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Revolução nas Americas

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HISTÓRIA	DA	AMÉRICA	INDEPENDENTE:
SÉCULOS	XVIII	E	XIX
CAPI�TULO 4 – REVOLUÇA� O CUBANA,
GUATEMALTECA E COLOMBIANA: QUAIS OS
IMPACTOS DESSAS REVOLUÇO� ES PARA O
CONTEXTO DE GLOBALIZAÇA� O?
Maıŕa Pires Andrade
13/05/24, 12:10 História da América Independente: Séculos XVIII e XIX
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=%2fxCxxrLyY1jPHP1rttKfnQ%3d%3d&l=SU16seFeuSWpFefdAcxgiA%3d%3d&cd=jnRLGJ… 1/32
13/05/24, 12:10 História da América Independente: Séculos XVIII e XIX
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Introdução
O perı́odo que compreende o �im da Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria e a ascensão das superpotências
dos Estados Unidos e União Soviética, causou impacto em todas as partes do mundo, inclusive na América. Os
Estados Unidos, com seu grande poder econômico, polı́tico e bélico intervêm na polı́tica de diversas nações
americanas, como o caso de Cuba e da Guatemala. Ao mesmo tempo, é nesse perı́odo que veremos a in�luência
das ideias marxistas, construı́das no século XIX, que impulsionam e con�iguram inúmeros movimentos que
dão origem a lı́deres e heróis revolucionários.
Na Revolução Cubana, houve uma contraposição das ideias socialistas aos avanços dos Estados Unidos, que
explorava a ilha de Cuba e interferia em sua polı́tica para seus negócios lucrativos. Em reação a isto, Fidel
Castro e Ernesto Che Guevara mobilizam guerrilhas contra a ditadura em Cuba, como uma forma de depor a
ação dos Estados Unidos. Para entender esse movimento, precisamos nos questionar: quais foram as ideias de
Fidel Castro? Como o socialismo in�luenciou a Revolução Cubana? Qual foi o papel de Che Guevara?
Nesse contexto, temos a Revolução Guatemalteca, também marcada pela intervenção dos Estados Unidos e
também pela in�luência das ideias da Revolução Cubana.
Vamos acompanhar este conteúdo com atenção. Bons estudos! 
4.1 Revolução Guatemalteca
A Revolução Guatemalteca ocorreu na Guatemala no perı́odo entre 1944 e 1954, mas desencadeou uma guerra
civil que se estendeu até 1996. Tudo começou com uma revolta popular para derrubar a ditadura de Jorge
Ubico e em 1954, com a intervenção dos Estados Unidos, um golpe de estado derruba o presidente Jacobo
A� rbenz. Para compreender essa revolução é fundamental analisar as in�luências das ideias da Revolução
Cubana e as intervenções da CIA na polı́tica e na economia da Guatemala.
4.1.1 O contexto da Revolução Guatemalteca
O �inal da Segunda Guerra Mundial fez-se sentir na América Latina, provocando impactos como a introdução
de governos democráticos. No perı́odo da Guerra Fria, com a bipolarização do mundo entre a potência dos
Estados Unidos e da União Soviética, algumas nações latino-americanas assistiram a uma perda de sua
democracia, como o caso da Guatemala. Vamos conhecer mais sobre esse contexto na Guatemala clicando a
seguir. 
Sob a conjuntura da bipolarização do mundo entre as potências capitalistas e as socialista
somada à perseguição dos comunistas, as ações do senador Joseph Raymond McCarth
entraram em cena.
Ele implementou nos Estados Unidos, por meio de discursos e de leis, a criação de comit
que tratavam de de�inir penalidade àqueles que eram contrários às práticas estadunidense
No entanto, isso se revelou como um grande combate e perseguição aos comunistas, polı́ti
esta, que �icou conhecida como macarthismo (PEREIRA JUNIOR, 2016).
Nesse contexto, surgem inúmeros protestos populares na Guatemala, liderados p
estudantes, professores, classe média e militares, que derrubam o governo do ditador Jor
Ubico em 1944, iniciando o perı́odo chamado de “dez anos de primavera”.
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Esta foi a chamada Revolução de Outubro, iniciada em 1944, e que terá como �inalidade
garantia de liberdade e de reformas polı́ticas. Este episódio garantiu a ascensão de Juan Jo
Arévalo à presidência, por meio de eleições democráticas (PRADO; PELLEGRINO, 201
RINKE, 2017).
O governo de Arévalo se consolidou com a introdução de um sistema multipartidário e
formação de sindicatos de trabalhadores.
Nos primeiros anos de seu governo, ainda existiam determinadas restrições como: o partid
comunista permanecia na ilegalidade, o que só se modi�ica no governo de Jacobo Arbe
Guzmán; o sindicalismo só existia com limitações e a distribuição de terras era ainda mui
desigual, sem projetos de mudanças.
Em seu governo, Arévalo cria leis de proteção social, implementadas a partir de 1947,
voltadas para o Código do Trabalho, sobre a organização de sindicatos e o direito à greve.
Essas dimensões impactam nas ambições estadunidenses, sobretudo na sua empresa Unit
Fruit Company, que tinha posse de grandes extensões territoriais com muitos trabalhador
(PRADO; PELLEGRINO, 2014; RINKE, 2017).
Já com o inı́cio das articulações de oposição, Jacobo Arbenz é eleito democraticamente e assume a presidência
com o desı́gnio de dar continuidade à revolução democrática na Guatemala. A partir de 1952, ele coloca em
prática o processo de reforma agrária, ajudando milhares de camponeses e atrapalhando os interesses das
oligarquias locais, dos EUA e também da Igreja Católica (PEREIRA JUNIOR, 2016).
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VOCÊ QUER LER?
O romance “Cem Anos de Solidão” de Gabriel Garcıá Márquez (1967) aborda as
narrativas relativas à identidade da América Latina sob o viés da submissão às polıt́icas
intervencionistas dos Estados Unidos, que serão representadas pela empresa
Companhia Bananeira, que terá como in�luência a empresa United	Fruit	Company.
13/05/24, 12:10 História da América Independente: Séculos XVIII e XIX
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Os governos de Juan José Arévalo e de Jacobo Arbens Guzmán, eleitos democraticamente, no perı́odo seguinte,
focaram no fortalecimento da classe média, viés da intervenção do Estado, e as reformas trabalhistas e
agrárias eram compreendidas como um modo de modernizar a Guatemala e levar o paı́s a uma transição para
o capitalismo. Apesar das conquistas, o governo de Arbenz é deposto em 1954, pelos seus opositores da
Guatemala e com o apoio dos Estados Unidos (PEREIRA JUNIOR, 2016).
E� importante ressaltar que a Revolução de Outubro deixou relevantes heranças para a Guatemala, como a
formação de diversas gerações de revolucionários e militantes, dando origem à chamada contrarrevolução, em
1945. A contrarrevolução se origina a partir do embate entre a Central	 Intelligence	 Agency (CIA), a Igreja
Católica e o Comitê de Estudantes Anticomunistas Universitários (CEAU). E� neste momento que os Estados
Unidos, na representação da CIA intervêm na Guatemala, em 1947. 
A postura da Igreja pode ser representada pelo arcebispo Mariano Rossell y Arellano, que era contrário ao
governo de Arbenz, sobretudo, após a adesão às medidas sociais e à reforma agrária. Essas medidas
desagradaram os latifundiários e a Igreja, que se uniram na intenção de reestabelecer o poder polı́tico da Igreja
Católica. O terceiro elemento foi a atuação dos estudantes, que foram cooptados pela CIA nas universidades do
CEAU, formando movimentos estudantis com a �inalidade de derrubar o governo, sob o pretexto da ameaça
comunista. Nesse sentido, os estudantes da CEAU foram articulados e mobilizados pelas operações da CIA,
para eclodir descon�ianças, revoltas e protestos (PEREIRA JUNIOR, 2016).
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A partir de 1954, Arbenz toma conhecimento da conspiração articulada internacionalmentecontra seu
governo, unindo contra ele, Estados Unidos, Nicarágua e República Dominicana. Ameaçado diante da
possibilidade de um golpe, ele buscou forti�icar suas Forças Armadas, recorrendo à Tchecoslováquia, que
estabelecia relações comerciais bélicas com a Guatemala desde 1930. No entanto, essa transação gerou mais
reação nos adversários, pois seria, na visão deles, a grande prova do apoio soviético ao governo da Guatemala.
Clique e acompanhe a sequência de acontecimentos históricos na Guatemala. 
Figura 1 - A Central Intelligence Agency (CIA), agência de inteligência civil que fornece informações ao
governo dos Estados Unidos, teve papel interventor na polı́tica da Guatemala.
Fonte: cubart, Shutterstock, 2018.
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O golpe de 1954, executado em nome do combate ao comunismo, que resultou na deposição de Jacobo Arbenz,
foi um acontecimento marcante da Guerra Fria, e seus impactos não se restringiram à América Latina. Este
episódio desencadeou reações de artistas, sensibilizados com tal situação da polı́tica internacional, como Jean
Paul Sartre, Pablo Picasso, Frida Kahlo e Diego Rivera. 
Junto a eles, vieram inúmeras manifestações, contrárias à ação dos EUA, que interveio em um paı́s, por vias
ilegais e violentas, para depor um presidente eleito democraticamente.
Ofensiva dos EUA
Fator decisivo
Renúncia de Arbenz
Conjuntura de 1954
No dia 25 de junho de 1954, com apoio da força aérea da Nicarágua,
os Estados Unidos iniciam sua ofensiva com os aviões P-47 na
capital da Guatemala, somados aos ataques terrestres com as tropas
de Castilhos que enfraqueceram a capital. 
O fator decisivo foi a ação da CIA, que convenceu lı́deres do exército
de Arbenz a mudar de lado e combater o presidente eleito. 
Sem apoio do seu exército, Arbenz renunciou à presidência, no dia
27 de junho, e o coronel Carlos Enrique Dı́az, chefe das Forças
Armadas, assumiu o mandato. Sob pressão polı́tica dos EUA, Dı́az
passou a presidência ao coronel Elfego Monzón.
No golpe de 1954, ocorre a formação de um governo autoritário, que
provoca o acirramento das guerrilhas, em forma de resistência,
inspiradas na Revolução Cubana. E� nessa conjuntura que a CIA
aumentará seus esforços intervencionistas, treinando milı́cias e
executando uma intensa repressão em grupos vistos como
subversivos, era a chamada “operação limpeza”. Essas ações deixam
o con�lito mais intenso e violento, causando a morte de mais de 200
mil pessoas e de inúmeras torturas (PEREIRA JUNIOR, 2016).
13/05/24, 12:10 História da América Independente: Séculos XVIII e XIX
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Figura 2 - A pintora mexicana Frida Kahlo era militante comunista e, mesmo com a saúde frágil, participou
de uma manifestação contra o golpe que derrubou Jacobo Arbenz.
Fonte: Janusz Pienkowski, Shutterstock, 2018.
13/05/24, 12:10 História da América Independente: Séculos XVIII e XIX
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Essa intervenção estadunidense não ocorreu só na Guatemala. As mesmas estratégias usadas para derrubar o
presidente Arbenz foram mobilizadas em 1961, em Cuba, no episódio fracassado conhecido como invasão da
Baı́a dos Porcos. Foi mobilizada uma intensa propaganda, forjando um forte discurso contra os perigos de uma
suposta ameaça comunista em 1954, que também viria a ser usada no golpe em 1964, no Brasil, e em 1973, no
Chile.
Devido a esse panorama, os grupos polı́ticos alinhados à esquerda, entre 1960 e 1970, se veem na obrigação
de mudar a sua estratégia, aglutinando outras demandas para além das questões de classe, como o combate ao
racismo, a preocupação com o proletariado urbano e o potencial revolucionário do campesinato. Assim, as
guerrilhas foram direcionadas à organização rural, com a criação do Comitê de Unidade Camponesa (CUC).
Enquanto isso, a Igreja católica adere à teologia da libertação e se radicaliza, introduzindo uma consciência
crı́tica entre os camponeses (PEREIRA JUNIOR, 2016).
Entre 1970 e 1980, vemos a ascensão da insatisfação de alguns grupos das Forças Armadas e das oligarquias,
com a corrupção vigente no governo, a ausência de e�icácia e o grande caos permanente no regime de Lucas
Garcı́a, que durou de 1978 a 1982. Somado a isso, os movimentos sociais e as guerrilhas na Guatemala foram
aumentando e outro golpe derrubou Garcı́a e colocou o general Efraı́n Rı́os Montt na presidência. Apesar de
seu discurso pelas demandas dos direitos humanos, guerrilheiros e pessoas identi�icadas com o comunismo
ainda foram alvo de perseguição (PEREIRA JUNIOR, 2016).
Nesse cenário de intervenções e incertezas, Grandin (2005) ressalta a postura oportunista dos Estados Unidos
e da CIA, que, no contexto de instabilidade polı́tica e de caos na Guatemala, executaram um golpe contra
Arbenz, o que acabou sendo o começo de toda a vulnerabilidade dos processos polı́ticos que viriam a seguir.
No entanto, esse oportunismo foi resultado de alianças entre os Estados Unidos e as forças internas
opositoras, principalmente as elites guatemaltecas (PEREIRA JUNIOR, 2016).
VOCÊ QUER LER?
A obra “A Revolução Guatemalteca” do historiador Greg Grandin (2005) aborda os
aspectos historiográ�icos da Revolução da Guatemala a partir de uma perspectiva atual
e crıt́ica. A obra entrelaça a narrativa factual com uma visão crıt́ica dos acontecimentos
enfocando as demandas igualitárias e os anseios por democracia que perpassaram as
narrativas desse evento histórico. 
4.2 Revolução Cubana 
13/05/24, 12:10 História da América Independente: Séculos XVIII e XIX
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A Revolução Cubana, iniciada em 1959, teve como caracterı́stica os movimentos e guerrilhas, liderados por
Fidel Castro, contra o regime ditador do general Fulgencio Batista e também contra as intervenções e
exploração dos Estados Unidos que transformava a Cuba no chamado “quintal dos Estados Unidos”. 
Nesse contexto, se destaca também a atuação ativa, no treinamento e nas frentes das guerrilhas, do argentino
Ernesto Che Guevara, personagem que, junto com Fidel, se tornou sı́mbolo da luta cubana.
4.2.1 Da independência de Cuba à ditadura de Fulgencio Batista
Em 1492, Cristóvão Colombo chegou ao território de Cuba e em 1509, a Espanha passou a colonizar a ilha.
Clique a seguir para acompanhar os acontecimentos históricos desta época. 
Até o século XVI, a exploração se concentrava na mineração, mas depois, com a inserção da
estrutura de plantation, a produção de açúcar passou a ser o foco, com a aproximação dos Estados
Unidos. A colonização de Cuba dessa forma, ocorre com o cultivo do açúcar e do tabaco. A mão de
obra utilizada era a escravizada, dos indı́genas e dos africanos capturados na costa africana
(MARTINS; LIEBEL, 2015).
O aumento do preço do tabaco no século XVIII e a consequente exploração da Espanha em Cuba, que
desejava o monopólio da produção, levaram às primeiras agitações em torno da independência
cubana. Os rebeldes, organizaram em 1868, sob a liderança de Carlo Manuel de Céspedes, o
movimento chamado de República em Armas, que contará com o apoio de outros paı́ses
americanos, que também estavam em processo de independência e, sobretudo, dos Estados Unidos,
entretanto, mesmo assim estes foram derrotados pela ambição espanhola (MARTINS; LIEBEL,
2015).
Uma nova tentativa foi feita sob liderança de Antonio Maceo, Guillermón Moncada, Máximo Gomes
e José Martı́, que invadiram uma grande extensão territorial de Cuba e promoveram guerrilhas, mas
novamenteforam reprimidos pela ação da Coroa espanhola. Preocupado em perder seus interesses
econômicos em Cuba, isto é, a sua rede comercial com a produção cubana de açúcar, os Estados
Unidos interviram nos con�litos, enviando tropas para lutar contra o avanço espanhol. 
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•
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Colonização
Tentativa	de	independência
Nova	tentativa
Tratado	de	Paris
13/05/24, 12:10 História da América Independente: Séculos XVIII e XIX
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Cuba era conhecida como o “quintal dos Estados Unidos”, porque era em seu território que os Estados Unidos
desenvolviam atividades muito lucrativas, mas que não retornavam para a economia cubana, inclusive
algumas que visavam lavagem de dinheiro (MARTINS; LIEBEL, 2015). O fato é que a maioria dos proprietários
dos grandes negócios em Cuba, era estadunidense e detinha os grandes negócios em Cuba, como os grandes
latifúndios de açúcar, os cassinos, casas de prostituição e grandes hotéis.
Após isso, a Espanha, rendida, assinou o Tratado de Paris em 1898, dando aos Estados Unidos a
concessão de Cuba, que se torna independente sob a tutela dos Estados Unidos (MARTINS; LIEBEL,
2015).
O ano de 1898 marcou não apenas a independência de Cuba, como também a emergência dos
Estados Unidos como uma grande potência, que contribuı́ram para a independência das últimas
colônias dominadas pelo poder espanhol na América. Essa atuação desencadeou um aumento do
poder dos Estados Unidos sobre o território cubano. 
Para concretizar a in�luência norte-americana em Cuba, foi aprovada na constituição cubana a
“Emenda Platt”, que concedia aos Estados Unidos o direito de intervir em Cuba em momentos de
crise polı́tica. A ocupação dos Estados Unidos não se deu apenas politicamente, mas também,
economicamente, dominando territórios, como o sul da ilha e o controle da produção de açúcar. Os
Estados Unidos também controlavam o turismo, as indústrias e as terras em todo o território
cubano. 
•
•
Independência	de	Cuba
Ocupação	pelos	Estados	Unidos
13/05/24, 12:10 História da América Independente: Séculos XVIII e XIX
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Em 1933, houve a Revolta dos Sargentos, que acabou colocando um �im no governo de Gerardo Machado em
Cuba e o general Fulgencio Batista assumiu o poder. Sua primeira medida foi nomear a si próprio como chefe
das Forças Armadas. Isso lhe dava autonomia para nomear os cargos públicos, o que, somado aos seus
investimentos corruptos, lhe deu rápido retorno �inanceiro, o que o tornou uma �igura poderosa. Em 1940,
Fulgencio Batista implementa a Constituição de Cuba, vista como um documento progressista para o perı́odo,
�icando em vigor até 1944. Nesse perı́odo, o então presidente contribuiu na Segunda Guerra Mundial,
demonstrando apoio para o lado dos Aliados, que eram liderados por Estados Unidos, União Soviética,
Império Britânico e China. Fulgencio Batista permaneceu como ditador no comando de Cuba até 1944, quando
o exército se revoltou, insatisfeito com a situação �inanceira do paı́s, e o tirou do poder. 
No entanto, em 1952, houve um novo golpe, e Fulgencio Batista retornou ao comando de Cuba, instaurando
uma nova ditadura militar, com grande repressão à imprensa e universidades, que durou até 1958. O regime de
Batista deixava a população muito insatisfeita, pois os ı́ndices de miséria e analfabetismo eram crescentes.
Contudo, o que causava mais indignação na sociedade cubana era a vinculação de Batista com os Estados
Unidos, na medida em que a exploração em Cuba era permitida. Seu governo autoritário, violento e repressivo
acabou levando à eclosão da Revolução Cubana (MARTINS; LIEBEL, 2015).
4.2.2 Revolução Cubana
Os acontecimentos da Revolução Cubana têm seu inı́cio em 26 de julho de 1953, na ocasião em que Fidel
Castro, comandando o primeiro movimento contra a ditadura de Batista, lidera o chamado “Assalto ao Quartel
Moncada”, que tinha como foco o ataque a armas. Este não teve êxito, mas destacou Fidel Castro como o grande
lı́der. 
VOCÊ SABIA?
O acontecimento conhecido como Crise dos Mıśseis ocorreu em 1962 e se refere
ao embate entre Estados Unidos e a União Soviética, devido à instalação de
mıśseis nucleares soviéticos em Cuba, que, até então, era dominada pelos Estados
Unidos. Os Estados Unidos realizaram um bloqueio naval e ameaçou usar sua
força militar para retirar os mıśseis. Diante de tal tensão, ambas as potências
assinaram um acordo colocando um �im na tensão de 13 dias da Crise de Mıśseis.
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Esse movimento inicial, ainda não congregava os princı́pios comunistas, era um movimento nacional
democrático contra a ditadura de Fulgencio Batista e a exploração estadunidense em Cuba (MARTINS; LIEBEL,
2015).
Figura 3 - Quartel Moncada, que foi alvo do primeiro ataque de Fidel Castro ao governo de Cuba.
Fonte: Matyas Rehak, Shutterstock, 2018.
13/05/24, 12:10 História da América Independente: Séculos XVIII e XIX
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Fidel Castro foi preso e condenado a 15 anos de prisão, mas foi libertado, por pressões polı́ticas, em 1955, e
se exila no México, de onde passa a mobilizar a guerrilha chamada Movimento 26 de Julho. Nesse contexto, ele
organiza um forte exército de guerrilheiros, estando entre eles Raúl Castro, Ernesto “Che” Guevara e Camilo
Cienfuegos. E� no momento do exı́lio que começa a se delinear a imagem de Fidel Castro como herói, a grande
esperança de Cuba (MARTINS; LIEBEL, 2015).
Figura 4 - Foto de Fidel Castro, em 1989, lı́der cubano que comandou os movimentos contra o ditador
Fulgencio Batista.
Fonte: Rob Crandall, Shutterstock, 2018.
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Estes retornam para Cuba em 1956, se �ixando em Sierra Maestra, local escolhido para recrutar e treinar mais
adeptos a guerrilha e contrários ao governo de Batista. As estratégias de guerrilha, mesmo com ofensivas e
ataques pequenos ao exército o�icial, permitia vitórias e conquistava cada vez mais armas, mantimentos,
como, também, o apoio da população. Tal situação pressionou Batista de tal forma que ele fugiu em 1958, para
a República Dominicana (MARTINS; LIEBEL, 2015).
VOCÊ O CONHECE?
Ernesto Rafael Guevara de la Serna era natural da Argentina e nasceu em 1928, em
Rosário. Sua mãe, apesar de seguir o catolicismo o educou nos preceitos dos ideais de
esquerda e a famıĺia também possuıá relações próximas com outras �iguras politizadas
de esquerda. Devido a fortes crises de asma, estudou desde cedo em casa e suas
leituras constantes eram Marx, Engels e Lênin. Iniciou seus estudos em medicina e
após a 2º Guerra Mundial, passou a participar de protestos contra o governo de Perón.
13/05/24, 12:10 História da América Independente: Séculos XVIII e XIX
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Com a derrota de Batista, Fidel Castro avançou para Havana, Manuel Urrutia assume a presidência e Castro se
torna primeiro ministro, dando inı́cio ao novo governo. Em 16 de abril de 1961 Fidel anuncia a sua polı́tica em
Cuba como socialista, recebendo de imediato a oposição dos Estados Unidos (PRADO; PELLEGRINO, 2014;
RINKE, 2017).
Figura 5 - Selo impresso em 2007 em Cuba, dedicado aos 40 anos do primeiro combate de Ernesto Che
Guevara, na imagem aparece Che Guevarae outros guerrilheiros, em Sierra Maestra.
Fonte: neftali, Shutterstock, 2018.
13/05/24, 12:10 História da América Independente: Séculos XVIII e XIX
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No dia seguinte, sob o comando do presidente John Kennedy, os Estados Unidos enviaram tropas de cubanos
exilados, treinados pela CIA, para invadir o sul da ilha de Cuba pela Baı́a dos Porcos. As tropas foram
derrotadas pelos guerrilheiros cubanos (MARTINS; LIEBEL, 2015).
Figura 6 - Monumento em Havana em homenagem a Ernesto Che Guevara, um dos lı́deres da Revolução
Cubana.
Fonte: jakubtravelphoto, Shutterstock, 2018.
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Em 1962, Cuba se tornou assunto principal da Conferência de Punta del Este, que reuniu os paı́ses-membros da
Organização dos Estados Americanos (OEA) para tratar dos impactos da Revolução Cubana. Nesse contexto,
havia aqueles paı́ses que defendiam a punição econômica, diplomática e militar contra Fidel Castro,
sustentando tais sanções pela alegação do Tratado Interamericano de Assistência Recı́proca, que a�irmava que
a existência de qualquer governo relacionado à União Soviética era um perigo ao sistema interamericano e
deveria ser extinto (MARTINS; LIEBEL, 2015).
Ao mesmo tempo, tinha os paı́ses que eram oposição às punições contra a Cuba e a�irmavam que a OEA
deveria garantir que não haveria intervenções a questões internas, isto é, a decisão pela forma de governo era
algo particular de cada paı́s e não fazia parte das decisões da OEA. Dentre estes membros estavam o Haiti,
Brasil, Argentina, Bolı́via, Chile, Equador e México. Diante de tais argumentos, o Secretário de Estado norte-
americano, Dean Rusk, decidiu pela exclusão do governo, mas não do Estado cubano da OEA. Aprovada tal
decisão, e somado à escolha de Fidel por aderir ao bloco soviético, iniciou-se o isolamento internacional de
Cuba, controlado pelos Estados Unidos (MARTINS; LIEBEL, 2015).
Fidel Castro, mesmo com o isolamento imposto, conseguiu efetivar conquistas em sua polı́tica, mas entre
1963 e 1964, ocorreu um intenso debate sobre os rumos do governo. Nesse impasse, Che Guevara foi
fundamental ao propor direções a serem tomadas, relacionadas ao modo de organização da produção e os
modos de estimulá-las. Os pontos desse debate foram elencados pelo lı́der trotskista Ernest Mandel:
organização das empresas industriais; estı́mulos para o socialismo; papel da lei do valor, na mudança para o
socialismo; e a natureza do meio de produção. 
As propostas de Che Guevara foram colocadas em prática, na centralização da administração e nas motivações
morais para a instalação do socialismo, de modo a romper com o padrão capitalista (MARTINS; LIEBEL,
2015).
VOCÊ QUER VER?
O �ilme “Diários de Motocicleta” (RIVERA; GRANADO, 2004), dirigido por Walter Salles,
narra uma das viagens de Ernesto Che Guevara em 1952, quando estava concluindo
seus estudos em medicina, junto com seu colega Alberto Granado. O �ilme é uma
importante contribuição para conhecer a vida, a trajetória, ideias, preocupações e
interpretações deste reconhecido lıd́er revolucionário para a América Latina.
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Nos primeiros anos, Fidel implementou polı́ticas de desapropriação de indústrias e de igrejas, o que logo
levou a uma reação dos Estados Unidos, que decretou o embargo econômico à ilha. Mesmo com a oposição
estadunidense, o governo cubano conseguiu dar continuidade a suas polı́ticas, aumentando o nı́vel da
educação e ampliando o acesso à saúde a toda a população. Esta primeira fase do governo de Fidel, é
considerada pelos estudiosos como a mais socialista, pois era nesse contexto que o Estado controlava a
economia e a polı́tica de Cuba, assim como os seus recursos nacionais, ocasionando uma industrialização
inicial em Cuba, nos setores de produção do açúcar, eletricidade e do cimento (MARTINS; LIEBEL, 2015).
VOCÊ SABIA?
Che Guevara era um tıṕico revolucionário e não contribuiu apenas com as lutas
em Cuba, mas também se deslocou para o continente africano para ajudar na luta
pela libertação das colônias africanas. Ele foi para o Congo, em 1965, para treinar
guerrilhas contra o ditador Joseph Mobutu. Contudo seu ataque não foi e�iciente e
em 1966, ele foi para a Bolıv́ia, a �im de articular uma guerrilha contra René
Barrientos (MARTINS; LIEBEL, 2015).
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Assista ao vı́deo abaixo e aprenda mais sobre o tema.
Nesse panorama, emerge a imagem heroica também do lı́der argentino Ernesto Che Guevara, que aglomerava a
representação do ideal tı́pico de um revolucionário. Ele defendia a libertação dos princı́pios capitalistas
burgueses, como os que prevalecem nas relações de trabalho, e a defesa dos valores coletivos. Isto é, pregava-
se o rompimento com o sistema capitalista, o que na visão de Che, nem a União Soviética tinha alcançado
(MARTINS; LIEBEL, 2015).
Diversos estudiosos narram os eventos da Revolução Cubana e Florestan Fernandes é um destes com a
publicação em 1979 da obra “Da guerrilha ao socialismo: a Revolução Cubana”. Sustentado pelo viés marxista,
ele salienta o imperialismo norte americano como a grande origem da revolução, ou seja, a polı́tica de
exploração norte-americana que englobava Cuba em seu sistema, seria o primeiro ponto a ser combatido pela
revolução. 
Fernandes aponta um sentido ideológico e polı́tico desde o inı́cio da ação revolucionária, que tinha como
direção o socialismo e os princı́pios anti-imperialistas e anti-capitalista. (FERNANDES, 1979).
Para outro autor, Daniel Aarão Reis, a revolução no seu estopim seria nacional-democrática, nesse sentido, o
contexto de exploração apontado por Fernandes, seria o inı́cio da conjuntura da revolução, mas não o inı́cio
propriamente dito, pois a origem estaria na Constituição de 1940, assentada no retorno dos princı́pios de
liberdade e democracia. No entanto, diante da di�iculdade desse retorno, o socialismo emergiu como o
caminho mais viável.
CASO
Após a explicação sobre a Revolução Cubana, um aluno perguntou para a
professora sobre a in�luência das ideias marxistas no desenvolvimento de Cuba e
a possibilidade de construção de outros regimes socialistas. Diante disso, a
professor ressaltou que as obra de Marx e Engels, responsáveis pelas primeiras
ideias sobre o socialismo, foram escritas no inıćio do século XIX, e inspiraram
diversos movimentos. Contudo, é importante sublinhar que existem
interpretações diferentes e muitos equıv́ocos nas leituras referentes aos escritos
de Marx. Nesse sentido, a experiência da União Soviética, China, Vietnã, Cuba e
Coreia do Norte são os exemplos que temos mais próximos de um regime
socialista, no entanto, nenhum deles alcançou de fato a consumação de um
governo com ideologia comunista, como nos escritos de Marx. Sua inspiração pode
ter se originado no marxismo, mas a aplicação divergiu, devido às circunstâncias
particulares de cada paıś e tempo histórico. Com isso, a professora salientou que,
ao elaborarmos crıt́icas positivas ou negativas ao socialismo, ou às ideias
marxistas, é substancial realizar a leitura propriamente dita das obras de Marx e,
sobretudo, compreender o contexto em que ele escreveu suas ideias.
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4.3 As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
As chamadas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia surgem o�icialmente em 1966, mas são resultado
de um contexto especı́�ico, no qual a Colômbia se encontrava imersa em uma instabilidade polı́tica e na
extrema pobreza. Sob in�luência dos princı́pios de Simón Bolı́var, as FARC serão uma força de combate à
polı́tica excludente e concentrada nas mãos das oligarquias colombianas, assim como contra os governos
autoritários e repressivos.
4.3.1 Contexto de surgimento das Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia
O surgimento das FARC está ligado ao contexto da guerra civil ocorrida no �inal da década de 1940, que
desestruturou a Colômbia e que teve como motivação o embate entre as facções, vinculado ao partido
conservador e ao partido liberal. O partido liberal defendia a inserção de um modelo de desenvolvimento
nacional, forma adotada, inclusive, para conglomerar mais adeptos entre a população (CEARA� , 2009;
GUEVARA, 2010). Clique e acompanhe os eventos históricos ocorridos na Colômbia neste contexto. 
O inı́cio da guerra civil ocorreu em 9 de abril de 1948, com o assassinato de um lı́der caudilho
pertencente ao setor radical do Partido Liberal Jorge Eliécer Gaitán. Este tinha criado a União
Nacional de Esquerda Revolucionária que possuı́a propostas para reformas polı́ticas e sociais,
entre elas, combate à corrupção, fraudes eleitorais, e �im dos privilégios das elites. 
Durante a campanha presidencial, Jorge Eliécer tinha amplo apoio dos trabalhadores, planejando
propostas que adequavam aos seus anseios, a sua morte gerou diversas insatisfações e
manifestações, por parte do operariado de todo o paı́s (CEARA� , 2009; GUEVARA, 2010).
As condições da Colômbia estavam em pleno descaso social, econômico e polı́tico, o paı́s se
encontrava imerso na pobreza, o que se intensi�icou com as intervenções dos Estados Unidos no
Estado colombiano. Em plena conjuntura polı́tica, econômica e armada da Guerra Fria, os Estados
Unidos interviram nas revoltas e orientaram os conservadores colombianos que comandavam o
paı́s, a reprimir as revoltas, o que �icou chamado como o perı́odo da “La violência”, entre 1948 a
1953.
Os embates entre os partidos se ampliou para o campo, aumentando a violência, pois nesse
momento os lı́deres rurais recebiam apoio dos polı́ticos dos centros urbanos e legitimados pelas
suas opções partidárias, esses lı́deres somados aos seus bandos utilizavam a violência também
para conquistar interesses pessoais. Os camponeses, sob a liderança do Partido Comunista
Colombiano (PCC) iniciam as primeiras revoltas, assumindo a liderança das resistências (CEARA� ,
2009; GUEVARA, 2010).
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Em meio a esse contexto, as guerrilhas rurais, organizadas pelo PCC, passam a criar zonas de colonização
armada em resposta ao perı́odo de “La violência”, isto é, zonas de autodefesas que, aos poucos, começa a ser
um alvo de ataque do governo. Em 1964, o governo denomina essas insurgências como “repúblicas
independentes” autorizando um forte bombardeio sobre os locais. Os grupos passam a resistir aos
bombardeios do governo e passam a se reorganizar em guerrilhas (CEARA� , 2009; GUEVARA, 2010).
Nesse panorama, em 1953, o General Rojas Pinilla assume a presidência do paı́s com o evidente
objetivo de paci�icar a violência do paı́s. Em 1958, há um acordo entre o partido Liberal e o
Conservador, que desencadeia a Frente Nacional, que repercute em um monopólio do poder e na
alternância pactuadas da presidência. 
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Em 1964, o principal foco da resistência era Marquetalia desenvolvido em meio ao PCC e que tinha o apoio
dos movimentos agrários. Esta região começou a receber ataques do governo colombiano, �inanciado pelos
Estados Unidos por meio do plano Latin	American	Security	Operation (Plano Laso), que tinha como desı́gnio
eliminar as resistências. 
Figura 7 - Representação do General Gustavo Rojas Pinilla, que assumiu a presidência da Colômbia em 1953
e tinha como objetivo paci�icar a violência do paı́s.
Fonte: NNNMMM, Shutterstock, 2018.
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Os Estados Unidos enviaram tropas e insumos bélicos para o Exército da Colômbia. Contudo, esses ataques
não terão êxito e, pelo contrário, desencadearam mais reações, como a assembleia dos agricultores de
Marquetalia, rebelados contra o governo, em 1964, para de�inir o Programa Agrário dos Guerrilheiros. 
Em 1966, ocorre a segunda conferência, que é marcada pela fundação das FARC e tem como responsável
Manuel Marulanda Vélez, conhecido como “Tiro�ijo”, Jacobo Arenas, entre outros do PCC. Somente na sétima
conferência em 1982, que se de�ine o nome atual, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército
Popular (CEARA� , 2009; GUEVARA, 2010).
Nesse sentido, no âmbito interno, atribui-se o surgimento das forças revolucionárias da Colômbia ao contexto
da polı́tica excludente colombiana, que mantinha o poder nos partidos tradicionais e nas estratégias do
governo, que possuı́a uma postura violenta aos partidos de oposição, sobretudo o PCC. No âmbito externo,
atribui-se o contexto da Guerra Fria e os embates entre o mundo socialista e capitalista que terá como
consequências os con�litos polı́ticos na América Latina. Somado a isso, temos a ocorrência da Revolução
Cubana, que in�luenciou outros movimentos de esquerda (CEARA� , 2009; GUEVARA, 2010).
4.3.2 As FARC
As FARC foram criadas tendo como base as ideias defendidas pelo lı́der revolucionário Simón Bolı́var, isto é,
os princı́pios do anti-imperialismo, anticapitalismo, a oposição ao liberalismo, a defesa do socialismo e da
reforma agrária, a independência, em relação às potências estrangeiras. As FARC surgem como uma entidade
Figura 8 - Bandeira das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército Popular.
Fonte: yui, Shutterstock, 2018.
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voltada para o progresso social, polı́tico e econômico da Colômbia, sobretudo da população que vivia à
margem da sociedade, como os indı́genas, camponeses e operários. As FARC se con�iguram como um corpo
polı́tico que lança oposição ao governo de Colômbia, com o objetivo de desenvolver o Estado, dando atenção à
população civil (CEARA� , 2009; GUEVARA, 2010). Clique a seguir e conheça mais sobre a história dessa
organização. 
Década	de	1970
As FARC passam por diversas mudanças, voltando seu programa para um viés educativo, tendo
como meta a formação ideológica sustentada pelos ideais de expansão do território, o
desenvolvimento militar, o aumento da força de guerrilha e a formação do exército
revolucionário. 
A	partir	de	1980
As guerrilhas passam a ter ampla inspiração das ideias de Bolı́var, como a unidade latino-
americana, a igualdade, o bem-estar social e a formação de um exército bolivariano e, sobretudo,
a luta contra o imperialismo (CEARA� , 2009; GUEVARA, 2010).
Aumento	da	violência
A partir da década de 1980, com as mudanças no meio polı́tico e o aumento do �inanciamento
vindo do narcotrá�ico, os con�litos internos colombianos se modi�icaram. Este foi um perı́odo
de aumento signi�icativo do poder bélico e, consequentemente, na violência. 
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Os guerrilheiros controlavam grandes plantações de coca, como a do sul do paı́s, em Guaviare, Caquetá e
Putumayo. A produção de coca começou como uma reação à uma polı́tica dos Estados Unidos de exterminar as
plantações da Bolı́via e do Peru, o que acabou por incentivar o deslocamento delas para a Colômbia.
Após 52 anos de con�lito violento e com mais de 200 mil mortos, entre as FARC e o governo da Colômbia, com
o �im da Guerra Fria e a falta de investimento e apoio, as FARC perdem força. Em 2002, A� lvaro Uribe assume a
presidência e as classi�ica como grupo terrorista, dando inı́cio novamente aos con�litos, com o apoio dos
Estados Unidos. Em 2010 com a presidência de Juan Manoel Santos, tem inı́cio as negociações e em 2016, as
FARC assinam um acordo de paz com o governo colombiano. O acordo previa a entrega das armas das FARC, o
combate ao narcotrá�ico, a reparação das vı́timas dos con�litos e a destruição das plantações de coca. Por parte
do governo colombiano o acordo assinalava a eliminação das minas terrestres na Colômbia, a execução de
polı́ticas para diminuir a desigualdade social, a reforma agrária, o reparo das vı́timas, a ajuda no retorno dos
refugiados e a reintegração de guerrilheiros à sociedade.
Após um ano de acordo, houve a redução do número de armas em circulação, foram entregues para a ONU,
8.994 fuzis pertencentes a 7 mil milicianos. O número de homicı́dios, também obteve redução inicial, mas em
2018 voltou a preocupar, pois, com a desmobilização das FARC, outras milı́cias, de paramilitares e
narcotra�icantes, passaram a disputar o poder e as principais vı́timas são lı́deres comunitários e ativistas de
direitos humanos. 
Ampliação	das	FARC
E� nesse momento que as FARC se ampliam consideravelmente, se tornado um grupo de
guerrilheiros com uma grande expressão na Colômbia. O envolvimento das FARC com o trá�ico
de drogas fornece investimentos para as guerrilhas, proporcionando maior acesso a materiais
bélicos. 
4.4 A globalização e a América Latina
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Após o �im da Guerra Fria, que dividia o mundo entre duas superpotências bélicas, os Estados Unidos e a
União Soviética, vemos a ascensão de uma nova ordem mundial, pautada nos múltiplos espaços de poder e
também na conexão e ligação entre as mais diversas partes do globo. 
E� assim que o fenômeno da globalização começa a ganhar força, com a contribuição das tecnologias de
informação e outros avanços tecnológicos con�igurou o encurtamento das distancias e possibilitou a formação
de uma sociedade em rede, que também irá incidir na América Latina.
4.4.1 O conceito de globalização
Com o �im da Guerra Fria, a partir da década de 1980, houve uma série de modi�icações nas relações que
regiam o mundo. A destruição do Muro de Berlim em 1989, que separava a Alemanha, foi o marco da
desintegração da antiga ondem mundial baseada na bipolaridade, houve a emergência de organizações
internacionais, como os blocos econômicos e outras cooperações entre os paı́ses, os Estados Unidos surgem
como grande potência mundial e as relações entre o Estados e a sociedade se modi�icam. Nesse contexto, a
globalização representou as transformações nas relações sociais, alterando as distâncias entre as
comunidades e a ampliação das relações de poder em escala mundial. O Estado-nação passa a ganhar novas
direções e passa a se abrir às cooperações internacionais (CASTELLS, 1999).
Figura 9 - Muro de Berlim, que foi derrubado em 1989, sendo um sı́mbolo da antiga ordem mundial, pautada
na bipolaridade do poder.
Fonte: Everett Historical, Shutterstock, 2018.
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Existem diversos debates acerca do que seria a globalização, a vertente mais utilizada seria um fenômeno
revolucionário, resultado do desenvolvimento tecnológico dos últimos 20 ou 30 anos, que desencadearam
mudanças em toda a sociedade. Manuel Castells (1999), um dos teóricos mais relevantes sobre o conceito de
globalização, a�irma que, entre essas mudanças, estão: a revolução tecnológica, que proporcionou as
tecnologias de informação, de telecomunicação e transporte; a interdependência das economias, introduzindo
novas formas de relações entre economia, Estado e sociedade; as mudanças nas sociedades de regime
socialista; o �im da Guerra Fria; e uma rearticulação do capitalismo.
Nesse sentido, Castells (2009) de�ine as principais caracterı́sticas do fenômeno da globalização, assim como
as suas consequências, como a integração das diversas partes do mundo por meios das redes globais de
tecnologias de informação e a formação de comunidades virtuais, a busca incessante por identidade coletiva e
individual em meios à aceleração dos �luxos globais de riqueza, poder, imagem e representação que
proporcionam um mundo multicultural. 
VOCÊ QUER LER?
A obra “A sociedade de rede” da Manuel Castells (1999), é o primeiro livro de uma
trilogia que tem como objetivo abordar os impactos da globalização e da tecnologia de
informação na contemporaneidade entre a América Latina, Estados Unidos, Europa,
A� sia e Europa. Dessa forma, o livro é uma importante contribuição para entender o
conceito de globalização e seus impactos na atualidade.
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O ressurgimento do Estado como peça fundamental no controle das tecnologias nas suas relações com a
sociedade. E� nesse contexto que emerge uma nova economia informatizada, organizada em torno de grandes
potências de comando interdependentes e formadas por redes e polos e de inovação global (CASTELLS, 1999).
4.4.2 A América Latina e o fenômeno da globalização
A América Latina também se insere nas novas relações inauguradas com a globalização, sobretudo a partir de
1970, quando as polı́ticas dos paı́ses latino-americanos passam a ser questionadas, devido à ausência de
democracia e às polı́ticas econômicas que contrastavam com a realidade interdependente da globalização. Na
década de 1990, veremos as pressões exercidas pela globalização, in�luenciarem na democratização dos
regimes nos paı́ses da América Latina, somadas às reorganizações do Estado, voltado às relações
internacionais e as demandas dos grupos organizados (PRADO; PELLEGRINO, 2014; RINKE, 2017).
O fenômeno da globalização desencadeou novas restruturações territoriais e estatais, acentuadas pelas inter-
relações transfronteiriças dos Estados, isto é, vemos novos arranjos de fronteiras e novas demandas e atores
nesse processo. Clique nas abas a seguir para conhecê-los. 
Figura 10 - Exemplo de uma das tecnologias da informação que surgiram com o advento da globalização.
Fonte: dotshock, Shutterstock, 2018.
América Latina
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As primeiras experiências neoliberais serão implementadas no Chile, no governo de Pinochet e também na
Inglaterra, efetivadas por Margaret Thatcher, que servirão de modelo para as demais experiências neoliberais
que surgiram depois, na América Latina.
A polı́tica econômica neoliberal foi uma resposta à crise econômica dos anos 1970/80, provocada, segundo os
estudiosos do liberalismo, pelo nacional desenvolvimentismopropagado pela Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe (Cepal). O principal objetivo do neoliberalismo é estabelecer obstáculos às polı́ticas
protecionistas e de bem-estar social do Estado, a �im de enxugar os gastos estatais e promover a livre
circulação de capital. 
Neoliberalismo
Cooperações econômicas
ALCA
Na América Latina veremos a introdução de uma nova estratégia de
polı́tica econômica, o surgimento do neoliberalismo como um modo
de sair da crise mundial e integralizar as economias no novo
sistema internacional. 
Após os impactos da globalização que rearticulam o capitalismo
mundial perante as crises econômicos da década de 1970 e 1980, o
neoliberalismo emerge como uma nova forma polı́tica econômica.
No viés da integralização e dos novos regionalismos pautados nas
relações Norte-Sul, a partir de 1980, surgem as primeiras iniciativas
de integração sub-regionais, isto é, as cooperações econômicas com
propostas de livre comércio continental, como a formação da A� rea
de Livre Comércio das Américas (ALCA). 
A ALCA foi fundada com o desı́gnio de facilitar as transações
comerciais entre os seus membros. Posteriormente, em 1991,
teremos a formação do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL),
também como objetivo de proporcionar a integração econômica e
polı́tica dos paı́ses da América do Sul.
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Síntese
Você concluiu os estudos sobre as principais caracterı́sticas que envolvem a Revolução Cubana, Revolução
Guatemalteca, a formação da FARC e os impactos da globalização da América Latina. Nesse viés, re�letimos
sobre as especi�icidades de cada contexto e sobre a circulação das ideias socialistas, que aparecem em ambas
as revoluções e o rompimento na antiga ordem mundial. 
Neste capı́tulo, você teve a oportunidade de:
identificar os impactos da globalização na América Latina; 
identificar os principais processos da Revolução Cubana;
apreender as relações entre Estados Unidos, Cuba e Guatemala;
refletir sobre como se deu o processo de formação das FARC.
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Bibliografia
CASTELLS, M. A	sociedade	em	rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CEARA� , D. B. FARC-EP: o mais longo processo de luta revolucionária da América Latina. História	Social,	n. 17,
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FERNANDES, F. Da	guerrilha	ao	socialismo: a Revolução Cubana. São Paulo: Expressão Popular, 1979.
GRANDIN, Greg. A	Revolução	Guatemalteca. São Paulo: UNESP, 2005.
GUEVARA, K. Z. As Forças Armadas revolucionárias da Colômbia (FARC) e sua atuação no cenário
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13/05/24, 12:10 História da América Independente: Séculos XVIII e XIX
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