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Slam Resistência_ poesia cidadania e insurgência - Literatura além do livro - Daniela Silva de Freitas - FICHAMENTO

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FREITAS, Daniela Silva de. Slam Resistência: poesia, cidadania e insurgência. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 59, p. 1-15, 2020. DOI: 10.1590/2316-40185915. e-ISSN: 2316-4018. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/2316-40185915>. Acesso em 08 mai. 2023.
Slam Resistência: poesia, cidadania e insurgência
 § 1
O que será tratado no artigo a seguir: Slam Resistência entre os anos 2016 e 2017, e o que tange a cultura hip-hop (rap, saraus, batalhas de MC’s)
 § 2
Por constituir uma nova forma de arte “que opera no interstício entre os suportes oral, escrito e visual” que “tensiona ainda mais os limites entre literatura e música, poesia e vida, arte e ativismo, Freitas tenta voltar às origens e definição do slam, espaço onde constitui uma diferença e é aberto para a expressão de novos protagonismos culturais da cidade de São Paulo.
 § 3
Cita onde e quando nasce o slam – ‘86s Chicago. Em uma visão de SOMERS-WILLET fala um pouco da diferença entre beatnik e spoken word, explicando essa diferença, cita algumas referências constituintes do espaço negro poético – GIL SCOTT-HERON, LAGSTON HUGHES. Cita WALT WHITMAN como exemplo de poesia famosa da época também. Nos EUA (não penso que fique apenas lá) o slam “associou-se à cultura hip-hop”. Fala que hoje há slams em diversos lugares no mundo.
Embora escreva muito bem, e entenda do tema, não parece que tem domínio dele.
 § 4
Cita as regras do slam mas considera que elas podem várias de lugar para lugar. 
Tempo, uso de adereços, jurados, notas, quantidade de poesias.
 § 5
Marc Kelly Smith – quem era, como chegou ao que hoje se configura o slam para tentar chamar atenção das pessoas que não se sentiam atraídas por poesias (acadêmicas – tradicionais). Desde ‘86s até hoje, semanalmente acontece o Uptown Poetry Slam no bar Green Mill. Smith é reconhecido como o criador do slam mas não cobra para que se façam novos slams pelo mundo adaptando as regras, hoje em dia, por exemplo, o Slam que acontece em Green Mill é acompanhado por uma banda de jazz. No BR comumente há apresentações como pocket-show, venda de zines, músicas, livros.
 § 6 
Cita principal obra de SUSAN SOMERS-WILLET e como o slam é um contraste com a poesia tradicional e que nela estão contidas informações como a atmosfera contracultural, disseminar poesias em lugares não convencionais e constituir espaço democráticos onde todos podem batalhar e ser jurades, sendo assim, um espaço acessível - acessibilidade.
 § 7
No slam a poesia deixa o espaço acadêmico, flertando com canções populares constituindo-se de uma performance em 1ª p. que descreve suas experiências em que o que é pessoal é político e o slam é um espaço onde essas identidades são negociadas, socializadas com suas linguagens que conecta o público ao poeta ao trazer suas vivências.
 § 8
ZAP! (Zona Autônoma da Palavra) em 2008, no bairro Pompeia, por Núcleo Bartolomeu de Depoimentos – membra fundadora, Roberta Estrela D’alva, primeira slammer brasileira a representar Brasil na Copa do Mundo do Slam, 2011. Publica seu primeiro filme em 2017 – Slam: Voz de Levante.
 § 9 
2º slam – Guilhermina, fev. 2012, ao lado da estação ao redor de um lampião. Fala sobre a diferença dos espaços que são realizados os slams entre EUA (lugares fechados) e BR (lugares abertos, praças) O Slam Rasta (organizado por Marcio Ricardo) é em um bar que paga R$5 para entrar.
§ 10
8º slam de SP, Slam Resistência surge graças às “Quintas de Resistência” - encontros que aconteciam na Roosevelt para discutir as truculências das manifestações de junho de 2013. No final de 2017 havia mais de 44 slams só em SP.
§ 11
Desde out. 2014 – Slam Resistência - público jovem, 14 a 35 anos – geralmente. Pessoas de diferentes áreas da cidade. Declamação sem microfone em meio ao barulho. 2017 alcançou público, durante suas edições de 100 a 300 pessoas - página no Facebook, 500k seguidores.
§ 12
Seguindo o que Paulo Leminski falou sobre o futuro da poesia ser visual – essas poesias eram gravadas e publicadas nas redes como Facebook. EM NOTA ela diz que a divulgação desses vídeos é ambígua, muitas pessoas concordam e outras não porque não recebem remuneração pelo uso de sua imagem. Nota muito boa, inclusive.
§ 13
Cita PAUL ZUNTHOR para afirmar que a performance não pode ser capturada nas gravações por completa, ela só pode ser acessada quando se está lá pessoalmente – cita D’ALVA para falar sobre a “aura” de WALTER BENJAMIN (1985).
§ 14
O slam só se realiza a partir da interação artista/público, mesmo no formato online, em que há 500k seguidores, não existe a aura. Mas o online, ainda assim, constitui uma parte importante no processo.
§ 15
As performances espelham uma “autorrepresentação” (DALVA, 2011) em 1ª p. que falam sobre suas vivências. “Ao relatar casos vividos por ele/as, os/as poetas expõem a lógica do funcionamento dos mecanismos de controle biopolítico e enunciam os limites da democracia dentro da sociedade brasileira cordial.” (FREITAS, 2020)
§ 16
Traz poesias de PAULINA TURRA sobre as descobertas de sua sexualidade e problemas que teve em conversar sobre o assunto com sua família e amigos.
§ 17
Reação dos espectadores durante a poesia que às vezes chegou até interromper a sua apresentação e a reação na internet sobre.
§ 18
Quando a poesia é transcrita, perde sua potência e chega a ser simplista – cita IRMANY PERRY (2004) “acontece na interface da escrita, do visual e do oral. Ela é escrita pelo poeta e desejavelmente memorizada, mas é feita para ser ouvida e imediatamente compreendida após sua primeira execução.”
§ 19
Ainda sobre a poesia de PAULINA, a narrativa fala personagens que são sua família, mas o interlocutor é a praça, a ágora do slam que torna a voz de PAULINA acolhida como pertencente a aquele espaço, em que o privado se torna questão pública, vez que, as pessoas se identificam.
§ 20
Apresente TAWANE THEODORO como um contraste a PAULINA, elucidando o universo com uma visão macropolítica. poesia: “Eu não queria ser feminista”
§ 21
Análise breve da poesia de THEODORO que aborda o tema feminismo em tom argumentativo trazendo dados e sua própria experiência para elucidar isso. Ao final da poesia usa um tom mais belicoso para mostrar-se mais evidente em sua proposta pedagógica.
§ 22
Reação e comentários no Facebook nesse vídeo da própria TAWANE agradecendo e colocando a poesia transcrita e de membros da sua família, como seu pai, que fala que tem orgulho de tê-la como filha. Comentários de homens reclamando sobre o conteúdo da poesia. Relevância que a poesia estava tendo para a sociedade online até o momento em que foi escrito o artigo de FREITAS em 2018.
§ 23
Patrícia Meira traz em sua poesia gênero, raça e violência, apresentou em nov. 2016.
§ 24
Mulher negra, lésbica, periférica - reflete o patriarcado e o capitalismo em seu lugar de fala que lhe dá direito nessa ágora - D’ALVA fala que celebramos um espaço de fala, mas ainda mais, um lugar de escuta.
§ 25
Cita outra obra de SOMERS-WILLET falando que os poetas famosos dos EUA são homens negros e o público casais héteros branco. “No Brasil existem algumas diferenças fundamentais nesses circuitos produção/recepção do slam.”
§ 26
Faz conexão com as batalhas de rimas que é em sua maioria um universo majoritariamente masculino, No Brasil, o slam tem um espaço muito feminino – cita diversas poetas da cena e suas obras. Em nota diz que por haver muitas mulheres participando da cena, foi necessário criar o slam o slam das mina e como funciona o slam das mina. Se há tanta representação feminina, por que foi necessário criar um slam só para mulheres concorrer? Cita D’ALVA - palavra “comunidade” seria muito boa para definir slam, vez que, há respeito e hábitos regulares que são como regras.
§ 27
Público do slam – poetas, nem todos conseguem fazer carreira (poucos) e furar a bolha. Público em sua maioria jovens lutando por direitos.
§ 28
LUCAS KOKA PENTEADO que virou ator de malhação (e ainda participou do BBB 21) era líder secundarista numa escola na frente da Roosevelt – traz em suas poesias referênciaspretas estudantis.
§ 29
Faz uma pequena análise da poesia de Lucas relacionando brevemente com Racionais MC’s - Negro Drama – Mano Brown.
§ 30
Koka, além de escrever poesia com críticas à educação, também foi uma das pessoas que estavam ocupando as escolas – na edição do slam da resistência que foi realizada dentro da escola dele. Koka foi chamado pelo Slammaster como: O terror de Geraldo Alckimin, governador de SP na época.
§ 31
Cenário político da época - DANIEL GTR faz texto comparando o Brasil com certos contextos da política atual brasileira à Alemanha nazista de Hitler - vídeo foi retirado da rede Facebook algumas vezes por diversas pessoas denunciando por considerar o conteúdo subversivo ou errado. Em uma outra poesia, “Parte II” fala contra a bancada evangélica e a mistura de política e religião. LUCAS AFONSO representando o BR na Copa de 2015, traz elementos da política misturando-os com futebol e coisas que estavam sendo muito citadas na época com bastante aclamação e risos do público.
§ 32
AFONSO mistura diversos assuntos na sua poesia em tom propositivo como o de TAWANE THEODORO, mas o didatismo é substituído por ironia comparando com o 7X1 sofrido da Alemanha em 2014 na Copa do Mundo de Futebol Masc.
§ 33
Termina a pequena análise sobre a poesia de AFONSO falando e fazendo uma comparação com música de Belchior, Como Nossos Pais e o revide da quebrada contra o sistema e qual a importância disso.
§ 34
Em mar. 2017, primeira edição do ano, participantes foram coagidos pela PM (GCM) para não realizar o slam, o que seguia uma linha de pensamento do prefeito da época João Dória que queria tornar a cidade mais cinza. O Acontecimento foi gravado e está publicado na página do Facebook, onde vários poetas se manifestaram em relação a isso.
§ 35
O que evidencia esse fórum (ágora) do slam é ser um espaço livre e democrático e esses temas (sociopolíticos) são extremamente importantes dentro do slam.
§ 36
Fala sobre o caso que JAMES HOLSTON relata no livro dele e relaciona o caso do Jardim das Camélias com o caso que ocorreu no Slam da Resistência.
§ 37
HOLSTON em cidadania insurgente analisa o uso das leis com o passar do tempo – ditado “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”. O que antes era visto como um instrumento de repressão, hoje a periferia usa como proteção. Fala sobre o conceito de cidadão que antes estava atrelado com um conceito mais derrogatório para segregar a população.
§ 38
Como o slam da resistência serve como movimento insurgente indo contra o conceito que a burguesia tenta atrelar a quem não é da elite. “Holston emprega o termo “cidadania insurgente” para descrever regimes como o da cidadania brasileira, legalmente projetados para legitimar a distribuição das desigualdades dentro do sistema social”. Fala que diferente do slam que é um evento grande e acontece num espaço público e aberto, a cidadania insurgente ocorre geralmente na micropolítica, no oikos, o espaço privado como a falta de saneamento básico.
§ 39
No slam da resistência não há limite entre óikos e pólis pois o espaço público e privado se vai em uma confluência e o centro da cidade “se torna palco de dramas que são, ao mesmo tempo, pessoais e coletivos.” e a cidadania insurgente luta contra essa cidadania neolibeal que a elite tenta e tentou nos impor quando abriu mão de conviver com a diversidade que é necessariamente a cidade, o slam ocupa a praça.
§ 40
“Debates atuais sobre o direito à cidade – intrinsicamente ligados à questão da cidadania e da democracia” há dois fatores centrais ligados a esse conceito: a lógica neoliberal (acabando com a urbanidade tentando transformar o valor de uso em valor de troca) e a violência também praticada por civis, mas principalmente pelo Estado.
§ 41
A emergência dos cidadãos na visão de RAQUEL ROLNIK “Os grafites nos muros e as praças ocupadas com poesia são como inscrições desses atores na superfície da cidade, que revelam o quanto ela também pertence a eles. São escritas que a administração de Dória tenta apagar”.
§ 42
Fala sobre as noções de circulação na cidade e das manifestações de “junho de 2013 começaram por causa do valor da passagem de ônibus. Mas não era por vinte centavos, era por direitos, todos diziam. Era por uma vida sem catracas. Depois de algumas manifestações, todas essas causas se revelaram entrelaçadas.”
§ 43
Cita MORAES um dos organizadores do movimento junho: potência das ruas e das redes fala que junho é um movimento de insurgência que foi é e será, é em si, a própria revolução social.
§ 44
Fecha dizendo que o junho está presente e visível no slam da resistência.

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