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O TRABALHISMO (Leis trabalhistas e valorização do trabalho) Ao longo de sua trajetória política, Getúlio Vargas se utilizou de estratégias populistas para conseguir o apoio da população e se manter no poder. Os direitos trabalhistas no Brasil foram resultado de um lento processo iniciado com a República. Em janeiro de 1891, o presidente Deodoro da Fonseca assinou um decreto que vetava o trabalho de crianças menores de 12 anos nas fábricas do Rio de Janeiro, então capital federal. O decreto, que estabelecia regras para idade mínima dos trabalhadores nas fábricas, é considerado a primeira lei trabalhista nacional. Em 1907, o presidente Afonso Pena assinou decreto que autorizava a formação de sindicatos de trabalhadores urbanos, profissionais liberais e cooperativas. Em 1919, o presidente Delfim Moreira regulamentou as indenizações por acidentes de trabalho. Ainda assim, muito ainda havia por se fazer em relação aos trabalhadores. A Constituição de 1934, proibiu a distinção dos salários para uma mesma função por razões de estado civil, nacionalidade, sexo e idade. Promoveu a criação do salário mínimo e a padronização de uma jornada de trabalho máxima de oito horas diárias. O repouso semanal remunerado foi instituído, assim como as férias anuais remuneradas. Os menores de quatorze anos de idade eram proibidos de trabalhar e os patrões deveriam indenizar o trabalhador que fosse demitido sem justa causa. A Constituição de 34, no entanto, foi cancelada e substituída por outra em 1937 e as questões trabalhistas voltaram a ser postas em pauta em 1943 com a Consolidação das Leis do Trabalho . Após aprovar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943, o presidente Getúlio Vargas tornou-se conhecido como o “pai dos pobres” por ter criado leis trabalhistas. O termo foi uma estratégia de marketing criada pelos órgãos de propaganda getulista para associar o presidente às conquistas sociais dos trabalhadores. Seus principais assuntos são: Registro do Trabalhador,Carteira de Trabalho; Jornada de Trabalho; Período de Descanso; Férias; Medicina do Trabalho; Categorias Especiais de Trabalhadores; Proteção do Trabalho da Mulher; Contratos Individuais de Trabalho; Organização Sindical; Convenções Coletivas; Fiscalização; Justiça do Trabalho e Processo Trabalhista. POPULISMO( manipulação das massas) O Estado Novo é conhecido como o período mais duro do governo Vargas, que fica marcado por um misto de autoritarismo político extremo e populismo. Vargas suspende a constituição e passa a governar a partir de decretos, além disso, adota uma política paternalista, onde, ao mesmo tempo em que pune severamente todos àqueles que iam contra seu governo, também cede direitos e garantias à população, principalmente aos mais pobres, ganhando, assim, popularidade ao governo ditatorial e um caráter de legitimidade. O Populismo não é um sistema de governo, mas uma forma de governar. Os políticos populistas utilizam de vários expedientes para obter o apoio do povo. Pois o populismo não existe sem que exista uma grande popularidade e carisma do líder. Para isso, o político populista utiliza de uma linguagem simples e acessível a todos. Outro expediente de muita importância é a propaganda pessoal, onde o político é apresentado como diferente dos demais. Normalmente apresentado como uma espécie de salvador da pátria. Em 1939, o governo criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão responsável pela propaganda oficial do regime e pela promoção de Vargas, dentre suas atribuições estavam: censurar os meios de comunicação, dirigir os programas de radiodifusão do governo, promover manifestações cívicas, elaborar panfletos, cartazes, cartilhas e filmes. A propaganda varguista veiculava a necessidade de recuperar a ordem interna e a imagem de uma nação unida e forte. Embora os trabalhadores tenham conquistado direitos importantes, Vargas anulou canais tradicionais de mobilização dos trabalhadores. Os sindicatos, que eram independentes até 1935, foram submetidos ao Estado. Delegados indicados pelo governo interferiam na elaboração dos estatutos. Ao invés de organizarem os trabalhadores na luta por melhores condições de trabalho, o sindicato funcionou como órgãos adjuntos ao Estado, realizando serviços da esfera pública. Greves, de acordo com a Constituição de 1937, foram consideradas incompatíveis com os interesses da produção nacional, houve proibição do direito de greve e punição aos trabalhadores que paralisaram as atividades.
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