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Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59436 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 Principais etiologias e o aumento da resistência bacteriana pelo uso indiscriminado de antimicrobianos frente a COVID-19: uma revisão integrativa Main etiologies and the increase in bacterial resistance by the indiscriminate use of antimicrobials against COVID-19: an integrative review DOI:10.34117/bjdv8n8-296 Recebimento dos originais: 21/06/2022 Aceitação para publicação: 29/07/2022 Expedito Duarte de Lima Acadêmico de Medicina Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro Endereço: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada E-mail: expedito.duarte@discente.ufma Sueli de Souza Costa Doutora em Ciências Odontológicas Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro Instituição: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada E-mail: sueli.costa@ufma.br José Braz Costa Castro Junior Médico Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro Endereço: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada E-mail: josebraz.b@gmail.com Flávia Cristina Lima de Sousa Castro Médica Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro Endereço: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada E-mail: flaviacristina@outlook.com Hiago José Chaves Rodrigues Acadêmico de Medicina Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro Endereço: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada E-mail: hiago.rodrigues@discente.ufma.br Magno da Glória Silva Acadêmico de Medicina Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro Endereço: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada E-mail: magno.catolico12@gmail.com Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59437 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 Júlia Alves Moisés Ferreira Acadêmico de Medicina Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro Endereço: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada E-mail: juh.amf13@gmail.com Gabriel Pereira de Sousa Acadêmico de Medicina Instituição: Universidade Ceuma Endereço: Av. São Luís Rei de França, 50, Turu, São Luís – MA E-mail: gabrielpsousa.med@gmail.com RESUMO A descoberta dos antibióticos foi uma grande evolução para a sociedade como um todo. Entretanto, a utilização dessas substâncias de maneira inadequada favorece o desenvolvimento de resistência bacteriana, o que constitui uma grande preocupação mundial. O uso da antibioticoterapia empírica e automedicação na pandemia COVID-19 tem evidenciado ainda mais esse problema, uma vez que estudos de todo mundo relatam altas taxas de utilização dessas medicações frente a um momento de pandemia nunca antes vivido pela sociedade moderna. OBJETIVO: realizar uma revisão sobre as principais etiologias e o aumento da resistência aos antibacterianos promovida pela utilização indiscriminada de antibióticos durante a pandemia do COVID-19. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa descritiva sob a forma de revisão integrativa da literatura. Foram realizadas buscas de registros relacionadas ao tema publicados no período de janeiro de 2020 a março de 2022. A pesquisa foi feita no mês de maio de 2022 e nas seguintes bases de dados: SCOPUS, COCHRANE LIBRARY, LILACS, PUBMED, MEDLINE e SCIELO. Os trabalhos obtidos foram analisados e suas principais características organizadas em uma tabela de acordo com o objetivo deste estudo. RESULTADOS: Após obtenção de 394 títulos, foram selecionados 20 artigos que foram incluídos nesta revisão, dos quais 10 registros destacaram que houve um aumento na resistência bacteriana e na identificação de microrganismos multirresistentes após o início da pandemia de COVID-19; quatro dos artigos tiveram como resultados de seus estudos um decréscimo na identificação de microrganismos multirresistentes quando comparados os períodos pré-pandêmico e pandêmico; em três dos 20 artigos incluídos na revisão houve tanto bactérias que foram mais suscetíveis quanto bactérias que foram menos suscetíveis à ação de antimicrobianos; sendo Acinetobacter baumanni e Klebsiela pneumoniae os microrganismos multirresistentes que mais tiveram aumento de resistência bacteriana. CONCLUSÃO: Este estudo é importante para a sociedade, uma vez que o conhecimento sobre a resistência bacteriana se faz necessário para adquirir métodos eficazes de prevenção e tratamento contra as infecções multirresistentes. Espera- se que os resultados obtidos orientem novos métodos eficazes de prevenção e controle de infecções multirresistentes no contexto da pandemia e posterioridade. Palavras-chave: COVID-19, farmacorresistência bacteriana, antibacterianos. ABSTRACT The discovery of antibiotics was a major development for society as a whole. However, the inappropriate use of these substances favors the development of bacterial resistance, which is a major concern worldwide. The use of empirical antibiotic therapy and self- medication in the COVID-19 pandemic has further highlighted this problem, since studies Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59438 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 from all over the world report high rates of use of these medications in a moment of pandemic never before experienced by modern society. OBJECTIVE: to carry out a review of the main etiologies and the increase in resistance to antibacterials promoted by the indiscriminate use of antibiotics during the COVID-19 pandemic. METHODOLOGY: This is a descriptive research in the form of an integrative literature review. Searches were performed for records related to the topic published from January 2020 to March 2022. The search was carried out in May 2022 and in the following databases: SCOPUS, COCHRANE LIBRARY, LILACS, PUBMED, MEDLINE and SCIELO. The works obtained were analyzed and their main characteristics organized in a table according to the objective of this study. RESULTS: After obtaining 394 titles, 20 articles were selected that were included in this review, of which 10 records highlighted that there was an increase in bacterial resistance and in the identification of multidrug- resistant microorganisms after the beginning of the COVID-19 pandemic; four of the articles had, as a result of their studies, a decrease in the identification of multidrug- resistant microorganisms when comparing the pre-pandemic and pandemic periods; in three of the 20 articles included in the review there were both bacteria that were more susceptible and bacteria that were less susceptible to the action of antimicrobials; Acinetobacter baumanni and Klebsiela pneumoniae were the multidrug-resistant microorganisms that had the greatest increase in bacterial resistance. CONCLUSION: This study is important for society, since knowledge about bacterial resistance is necessary to acquire effective methods of prevention and treatment against multidrug- resistant infections. It is hoped that the results obtained will guide new effective methods of prevention and control of multidrug-resistant infections in the context of the pandemic and posteriority. Keywords: COVID-19, bacterial pharmacoresistance, antibacterials. 1 INTRODUÇÃO Desde a descoberta, por acaso, da penicilina por Alexander Fleming, em 1928, a humanidade passou por uma das maiores revoluções na área da saúde. A partir desse ponto foram desenvolvidas outras substâncias com propriedades bactericidas e bacteriostáticas que possibilitaram que milhões de vidas fossem salvas de infecções causadas por microrganismos. Entretanto, Fleming já havia previsto que no futuro haveria um “abuso” dessas substâncias devido à altademanda pública e aos efeitos milagrosos que elas proporcionaram (LOBANOVSKA-PILLA et al., 2017). Assim, a utilização inadequada dessas drogas acelera o processo natural de resistência bacteriana aos antimicrobianos, sendo preocupante a forma como esses medicamentos são utilizados em ambientes ambulatoriais, hospitalares e domésticos no tratamento ou profilaxia de doenças humanas (COSTA et al., 2017). As bactérias possuem a capacidade natural de se adaptar a um antibiótico, seja por meio de mutações ou trocas de materiais genéticos entre elas. Entretanto, o uso Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59439 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 indiscriminado dessas substâncias aumenta a pressão seletiva e também a oportunidade de a bactéria ser exposta às mesmas, o que facilita a aquisição de mecanismos de resistência (COSTA et al., 2017). Além disso, 700 mil pessoas morrem a cada ano no mundo devido a infecções causadas por bactérias resistentes e estima-se que, se não forem feitas mudanças em nível global, a resistência a antibióticos pode levar à morte de 10 milhões de pessoas por ano a partir de 2050, o que representa uma morte a cada 3 segundos (O’NEILL, 2016). Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que as autoridades chinesas relataram vários casos de pessoas com pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020). Tratava- se de um novo tipo de coronavírus, que posteriormente seria denominado SARS-CoV-2. Cinco meses após, o vírus já havia se espalhado por diversos países do mundo; o número de casos atingiu a casa dos milhões e a doença viral altamente contagiosa ceifou milhares de vidas. No momento atual, o mundo vivencia uma pandemia sem precedentes na história contemporânea (KOH, 2020). Diante desta situação, diversos autores relataram um notório aumento nas prescrições de antibioticoterapia empírica para tratar ou prevenir infecções bacterianas secundárias à COVID-19, principalmente em pacientes hospitalizados (ABELENDA- ALONSO et al., 2020; CLANCY & NGUYEN, 2020; MALCOLM et al., 2020). Além disso, Langford et al. (2020) relataram que 72% dos pacientes com COVID-19 receberam antibióticos mesmo quando não clinicamente indicados, em um estudo multicêntrico nos EUA. Essa abordagem poderia resolver teoricamente a grande maioria das coinfecções, mas produziu uma pressão seletiva dramática e expôs um grande número de pacientes a antibióticos desnecessários (SEGALA et al. 2021). Os principais motivos para essa alta taxa de utilização de antibióticos, principalmente em pacientes graves seriam: a semelhança entre os sintomas causados pela pneumonia viral e por uma pneumonia de origem bacteriana (tosse, febre e infiltrados radiológicos), a ansiedade e incerteza frente ao momento atípico da pandemia por uma doença sem tratamento eficaz comprovado e a dificuldade de diferenciar uma infecção única por SARS-CoV-2, infecção secundária ou coinfecções (LAI et al., 2021). Guimarães et al. (2020) afirmam que a terapia antimicrobiana não está sendo aplicada somente pela comunidade médica, mas também pela comunidade leiga, que se automedica ou recebe indicação de diversos profissionais, sejam da área da saúde ou não. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59440 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 A resistência aos antimicrobianos representa um grande problema que ameaça a saúde pública mundial e requer uma ação conjunta de todos os setores do governo e da sociedade (SILVA, 2020). Novos mecanismos de resistência estão surgindo e se disseminando rapidamente graças ao grande fluxo de pessoas e mercadorias por todo o globo terrestre, o que está ameaçando nossa capacidade de tratar infecções comuns, resultando em doença prolongada, incapacidade e morte (SANTOS PEREIRA et al., 2021). Portanto, com a capacidade dos antibacterianos comprometida, vários procedimentos médicos como transplante de órgãos, quimioterapia, controle de diabetes e cirurgias de grande porte (cesarianas ou próteses de quadril, por exemplo) se tornam um risco muito alto (ROCHA, 2021). Dessa forma, pode-se compreender que o uso indiscriminado de antibióticos é considerado o principal fator para o desenvolvimento da resistência bacteriana, muitas vezes ocasionado pela falta de conhecimento de quem faz o uso ou pela dificuldade de acesso aos serviços de saúde, o que leva o indivíduo à automedicação (VIEIRA et al., 2017). Tal situação está ainda mais evidente no cenário da pandemia COVID-19 e, assim, se fazem necessários estudos com foco nas etiologias bacterianas que apresentaram resistência microbiana aos antibióticos. O objetivo deste trabalho é realizar um estudo de revisão integrativa sobre as principais etiologias e o aumento da resistência aos antibacterianos promovida pela utilização indiscriminada de antibióticos durante a pandemia do COVID-19. 2 MATERIAL E MÉTODO Trata-se de pesquisa descritiva sob a forma de revisão integrativa da literatura, desenvolvida através de uma abordagem qualitativa, onde o objetivo deste tipo de estudo é sintetizar o conteúdo de vários materiais e analisar criticamente as informações obtidas (PEREIRA et al., 2018). Para orientar o desenvolvimento da revisão, formulou-se a seguinte questão norteadora: “o que se tem escrito nos artigos publicados desde o início da pandemia sobre as principais etiologias e o aumento da resistência bacteriana pelo uso indiscriminado de antibióticos frente a COVID-19?” A partir dessa questão, foram escolhidos os descritores “COVID-19”, “farmacorresistência bacteriana”, “antibacterianos” e “Drug Resistance, Bacterial” de acordo com os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59441 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 A busca pelos estudos se deu nos seguintes bancos de dados eletrônicos: SCOPUS, COCHRANE LIBRARY, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), US National Library of Medicine (PUBMED), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). O processo de seleção dos títulos seguiu o diagrama flow (PAGE et al., 2021). Foram realizadas buscas de publicações relacionadas ao tema no período de janeiro de 2020 a março de 2022. O período de publicação dos artigos foi estabelecido tendo em vista o tempo decorrido entre o início da pandemia COVID-19 e a realização desta pesquisa. As buscas ocorreram no mês de maio de 2022. Foram realizadas duas rodadas de pesquisa nas bases de dados SCOPUS, Cochrane Library, Lilacs, SciELO, Medline, e PubMed nas quais foram utilizadas as seguintes estratégias associativas: “farmacorresistência bacteriana” and “COVID-19” and “antibacterianos” e “drug resistance, bacterial” and “COVID-19” and “antibacterials”. Foram adotados os seguintes critérios de inclusão: artigos primários e originais, que tenham foco no estudo das principais etiologias e aumento da resistência bacteriana pelo uso indiscriminado de antimicrobianos frente a COVID-19, publicados no idioma inglês ou português no período de janeiro de 2020 a março de 2022. Os critérios de exclusão: trabalhos que não corresponderem ao objetivo da pesquisa e que não estavam disponibilizados em texto completo e gratuito. Os resultados foram dispostos em uma tabela do Microsoft office Excel 2019, onde os dados de cada registro foram distribuídos em colunas com o ano da publicação, o título e autores, tipo de produção, objetivos e principais resultados relacionados às principais etiologias e aumento da resistência bacteriana pelo uso indiscriminado de antimicrobianos frente a COVID-19. Os principais fatores limitantesdeste estudo foram os trabalhos que estavam relacionados ao objetivo da pesquisa, mas que não foram inclusos por não estarem disponíveis na íntegra ou não serem gratuitos. Além de estudos que estivessem disponíveis apenas em bases de dados que não foram abordadas nesta revisão. Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica e não envolver diretamente pesquisa com humanos, este estudo não necessitou de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Este trabalho é fundamentado nas diretrizes e normas regulamentadoras estabelecidas nas resoluções n° 466/2012 e 580/2018 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59442 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 3 RESULTADOS As associações entre os descritores no processo de busca resultaram, inicialmente, em 394 artigos. Os achados estão estabelecidos na Tabela 1. Tabela 1: Disposição do número de artigos conforme arranjos dos descritores utilizados na pesquisa em base de dados. Associação de descritores: Cochrane Library SCOPU S LILACS SCIELO MEDLINE PUBMED “farmacorresistênci a bacteriana” and “COVID-19” and “antibacterianos" - - - - 134 - “drug resistance, bacterial” and “COVID-19” and “antibacterials” 3 6 - - 5 246 Total: 3 6 - - 139 246 Fonte: Autores. Dados obtidos nas bases de dados COCHRANE LYBRARY, SCOPUS, LILACS, SCIELO, MEDLINE e PUBMED. Na primeira etapa de seleção foram eliminados 58 registros por não estarem disponíveis gratuitamente na íntegra. A partir disso, forem removidas 116 artigos duplicados e dois artigos que não puderam ser acessados devido a erro na página web. Após a leitura e análise dos títulos dos artigos encontrados, atendendo aos critérios de inclusão e de exclusão e a análise crítica, obteve-se uma amostra de 20 publicações que atenderam ao conceito norteador do estudo. Todos os registros que abordaram as principais etiologias e o aumento da resistência bacteriana pelo uso indiscriminado de antimicrobianos frente a COVID-19 foram sintetizados em um quadro para melhor visualização da catalogação (Quadro 1). Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59443 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 Figura 1. Processo de busca e análise dos trabalhos, baseado no diagrama flow de revisão PRISMA 2020 (PAGE et al., 2021). Fonte: Autores. 2022 Quadro 1: Síntese dos artigos publicados nesta revisão integrativa. Ano Título e autores Tipo de produção Objetivos Principais resultados 2022 Surgimento de infecções da corrente sanguínea e resistência antimicrobiana durante a primeira onda de COVID-19: um estudo em uma grande instituição na região de Paris. AMARSY et al. Retrospectivo, multicêntrico Medir o impacto da primeira onda da pandemia de COVID-19 (março a abril de 2020) sobre a incidência de infecções da corrente sanguínea em uma instituição de saúde pública da França. As taxas de infecções de corrente sanguínea com organismos resistentes à cefalosporinas de 3ª geração aumentaram durante o período COVID-19. Houve um aumento de Klebsiela pneumoniae produtora de beta-lactamase de espectro estendido, enterobactérias resistentes à cefotaxima, Pseudomonas aeruginosa resistentes à ceftazidima e Staphylococcus aureus resistente à meticilina. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59444 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 2022 Benefício inesperado do COVID-19 nas restrições hospitalares: Redução de pacientes isolados com organismos multirresistentes. ELLIOTT et al. Retrospectivo, monocêntrico Avaliar a eficácia de medidas de prevenção causadas pela COVID-19 em pacientes com infecções multirresistentes. Foi identificada uma diminuição geral no número de pacientes isolados com infecções por organismos multiresistentes. 2022 Infecções por Acinetobacter baumannii multirresistentes em pacientes internados em unidade de terapia intensiva COVID-19. RUSSO et al. Transversal, monocêntrico Avaliar o fator de risco para infecções de Acinetobacter Baumanii multirresistente em pacientes internados em UTI por COVID- 19 ou outra etiologia. A colonização por Acinetobacter baumannii multirresistente foi mais frequente em pacientes com COVID-19, O que pode ser justificado pela maior utilização de antimicrobianos nestes pacientes. 2022 Análise de tendência de Gram-negativos resistentes a carbapenem Bactérias e consumo de antimicrobianos na era pós COVID-19: um desafio extra para instituições de saúde. DIAS et al. Retrospectivo, multicêntrico Analisar a incidência de bactérias Gram- negativas resistentes a carbapenem em infecções associadas a dispositivos entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020, em unidades de terapia intensiva. Acinetobacter baumannii resistente a carbapenêmicos aumentou em 2020. Klebsiela pneumoniae resistente a carbapenêmicos teve a mesma incidência nos dois períodos. Pseudomonas aeruginosa sofreu um declínio na prevalência. 2022 Impacto da pandemia de COVID-19 na incidência de infecções bacterianas multirresistentes em um hospital de cuidados agudos no Brasil. POLLY et al. Descritivo, retrospectivo, observacional e com delineamento de coorte Identificar a incidência de todas as infecções bacterianas multirresistentes de janeiro de 2017 a dezembro de 2020 no Instituto Central. A identificação geral de infecções multirresistentes aumentou 23% durante o COVID-19. Os patógenos que tiveram sua incidência de infecção aumentada foram Acinetobacter baumannii resistente a carbapenem e Staphylococcus aureus resistente à meticilina. 2021 Dinâmica da infecção por SARS-CoV2 e superinfeção de bactérias multirresistentes em pacientes com ventilação mecânica associada. MAZZARIOL et al. Descritivo, observacional com delineamento de coorte histórica aberta de centro único Investigar a presença de bactérias e fungos no aspirado brônquico (AB) em amostras de 43 pacientes com COVID-19 grave em ventilação mecânica. Neste estudo, 11 de 17 isolados de Pseudomonas aeruginosa mostraram resistência aos carbapenêmicos. Klebsiella pneumoniae foi a segunda mais isolada, sendo encontrada em 13 amostras, das quais 8 eram cepas produtoras de carbapenemases. 2021 Mudança de Paradigma no Padrão de Resistência Antimicrobiana de Bactérias Isolados durante a pandemia de COVID- 19. SAINI et al. Retrospectivo de centro único Observar os pacientes com COVID-19 internados no período de 1º de março de 2019 a 31 de dezembro de 2020 e avaliar o padrão AMR de agentes bacterianos isolados. Quando comparados o período pré- COVID-19 e COVID-19 ocorreu um aumento de até 40% de Staphylococcus aureus resistente à meticilina. Ciprofloxacina e cotrimoxazol tiveram sensibilidade reduzida entre as bactérias Gram- negativas. Klebsiella pneumoniae foi menos suscetível a aminoglicosídeos, fluoroquinolonas e carbapenemas. Pseudomonas aeruginosa mostraram resistência ao imipenem juntamente Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59445 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 com cefalosporinas de terceira geração. 2021 Redução de infecções bacterianas multirresistentes (MDR) durante a pandemia de COVID-19: um estudo retrospectivo. BENTIVEGNA et al. Caso-controle Identificar se a incidência de infecções bacterianas MDR durante o uso de medidas preventivas relacionadas à pandemia é menor do que em anos anteriores.Houve uma redução significativa na incidência de infecções bacterianas multirresistentes durante a pandemia em comparação com os anos pré- pandêmicos. Klebsiella Pneumoniae produtora de β-lactamase de espectro estendido foi patógeno que apresentou o maior aumento. Staphylococcus Aureus resistente à meticilina apresentou a maior incidência pré-pandêmica e a maior redução durante o período pandêmico estudado. 2021 Epidemiologia Bacteriana e Perfis de Resistência Antimicrobiana em Crianças relatadas pelo programa ISPED na China, 2016 a 2020. FU et al. Retrospectivo, multicêntrico Analisar as tendências da epidemiologia bacteriana e resistência antimicrobiana em crianças de 11 hospitais pediátricos terciários na China em 2016 a 2020. Organismos multirresistentes em crianças foram comumente observados e apresentaram taxas mais altas de resistência a drogas do que cepas sensíveis. Klebsiella Pneumoniae resistente a carbapenem, Acinetobacter baumannii resistente a carbapenêmicos, Pseudomonas aeruginosa resistente a carbapenêmicos mostraram tendências decrescentes entre 2016 e 2020. 2021 Resistência aos antibióticos na infecção do pé diabético: como mudou com a pandemia de COVID-19 em um centro de cuidados terciário. CARUSO et al. Descritivo, observacional com delineamento de coorte histórica aberta de centro único Investigar a taxa de resistência aos antibióticos e seus principais fatores de risco em uma população de pacientes com infecção do pé diabético (DFI) durante a pandemia de COVID-19, em comparação com a população de 2019. Em 2020 houve maior prevalência de resistência, assim como o aumento do risco e da taxa de resistência aos antibióticos. A prevalência de resistência de Staphylococcus aureus à oxacilina e a prevalência de resistência a Corynebacterium striatum para vancomicina e linezolida foram significativamente maiores em 2020. Entre os patógenos Gram-negativos, uma taxa significativamente maior de resistência aos carbapenêmicos, colistina e cefalosporinas de 3ª e 4ª geração foi observada em 2020. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59446 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 2021 Impacto da pandemia de COVID-19 na vigilância da resistência antimicrobiana. HIRABAYASHI et al. Retrospectivo, multicêntrico Comparar o número de pacientes e a taxa de isolamento de bactérias resistentes aos antimicrobianos antes e depois do início da pandemia de COVID-19 usando os dados abrangentes da vigilância nacional. O número de pacientes e a taxa de isolamento de Staphylococcus aureus resistente à meticilina diminuíram ligeiramente; os de Streptococcus pneumoniae resistente à penicilina diminuíram em 60%; e os de Klebsiella pneumoniae resistentes a cefalosporinas de terceira geração aumentaram. A taxa de isolamento das bactérias restantes aparentemente aumentou, embora o número de pacientes tenha diminuído. 2021 Infecções bacterianas secundárias e resistência antimicrobiana no COVID-19: avaliação comparativa da era pré-pandêmica e pandêmica, um estudo retrospectivo de centro único. KARATAS et al. Retrospectivo, de centro único Avaliar a epidemiologia e os padrões de resistência antimicrobiana em pacientes com COVID-19 e comparar os resultados com grupos de controle da era pré- pandêmica e pandêmica. Houve uma diminuição significativa nas enterobactérias produtoras de beta-lactamase de espectro estendido em comparação com amostras da era pré-pandemia e pandemia. 2021 Perfil clínico das infecções da corrente sanguínea em pacientes com COVID-19: uma coorte retrospectiva. PALANISAMY et al. Estudo retrospectivo, de centro único e com delineamento de coorte. Avaliar a prevalência, perfil clínico e resultado de infecções de corrente sanguínea em pacientes criticamente doentes com COVID-19. Uma proporção significativa das infecções de corrente sanguínea era causada por patógenos Gram- negativos. Acinetobacter baumannii foi o isolado mais comum, seguido por Klebsiella pneumoniae. Organismos multirresistentes foram encontrados em 57,8% dos casos. A maioria dos organismos multirresistentes pertenciam aos grupos Klebsiella pneumoniae e Enterococcus. 47,2% das infecções eram bactérias Gram- negativas resistentes a carbapenem. 2021 O impacto da pandemia de COVID-19 nas infecções adquiridas na área da saúde com organismos multirresistentes. COLE et al. Transversal, retrospectivo e multicêntrico Avaliar a prevalência de infecções iniciadas nos cuidados de saúde com organismos multirresistentes antes e após a pandemia COVID- 19. No geral, as taxas de infecções por organismos multirresistentes diminuíram do primeiro trimestre de 2020 (Pré-COVID) para o segundo trimestre de 2020 (COVID). Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59447 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 2021 Avaliação pré e pós- COVID-19 de suscetibilidade antimicrobiana a infecções relacionadas à assistência à saúde no unidade de terapia intensiva de um hospital terciário. GASPAR et al. Descritivo, retrospectivo de centro único. Comparar as infecções relacionadas à saúde notificados entre janeiro de 2018 e janeiro de 2020 e durante a pandemia entre fevereiro e julho de 2020. A resistência antimicrobiana aumentou durante a pandemia, isolados de Klebsiella pneumoniae tornaram-se mais resistentes, especialmente à Polimixina B. Acenetobacter baumannii tornaram- se mais resistentes a carbapenêmicos. 2021 Características de resistência em cepas bacterianas isoladas do ambiente hospitalar antes e durante a COVID-19. MITACHE et al. Descritivo, observacional, retrospectivo e multicêntrico Comparar os perfis de resistência a antibióticos e tolerância a biocidas de cepas bacterianas isoladas antes e durante a COVID- 19. Se antes da pandemia as taxas de resistência dos Gram-negativos às cefalosporinas de 3ª e 4ª geração atingiram 73,3% e 70-85% para quinolonas e tetraciclinas, após a pandemia as taxas de resistência às cefalosporinas de 3ª geração permaneceram altas, ou seja, 87,5%, enquanto para os demais antibióticos as taxas eram 25-50%. 2021 Aumento da resistência antimicrobiana durante a pandemia de COVID- 19. LAI et al. Estudo descritivo, observacional, retrospectivo e multicêntrico. Comparar o número e a taxa de infecções resistentes a antimicrobianos de espécies bacterianas recuperadas de várias fontes clínicas de pacientes entre janeiro-junho de 2019 e janeiro-junho de 2020. O consumo de antibióticos aumentou durante o período da pandemia e a as taxas de resistência dos antibióticos selecionados permaneceram constantes entre os dois períodos de tempo, com exceção de Haemophilus influenzae, que apresentou declínio na resistência e um aumento na resistência de Streptococcus pyogenes, e isolados do complexo Acinetobacter baumannii. 2020 Etiologia e resistência antimicrobiana de infecções bacterianas secundárias em pacientes hospitalizados com COVID-19 em Wuhan, China: uma análise retrospectiva. LI et al. Descritivo, observacional com delineamento de coorte histórica aberta de centro único Obter a etiologia e resistência antimicrobiana de infecções bacterianas secundárias para uso antimicrobiano mais preciso. Foram isoladas principalmente cepas de Acinetobacter baumannii, Klebsiella pneumoniae e Stenotrophomonas maltophilia. Já as taxas de resistênciaantimicrobiana das cepas foi 91,7% para Acinetobacter baumannii resistente a carbapenem, 76,6% para Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenem, 100% para Staphylococcus aureus e estafilococos coagulase negativos resistentes a meticilina e 75% para Escherichia coli produtora de beta- lactamase de espectro estendido. 2020 Coinfecções bacterianas e fúngicas em pacientes com COVID-19 hospitalizados durante o surto de pandemia em Nova York. NORI et al. Retrospectivo, de centro único Caracterizar as coinfecções bacterianas e fúngicas durante a pandemia com foco em resultados clínicos, uso de antimicrobianos e resistência antimicrobiana. Klebsiella pneumoniae foi menos suscetível a cefalosporinas, ciprofloxacina e meropenem na pandemia. Enterobacteriaceae foram mais resistentes a carbapenêmicos em 2020. Foi identificada Enterobacter cloacae produtora de metalo-beta-lactamase na pandemia. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59448 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 2020 Mudança no uso de antibióticos hospitalares e aquisição de organismos gram- negativos multirresistentes após o início da doença do coronavírus 2019. BORK et al. Estudo analítico que utiliza series temporais interrompidas Descrever a utilização de antibióticos e a incidência de organismos multirresistentes gram-negativos em uma faculdade de medicina no início da pandemia de COVID-19. O uso total de antibiótico e o uso de antibiótico relacionado à pneumonia foi maior no período após o início do COVID-19 em comparação com o período de calendário semelhante em 2019. Em 2020, para cada teste positivo para COVID-19 por semana, houve um aumento de 3% nos organismos multirresistentes Gram-negativos em comparação com o mesmo período de 2019. Fonte: Autores. 4 DISCUSSÃO Ao todo, dez dos 20 registros analisados no Quadro 1 constataram que houve um aumento na resistência bacteriana e na identificação de microrganismos multirresistentes após o início da pandemia de COVID-19 (AMARSY et al., 2022; RUSSO et al., 2022; POLLY et al., 2022; SAINI et al. 2021; CARUSO et al., 2021; COLE et al., 2021; GASPAR et al., 2021; MITACHE et al., 2021; NORI et al., 2020; BORK et al., 2020). Os fatores mais preocupantes para o aumento da resistência aos antimicrobianos nesse período foram o uso empírico de antimicrobianos no tratamento da infecção pelo SARS- COV-2, a superlotação de hospitais associada à maior dificuldade de isolamento de pacientes com bactérias multirresistentes e maior número de intubações (RAWSON et. al., 2020). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 15% dos infectados pelo SARS-CoV-2 desenvolvem uma coinfecção bacteriana que justifica o uso da antibioticoterapia (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020). Além disso, Zavala-Flores et. al. (2020) relataram que 68,9% dos pacientes com COVID-19 receberam antibioticoterapia empírica (principalmente azitromicina e ceftriaxona) com uma taxa de automedicação de 33,0% antes da admissão hospitalar. Ademais, em uma análise de coorte retrospectiva de 191 pacientes de dois hospitais em Wuhan, Zhou et al. (2020) relataram que 95% deles foram tratados com antibióticos, juntamente com 21% tratados com antivirais. A taxa de mortalidade de 11% entre 99 pacientes também foi relatada em um estudo em Wuhan, e 71% foram tratados com antibióticos; no entanto, apenas 1% apresentou coinfecção bactérias e 4% tiveram coinfecções fúngicas (YOUNG et al., 2020). Em um estudo de centro único realizado em Wuhan, a antibioticoterapia foi administrada a todos os pacientes, sendo que envolveu 36 não sobreviventes com COVID-19 e 61,1% dos casos usaram antibioticoterapia combinada, enquanto 38,9% receberam antibiótico único (HUANG et al., 2020). Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59449 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 Esse cenário de utilização de antimicrobianos embasa a preocupação dos profissionais de saúde quanto ao aumento das epidemias e surtos causados por bactérias pan-resistentes, ou seja, resistentes a todas as classes de antimicrobianos disponíveis no mercado. Estes microrganismos possuem capacidade de adaptação e produção de mecanismos de resistência superiores à capacidade de desenvolvimento de novas substâncias da indústria farmacêutica (WEI et al., 2020). Em contrapartida, quatro dos artigos analisados nesta revisão tiveram como resultados de seus estudos um decréscimo na identificação de microrganismos multirresistentes quando comparados os períodos pré-pandêmico e pandêmico (ELLIOTT et al., 2022; BENTIVEGNA et al., 2021; FU et al., 2021; KARATAS et al., 2021). Esse cenário pode ser justificado pelo fato de que ocorreu uma mudança nos hábitos sociais como o da utilização de máscaras, higienização das mãos e redução de grandes aglomerações de pessoas durante a pandemia (GALVÃO et al., 2020). Tais medidas não apenas diminuem a taxa de infecção pela COVID-19, mas também diminuem a circulação de microrganismos na sociedade em geral (SANTOS PEREIRA et al., 2021). Em três dos 20 artigos incluídos na revisão houve tanto bactérias que foram mais suscetíveis quanto bactérias que que foram menos suscetíveis à ação de antimicrobianos. O estudo de Hirabayashi et al. (2021) constatou que a taxa de isolamento de organismos resistentes aumentou no período pandêmico. Já no estudo de Lai et al. (2021) as taxas de resistência dos antibióticos selecionados permaneceram constantes entre os dois períodos de tempo. Enquanto que no estudo de Dias et al. (2021) houve um aumento na identificação de Acinetobacter baumannii e diminuição em Pseudomonas aeruginosa. No estudo de Fu et al. (2021), organismos multirresistentes em crianças foram comumente observados e apresentaram taxas mais altas de resistência a drogas do que cepas sensíveis, o que implica que está cada vez mais difícil tratar infecções bacterianas em crianças. Além disso, no mesmo estudo foi relatado um alto nível de infecções multirresistentes em neonatos, o que possivelmente esteve relacionado à imunidade imatura e à exposição materna, especialmente exposição a Enterobacteriaceae durante o trabalho de parto (VERGANO et al., 2017). A taxa de mortalidade para neonatos com sepse por Enterobacteriaceae resistente a carbapenem pode chegar a ser de até 33,3% (SINCOVICH et al., 2019). Três dos 20 artigos analisados traçaram um perfil de resistência para antimicrobianos durante a pandemia por COVID-19 (LI et al., 2020; PALANISAMY et Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59450 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 al., 2021; MAZZARIOL et al., 2022). Os microrganismos de maior destaque foram Acinetobacter baumanni, Klebsiela pneumoniae, Staphylococcus aureus e Estafilococos coagulase negativos, Eschrichia coli, bactérias da família dos Enterococcus e Pseudomonas aeruginosa. Dentre todos, Acinetobacter baumanni e Klebsiela pneumoniae foram os microrganismos multirresistentes que mais tiveram aumento de resistência bacteriana. Acinetobacter Baumanni é uma bactéria que pode causar infecções de urina, da corrente sanguínea e pneumonia e foi incluída na lista da OMS como uma das 12 bactérias de maior risco à saúde humana pelo seu alto poder de resistência (WORLDHEALTHORGANIZATION. 2017). Esta bactéria fomenta na comunidade científica o emprego de novas técnicas, como mapeamento genético para decifrar os mecanismos moleculares, microbiológicos e de virulência de cada caso de infecção, afim identificar novos alvos terapêuticos e estabelecer meios de tratamento específicos e precisos (KYRIAKIDIS et al., 2021). Klebsiella pneumoniae, também inclusa na listada OMS, e naturalmente encontrada na flora intestinal humana, é considerada endêmica no Brasil (WORLD HEALTH ORGANIZATION. 2017; SOARES et al., 2020). Este patógeno causa grande ônus ao SUS devido à alta prevalência e taxa de mortalidade dessa infecção. Ademais, a comunidade científica carece de pesquisas sobre como a Klebsiella pneumoniae supera a resposta imune do hospedeiro e estabelece diferentes sítios de infecção, como pulmão, fígado e outros órgãos do corpo humano (WANG et al., 2020). 5 CONCLUSÃO Neste estudo foi possível identificar, de acordo com os trabalhos avaliados, que houve aumento da resistência bacteriana aos antimicrobianos, durante a pandemia, devido à utilização desnecessária de antibióticos. Em contrapartida, alguns estudos relataram que a disseminação de organismos multirresistentes diminuiu durante este período, devido às medidas impostas durante as medidas de quarentena nos hospitais e na sociedade, o que configura uma herança positiva da pandemia. O aumento da resistência antimicrobiana é uma consequência inevitável da pandemia de COVID-19. A causa é multifatorial, mas o principal fator é a alta taxa de uso de medicamentos antimicrobianos em pacientes com COVID-19. Portanto, medidas como o uso racional dos antibióticos, prevenção de infecções bacterianas, controle e prevenção da disseminação de microrganismos resistentes são Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59451 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 nescessárias para evitar a resistência bacteriana. Além disso, é importante que os hospitais façam um levantamento das bactérias mais comuns no hospital e unidades de terapia intensiva, bem como avaliar os perfis de sensibilidade e resistência desses microrganismos. Este estudo é importante para a sociedade, uma vez que o conhecimento sobre a resistência bacteriana e seus mecanismos de defesa se fazem necessários para adquirir métodos eficazes de prevenção e tratamento contra as infecções multirresistentes. Assim, espera-se que os resultados obtidos orientem novos métodos dinâmicos de prevenção e controle de infecções multirresistentes no contexto da pandemia e perspectivas futuras. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 59452 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 REFERÊNCIAS ABELENDA-ALONSO, Gabriela et al. Antibiotic prescription during the COVID-19 pandemic: a biphasic pattern. Infection Control & Hospital Epidemiology, v. 41, n. 11, p. 1371-1372, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1017/ice.2020.381. Acesso em 20 fev. 2022. AMARSY, Rishma et al. Surging bloodstream infections and antimicrobial resistance during the first wave of COVID–19: a study in a large multihospital institution in the Paris region. International Journal of Infectious Diseases, v. 114, p. 90-96, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ijid.2021.10.034. Acesso em: 20 mai. 2022. BENTIVEGNA, Enrico et al. Reduction of multidrug-resistant (MDR) bacterial infections during the COVID-19 pandemic: a retrospective study. International journal of environmental research and public health, v. 18, n. 3, p. 1003, 2021. 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