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09BJD26-08DOI296

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Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
59436 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 
 
Principais etiologias e o aumento da resistência bacteriana pelo uso 
indiscriminado de antimicrobianos frente a COVID-19: uma revisão 
integrativa 
 
Main etiologies and the increase in bacterial resistance by the 
indiscriminate use of antimicrobials against COVID-19: an integrative 
review 
 
DOI:10.34117/bjdv8n8-296 
 
Recebimento dos originais: 21/06/2022 
Aceitação para publicação: 29/07/2022 
 
Expedito Duarte de Lima 
Acadêmico de Medicina 
Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro 
Endereço: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada 
E-mail: expedito.duarte@discente.ufma 
 
Sueli de Souza Costa 
Doutora em Ciências Odontológicas 
Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro 
Instituição: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada 
E-mail: sueli.costa@ufma.br 
 
José Braz Costa Castro Junior 
Médico 
Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro 
Endereço: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada 
E-mail: josebraz.b@gmail.com 
 
Flávia Cristina Lima de Sousa Castro 
Médica 
Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro 
Endereço: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada 
E-mail: flaviacristina@outlook.com 
 
Hiago José Chaves Rodrigues 
Acadêmico de Medicina 
Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro 
Endereço: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada 
E-mail: hiago.rodrigues@discente.ufma.br 
 
Magno da Glória Silva 
Acadêmico de Medicina 
Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro 
Endereço: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada 
E-mail: magno.catolico12@gmail.com 
 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
59437 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 
 
Júlia Alves Moisés Ferreira 
Acadêmico de Medicina 
Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Pinheiro 
Endereço: Estrada Pinheiro Pacas, Km 10, S/N, Enseada 
E-mail: juh.amf13@gmail.com 
 
Gabriel Pereira de Sousa 
Acadêmico de Medicina 
Instituição: Universidade Ceuma 
Endereço: Av. São Luís Rei de França, 50, Turu, São Luís – MA 
E-mail: gabrielpsousa.med@gmail.com 
 
RESUMO 
A descoberta dos antibióticos foi uma grande evolução para a sociedade como um todo. 
Entretanto, a utilização dessas substâncias de maneira inadequada favorece o 
desenvolvimento de resistência bacteriana, o que constitui uma grande preocupação 
mundial. O uso da antibioticoterapia empírica e automedicação na pandemia COVID-19 
tem evidenciado ainda mais esse problema, uma vez que estudos de todo mundo relatam 
altas taxas de utilização dessas medicações frente a um momento de pandemia nunca 
antes vivido pela sociedade moderna. OBJETIVO: realizar uma revisão sobre as 
principais etiologias e o aumento da resistência aos antibacterianos promovida pela 
utilização indiscriminada de antibióticos durante a pandemia do COVID-19. 
METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa descritiva sob a forma de revisão integrativa 
da literatura. Foram realizadas buscas de registros relacionadas ao tema publicados no 
período de janeiro de 2020 a março de 2022. A pesquisa foi feita no mês de maio de 2022 
e nas seguintes bases de dados: SCOPUS, COCHRANE LIBRARY, LILACS, PUBMED, 
MEDLINE e SCIELO. Os trabalhos obtidos foram analisados e suas principais 
características organizadas em uma tabela de acordo com o objetivo deste estudo. 
RESULTADOS: Após obtenção de 394 títulos, foram selecionados 20 artigos que foram 
incluídos nesta revisão, dos quais 10 registros destacaram que houve um aumento na 
resistência bacteriana e na identificação de microrganismos multirresistentes após o início 
da pandemia de COVID-19; quatro dos artigos tiveram como resultados de seus estudos 
um decréscimo na identificação de microrganismos multirresistentes quando comparados 
os períodos pré-pandêmico e pandêmico; em três dos 20 artigos incluídos na revisão 
houve tanto bactérias que foram mais suscetíveis quanto bactérias que foram menos 
suscetíveis à ação de antimicrobianos; sendo Acinetobacter baumanni e Klebsiela 
pneumoniae os microrganismos multirresistentes que mais tiveram aumento de 
resistência bacteriana. CONCLUSÃO: Este estudo é importante para a sociedade, uma 
vez que o conhecimento sobre a resistência bacteriana se faz necessário para adquirir 
métodos eficazes de prevenção e tratamento contra as infecções multirresistentes. Espera-
se que os resultados obtidos orientem novos métodos eficazes de prevenção e controle de 
infecções multirresistentes no contexto da pandemia e posterioridade. 
 
Palavras-chave: COVID-19, farmacorresistência bacteriana, antibacterianos. 
 
ABSTRACT 
The discovery of antibiotics was a major development for society as a whole. However, 
the inappropriate use of these substances favors the development of bacterial resistance, 
which is a major concern worldwide. The use of empirical antibiotic therapy and self-
medication in the COVID-19 pandemic has further highlighted this problem, since studies 
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from all over the world report high rates of use of these medications in a moment of 
pandemic never before experienced by modern society. OBJECTIVE: to carry out a 
review of the main etiologies and the increase in resistance to antibacterials promoted by 
the indiscriminate use of antibiotics during the COVID-19 pandemic. 
METHODOLOGY: This is a descriptive research in the form of an integrative literature 
review. Searches were performed for records related to the topic published from January 
2020 to March 2022. The search was carried out in May 2022 and in the following 
databases: SCOPUS, COCHRANE LIBRARY, LILACS, PUBMED, MEDLINE and 
SCIELO. The works obtained were analyzed and their main characteristics organized in 
a table according to the objective of this study. RESULTS: After obtaining 394 titles, 20 
articles were selected that were included in this review, of which 10 records highlighted 
that there was an increase in bacterial resistance and in the identification of multidrug-
resistant microorganisms after the beginning of the COVID-19 pandemic; four of the 
articles had, as a result of their studies, a decrease in the identification of multidrug-
resistant microorganisms when comparing the pre-pandemic and pandemic periods; in 
three of the 20 articles included in the review there were both bacteria that were more 
susceptible and bacteria that were less susceptible to the action of antimicrobials; 
Acinetobacter baumanni and Klebsiela pneumoniae were the multidrug-resistant 
microorganisms that had the greatest increase in bacterial resistance. CONCLUSION: 
This study is important for society, since knowledge about bacterial resistance is 
necessary to acquire effective methods of prevention and treatment against multidrug-
resistant infections. It is hoped that the results obtained will guide new effective methods 
of prevention and control of multidrug-resistant infections in the context of the pandemic 
and posteriority. 
 
Keywords: COVID-19, bacterial pharmacoresistance, antibacterials. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Desde a descoberta, por acaso, da penicilina por Alexander Fleming, em 1928, a 
humanidade passou por uma das maiores revoluções na área da saúde. A partir desse 
ponto foram desenvolvidas outras substâncias com propriedades bactericidas e 
bacteriostáticas que possibilitaram que milhões de vidas fossem salvas de infecções 
causadas por microrganismos. Entretanto, Fleming já havia previsto que no futuro haveria 
um “abuso” dessas substâncias devido à altademanda pública e aos efeitos milagrosos 
que elas proporcionaram (LOBANOVSKA-PILLA et al., 2017). 
Assim, a utilização inadequada dessas drogas acelera o processo natural de 
resistência bacteriana aos antimicrobianos, sendo preocupante a forma como esses 
medicamentos são utilizados em ambientes ambulatoriais, hospitalares e domésticos no 
tratamento ou profilaxia de doenças humanas (COSTA et al., 2017). 
As bactérias possuem a capacidade natural de se adaptar a um antibiótico, seja por 
meio de mutações ou trocas de materiais genéticos entre elas. Entretanto, o uso 
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indiscriminado dessas substâncias aumenta a pressão seletiva e também a oportunidade 
de a bactéria ser exposta às mesmas, o que facilita a aquisição de mecanismos de 
resistência (COSTA et al., 2017). Além disso, 700 mil pessoas morrem a cada ano no 
mundo devido a infecções causadas por bactérias resistentes e estima-se que, se não 
forem feitas mudanças em nível global, a resistência a antibióticos pode levar à morte 
de 10 milhões de pessoas por ano a partir de 2050, o que representa uma morte a cada 
3 segundos (O’NEILL, 2016). 
Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou 
que as autoridades chinesas relataram vários casos de pessoas com pneumonia na cidade 
de Wuhan, província de Hubei (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020). Tratava-
se de um novo tipo de coronavírus, que posteriormente seria denominado SARS-CoV-2. 
Cinco meses após, o vírus já havia se espalhado por diversos países do mundo; o número 
de casos atingiu a casa dos milhões e a doença viral altamente contagiosa ceifou milhares 
de vidas. No momento atual, o mundo vivencia uma pandemia sem precedentes na 
história contemporânea (KOH, 2020). 
Diante desta situação, diversos autores relataram um notório aumento nas 
prescrições de antibioticoterapia empírica para tratar ou prevenir infecções bacterianas 
secundárias à COVID-19, principalmente em pacientes hospitalizados (ABELENDA-
ALONSO et al., 2020; CLANCY & NGUYEN, 2020; MALCOLM et al., 2020). Além 
disso, Langford et al. (2020) relataram que 72% dos pacientes com COVID-19 receberam 
antibióticos mesmo quando não clinicamente indicados, em um estudo multicêntrico nos 
EUA. Essa abordagem poderia resolver teoricamente a grande maioria das coinfecções, 
mas produziu uma pressão seletiva dramática e expôs um grande número de pacientes a 
antibióticos desnecessários (SEGALA et al. 2021). 
Os principais motivos para essa alta taxa de utilização de antibióticos, 
principalmente em pacientes graves seriam: a semelhança entre os sintomas causados pela 
pneumonia viral e por uma pneumonia de origem bacteriana (tosse, febre e infiltrados 
radiológicos), a ansiedade e incerteza frente ao momento atípico da pandemia por uma 
doença sem tratamento eficaz comprovado e a dificuldade de diferenciar uma infecção 
única por SARS-CoV-2, infecção secundária ou coinfecções (LAI et al., 2021). 
Guimarães et al. (2020) afirmam que a terapia antimicrobiana não está sendo aplicada 
somente pela comunidade médica, mas também pela comunidade leiga, que se 
automedica ou recebe indicação de diversos profissionais, sejam da área da saúde ou não. 
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A resistência aos antimicrobianos representa um grande problema que ameaça a 
saúde pública mundial e requer uma ação conjunta de todos os setores do governo e da 
sociedade (SILVA, 2020). Novos mecanismos de resistência estão surgindo e se 
disseminando rapidamente graças ao grande fluxo de pessoas e mercadorias por todo o 
globo terrestre, o que está ameaçando nossa capacidade de tratar infecções comuns, 
resultando em doença prolongada, incapacidade e morte (SANTOS PEREIRA et al., 
2021). 
Portanto, com a capacidade dos antibacterianos comprometida, vários 
procedimentos médicos como transplante de órgãos, quimioterapia, controle de diabetes 
e cirurgias de grande porte (cesarianas ou próteses de quadril, por exemplo) se tornam um 
risco muito alto (ROCHA, 2021). 
Dessa forma, pode-se compreender que o uso indiscriminado de antibióticos é 
considerado o principal fator para o desenvolvimento da resistência bacteriana, muitas 
vezes ocasionado pela falta de conhecimento de quem faz o uso ou pela dificuldade de 
acesso aos serviços de saúde, o que leva o indivíduo à automedicação (VIEIRA et al., 
2017). Tal situação está ainda mais evidente no cenário da pandemia COVID-19 e, assim, 
se fazem necessários estudos com foco nas etiologias bacterianas que apresentaram 
resistência microbiana aos antibióticos. 
O objetivo deste trabalho é realizar um estudo de revisão integrativa sobre as 
principais etiologias e o aumento da resistência aos antibacterianos promovida pela 
utilização indiscriminada de antibióticos durante a pandemia do COVID-19. 
 
2 MATERIAL E MÉTODO 
Trata-se de pesquisa descritiva sob a forma de revisão integrativa da literatura, 
desenvolvida através de uma abordagem qualitativa, onde o objetivo deste tipo de estudo 
é sintetizar o conteúdo de vários materiais e analisar criticamente as informações obtidas 
(PEREIRA et al., 2018). 
Para orientar o desenvolvimento da revisão, formulou-se a seguinte questão 
norteadora: “o que se tem escrito nos artigos publicados desde o início da pandemia sobre 
as principais etiologias e o aumento da resistência bacteriana pelo uso indiscriminado de 
antibióticos frente a COVID-19?” A partir dessa questão, foram escolhidos os descritores 
“COVID-19”, “farmacorresistência bacteriana”, “antibacterianos” e “Drug Resistance, 
Bacterial” de acordo com os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). 
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A busca pelos estudos se deu nos seguintes bancos de dados eletrônicos: 
SCOPUS, COCHRANE LIBRARY, Literatura Latino-Americana e do Caribe em 
Ciências da Saúde (LILACS), US National Library of Medicine (PUBMED), Literatura 
Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online 
(SCIELO). O processo de seleção dos títulos seguiu o diagrama flow (PAGE et al., 2021). 
Foram realizadas buscas de publicações relacionadas ao tema no período de janeiro de 
2020 a março de 2022. O período de publicação dos artigos foi estabelecido tendo em 
vista o tempo decorrido entre o início da pandemia COVID-19 e a realização desta 
pesquisa. As buscas ocorreram no mês de maio de 2022. Foram realizadas duas rodadas 
de pesquisa nas bases de dados SCOPUS, Cochrane Library, Lilacs, SciELO, Medline, e 
PubMed nas quais foram utilizadas as seguintes estratégias associativas: 
“farmacorresistência bacteriana” and “COVID-19” and “antibacterianos” e “drug 
resistance, bacterial” and “COVID-19” and “antibacterials”. 
Foram adotados os seguintes critérios de inclusão: artigos primários e originais, 
que tenham foco no estudo das principais etiologias e aumento da resistência bacteriana 
pelo uso indiscriminado de antimicrobianos frente a COVID-19, publicados no idioma 
inglês ou português no período de janeiro de 2020 a março de 2022. Os critérios de 
exclusão: trabalhos que não corresponderem ao objetivo da pesquisa e que não estavam 
disponibilizados em texto completo e gratuito. 
Os resultados foram dispostos em uma tabela do Microsoft office Excel 2019, 
onde os dados de cada registro foram distribuídos em colunas com o ano da publicação, 
o título e autores, tipo de produção, objetivos e principais resultados relacionados às 
principais etiologias e aumento da resistência bacteriana pelo uso indiscriminado de 
antimicrobianos frente a COVID-19. 
Os principais fatores limitantesdeste estudo foram os trabalhos que estavam 
relacionados ao objetivo da pesquisa, mas que não foram inclusos por não estarem 
disponíveis na íntegra ou não serem gratuitos. Além de estudos que estivessem 
disponíveis apenas em bases de dados que não foram abordadas nesta revisão. 
Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica e não envolver diretamente pesquisa 
com humanos, este estudo não necessitou de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. 
Este trabalho é fundamentado nas diretrizes e normas regulamentadoras estabelecidas nas 
resoluções n° 466/2012 e 580/2018 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da 
Saúde. 
 
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3 RESULTADOS 
As associações entre os descritores no processo de busca resultaram, inicialmente, 
em 394 artigos. Os achados estão estabelecidos na Tabela 1. 
 
Tabela 1: Disposição do número de artigos conforme arranjos dos descritores utilizados na pesquisa em 
base de dados. 
Associação de 
descritores: 
Cochrane 
Library 
SCOPU
S 
LILACS SCIELO MEDLINE PUBMED 
“farmacorresistênci
a bacteriana” and 
“COVID-19” and 
“antibacterianos" 
- - - - 134 - 
“drug resistance, 
bacterial” and 
“COVID-19” and 
“antibacterials” 
3 6 - - 5 246 
Total: 3 6 - - 139 246 
Fonte: Autores. Dados obtidos nas bases de dados COCHRANE LYBRARY, SCOPUS, LILACS, 
SCIELO, MEDLINE e PUBMED. 
 
Na primeira etapa de seleção foram eliminados 58 registros por não estarem 
disponíveis gratuitamente na íntegra. A partir disso, forem removidas 116 artigos 
duplicados e dois artigos que não puderam ser acessados devido a erro na página web. 
Após a leitura e análise dos títulos dos artigos encontrados, atendendo aos critérios de 
inclusão e de exclusão e a análise crítica, obteve-se uma amostra de 20 publicações que 
atenderam ao conceito norteador do estudo. Todos os registros que abordaram as 
principais etiologias e o aumento da resistência bacteriana pelo uso indiscriminado de 
antimicrobianos frente a COVID-19 foram sintetizados em um quadro para melhor 
visualização da catalogação (Quadro 1). 
 
 
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Figura 1. Processo de busca e análise dos trabalhos, baseado no diagrama flow de revisão PRISMA 2020 
(PAGE et al., 2021). 
 
Fonte: Autores. 2022 
 
Quadro 1: Síntese dos artigos publicados nesta revisão integrativa. 
Ano Título e autores 
Tipo de 
produção 
Objetivos Principais resultados 
2022 
Surgimento de 
infecções da corrente 
sanguínea e resistência 
antimicrobiana durante 
a primeira onda de 
COVID-19: um estudo 
em uma grande 
instituição na região de 
Paris. AMARSY et al. 
Retrospectivo, 
multicêntrico 
Medir o impacto da 
primeira onda da 
pandemia de 
COVID-19 (março a 
abril de 2020) sobre 
a incidência de 
infecções da corrente 
sanguínea em uma 
instituição de saúde 
pública da França. 
As taxas de infecções de corrente 
sanguínea com organismos 
resistentes à cefalosporinas de 3ª 
geração aumentaram durante o 
período COVID-19. Houve um 
aumento de Klebsiela pneumoniae 
produtora de beta-lactamase de 
espectro estendido, enterobactérias 
resistentes à cefotaxima, 
Pseudomonas aeruginosa resistentes 
à ceftazidima e Staphylococcus 
aureus resistente à meticilina. 
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2022 
Benefício inesperado do 
COVID-19 
nas restrições 
hospitalares: Redução 
de pacientes isolados 
com 
organismos 
multirresistentes. 
ELLIOTT et al. 
Retrospectivo, 
monocêntrico 
Avaliar a eficácia de 
medidas de 
prevenção causadas 
pela COVID-19 em 
pacientes com 
infecções 
multirresistentes. 
Foi identificada uma diminuição 
geral no número de pacientes 
isolados com infecções por 
organismos multiresistentes. 
2022 
Infecções por 
Acinetobacter 
baumannii 
multirresistentes em 
pacientes internados em 
unidade de terapia 
intensiva COVID-19. 
RUSSO et al. 
Transversal, 
monocêntrico 
Avaliar o fator de 
risco para infecções 
de Acinetobacter 
Baumanii 
multirresistente em 
pacientes internados 
em UTI por COVID-
19 ou outra 
etiologia. 
A colonização por Acinetobacter 
baumannii multirresistente foi mais 
frequente em pacientes com 
COVID-19, O que pode ser 
justificado pela maior utilização de 
antimicrobianos nestes pacientes. 
2022 
Análise de tendência de 
Gram-negativos 
resistentes a 
carbapenem 
Bactérias e consumo de 
antimicrobianos na era 
pós COVID-19: um 
desafio extra para 
instituições de saúde. 
DIAS et al. 
Retrospectivo, 
multicêntrico 
Analisar a incidência 
de bactérias Gram-
negativas resistentes 
a carbapenem em 
infecções associadas 
a dispositivos entre 
janeiro de 2019 e 
dezembro de 2020, 
em unidades de 
terapia intensiva. 
Acinetobacter baumannii resistente a 
carbapenêmicos aumentou em 2020. 
Klebsiela pneumoniae resistente a 
carbapenêmicos teve a mesma 
incidência nos dois períodos. 
Pseudomonas aeruginosa sofreu um 
declínio na prevalência. 
2022 
Impacto da pandemia 
de COVID-19 na 
incidência de infecções 
bacterianas 
multirresistentes em um 
hospital de cuidados 
agudos no Brasil. 
POLLY et al. 
Descritivo, 
retrospectivo, 
observacional e 
com 
delineamento 
de coorte 
Identificar a 
incidência de 
todas as infecções 
bacterianas 
multirresistentes de 
janeiro de 2017 a 
dezembro de 2020 
no 
Instituto Central. 
A identificação geral de infecções 
multirresistentes aumentou 23% 
durante o COVID-19. Os patógenos 
que tiveram sua incidência de 
infecção aumentada foram 
Acinetobacter baumannii resistente a 
carbapenem e Staphylococcus 
aureus resistente à meticilina. 
2021 
Dinâmica da infecção 
por SARS-CoV2 e 
superinfeção de 
bactérias 
multirresistentes 
em pacientes com 
ventilação mecânica 
associada. 
MAZZARIOL et al. 
Descritivo, 
observacional 
com 
delineamento 
de coorte 
histórica aberta 
de centro único 
Investigar a presença 
de bactérias e fungos 
no aspirado 
brônquico (AB) em 
amostras de 43 
pacientes com 
COVID-19 grave em 
ventilação mecânica. 
Neste estudo, 11 de 17 isolados de 
Pseudomonas aeruginosa mostraram 
resistência aos carbapenêmicos. 
Klebsiella pneumoniae foi a segunda 
mais isolada, sendo encontrada em 
13 amostras, das quais 8 eram cepas 
produtoras de carbapenemases. 
2021 
Mudança de Paradigma 
no Padrão de 
Resistência 
Antimicrobiana de 
Bactérias 
Isolados durante a 
pandemia de COVID-
19. SAINI et al. 
Retrospectivo 
de centro único 
Observar os 
pacientes com 
COVID-19 
internados no 
período de 1º de 
março de 2019 a 
31 de dezembro de 
2020 e avaliar o 
padrão AMR de 
agentes bacterianos 
isolados. 
Quando comparados o período pré-
COVID-19 e COVID-19 ocorreu um 
aumento de até 40% de 
Staphylococcus aureus resistente à 
meticilina. Ciprofloxacina e 
cotrimoxazol tiveram sensibilidade 
reduzida entre as bactérias Gram-
negativas. Klebsiella pneumoniae foi 
menos suscetível a 
aminoglicosídeos, fluoroquinolonas 
e carbapenemas. Pseudomonas 
aeruginosa mostraram 
resistência ao imipenem juntamente 
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com cefalosporinas de terceira 
geração. 
2021 
Redução de infecções 
bacterianas 
multirresistentes 
(MDR) 
durante a pandemia de 
COVID-19: um estudo 
retrospectivo. 
BENTIVEGNA et al. 
Caso-controle 
Identificar se a 
incidência de 
infecções 
bacterianas MDR 
durante o uso de 
medidas preventivas 
relacionadas à 
pandemia é menor 
do que em anos 
anteriores.Houve uma redução significativa na 
incidência de infecções bacterianas 
multirresistentes durante a pandemia 
em comparação com os anos pré-
pandêmicos. Klebsiella Pneumoniae 
produtora de β-lactamase de 
espectro estendido foi patógeno que 
apresentou o maior aumento. 
Staphylococcus Aureus resistente à 
meticilina apresentou a maior 
incidência pré-pandêmica e a maior 
redução durante o período 
pandêmico estudado. 
2021 
Epidemiologia 
Bacteriana e Perfis de 
Resistência 
Antimicrobiana em 
Crianças relatadas pelo 
programa ISPED na 
China, 2016 a 2020. FU 
et al. 
Retrospectivo, 
multicêntrico 
Analisar as 
tendências da 
epidemiologia 
bacteriana e 
resistência 
antimicrobiana em 
crianças de 11 
hospitais pediátricos 
terciários na China 
em 2016 a 2020. 
Organismos multirresistentes em 
crianças foram comumente 
observados e apresentaram taxas 
mais altas de resistência a drogas do 
que cepas sensíveis. Klebsiella 
Pneumoniae resistente a 
carbapenem, Acinetobacter 
baumannii resistente a 
carbapenêmicos, Pseudomonas 
aeruginosa resistente a 
carbapenêmicos mostraram 
tendências decrescentes entre 2016 e 
2020. 
2021 
Resistência aos 
antibióticos na infecção 
do pé diabético: como 
mudou com a pandemia 
de COVID-19 em um 
centro de cuidados 
terciário. CARUSO et 
al. 
Descritivo, 
observacional 
com 
delineamento 
de coorte 
histórica aberta 
de centro único 
Investigar a taxa de 
resistência aos 
antibióticos e seus 
principais fatores de 
risco em uma 
população de 
pacientes com 
infecção do pé 
diabético (DFI) 
durante a pandemia 
de COVID-19, em 
comparação com a 
população de 2019. 
Em 2020 houve maior prevalência 
de resistência, assim como o 
aumento do risco e da taxa de 
resistência aos antibióticos. A 
prevalência de resistência de 
Staphylococcus aureus à oxacilina e 
a prevalência de resistência a 
Corynebacterium striatum para 
vancomicina e linezolida foram 
significativamente maiores em 2020. 
Entre os patógenos Gram-negativos, 
uma taxa significativamente maior 
de resistência aos carbapenêmicos, 
colistina e cefalosporinas de 3ª e 4ª 
geração foi observada em 2020. 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
59446 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 
 
2021 
Impacto da pandemia 
de COVID-19 na 
vigilância da 
resistência 
antimicrobiana. 
HIRABAYASHI et al. 
Retrospectivo, 
multicêntrico 
Comparar o número 
de pacientes e a taxa 
de isolamento de 
bactérias resistentes 
aos 
antimicrobianos 
antes e depois do 
início da pandemia 
de COVID-19 
usando os dados 
abrangentes da 
vigilância nacional. 
O número de pacientes e a taxa de 
isolamento de Staphylococcus 
aureus resistente à meticilina 
diminuíram ligeiramente; os de 
Streptococcus pneumoniae resistente 
à penicilina diminuíram em 60%; e 
os de Klebsiella pneumoniae 
resistentes a cefalosporinas de 
terceira geração 
aumentaram. A taxa de isolamento 
das bactérias restantes 
aparentemente aumentou, embora o 
número de pacientes tenha 
diminuído. 
2021 
Infecções bacterianas 
secundárias e 
resistência 
antimicrobiana no 
COVID-19: avaliação 
comparativa da era 
pré-pandêmica e 
pandêmica, um estudo 
retrospectivo de centro 
único. KARATAS et al. 
Retrospectivo, 
de centro único 
Avaliar a 
epidemiologia e os 
padrões de 
resistência 
antimicrobiana em 
pacientes com 
COVID-19 e 
comparar os 
resultados com 
grupos de controle 
da era pré-
pandêmica e 
pandêmica. 
Houve uma diminuição significativa 
nas enterobactérias produtoras de 
beta-lactamase de espectro estendido 
em comparação com amostras da era 
pré-pandemia e pandemia. 
2021 
Perfil clínico das 
infecções da corrente 
sanguínea 
em pacientes com 
COVID-19: uma coorte 
retrospectiva. 
PALANISAMY et al. 
Estudo 
retrospectivo, 
de centro único 
e com 
delineamento 
de coorte. 
Avaliar a 
prevalência, perfil 
clínico e resultado 
de infecções de 
corrente sanguínea 
em pacientes 
criticamente doentes 
com COVID-19. 
Uma proporção significativa das 
infecções de corrente sanguínea era 
causada por patógenos Gram-
negativos. Acinetobacter baumannii 
foi o isolado mais comum, seguido 
por Klebsiella pneumoniae. 
Organismos multirresistentes foram 
encontrados em 57,8% dos casos. A 
maioria dos organismos 
multirresistentes 
pertenciam aos grupos Klebsiella 
pneumoniae e Enterococcus. 47,2% 
das infecções eram bactérias Gram-
negativas resistentes a carbapenem. 
2021 
O impacto da pandemia 
de COVID-19 nas 
infecções adquiridas na 
área da saúde 
com organismos 
multirresistentes. 
COLE et al. 
Transversal, 
retrospectivo e 
multicêntrico 
Avaliar a 
prevalência 
de infecções 
iniciadas nos 
cuidados de saúde 
com organismos 
multirresistentes 
antes e após a 
pandemia COVID-
19. 
No geral, as taxas de infecções por 
organismos multirresistentes 
diminuíram do primeiro trimestre de 
2020 (Pré-COVID) para o segundo 
trimestre de 2020 (COVID). 
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ISSN: 2525-8761 
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2021 
Avaliação pré e pós-
COVID-19 de 
suscetibilidade 
antimicrobiana a 
infecções relacionadas 
à assistência à saúde no 
unidade de terapia 
intensiva de um 
hospital terciário. 
GASPAR et al. 
Descritivo, 
retrospectivo 
de centro 
único. 
Comparar as 
infecções 
relacionadas à saúde 
notificados entre 
janeiro de 2018 e 
janeiro de 2020 e 
durante a pandemia 
entre fevereiro e 
julho de 2020. 
A resistência antimicrobiana 
aumentou durante a pandemia, 
isolados de Klebsiella pneumoniae 
tornaram-se mais resistentes, 
especialmente à Polimixina B. 
Acenetobacter baumannii tornaram-
se mais resistentes a 
carbapenêmicos. 
2021 
Características de 
resistência em cepas 
bacterianas isoladas do 
ambiente hospitalar 
antes e durante a 
COVID-19. MITACHE 
et al. 
Descritivo, 
observacional, 
retrospectivo e 
multicêntrico 
Comparar os perfis 
de resistência a 
antibióticos e 
tolerância a biocidas 
de cepas bacterianas 
isoladas antes e 
durante a COVID-
19. 
Se antes da pandemia as taxas de 
resistência dos Gram-negativos às 
cefalosporinas de 3ª e 4ª geração 
atingiram 73,3% e 70-85% para 
quinolonas e tetraciclinas, após a 
pandemia as taxas de resistência às 
cefalosporinas de 3ª geração 
permaneceram altas, ou seja, 87,5%, 
enquanto para os demais antibióticos 
as taxas eram 25-50%. 
2021 
Aumento da resistência 
antimicrobiana durante 
a pandemia de COVID-
19. LAI et al. 
Estudo 
descritivo, 
observacional, 
retrospectivo e 
multicêntrico. 
Comparar o número 
e a taxa de infecções 
resistentes a 
antimicrobianos de 
espécies bacterianas 
recuperadas de 
várias fontes clínicas 
de pacientes entre 
janeiro-junho de 
2019 e janeiro-junho 
de 2020. 
O consumo de antibióticos aumentou 
durante o período da pandemia e a as 
taxas de resistência dos antibióticos 
selecionados permaneceram 
constantes entre os dois períodos de 
tempo, com exceção de 
Haemophilus influenzae, que 
apresentou declínio na resistência e 
um aumento na resistência de 
Streptococcus pyogenes, e isolados 
do complexo Acinetobacter 
baumannii. 
2020 
Etiologia e resistência 
antimicrobiana de 
infecções bacterianas 
secundárias em 
pacientes 
hospitalizados com 
COVID-19 em Wuhan, 
China: uma análise 
retrospectiva. LI et al. 
Descritivo, 
observacional 
com 
delineamento 
de coorte 
histórica aberta 
de centro único 
Obter a etiologia e 
resistência 
antimicrobiana de 
infecções 
bacterianas 
secundárias para uso 
antimicrobiano mais 
preciso. 
Foram isoladas principalmente cepas 
de Acinetobacter baumannii, 
Klebsiella pneumoniae e 
Stenotrophomonas maltophilia. Já as 
taxas de resistênciaantimicrobiana 
das cepas foi 91,7% para 
Acinetobacter baumannii resistente a 
carbapenem, 76,6% para Klebsiella 
pneumoniae resistente a 
carbapenem, 100% para 
Staphylococcus aureus e 
estafilococos coagulase negativos 
resistentes a meticilina e 75% para 
Escherichia coli produtora de beta-
lactamase de espectro estendido. 
2020 
Coinfecções 
bacterianas e fúngicas 
em pacientes com 
COVID-19 
hospitalizados 
durante o surto de 
pandemia em Nova 
York. NORI et al. 
Retrospectivo, 
de centro único 
Caracterizar as 
coinfecções 
bacterianas e 
fúngicas durante a 
pandemia com foco 
em resultados 
clínicos, uso de 
antimicrobianos e 
resistência 
antimicrobiana. 
Klebsiella pneumoniae foi menos 
suscetível a cefalosporinas, 
ciprofloxacina e meropenem na 
pandemia. Enterobacteriaceae 
foram mais resistentes a 
carbapenêmicos em 2020. Foi 
identificada Enterobacter cloacae 
produtora de metalo-beta-lactamase 
na pandemia. 
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ISSN: 2525-8761 
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2020 
Mudança no uso de 
antibióticos 
hospitalares e 
aquisição de 
organismos gram-
negativos 
multirresistentes após o 
início da doença do 
coronavírus 2019. 
BORK et al. 
Estudo 
analítico que 
utiliza series 
temporais 
interrompidas 
Descrever a 
utilização de 
antibióticos e a 
incidência de 
organismos 
multirresistentes 
gram-negativos em 
uma faculdade de 
medicina no início 
da pandemia de 
COVID-19. 
O uso total de antibiótico e o uso de 
antibiótico relacionado à pneumonia 
foi maior no período após o início do 
COVID-19 em comparação com o 
período de calendário semelhante em 
2019. Em 2020, para cada teste 
positivo para COVID-19 por 
semana, houve um aumento de 3% 
nos organismos multirresistentes 
Gram-negativos em comparação 
com o mesmo período de 2019. 
Fonte: Autores. 
 
4 DISCUSSÃO 
Ao todo, dez dos 20 registros analisados no Quadro 1 constataram que houve um 
aumento na resistência bacteriana e na identificação de microrganismos multirresistentes 
após o início da pandemia de COVID-19 (AMARSY et al., 2022; RUSSO et al., 2022; 
POLLY et al., 2022; SAINI et al. 2021; CARUSO et al., 2021; COLE et al., 2021; 
GASPAR et al., 2021; MITACHE et al., 2021; NORI et al., 2020; BORK et al., 2020). 
Os fatores mais preocupantes para o aumento da resistência aos antimicrobianos nesse 
período foram o uso empírico de antimicrobianos no tratamento da infecção pelo SARS-
COV-2, a superlotação de hospitais associada à maior dificuldade de isolamento de 
pacientes com bactérias multirresistentes e maior número de intubações (RAWSON et. 
al., 2020). 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 15% dos 
infectados pelo SARS-CoV-2 desenvolvem uma coinfecção bacteriana que justifica o uso 
da antibioticoterapia (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020). Além disso, 
Zavala-Flores et. al. (2020) relataram que 68,9% dos pacientes com COVID-19 
receberam antibioticoterapia empírica (principalmente azitromicina e ceftriaxona) com 
uma taxa de automedicação de 33,0% antes da admissão hospitalar. 
Ademais, em uma análise de coorte retrospectiva de 191 pacientes de dois 
hospitais em Wuhan, Zhou et al. (2020) relataram que 95% deles foram tratados com 
antibióticos, juntamente com 21% tratados com antivirais. A taxa de mortalidade de 11% 
entre 99 pacientes também foi relatada em um estudo em Wuhan, e 71% foram tratados 
com antibióticos; no entanto, apenas 1% apresentou coinfecção bactérias e 4% tiveram 
coinfecções fúngicas (YOUNG et al., 2020). Em um estudo de centro único realizado em 
Wuhan, a antibioticoterapia foi administrada a todos os pacientes, sendo que envolveu 36 
não sobreviventes com COVID-19 e 61,1% dos casos usaram antibioticoterapia 
combinada, enquanto 38,9% receberam antibiótico único (HUANG et al., 2020). 
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Esse cenário de utilização de antimicrobianos embasa a preocupação dos 
profissionais de saúde quanto ao aumento das epidemias e surtos causados por bactérias 
pan-resistentes, ou seja, resistentes a todas as classes de antimicrobianos disponíveis no 
mercado. Estes microrganismos possuem capacidade de adaptação e produção de 
mecanismos de resistência superiores à capacidade de desenvolvimento de novas 
substâncias da indústria farmacêutica (WEI et al., 2020). 
Em contrapartida, quatro dos artigos analisados nesta revisão tiveram como 
resultados de seus estudos um decréscimo na identificação de microrganismos 
multirresistentes quando comparados os períodos pré-pandêmico e pandêmico 
(ELLIOTT et al., 2022; BENTIVEGNA et al., 2021; FU et al., 2021; KARATAS et al., 
2021). Esse cenário pode ser justificado pelo fato de que ocorreu uma mudança nos 
hábitos sociais como o da utilização de máscaras, higienização das mãos e redução de 
grandes aglomerações de pessoas durante a pandemia (GALVÃO et al., 2020). Tais 
medidas não apenas diminuem a taxa de infecção pela COVID-19, mas também 
diminuem a circulação de microrganismos na sociedade em geral (SANTOS PEREIRA 
et al., 2021). 
Em três dos 20 artigos incluídos na revisão houve tanto bactérias que foram mais 
suscetíveis quanto bactérias que que foram menos suscetíveis à ação de antimicrobianos. 
O estudo de Hirabayashi et al. (2021) constatou que a taxa de isolamento de organismos 
resistentes aumentou no período pandêmico. Já no estudo de Lai et al. (2021) as taxas de 
resistência dos antibióticos selecionados permaneceram constantes entre os dois períodos 
de tempo. Enquanto que no estudo de Dias et al. (2021) houve um aumento na 
identificação de Acinetobacter baumannii e diminuição em Pseudomonas aeruginosa. 
No estudo de Fu et al. (2021), organismos multirresistentes em crianças foram 
comumente observados e apresentaram taxas mais altas de resistência a drogas do que 
cepas sensíveis, o que implica que está cada vez mais difícil tratar infecções bacterianas 
em crianças. Além disso, no mesmo estudo foi relatado um alto nível de infecções 
multirresistentes em neonatos, o que possivelmente esteve relacionado à imunidade 
imatura e à exposição materna, especialmente exposição a Enterobacteriaceae durante o 
trabalho de parto (VERGANO et al., 2017). A taxa de mortalidade para neonatos com 
sepse por Enterobacteriaceae resistente a carbapenem pode chegar a ser de até 33,3% 
(SINCOVICH et al., 2019). 
Três dos 20 artigos analisados traçaram um perfil de resistência para 
antimicrobianos durante a pandemia por COVID-19 (LI et al., 2020; PALANISAMY et 
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al., 2021; MAZZARIOL et al., 2022). Os microrganismos de maior destaque foram 
Acinetobacter baumanni, Klebsiela pneumoniae, Staphylococcus aureus e Estafilococos 
coagulase negativos, Eschrichia coli, bactérias da família dos Enterococcus e 
Pseudomonas aeruginosa. Dentre todos, Acinetobacter baumanni e Klebsiela 
pneumoniae foram os microrganismos multirresistentes que mais tiveram aumento de 
resistência bacteriana. 
Acinetobacter Baumanni é uma bactéria que pode causar infecções de urina, da 
corrente sanguínea e pneumonia e foi incluída na lista da OMS como uma das 12 bactérias 
de maior risco à saúde humana pelo seu alto poder de resistência 
(WORLDHEALTHORGANIZATION. 2017). Esta bactéria fomenta na comunidade 
científica o emprego de novas técnicas, como mapeamento genético para decifrar os 
mecanismos moleculares, microbiológicos e de virulência de cada caso de infecção, afim 
identificar novos alvos terapêuticos e estabelecer meios de tratamento específicos e 
precisos (KYRIAKIDIS et al., 2021). 
Klebsiella pneumoniae, também inclusa na listada OMS, e naturalmente 
encontrada na flora intestinal humana, é considerada endêmica no Brasil (WORLD 
HEALTH ORGANIZATION. 2017; SOARES et al., 2020). Este patógeno causa grande 
ônus ao SUS devido à alta prevalência e taxa de mortalidade dessa infecção. Ademais, a 
comunidade científica carece de pesquisas sobre como a Klebsiella pneumoniae supera a 
resposta imune do hospedeiro e estabelece diferentes sítios de infecção, como pulmão, 
fígado e outros órgãos do corpo humano (WANG et al., 2020). 
 
5 CONCLUSÃO 
Neste estudo foi possível identificar, de acordo com os trabalhos avaliados, que 
houve aumento da resistência bacteriana aos antimicrobianos, durante a pandemia, devido 
à utilização desnecessária de antibióticos. Em contrapartida, alguns estudos relataram que 
a disseminação de organismos multirresistentes diminuiu durante este período, devido às 
medidas impostas durante as medidas de quarentena nos hospitais e na sociedade, o que 
configura uma herança positiva da pandemia. 
O aumento da resistência antimicrobiana é uma consequência inevitável da 
pandemia de COVID-19. A causa é multifatorial, mas o principal fator é a alta taxa de 
uso de medicamentos antimicrobianos em pacientes com COVID-19. 
Portanto, medidas como o uso racional dos antibióticos, prevenção de infecções 
bacterianas, controle e prevenção da disseminação de microrganismos resistentes são 
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Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.8, p. 59436-59456, aug., 2022 
 
nescessárias para evitar a resistência bacteriana. Além disso, é importante que os hospitais 
façam um levantamento das bactérias mais comuns no hospital e unidades de terapia 
intensiva, bem como avaliar os perfis de sensibilidade e resistência desses 
microrganismos. 
Este estudo é importante para a sociedade, uma vez que o conhecimento sobre a 
resistência bacteriana e seus mecanismos de defesa se fazem necessários para adquirir 
métodos eficazes de prevenção e tratamento contra as infecções multirresistentes. Assim, 
espera-se que os resultados obtidos orientem novos métodos dinâmicos de prevenção e 
controle de infecções multirresistentes no contexto da pandemia e perspectivas futuras. 
 
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ISSN: 2525-8761 
59452 
 
 
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