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W BA 06 37 _V 2. 0 GESTÃO ESTRATÉGICA DA MARCA E PERCEPÇÃO DIGITAL 2 Eduardo de Faria Nogueira Londrina Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2023 GESTÃO ESTRATÉGICA DA MARCA E PERCEPÇÃO DIGITAL 1ª edição 3 2023 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR Homepage: https://www.cogna.com.br/ Diretora Sr. de Pós-graduação & OPM Silvia Rodrigues Cima Bizatto Conselho Acadêmico Alessandra Cristina Fahl Ana Carolina Gulelmo Staut Camila Turchetti Bacan Gabiatti Camila Braga de Oliveira Higa Giani Vendramel de Oliveira Gislaine Denisale Ferreira Henrique Salustiano Silva Mariana Gerardi Mello Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Coordenador Ana Carolina Gulelmo Staut Revisor Kely Priscila Barbosa Ramos Editorial Beatriz Meloni Montefusco Carolina Yaly Márcia Regina Silva Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ Nogueira, Eduardo de Faria Gestão estratégica da marca e percepção digital / Eduardo de Faria Nogueira, – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2023. 32 p. ISBN 978-65-5903-385-0 1. Eventos. 2. Gestão estratégica. 3. Cerimonial. I. Título. CDD 744.6 _____________________________________________________________________________ Raquel Torres – CRB 8/10534 N778g © 2023 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 4 SUMÁRIO Apresentação da disciplina __________________________________ 05 Fundamentos da Gestão Estratégica de Marcas _____________ 07 Percepção Digital de Marcas _________________________________ 16 Estratégias de Marketing Digital para Gestão de Marcas _____ 26 Adaptação e Inovação Digital na Gestão de Marcas __________ 40 GESTÃO ESTRATÉGICA DA MARCA E PERCEPÇÃO DIGITAL 5 Apresentação da disciplina No contexto das organizações, em um mundo a cada dia mais conectado e digital, a gestão de marcas assume um papel extremamente importante para as empresas e suas estratégias de marketing. Assim, na atualidade, a compreensão e o domínio dos princípios que envolvem a construção, a manutenção e o fortalecimento das marcas se torna essencial para o sucesso e a longevidade dos negócios. As marcas representam mais do que apenas logotipos e produtos. Trata- se de construções complexas que agregam valor aos produtos e serviços oferecidos por uma empresa, transmitindo identidade, propósito e valores. O gerenciamento estratégico das marcas é o processo pelo qual as organizações planejam e administram esses elementos, a fim de moldar a percepção e a imagem que os consumidores têm de suas marcas. No contexto atual, marcado pela revolução digital e pela proliferação de canais de comunicação on-line, a gestão de marcas ganha ainda mais relevância. A percepção digital das marcas, construída por meio das interações e experiências virtuais, exerce um impacto significativo na forma como os consumidores percebem e se relacionam com elas. Os consumidores de hoje são altamente conectados e exigentes. Eles buscam marcas autênticas, com as quais possam se identificar, e valorizam a transparência, a responsabilidade social e a experiência do cliente. Nesse sentido, a gestão estratégica de marcas deve abranger não apenas a criação de campanhas de marketing, mas também o desenvolvimento de uma presença digital coerente e envolvente. Ao compreender a relevância desses fundamentos, estudantes e potenciais administradores poderão adquirir um conhecimento 6 importante para o mercado atual. Por meio desta leitura, você poderá desenvolver estratégias eficazes para posicionar, comunicar e diferenciar marcas no ambiente on-line e off-line. Além disso, estarão preparados para identificar e aproveitar as oportunidades oferecidas pelas mídias sociais, plataformas digitais e outras ferramentas tecnológicas. A gestão estratégica de marcas não apenas impulsiona o sucesso das empresas, mas também cria um vínculo duradouro e significativo com os consumidores. Ela permite que as marcas se destaquem em meio à concorrência acirrada, gerando confiança, fidelidade e valor para os clientes. Ao dominar os conceitos desta disciplina, você estará apto a enfrentar os desafios do mercado e a contribuir para o crescimento sustentável das empresas em um mundo digitalizado. Diante disso, a compreensão sobre as atuais perspectivas e metodologias a respeito da gestão estratégica de marcas, embasadas em conhecimentos teóricos e práticos aplicados nos mais variados setores e modelos organizacionais, se torna um imperativo para todos os administradores, os consultores e os profissionais, de alguma forma, inseridos no ambiente dos negócios. Isto posto, a contribuição pedagógica da disciplina de Gestão estratégica da marca e percepção digital é muito oportuna. Esta Leitura Digital oferece, de modo acessível e abrangente, ótimos elementos técnicos, práticos e metodológicos sobre a gestão de marca, presença digital e metodologias gerenciais, apresentando conceitos consagrados, temas atualizados e visões gerenciais aplicáveis e bem-sucedidas no universo das organizações. Bons estudos! 7 Fundamentos da Gestão Estratégica de Marcas Autoria: Eduardo de Faria Nogueira Leitura crítica: Kely Priscila Barbosa Ramos Objetivos • Compreender os conceitos e as definições de marca, analisando os elementos que compõem uma marca e sua importância na diferenciação e no reconhecimento de mercado. • Investigar o propósito, os valores e a identidade de marca, identificando como eles influenciam a conexão emocional e a lealdade dos consumidores e como podem ser alinhados com a estratégia de negócio. • Explorar as estratégias de posicionamento de marca, identificando como as empresas podem posicionar suas marcas de forma única e relevante na mente dos consumidores, visando obter vantagem competitiva e construir uma percepção desejada.. 8 1. Conceitos e definições de marca Ao completar o estudo deste tema, você será capaz de compreender os fundamentos da gestão estratégica de marcas e suas dimensões essenciais para o sucesso das empresas no mercado atual. Ao longo do conteúdo, você poderá compreender os elementos essenciais que compõem uma marca, como propósito, valores e identidade. Além disso, exploraremos estratégias de posicionamento que permitem diferenciar uma marca no mercado competitivo. Ao final deste estudo, você estará preparado para aplicar esses conhecimentos na construção e na gestão eficaz de marcas de sucesso. No âmbito da gestão estratégica de marcas, é essencial compreender os conceitos e as definições que fazem parte desse universo. Uma marca é muito mais do que um simples nome ou logotipo, pois representa a identidade de uma empresa e a promessa de valor que ela oferece aos seus consumidores. Nesse contexto, entender os conceitos e as definições de marca é o ponto de partida para construir estratégias eficazes de gestão. Segundo Keller (2013), uma marca pode ser definida como um nome, um termo, um símbolo ou um design que visa identificar produtos ou serviços de uma empresa e diferenciá-los de seus concorrentes. Além disso, uma marca engloba diferentes dimensões sobre as percepções que os consumidores têm em relação a ela, incluindo suas associações emocionais e racionais. Essas conexões, por sua vez, podem ser construídas por meio de experiências, comunicação e interações com a marca ao longo do tempo. Para Rocha e Oliveira (2017), a marca é mais do que um ativo valioso: trata-seda identidade de um produto ou uma empresa. Nesse sentido, uma marca é um conjunto de atributos que diferenciam uma empresa de seus concorrentes. A construção de uma marca forte pressupõe vantagem competitiva e, em muitos casos, torna-se um fator de sobrevivência no mercado. 9 A Natura, por exemplo, é reconhecida pela sua abordagem sustentável, pois sempre se posicionou como uma marca de cosméticos consciente e preocupada com o meio ambiente, conquistando consumidores engajados. Já a Havaianas, por sua vez, reinventou as tradicionais sandálias de borracha, transformando-as em um item de moda globalmente reconhecido. Tais estratégias de marca geraram vantagem competitiva e contribuíram para a sobrevivência dessas empresas no mercado brasileiro. Tanto a Natura quanto a Havaianas são cases de sucesso no mercado nacional, demonstrando como uma estratégia de marca bem-executada pode impulsionar o crescimento e a competitividade das empresas. Esses exemplos mostram a importância de entender o público-alvo, construir uma identidade autêntica e oferecer propostas de valor diferenciadas para se destacar no mercado. Nesse contexto, Chaffey e Smith (2017) reforçam que uma marca vai além da identificação de produtos ou serviços, pois representa um conjunto de valores, propósito e personalidade que são comunicados aos consumidores. Assim, a marca se torna uma promessa de qualidade, confiança e satisfação para os clientes, desempenhando um papel importante na criação de vínculos emocionais e na fidelização de públicos. Em linhas gerais, como você pode ver na figura a seguir, a gestão de marcas é fundamentada em princípios-chave como consistência, monitoramento e inovação, garantindo que a marca mantenha sua identidade e relevância ao longo do tempo. As estratégias de branding, comunicação e experiência são essenciais para estabelecer uma conexão profunda com o público, enquanto o brand equity é construído por meio de reconhecimento, lealdade e percepção positiva. A identidade da marca, baseada em propósito, valores e personalidade, aliada a um posicionamento claro, que enfatiza diferenciação, público- alvo e mensagem, são elementos cruciais para o sucesso das marcas. 10 Figura 1 – Fundamentos da gestão estratégica de marcas Fonte: elaborada pelo autor. Compreender os conceitos e as definições de marca é fundamental para uma gestão estratégica eficaz. Ao reconhecer que uma marca é muito mais do que apenas um nome ou um logotipo, as empresas podem explorar seu potencial máximo, criando uma identidade consistente, fortalecendo associações positivas na mente dos consumidores e se diferenciando em um mercado altamente competitivo. A gestão estratégica de marcas desempenha um papel importante nesse processo, permitindo que as empresas conquistem uma posição de destaque e fidelizem seus consumidores. 2. Propósito, valores e identidade de marca No contexto da gestão estratégica de marcas, o entendimento do propósito, dos valores e da identidade de uma marca é fundamental para criar uma conexão autêntica e significativa com os consumidores. O propósito representa a razão de existir da marca, sua missão e o impacto que ela busca gerar no mundo. Os valores são os princípios éticos e morais pelos quais a marca se orienta. Já a identidade de 11 marca é a expressão visual e verbal que representa seus atributos e sua personalidade (Kapferer, 2003; Aaker, 2011; Kotler; Keller, 2012). De acordo com Aaker (2011), o propósito de uma marca vai além de simplesmente vender produtos ou serviços. Ele deve ser baseado em uma visão clara e inspiradora que estimule a motivação e o engajamento dos colaboradores internos e dos consumidores externos. Um propósito bem definido contribui para estabelecer uma identidade única para a marca, permitindo que ela se destaque em um mercado competitivo. A definição de valores é primordial para orientar as decisões e as ações da marca, pois valores autênticos e alinhados com as expectativas do público-alvo demonstram a coerência da marca e estabelecem a confiança com os consumidores. De acordo com Kotler e Keller (2012), os valores de uma marca devem estar enraizados na cultura organizacional, permeando todas as suas interações e iniciativas. A identidade de marca é expressa por meio de elementos visuais e verbais que comunicam a personalidade e os atributos da marca. Segundo Kapferer (2003), a identidade de marca engloba o nome, o logotipo, as cores, a tipografia, o tom de voz e outros elementos distintivos que ajudam a criar uma percepção consistente e memorável para os consumidores. As empresas norte-americanas Patagonia, Ben & Jerry’s e Apple são exemplos claros da importância dessas dimensões (propósito, valores e identidade). A Patagonia, reconhecida pela produção de vestuário e equipamentos de escalada, demonstra seu propósito de marca ao promover a preservação ambiental e investir em causas ambientais. Já a Ben & Jerry’s, fabricante de sorvetes, demonstra os valores de sua marca por meio do compromisso com ingredientes naturais e sustentáveis, além do apoio a causas sociais e ambientais. A Apple, por sua vez, demonstra sua identidade por meio do design minimalista, inovação tecnológica e experiência do usuário, criando produtos que combinam elegância, simplicidade e funcionalidade. 12 Em suma, compreender o propósito, os valores e a identidade de uma marca são fatores cruciais para uma gestão estratégica eficaz. Esses elementos formam a base da construção da imagem e da reputação da marca, permitindo que ela estabeleça conexões emocionais e duradouras com seu público-alvo. De acordo com Rocha e Oliveira (2017), agregar valor as marcas e fazer com que elas consigam transmitir todos os diferenciais dos produtos, os valores da empresa e sua representatividade para um grupo de consumidores é o processo mais complexo e desafiador para as organizações. 3. Estratégias de posicionamento de marca As estratégias de posicionamento desempenham um papel central na criação de uma identidade clara e distintiva para a marca. O posicionamento é a forma como a marca é percebida pelos consumidores em relação aos seus concorrentes; e, por sua vez, as estratégias de posicionamento envolvem a seleção de um espaço único e relevante na mente dos consumidores. Por meio das estratégias, a marca busca estabelecer uma posição diferenciada e vantajosa no mercado (Serralvo, 2012; Kotler; Keller, 2012). De acordo com Ries e Trout (2005), a estratégia de posicionamento envolve identificar um espaço disponível, vago ou mal atendido na mente dos consumidores e preenchê-lo com uma proposta de valor única. Isso implica em definir uma posição específica para a marca em termos de atributos, benefícios, público-alvo ou categoria de produtos. O posicionamento eficaz requer uma compreensão detalhada do mercado e do público-alvo, bem como a capacidade de comunicar de forma consistente e coerente a proposta de valor da marca. Para Serralvo (2012), o posicionamento correto de marca assume um papel estratégico decisivo na gestão de marketing. Logo, cada marca, 13 com intuito de se destacar no mercado, busca se utilizar de diferenças específicas e localizadas, as quais podem ser convertidas em potentes vantagens psicológicas. Nesse contexto, os esforços e as iniciativas promocionais de uma marca contribuem para que o consumidor compreenda o intervalo entre o custo de um produto e o seu valor percebido. Por exemplo, a prática de direcionar apelos a parcelas selecionadas do mercado potencial é possível porque existem diferentes mensagens a disseminar, por meio das técnicas de comunicação, às marcas e às diversas categorias de produtos e/ou serviços. Uma abordagem comum na definição de estratégias de posicionamento é o uso de diferenciação, em que, de acordo com Kotler e Keller (2012), as marcas podem buscar se diferenciar dos concorrentes por meio de características do produto, benefícios percebidos,serviços adicionais, preço ou atendimento ao cliente. A diferenciação eficaz cria uma percepção de valor única para a marca, possibilitando que ela ocupe um espaço peculiar e privilegiado na mente dos consumidores. Além da diferenciação, a segmentação de mercado desempenha um papel importante na definição de estratégias de posicionamento. Kotler e Keller (2012) destacam que as marcas podem buscar atender a segmentos específicos do mercado, adaptando sua proposta de valor para atender às necessidades e às preferências desse grupo de consumidores. Essa abordagem permite que a marca se torne relevante e atraente para um público específico, aumentando suas chances de sucesso. Em síntese, as estratégias de posicionamento de marca são fundamentais para estabelecer uma posição privativa, favorável e competitiva no mercado. Com uma compreensão clara e bem estruturada acerca do público-alvo, do mercado e dos atributos específicos da marca, as empresas podem criar estratégias eficazes que definem o espaço que a marca ocupa na mente dos seus clientes e consumidores. 14 No papel de gestores e profissionais de marketing, é importante compreender que a gestão estratégica de marcas não se trata apenas de criar um nome e um logotipo, mas sim de construir uma percepção positiva e duradoura a respeito da marca. No cenário atual, em que as empresas enfrentam desafios constantes no mercado, como a rápida evolução da tecnologia e a crescente demanda por autenticidade e propósito, a capacidade de compreender os conceitos de marca, estabelecer propósitos e valores autênticos, além de posicionar-se estrategicamente no mercado, são elementos-chave para alcançar o sucesso e a sustentabilidade das marcas. Ao finalizar esta jornada pelos fundamentos da gestão estratégica de marcas, você pôde compreender a importância desse campo de estudo para os gestores de empresas e estudantes de escolas de negócios. Por meio dos conceitos e das definições de marca, exploramos como ela se torna um elemento fundamental na construção de identidade e diferenciação no mercado. Além disso, também discutimos sobre o propósito, os valores e a identidade de marca, destacando a relevância de estabelecer uma conexão autêntica com os consumidores. Por fim, abordamos sobre as estratégias de posicionamento de marca, mostrando como é possível ocupar um espaço único e privilegiado na mente dos clientes e consumidores. Referências AAKER, D. A. Relevância de marca. Porto Alegre: Grupo A, 2011. CHAFFEY, D.; SMITH, P. R. Marketing digital: estratégia, implementação e prática. 6. ed. Campinas: Pearson Education Brasil, 2017. KAPFERER, J. N. As marcas, capital da empresa: criar e desenvolver marcas fortes. Tradução: Arnaldo Ryngelblum. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. KELLER, K. L. Strategic brand management: building, measuring, and managing brand equity. Campinas: Pearson Education Brasil, 2013. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 14. ed. Campinas: Pearson Education Brasil, 2012. 15 RIES, A.; TROUT, J. Posicionamento: a batalha pela sua mente. Bragança Paulista: Pioneira, 2005. ROCHA, M. D. A.; OLIVEIRA, S. L. I. Gestão estratégica de marcas. São Paulo: Saraiva, 2017. (Coleção Marketing em Tempos Modernos). SERRALVO, F. A. Gestão de marcas no contexto brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2012. 16 Percepção Digital de Marcas Autoria: Eduardo de Faria Nogueira Leitura crítica: Kely Priscila Barbosa Ramos Objetivos • Compreender a importância da percepção digital de marcas como um diferencial estratégico no ambiente de negócios atual. • Analisar a importância do monitoramento das métricas para identificação de tendências e percepções do público em relação à marca. • Explorar como a percepção digital influencia a reputação e a imagem da marca, e como isso pode afetar sua competitividade e sucesso no mercado. 17 1. A importância da percepção digital no ambiente de negócios Ao completar o estudo deste tema, você será capaz de compreender os fundamentos sobre a percepção digital de marcas e suas dimensões essenciais para o sucesso das empresas no mercado atual. Neste conteúdo, abordaremos os conceitos fundamentais, as estratégias de análise e monitoramento da percepção digital e a importância da construção de experiências digitais de marca. Ao final desta jornada, você entenderá a relevância da percepção digital no contexto dos negócios e estará apto a explorar oportunidades para se destacar neste mercado cada vez mais conectado. A percepção digital de marcas desempenha um papel crucial no ambiente de negócios da atualidade, em que a presença on-line é essencial para o sucesso das empresas. Essa percepção se refere à forma como uma marca ou empresa é percebida e interpretada pelos consumidores por meio das experiências e das interações digitais em websites, mídias sociais, aplicativos, blogs, entre outros canais on-line (Chaffey; Smith, 2017; Meyer; Santos, 2021). De acordo com Chaffey e Smith (2017), a percepção digital reflete a eficácia da estratégia de marketing on-line de uma marca. Para isso, é necessário compreender como as mensagens são transmitidas, como os consumidores as recebem e como as interações digitais moldam sua percepção sobre as marcas. A partir disso, as empresas podem ajustar suas estratégias e melhorar a experiência do cliente. Um exemplo real de importância da percepção digital é a marca Amazon que, por meio de estratégias eficientes, conquistou a confiança dos consumidores ao oferecer uma experiência de compra on-line conveniente, com recomendações personalizadas, avaliações de produtos e um sistema de entrega confiável. Essa percepção positiva permitiu que a empresa se tornasse uma das marcas mais valiosas do mundo. 18 Nesse contexto, notamos que a percepção digital é fundamental para influenciar na reputação e no posicionamento da marca no mercado, pois impacta diretamente a percepção dos consumidores. Quando estes têm uma interpretação positiva sobre a marca, eles são mais propensos a engajar-se, interagir e realizar negócios com ela. Por outro lado, uma avaliação negativa pode afetar a confiança, afastar os consumidores e prejudicar a imagem da empresa (Rocha; Oliveira, 2017). Do ponto de vista das funções e características da percepção digital, podemos destacar alguns pontos importantes: • Criação de imagem de marca: a percepção digital contribui para a formação da imagem e reputação da marca no ambiente on-line, influenciando a maneira como os consumidores a enxergam. • Avaliação de desempenho: possibilita avaliar o desempenho de uma marca nas plataformas digitais, por meio do monitoramento de métricas como alcance, engajamento e reputação. Isso auxilia as empresas a entenderem como são percebidas pelos usuários on-line e, a partir disso, ajustar suas estratégias. • Feedback do público: permite receber feedback direto do público, por meio das plataformas digitais. Isso ajuda na identificação de necessidades e expectativas dos clientes, possibilitando melhorias nos produtos, serviços e comunicações da empresa. • Monitoramento da concorrência: as ferramentas digitais possibilitam o monitoramento da concorrência no ambiente on- line. Dessa maneira, é possível identificar estratégias utilizadas, acompanhar tendências de mercado e analisar as ações da concorrência pelo público. Essas informações são essenciais para aprimorar a estratégia de marketing e manter-se competitivo. • Multicanalidade: a percepção digital abrange diversos canais digitais, permitindo que as marcas se conectem com seu público 19 em diferentes plataformas (websites, redes sociais, aplicativos e e-mails), ampliando sua visibilidade. • Interatividade: promove a comunicação multicanal e interativa entre marca e público, por meio de comentários, avaliações, compartilhamentos e promoções as empresas podem responder de forma rápida e personalizada aos feedbacks e às consultas dos consumidores. Essa interatividadefortalece o relacionamento e proporciona uma experiência mais significativa e envolvente. Figura 1 – Funções e características da percepção digital Fonte: elaborada pelo autor. Impactos da percepção digital: • Ampliação do alcance: a percepção digital amplia o alcance das marcas, atingindo um público global e expandindo o mercado de atuação. 20 • Engajamento e interação: promove maior engajamento e interação entre as marcas e o público, fortalecendo o relacionamento e criando conexões duradouras. • Influência na decisão de compra: a percepção digital influencia diretamente a decisão de compra dos consumidores, fornecendo informações e estratégias que estimulam preferências. • Reputação on-line: impacta a reputação das marcas que pode ser fortalecida por comentários positivos e prejudicada por feedbacks negativos. • Personalização e segmentação: permite a personalização e a segmentação das estratégias de marketing, aumentando a relevância das mensagens e ofertas para diferentes segmentos de público. É fundamental que os gestores compreendam a importância da percepção digital e invistam em estratégias adequadas para fortalecer a imagem da marca no ambiente on-line. Isso envolve a criação de conteúdo relevante e engajador, monitoramento das interações dos consumidores nas mídias sociais e outras plataformas digitais, além de um bom gerenciamento de crises para lidar com eventuais problemas que possam surgir. 2. Análise da percepção digital: monitoramento e métricas A análise das informações sobre a percepção digital é essencial para entender como a marca é compreendida pelos consumidores e quais são os resultados das estratégias digitais adotadas. O monitoramento e o uso adequado de métricas são fundamentais nesse processo, pois fornecem dados valiosos para tomar decisões embasadas em informações e direcionar ações de marketing. 21 O monitoramento da percepção digital envolve o acompanhamento constante das menções à marca em redes sociais, blogs, aplicativos, lojas virtuais, fóruns e outras plataformas on-line. Isso permite identificar tendências, sentimentos e opiniões dos consumidores em relação à marca, possibilitando ajustes nas estratégias de acordo com as demandas e as expectativas dos clientes (Chaffey; Smith, 2017; Kaplan; Haenlein, 2012). Além do monitoramento, o uso de métricas é fundamental para mensurar o desempenho das ações digitais. Métricas como engajamento nas redes sociais, alcance de publicações, taxa de conversão de visitantes em clientes e tempo médio de permanência no site são exemplos de indicadores que podem fornecer insights sobre a eficácia das estratégias e ajudar na tomada de decisões. Segundo Kaplan e Haenlein (2010), as métricas de mídia social são ferramentas que auxiliam as empresas na avaliação do impacto de suas ações digitais nas redes sociais. Nesse contexto, é essencial selecionar as métricas adequadas de acordo com os objetivos da marca e interpretar corretamente os resultados para obter insights relevantes. Um exemplo de aplicação do monitoramento e das métricas é a marca de refrigerantes Coca-Cola. A empresa utiliza ferramentas de monitoramento para acompanhar as menções à marca nas redes sociais, identificando o sentimento dos consumidores e respondendo de forma adequada às suas necessidades e preocupações. Além disso, a Coca-Cola verifica o engajamento e o alcance de suas campanhas digitais para avaliar o impacto das ações e direcionar futuras estratégias. O acompanhamento de métricas — como alcance, engajamento, conversões, tempo de permanência, entre outros indicadores-chave — é essencial para compreender o desempenho das estratégias digitais, pois a capacidade de mensuração e análise dos resultados contribui para a otimização contínua das campanhas e a obtenção de melhores resultados. Nesse contexto, podemos destacar alguns exemplos: 22 • Avaliações e comentários on-line: as opiniões dos consumidores em sites de avaliação, como o TripAdvisor e o Yelp, influenciam a percepção da marca e a decisão de compra de outras pessoas. • Presença nas redes sociais: o engajamento da marca nas redes sociais, por meio de conteúdo relevante, interação com os seguidores e gerenciamento eficaz das crises, pode moldar a percepção dos consumidores. • Experiência do usuário em sites e aplicativos: a facilidade de navegação, o design atraente e a resposta rápida em plataformas digitais contribuem para uma percepção positiva da marca. 3. Construção de experiências digitais de marca A construção de experiências digitais de marca é fundamental para cativar e engajar os consumidores no ambiente on-line. Ela abrange todas as interações que os consumidores têm com a marca por meio de canais digitais, desde o acesso ao website até a interação nas redes sociais e o atendimento ao cliente on-line. A criação de experiências digitais envolventes exige a compreensão das necessidades, preferências e comportamentos dos consumidores. Por isso, é importante oferecer a eles uma experiência personalizada, relevante e consistente em todos os pontos de contato, criando um vínculo emocional com a marca. As empresas que conseguem criar experiências digitais diferenciadas podem conquistar a fidelidade dos clientes e se destacar no mercado competitivo (Ries; Trout, 2005). Um exemplo notável de construção de experiência digital é a empresa de streaming Netflix. Ao oferecer uma plataforma intuitiva, personalizada e com recomendações personalizadas de conteúdo, ela proporciona uma experiência envolvente aos usuários, mantendo-os engajados e satisfeitos. 23 Essa estratégia contribuiu para o sucesso da empresa e sua posição de destaque no mercado de entretenimento digital. Para a construção de experiências digitais de marca é fundamental a compreensão de três aspectos importantes: clareza, coerência e consistência. Essas dimensões, na concepção de Meyer e Santos (2021), sustentam os pilares do branding digital, caracterizado pela construção e gestão de uma marca no ambiente digital, como você pode ver a seguir: • Clareza: a clareza significa definir a essência e a imagem da empresa, diz respeito ao que a empresa é e o que ela não é, e qual imagem ela quer que seus públicos tenham dela. A essência envolve descobrir o propósito de sua existência e sua proposta de valor única. Um bom exemplo é o Google, que tem como propósito e motivo de existência organizar todas as informações do e torná-las acessíveis mundialmente. Dessa forma, a empresa deve alinhar todas as suas ações para alcançar esse propósito. Em relação à imagem desejada, é importante definir a personalidade da marca, como descolada ou tradicional. Isso influencia elementos como a identidade visual, cores, símbolos e, até mesmo, o tom de voz da empresa. A criação de uma identidade coerente reflete a imagem desejada pelos públicos-alvo. • Coerência: tudo o que a empresa diz e faz deve estar alinhado com sua identidade e crenças. Por exemplo, se a empresa deseja ser percebida como séria e tradicional, ela deve evitar fazer brincadeiras exageradas ou u linguagem informal, mantendo todo conteúdo publicado em blog, site e redes sociais relacionados aos valores e à proposta de valor da empresa. Se a marca busca ser referência em conscientização social, é fundamental evitar conteúdos machistas, sexistas, racistas ou homofóbicos. Já organizações comprometidas com a conscientização social devem ter cuidado redobrado na escolha do que é publicado. • Consistência: a falta de coerência entre o discurso e as ações da empresa pode levar à “esquizofrenia” da marca, resultando na 24 perda de credibilidade, reputação, clientes e valor de mercado. A consistência, ao longo do tempo, é um desafio para as marcas em todos os níveis hierárquicos. A gestão estratégica da marca pode ser facilitada pelo uso de um manual da marca, que deve detalhar desde a essência até os atributos da identidade da empresa. É essencial que todos oscolaboradores compreendam e adotem a personalidade da marca. Algumas consultorias já oferecem serviços de auditoria de marca para avaliar a consistência das ações, em que analisam as diretrizes da identidade que estão sendo seguidas. Desse modo, é importante que as empresas invistam na construção de experiências digitais que agreguem valor e encantem os consumidores. Porém, para isso, elas devem compreender as necessidades e as preferências dos clientes, utilizar tecnologias adequadas e a buscar constante por inovação e melhorias na experiência oferecida. A percepção digital desempenha um papel fundamental nas estratégias de marketing dos negócios contemporâneos. Suas funções permitem o monitoramento e a compreensão das percepções dos consumidores em relação à marca, possibilitando ajustes e otimizações nas estratégias adotadas. Além disso, suas características permitem uma comunicação mais direta e personalizada com o público-alvo, possibilitando engajamento e fortalecendo o relacionamento entre marca e consumidor (Rocha; Oliveira, 2017). Os resultados da percepção digital são evidentes, impactando a reputação da marca, influenciando nas decisões de compra dos consumidores, permitindo a segmentação e personalização das estratégias de marketing, além de oferecer insights valiosos para a inovação e a melhoria contínua dos produtos e serviços. Assim, a percepção digital é uma ferramenta indispensável para as empresas que desejam se destacar no mercado competitivo atual e estabelecer uma presença on-line eficaz. Ao concluirmos nosso estudo sobre a percepção digital de marcas, fica evidente a importância desse tema para as empresas no ambiente 25 de negócios atual. Com o avanço tecnológico e a ampliação do uso da internet, tal ferramenta ganhou destaque como um fator determinante para o sucesso ou fracasso de uma marca. Portanto, compreender como os consumidores percebem uma marca no ambiente digital, monitorar e analisar essas percepções e construir experiências digitais memoráveis são desafios fundamentais para as empresas. A compreensão dos conceitos e das estratégias relacionados à percepção digital de marcas é essencial para os gestores, pois permite o desenvolvimento de estratégias eficazes de marketing, comunicação e relacionamento com o cliente. Com isso, as empresas estarão mais preparadas para enfrentar os desafios do ambiente digital e conquistar o sucesso em um mercado cada vez mais competitivo. Referências CHAFFEY, D.; SMITH, P. R. Marketing digital: estratégia, implementação e prática. 6. ed. Campinas: Pearson Education Brasil, 2017. KAPLAN, A. M.; HAENLEIN, M. Users of the world, unite! The challenges and opportunities of social media. Business Horizons, [s. l.], v. 53, n. 1, p. 59-68, 2010. MEYER, F. V; SANTOS, S. A. Branding Digital. In: CASAS, A. L. L (Org.). Marketing Digital. Grupo GEN, 2021. RIES, A.; TROUT, J. Posicionamento: a batalha pela sua mente. Pioneira. 2005. ROCHA, M. D. A.; OLIVEIRA, S. L. I. Gestão estratégica de marcas (Coleção Marketing em Tempos Modernos). Saraiva, 2017. 26 Estratégias de Marketing Digital para Gestão de Marcas Autoria: Eduardo de Faria Nogueira Leitura crítica: Kely Priscila Barbosa Ramos Objetivos • Compreender as principais estratégias de marketing digital para gestão de marcas, enfatizando o conhecimento sobre produção de conteúdo e digital storytelling. • Explorar as estratégias de marketing digital, ferramentas e metodologias específicas para a criação de conteúdo, presença e engajamento nas redes sociais. • Entender como as estratégias de personalização e segmentação na comunicação digital são importantes ferramentas de relacionamento com os clientes. 27 1. Conteúdo e digital storytelling Ao completar o estudo deste tema, você será capaz de compreender a relevância da produção de conteúdo, presença e engajamento nas redes sociais, bem como o conceito de digital storytelling e suas implicações para a gestão de marcas no ambiente virtual. Neste material, exploraremos conceitos-chave, ferramentas aplicáveis e exemplos empresariais que destacam a importância dos conceitos e das metodologias de conteúdo digital para empresas e gestores de marketing. No ambiente digital altamente competitivo, as empresas buscam constantemente maneiras de se destacar e criar conexões significativas com seus públicos. Nesse cenário, a produção de conteúdo e o digital storytelling emergem como estratégias fundamentais para alcançar tais objetivos. Essas abordagens permitem que as marcas compartilhem narrativas envolventes, transmitindo sua mensagem de forma eficaz e impactante. Em linhas gerais, a produção de conteúdo digital engloba diferentes formas de criação e distribuição de informações, ideias, entretenimento e comunicação disponibilizadas por meio de canais digitais distintos, como websites, blogs, vídeos, infográficos, podcasts e redes sociais. Para que isso ocorra, é essencial que as marcas consigam produzir conteúdos que sejam relevantes, valiosos e adaptados às necessidades e às preferências de seu público-alvo (Assad, 2016). Por sua vez, o digital storytelling consiste na habilidade de contar histórias envolventes, autênticas e relevantes, com o objetivo de criar conexões emocionais com o público-alvo, por meio de recursos digitais. Essa abordagem implica em utilizar narrativas estruturadas para divulgar mensagens de forma memorável, permitindo que as marcas transmitam sua identidade, propósito e valores de maneira cativante e impactante (Arruda, 2019; Ramalho, 2023). 28 A utilização do digital storytelling como estratégia metodológica para produção de conteúdo virtual é uma maneira atualizada de disseminar mensagens de marketing, em que seus resultados impactam diretamente na relação entre as marcas e seus públicos. Nesse sentido, podemos destacar alguns pontos importantes: • Humanização das marcas: enquanto os consumidores buscam excelência e conveniência nos produtos e nos serviços que adquirem, eles também procuram se relacionar com marcas que ofereçam uma conexão pessoal e lhes transmitam um significado real em suas decisões de compra. O digital storytelling é uma maneira poderosa de responder às perguntas mais urgentes do público-alvo e, ao mesmo tempo, humanizar as marcas. • Geração de conteúdo compartilhável: produzir histórias memoráveis não se trata apenas de capturar a atenção do público, mas também de inspirá-lo a compartilhar o conteúdo com outras pessoas. O digital storytelling permite a criação de conteúdo adequado para diferentes plataformas, envolvendo as pessoas de forma a induzi-las a clicar no botão de compartilhamento. • Entrega de valor genuíno: uma forma inovadora de conquistar o público-alvo é se destacar como uma fonte de conteúdo valioso. Nesse contexto, o digital storytelling não apenas convence as pessoas a comprarem produtos e serviços, informando os benefícios de seu portfólio de maneira relevante, mas também capacita, informa e inspira clientes e consumidores. • Impulsionador eficaz de SEO (Search Engine Optimization): manter o site otimizado para mecanismos de busca é uma preocupação essencial para qualquer gestor de negócios ou profissional de marketing. O digital storytelling oferece um impulso significativo nesse contexto, ao incentivar o compartilhamento social, fortalecer a presença on-line com backlinks de qualidade e 29 fornecer um fluxo constante de conteúdo multimídia valioso para o site ou blog. • Diferenciação das marcas: embora o conteúdo seja o aspecto central da era digital, não basta ser habilidoso na sua produção, pois as concorrentes também produzem conteúdos de alta qualidade. Sendo assim, a construção de uma identidade única de marca e narrativas consistentes são fundamentais, pois possibilitam a diferenciação da marca em meio a um mar de conteúdo digital disponível no universo on-line. • Estímulo ao senso de comunidade: as pessoas são seres sociais e desejamse conectar com os outros, mesmo que sejam introvertidas, elas precisam sentir que pertencem a algum lugar. O digital storytelling é uma forma importante de atender a essas necessidades essenciais dos seus clientes, pois, ao criar histórias digitais, a empresa pode associar suas marcas a valores como privilégio, responsabilidade ambiental e consciência social, criando um espaço relevante para o seu público. • Construção de fidelidade duradoura: fazer com que os clientes retornem é fundamental para o sucesso das marcas. Ser excessivamente promocional ou egocêntrico pode parecer uma estratégia eficaz no curto prazo, mas não promove relacionamentos duradouros nem cultiva lealdade. O digital storytelling nutre essas conexões, ajudando o público a sentir-se apoiado e empoderado em vez de explorado. A produção de conteúdo e storytelling são poderosas ferramentas de marketing para construir relacionamentos, engajar o consumidor e fortalecer a marca. De acordo com Max (2015), ao criar narrativas envolventes e relevantes, as empresas podem estabelecer conexões emocionais duradouras com seu público-alvo, aumentando a fidelidade e a conscientização da marca. 30 Temos diversas ferramentas aplicáveis para a criação e distribuição de conteúdo digital, mas as mais utilizadas incluem: • Blogs e artigos: plataformas como WordPress e Medium permitem a criação de blogs e artigos relevantes para atrair e engajar a audiência. • Vídeos: o Youtube e outras plataformas de vídeo são ideais para contar histórias por meio de vídeos informativos, tutoriais, vlogs e storytelling visual. • Redes sociais: Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn são canais eficazes para compartilhar conteúdos e histórias sobre a marca, alcançando um amplo público e incentivando o engajamento. • E-books: a criação de e-books permite aprofundar tópicos relevantes, fornecendo conteúdo de valor em formato digital. A marca de cosméticos Dove é um excelente exemplo de conteúdo e storytelling digital bem-sucedidos. Em sua campanha intitulada Real Beleza, ela combina vídeos emocionantes e mensagens inspiradoras para promover a autoestima e a diversidade. Essa estratégia de digital storytelling permitiu que a Dove se destacasse no mercado e construísse um relacionamento autêntico com seu público. Outro exemplo é a Nike, que é reconhecida por campanhas de storytelling digital impactantes, como a série Just Do It, na qual a marca utiliza histórias inspiradoras e emocionantes para se conectar com seu público, destacando atletas e suas jornadas pessoais. Já a Coca-Cola utiliza o storytelling em suas campanhas, como o icônico Holidays are Coming, transmitindo alegria, celebração e união por meio de narrativas relacionadas às festividades. Essas histórias conectam emocionalmente os consumidores à marca. 31 Outro exemplo é a Red Bull, que utiliza conteúdo digital de forma inovadora criando vídeos e artigos sobre esportes radicais, aventuras e cultura, compartilhando histórias emocionantes e envolventes. Essa estratégia posicionou a Red Bull como uma referência no segmento de bebidas energéticas e criou uma comunidade leal de fãs em diversos países. Como você pode notar, o digital storytelling é uma estratégia essencial para alcançar o sucesso nos tempos atuais e algumas abordagens metodológicas podem contribuir para essa construção, como: • Identificação do público-alvo: antes de criar conteúdo, é crucial compreender o perfil, os interesses e as necessidades do público- alvo. A análise de dados e pesquisas de mercado ajudam a direcionar as estratégias de conteúdo. • Desenvolvimento de personas: a criação de personas é uma técnica eficaz para entender melhor o público-alvo. Ao criar representações fictícias de segmentos específicos do público, as marcas podem personalizar o conteúdo e as histórias para atender às necessidades e preferências de cada grupo. • Jornada do cliente: mapear a jornada do cliente é essencial para determinar os pontos de contato em que conteúdo e storytelling podem ser aplicados de forma estratégica. Compreender as etapas pelas quais um cliente em potencial passa, desde a descoberta até a compra, permite a elaboração de conteúdo relevante em cada estágio. • Formatos de conteúdo: as possibilidades de formatos de conteúdo são vastas e incluem artigos, blogs, vídeos, infográficos, podcasts, entre outros. A escolha do formato deve considerar o tipo de mensagem a ser transmitida e as preferências do público- alvo. No cenário digital, os conteúdos em formato visual são ferramentas extremamente eficazes para atrair a atenção do público e promover maiores níveis de engajamento. 32 Figura 1 – Impactos do conteúdo visual Fonte: adaptada de Ramalho (2023, p. 177). A compreensão dos conceitos, a aplicação de abordagens adequadas e a utilização de ferramentas apropriadas são fundamentais para o sucesso das estratégias de conteúdo e storytelling digital. Além disso, o conteúdo digital bem elaborado ajuda a posicionar a empresa como uma autoridade em seu nicho de mercado, conquistando a confiança dos consumidores. 2. Presença e engajamento nas redes sociais No cenário atual, as redes sociais desempenham um papel relevante na vida das pessoas, oferecendo oportunidades valiosas para as empresas interagirem com seus públicos. A presença e o engajamento efetivo nas redes sociais são elementos fundamentais para a construção de relacionamentos significativos, o fortalecimento da imagem da marca e o crescimento dos negócios. 33 A presença nas redes sociais refere-se à participação ativa e estratégica de uma marca em plataformas como Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn, entre outras. Ela envolve a criação de perfis empresariais, compartilhamento de conteúdo relevante, interação com seguidores e monitoramento de conversas sobre a marca, os produtos e os serviços (Chaffey; Smith, 2017; Casas, 2021). Nesse sentido, o engajamento nas redes sociais consiste na capacidade de envolvimento e interação de forma significativa entre a empresa e os seus públicos. Tal interação inclui curtidas, compartilhamentos, mensagens diretas, respostas aos comentários, menção aos usuários, incentivo a participação, realização de concursos, promoção de discussões e da participação ativa dos seguidores (Assad, 2016; Rocha; Oliveira, 2017). A Starbucks, por exemplo, é conhecida por sua forte presença nas redes sociais, especialmente no Instagram. A marca compartilha fotos e histórias inspiradoras, promove a interação com os seguidores por meio de perguntas e responde ativamente aos comentários, criando uma comunidade engajada e fidelizada. Outro exemplo é a Oreo, que utiliza conteúdo criativo e interativo nas redes sociais, como a campanha Oreo Dunk Challenge, em que a marca incentiva seus seguidores a compartilharem vídeos criativos mergulhando biscoitos Oreo no leite, gerando uma experiência divertida e envolvente. A presença e o engajamento nas redes sociais permitem que as empresas se conectem de maneira direta e autêntica com seu público- alvo. Essa interação possibilita o fortalecimento da marca, o aumento da visibilidade e a construção de relacionamentos duradouros com os clientes e consumidores. Diante disso, de acordo com Rocha e Olivera (2014), algumas definições estratégicas devem ser destacadas: • Identificação do público-alvo nas redes sociais: é essencial compreender quem são os usuários das redes sociais relevantes para o negócio. A análise de dados demográficos, interesses e 34 comportamentos on-line ajudam a direcionar as estratégias de presença e engajamento. • Definição de objetivos claros: antes de embarcar nas redes sociais, as empresas devem estabelecer objetivos claros como: aumentar o alcance da marca, gerar leads, melhorar a percepção da marca ou aumentar as vendas. Esses objetivos guiarão as ações e a mensuração dos resultados. • Desenvolvimento de conteúdo relevante: criar conteúdo relevante e de qualidade é fundamentalpara atrair e engajar o público. A estratégia de conteúdo deve estar alinhada aos interesses e às necessidades do público-alvo, oferecendo informações valiosas, entretenimento e/ou inspiração. • Monitoramento e resposta ativa: acompanhar de perto as interações nas redes sociais e responder prontamente as perguntas, os comentários e as críticas é crucial para estabelecer uma comunicação eficaz e construir confiança com o público. Figura 2 – Ciclo estratégico de marketing de conteúdo Fonte: elaborada pelo autor. O acompanhamento das informações de engajamento nas redes sociais oferece insights valiosos sobre as preferências, as necessidades e as 35 opiniões dos clientes, permitindo ajustes e melhorias nas estratégias de marketing. Sendo assim, é essencial a utilização de sistemas de monitoramento e recursos disponíveis para análise dos dados nas redes sociais. Veja a seguir algumas das ferramentas mais utilizadas: • Gerenciadores de redes sociais: plataformas como Hootsuite, Sprout Social e Buffer permitem gerenciar e programar postagens em várias redes sociais, facilitando o controle e a análise da presença da marca. • Monitoramento de mídias sociais: ferramentas como Google Alerts, Mention e Brandwatch permitem acompanhar menções à marca, monitorar conversas relevantes e identificar oportunidades de engajamento. • Análise de dados: as plataformas de análise das redes sociais, como Facebook Insights, Instagram Insights, Twitter Analytics e Google Analytics, fornecem dados valiosos sobre o desempenho das postagens, o alcance, o engajamento e o perfil demográfico dos seguidores. A atuação ativa e o engajamento nas redes sociais são essenciais para as empresas construírem relacionamentos significativos com seus clientes e consumidores. Ao identificar seus públicos-alvo, definir objetivos claros, criar conteúdo relevante e monitorar ativamente as interações nas diferentes plataformas virtuais, as empresas podem fortalecer sua presença on-line, impulsionar o engajamento, alcançar resultados positivos e alavancar o crescimento dos negócios (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017). 3. Personalização e segmentação na comunicação digital No contexto da comunicação digital, a personalização e a segmentação têm se tornado cada vez mais importantes para as empresas 36 se conectarem com seu público-alvo de forma mais específica e significativa. Essas estratégias visam entregar mensagens personalizadas e direcionadas, a fim de aumentar a eficácia das campanhas de marketing, vendas e comunicação. A personalização na comunicação digital refere-se à capacidade de adaptar mensagens, conteúdos, ofertas e demais experiências de marketing e comunicação de acordo com as características específicas dos consumidores. Essa ferramenta inclui o uso de dados demográficos, dados comportamentais, informações sobre preferências de compra e histórico de interações que possibilite a sugestão de conteúdos relevantes e personalizados (Chaffey; Smith, 2017; Casas, 2021). Por sua vez, a segmentação envolve a divisão do público-alvo em grupos homogêneos com base em características comuns (idade, gênero, interesses, comportamentos de compra e localização geográfica) e necessidades semelhantes. Essa abordagem permite direcionar mensagens específicas para cada segmento, gerando o aumento da eficácia e da relevância da comunicação (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017). Ao entregar mensagens personalizadas e relevantes para cada cliente, as empresas podem aumentar o engajamento, a fidelidade e as taxas de conversão. Além disso, a segmentação permite um direcionamento mais eficaz dos recursos de marketing, maximizando o retorno sobre o investimento. No entanto, é importante equilibrar a personalização com a privacidade e a transparência, respeitando as regulamentações de proteção de dados e as preferências dos usuários. A Amazon é um exemplo importante de personalização e segmentação na comunicação digital. Para faz isso, a empresa utiliza algoritmos avançados para analisar o histórico de compras, comportamento de navegação e preferências dos usuários, fornecendo recomendações personalizadas de produtos. Além disso, a Amazon segmenta seus e-mails promocionais de acordo com as categorias de interesse de cada cliente, aumentando a relevância das ofertas. 37 Já o Spotify utiliza a personalização para oferecer recomendações musicais com base nos hábitos de escuta e preferências dos usuários. Por meio de algoritmos avançados, a plataforma entrega playlists personalizadas e descobertas musicais relevantes para cada usuário. Outro exemplo é a Netflix, que personaliza a experiência do usuário com base em seu histórico de visualização, recomendando filmes e séries mediante os gostos e as preferências de cada usuário, possibilitando uma experiência personalizada e engajadora. Para alcançar tais resultados, as empresas se beneficiam das mais variadas ferramentas e metodologias que auxiliam na personalização de campanhas e segmentação dos consumidores na comunicação digital: • Coleta e análise de dados: a coleta de dados é fundamental para entender o perfil e comportamento do público-alvo. O uso de ferramentas de análise e CRM (Customer Relationship Management) ajuda a extrair informações valiosas sobre os consumidores, permitindo uma personalização mais precisa. • Ferramentas de automação de marketing: plataformas como Mailchimp, HubSpot e Marketo permitem criar fluxos de automação de marketing, nos quais é possível segmentar e personalizar as mensagens com base no comportamento do usuário, estágio do funil de vendas ou preferências específicas. O uso de ferramentas de automação de marketing possibilita a personalização em escala por meio do envio de mensagens automatizadas segmentadas com base em comportamentos, interesses e interações anteriores. • E-mails segmentados: o uso de e-mails segmentados, nos quais o conteúdo é adaptado para cada segmento de público, é uma estratégia eficaz para alcançar melhores resultados, em que é possível segmentar os contatos por interesse, histórico de compra, localização geográfica, entre outros critérios relevantes. 38 • Remarketing: o remarketing consiste em exibir anúncios personalizados para usuários que já tiveram algum contato com a marca. Por meio do uso de cookies e pixels de rastreamento é possível direcionar anúncios relevantes para usuários que visitaram um site, adicionaram produtos ao carrinho de compras ou demonstraram interesse em determinado conteúdo. • Definição de personas: a criação de personas é uma técnica que envolve a construção de perfis fictícios que representam segmentos específicos do público-alvo. Essas personas são baseadas em dados reais e permitem uma comunicação mais direcionada e personalizada. Em linhas gerais, a estratégia de personalização e segmentação na comunicação digital são ferramentas poderosas para as empresas alcançarem resultados significativos. Ao oferecer conteúdo relevante e personalizado, direcionar mensagens específicas para cada segmento de público e utilizar ferramentas de automação de marketing, as empresas podem criar experiências únicas para seus clientes, aumentando o engajamento, a fidelidade e o sucesso no mercado digital (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017). Em suma, a compreensão desses conceitos e a aplicação adequada das ferramentas disponíveis são essenciais para os gestores de marketing impulsionarem o crescimento e a competitividade de suas marcas no ambiente digital em constante evolução. O uso inteligente dessas estratégias permite às marcas construir relacionamentos mais significativos e duradouros com seus clientes e consumidores. Ao longo desta unidade, exploramos as estratégias de marketing digital para a gestão de marcas, destacamos a importância do conteúdo e storytelling digital, a presença e engajamento nas redes sociais, assim como a personalização e segmentação na comunicação digital. Essas estratégias sãoessenciais para alcançar e envolver o público-alvo, fortalecer a identidade da marca e impulsionar o sucesso nos negócios. 39 Referências ARRUDA, R. Comunicacão inteligente storytelling. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019. ASSAD, N. Marketing de conteúdo. Barueri: Grupo GEN, 2016. CASAS, A. L. L. Marketing digital. Barueri: Grupo GEN, 2021. CHAFFEY, D.; SMITH, P. R. Marketing digital: estratégia, implementação e prática. 6. ed. Campinas: Pearson Education Brasil, 2017. KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. MAX, F. Storytelling e suas aplicações no mundo dos negócios. Barueri: Grupo GEN, 2015. RAMALHO, J. A. Storytelling: cativando com a narrativa. Técnicas para criar conexão com pessoas e empresas. Coimbra, Portugal: Grupo Almedina, 2023. ROCHA, M. D. A.; OLIVEIRA, S. L. I. Gestão estratégica de marcas. São Paulo: Saraiva, 2017. (Coleção Marketing em Tempos Modernos). 40 Adaptação e Inovação Digital na Gestão de Marcas Autoria: Eduardo de Faria Nogueira Leitura crítica: Kely Priscila Barbosa Ramos Objetivos • Compreender os conceitos e os princípios fundamentais da adaptação e inovação digital na gestão de marcas, destacando os desafios e as oportunidades do ambiente digital. • Analisar as tendências tecnológicas e seu impacto na gestão de marcas, identificando as melhores práticas e estratégias para se adaptar e inovar no ambiente digital. • Explorar soluções inovadoras e estratégias de adaptação digital para a gestão de marcas, integrando ferramentas e práticas gerenciais, a fim de aprimorar a presença on-line, o engajamento do público e a competitividade da marca. 41 1. Tendências tecnológicas e impacto na gestão de marcas Ao concluir o estudo deste tema, você estará apto a compreender como as tendências tecnológicas estão impactando a gestão de marcas no cenário atual. Ao longo do conteúdo, exploraremos o papel dos dispositivos móveis no branding, compreendendo estratégias específicas para engajar e alcançar os consumidores. Para isso, abordaremos a importância da transformação digital e sua relação com a cultura organizacional, destacando como as empresas podem se adaptar às mudanças tecnológicas e promover uma cultura que incentive a inovação e a digitalização dos processos organizacionais. Nesse contexto, as constantes inovações tecnológicas têm gerado transformações significativas nas estratégias e metodologias de gestão de marcas, impactando na forma como as marcas são percebidas pelos consumidores e no modo como elas se comunicam e interagem com seus públicos. Dessa forma, a compreensão das tendências tecnológicas e sua aplicação na gestão de marcas tornou-se essencial para o sucesso dos negócios no ambiente digital. A ascensão das mídias sociais, o avanço da inteligência artificial, a utilização de ferramentas baseadas em realidade virtual, entre outras tecnologias, tem proporcionado novas oportunidades e desafios para as empresas. Ao adotar e aproveitar essas tendências, as empresas podem otimizar seus processos, melhorar a eficiência, ampliar o alcance de suas marcas e oferecer experiências excepcionais aos clientes (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017). São exemplos dessas tecnologias a inteligência artificial, a internet das coisas e a realidade virtual, permitindo a análise de dados, a personalização da experiência do consumidor e a criação de interações envolventes. Diante disso, segue algumas definições: 42 • Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning: a IA e o Machine Learning permitem a análise de grandes volumes de dados, a identificação de padrões e a personalização da experiência do consumidor. Temos como exemplo as aplicações em chatbots, assistentes virtuais, recomendação de produtos e uso da IA na personalização da experiência do cliente. A Amazon e a Netflix utilizam algoritmos de IA para recomendar produtos e conteúdos com base nas preferências e no histórico de compra dos consumidores, aumentando o engajamento e a fidelidade à marca. • Internet das Coisas (IoT): a IoT possibilita a interconexão de objetos do cotidiano, gerando dados em tempo real. As marcas podem aproveitar essa tecnologia para oferecer produtos e serviços mais personalizados, como wearables (dispositivos eletrônicos vestíveis: relógios inteligentes, pulseiras fitness, óculos de realidade virtual etc.) e dispositivos inteligentes. Na área de saúde, por exemplo, os wearables podem monitorar sinais vitais dos pacientes, auxiliando os profissionais de saúde ao fornecer os dados reais do usuário. No varejo, os dispositivos conectados coletam informações sobre os hábitos de compra, permitindo ofertas personalizadas. Além disso, a IoT é aplicada na automação residencial, fornecendo o controle eficiente e conveniente do ambiente. • Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV): a RA e a RV oferecem experiências imersivas aos consumidores, permitindo que as marcas criem interações memoráveis e envolventes, sendo possível transformar a maneira como as marcas se comunicam com seus clientes. São exemplos de aplicação: tours virtuais, provadores virtuais e jogos interativos. A IKEA (multinacional e uma das maiores retalhista de móveis do mundo), por exemplo, lançou um aplicativo de RA que permite aos usuários visualizarem como os móveis ficariam em suas casas antes mesmo de comprá-los. Essa experiência imersiva fortalece a conexão emocional com a marca e impulsiona as vendas. 43 Para se manterem relevantes, as empresas precisam acompanhar essas tendências e adaptar suas estratégias, aproveitando o potencial das tecnologias emergentes para fortalecer suas marcas e alcançar o sucesso no ambiente digital. Além disso, as redes sociais e as plataformas digitais ampliam o alcance e a visibilidade das empresas, exigindo atuação estratégica e engajamento contínuo (Casas, 2021; Turchi, 2018). O Instagram, por exemplo, se tornou uma plataforma essencial para divulgação, comunicação, interação e conteúdo, permitindo que as marcas mostrem seus produtos de forma visualmente atrativa e interajam diretamente com seus seguidores. Nesse contexto, as análises de dados nas redes sociais fornecem informações valiosas sobre o comportamento dos consumidores e o desempenho das campanhas de marketing (Assad, 2016; Marques, 2018). No entanto, é importante reconhecer que acompanhar e se adaptar às tendências tecnológicas é desafiador e encontra limites. Os avanços tecnológicos estão em constante evolução e, por isso, as empresas devem estar preparadas para lidar com mudanças rápidas e constantes. A implementação de tecnologias pode exigir investimentos significativos em infraestrutura, treinamento de equipe e segurança cibernética. Além disso, a falta de conhecimento ou resistência à mudança pode representar obstáculos para a adoção efetiva das tendências tecnológicas (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017). Portanto, as empresas devem equilibrar a busca por inovação com uma avaliação realista de seus recursos, capacidades e objetivos estratégicos, a fim de aproveitar ao máximo as oportunidades e superar os desafios apresentados pelas tendências tecnológicas. Em suma, as tendências tecnológicas têm um impacto profundo na gestão de marcas, desde a personalização do atendimento até a criação de experiências imersivas. As empresas que abraçam essas tendências e as integram em suas estratégias estão em vantagem competitiva, alcançando maior reconhecimento da marca, engajamento do público e sucesso no mercado em constante transformação. 44 2. Estratégias de branding em dispositivos móveis As estratégias de branding em dispositivos móveis têm se tornado cada vez mais importantes no cenário atual. Com a predominância dos smartphones e a crescente adoção de aplicativos móveis, as marcas têm a oportunidade de se conectar de forma direta e personalizada com os usuários. Diante disso, as estratégias de branding precisam se adaptara essa realidade para alcançar e engajar o público de forma efetiva. Inicialmente, é necessário compreender que os dispositivos móveis proporcionam uma experiência única de acesso à informação e interação entre consumidores e marcas. Sendo assim, é essencial que as empresas estejam presentes e ofereçam uma experiência consistente em diferentes plataformas, como aplicativos e sites responsivos. Ao implementar estratégias de branding em dispositivos móveis, as marcas podem fortalecer seu relacionamento com o público-alvo, impulsionar a fidelidade à marca e alcançar resultados significativos em termos de engajamento e conversões em clientes (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017; Marques, 2018). Entre as noções mais importantes nessa perspectiva, podemos destacar os conceitos de: mobile-first, user experience (UX), personalização e responsividade (design responsivo). Estes são conceitos fundamentais que impactam diretamente na forma de desenvolvimento de conteúdo e design dos sistemas, priorizando a experiência do usuário em dispositivos móveis. Para que isso ocorra, a marca precisa repensar o modo como o conteúdo é apresentado, considerando a tela reduzida e os recursos específicos dos sistemas mobile (Marques, 2018; Turchi, 2018; Casas, 2021). • Mobile-first: a abordagem mobile-first enfatiza a importância de projetar e desenvolver experiências de marca com foco nos dispositivos móveis, considerando suas particularidades: tamanho 45 de tela, interações táteis e contexto de uso. Isso implica em adotar uma abordagem responsiva e otimizada para dispositivos móveis desde o início da abordagem. • User experience (UX): a experiência do usuário desempenha um papel fundamental nas estratégias de branding em dispositivos móveis. Para isso, é necessário garantir que a marca ofereça uma experiência consistente, intuitiva e agradável aos usuários, levando em consideração fatores como navegação simplificada, design atrativo e carregamento rápido. • Personalização: a personalização é uma estratégia-chave para envolver os usuários em dispositivos móveis. Por meio de técnicas de segmentação de público, dados comportamentais e histórico de interações, as marcas podem entregar conteúdo personalizado e relevante, resultando em aumento do engajamento e da fidelidade dos usuários. • Responsividade (design responsivo): o design responsivo permite que as marcas criem experiências de usuário consistentes em diferentes dispositivos móveis, adaptando o conteúdo e o layout de acordo com o tamanho da tela. Isso garante uma experiência fluida e coerente em todos os dispositivos, conforme a figura a seguir. Figura 1 – Exemplo de design responsivo Fonte: adaptada de Marques (2018, p. 89). 46 A integração desses conceitos e suas aplicações práticas são importantes para o desenvolvimento de estratégias de branding em plataformas digitais. Nesse contexto, a abordagem mobile-first, que prioriza o design e a experiência do usuário em dispositivos móveis, é essencial para garantir uma presença efetiva no ambiente digital. Além disso, a user experience (UX) desempenha um papel fundamental, pois os consumidores esperam uma navegação intuitiva, rápida e agradável nos aplicativos. A personalização é outra estratégia poderosa, permitindo que as marcas entreguem conteúdos e ofertas relevantes com base no perfil e no comportamento do usuário. Figura 2 – Integração mobile e marketing digital Fonte: adaptada de Marques (2018, p. 88). 47 No que diz respeito às ferramentas aplicáveis, destacamos o uso de aplicativos dedicados (exclusivos) e notificações push. Os aplicativos permitem que as empresas criem uma experiência personalizada, interações mais imersivas e direcionadas para os usuários, além de oferecerem funcionalidades exclusivas aos seus públicos. Já as notificações push são uma forma efetiva de engajar os usuários, fornecendo informações relevantes e oportunidades de interação (Marques, 2018; Turchi, 2018). Como exemplo de empresas que utilizam de forma inteligente os sistemas mobile, temos o Starbucks, a Coca-Cola e a Nike. As estratégias de branding em dispositivos móveis proporcionam mais comodidade aos clientes, contribuem para o fortalecimento das marcas e o aumento da fidelização, como: • Starbucks Mobile App: o aplicativo móvel da Starbucks permite que os usuários façam pedidos, personalizem suas bebidas, acumulem pontos de fidelidade e realizem pagamentos. Essa estratégia fortalece o relacionamento com os clientes, proporcionando uma experiência conveniente e personalizada. • Coca-Cola–Share a Coke Campaign: a campanha Share a Coke, da Coca-Cola, aproveitou os dispositivos móveis para permitir que os consumidores personalizassem suas latas de refrigerante com seus nomes. Isso gerou bastante engajamento nas redes sociais, impulsionando o reconhecimento da marca. • Nike Training Club App: a Nike desenvolveu o aplicativo Nike Training Club, oferecendo aos usuários acesso a treinos personalizados, dicas de especialistas e comunidade de apoio. Essa estratégia fortalece a presença da marca, conectando-se diretamente com os consumidores e promovendo um estilo de vida saudável. Ao adotar abordagens mobile-first, focar na experiência do usuário, utilizar a personalização e aplicar metodologias relevantes, as marcas podem alcançar resultados significativos em seus esforços de branding. 48 O Starbucks, a Coca-Cola e a Nike são exemplos de como essas estratégias podem ser eficazes na construção de uma presença forte e relevante nos dispositivos móveis. Em suma, as estratégias de branding em dispositivos móveis são essenciais para as empresas se adaptarem ao cenário digital em constante evolução. Com o rápido crescimento do uso de dispositivos móveis, tornou-se crucial para as empresas desenvolverem estratégias de branding específicas para esse canal. Nesse contexto, compreender tais abordagens, conceitos e metodologias aplicáveis são aspectos essenciais para o alcance do sucesso na construção e na gestão de marcas fortes e relevantes nas plataformas mobile (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017). 3. Transformação digital e cultura organizacional A transformação digital está revolucionando a forma como as empresas conduzem seus negócios e se relacionam com os consumidores. A digitalização dos processos organizacionais e das ações de comunicação têm se tornado prioridades para as empresas, que se encontram em um cenário cada vez mais interconectado. Por sua vez, a transformação digital envolve a incorporação de tecnologias digitais em todas as áreas de uma organização, visando a melhoria dos processos, a otimização da tomada de decisão e a criação de novas oportunidades de negócio. No entanto, a implementação bem-sucedida da digitalização requer não apenas a adoção de novas tecnologias, mas também uma mudança cultural dentro da organização (Turchi, 2018; Morais, 2020). Diante disso, os conceitos de cultura organizacional, cultura de inovação, liderança transformadora e aprendizado contínuo são fundamentais para o sucesso e o crescimento das organizações. Esses conceitos fornecem noções empresariais que contribuem para a construção de um ambiente propício para o desenvolvimento de inovações e excelência organizacional. 49 • Cultura organizacional: crenças, valores, normas e práticas que moldam o comportamento dos membros de uma organização. Uma cultura organizacional voltada à inovação, à colaboração e à experimentação é fundamental para impulsionar a transformação digital. • Cultura de inovação: uma cultura de inovação fomenta a experimentação, a colaboração e a disposição para assumir riscos. É importante criar um ambiente onde a inovação seja valorizada e encorajada, permitindo que os colaboradores se sintam motivados a explorar novas ideias e tecnologias. • Liderança transformadora: uma liderança transformadora desempenha um papel fundamental na condução da transformação digital. Os líderes, por suavez, devem estar comprometidos em mudar, inspirar e engajar os colaboradores, além de estarem dispostos a desafiar as práticas existentes em busca de melhorias contínuas. • Aprendizado contínuo: a transformação digital requer uma mentalidade de aprendizado contínuo. Por isso, as organizações devem investir em programas de capacitação e desenvolvimento, proporcionando aos funcionários as habilidades necessárias para adotar e utilizar efetivamente as novas tecnologias. Para que a transformação digital seja bem-sucedida, é essencial que a cultura organizacional esteja alinhada com os objetivos e os princípios da transformação digital. Isso envolve a promoção da colaboração, da inovação, da adaptabilidade e da mentalidade orientada para o digital. É necessário engajar os colaboradores, proporcionar treinamentos e criar um ambiente que valorize a experimentação e a aprendizagem contínua. Logo, podemos entender que a cultura organizacional e a transformação digital estão intrinsecamente ligadas, pois, uma cultura orientada ao digital permite que as empresas aproveitem todo o potencial das 50 tecnologias digitais e se adaptem às mudanças constantes do mercado. Ao alinhar os valores, as crenças e os comportamentos com os objetivos da transformação digital, as organizações podem criar um ambiente propício para a inovação e a busca contínua por melhorias. De acordo com Morais (2020), ao abraçar a transformação digital e promover uma cultura aberta à mudança, as empresas podem alcançar vantagens competitivas, impulsionar o crescimento e garantir sua relevância em um mundo cada vez mais digitalizado. Nesta jornada pelos fundamentos da gestão estratégica de marcas, você pôde compreender a importância de se adaptar às tendências tecnológicas e explorar seu impacto na gestão de marcas. Neste estudo, abordamos as estratégias de branding em dispositivos móveis, enfatizando a conexão com os consumidores por meio de aplicativos e da personalização. Além disso, discutimos a respeito da transformação digital e sua influência na cultura organizacional, promovendo uma mentalidade digital e uma cultura de inovação. Ao final desta jornada, você está apto a aplicar esses conhecimentos na gestão estratégica de marcas, levando em consideração as tendências tecnológicas, as estratégias de branding em dispositivos móveis e a transformação digital como pilares para o sucesso das empresas no mercado atual. Referências ASSAD, N. Marketing de conteúdo. São Paulo: Grupo GEN, 2016. CASAS, A. L. L. Marketing digital. São Paulo: Grupo GEN, 2021. KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. MARQUES, V. Marketing digital 360. Coimbra, Portugal: Grupo Almedina, 2018. MORAIS, L. F. M. Transformação digital: como a inovação digital pode ajudar no seu negócio para os próximos anos. Saraiva, 2020. TURCHI, S. R. Estratégia de marketing digital e e-commerce. São Paulo: Grupo GEN, 2018. 51 Sumário Apresentação da disciplina Fundamentos da Gestão Estratégica de Marcas Objetivos 1. Conceitos e definições de marca 2. Propósito, valores e identidade de marca 3. Estratégias de posicionamento de marca Referências Percepção Digital de Marcas Objetivos 1. A importância da percepção digital no ambiente de negócios 2. Análise da percepção digital: monitoramento e métricas 3. Construção de experiências digitais de marca Referências Estratégias de Marketing Digital para Gestão de Marcas Objetivos 1. Conteúdo e digital storytelling 2. Presença e engajamento nas redes sociais 3. Personalização e segmentação na comunicação digital Referências Adaptação e Inovação Digital na Gestão de Marcas Objetivos 1. Tendências tecnológicas e impacto na gestão de marcas 2. Estratégias de branding em dispositivos móveis 3. Transformação digital e cultura organizacional Referências
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