Buscar

Prévia do material em texto

1 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
O uso indiscriminado de antimicrobianos durante a pandemia da COVID-19 
como possível fator influenciador da resistência bacteriana em efluentes 
hospitalares no Brasil 
 
The indiscriminate use of antimicrobials during the COVID-19 pandemic as 
a possible factor influencing bacterial resistance in hospital effluents in 
Brazil 
 
El uso indiscriminado de antimicrobianos durante la pandemia de COVID-
19 como posible factor de influencia en la resistencia bacteriana en efluentes 
hospitalarios en Brasil 
 
DOI: 10.55905/revconv.17n.3-009 
 
Originals received: 01/26/2024 
Acceptance for publication: 02/16/2024 
 
Líllian Oliveira Pereira da Silva 
Doutoranda em Saúde Pública e Meio Ambiente 
Instituição: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) 
Endereço: Rio de Janeiro - Rio de Janeiro, Brasil 
E-mail: silvalop95@gmail.com 
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7788-5527 
 
Jaime Antonio Abrantes 
Doutor em Ciências: Saúde Pública e Meio Ambiente 
Instituição: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) 
Endereço: Rio de Janeiro - Rio de Janeiro, Brasil 
E-mail: jaime.abrantes@fiocruz.br 
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9989-0864 
 
Joseli Maria da Rocha Nogueira 
Doutora em Saúde Pública 
Instituição: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) 
Endereço: Rio de Janeiro - Rio de Janeiro, Brasil 
E-mail: joseli.maria@fiocruz.br 
Orcid: https://orcid.org/ 0000-0003-4923-6500 
 
RESUMO 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as bactérias resistentes aos antimicrobianos 
serão responsáveis por cerca de dez milhões de mortes anuais até 2050. O uso indiscriminado 
destes fármacos, bem como seu despejo inadequado, são apontados como os principais desafios 
ambientais a ser enfrentado pela saúde pública mundial. O presente estudo exploratório teve 
como objetivo avaliar o impacto da comercialização de azitromicina, ivermectina e cloroquina, 
durante a pandemia de COVID-19 no Brasil, na detecção ambiental de bactérias resistentes no 
período pós-pandêmico utilizando dados secundários referentes à venda de medicamentos 
mailto:silvalop95@gmail.com
mailto:jaime.abrantes@fiocruz.br
mailto:joseli.maria@fiocruz.br
 
2 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
controlados industrializados em todo o país. Somente durante o período da pandemia, houve um 
aumento de 1,375 milhões de unidades de antibióticos comercializas e mais de 1.5 milhões de 
unidades de cloroquina foram vendidas no Brasil. Há uma tendência linear quanto ao aumento 
de isolados bacterianos resistentes, atribuida ao uso indiscriminado de antimicrobianos e a 
comercialização do KIT COVID no Brasil. Embora o impacto para a saúde pública ainda não 
possa ser mensurado, o despejo destes fármacos e a ausência de tratamento adequado dos 
efluentes hospitalares podem ser prejudiciais à biota em diferentes níveis tróficos, além de causar 
distúrbios à saúde humana e animal, através da alteração da microbiota, pela infecção direta ou 
vetorada de microrganismos resistentes. Os dados apresentados apontam a necessidade de traçar 
novas estratégias para mitigar o impacto da AMR, bem como novos estudos para o 
monitoramento de microrganismos resistentes, antimicrobianos e seus resíduos em efluentes 
hospitalares. 
 
Palavras-chave: antibióticos, bactérias resistentes, Cloroquina, esgoto hospitalar, Ivermectina. 
 
ABSTRACT 
According to the World Health Organization, bacteria resistant to antimicrobials will be 
responsible for ten million deaths per year by 2050. The indiscriminate use of these drugs, as 
well as their inadequate disposal, are indicated as the main environmental challenges to be faced 
by the global public health. This exploratory study aimed to assess the impact of antimicrobial 
sales during the COVID-19 pandemic in Brazil on the environmental detection of resistant 
bacteria during the post-pandemic period using secondary data concerning the sale of controlled 
industrialized medications across the country, where an increased sale of 1.375 million antibiotic 
units was noted during the pandemic. A linear trend was observed regarding the possible increase 
in resistant bacterial isolates, attributed to the use of antimicrobials during the COVID-19 
pandemic, given the commercialization of the COVID KIT in Brazil, containing, among other 
drugs, azithromycin, ivermectin and chloroquine. During the pandemic period, more than 1.5 
million chloroquine units were sold in Brazil. Although the impact on public health cannot yet 
be measured, the consumption of these drugs and lack of adequate hospital effluent treatment of 
affect biota at different trophic levels, as the environment is increasingly favorable for the 
selection, transfer, and transmission of resistance genes. In addition, can cause human and animal 
health disturbances through microbiota alterations by direct or vector infection of resistant 
microorganisms. The presented data point the need to outline new strategies to mitigate AMR 
impacts, as well new studies to monitor resistant microorganisms, antimicrobials, and their 
components in hospital effluents. 
 
Keywords: antibiotics, Chloroquine, hospital sewage, Ivermectin, resistant bacteria. 
 
RESUMEN 
Según la Organización Mundial de la Salud, las bacterias resistentes a los antimicrobianos serán 
responsables de diez millones de muertes al año en 2050. El uso indiscriminado de estos 
medicamentos, así como su eliminación inadecuada, se señalan como los principales desafíos 
ambientales a los que se enfrentará el planeta. salud pública. Este estudio exploratorio tuvo como 
objetivo evaluar el impacto de las ventas de antimicrobianos durante la pandemia de COVID-19 
en Brasil en la detección ambiental de bacterias resistentes durante el período pospandemia 
utilizando datos secundarios sobre la venta de medicamentos industrializados controlados en todo 
el país, donde una mayor venta Durante la pandemia se registró un consumo de 1,375 millones 
 
3 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
de unidades de antibióticos. Se observó una tendencia lineal en cuanto al posible aumento de 
aislados bacterianos resistentes, atribuido al uso de antimicrobianos durante la pandemia de 
COVID-19, dada la comercialización en Brasil del KIT COVID, que contiene, entre otros 
fármacos, azitromicina, ivermectina y cloroquina. Durante el período de la pandemia, se 
vendieron en Brasil más de 1,5 millones de unidades de cloroquina. Aunque aún no se puede 
medir el impacto en la salud pública, el consumo de estos medicamentos y la falta de un 
tratamiento adecuado de los efluentes hospitalarios afectan a la biota en diferentes niveles 
tróficos, ya que el ambiente es cada vez más favorable para la selección, transferencia y 
transmisión de genes de resistencia. Además, pueden provocar alteraciones en la salud humana 
y animal mediante alteraciones de la microbiota por infección directa o vectorial de 
microorganismos resistentes. Los datos presentados señalan la necesidad de delinear nuevas 
estrategias para mitigar los impactos de la RAM, así como nuevos estudios para monitorear 
microorganismos resistentes, antimicrobianos y sus componentes en los efluentes hospitalarios. 
 
Palabras clave: alcantarillado hospitalario, bacterias resistentes, antibióticos, Cloroquina, 
Ivermectina. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a resistência aos 
antimicrobianos (AMR, do inglês, Antimicrobial resistance) é uma das principais causas de 
mortes em todo o mundo, com cerca de 700 mil mortes anuais (OPAS/OMS, 2019), sendo 
preocupante o aumento de bactérias pan-resistentes, ou seja, resistentes a todas as classes de 
antimicrobianos comercializados atualmente (Hsu, 2020; Vellano e Paiva, 2020). Durantea 
pandemia da Doença do Coronavírus 2019 (COVID-19, do inglês, Coronavirus Disease 2019), 
o uso indiscriminado de antimicrobianos passou a ser uma preocupação resultante da prescrição 
do chamado ‘KIT COVID’, que continha fármacos como a azitromicina, ivermectina e a 
cloroquina. Ainda que sem comprovação científica de sua eficácia, estes medicamentos foram 
utilizados não só como tentativa de tratamento e/ou profilaxia contra o SARS-CoV-2 (Furlan e 
Caramelli, 2021; Marinho e Paz, 2021), mas também a fim de evitar o aumento casos de 
coinfecções bacterianas, dada sua semelhança clínica com a COVID-19 (Silva et al., 2022). 
O uso indiscriminado de antimicrobianos acaba por favorecer a seleção de bactérias 
resistentes ao tratamento, trazendo mais um problema para a saúde pública (Silva e Nogueira, 
2021a). Outra preocupação em relação a esses fármacos é a sua introdução em ambientes 
aquáticos, como rios, oceanos e lagoas, podendo atingir o lençol freático (Comber et al., 2020), 
uma vez que as tecnologias de tratamento de águas residuais usadas, em geral, não são capazes 
de eliminar completamente esses antimicrobianos. O contato destes resíduos com o microbioma 
 
4 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
pode estimular a AMR e servir como reservatório de genes de resistência, originando, assim, o 
chamado resistoma (Usman et al., 2020; Lima, 2022). 
O surgimento de microrganismos resistentes pode alavancar outra pandemia, ainda mais 
perigosa, afetando a saúde ambiental, humana e animal (UNEP, 2022). Neste contexto, o presente 
estudo tem como objetivo avaliar o impacto da comercialização de antimicrobianos durante a 
pandemia de COVID-19 no Brasil na detecção de bactérias resistentes no ambiente no período 
pós-pandêmico. 
 
2 METODOLOGIA 
Trata-se de um estudo exploratório de todo o território nacional, utilizando dados 
secundários referentes à venda de medicamentos controlados industrializados a partir do portal 
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), disponível em: https://www.gov.br/pt-
br/servicos/consultar-dados-de-vendas-de-medicamentos-controlados-antimicrobianos-e- 
outros, e fazendo uso das informações registradas pelo Sistema Nacional de Gerenciamento de 
Produtos Controlados (SNGPC). A seleção dos antimicrobianos para o filtro de unidades 
comercializadas foi baseada no estudo realizado por Silva e colaboradores (2022), que 
verificaram quais foram os fármacos utilizados na prática clínica durante a pandemia de COVID-
19 no Brasil. Os dados obtidos foram referentes ao período entre 2017 e 2022, tendo como 
medida de consumo, a unidade física dispensada. A fim de categorizar e comparar a venda 
durante a pandemia, os resultados obtidos foram agrupados em triênios: pré-pandemia (2017 a 
2019) e pandemia (2020 a 2022). Para elaboração dos gráficos, utilizou-se o Microsoft Excel®. 
Em seguida, uma revisão integrativa da literatura foi realizada, filtrando trabalhos 
publicados em 2023, tendo em vista o fim do estado de Emergência de Saúde Pública de 
Importância Internacional (ESPII) referente à COVID-19 em maio deste ano (OPAS/OMS, 
2023), utilizando, como fonte dos dados, o Portal de Periódico da Capes e PubMed. Para 
realização da busca, foram utilizadas palavras-chave como Resistência bacteriana (Bacterial 
resistance); Resistência antimicrobiana (Antimicrobial resistance); Efluentes hospitalares 
(Hospital effluents); Esgotos hospitalares (Hospital sewages); Resíduos de antibióticos 
(Antibiotic residues); Antibióticos (Antibiotics); Antimicrobianos (Antimicrobials); Resistência 
multidroga (Multidrug resistance); Cloroquina (Chloroquine); Hidroxicloroquina 
(Hydroxychloroquine). 
http://www.gov.br/pt-
 
5 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
Sendo assim, a estratégia de busca se deu pela seguinte associação: 
““Resistência bacteriana” OR “Bacterial resistance” OR “Resistência antimicrobiana” 
OR “Antimicrobial resistance” OR “Resistência multidroga” OR “Multidrug Resistance” AND 
“Efluentes hospitalares” OR “Hospital effluents” OR “Esgotos hospitalares” OR “Hospital 
Sewages” AND “Resíduos de antibióticos” OR “Antibiotic residues” OR “Antibióticos” OR 
“Antibiotics” OR “Antimicrobianos” OR “Antimicrobials” OR “Cloroquina” OR 
“Chloroquine” OR “Hidroxicloroquina” OR “Hydroxychloroquine” AND “Ivermectina” OR 
“Ivermectin”” 
Realizou-se a leitura dos títulos, seguido da leitura dos resumos e a presença das palavras-
chave utilizadas. Os artigos aprovados foram lidos na íntegra e aqueles que apresentavam 
informações pertinentes foram selecionados para compor os resultados. Os atalhos 
metodológicos utilizados estão descritos na Tabela 1. 
 
Tabela 1 – Atalhos metodológicos implementados e suas limitações 
Atalho metodológico Descrição Justificativa Limitação identificada 
Tempo de publicação 
das evidências 
Pesquisas publicadas 
em 2023 
Ênfase no período pós- 
pandemia da COVID-
19 
Exclusão de artigos relevantes 
publicados anteriormente. 
Consulta de literatura 
cinzenta 
Sim 
Período de produção 
dos resultados pós-
pandemia 
Exclusão de artigos não publicados, 
teses, dissertações e matérias de jornal. 
Revisão por pares 
externos 
Não 
Redução no prazo de 
realização do estudo 
Possibilidade de viés de seleção e baixa 
reprodutibilidade. 
Idiomas de publicação Português e inglês 
Capacitação dos 
integrantes 
Exclusão de artigos relevantes 
publicados em outros idiomas. 
Fonte: Os autores (2023). 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
3.1 COMERCIALIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS E A AMR 
Somente durante os anos de pandemia (2020-2023), mais de 68 milhões de unidades de 
antibióticos foram vendidas no Brasil (Silva, 2023). Dada a heterogeneicidade dos protocolos 
implementados como profilaxia ou tratamento contra a COVID-19 (Silva et al., 2022), os 
principais antimicrobianos comercializados durante o período pandêmico podem ser encontrados 
na Tabela 2. 
 
Tabela 2 – Principais antibióticos utilizados durante a pandemia. 
Classe farmacológica Antimicrobiano 
Aminoglicosídeo Amicacina 
 
6 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
Análogos do ácido fólico Trimetropim 
Beta-lactâmicos 
Imipenem, Meropenem, Cefotaxima, Ceftriaxona, Ceftarolina, Cefepime, 
Ceftazidima, Ampicilina-Sulbactam, Piperaciclina, Tazobactam 
Fluoroquinolonas Levofloxacino, Moxifloxacino 
Glicopeptídeos Vancomicina 
Macrolídeos Azitromicina, Claritromicina, Ivermectina 
Oxazolidinonas Linezolida 
Sulfonamidas Sulfametoxazol 
Tetraciclinas Doxiciclina 
Aminoquinolonas Hidroxicloroquina, Cloroquina 
Fonte: Adaptado de Silva et al. (2022). 
 
Ao comparar as vendas do triênio anterior à pandemia (2017-2019) com as do período 
pandêmico (2020-2022), nota-se um aumento de mais de 1.375 milhões de unidades 
comercializadas (2%), demonstrando que houve uma busca por antimicrobianos nos últimos três 
anos (Figura 1). 
 
Figura 1 – Unidades de antibióticos vendidas no Brasil de acordo com os períodos estudados: pré-pandêmicos 
(2017-2019) e pandêmico (2020-2022). 
 
Fonte: Adaptado de Silva (2023) 
 
Ainda durante a pandemia, a comercialização de antiparasitários expandiu (Silva, 2023), 
tendo a hidroxicloroquina e a ivermectina difundidas pelo Governo Federal e Forças Armadas 
(Costa, 2023), cuja distribuição destes fármacos alcançou a marca de 2 milhões de comprimidos 
para todo o Brasil (Tabela 3). 
 
 
 
7 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
Tabela 3 – Unidades de antibióticos, hidroxicloroquina e ivermectina vendidas no Brasil de acordo com os 
períodos estudados: pré-pandêmicos (2017-2019) e pandêmico (2020-2022). 
 ANO Antibióticos Ivermectina Hidroxicloroquina 
P
ré
-p
a
n
d
em
ia
 
2017 12.284.84420 n.r. 
2018 12.117.615 67 n.r. 
2019 42.977.555 76 5 
P
a
n
d
êm
ic
o
 2020 33.352.892 452.966 724.183 
2021 32.649.764 9.937 806.802 
2022 2.752.409 135 5.963 
Total 136.135.079 463.201 1.536.953 
Legenda: n.r. – Não registrado. 
Fonte: Adaptado de Silva (2023). 
 
É válido ressaltar que a hidroxicloroquina e a ivermectina não eram medicamentos 
controlados pela ANVISA, onde a necessidade de retenção de receita só foi publicada em julho 
de 2020, após sua comercialização no KIT COVID (Silva, 2022). Em 2021, o registro de venda 
de medicamentos sujeitos a controle especial no SNGPC foi temporariamente suspenso e, no ano 
seguinte, a transmissão destes dados se tornou voluntária para os estabelecimentos, fazendo com 
que não seja possível precisar as informações disponibilizadas, aumentando a subnotificação 
(Brasil, 2022). A Cloroquina, bem como seu derivado, Hidroxicloroquina, apresentam uma 
estrutura análoga à Quinina, (Callefi, 2015), favorecendo a descoberta das quinolonas e 
fluoroquinolonas, antibióticos utilizados no tratamento de infecções do trato urinário (Idowu; 
Schweizer, 2017). Durante a pandemia, regiões com incidência elevada de COVID-19 também 
apresentaram altas taxas de eliminação de aminoquinolonas pela excreção dos pacientes 
(Ferreira; Carvalho, 2023). Por se tratar de moléculas análogas, o uso da cloroquina pode 
acarretar a resistência cruzada às fluoroquinolonas. Na Guiana, a resistência à ciprofloxacina foi 
avaliada em cepas de Escherichia coli isoladas de amostras de 535 moradores de um vilarejo que 
nunca teve contato com este antibiótico, apenas com a cloroquina, apresentando 5,4% de 
positividade (n = 30) (Davidson et al., 2008). 
Pertencente à família dos macrolídeos, a ivermectina apresenta atuação frente à cepas de 
micobactérias resistentes aos antimicrobianos, como o Mycobacterium tuberculosis e o 
 
8 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
Mycobacterium bovis (Lim et al., 2013; Piras et al., 2022). Relatos de atividade inibitória contra 
bactérias Gram positivas e Gram negativas, incluindo Staphylococcus aureus, Escherichia coli e 
Chlamydia trachomatis, também são encontrados na literatura (Pettengill et al., 2012; Piras et 
al., 2015; Piras et al., 2022). 
De acordo com os dados divulgados por Menezes (2021), a AMR segue uma tendência 
linear quanto ao aumento de isolados resistentes após o período pandêmico, estando diretamente 
relacionado ao uso indiscriminado de antimicrobianos. Estudos realizados durante o período 
pandêmico relatam o aumento da resistência bacteriana, abrangendo cepas de Acinetobacter spp., 
Pseudomonas spp. e Klebsiella spp., estando relacionado ao uso excessivo de antimicrobianos 
em pacientes acometidos pela COVID-19, mesmo quando não apresentavam coinfecção 
bacteriana (Bazaid et al., 2022; Desai et al., 2022; Mares et al., 2022). 
Em 2022, no Irã, as concentrações de Azitromicina em esgotos aumentaram de 9 a 48 
vezes em relação aos dados obtidos antes da pandemia (Mirzaie et al., 2022). Outros 
antimicrobianos, como a claritromicina e sulfametoxazol, também foram encontrados com maior 
frequência nos esgotos durante a pandemia da COVID-19 (Ferrara et al., 2023). Na Índia, 
observou-se a predominância de genes de resistência contra aminoglicosídeos, macrolídeos, 
carbapenêmicos, trimetoprim e sulfonamidas em todas as amostras de esgoto testadas. Além 
disso, identificaram o gene mcr-5.1 de resistência à colistina móvel pela primeira vez no esgoto 
de um hospital indiano, demonstrando que houve uma mudança no perfil de resistência em 
efluentes hospitalares após a pandemia (Talat et al., 2023). Na China, utilizando metagenômica 
e bioinformática para analisar a comunidade microbiana de um esgoto hospitalar, Sun e 
colaboradores, em 2023, identificaram cerca de 1568 genes de resistência, correspondendo a 29 
tipos e subtipos de antibióticos. Além disso, perfis de resistência múltipla foram observados, 
onde cerca de 82,8% foram considerados resistentes a múltiplas drogas (MDR, do inglês, 
Multidrug resistant) e 17,2% correspondiam a cepas extensivamente resistentes a medicamentos 
(XDR, do inglês, Extensively drug resistant), onde 16 genes de resistência foram associados a 
outros antibióticos (Liu et al., 2023). 
A resistência aos carbapenêmicos está cada vez mais presente em diferentes cepas da 
ordem Enterobacterales, principalmente pela transferência plasmidial dos genes correspondentes 
às carbapenemases (Marathe et al., 2023). Na Noruega, cinco cepas de E. coli multirresistentes 
foram detectadas nos afluentes e efluentes da estação de tratamento que recebe esgoto hospitalar 
 
9 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
da região (Marathe et al., 2023). Os autores afirmam que casos de resistência aos carbapenêmicos 
são mínimos, contudo, a detecção recorrente destes genes na estação de tratamento destaca os 
riscos para a disseminação desse plasmídeo em clínicas. Casos de bactérias resistentes em 
esgotos hospitalares da Malasia, África do sul, China e Índia também foram relatados, incluindo 
cepas multirresistentes de Salmonella Typhi, Enterococcus faecium, Staphylococcus aureus, 
Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter sp. e 
Aeromonas veronii (Bakon et al., 2023; Kumawat et al., 2023; Okafor; Nwodo, 2023; Zhu et al., 
2023). 
Ressalta-se que as tecnologias convencionais não são capazes de remover as bactérias 
resistentes e/ou seus genes de resistência dos efluentes hospitalares, tornando-o um polo de 
propagação da AMR (Silva, 2020). No Irã, foram comparadas as taxas de cepas resistentes de 
E. coli e genes associados à resistência bacteriana no esgoto de um hospital, onde a resistência a 
múltiplas drogas esteve em 90% dos isolados de esgoto bruto (n = 30) e em 96,66% dos isolados 
de esgoto tratado (n = 30), demonstrando a ineficácia dos tratamentos de efluentes (Bozorgomid 
et al., 2023). 
Em um estudo realizado em Ribeirão Preto, município de São Paulo (Brasil), 28 isolados 
de esgoto hospitalar foram considerados multirresistentes, incluindo quatro isolados não 
susceptíveis a pelo menos 50% dos antibióticos testados, tendo como principal representante a 
Klebsiella pneumoniae, conhecida pela produção de carbapenemase (Nakamura-Silva et al., 
2023). Tais resultados corroboram para com os achados de Liu e sua equipe (2023), que 
identificaram a cepa de K. pneumoniae carbapenemase (KPC) como a principal espécie entre os 
isolados resistentes a carbapenêmicos no esgoto de um hospital terciário em Changchun, China. 
Ainda que apresentem elevada importância clínica, o perfil do resistoma em efluentes 
hospitalares ainda não recebe a devida atenção. Embora não tenha sido detectado no esgoto, a 
mudança do perfil de sensibilidade das bactérias frente aos antimicrobianos em infecções 
hospitalares foi relatada em um hospital privado, situado em Fortaleza (Ceará-CE, Brasil), onde 
houve uma redução na sensibilidade de P. aeruginosa e K. pneumoniae e Serratia sp. após o 
aumento na prescrição de antimicrobianos, incluindo cefalosporinas, durante a pandemia, além 
do reaparecimento de infecções causadas por Acinetobacter baummannii multirresistente 
(Mesquita et al., 2022). 
 
10 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
A partir disso, destaca-se a necessidade de novas metodologias e estudos relacionados ao 
resistoma em diferentes regiões, principalmente após o uso excessivo e indiscriminado de 
antimicrobianos durante a pandemia da COVID-19. 
 
3.2 IMPACTO AMBIENTAL 
Os antimicrobianos, bem como seus metabólitos, podem ser considerados poluentes 
emergentes, não sendo regulamentados quanto a sua concentração no ambiente, além de pouco 
compreendidos para exposição longa, aumentandoos riscos ecotoxicológicos em corpos hídricos 
(Corcoll et al., 2014; Daughton, 2014; Ferreira; Carvalho, 2023). É de extrema importância 
realizar o gerenciamento da antibioticoterapia nos hospitais, haja visto o despejo destes fármacos 
e a ausência de tratamento adequado dos efluentes hospitalares (Sun et al., 2023), uma vez que 
estes fármacos são metabolizado pelo fígado e excretado pelos rins, fazendo com que a molécula, 
íntegra ou parcialmente metabolizada, seja detectada nos efluentes (Soares, 2022), criando um 
ambiente favorável para a seleção de genes de resistência. 
Além da sua influência na AMR, os antimicrobianos podem apresentar efeitos negativos 
na biota em diferentes níveis tróficos (Lima, 2022). Quando em contato com o ambiente, os 
resíduos de antimicrobianos podem se absorvidos pelas plantas, retardando a germinação, reduzir 
a biomassa destes vegetais ou até mesmo interferir nos processos fisiológicos, como a 
fotossíntese, causando potenciais efeitos ecotoxicológico (Wang, 2015; Lima, 2022). 
Outro ponto que merece destaque é o potencial destes fármacos em causar distúrbios à 
saúde humana e animal, como reações alérgicas, efeitos tóxicos crônicos após exposição 
prolongada e interrupção das funções do sistema digestivo, principalmente através da alteração 
da microbiota e pela infecção direta ou vetorada de microrganismos patogênicos, como 
Aeromonas sp., Salmonella sp., Escherichia sp., Pseudomonas sp. e Staphylococcus sp. (Sanford 
et al., 2012; Jechalke et al., 2014; Lima, 2022). Para a fauna aquática, a exposição aos 
antimicrobianos pode ocasionar alterações enzimáticas, hepáticas e teciduais nas brânquias, além 
de alguns efeitos tóxicos, como neurotoxicidade, danos lipoperoxidativos graves e alterações 
histopatológicas (Robison; Belden; Lydy, 2005; Gomes, 2013; González-Pleiter, 2013; Oliveira 
et al., 2023), além da exposição da população ribeirinha pelo consumo de alimentos 
contaminados (Zagui, 2022). 
 
11 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
Silva e colaboradores (2022) afirmam que ainda não é possível mensurar o prejuízo que 
o uso indiscriminado e exacerbado destes fármacos durante a pandemia causará para a saúde 
pública, ainda que a OMS tenha previsto mais de 10 milhões de mortes anuais relacionadas à 
bactérias resistentes e formas associadas à AMR até 2050 (OPAS/OMS, 2019). No que tange o 
conceito de Saúde única (do inglês, One Health), a presença de bactérias multirresistentes no 
esgoto hospitalar pode representar um risco à saúde, sendo capazes de se reproduzir e se 
disseminarem no ambiente (Abrantes, 2022), favorecendo a emergência e reemergência de 
doenças. 
Ao reconhecer a interligação entre a saúde humana, animal, alimentar e ambiental, o 
presente estudo sugere que a comercialização de antimicrobianos durante a pandemia da COVID-
19 pode estar relacionada ao aumento da resistência bacteriana, onde torna-se urgente traçar 
novas estratégias para mitigar o impacto da AMR na saúde única, bem como a realização de 
novos estudos para o monitoramento de microrganismos resistentes em efluentes hospitalares. 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Ainda que o presente estudo apresente limitações relacionadas à subnotificação das 
vendas de antimicrobianos, foi possível notar o aumento exponencial na comercialização de tais 
fármacos durante a pandemia. Ressalta-se que, nos próximos anos, o uso indiscriminado destes 
fármacos pode ser responsável por muitas mortes, oriundas de infecções multirresistentes ou até 
mesmo pan-resistentes. Há, portanto, uma emergência na gestão e adequação no uso de 
antimicrobianos, tendo em vista o aumento das taxas de resistência microbiana pós-pandemia. 
Destaca-se a necessidade de novas estratégias para tentar mitigar resistência bacteriana, 
uma vez que estes antimicrobianos podem ser amplamente detectados no ambiente, fazendo com 
que os efluentes hospitalares apresentem um grande potencial para a disseminação de bactérias 
resistentes, atuando como reservatórios de genes de resistência e favorecendo a iminência de uma 
pandemia causada por bactérias pan-resistentes. 
 
 
 
12 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
AGRADECIMENTOS 
 
Os autores gostariam de agradecer à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 
Superior (CAPES) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) 
pelo apoio financeiro. Silva, L.O.P. agradece a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (CAPES - 001) e pelo apoio da FAPERJ pelo projeto E-26/210.882/2021 e E-
26/202.440/2022. 
 
 
13 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
REFERÊNCIAS 
 
Abrantes, J.A. Avaliação da resistência bacteriana em Estações de Tratamento de Esgoto da 
Fiocruz com ênfase no perfil fenotípico e molecular para beta-lactamases em 
enterobactérias. 116f. Tese (Doutorado em Saúde pública e meio ambiente) Escola Nacional de 
Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2022. 
 
Bakon, S. K. et al. Prevalence of Antibiotic-Resistant Pathogenic Bacteria and Level of 
Antibiotic Residues in Hospital Effluents in Selangor, Malaysia: Protocol for a Cross-sectional 
Study. JMIR Research Protocols, v. 12, n. 1, p. e39022, 2023. 
 
Bozorgomid, A. et al. Antibiotic resistance, virulence factors, and phylogenetic groups of 
Escherichia coli isolated from hospital wastewater: A case study in the west of Iran. 
Environmental Health Engineering and Management Journal, p. 0-0, 2023. 
 
Corcoll, N. et al. Pollution-induced community tolerance to non-steroidal anti-inflammatory 
drugs (NSAIDs) in fluvial biofilm communities affected by WWTP effluents. Chemosphere, v. 
112, p. 185-193, 2014. 
 
Costa, E. A. Estudo do modo de interação do fármaco cloroquina com o DNA e seu efeito 
em células. 126p. Tese (Doutorado em Física), Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, 
2023. 
 
Daughton, C. G. The Matthew Effect and widely prescribed pharmaceuticals lacking 
environmental monitoring: Case study of an exposure-assessment vulnerability. Science of the 
total environment, v. 466, p. 315-325, 2014. 
 
Davidson, R. J. et al. Antimalarial therapy selection for quinolone resistance among Escherichia 
coli in the absence of quinolone exposure, in tropical South America. PLoS One, v. 3, n. 7, p. 
e2727, 2008. 
 
Desai, K. et al. Antibiotic prescribing trends in the US during the first 11 months of the COVID- 
19 pandemic. Research in Social and Administrative Pharmacy, 2022. 
 
Ferrara, F. et al. SARS-CoV-2 caused a surge in antibiotic consumption causing a silent 
pandemic inside the pandemic. A retrospective analysis of Italian data in the first half of 2022. 
In: Annales Pharmaceutiques Françaises. Elsevier Masson, 2023. 
 
Ferreira, M.T.; Carvalho, C.S. Chloroquine and hydroxychloroquine in the environment and 
aquatic organisms: a review. Revista Ambiente & Água, v. 18, p. e2880, 2023. 
 
Furlan, L.; Caramelli, B. The regrettable story of the “Covid KIT” and the “Early Treatment of 
Covid-19” in Brazil. The Lancet Regional Health–Americas, v. 4, 2021. 
 
Gomes, R.M.A.G. Efeitos da tetraciclina em Gambusia holbrooki: enzimas antioxidantes e 
alterações hispatológicas. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas), Faculdade de 
Ciências da Saúde, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2013. 
 
14 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
González-Pleiter, M. et al. Toxicity of five antibiotics and their mixtures towards photosynthetic 
aquatic organisms: implications for environmental risk assessment. Water research, v. 47, n. 6, 
p. 2050-2064, 2013. 
 
Hsu, J. How COVID-19 is accelerating the threat of antimicrobial resistance.The BMJ, v. 369, 
2020. 
 
Idowu, T.; Schweizer, F. Ubiquitous nature of fluoroquinolones: the oscillation between 
antibacterial and anticancer activities. Antibiotics, v. 6, n. 4, p. 26, 2017. 
 
Jechalke, S. et al. Fate and effects of veterinary antibiotics in soil. Trends in microbiology, v. 
22, n. 9, p. 536-545, 2014. 
 
Kumawat, M. et al. Assessment of multidrug-resistant profile, multi-locus sequence typing and 
efflux pump activity in Salmonella Typhimurium isolated from hospital sewage. World Journal 
of Microbiology and Biotechnology, v. 39, n. 6, p. 162, 2023. 
 
Lim, L.E. et al. Anthelmintic avermectins kill Mycobacterium tuberculosis, including multidrug-
resistant clinical strains. Antimicrobial agents and chemotherapy, v. 57, n. 2, p. 1040-1046, 
2013. 
 
Lima, L.B.S.B. Avaliação dos impactos causados pela contaminação dos recursos hídricos 
por fármacos. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Química), 
Universidade Federal de Pernambuco, 2022. 
 
Liu, M. et al. Characteristics of Carbapenem-resistant Klebsiella pneumoniae in sewage from a 
tertiary hospital in Jilin Province, China. Plos one, v. 18, n. 5, p. e0285730, 2023. 
 
Marathe, N. P. et al. Emergence of new IncHI2 multidrug-resistance plasmids carrying VIM-1 
metallo-β-lactamase in Escherichia coli in Norway. The Lancet Microbe, 2023. 
 
Mareș, C. et al. Does the COVID Pandemic Modify the Antibiotic Resistance of Uropathogens 
in Female Patients? A New Storm?. Antibiotics, v. 11, n. 3, p. 376, 2022. 
 
Marinho, L.S.S.; Paz, F.A.N. Consequências do uso indiscriminado de medicamentos como 
prevenção do COVID-19: revisão integrativa. RECIMA21-Revista Científica 
Multidisciplinar-ISSN 2675-6218, v. 2, n. 10, p. e210886-e210886, 2021. 
 
Menezes, M. Detecção de bactérias resistentes a antibióticos triplicou na pandemia. 2021. 
Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/deteccao-de-bacterias-resistentes-antibioticos- 
triplicou-na- 
pandemia#:~:text=Em%202021%2C%20apenas%20no%20per%C3%ADodo,2019%2C%20p 
er%C3%ADodo%20pr%C3%A9%2Dpandemia. Acesso em: 7 set. 2023. 
 
Mesquita, R.F. et al. Uso racional de antimicrobianos e impacto no perfil de resistência 
microbiológica em tempos de pandemia pela Covid-19. Research, Society and Development, 
v. 11, n. 1, p. e58211125382-e58211125382, 2022. 
 
15 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
Mirzaie, F. et al. Occurrence and distribution of azithromycin in wastewater treatment plants, 
seawater, and sediments of the northern part of the Persian Gulf around Bushehr port: A 
comparison with Pre-COVID 19 pandemic. Chemosphere, v. 307, p. 135996, 2022. 
 
Nakamura-Silva, R. et al. Sewage from a secondary hospital in Ribeirão Preto, southeastern 
Brazil: a source of multidrug-resistant Enterobacteriaceae. Environmental Monitoring and 
Assessment, v. 195, n. 1, p. 204, 2023. 
 
Okafor, J. U.; Nwodo, U. U. Molecular Characterization of Antibiotic Resistance Determinants 
in Klebsiella pneumoniae Isolates Recovered from Hospital Effluents in the Eastern Cape 
Province, South Africa. Antibiotics, v. 12, n. 7, p. 1139, 2023. 
 
Oliveira, V.B. et al. Impactos ambientais e toxicológicos pela contaminação de fármacos 
principalmente antibióticos em ambientes aquáticos: revisão da literatura. Revista Ibero-
Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 9, n. 7, p. 838-850, 2023. 
 
OPAS/OMS. Novo relatório pede ação urgente para evitar crise de resistência 
antimicrobiana. 2019. Disponível em: 
https://www.paho.org/pt/noticias/29-4-2019-novo-relatorio-pede-acao-urgente-para-evitar-
crise-resistencia-antimicrobiana-0. Acesso em: 9 jul. 2023. 
 
OPAS/OMS. OMS declara fim da Emergência de Saúde Pública de Importância 
Internacional referente à COVID-19. 2023. Disponível em: 
https://www.paho.org/pt/noticias/5-5-2023-oms-declara-fim-da-emergencia-saude-publica- 
importancia-internacional-referente. Acesso em 9 jul. 2023. 
 
Pettengill, M. A. et al. Ivermectin inhibits growth of Chlamydia trachomatis in epithelial 
cells. PLoS One, v. 7, n. 10, p. e48456, 2012. 
 
Piras, C. et al. Ivermectin (IVM) possible side activities and implications in antimicrobial 
resistance and animal welfare: The authors’ perspective. Veterinary Sciences, v. 9, n. 1, p. 24, 
2022. 
 
Piras, C. et al. Mechanisms of antibiotic resistance to enrofloxacin in uropathogenic Escherichia 
coli in dog. Journal of proteomics, v. 127, p. 365-376, 2015. 
 
Robinson, A. A.; Belden, J. B.; Lydy, M.J. Toxicity of fluoroquinolone antibiotics to aquatic 
organisms. Environmental Toxicology and Chemistry: An International Journal, v. 24, n. 2, 
p. 423-430, 2005. 
 
Sanford, J. C. et al. Environmental impacts of antibiotic use in the animal production industry. 
Prevention of Infectious Diseases in Livestock and Wildlife, Ecology and Animal, v. 29, p. 228-
239, 2012. 
 
Silva, L. O. P; Nogueira, J. M. R. Resistência bacteriana: potencial de plantas medicinais como 
alternativa para antimicrobianos. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 23, n. 1, p. 21- 27, 
2021a. 
https://www.paho.org/pt/noticias/29-4-2019-novo-relatorio-pede-acao-urgente-para-evitar-crise-resistencia-antimicrobiana-0
https://www.paho.org/pt/noticias/29-4-2019-novo-relatorio-pede-acao-urgente-para-evitar-crise-resistencia-antimicrobiana-0
https://www.paho.org/pt/noticias/5-5-2023-oms-declara-fim-da-emergencia-saude-publica-importancia-internacional-referente
https://www.paho.org/pt/noticias/5-5-2023-oms-declara-fim-da-emergencia-saude-publica-importancia-internacional-referente
https://www.paho.org/pt/noticias/5-5-2023-oms-declara-fim-da-emergencia-saude-publica-importancia-internacional-referente
 
16 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.3, p. 01-16, 2024 
 
 jan. 2021 
Silva, L.O.P. Aspectos gerais da COVID-19 e as possíveis consequências do uso 
indiscriminado de antimicrobianos durante a pandemia no Brasil. 116p. Dissertação 
(Mestrado em Saúde Pública e Meio Ambiente), Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio 
Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2023. 
 
Silva, L.O.P. et al. Consequências do uso indiscriminado de antimicrobianos durante a pandemia 
de COVID-19. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 2, p. 10381-10397, 2022. 
 
Silva, T.C.B. Participação das estações de tratamento de esgoto na disseminação de genes 
de resistência. 57f. Monografia (Graduação em Biomedicina), Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul, Porto Alegre, 2020. 
 
Soares, G.D. Processos oxidativos avançados para o tratamento de efluentes contaminados 
com medicamentos do tratamento de covid-19.46p. Monografia (Graduação em Engenharia 
sanitária e ambiental), Universidade Federal de Santa Catarina, 2022. 
 
Sun, J. et al. Metagenomic evidence for antibiotics-driven co-evolution of microbial community, 
resistome and mobilome in hospital sewage. Environmental Pollution, v. 327, p. 121539, 2023. 
 
Talat, A. et al. Metagenomic Insight into Microbiome and Antibiotic Resistance Genes of High 
Clinical Concern in Urban and Rural Hospital Wastewater of Northern India Origin: a Major 
Reservoir of Antimicrobial Resistance. Microbiology spectrum, v. 11, n. 2, p. e04102-22, 2023. 
 
UNEP. Environmental Dimensions of Antimicrobial Resistance: Summary for 
Policymakers. 2022. Disponível em: 
https://wedocs.unep.org/bitstream/handle/20.500.11822/38373/antimicrobial_R.pdf. Acesso 
em: 9 jul. 2023. 
 
Usman, M. et al. Environmental side effects of the injudicious use of antimicrobials in the era of 
COVID-19. Science of the Total Environment, França, v. 745, n. 1, p. 1-3, 2020. 
 
Vellano, P.O.; Paiva, M.J.M. O uso de antimicrobiano na COVID-19 e as infecções: o que 
sabemos. Research, Society and Development, v. 9, n. 9, p. e841997245-e841997245, 2020. 
 
Wang, X. et al. Antibiotic use and abuse: a threat to mitochondria and chloroplastswith impact 
on research, health, and environment. Bioessays, v. 37, n. 10, p. 1045-1053, 2015. 
 
Zagui, G.S. Antibióticos e bactérias multirresistentes em esgoto e águas superficiais 
receptoras: riscos da propagação de genes codificadores de ESBL, de carbapenemases e de 
tolerância aos metais no contexto da Saúde Única. 113f. Tese (Doutorado em Enfermagem 
em saúde pública), Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, 2022. 
 
Zhu, Z. et al. Emergence of Aeromonas veronii strain co-harboring blaKPC–2, mcr-3.17, and 
tmexC3. 2-tmexD3. 3-toprJ1b cluster from hospital sewage in China. Frontiers in 
Microbiology, v. 14, p. 1115740, 2023. 
https://wedocs.unep.org/bitstream/handle/20.500.11822/38373/antimicrobial_R.pdf