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AUDITORIA EM ENFERMAGEM NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário Unidade 1: Auditoria em Enfermagem .................................................................... 6 Seção 1.1: Introdução ................................................................................. 6 Seção 1.2: Convergência entre processo administrativo, qualidade e auditoria .................................................................................................................. 7 Seção 1.3: Auditoria .................................................................................... 9 Seção 1.4: Auditoria em Enfermagem ..................................................... 14 Seção 1.5: Aspectos éticos e legais da auditoria em Enfermagem ...... 16 Seção 1.6: Auditoria na assistência diária de Enfermagem .................. 18 Unidade 2: O processo de auditoria em Enfermagem ......................................... 21 Seção 2.1: O processo de Enfermagem .................................................. 21 Seção 2.2: Momento de planejamento (inicial) ....................................... 23 Seção 2.3: Fase de preparação da auditoria ........................................... 23 Seção 2.4: Fase de detalhamento do planejamento ............................... 25 Seção 2.5: Avaliação processual ............................................................. 25 Seção 2.6: Momento de implementação ................................................. 26 Seção 2.7 Execução da auditoria ............................................................. 26 Seção 2.8: Resultado da auditoria ........................................................... 27 Unidade 3: Ainda acerca dos processo de auditoria em Enfermagem .............. 29 Seção 3.1: Momento de investigação ...................................................... 29 Seção 3.2: Explicação dos problemas .................................................... 30 Seção 3.3: Momento de diagnóstico ....................................................... 31 Seção 3.4: Momento de planejamento (processual) .............................. 32 Seção 3.5: Momento de avaliação ........................................................... 33 Seção 3.6: Auditoria de acompanhamento ............................................. 34 4 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 42 Referências .............................................................................................................. 43 5 VÍDEOS DE APOIO Com o intuito de contribuir mais um pouco para a apreensão do seu conhecimento acadêmico, de forma didática e também prática, alguns links de vídeos serão disponibilizados no decorrer desta apostila. Assim, antes de iniciar a leitura deste material didático, será necessário acessar e assisti-los. Para tanto, tenha toda sua atenção voltada para esse momento e, se sentir necessidade, retome a leitura ou mesmo assista novamente ao vídeo. Vídeo 1: Auditoria em Enfermagem Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=X67bb3Dp-pU> Sinopse: no vídeo a professora Fernanda Coelho aborda sobre os aspectos pertinentes sobre auditoria em enfermagem, como por exemplo os tipos de auditoria. Vídeo 2: A importância das anotações de enfermagem para a auditoria Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=1JTzjlNZbHA> Sinopse: no vídeo do canal Unimed Paranavaí, as enfermeiras Juliana Senteio e Amanda Vitória, abordam sobre auditoria, anotações de enfermagem, e como essas anotações são importantes para o processo de auditoria. https://www.youtube.com/watch?v=X67bb3Dp-pU https://www.youtube.com/watch?v=1JTzjlNZbHA 6 Unidade 1: Auditoria em Enfermagem Seção 1.1: Introdução A preocupação com a qualidade integra a história humana, realizando uma parcela de sua evolução, sendo relacionada ao progresso econômico, político e cultural de cada período de tempo. A área da saúde não manteve-se indiferente a este processo, sendo que o conceito de garantia de qualidade em saúde, diz respeito à construção de métodos para a avaliação da qualidade e implementação de normas e padrões de conduta clínica. A palavra auditoria provém do latim audire que significa ouvir. Entretanto, o termo pode ser explicado de forma melhor pelo vocábulo da língua inglesa audit, que possui como significado examinar, corrigir e certificar. Desse modo, esta fundamenta- se na avaliação sistemática e formal de uma atividade para verificar se ela está sendo realizada conforme os objetivos. Diz respeito a uma área da contabilidade utilizada por diversas profissões, incluindo a enfermagem, em razão da globalização e da necessidade das empresas de somarem o trabalho do auditor de enfermagem ao auditor médico, considerando sua função generalista. Reconhecendo ser a auditoria em enfermagem uma atividade valiosa para subsidiar uma constante melhoria da qualidade das ações de enfermagem, é importante que esta seja sistematizada de forma a acolher as características da profissão. Em serviços de saúde, a auditoria caracteriza-se como notável ferramenta para transformação dos processos de trabalho que vêm ocorrendo em hospitais e planos de saúde, estes que procuram se remodelar para preservarem a qualidade do cuidado realizado assegurarem uma posição competitiva no mercado de trabalho. Nesse cenário, a auditoria em enfermagem pode ser conceituada como uma avaliação sistemática da qualidade da assistência de enfermagem, vista por meio dos registros de enfermagem no prontuário do paciente e as próprias condições deste. 7 Os principais objetivos da realização de auditoria em enfermagem são, a identificação das áreas insatisfatórios dos serviços de enfermagem, oferecendo informações concretas para que decisões sejam tomadas sobre o remanejamento e aumento de pessoal, propiciando desta forma, a melhoria da assistência. Com o foco no cuidado de qualidade e no aumento da competitividade entre organizações prestadoras de serviços de saúde, cada vez mais aparecem chances para o enfermeiro trabalhar nesta área. Seção 1.2: Convergência entre processo administrativo, qualidade e auditoria No decorrer da evolução histórica da enfermagem, foi necessário que os profissionais respondessem às mudanças tecnológicas e às forças sociais. As responsabilidades administrativas estão evoluindo em resposta às demandas institucionais, mercadológicas e assistenciais, sendo o papel do enfermeiro decisivo para a assistência efetiva e com qualidade. É necessário que os profissionais de Enfermagem adotem uma postura que valorize as funções administrativas,tendo em conta a administração como a forma de utilizar os inúmeros recursos organizacionais, para atingir intuitos e alcançar alto desempenho. CHIAVENATO (2000) afirma que A tarefa da administração é interpretar os objetivos propostos pela empresa e transformá-los em ação empresarial por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da empresa, a fim de atingir tais objetivos. Assim, a administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz. CHIAVENATO (2000, p. 3) O processo administrativo, dessa forma, é a execução sequencial das funções administrativas: planejar, organizar, dirigir e controlar. O autor supracitado ainda salienta que estas funções estão profundamente unidas entre si, sendo interdependentes e interagentes. Para MAXIMIANO (2004), a função controle é o processo de gerar e utilizar informações para tomar decisões sobre a execução de atividades e sobre objetivos. 8 Este autor sustenta que o processo de controle, da mesma forma que outros processos administrativos, é constituído de outros processos, lecionando: O processo de buscar informações sobre o desempenho é também chamado de monitoramento ou acompanhamento. O processo de comparar e tirar conclusões sobre o desempenho é também chamado de avaliação (MAXIMIANO, 2004, p. 360). CHIAVENATO (2000) ressaltou ainda que o processo de controle é realizado, de forma inicial, por meio do estabelecimento de padrões de desempenho, seguido da mensuração do desempenho a ser controlado, comparação do desempenho atual com o padrão, e a tomada de ação corretiva para ajustar o desempenho atual ao padrão desejado. Já MARQUIS; HUSTON (2005) defenderam que, apesar do controle normalmente ser abordado como última parte do processo administrativo, e este sendo cíclico, assim como o processo de Enfermagem, não constitui-se um fim em si mesmo, sendo implementado através de todas as fases da administração. Na área da saúde, principalmente em Enfermagem, a avaliação é empregada como ferramenta para determinação da dimensão dos intuitos atingidos, ficando implícita a mensuração da qualidade dos serviços prestados aos pacientes. Desse modo, a auditoria em Enfermagem, retrata a função de controle dentro do processo administrativo. Entende-se que a determinação da qualidade faz com que a assistência de Enfermagem prestada aos pacientes atenda padrões plausíveis. Para SIMÕES; JÚNIOR (2004), essa preocupação teve início há muitos anos, no decorrer do tempo, todas as atividades de prestação de serviços de saúde estão empenhados de modo direto com a qualidade de resultados e, por outro lado, tem-se notado um crescente aparecimento de novas tecnologias, que se superam em períodos cada vez menores, tornando os custos dos serviços cada vez maiores. Não pode-se pensar em qualidade na área de enfermagem sem lembrar dos trabalhos de Florence Nightingale, enfermeira inglesa que implantou o primeiro modelo de melhoria contínua da qualidade em saúde no ano de 1854, no decorrer da Guerra da Criméia, em que tendo como base dados estatísticos e gráficos, as taxas de mortalidade reduziram de 42,7% para 2,2%, em um período de somente 6 meses. Este feito só foi alcançado por meio da implantação de padrões sanitários firmes e de um revolucionamento no atendimento e cuidados de enfermagem determinados. 9 Seção 1.3: Auditoria Apesar de fatos históricos, evidenciarem a origem da auditoria como da área contábil, desde a antiga Suméria, a história da auditoria se perdeu no tempo, sendo desconhecido o nome do primeiro auditor. Inicialmente limitada à verificação de registros contábeis, tencionando analisar se estes eram corretos, com o decorrer do tempo, a auditoria expandiu seu campo de ação, estabelecendo-se a partir disso uma confusão terminológica, “julgando-se que seja ela o mesmo que perícia, revisão ou exame de escrita simplesmente” (SÁ, 2000). CHIAVENATO (2003), alega que a auditoria é um sistema de revisão e controle, que visa informar a administração em relação à eficiência e eficácia dos programas em progresso, admitindo como intuitos a indicação das falhas e dos problemas, apontando sugestões e soluções, possuindo desse modo um caráter altamente educacional. O Ministério da Saúde trabalha com o conceito de que a auditoria consiste: O exame sistemático e independente dos fatos obtidos através da observação, medição, ensaio ou outras técnicas apropriadas, de uma atividade, elemento ou sistema, para verificar a adequação aos requisitos preconizados pelas leis e normas vigentes e determinar se as ações de saúde, e seus resultados estão de acordo com as disposições planejadas. (BRASIL, 2001, p. 9) Em termos gerais, a auditoria possui como maior intuito, a garantia à cúpula administrativa de informações pertinentes ao exercício de um controle efetivo referente a organização ou sistema, contribuindo assim para o planejamento e replanejamento das ações e para o aperfeiçoamento do sistema. (BRASIL, 2001) MARQUIS; HUSTON (2005) destacam que as auditorias constituem os instrumentos para mensuração de controle de qualidade, operando sobre o registro, o processo, a estrutura, o ambiente ou a contabilidade para julgar o desempenho. As auditorias mais utilizadas em controle de qualidade são derivadas do modelo de Donabedian, implantado no ano de 1994, servindo para medir a qualidade e compreendendo auditorias de resultados, de processos e de estrutura. 10 De acordo com DONABEDIAN (1994), o conceito de estrutura engloba: grau de qualificação dos recursos humanos, área física adequada, recursos financeiros disponíveis, equipamentos em número e distribuição adequados. A estrutura é importante na qualidade da atenção, devido aumentar ou diminuir a possibilidade de boa atuação do profissional. O autor considera a avaliação da estrutura da maior importância no planejamento, no desenho e na implementação dos programas. Julgando o processo como as atividades que envolvem os profissionais e seus clientes, baseados em padrões reputados. É sobre essas relações que se alcançam os resultados dos serviços fornecidos. Desse modo, é de onde se retiram as bases para a valoração da qualidade. Entre outros fatores, no processo aparecem os aspectos éticos e da relação profissional/ equipe de trabalho/cliente. De certo modo, tudo o que é relacionado ao atendimento das necessidades dos clientes, diretamente e no momento em que ele está ocorrendo, pode ser considerado como processo. A análise pode ser sob a perspectiva técnica e administrativa. Já o resultado expressa o produto final do serviço prestado, levando em consideração a satisfação de padrões e de expectativas da clientela. As auditorias podem ser caracterizadas conforme os seus métodos e classificações, estas sendo explicitadas abaixo: Auditoria prospectiva, ou auditoria prévia: julga os procedimentos anteriormente à sua realização, possui caráter preventivo, buscando reconhecer eventos de alarme para evitar problemas. Procura apontar a forma como as atuais intervenções afetarão o desempenho futuro. Auditoria operacional, ou concorrente: executada enquanto o cliente recebe o serviço, envolvendo o alcance e a avaliação de evidências sobre a eficiência e eficácia das atividades operacionais de uma instituição, comparando-as com os intuitos definidos, contemplando também recomendações para aperfeiçoamento JUND (2002) acrescenta que a auditoria operacional é conhecida também como auditoria dos 3 Es (Economia, Eficiência e Eficácia). Para efeito de compreensão dessa nomenclatura, é pertinente o entendimento sobre: Economicidade: é o grau em que uma organização, programa, processo, projeto, operação, atividade, função ou sistemaminimiza o custo de recursos humanos, financeiros e materiais, adquiridos ou utilizados, tendo em conta a 11 quantidade e qualidade apropriada, ou seja, é a prática por parte da gerência das virtudes de poupança e boa economia doméstica (gastando menos) (JUND, 2002, p. 94). Eficiência: é a relação entre os produtos, bens e serviços produzidos ou outros resultados atingidos por uma unidade ou entidade econômica, tendo em conta a quantidade e qualidade apropriada e os recursos utilizados para produzi-los ou atingi-los; menor custo, maior velocidade, melhor qualidade (JUND, 2002, p. 94). Eficácia: é o grau que uma organização, programa, processo, projeto, operação, atividade, função ou sistema atinge os objetivos da política, as metas operativas estabelecidas e outros resultados e feitos previstos (JUND, 2002, p. 94). Auditoria retrospectiva: executada após o cliente receber os serviços, acompanhando os fatos após a sucessão dos fenômenos, isto é, consiste na análise da relação entre os critérios determinados e os dados verificados na revisão dos registros após a saída do cliente. No que se refere à classificação, SÁ (2000) leciona que as classes de auditoria diversificam conforme o tratamento que se dá ao objeto de auditoria. Essa variação procede de distintas demandas, sendo capaz de alterar os processos como derivação de um mesmo método, sendo mais aplicáveis à classificação, conforme a forma de intervenção, ao tempo, à natureza e ao limite. Conforme o autor quanto à forma de intervenção, a auditoria classifica-se em interna e externa, sendo estas explicitadas a seguir. Auditoria interna: a avaliação é realizada por profissionais da própria instituição, constituindo um serviço, uma seção ou um departamento, sendo capaz de interferir em todos os setores de modo autônomo, isto é, sem subordinação às linhas de autoridade que venham prejudicar as suas possibilidades de indagação. Auditoria externa: realizada por elementos que não compõem o quadro de pessoal da instituição, como por exemplo, profissionais liberais e associações de profissionais liberais. Em relação ao tempo da auditoria, esta é classificada da seguinte forma: Auditoria contínua ou permanente ou de acompanhamento: realizada sem interrupção, em períodos mensais ou no máximo trimestrais. As diversas avaliações 12 possuem o caráter de continuidade – iniciada a partir da anterior e direcionando à posterior. Com ela, é prestada uma permanente assistência ao cliente, fazendo cobertura integral quanto ao tempo de execução, isto é, durante todo o exercício ou todo um período determinado. Auditoria periódica ou temporária: realizada somente em períodos pré- estabelecidos, normalmente semestrais ou anuais, sendo quinqUenais em últimos casos. Não possuindo características de continuidade quanto aos pontos de partida das verificações, observa apenas isoladamente determinados períodos. Referente à sua natureza, a classificação pode ser: Auditoria normal: executada com objetivos regulares de comprovação, sem finalidades isoladas ou específicas, abrangendo a gestão administrativa sem particularização de fatos de qualquer natureza. Auditoria especial ou específica: executada para alcance de resultados e conclusões referentes a fatos particulares da gestão ou da atividade de um elemento certo, visando a um objeto específico. Quanto ao limite, a auditoria pode ser total atingindo todo o patrimônio, não deixando de objetivar sequer um componente, isto é, engloba todos os setores, programas, processos, projetos, operações, além dos os produtos, bens e serviços produzidos pela instituição. Na auditoria parcial, a avaliação situa- se em determinados pontos, podendo ser um setor, um serviço, entre outros. O’HANLON (2006) destaca que a auditoria, ao longo do tempo, deve executar uma alteração de paradigma em termos de abordagem, em que a ênfase da auditoria deve estar na verdadeira melhoria contínua, devendo os auditores gastar menos tempo verificando como as coisas são realizadas e mais tempo buscando compreender por que elas são feitas e como elas são integradas com outros processos. Seja qual for o foco e abordagem a serem empregados na auditoria, a sua operacionalização deve abranger o planejamento da auditoria, a execução da auditoria, o resultado da auditoria e a auditoria de acompanhamento. O planejamento representa a determinação dos objetivos da auditoria, definindo a linha de atuação e 13 determinando os recursos necessários à execução da auditoria e do alcance desses objetivos, além do detalhamento do programa de auditoria, incluindo a determinação de como, quando e a quem os resultados da auditoria serão comunicados. Na execução da auditoria acontece a coleta, análise, interpretação e documentação de informações suficientes para fundamentar os resultados da auditoria, esse processo deve obedecer aos seguintes momentos: reunião de abertura, auditoria e avaliação propriamente dita e reunião de fechamento. Já o resultado da auditoria é comunicado por meio de relatório objetivo, claro, conciso, construtivo e oportuno, que declare as finalidades, o âmbito e resultado da auditoria, trazendo o parecer do auditor, este que pode conter recomendações para melhorias potenciais, dar conhecimento de desempenho satisfatório e de providências corretivas tomadas. A auditoria de acompanhamento (ou reauditoria) destina-se a confirmar a efetividade das ações corretivas e/ou saneadoras implementadas. Sendo que, sem estas ações, a auditoria perde considerável parcela de sua efetividade, uma vez que o real ganho encontra-se na alteração que as ações corretivas e saneadoras geram. É necessário salientar que o processo de auditoria só deve ser finalizado quando, na auditoria de acompanhamento, a ação tiver sido tomada de forma eficaz. Além disto, é válido destacar que o intuito da auditoria de acompanhamento é analisar a eficácia da tomada das ações corretivas acordadas, sendo necessário para isso um novo ciclo de auditorias. Figura 1: O ciclo PDCA 14 MARTINS; CERQUEIRA (1996) e CAMACHO (1998), todo este processo pode ser visualizado como um PDCA, sendo um ciclo de atividades contínuas, utilizado cada vez que há um desejo de implantar um processo ou atividade, ou preservar um padrão definido, ou melhorar um produto ou serviço, ou solucionar um problema. O PDCA, conforme esses autores, compreende quatro etapas representadas da seguinte maneira: P deriva de Plan – planejar, consistindo em definir metas e métodos de trabalho para alcançar essas metas, o que corresponde a preparar e planejar a auditoria; D deriva do inglês Do – fazer, onde são executadas as medidas propostas pelo planejamento, o que corresponde a conduzir a auditoria e relatar constatações; C de Check – checar, que é verificar a efetividade das medidas citadas em D, o que corresponde a fazer uma análise crítica do resultado da auditoria; A de Action – ação, onde são realizadas ações corretivas, correspondendo, na auditoria, a agir corretivamente e preventivamente no sistema auditado. Seção 1.4: Auditoria em Enfermagem POSSARI (2005) define que a auditoria em Enfermagem é a análise crítica e sistemática da qualidade da assistência de Enfermagem prestada aos pacientes, acontecendo o confronto do atendimento realizado com os padrões de atendimento, em conjunto com o uso de recursos anteriormente definidos e o impulso para alterações no padrão atual quando necessário. Dessa forma, procura-se oferecer informações que propiciem a criação de novos programas de Enfermagem e melhoria dos já existentes, dados para aperfeiçoamento da qualidade assistencial e seus registros, alcançando subsídios para a elaboração de programas de desenvolvimento de recursos humanos em Enfermagem. As auditorias utilizadas no serviço de Enfermagem incluem avaliações de resultado, deprocesso e de estrutura. O resultado diz respeito a uma alteração do status na saúde do paciente que possa ser atribuída à prestação de algum cuidado de saúde. As auditorias de processos buscam a qualidade do processo de Enfermagem, voltadas para o atendimento das expectativas dos clientes. Já a auditoria de estrutura, monitora o local em que é realizada a assistência de 15 enfermagem, incluindo a aplicação de recursos, o ambiente de atendimento, e todos elementos existentes antes da interação entre o paciente e o profissional de enfermagem, como, por exemplo, o tempo de espera em setores de atendimento de emergência, o dimensionamento de pessoal, os equipamentos de transporte interno de paciente, entre outros. Pressupõe-se existir uma relação entre o cuidado qualificado e a estrutura adequada. O método de auditoria prospectiva, sob o foco da função assistencial, não incide de forma direta na assistência de Enfermagem, ocorrendo geralmente sobre procedimentos médicos. Entretanto sob o enfoque da função administrativa do enfermeiro, a auditoria prospectiva admite o papel de auditoria de gestão, representando a avaliação e emissão de opinião referente aos processos ou resultados realizados na produção de serviços no horizonte temporal presente/futuro. Na auditoria de gestão, os aspectos a serem controlados passam por um processo de mudança ou de criação para vigorar no futuro, isto é, novas perspectivas, tecnologias e formas de operacionalização são estudados e definidos no presente para serem praticados futuramente. Desse modo, a auditoria torna-se um momento dinâmico de mudanças e transformações, em que as bases administrativas, técnicas e operacionais estão sendo reestruturadas e reformatadas com modificações nos modelos assistenciais e administrativos, sejam eles formais ou informais. Ademais, compreende-se que esta possui como essencial diretriz a continuidade operacional, representando também assim, uma continuidade e complemento da auditoria operacional. Já a auditoria operacional, é realizada durante o atendimento hospitalar ou ambulatorial de um paciente, estando voltada para uma reavaliação dos cuidados realizados, dentro de um esquema preventivo de resultados finais de menor qualidade. Pode ser executada por meio do exame do paciente, confrontando as demandas de assistência com a prescrição, bem como com a realização de entrevistas com o paciente, os familiares, o funcionário da equipe de enfermagem, entre outros. POSSARI (2005) destaca que a auditoria retrospectiva, é executada após a alta hospitalar, ou realização da assistência ambulatorial, através dos registros em 16 prontuário, contribuindo para a melhoria da assistência de forma global e futura, em função de não ir diretamente aos fatos, e sim aos elementos que o evidenciam. A auditoria operacional e a retrospectiva retratam a avaliação e difusão de opinião referentes aos processos ou resultados realizados na produção de serviços no passado e no presente. Nestas, a formatação do ponto de controle e as recomendações quanto a sua operacionalização atacam causas e consequências do não cumprimento dos modelos assistenciais e administrativos já estabelecidos. Seção 1.5: Aspectos éticos e legais da auditoria em Enfermagem A auditoria em Enfermagem é respaldada por uma extensa legislação, esta compreendendo também seus diversos ramos de atuação, provendo os diversos órgãos, governamentais e não-governamentais, para torná-los aptos a respaldar, progressivamente mais, as atividades elaboradas pela Enfermagem. É necessário salientar o respaldo da Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, a Resolução específica para auditoria emitida pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e, consequentemente, o próprio Código de Ética de Enfermagem. A Lei no 7.498 de 25 de junho de 1986, dispõe acerca da Regulamentação do Exercício da Enfermagem e dá outras providências, e é regulamentada pelo Decreto 94.406/87, do COFEN em seu Artigo 8, inciso I, alínea d) versa que o Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe: privativamente a consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem. Segundo o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (COFEN, 2017), no Capítulo II – dos deveres, encontram-se dados pertinentes à auditoria em Enfermagem, apesar de não fornecer mais especificações, como descrito em seu Artigo 47: “Art. 47 Posicionar-se contra, e denunciar aos órgãos competentes, ações e procedimentos de membros da equipe de saúde, quando houver risco de danos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência ao paciente, visando a proteção da pessoa, família e coletividade..” Desse modo, a auditoria em Enfermagem é uma ferramenta crucial para resguardar o paciente por contribuir na melhora da qualidade da assistência. 17 POSSARI (2005) destaca que a Resolução do COFEN nº 266/2001 dispõe sobre as atividades do enfermeiro auditor em saúde, podendo destacar: I. É da competência privativa do Enfermeiro Auditor no exercício de suas atividades: organizar, dirigir, planejar, coordenar e avaliar, prestar consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre os serviços de Auditoria de Enfermagem. II. Quanto integrante de equipe de Auditoria em Saúde: f) Atuar na elaboração de contratos e adendos que dizem respeito à assistência de enfermagem e de competência do mesmo; g) Atuar em bancas examinadoras, em matérias específicas de enfermagem, nos concursos para provimentos de cargo ou contratação de Enfermeiro ou pessoal técnico de enfermagem, em especial Enfermeiro Auditor, bem como de provas e títulos de especialização de auditoria e enfermagem, devendo possuir o título de especialização em auditoria de enfermagem; k) O Enfermeiro Auditor, em sua função, deverá identificar-se fazendo constar o número de registro no COREN sem, contudo, interferir nos registros do prontuário do paciente; m) O Enfermeiro Auditor tem autonomia em exercer suas atividades sem depender de prévia autorização por parte de outro membro auditor, Enfermeiro, ou multiprofissional; n) O Enfermeiro Auditor para desempenhar corretamente seu papel, tem direito de acessar os contratos e adendos pertinentes à Instituição a ser auditada; p) O Enfermeiro Auditor, no cumprimento de sua função tem o direito de visitar/entrevistar o paciente, com o objetivo de constatar a satisfação do mesmo com serviço de enfermagem prestado, bem como a qualidade. Se necessário acompanhar os procedimentos prestados no sentido de dirimir quaisquer dúvidas que possam interferir no seu relatório. III. Considerando a interface do serviço de enfermagem com os diversos serviços, fica livre a conferência da qualidade dos mesmos no sentido de coibir o prejuízo relativo à assistência de enfermagem, devendo o Enfermeiro Auditor registrar em relatório tal fato, e sinalizar aos seus pares auditores, pertinentes a área específica, descaracterizando a sua omissão. IV. O Enfermeiro Auditor, no exercício de sua função, tem o direito de solicitar esclarecimento sobre fato que interfira na clareza e objetividade dos registros, com fim de se coibir interpretação equivocada que possa gerar glosas/ desconformidades, infundadas. VII. Sob o Prisma ético: a) O Enfermeiro Auditor, no exercício de sua função, deve fazê-lo com clareza, lisura, sempre fundamentado em princípios constitucional, legal, técnico e ético; b) O Enfermeiro Auditor como educador, deverá participar da interação interdisciplinar e multiprofissional, contribuindo para o bom entendimento e desenvolvimento da auditoria de enfermagem, e auditoria em geral, contudo, sem delegar ou repassar o que é privativo do Enfermeiro Auditor. COFEN (2001) 18 Seção 1.6: Auditoria na assistência diária de Enfermagem Com caráter elucidativo, apontaremos como a auditoria está integrada ao Processo de Enfermagem,e, dessa forma, consolidada como um instrumento do cuidar.Com isso, traz-se a concepção de KURCGANT afirma que: O trabalho de Enfermagem não produz bens a serem estocados e comercializados, e sim serviços que são consumidos no ato de sua produção, isto é, no momento da assistência. Nessa concepção o trabalho constitui um processo. KURCGANT (p. 1, 2005) KURCGANT ainda destaca que a Enfermagem se insere de fato como um trabalho demarcado pelas influências históricas, sociais, econômicas e políticas. Pautado no contexto histórico, o enfermeiro adotou como forma de gerenciar o trabalho os princípios da Escola Científica e Clássica da Administração. Com isso, na sua trajetória profissional, ele tem desempenhado o papel de controlador do serviço dos demais elementos da equipe de Enfermagem, centrando o trabalho predominantemente em atividades administrativas burocráticas, distanciando-se da sua principal atividade, que é o gerenciamento do cuidado (FERNANDES et al, 2003). Nota-se que o enfermeiro é essencial para a concreta assistência e com qualidade prestada ao paciente, salientando a demanda do relato por escrito dos cuidados prestados. A documentação das atividades de Enfermagem é uma condição prévia para a assistência com qualidade, sendo indispensável que o registro da informação se apresente de forma clara e organizada. O Processo de Enfermagem contribui para a autonomia do enfermeiro e para uma Enfermagem baseada em princípios científicos, concedendo recursos para a implantação de sistemas de informação englobando as ações de Enfermagem. FULY; FREIRE; ALMEIDA. (2003) destacam que a demanda pela implantação desses sistemas atualmente é bastante reconhecida, uma vez que eles propiciam uma melhor qualidade na atenção ao paciente, a avaliação da qualidade de serviços e o intercâmbio de informações intra e interinstitucional. Quando comparadas a fase de avaliação do Processo de Enfermagem com a auditoria, nota-se que as suas classificações, de certa forma, são bem similares, entendendo estrutura, processo e resultados de forma muito igualitária. 19 A elaboração de um comparativo, destacado na figura 2, tendo como base os estudos de KURCGANT (2005) e MARQUIS; HUSTON (2005), demonstra que a definição das expressões estrutura, processo e resultados, no que refere-se à avaliação, enquanto intrínseco ao processo de cuidar, e à auditoria, são verdadeiramente similares. Figura 2: Congruências entre avaliação e auditoria Os conhecimentos técnicos, métodos, e outros, geralmente utilizados em auditoria, ao serem empregados no Processo de Enfermagem (PE) na etapa de avaliação, julga a sua aplicação na prática cotidiana da Enfermagem. O intuito do processo de auditoria é a avaliação, da eficácia da assistência que o paciente recebe, a integridade e exatidão da demonstração desse cuidado no prontuário. É fundamental a avaliação dos instrumentos de registros de Enfermagem para que ocorra a auditoria da assistência de Enfermagem. KURCGANT (2005), destaca que é difícil não correlacionar a avaliação dos serviços de saúde com qualidade, até porque a mesma compreende que o conceito de qualidade está embutido no de avaliação. Desse modo, é fundamental a estruturação de modelos teóricos para sistematização das ações de auditoria como parcela constituinte do PE, constatando e examinando os agentes atuais que influem sobre o perfil do envolvimento dos profissionais na realização de sua prática de trabalho, entendendo que a natureza operativa da auditoria direcionada à prática cotidiana do enfermeiro pode enfocar o 20 momento de avaliação deste processo como contribuir para a execução de auditoria cotidiana da qualidade da assistência de Enfermagem, isto é, orientando os enfermeiros na execução de elementos da auditoria na sua prática profissional diária, favorecendo uma prática assistencial interligada com a gerência, e vice-versa. 21 Unidade 2: O processo de auditoria em Enfermagem Seção 2.1: O processo de Enfermagem O processo de enfermagem é caracterizado pelo inter-relacionamento e dinamismo de suas fases ou passos, sendo cinco passos em sua totalidade. O processo de acordo com a Resolução COFEN 358/2009, deve ser realizada em todos ambientes de prestação de serviços de saúde, sejam públicos ou privados. Figura 3: Etapas do Processo de Enfermagem Em relação as fases do processo de enfermagem, segue abaixo, trecho extraído da Resolução COFEN 358/2009: I- Coleta de dados de Enfermagem/Histórico de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença. II – Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados. III – Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem. IV – Implementação – realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de Planejamento de Enfermagem. V – Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou 22 coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença, para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. COFEN (2009) Em relação às questões normativas, cabe ao enfermeiro de nível superior privativamente a elaboração do diagnóstico de enfermagem, assim como a liderança na execução e avaliação do Processo de Enfermagem. Ao profissional de nível técnico e auxiliar são destinadas apenas a execução de tarefas delegadas pelo enfermeiro sob sua supervisão. Dadas as características já citadas do processo de enfermagem é possível corrigir erros em qualquer uma das fases e também a previsão simultânea de todas as fases, assim é que ao fazermos o diagnóstico e mesmo na própria coleta de dados já teremos uma ideia do prognósti, somente por razões didáticas e de sistematização estas fases são separadas. O processo de enfermagem introduziu termos como assistência e cuidado de enfermagem. Para muitos profissionais são sinônimos, porém, de modo geral a assistência de enfermagem diz respeito a aplicação, pelo enfermeiro, do processo de enfermagem para prestar o conjunto de cuidados e medidas que visam atender as necessidades básicas do paciente. Já o cuidado de enfermagem é a ação planejada, deliberativa ou automática da do profissional por meio de sua observação crítica, podendo implicar em várias atividades, como por exemplo, a higiene oral, avaliação da capacidade de autocuidado, condições da cavidade bucal, explicação de procedimentos ao paciente, etc. Os instrumentos básicos indispensáveis para a assistência de enfermagem são as habilidades, conhecimentos e atitudes indispensáveis para a execução de uma atividade. Estes possuindo o mesmo valor: comunicação, observação, aplicação de princípios científicos, utilização dos recursos da comunidade, e entre outros. O diagnóstico de enfermagem pode ser considerado o eixo norteadorda sistematização. Diz respeito ao estado de saúde/doença com um julgamento clínico sobre respostas potenciais do paciente, da família ou comunidade, aos problemas de saúde, proporcionando embasamento para elaborar as intervenções de enfermagem de forma a alcançar resultados pelos quais o enfermeiro é responsável, o que facilita o cuidado da enfermagem. Para melhor implementação da SAE é orientado o uso de uma teoria de enfermagem, com intuito de descrever, explicar, diagnosticar e/ou prescrever cuidado de enfermagem, sustentando a qualidade da assistência. Desta forma, a teoria de 23 enfermagem aponta versões de uma realidade e oferece elementos para soluções dos problemas relacionados ao fazer profissional. Para implementação da SAE em instituições de saúde se faz necessário o desenvolvimento de instrumentos para a coleta de dados/ anamnese, contemplando o exame físico, a elaboração do diagnóstico de enfermagem e a prescrição de enfermagem, bem como avaliação dos resultados. Por exemplo, a elaboração de um instrumento para a aplicação da SAE em hospitais deve contemplar todas as fases do processo de enfermagem baseado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar Horta, onde a assistência de enfermagem seria sistematizada, documentada e assim, arquivada no prontuário do paciente, garantindo dessa forma respaldo legal para o profissional e instituição de saúde. Seção 2.2: Momento de planejamento (inicial) Ponto de partida do processo de auditoria, o planejamento inicial, é situado na terceira etapa do Processo de Enfermagem, possuindo como produto final o Plano de Auditoria. Suas tarefas são estruturadas em duas fases, sendo uma de preparação da auditoria e outra de detalhamento do planejamento. A fase de preparação engloba a nomeação da equipe de auditoria e seu coordenador, a definição do escopo da auditoria, a elaboração dos intuitos da auditoria, a identificação dos documentos de referência, a elaboração da agenda de auditoria, e a realização de uma pré-auditoria. Já na fase de detalhamento do planejamento é realizada a descrição da auditoria e o estabelecimento das ferramentas de coleta de dados. Seção 2.3: Fase de preparação da auditoria Inicia-se através da nomeação da equipe de auditoria e seu coordenador. Em instituições que não possuem um serviço de auditoria interna, o Diretor do Departamento de Enfermagem designa os enfermeiros com apropriada capacitação técnica e capacidade para executar o papel de auditor, com intuito de formar uma comissão que deverá assumir a função de auditoria das atividades da equipe de Enfermagem. Para a escolha do coordenador da equipe, é necessário seguir as recomendações do Departamento Nacional de Auditoria (BRASIL, 2001), que sugere 24 a observação da capacidade e habilidade técnica, a legitimidade diante do grupo, facilidade de comunicação, a habilidade de contornar conflitos, se não há conflitos de interesse com a instituição que será auditada e a postura ética. Após nomeação da equipe, esta deve dar seguimento ao planejamento com o estabelecimento do escopo da auditoria. Este vocábulo é utilizado para dterminar o composto de produtos, processos, normas, documentos, contratos, locais, departamentos e o pessoal que está sob auditoria (O’HANLON, 2006). É necessário que o conteúdo da auditoria seja dividido em partes administráveis e seja mapeado, por meio da utilização de fluxogramas, para assimilar os elementos chaves envolvidos nas atividades a serem auditadas. Após a formação do escopo, e de sua devida compreensão, torna-se mais fácil a tarefa de estabelecer os intuitos da auditoria, procurando responder “o que” será auditado e “para que” será executada a auditoria, e como, por exemplo: “Auditar a assistência de Enfermagem na unidade de clínica médica para verificar a implantação da sistematização da assistência de Enfermagem, visando qualificar o seu cumprimento”. Logo depois, é realizado o levantamento dos documentos de referência, englobando: roteiros, relatórios, normas, padrões assistenciais, instruções, legislação aplicável, resultado das últimas auditorias realizadas, referências bibliográficas, entre outros. Nessa etapa de planejamento, a produção da agenda da auditoria é oportuna, cabendo ao coordenador da auditoria, após consenso com a equipe, encaminhas à organização que será auditada. Essa agenda condiz com a proposta de programação para o gerenciamento da auditoria in loco, podendo ser aprovada ou alterada de acordo com as demandas de quem está sendo auditado, não comprometendo o intuito da auditoria. O enfermeiro auditor pode levar em conta o modelo de agenda sugerido por MARTINS; CERQUEIRA (1996), incluindo: as datas da auditoria e a distribuição das atividades de cada auditor da equipe pelos horários de cada data indicada (áreas ou requisitos a serem auditados; paralisações para refeições; reunião de abertura e fechamento da auditoria e trabalhos internos da equipe auditora). Antes de concluir esta etapa, é preciso executar uma pré-auditoria, a qual admite um caráter mais informal, podendo ser realizada por meio do exame breve dos 25 documentos de referência e outros dados referentes ao que/quem será auditado e da cumprimento de uma visita de pré-auditoria (BRASIL, 2001), concedendo uma perspectiva panorâmica prévia, que servirá de subsídio para equipe auditora na descrição do planejamento. É relevante analisar, por exemplo, se existem padrões não-condizentes com a realidade local que sejam capazes de restringir, ou até mesmo tornar inútil, todo o processo de auditoria formal. Seção 2.4: Fase de detalhamento do planejamento Após a realização da fase anterior, na qual são obtidas informações, é possível dar ínicio ao detalhamento do planejamento da auditoria, por meio da caracterização da auditoria, conforme a situação que está sendo vivenciada, englobando a definição do objeto de auditoria, se de estrutura, processos ou resultados, do tipo de auditoria, se esta é prospectiva, operacional ou retrospectiva, e da classificação da auditoria, em interna ou externa, contínua ou periódica, normal ou específica, total ou parcial. O detalhamento é completado através da definição das técnicas e instrumentos de coleta de dados. Os instrumentos são ferramentas científicas de coleta de dados utilizadas na auditoria, em que, conforme os intuitos da auditoria, emprega-se uma extensa variedade de procedimentos e instrumentos de coleta de dados utilizados em pesquisas quantitativas e qualitativas. Entre as técnicas mais usadas, encontram-se a entrevista, a observação, o grupo-focal, o questionário, as anotações de campo, a análise de conteúdo, as listas de verificação, entre outras. É plausível o planejamento do cruzamento de dados coletados em distintas técnicas, podendo ser denominado como triangulação de dados, termo encontrado em diversas referências de metodologia científica. Seção 2.5: Avaliação processual Antes da realização da implementação, a equipe de auditoria deve executar uma avaliação sucinta, revisando o plano de auditoria, observando se o mesmo se encontra completo, conciso e realista. Caso seja preciso, medidas corretivas devem 26 ser instituidas para evitar falhas e prejuízo das atividades no decurso das etapas seguintes do processo de auditoria. Seção 2.6: Momento de implementação Nessa etapa, a atividade crucial é a concretização do plano de auditoria, por meio da execução da auditoria, da comunicação do seu resultado e da realização da auditoria de acompanhamento. Nesse momento é realizado: 1) A coleta de dados, didaticamente apontada como momento de investigação; 2) A identificação de problemas com os seus respectivos diagnósticos de Enfermagem, momento de diagnóstico; 3) A definição das ações corretivas/ prescrição de Enfermagem, novamente indopara o momento de planejamento; 4) A execução das atividades próprias do seu momento. Seção 2.7 Execução da auditoria Essa etapa se inicia na reunião de abertura, bastante objetiva e breve , entre a equipe auditora e os responsáveis técnicos pelos auditados , possuindo como principal objetivo o estabelecimento de um clima de boa comunicação e cooperação entre as partes, diminuindo as resistências naturais. Nessa reunião é apresentada a equipe de auditoria, é entregue o Ofício de Apresentação, do Comunicado de Auditoria (podendo ser enviado previamente para que o material solicitado seja providenciado com antecedência), exposição do escopo e objetivos da auditoria, é solicitado o espaço físico para a equipe de auditores, bem como solicitar/confirmar quem será o profissional de contato (acompanhante da auditoria) para esclarecimento e disponibilização do que se fizer necessário no decorrer dos trabalhos. Em auditorias internas não é necessária tamanha formalidade, uma vez que nessa situação o auditor lida com indivíduos conhecidos, e desse modo, há pequena probabilidade de aparecimento de situações mais difíceis. 27 Logo após é iniciada a coleta de dados, que diz respeito a fase de investigação, seguidamente inicia-se o momento de diagnóstico, no qual são identificados os problemas e redigidas as declarações diagnósticas. Novamente é realizado o deslocamento para o momento de planejamento, este compreendido como planejamento processual, atingindo as prescrições de Enfermagem, que representam o estabelecimento de ações corretivas. Após realização das atividades específicas de outras etapas do processo de auditoria em Enfermagem, o enfermeiro auditor resgata as atividades pertinentes ao período de implementação, através da execução da reunião de fechamento. Esta é formada pelos mesmos integrantes da reunião de abertura e outros que também possuam responsabilidade e autoridade pela tomada de ações corretivas. Nela, os enfermeiros auditores dão conhecimento e esclarecimento dos resultados corriqueiros da auditoria, indicando as deformidades que demandam ações corretivas, assim como esclarecem aos auditados que a auditoria realizad constitui-se de uma amostragem, isto é, podendo haver outras deformidades que não puderam ser verificadas. Seção 2.8: Resultado da auditoria Nesta etapa a equipe de auditoria expressa a conclusão de seu trabalho por meio da elaboração do relatório de auditoria, no qual o auditor comunica aos responsáveis técnicos dos serviços auditados, como por exemplo, o diretor de Enfermagem, o trabalho que foi executado, sua abrangência, os fatos significativos verificados, as conclusões e as recomendações necessárias. Sendo aconselhável que este relatório inclua os seguintes dados: Escopo e objetivo da auditoria; Identificação da equipe de auditores; Data da auditoria; Detalhes do plano de auditoria; Documentos relacionados e/ou auditados; Descrição das distorções (não-conformidades) encontradas; 28 Julgamento das distorções com relação ao padrão, sob a forma de parecer final (excelente, muito bom, bom, regular ou insuficiente). Os assuntos precisam ser indicados em um seqüência lógica, de acordo com os intuitos da auditoria, de maneira correta, com linguagem perfeita, sem erros ou rasuras que venham a atrapalhar o entendimento. Os resultados da auditoria em Enfermagem, podem ser apresentados através de gráficos estatísticos, fluxogramas e outros., possibilitando um melhor confronto entre os padrões ideais e os valores obtidos. Caso aplicável e necessário, o relatório deve possuir a indicação dos prazos que devem ser cumpridos para a realização das ações corretivas, estas que são elaboradas no momento de planejamento processual. 29 Unidade 3: Ainda acerca dos processo de auditoria em Enfermagem Seção 3.1: Momento de investigação No momento de investigação as atividades são voltadas para coleta de informações e evidências, para reconhecimento e esclarecimento dos problemas. É iniciada através da concepção de uma lista de problemas, possibilitando em sequência, a identificação do macroproblema (problema nuclear) e associação de suas causas e conseqüências (microproblemas). As informações podem ser alcançadas por meio do uso de técnicas e instrumentos desenvolvidos no planejamento inicial, como por exemplo, a entrevista,: a observação, o grupo- focal, os questionários, as anotações de campo, a análise de conteúdo dos diversos documentos de referência, as listas de verificação, entre outros. Independentemente da técnica de coleta de dados, a procura por evidências para a auditoria necessira ser bem objetiva, buscando responder: “o quê?”, “quando?”, “onde?”, “quem?”, “por quê?” e, em entrevistas e observações, “mostre-me como”, “mostre-me onde”, “mostre-me o que é e quando é”, “mostre-me onde isto está registrado”. A observação executada pelo auditor é realizada pelas anotações de campo. O enfermeiro auditor expõe por escrito, todas as manifestações verbaisou não verbais dos auditados, relata as circunstâncias verificadas nos trabalhos de auditoria e registra as reflexões sobre a situação constatada. As entrevistas, estruturadas ou não, podem ser retratadas pelas conversas informais entre auditores e auditados, não limitando a dimensão da informação que será levantada, podendo a complementar por meio de outras técnicas. Já o grupo focal é uma técnica de pesquisa qualitativa, que pode ser empregada na auditoria em Enfermagem, onde é usado um grupo de discussão informal contendo no máximo de 12 pessoas, possuindo como engloba] o alcance de informações profundas, 30 Seção 3.2: Explicação dos problemas A explicação dos problemas é imprescindível para a redação das declarações diagnósticas. Pode ser usado o fluxograma situacional de MATUS (1993), no qual as causas são apontadas e distinguidas entre fluxos, acumulações ou regras. A árvore de problemas, é outra ferramenta que pode ser utilizada, tratando-se de uma simplificação do fluxograma situacional. Do mesmo modo que o fluxograma situacional, é possível identificar nós críticos nesse método. Além disso, podem ser desenhadas também árvores de problemas separadas para cada um dos problemas apresentados. PENA (2004) destaca que não é obrigatório que todos os auditores participem da sua construção, no entanto esta precisa ser partilhada e corroborada, visando que a considerem como apropriada à realidade encontrada. Não é recomendável também que esta seja realizada por somente um indivíduo, a partilha e discussão de pontos de vista garantem as relações de causalidade entre os problemas. Para a auditoria de processos é aconselhado o mapeamento de processos por meio da utilização de fluxogramas, para que o enfermeiro auditor mapeie a série de atividades executadas dentro de um processo, sejam assistenciais, administrativos ou educativos. Quando existir a demanda de pequenos processos serem mapeados, ou processos executados em somente uma unidade organizacional, recomenda-se o uso de Fluxograma de Rotina. Já ao haver necessidade de descrição de processos complexos, que englobem vasta quantidade de funções, ações, unidades organizacionais e decisões, é inidicado utilizar o Fluxograma Global ou de Colunas. Ao término dessa etapa, a equipe de auditoria executa a avaliação processual, revisando os dados coletados, procurando detectar se estes são coerentes, se permitem o reconhecimento dos problemas e a redação das declarações diagnósticas. Caso contrário, os auditores devem reiniciar o processo de coleta de dados para solucionar as falhas e alcançar um nível que possibilite prosseguir com segurança aos momentos seguintes do processo de auditoria. 31 Seção 3.3: Momento de diagnóstico O momento de diagnósticono processo de auditoria em Enfermagem possui como principal intuito a elaboração dos diagnósticos administrativos de Enfermagem. Suas atividades iniciam-se através da identificação dos tipos problemas, se são diagnósticos de Enfermagem ou problemas colaborativos, e dos estados dos problemas, se reais, potenciais ou possíveis, em seguida, são realizadas as declarações diagnósticas. Mesmo em situações que o enfermeiro auditor conduz um processo de auditoria da qualidade da assistência, os diagnósticos de Enfermagem serão administrativos, em razão de ser compreendido que ações corretivas, como a melhora da qualidade de recursos materiais, englobam a função administrativa do profissional. Os diagnósticos de Enfermagem referem-se aos problemas que a equipe de Enfermagem é capaz de enfrentar sem necessidade de intervenção de outras categorias profissionais. Os problemas colaborativos, por outro lado, retratam aqueles que demandam a cooperação de outros profissionais de saúde. Os problemas reais são determinados quando, na explicação do problema, se fazem presentes as causas e conseqüências. Ao serem levantadas as causas, caso não apresentem conseqüências, os problemas são definidos como potenciais. Enquanto os problemas possíveis são definidos quando as causas e as consequências não são certas, sendo as ações direcionadas para agrupar dados que possam ser transformados em reais ou possíveis, ou eliminar o problema. Na auditoria em Enfermagem, as declarações diagnósticas retratam uma série de não-conformidades que demandam o cumprimento de ações corretivas, que ajustem ou melhorem a situação problema. Antes do prosseguimento para próxima etapa do processo de auditoria em Enfermagem, a equipe de auditoria executa a avaliação processual, na qual são revisadas todas as declarações diagnósticas, procurando detectar se estas foram redigidas de forma precisa. Caso necessário, são realizadas correções que garantam o avanço nos momentos seguintes da auditoria, permitindo a solicitação das ações corretivas. 32 Seção 3.4: Momento de planejamento (processual) Possuindo as declarações diagnósticas, a equipe de auditores, ao prosseguir o processo de auditoria, depara-se novamente com uma etapa de planejamento, possuindo um caráter sequencial (processual), admitindo funções distintas do planejamento inicial. É necessário destacar que o planejamento processual integra o momento de implementação do processo de auditoria em Enfermagem. O momento de planejamento processual possui maior importância ao ser visualizado sob a perspectiva da auditoria de gestão (prospectiva), como recurso para promoção de alteração nos pontos que serão controlados. Desse modo, essa etapa propicia a ocorrência de transformações das situações do presente para serem desfrutadas no futuro, onde a auditoria constitui “uma abordagem poderosa para a melhoria contínua” (O’HANLON, 2006, p. 133) dentro do serviço de Enfermagem. Assim, a auditoria, principalmente interna, torna-se dinâmica por meio do papel dos auditores enquanto sujeitos facilitadores do processo de mudança. Suas atividades iniciam-se através do estabelecimento das prioridades para as ações corretivas, logo após é definida a situação objetiva, ou seja as metas e os resultados esperados, finalizando com a elaboração das ações corretivas. Há diversos meios capazes de ser adotados para a estagbelecimento de ações corretivas preferenciais, estas necessitando ser definidas pela equipe de auditoria de maneira consensual, aprovadas pelos auditados, de acordo com a capacidade de aplicação das ações corretivas. Caso seja utilizado o fluxograma situacional para favorecimento da explicação dos problemas, este é capaz de ser base para se priorizar ações corretivas por meio do reconhecimento dos nós críticos, priorizando os que ao serem transformados em meta ou objetivo, de forma decrescente, promovem modificação de maior número de causas. Se a árvore de problemas tiver sido usada, além dos nós críticos, é possível ser estabelecido como critério de priorização a hierarquia de causa-efeito concebida nessa árvore, ocasionando uma hierarquia de objetivos, isto é, as causas terminais necessitam ser priorizadas, uma vez que pode-se esperar um impacto em cadeia na resolução dos restantes microproblemas (PENA, 2004). 33 A formulação de resultados esperados, trata do estabelecimento da situação futura desejada para reduzir ou eliminar os problemas atuais. Sua definição representa a formulação de uma imagem-objetivo por meio do confronto desta com a situação inicial, isto é, a imagem-objetivo indica uma situação oposta não- conformidades na situação problema. Após a formulação dos objetivos, são confeccionadas as ações pertinentes para sua conquista. No processo de auditoria em Enfermagem, as ações podem ser denominadas corretivas, correspondendo as prescrições de Enfermagem. É preciso salientar que a ação corretiva é um ganho real no processo de auditoria, sem ela, o processo de auditoria torna-se um exercício burocrático, não adicionando valor e desperdiçando recursos” (O’HANLON, 2006). Para cada objetivo específico, devem ser traçadas as ações necessárias para se alcançar os resultados esperados, isto é, é determinada uma ou mais prescrições para cada objetivo específico. As prescrições necessitam ser redigidas de maneira sucinta, empregando verbos que expressem uma proposta de intervenção (ARTMANN, 2000). Após a elaboração e documentação das prescrições, o auditor deve retomar as atividades específicas à etapa de implementação com a realização da reunião de fechamento. Seção 3.5: Momento de avaliação Esta etapa pode ser indicada como a estimativa das modificações das não- conformidades da aplicação efetiva das ações corretivas. No Processo de Enfermagem, esta acontece em todo seu devcorrer, apesar de didaticamente, sert indicada como a última fase do processo (PAUL; REEVES, 2000). No Processo de Auditoria em Enfermagem, ao ser realizada durante o processo, é denominada avaliação processual (ou sequencial), enquanto no último momento do processo, é apontada como avaliação final. Essa avaliação final é operacionalizada por meio da auditoria de acompanhamento. 34 Seção 3.6: Auditoria de acompanhamento Após definidos os prazos e as ações corretivas que serão tomadas, são programadas as auditorias de acompanhamento, estas possuindo como intuito a observação do cumprimento das ações corretivas, dentro dos prazos determinados. Em caso de não realização da ação corretiva em prazo estabelecido, ou que essa não tenha sido eficaz, o enfermeiro auditor necessita realizar uma nova solicitação de ação corretiva não concluída, a referenciando no relatório de origem e à solicitação anterior. Determinadas questões, sugeridas por PAUL; REEVES (2000), foram adaptadas significativas para utilização na auditoria de acompanhamento: Foram alcançadas as metas/objetivos/resultados esperados? Houve modificações identificáveis? Em caso afirmativo, por quê? Em caso negativo, por que não? Os resultados das ações de Enfermagem foram previstos? Essas questões auxiliam os enfermeiros auditores a indicar quais problemas foram solucionados e quais precisam ser investigados e planejados novamente. Cabe ao enfermeiro auditor a compreensão que a auditoria de acompanhamento é somente uma verificação do cumprimento, da eficácia e da sustentabilidade da ação corretiva. Dessa forma, não devem ser procuradas novas não-conformidades, mas, caso se encontre diante de um problema sério, uma não-conformidade deve ser relatada, o que tende a ocasionar uma nova auditoria completa ou, simplesmente, ser solicitada ação corretiva pertinente. 35 TEXTO DE APOIO 36 37 38 39 4041 42 Conclusão O principal intuito das instituições de saúde é a assistência de melhor qualidade possível, com efetividade, eficiência, equidade, aceitabilidade, acessibilidade e adequabilidade. Visando assegurar isto, atualmente, a maior parcela das grandes empresas preocupam-se em utilizar a auditoria, de maneira contínua em suas organizações, uma vez que os clientes mostra-se cada vez mais convictos de seus direitos. O serviço de auditoria sempre encontrou-se relacionado ao controle administrativo-financeiro das instituições. A auditoria de enfermagem presume a avaliação e revisão detalhada de registros clínicos indicados por profissionais qualificados para constatação da qualidade da assistência, sendo, desse modo, uma atividade emprenhada à eficácia de serviços, que utiliza como instrumentos o controle e análise de registros. Para realização da auditoria de enfermagem, é necessário que sejam reconhecidas as transformações econômicas, políticas e tecnológicas que as instituições de saúde estão passando de forma geral. Os profissionais devem ser comprometidos com o desenvolvimento de pessoas como forma de fortalecer os objetivos das organizações. 43 Referências _____. Ministério da Saúde. Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde. Manual de Auditoria do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. _____. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Subsecretaria de Assuntos Administrativos. Departamento de Controle, Avaliação e Auditoria. Manual de Normas de Auditoria. 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