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Podcast 
Disciplina: Aquisição da Linguagem e Escrita 
Título do tema: Aquisição da escrita: dificuldades e distúrbios 
Autoria: Tamires Pereira Duarte Goulart 
Leitura crítica: Carol Seixas 
 
Olá estudantes, queridos, sou a professora Tamires Goulart e no podcast de 
hoje vamos conversar sobre algumas possíveis ações que podem ajudar o 
professor a ter uma prática voltada às dificuldades dos estudantes disléxicos. 
Você já deve ter percebido que várias crianças apresentam dificuldades no 
processo inicial de aprendizagem da leitura e da escrita. Nesse sentido, 
existem algumas ideias que podem ser muito válidas não só para a criança 
disléxica, como para todos que fazem parte da turma. 
Em primeiro momento, precisamos pontuar que: 
- Em etapa inicial da alfabetização, ainda não temos como saber com precisão 
se alguma de nossas crianças tem o distúrbio do neurodesenvolvimento da 
dislexia, que é classificado pela dificuldade constante na leitura e em reflexo a 
isso também na escrita; 
- Várias crianças podem apresentar dificuldade de aprendizagem nesse 
período levando em conta fatores externos, como aspectos de saúde, 
alimentação, entorno familiar, processo de letramento, falta de consolidação de 
habilidades basilares que antecedem à alfabetização, entre outros fatores; 
- Por isso, toda ação do professor que contemplar um planejamento voltado a 
atividades e propostas que podem ser facilitadoras do processo de aprender o 
sistema de escrita alfabética pode ser benéfica para todos os alunos. 
Considerando essas proposições, a partir daqui, queremos pontuar algumas 
ideias que estimulam e encorajam o estudante com dislexia a se desenvolver, 
enfrentando suas dificuldades. Vamos lá? 
Em primeiro lugar, precisamos entender que o professor precisa ter empatia e 
sensibilidade pela criança, buscando compreender que esse momento é 
delicado e uma pitada de carinho e amor faz toda a diferença. 
É sempre essencial que em sala de aula o estudante possa manipular muitos 
materiais concretos, como alfabetos móveis, material dourado, imagens. O foco 
no som das letras e no movimento labial do professor e, depois, da sua própria 
boca facilita a associação letra/som. Uma dica nesse contexto é o uso de um 
espelho para que a criança possa perceber e visualizar como sua boca e língua 
se movimentam ao pronunciar cada som. 
O investimento em letras produzidas por diferentes texturas também é uma 
possibilidade de a criança perceber o traçado e organização das letras. Além 
disso, a criança com dislexia precisa de tempo extra para fazer cópias do 
quadro ou de outro material, ou ainda, precisa de adaptações quanto ao 
tamanho da cópia, por exemplo. Um tempo maior também para realizar 
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trabalhos e avaliações é importante, bem como a possibilidade de poder 
responder perguntas e forma oral, para que o professor possa perceber seu 
processo de compreensão e de interpretação. 
Em muitos casos, o professor precisará realizar a leitura oral do texto ou da 
atividade para que a criança organize seu pensamento e possa realizar as 
propostas. 
Os enunciados devem ser curtos e precisos, sem ambiguidades e 
rebuscamento linguístico. É possível comprar em livrarias ou até mesmo 
confeccionar uma régua para disléxicos, que auxilia na leitura, organizando a 
linha e a sequência que a criança deve fazer a leitura. Essa régua tem uma 
fresta do tamanho da linha do caderno, assim, a criança, ao colocá-la sobre o 
texto, enxerga somente a linha que precisa ler em determinado momento, 
evitando que a confusão de palavras e linhas a serem lidas. 
Treinar a leitura de palavras e depois de pequenas sentenças em voz alta 
ajuda a criança a se encorajar e perceber que pode perder a ansiedade e o 
receio durante o processo de leitura. Lembre-se sempre que essa leitura deve 
ser realizada em momentos primários somente para o professor, evitando 
assim o constrangimento da criança perante a turma. 
É importante também, que na medida do possível, a criança disléxica sente 
perto do professor e mais perto da lousa ou do quadro. Lista de palavras e de 
dificuldades ortográficas para a criança utilizar como fonte de consulta são um 
excelente recurso. 
E por fim, é necessário que o planejamento do professor permita que a criança 
tenha oportunidades diárias para aprender e exercitar a leitura e a escrita de 
palavras. O trabalho com a ortografia deve ser priorizado todos os dias, para 
oportunizar que a criança consiga ir assimilando a grafia da língua portuguesa. 
Espero que esse podcast permita que muitas outras ideias e ações sejam 
pensadas e colocadas em prática em suas aulas, a fim de contribuir com o 
desenvolvimento da leitura e da escrita para todos os estudantes. 
Bons estudos! Até a próxima!