreas. Primeiramente, substituindo a cobertura vegetal e automaticamente alterando as relações entre as plantas e o solo. Posteriormente, as áreas exploradas avançam rapidamente pelos sectores topográficos favoráveis, deixando intactas as áreas consideradas aparentemente inóspitas ou inapropriadas. Diante do exposto, o conhecimento dos processos geomorfológicos é de fundamental importância. Nesta situação, uma abordagem geomorfológica seria reconhecer a incidência espacial dos processos e as suas intensidades e mudanças ao longo das vertentes. 
Planeamento do uso do solo urbano → em função da grande densidade ocupacional nas áreas urbanizadas, a topografia surge como um dos principais elementos a orientar o processo de ocupação. Desse modo, o conhecimento geomorfológico pode ser aplicado no estudo específico das características morfológicas e dos processos morfogenéticos, abarcando uma análise dos componentes do sistema ambiental físico em áreas urbanizadas. Neste sentido, outros estudos sectoriais também poderiam ser realizados, como os do clima, solo, vegetação e hidrografia. 
Obras de engenharia → esse tipo de obra procura melhorar e também ampliar a infra-estrutura para os processos de ocupação dos solos, e pode-se dizer que muitas das suas dificuldades estão em suplantar os empecilhos advindos da morfologia e dos processos morfogenéticos. Exemplo disso são as instalações em áreas costeiras, obras em canais fluviais e as ligações às redes de transporte. Assim, o conhecimento geomorfológico é importante para o manejo em áreas costeiras, fornecendo informações das condições do solo aplicáveis à engenharia, para o empreendimento do controle dos estuários e praias, o processo erosivo das falésias e das praias, bem como, a intensificação dos processos de sedimentação, normalmente nas áreas portuárias, estuários navegáveis e também áreas utilizadas para o lazer. 
Planeamento ambiental → vários são os exemplos da aplicabilidade do conhecimento geomorfológico no planeamento ambiental. Um deles consiste em analisar a grandeza integrativa na escala espacial, local ou regional. Nesta análise integrativa a aplicabilidade consiste em uma visão holística, ou seja, abrange a totalidade do sistema. Vejamos um exemplo que abarca esta concepção holística: No planeamento de bacias hidrográficas, a análise geomorfológica é essencial para compreender a diversidade topográfica correspondente às diversas subzonas da bacia hidrográfica. 
Pesquisas sobre recursos minerais e recuperação de áreas degradadas por mineração → o conhecimento geomorfológico é utilizado em vários sectores de prospecção de jazidas minerais A exploração dos recursos minerais tem recuperação sensível na modificação do cenário topográfico. Pode-se dizer que essa transformação topográfica é irreversível. A exploração de minério de ferro, de jazidas carboníferas e de categorias rochosas, por exemplo, necessita obviamente da transformação da paisagem topográfica. Desse modo, alguns procedimentos podem e devem ser empregados para tentar minimizar tais efeitos negativos, e a validade da sua aplicação está justamente baseada no conhecimento das características geomorfológicas. 
 Classificação de terrenos → esta classificação consiste na utilização de critérios combinatórios e interactivos, entre as variáveis ambientais, para qualificar a potencialidade do uso. Desse modo, as característicastopográficas surgem como elemento fundamental. É importante destacar que o conceito de classificação de terrenos está baseado em que todas as paisagens podem ser divididas em unidades menores. Cabe destacar ainda que algumas unidades podem ser únicas, como, por exemplo, cratera de impacto por um meteorito. 
2.5. A Geomorfologia no contexto da Geografia 
Segundo Kostenko (1975), a Geomorfologia funciona como uma ponte entre a Geografia e a Geologia, e estuda uma série de problemas complexos e heterogéneos, alguns dos quais resolvem-se através de métodos físico ­geográficos e outros mediante a aplicação de métodos geológicos.
Para Ross (2005), não se pode pensar em geomorfologia sem entender a geologia e vice-versa, bem como, não é possível conhecer a tipologia e génese de um determinado solo sem que se conheça a forma de relevo a ele associado e a litologia a partir da qual evoluiu. Contudo, torna-se difícil conhecer a dinâmica geromórfica e pedológica sem que se conheça as características climáticas, e assim sucessivamente. “O que deve ficar claro é que na natureza nada está desarticulado, nem mesmo o relevo, que parece tão imutável”. (ROSS, 2005). 
No quadro geral das ciências da Terra, a geomorfologia situa-se na interface existente entre as ciências geológicas e as ciências geográficas. Existe um acentuado e estreito vínculo entre estas ciências. As ciências geológicas se propõem a reconstituição da composição e estrutura física do planeta Terra, tal como ela pode ser vista ou lida nos diversos estratos rochosos presentes na epigeoesfera. Diversos exemplos podem ser destacados do estreito vínculo da geologia com a geomorfologia, tais como: a geotectónica; a geologia estrutural; a paleontologia; a sedimentologia e a estratigrafia. 
Na geografia este vínculo dá-se na medida em que depende dos conhecimentos de climatologia, paleogeografia, fitogeografia, pedologia e hidrografia, relação do ser humano com seu meio, bem como fornece informações necessárias ao entendimento da produção e transformação do espaço geográfico. Portanto, a ciência geográfica, com seu carácter de integração, tem na Geomorfologia um dos seus sub-ramos, que estuda os diferentes aspectos da superfície terrestre, compreende a evolução do relevo da Terra no espaço e no tempo, incluindo também a intervenção humana.
Para Hamelin (1964), a geomorfologia se erige como uma disciplina por meio de sua própria teoria, não interessando em toda sua completude à geografia. Ao admitir a possibilidade de avançar em duas dimensões (geomorfologia funcional e geomorfologia completa ou integral), o autor compreende a geomorfologia como processo: de um lado, no contexto da geociências, devendo ser explorada numa escala temporal de maior magnitude (escala geológica), e de outro, concentrando suas atenções nos fenómenos de duração temporal mais curta, valorizando os aspectos das derivações antropogénicas (escala humana ou histórica).
2.6. A geomorfologia no contexto da Geologia
A Geologia reconstitui o passado a partir do presente. A geomorfologia explica desde logo o presente pelo passado. Uma e outra devem, portanto admitir o princípio do actualismo. De resto, esse princípio foi, sem dúvida, entrevisto desde que o espírito humano concebeu nitidamente a causalidade como encadeamento constante de fenómenos, permitindo remontar tão bem o curso do tempo, como descer nele.
As ciências geológicas, quando se dedicam à descrição da natureza dos terrenos e ao estudo das distribuição da litomassa, fá¬lo com vistas à interpretação de fenómenos passados, que são reconstituídos por métodos geo- históricos.
A Geologia, quando investiga a história da Terra, desempenha essa tarefa através, sobretudo, de uma analogia com o que a observação dos fatos naturais, feita de forma directa, pode proporcionar. Por exemplo, ao se constatar que no presente determinadas causas produzem tais efeitos, efeitos análogos pressupõem as mesmas causas. A Geomorfologia estuda o passado para compreender o presente. A Geologia faz exactamente o inverso. A Geomorfologia procura explicar as formas actuais de relevo, que podem ser facilmente divisadas na paisagem, por sua génese, por seu passado, às vezes muito distante. Porém, a exemplo da Geologia, a Geomorfologia não pode avançar, a não ser a partir de uma raciocínio analógico, que parte do presente. 
A Geomorfologia, no quadro geral das Ciências da Terra, se situa na interface existente entre as Ciências Geológicas e as Ciências Geográficas, segundo a classificação de Goguel. Essa ciência mantém profundos vínculos, já assinalados, com a Geologia. 
2.7. Classificação das formas geomorfológicas
Classificar as formas de relevo não é algo tão simples. Aliás, existem sérias dúvidas sobre como o relevo pode ser classificado. No entanto, um critério muito utilizado para classificar as formas de relevo foi o da disposição das camadas rochosas, compondo a denominada geomorfologia estrutural. Desse modo, de acordo com Christofoletti (1980), as formas de relevo pertenceriam às seguintes categorias:
a) Morfologia das estruturas concordantes: relevo tabular -, relevo de custas, contacto entre maciços antigos e bacias sedimentares
b) Morfologia das estruturas dobradas: relevo dômico , relevo dobrado e relevo apalacheano
c) Morfologia relacionada com as litologias específicas: relevo carsico ou cárstico e relevo granítico
d) Morfologia em estruturas falhadas 
e) Morfologia relacionada com o vulcanismo
Outras tentativas de classificação do relevo utilizando critérios espaço temporais também não deram certo. Pesquisadores soviéticos também se preocuparam com o problema, embora procurassem elaborar uma classificação para as unidades componentes da superfície terrestre. De acordo com Christofoletti (1980), Gerasimov propôs subdividir todas as formas de relevo em três grandes categorias genéticas: 
a) unidades geotexturais: → compreendem as maiores unidades da superfície terrestre. Posteriormente, J. A. Mescerjakov propôs unidades morfotexturais. 
b) unidades morfoestruturais: → designam os elementos do relevo de ordem média que parecem complicar as unidades morfotecturais, tais como: as cadeias de montanhas, maciços, planaltos e depressões. 
c) unidades morfoesculturais: → estão relacionadas com a acção dos sistemas morfogenéticos.
2.8. Formas de Relevo e suas características:
a) Planaltos
Os planaltos, também chamados platôs, são áreas de altitudes variadas e limitadas, em um de seus lados, por superfície rebaixada. São extensos e com pouca presença de acidentes geográficos. Os planaltos são originários das erosões provocadas por água ou vento. Os cumes dos planaltos são ligeiramente nivelados. Exemplo: Planalto Central no Brasil, localizado em território dos estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
b) Planícies
É uma área geográfica caracterizada por superfície relativamente plana (pouca ou nenhuma variação de altitude). São encontradas, na maioria das vezes, em regiões de baixas altitudes. As planícies são formadas por rochas sedimentares. Nestas áreas, ocorre o acúmulo de sedimentos. Exemplos: Planície Litorânea, Planície Amazónica, Grandes Planícies (Estados Unidos / Canadá), Planície da Austrália (Austrália) e Planície do Pantanal.
c) Depressões
As depressões são regiões geográficas mais baixas do que as áreas em sua volta. Quando esta região se situa numa altitude abaixo do nível do mar, ela é chamada depressão absoluta. Quando são apenas mais baixas do que as áreas ao redor, são chamadas depressões relativas. Elas são formadas, principalmente, pela acção da erosão ou por falhas tectónicas. As crateras de vulcões desactivados são consideradas depressões. É comum a formação de lagos nas depressões.
Exemplos: Depressão Sul Amazónica (na América do Sul), Depressão de Qattara (no noroeste do Egito) e Vale de Turfan (China).
d)Montanhas
As montanhas são formações geográficas originadas do choque (encontro) entre placas tectónicas. Quando ocorre este choquena crosta terrestre, o solo das regiões que sofrem o impacto acaba se elevando na superfície, formando assim as montanhas. Estas são conhecidas como montanhas de dobramentos. Grande parte deste tipo de montanhas formou-se na era geológica do Terciário. Existem também, embora menos comum, as montanhas formadas por vulcões.
 
As altitudes das montanhas são superiores as das regiões vizinhas. Quando ocorre um conjunto de montanhas, chamamos cordilheira.
Exemplos: Aconcágua (Argentina), Pico da Neblina (Brasil), Logan (Canadá), Kilimanjaro (Tanzânia), Monte Everest (Nepal, China), Monte K2 (Paquistão, China), Monte Blanco (França, Itália), Nanga Parbat (Paquistão), Manaslu (Nepal) e Dhaulagiri (Nepal).
e) Relevo Costeiro
 O relevo costeiro é aquele que encontramos em regiões da costa, ou seja, nas áreas próximas ao mar ou oceano (parte litorânea do continente).
 
Principais formas de relevo costeiro:
· Cabos: partes da costa que avançam sobre as águas do mar.
· Penínsulas: extensas faixas de terra cercadas de água por todos os lados, menos por um (denominado istmo), que estabelece ligação com a terra continental.
· Golfo: áreas em que as águas do mar penetram, de forma profunda, na costa. Quando suas dimensões são pequenas, ganham a denominação geográfica de baía.
· Rias: vales fluviais inundados pelas águas do mar ou oceano. Quando o vale é glacial, ganham a denominação geográfica de fiorde.
· Ilhas costeiras: massa de terra cercada por água em todos os lados. Denominamos arquipélago, quando se apresentam em grupos.
2.9. Considerações finais 
A geomorfologia é uma disciplina essencial para entendermos as formas e processos da superfície terrestre. Ela nos ajuda a compreender a evolução do relevo ao longo do tempo, identificar áreas de risco, planejar o uso do solo e conservar o meio ambiente. Apesar dos desafios, a geomorfologia continua avançando e contribuindo para o conhecimento e preservação do nosso planeta.
Na busca da própria origem, o homem divaga por caminhos que hoje nos parecem estranhos, no entanto, são plenamente justificáveis se compreendidos em seu próprio tempo. Neste artigo procura-se entender um pouco sobre as concepções discutidas actualmente na geomorfologia. Para isto, tenta-se compreender a origem de alguns princípios reguladores do pensamento geomorfológico, tais como o Catastrofismo e o Uniformitarismo.
Em uma tentativa de mostrar a complexidade dos processos geromórficos que estão actuando no tempo presente e de reconstruir paisagens passadas, a geomorfologia tange este tempo (tempo geológico) e, às vezes, o engloba (tempo histórico), quando realiza estudos aplicados ao ambiente. Neste sentido, os tempos não se reconciliam e dificultam a percepção dos processos em um tempo longo.
Bibliografia
Christofoletti, (1980). A. Geomorfologia. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher.
Christofoletti, A. (2009). Aplicabilidade do Conhecimento Geomorfológico nos Projectos de Planeamento. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia: uma actualização de bases e conceitos. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
ESCOBAR, A. (2013). “Mundos y conocimientos de otro modo: el programa de investigación modernidad/colonialidad Latino Americano”. Tabula Rasa, n. 1.
Hamelin, L.E. (1964)..Geomorphology: geographie globale-geographie totale. Cahiers de Geographie de Quebec. V. VIII, n. 16, p. 199-218. Tradução de A. Christofoletti. Not. Geomorfológica, 13/14, p. 3-22, Campina 
Kostenko,   N.P. (1975). Geomorfologia   Estructural.   México:   UNAM, Facultad de Geografia
Ross, J. L. S. (2005). Geomorfologia: ambiente e planeamento. 8. ed. São Paulo: Contexto, 
Thornbury, W. D. (1966). Princípios de Geomorfologia. Ed. Kapelusz. Buenos Aires.

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