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Formação de Educadores na EJA

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Educação de Jovens e 
Adultos
Formação de educadores EJA
Desenvolvimento do material
Alba Valéria
1ª Edição
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Sumário
Formação de educadores EJA
Para início de conversa… ................................................................................ 3
Objetivos ......................................................................................................... 3
1. Formação de educadores e prática em EJA. ........................................ 4
2. Saberes necessários ao educador de EJA. ............................................ 9
Referências ......................................................................................................... 12
Para início de conversa…
Há de se apontar que ainda existe pouca discussão sobre a formação 
dos professores para atuar na EJA, mas é preciso destacar que desde 
2006 os governos têm realizado ações visando a formação continuada 
de professores que atuam na educação de adultos. Projetos como as 
especializações gratuitas ofertadas nos Institutos Federais para atuar na 
EJA, o programa Saberes da Terra que visa à formação de professores que 
atuaram junto à educação de jovens e adultos das áreas rurais, assim 
como outros projetos que dizem respeito a formação de professores e 
oferta de material didático adequado foram os grandes avanços no que 
tange à qualidade do que se oferece como Educação de Jovens e Adultos.
Entretanto, não se pode prescindir de pesquisas para verificar a real 
eficácia destes projetos, por isso, aponta-se a necessidade de que sejam 
ouvidos os principais atores desse processo para que se saiba realmente 
o que percebem como fragilidade na formação e no espaço em que 
atuam.
Assim, dividiremos nossos estudos em dois momentos: o primeiro 
apontando o que tem sido proposto para formação de professores para 
atuar na EJA, visando verificar as políticas públicas na área. Em seguida, 
traremos o que pode representar algumas vozes que ecoam da prática 
docente na área para que possamos verificar possibilidades e inovações.
Objetivos 
Refletir sobre as práticas educativas que possibilitam experiências 
relevantes ao aluno adulto; Identificar estratégias inovadoras para o 
ensino em EJA.
Educação de Jovens e Adultos 3
1. Formação de educadores e prática em EJA.
Iniciamos este estudo destacando que não há necessidade de formação 
específica diferente da habilitação para atuar em educação para 
aqueles que desejam atuar na EJA. Assim, se você é formado para 
licenciatura, poderá atuar na modalidade. Então, porque chamamos 
atenção neste tópico para formação de professores para atuar na EJA? 
Porque assim como percebemos demandas diferentes para aqueles que 
atuam na alfabetização ou nas séries finais, devemos compreender as 
especificidades de alfabetizar adultos.
Marcos Knowles na década de 1970 cunhava o termo Andragogia 
determinando as especificidades da Alfabetização de adultos. Assim, 
diferente pedagogia em que o aluno ainda está construindo sua 
autonomia, na Andragogia o educando já é sujeito de uma história, sendo 
capaz de melhor aprender quando compartilha e interage a partir de 
seus conhecimentos, por isso a educação popular encontra uma maior 
aderência ao que se pensa em educação para EJA.
Temos como público da modalidade indivíduos que trazem histórias 
e trajetórias que podem e devem ser utilizadas na construção da 
aprendizagem e quando o professor desconsidera esse contexto, a 
educação não se constitui em plenitude.
Há de se considerar um avanço que na formação inicial docente tenha 
havido abertura para unidades curriculares que promovam a reflexão 
sobre a prática docente no que tange à EJA, assim, percebe-se uma 
maior preocupação em preparar para atender as especificidades da 
modalidade, embora essa adequação a formação inicial não seja um 
padrão em todas as regiões.
Os relatos sobre como ocorrem os acessos a docência em EJA corresponde 
exatamente o que HADDAD (2000) descreve como uma lacuna para 
atuar na modalidade.
‘‘ A maioria dos educadores atuantes na EJA não tem em sua formação inicial 
a disciplina de EJA, por isso, é necessário que a formação continuada ou em 
serviço se dê a partir do momento em que ele comece a trabalhar com essa 
modalidade de ensino, no próprio estabelecimento de ensino, ao conhecer a 
realidade escolar em que se encontra, o Projeto Político Pedagógico, a Proposta 
Pedagógica Curricular, o Regimento Escolar e demais documentos que orientam 
a EJA. (CADERNOS, 2014)’’
Assim, ao acessarem as salas de aulas, os professores muitas vezes 
trazem concepções carregadas de pré-conceitos sobre a modalidade e 
os educandos.
‘‘ Há por parte de professores e alunos pré-conceitos em relação a escolarização 
de jovens e alunos, difundindo uma concepção de que já é tarde para se 
aprender algo”(. . .) “passa por professores que veem no turno uma continuidade 
das práticas com crianças (. . .) “Professores e corpo técnico estão distantes das 
Educação de Jovens e Adultos 4
condições concretas dos alunos trabalhadores que buscam o ensino noturno, 
não há formação específica para atuar com estes alunos”(. . .) (HADDAD, 200, 
p.19-20)’’
Há de se compreender que este pré-conceito muito se constrói na 
sensação de fracasso dos próprios docentes e instituições ao se 
depararem com os educandos da EJA. Onde falhamos para que tantos se 
encontrem nesta situação é a pergunta que muitos docentes se fazem. 
Assim, olhar para EJA é olhar também para modelos escolares que são 
excludentes.
Para além deste aspecto, considerar que a docência em sua formação 
somente agora tem olhado para esta demanda e ainda assim de forma 
tímida pode justificar o desconforto dos professores em atuar nesta área.
Há uma quase unanimidade na constatação da necessidade de uma 
preparação específica dos professores que atuam em EJA, balizada em 
exemplos de experiências pesquisadas, bem como pela comprovação 
das precariedades dos trabalhos dos professores onde esta formação 
não ocorre.(HADDAD, 2000, p. 20)
Vários autores destacam que a EJA foi vista ao longo de sua trajetória 
como uma modalidade que não demandava muita especialização dos 
professores e esse entendimento muito se deveu a perspectiva 
filantrópica atribuída à modalidade. Por se acreditar que a educação 
de jovens e adultos poderia ser exercida por qualquer um que 
tivesse boa vontade, uma formação específica que atendesse às 
características próprias do público alvo não foi exigida.
Na atualidade, uma situação muito comum é aquela em que o recém 
formado faça contrato temporário com as prefeituras iniciando sua 
prática docente exatamente neste seguimento. Ocorre que o choque 
entre a expectativa teórica aprendida na faculdade e a prática pode ser 
sentida.
Figura 1: A expectativa do recém formado, muitas vezes está distante da prática docente.
Fonte: Dreamstime
Educação de Jovens e Adultos 5
Nóvoa (2007) assume uma postura crítica sobre esse contexto, pois 
reforça o entendimento de que não é uma situação ideal que o recém 
formado, com pouca experiência inicie sua prática a partir de situação 
tão complexa como esta.
‘‘ Os jovens professores deveriam ser protegidos nos primeiros anos de exercício. 
Como os médicos. [...] As situações escolares mais difíceis deviam estar a cargo 
dos melhores professores. Infelizmente, é para estas situações que os jovens 
professores são muitas vezes lançados sem qualquer apoio. É um erro de graves 
consequências (NÓVOA,2007, p. 8)’’.
É claro que com apoio de uma coordenação ativa, que proponha uma 
metodologia que o professor possa planejar e compreender sua 
realidade pode reduzir este impacto. Outro desafio apontado por Nóvoa 
diz respeito exatamente a formação excessivamente teórica.
‘‘ O segundo desafio é a formação mais centrada nas práticase na análise das 
práticas. A formação do professor é, por vezes, excessivamente teórica, outras vezes 
excessivamente metodológica, mas há um déficit de práticas, de refletir sobre 
as práticas, de trabalhar sobre as práticas, de saber como fazer. É desesperante 
ver certos professores que têm genuinamente uma enorme vontade de fazer de 
outro modo e não sabem como. (NÓVOA, 2007, p.16)’’
Assim, chegamos aparentemente a um dilema que aborda não só a 
educação voltada para atuação docente no que diz respeito à formação 
de jovens e adultos somente, mas em relação à formação do professor de 
uma forma mais geral. A formação docente para atuar no século XXI tem 
sido adequada para os desafios futuros? A teoria dá conta de preparar 
para atuar na realidade?
Muitos pesquisadores como Nóvoa (2007) Carvalho e Pérez (2011) Freire 
(1996) afirmam que muito ainda há de caminhar para que a educação 
não seja somente um processo de transmitir conhecimento, mas seja 
um processo em que educador e educando possam construir o processo 
no qual ambos assumam seus espaços, mas que não se anulem os 
conhecimentos do educando.
Freire (1996, p.30) indaga: “Por que não estabelecer uma “intimidade” 
entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência 
social que eles têm como indivíduos?” Talvez seja essa relação 
fundamental que a EJA demande mais do que os outros segmentos e 
a formação teórica a que inicialmente o docente tem acesso não seja 
capaz de suprir, ocasionando esse choque entre a docência real e o que 
é discutido na graduação.
A proposta freireana de educação popular de certa forma tinha a intenção 
de preparar o educador para compreender essa realidade em que o 
educando se colocava para que pudesse construir seu planejamento 
considerando a realidade experienciadas pelo educando.
Educação de Jovens e Adultos 6
Figura 2: As experiências do educando deve ser consideradas na construção do conhecimento. 
Fonte: Dreamstime
A partir destas descrições do cenário da formação docente é possível 
afirmar que o docente precisa estar atento à sua formação. Ela não pode 
se dar somente a partir da formação teórica da graduação. 
É preciso que o próprio docente em formação busque aproximar sua 
formação teórica à realidade em que irá atuar, e isso é possível a partir 
da pesquisa (leitura em periódicos que em geral trazem resultados de 
pesquisas em que o cenário empírico pode dar uma boa contextualização 
para a prática), e do acesso a eventos da área em que docentes e 
pesquisadores fazem uma troca sobre os rumos da educação.
Em 2006, a Universidade Federal de Minas Gerais realizou o Seminário 
Nacional de Formação de Educadores de Jovens e adultos onde foi 
possível discutir e chegar a um consenso sobre as dificuldades e 
possibilidades de educação de jovens e adultos de todas as regiões do 
Brasil. Deste seminário resultou um documento importante para que se 
possa refletir sobre a essência da EJA e a formação dos professores para 
atuar na modalidade. Destacamos os dez principais tópicos referentes à 
formação inicial do professor da EJA para que haja uma reflexão sobre 
os desafios que representam formar para atuar nesta modalidade.
1. No caso da EJA, a formação acadêmica de seus educadores nem 
sempre antecede a prática docente. Não raras vezes, o educador, 
qualquer que seja sua escolaridade, constitui-se na prática e, 
desafiado por ela, procura a formação acadêmica, que, nesse caso, 
não pode ser denominada “inicial”.
Educação de Jovens e Adultos 7
2. As oportunidades de formação acadêmica ou de formação 
permanente em serviço constituem momentos do continuum de 
formação, que se deve estender ao longo da vida do educador de 
jovens e adultos.
3. O diagnóstico da situação presente, entretanto, revela a ausência 
de diretrizes e políticas públicas de formação de educadores de 
jovens e adultos. As experiências e a reflexão por elas demandada 
e alimentada, aponta, porém, alguns princípios que deveriam ser 
incorporados à constituição dessas diretrizes e políticas.
4. Aspira-se a que a formação dos educadores os prepare para inserir-
se em processos educativos com jovens e adultos, prioritariamente 
naqueles que se realizam no âmbito das redes de ensino público, 
mas também naqueles que se desenvolvem junto aos movimentos e 
às instituições sociais e demais espaços educativos.
5. Propõe-se que a formação tome o educador em suas múltiplas 
dimensões, considere sua condição socioeconômica e também sua 
subjetividade, sua corporeidade e a pluralidade de suas identidades 
singulares (de gênero, étnica, cultural, geracional, religiosa, etc), 
mediante a elaboração de memoriais ou diários etnográficos que 
realizem a recuperação da experiência em narrativas de histórias de 
vida e de práticas pedagógicas.
6. Embora a matriz freireana seja a inspiração inicial e predominante 
nas habilitações em EJA , observa-se a emergência de outras 
referências teóricas, denotando que a construção epistemológica, 
neste campo, encontra-se em processo e aberta.
7. Propõe-se que a pesquisa sobre a (e na) prática seja tomada como 
princípio e diretriz da formação do educador da EJA.
8. A constatação da existência de certa descontinuidade entre a 
formação acadêmica e o mercado de trabalho, entre a oferta de 
habilitações específicas e os critérios pelos quais as redes de 
ensino realizam o recrutamento e a atribuição de funções docentes, 
recomenda a abertura de canais de diálogo entre os centros de 
formação e os gestores. Esses canais devem, por um lado, permitir às 
instâncias de formação conhecer melhor as demandas do mercado 
e avaliar as interferências que possam vir a ter na proposta de 
formação; por outro lado, colaborariam, para que as instituições 
educativas compreendessem melhor as contribuições da formação 
específica para a atuação do educador de jovens e adultos. Nessa 
mesma perspectiva, deve-se incentivar a realização de estudos 
sobre o destino profissional dos egressos dos cursos de habilitação 
de educadores para a EJA, e sobre a influência dos cursos nesses 
destinos.
9. Além de ainda serem escassas as experiências de formação, no nível 
da graduação, de pedagogos com habilitação específica para atuar 
na EJA, as existentes terão de ser revistas, à luz das novas Diretrizes 
Nacionais para os Cursos de Pedagogia. Em relação a essas diretrizes, 
Educação de Jovens e Adultos 8
embora considerando que representam um avanço, à medida que 
convergem com a luta histórica da ANFOPE e do Forumdir pela 
qualificação da formação do professor da Educação Infantil e dos 
Ciclos Iniciais do Ensino Fundamental, deve-se avaliar os riscos de 
se remeter a formação do educador da EJA para a pós-graduação lato 
ou stricto sensu.
10. Junto à preocupação com a nova configuração da formação de 
educadores de jovens e adultos nos cursos de Pedagogia, deve-se 
também estar atento para a inserção dessa formação nos demais 
cursos de Licenciatura. Com efeito, se em relação à formação dos 
pedagogos já existe algum acúmulo em termos de experiências e 
estudos, o mesmo não ocorre para as demais Licenciaturas, sendo 
esse um campo em que a preocupação com a especificidade da EJA 
ainda está por construir. Num esforço de instaurar essa discussão no 
âmbito dos cursos de Licenciatura, uma alternativa experimentada 
em algumas universidades tem sido a de abrir aos demais 
licenciandos a oportunidade de cursar, como eletivas, as disciplinas 
específicas das habilitações em EJA dos cursos de Pedagogia que 
a possuem, ou a de conceder-lhes a oportunidade de participar de 
projetos de extensão universitária no campo da EJA.
11. (FONTE: SEMINÁRIO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE EDUCADORES DE 
JOVENS E ADULTOS, 1., 2006, Belo Horizonte. 
É possível observar que neste documento, há uma clara preocupação 
com a formação continuada dos educadores, com as metodologias 
usadas e os referenciais que são propostos e, principalmente, a pouca 
perspectiva de mudanças e pesquisas relevantes na área. Desta forma,é válido ressaltar que torna-se fundamental olhar para o cenário da 
educação de adultos por região, buscando compreender quais são os 
contextos e demandas dos educandos, e somente em seguida, sugerir 
um planejamento adequado para a construção da aprendizagem.
2. Saberes necessários ao educador de EJA.
Este tópico representa um desafio de escrita, afinal, aparenta ser um 
espaço em que os autores se posicionam em situação de aconselhar 
sobre o que é necessário para o docente que atuar na modalidade obter 
sucesso em sua prática. Sabemos que em educação não há fórmula 
mágica! 
Educação de Jovens e Adultos 9
Figura 3: A prática docente exige compromisso, pesquisa e constante formação.
Fonte: Dreamstime
O Brasil em extensão territorial é gigante e o que representa uma boa 
prática de determinado contexto, pode não atingir os mesmos sucessos 
em outra região. Desta forma, assumir uma postura de oferecer receitas 
de sucesso para a modalidade é uma proposta extremamente presunçosa. 
Por isso, esta capítulo não assumirá este propósito. Esperamos descrever 
os saberes que são necessários à docência de uma forma geral. Para 
isso, partimos de uma fala freireana 
que pode resumir todo o processo 
docente para que realmente a 
experiência seja significativa 
para professor e aluno. “Ensinar 
exige pesquisa” (FREIRE, 1996, 
p. 29)
Não há ensino sem pesquisa 
e pesquisa sem ensino. Esses 
que fazeres se encontram um no 
corpo do outro. Enquanto ensino 
continuo buscando, procurando, Ensino 
porque busco, porque indaguei, porque 
indago e me indago. Pesquiso para constatar, 
constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para 
conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. 
(FREIRE, 1996, p. 29)
Neste trecho da Pedagogia da Autonomia Freire (1996) resume o 
que deve ser necessário ao docente não só da EJA, mas qualquer um 
que deseje atuar na docência. Para ensinar é preciso estar sempre 
em um movimento de procurar saber. Procurar perguntar, conhecer e 
compartilhar suas respostas e também suas perguntas. 
Educação de Jovens e Adultos 10
Para além desta postura de estar sempre aprendendo, é necessário ao 
docente compreender que seu aluno não é um ser passivo, que está 
ali recebendo conhecimentos sem ser capaz de interferir no que é 
compartilhado pelo professor.
É necessário ao docente da EJA compreender que o seu aluno não traz 
os conhecimentos escolares, mas que já domina outros saberes com 
bastante propriedade e é partindo desse conhecimento de mundo que 
o professor pode ajudá-lo na aquisição dos saberes escolar. Assim, é 
preciso ao educador da EJA saber:
 
Da heterogeneidade do aluno;
De sua necessidade de acesso ao mundo do trabalho, 
mas que há para além disso, aqueles que buscam uma 
realização pessoal na aprendizagem;
De que há uma pluralidade de contextos e que será 
necessário contemplar essa variedade em seu 
planejamento.
De que a EJA contempla pessoas adultas e que já são 
capazes de tomar decisão, o que estar na escola já 
representa uma decisão de encontrar na aprendizagem 
uma resposta para seus conflitos e dificuldades.
De que é preciso evitar uma infantilização das 
atividades.
De que cada grupo é um grupo e precisa ser ouvido.
EJA
Educação de Jovens e Adultos 11
Nesta unidade foi possível perceber o desafio que representa a formação 
do educador para atuar na EJA. É fato que há muito ainda a fazer para 
uma formação que seja capaz de contemplar o que o docente que atua 
na modalidade precisa saber. Estamos longe, de uma forma geral, de 
preparar bem o professor para sua prática.
Pesquisadores afirmam que esta abordagem extremamente teórica 
que não é capaz de romper com modelos centrados em perspectiva 
conteudista impactam muito negativamente na docência, pois o 
professor quando inicia sua própria atividade docente sente dificuldades 
em romper com este modelo e propor iniciativas inovadoras. Se essa é 
uma realidade da docência em geral, a EJA ao mesmo tempo sofre muito 
com essa situação uma vez que poucas são as instituições que tem 
professores experientes neste campo de atuação e que formem o aluno 
ao longo da sua graduação para atuar neste campo. Os programas de 
incentivo a docência precisam contemplar de forma efetiva esse cenário, 
mas não é isso o que se percebe. Dessa forma, retomamos a necessidade 
de que o docente em formação, por iniciativa própria, busque alcançar 
uma formação continuada que diga respeito a esse cenário, permitindo 
que possa instrumentalizar-se para quando necessário construir sua 
abordagem a partir de propostas consistentes favorecendo o aluno da 
modalidade.
Referências
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perspectiva do professor. Cadernos PDE, IRATI, 2014. Disponível em: 
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/
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Acesso em 01 jan. 2020. 
CARVALHO, A. M. P., GIL-PÉREZ, D.. Formação de professores de ciências: 
tendências e inovações. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática 
educativa. São Paulo. Paz e Terra. 1996.
HADDAD, S. Estado da arte da Educação de Jovens e Adultos. In: REUNIÃO 
ANUAL DA ANPED, 23, 2000, Associação Nacional de Pós-graduação e 
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NÓVOA, António. Desafios do trabalho do professor no mundo 
contemporâneo. São Paulo: Sindicato dos Professores de SP, 2007. 
[Palestra proferida em out. 2006.] http://www.sinprosp.org.br/arquivos/
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Educação de Jovens e Adultos 12
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SOARES, Leôncio. O educador de jovens e adultos e sua formação. Educação 
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EMINÁRIO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE EDUCADORES DE JOVENS E 
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