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Sociodrama: Método de Intervenção

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Neurociência social e museologia nómada I
Seminário Doutoramento em Museologia 
Pedro Pereira Leite
Março 2016
Círculos Museológicos, método sociodramático
O que é o SOCIODRAMA ?
É uma metodologia de trabalho com grupos que explora os processos de contradição presentes nas relações entre pessoas com recurso à dramatização. Tem como objectivo facilitar a procura e o encontro de soluções para os problemas sentidos.
A representação em sociodrama é feita de forma voluntária e tem como objectivo fazer com cada participante de coloque nos diferentes papéis, de forma a criar condições para compreender os elementos 
Para que serve o Sociodrama?
É uma técnica de intervenção pedagógica e terapêutica dirigida à mudança de comportamento nos grupos. Parte da avaliação dos problemas sentidos pelos diferentes membros do grupo, e procura criar uma consciência do que se vive. Procura gerar uma mudança através da ação. 
O grupo é usado como espaço de encontro onde podem ser experimentadas situações do presente, do passado e projectar caminhos de futuro. Pode também ser usado para resolução de conflitos, empoderamento, individual ou de grupo, a processos de transformação social. 
O processo passa pela dramatização das experiências individuais dos vários elementos do grupo que entram no "jogo da cena". É a vida, a cultura do próprio grupo, que é dramatizada, encenada como teatro o que permite ao grupo ganhar consciência sobre si e, ao mesmo tempo, refletir sobre as formas adequadas de intervenção.
Como se faz sociodrama?
Para desenvolver uma actividade de sociodrama é necessário
Uma situação (um tema)
Um espaço (o local de dramatização)
Personagens (os atores que voluntariamente constituem grupos)
No sociodrama os personagens constituem grupos que representam papéis sociais. 
Cabe ao director propor ou criar condições para fazer emergir o tema (que seja significativo para os participantes) e facilitar o diálogo sobre o modo como se colocam em cena. 
Após a dramatização procede-se à reflexão sobre o que sucedeu, procurando que cada um expresse o que sentiu e que diferenças encontrar em relação ao que pensava inicialmente.
O Tempo do Sociodrama
Aquecimento 
integração do grupo 
escolha do tema
Dramatização 
definição de papeis 
representação
Reflexão 
debate sobre transformação sentida
O que é relevante para o sociodrama ?
Criar condições para libertar e espontaneidade
Conformidade dos papéis com as situações reais
Analisar as expressões verbais, os gestos e as formas de acção
A adequação do director ao grupo
A participação de todos na procura de compromissos
Em que situações se usa o sociodrama?
O sociodrama é usado para debater situações problema. 
Ideias opostas, resolução de conflitos, aprofundar uma questão ou problemáticas. 
Pode ser usado como oficina para aprofundar temas previamente trabalhados, procurando explorar em contexto ideias, motivações ou pontos de vista expressos verbalmente. 
O sociodrama adequa-se à resolução de problemas e é eficiente na procura de actividade participativa ou na criação de capacidade em públicos mais vulneráveis que se desejam ter papeis mais ativos.
Como realizar um sociodrama 
Escolher ou definir um tema.
É necessário ter claro o que se vai representar, como vai ser representado, em que momento e em que espaço.
A decisão sobre os papéis deverá ser feita de forma sociométrica (por adesão a contribuições). Há que criar acordo sobre o que vai ser representado
Preparar os argumentos sobre o tema. 
Há que ter alguma descrição de fatos ou situações e seguir uma ordem lógica na sua apresentação.
Há que abrir plenamente à discussão do grupo sobre o tema. A análise sobre a representação deve incluir todas as possíveis soluções sobre a problemática apresentada.
Devem-se anotar todas as conclusões do grupo
A importância do sociodrama na investigação
Permite mostrar elementos para a análise de qualquer tema proposto. 
Os temas escolhidos são tanto mais fortes quanto mais aderência estiveram com a realidade
A dramatização permite simular papeis sociais que são úteis para explorar e explicar os fatos socias.
Favorece a compreensão da dinâmica dos grupos e a relação entre os indivíduos.
Contribui para a resolução de problemas e favorece a tomada de decisão.
Objetos Biográficos
oficina de investigação em sociodarma
Roteiro
O que são as História de Vida e a Investigação Biográfica (IB)
Situações de aplicação da IB
Condições de utilização da IB
Vantagens e desvantagens para os processos de investigação-ação IB
O que é a metodologia da Investigação Biográfica
É uma metodologia qualitativa 
Que um conhecimento a partir das memórias dos atores sociais;
Permite 
Colocar as pessoas em situações de contexto
Favorece 
a emergência do olhar sobre o real a partir de múltiplos pontos de vista
Vantagens no uso da Investigação Biográfica
Facilita a consciência dos fenómenos nos atores sociais
Permite aos participantes criar o seu próprio conhecimento.
Inconvenientes da IB
Pode ser de aplicação morosa
Fornece uma multiplicidade de materiais
Cria laços de empatia entre o entrevistador e o entrevistado.
Linha Cronológica da sua aplicação
Escola de Chicago. 
Os problemas sociais da industria
A História Oral
A história dos movimentos sociais
As propostas hermenêuticas
A partir dos anos 90 tem sido usado como base de processos de participação e empoderamento das comunidades
Educação, saúde, imigração, grupos minoritários
Na museologia social 
Tipos da Aplicação
3 Níveis de informação
Estórias de vida
Informação pessoal. Centrado no eu
Histórias de Vida
Informação da pessoa no tempo. Centrado do eu em ação
Narrativas Biográficas
Informação da trajectória de vida para construir ação de mudança. 
Centrada na ação do grupo
Resultados da Investigação Biográfica
Realça a interdependência entre os atores
Permite criar múltiplos pontos de recolha de informação
Permite partilhar a informação através de processos comunicativo
Permite construir ações,
Pode ser complementada por outras metodologia de intervenção na comunidade
Adequada aos processos de inovação
Modos de Recolha da Informação
Memórias, Cartas epistolares e outros documentos pessoais 
Entrevistas Individuais
Para estórias de vida e Histórias de Vida
Trabalho de grupo
Para as narrativas biográficas
O Método das Entrevistas
Método das Entrevistas
Preparação
Recolha de Informação – Pré-diagnóstico
Observação do contexto, recolha de dados gerais
Definir assuntos e construir um guião
Perguntas abertas (para ampliar o discurso) é mais natural e fluido
Perguntas fechadas (para precisar factos e eventos)
Seleccionar os modos de registo da informação
Suporte gravado, escrito, etc.
Condução da entrevista
Condições iniciais
Negociar a entrevista
Tempo, local, extensão
Autorização de uso dos dados
A ter em atenção 
Trata-se duma relação social
Cumprir as normas sociais
Estar atento à linguagem não verbal
Aceitar as palavras do entrevistado
Recorrer à precisão com parcimónia
Estrutura da Entrevista
Nos primeiros momentos da entrevista fica determinado a sua extensão
É necessário criar empatia e à vontade
Dar informação do assunto a tratar
Começar por centrar a história individualOrientar para as questões
Procurar criar pontos de confirmação da informação factual
Respeitar o ritmo do entrevistado
O silêncio é útil à rememoração
Tratamento da Informação
Logo após a entrevista
Fazer um breve sumário
Anotar assuntos relevantes
Tratar e trabalhar a informação
Decidir a audição e/ou transcrição total ou parcial
Conferir os registos com os objetivos
Explorar questões complementares atrvés de outras fontes
Estrutura do trabalho 
Criar uma linha cronológica de vida 
Identificar os espaços e agentes envolvidos
Situar os eventos sobre a linha
Decidir o processo de redação
Advertências
Nem toda a informação recolhida é pertinente
Nem todas as memórias são boas
Há necessidade de respeitar os traumas e os lutos
Procura não conflituar
Respeitar o outros
Narrativas Biográficas
Oficina de sociodrama
As Narrativas Biográfica
Conhecer e reconhecer as experiências de vida concretas dos sujeitos em contexto de vida 
Para construir uma consciência sobre os processos de transformação 
e das dinâmicas sociais em que estão envolvidos
Resgatar o conhecimento e as memórias das comunidades como proposta de ação social de construção dum futuro solidário com base nos direitos humanos. 
As oficinas de Narrativas Biográficas
Fazer uma cartografia da memória 
Construir uma ação
Tomar consciência de si
Tomar consciência do eu em relação com os outros
Grupo de 8 a 12 participantes
Duração 3 dias
Metodologia I parte
Formação do grupo 
Jogos de interação para conhecimento
Produção do texto auto-biográfico
Leitura do textos
Comentário em grupo
Síntese: o que é produzido pelo eu e o que é valorizado pelo outro 
Metodologia II
Discussão em Grupo da experiencia pessoal
Salientar pontos de agregação das linhas e dos espaços 
Reconhecer as diferenças
Desafio de construir uma história comum
O que há de comum nas histórias de cada um
Desafio de construir uma narrativa de história do grupo
Resultados
É uma experiencia vivida 
Em grupo, permite atos comunicativos que reconstroem o sentido das experiências vivida
Permite ação. O corpo é mobilizado para sentir a experiencia vivida, no passado e no presente
de memória, porque apela à rememoração e a ampliação do presente
É política porque permita atos de cidadania
Reflexão sobre a prtica dos direitos humanos
É uma proposta integrada nas Epistemologias do Sul
Produção de saber partilhado (ecologia dos saberes, construída sobre a sociologia das ausências)
Exercício
Procurar Poética do Tempo no Grupo 
Proposta
Cada membro do grupo apresenta-se o colega do lado.
O colega usa da palavra para acentuar questões que acham que devem ser precisadas sobre si
Objetivo: procurar entender como somos entendidos pelo outro.
Na oficina biográfica, cada sessão procura construir elos com os outros, através do reconhecimento de si
Objetivo das oficinas
O propósito das oficinas biográfica na museologia é levar a construção de narrativas de grupo.
A partir das histórias de cada um, procuram-se elos comuns
A partir dos elos comuns, discutes-se uma proposta de narrativa.
A oficina tem que concretizar uma ação
Em contexto de museus, as oficinas podem produzir objetos que contam histórias de vida
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