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Educação de Jovens e Adultos Políticas de EJA no Brasil Desenvolvimento do material Alba Valéria 1ª Edição Copyright © 2022, Afya. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Afya. Sumário Políticas de EJA no Brasil Para início de conversa… ................................................................................ 3 Objetivo ......................................................................................................... 3 1. Século XIX ....................................................................................................... 4 1.1. Século XX e XXI ..................................................................................... 9 2. As Políticas Contemporâneas para a EJA: 2003 a 2010 ................ 17 Referências ......................................................................................................... 20 Para início de conversa… Ao começarmos nossa reflexão sobre a Educação de Jovens e Adultos no Brasil, faz-se necessário compreender que as políticas que regulamentam a EJA são relativamente recentes, uma vez que a trajetória dessa modalidade não foi contínua e em alguns momentos até mesmo a modalidade não foi percebida como escolarização formal o que dificulta muito a construção de um percurso contínuo, ou uma linha do tempo consistente, até porque o ensino de jovens adultos se dava por meio de iniciativas pontuais da sociedade. Sendo assim, o que propomos para essa discussão é resgatar a trajetória do ensino de jovens e adultos como se apresentava inicialmente no século XIX para, posteriormente, compreender as novas perspectivas que se originam com as propostas dadas a partir da regulamentação da modalidade como educação básica como aparece no artigo 21 da Lei 9.394/96 até o parecer do CNE nº. 11/2000, que surgiu como uma resposta aos questionamentos de todos os envolvidos com a modalidade que desejavam compreender como proceder a fim de contemplar as novas expectativas com o direcionamento dado pela lei. Para além disso, o Parecer do CNE nº. 11/2000 também se coloca como um olhar atento à formação do professor que deverá atuar nessa modalidade. Portanto, iniciamos esta unidade convidando você a conhecer os caminhos da educação de jovens e adultos que vêm possibilitando a milhares de pessoas a se sentirem pertencentes a nossa sociedade. Objetivo Conhecer as políticas educacionais da Educação de Jovens e Adultos e seus processos de formulação, implementação e avaliação. Educação de Jovens e Adultos 3 1. Século XIX Antes de iniciar nosso estudo situado no período imperial, com a Constituição de 1824, julgamos ser importante voltar ainda mais no tempo, para compreendermos melhor o contexto que antecedeu essa proposta. Poderíamos seguir por vários caminhos, apontando, por exemplo, o cenário econômico ou a perspectiva histórica entre os envolvidos, mas nossa intenção é marcar ponto de um início para a educação de jovens e adultos. Assim, o nosso marco será a chegada dos jesuítas ao Brasil. Em 1549, os jesuítas chegaram ao nosso país, trazendo o modelo europeu de educação. Os indígenas receberam os primeiros traços de alfabetização de jovens e adultos. Você pode estar questionando sobre quais seriam as intenções em alfabetizar os índios naquele momento. Prepará-los para aquisição de cultura europeia? Aprender a linguagem para que pudessem ser inseridos nos costumes cristãos? Ou torná-los consumidores de costumes, produtos e hábitos? Quem sabe tudo isso junto? A questão é que todo processo de alfabetizar tem o objetivo de permitir ao cidadão estar inserido nos costumes e modelos daqueles que podem ser considerado classe hegemônica. Por isso, afirmamos que educar é também é um ato político-cultural. Entretanto, quando aprendemos a ler a escrita, temos maior facilidade de ler também costumes e práticas, com isso, nos tornamos mais críticos e passamos a exigir nossos direitos. Esse, talvez, tenha sido o ponto de partida para decretar a ruína do trabalho dos jesuítas. Figura 1: Primeira Missa no Brasil. Fonte: Vitor Meirelles (1860). Educação de Jovens e Adultos 4 Corroborando com o entendimento de que há um envolvimento entre quem ensina e quem a aprende, o processo de ensino-aprendizagem que ocorria entre índios e jesuítas acabou gerando alguns movimentos que resistiram ao processo de aculturamento que se almejava. Assim, os jesuítas passaram também a conhecer a cultura indígena e de certa forma protegê-la o que ia de encontro ao que desejava a coroa. Esse movimento culmina com a expulsão dos jesuítas do Brasil. Prazeres Nunes e Amorim (2017) descrevem que a constituição apontaria a gratuidade do ensino primário e também dava conta de apresentar como seria dividida a competência para ofertar ensino nas províncias. A promulgação da Lei de 15 de outubro de 1827 estabeleceu que em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos haveria escola de primeiras letras e, após o Ato Adicional de 1834, a educação passou a ser responsabilidade dos governos provinciais, tanto o ensino primário quanto o secundário. (PRAZERES NUNES; AMORIM, 2017, p.2) Observa-se, no entanto, que somente os lugares mais populosos seriam contemplados com escolas primárias o que nos permite levantar hipóteses sobre a origem dos problemas relacionados à alfabetização do Brasil, pois este é um problema que persiste até os dias de hoje quando se pensa na questão territorial brasileira e a carência de escolas de qualidade em algumas regiões. Sobre a educação de trabalhadores e adultos da época, Costa (2011) descreve que entre 1860 e 1889 era possível algumas iniciativas tímidas e precárias foram desenvolvidas. “Uma política educacional de Estado precarizada, destinada ao trabalhador livre pobre e seus filhos. Sua marca seria a assistematicidade, apesar da existência de legislação relativa à educação de adultos”. (COSTA, 2011, p.55) A autora afirma ainda que nesse período as políticas para educação de Jovens e adultos emergia de um movimento de filantropia o que aponta o caráter assistencialista dos movimentos. Costa (2011) descreve o movimento no período imperial como elitista, porque não tinha como objetivo alfabetizar e incluir a população. Visava apenas evitar possível comportamento “selvagem” que pudesse ser desenvolvido pelos pobres. Assim, poderia ser resumido aos seguintes objetivos. ▪ Missão civilizatória. ▪ Constituição do Estado imperial. ▪ Formação do mercado de trabalho livre disciplinado, num momento de progressiva extinção do escravismo. ▪ Formação para cidadania restrita. ▪ Controle social para manutenção da ordem. Percebe-se que não havia uma preocupação real em reduzir o analfabetismo, mas uma preocupação com o controle social. Dessa Educação de Jovens e Adultos 5 forma, temas como letramento, preparação para a tomada de decisão, formação cidadã não estarão presentes nesse momento em uma educação voltada para trabalhadores. Como o movimento de educação neste período era descentralizado, defenderia os interesses de cada região exigindo um tempo maior de reflexão sobre como isso se dava em cada parte do Estado brasileiro. Por isso, não nos aprofundaremos no aspecto de como estava estruturado o modelo de ensino de cada estado, entretanto, para que você conheça um pouco sobre quais aspectos eram valorizados neste período descreveremos ainda o que competia à escola ensinar. Costa (2011) afirma que era papel da escola nesse período ensinar: ▪ A leitura e escrita. ▪ As quatro operações matemáticas. ▪ O sistema métrico decimal. ▪ O sistema de pesos e medidas. ▪ Normas e condutas de higiene e moral. Poderíamos afirmar que a escola visava contemplar noções básicas de linguagem, matemática e ciências, não é verdade? Ocorre que já naquela época, os números alcançados no processo dealfabetização eram baixos no que diz respeito à Educação de Jovens e Adultos e o discurso sobre tais fracassos, que já nos é familiar, não contemplava a precariedade do cenário de uma escola noturna, com trabalhadores exaustos, mas se referia a dificuldade de aprendizagem e de baixa procura. Nesse cenário, não seria possível, portanto, estabelecer exigências de formação, uma vez que a maioria dos indivíduos adultos ainda era considerado iletrado. Dessa forma, o que se via era um ciclo vicioso que compromete o crescimento da sociedade como um todo. Ocorre que, ainda assim, o Estado não se envolvia de maneira efetiva com a proposta de promover uma educação pública, gratuita a cargo do Estado para trabalhadores, mas permanecia deixando tal responsabilidade nas mãos das instituições filantrópicas e particulares. Costa descreve que, neste período, foram criados com subsídios do governo: ▪ Associação Propagadora da Instrução às Classes Operárias da Lagoa. ▪ Os cursos do Lycêo de Artes e Officios. ▪ Cursos da Associação Auxiliadora da Indústria Nacional. Talvez, você se pergunte, se o governo tinha recursos próprios para subsidiar tais cursos, por que não poderia ele próprio oferecer estes cursos. Lembre-se de que neste período se vivia em período imperial em que a corrida por favores da corte era uma constante, os cargos públicos eram ocupados por indicação e nesta corrida por alcançar favores da coroa a elite se movimentava para defender seus interesses Educação de Jovens e Adultos 6 e uma forma de fazer isso foi exatamente oferecendo sua “ajuda” para formar os trabalhadores. Desta forma, os interesses públicos e privados se confundiam em diversos aspectos e foi este cenário que se estruturou a educação para trabalhadores no período imperial. É importante que fique claro que apesar de a iniciativa privada assumir, nesta época, a educação de trabalhadores, existia sim uma regulação por parte do Estado que assumia um papel mais de fiscalização. Para que conheça um pouco sobre como o imperador organizou a contratação de professores e como estava estruturada a escola neste período traremos um trecho do Decreto Real nº 1.331-a, de 17 de fevereiro de 1854. Aproveite para conhecê-lo na íntegra. Art. 7º Os Delegados de districto serão nomeados pelo Governo sobre proposta do Inspector Geral, e não poderão exercer o magistério público ou particular, primario ou secundario. Teem a seu cargo: § 1º Inspeccionar, pelo menos huma vez mensalmente, as escolas publicas dos respectivos districtos, procurando saber se nellas se cumprem fielmente os Regulamentos e as ordens superiores, dando conta ao Inspector Geral do que observarem, e propondo-lhe as medidas que julgarem convenientes. § 2º Impedir que se abra alguma escola ou collegio, sem preceder autorisação para este fim. § 3º Visitar, ao menos huma vez em cada trimestre, todos os estabelecimentos particulares deste genero, que tenhão sido autorisados, observando se nelles são guardados os preceitos da moral e as regras hygienicas; se o ensino dado não he contrario á Constituição, á moral e ás Leis; e se se cumprem as disposições deste Regulamento. § 4º Receber e transmittir ao Inspector Geral, com informação sua, todas as participações e reclamações dos professores, e com especialidade, de tres em tres mezes, o mappa dos alumnos das diversas casas de educação publicas e particulares, verificando primeiro sua exactidão e ajuntando-lhe as observações e notas, que lhes pareção necessarias, entre as quaes devem declarar tambem as vezes que tenhão sido inspeccionadas as ditas casas. § 5º Preparar, sobre propostas dos professores publicos e enviar ao Inspector Geral, o orçamento annual das despezas das escolas respectivas; bem como remetter- lhe, depois de verificadas, as contas das mesmas despezas, que devem sempre ser assignadas por aquelles professores. Apesar desse movimento em prol da educação e jovens, na verdade, tinha-se além de adultos que não eram alfabetizados, crianças que também não estavam recebendo educação porque ajudavam aos pais no trabalho e, com isso, também seriam público-alvo dessas instituições. Segundo Costa (2011), houve uma oposição a essa situação o que levou a uma regulamentação no ato que determinou Instruções Provisórias sobre as Escolas Noturnas. Nesse ato, observa-se a finalidade das escolas noturnas e a idade dos frequentadores, como se pode ler a seguir: Educação de Jovens e Adultos 7 2º Que não me parecia conveniente a convivência escolar entre menores de 15 anos e adultos de 20 e mais anos, sendo, aliás, de condições muito diversas. 3º Que as horas das lições não deveriam ser indiferentes, aos meninos e aos seus pais, e que a admissão daqueles nas escolas noturnas contribuía para serem despovoadas as escolas públicas. (COSTA, 2011, p.60) Muitas discordâncias persistiam sobre como deveria ser estruturado o ensino de jovens trabalhadores e adultos além de a quem competia assumir tal papel, se à sociedade civil ou ao Estado. Então, no Rio de Janeiro, o Decreto n. 7.031-A, de 6 de setembro de 1878, tornou-se preponderante nesse aspecto, para definir os rumos da educação e o papel do Império em relação a isso. Foram 48 artigos que detalhavam como deveria funcionar a educação para jovens e adultos e que buscavam, de certa forma, aproximar o que ocorria pela manhã nas escolas regulares e na oferta noturna, além de apontar como seria a remuneração de professores, horário etc. É importante destacar que a mulher não era contemplada nesse benefício, assim como os escravos. Figura 2: Uma família brasileira e suas escravas domésticas, c. 1860. Fonte: Wikimedia. Os cursos estavam abertos para matrícula de todas as pessoas do sexo masculino, livres ou libertos, maiores de 14 anos, vacinados e saudáveis. Estavam excluídos da possibilidade da “formação para cidadania” as mulheres trabalhadoras e os escravos, como excluídas estavam da obtenção do “pão espiritual”, as crianças trabalhadoras que, por sua condição, não podiam frequentar as escolas públicas diurnas. (COSTA, 2011, p.64) Um fato curioso no decreto é a extrema preocupação com a disciplina. O texto trata dessa temática do artigo 13 ao artigo 18. Em 1879, o Educação de Jovens e Adultos 8 governo declara a interrupção dos cursos e alega falta de verbas, entretanto, alguns professores continuaram trabalhando sem receber seus vencimentos. Em 1882, os professores voltaram a ser remunerados e surgiu um novo movimento de expansão, por isso, foi uma surpresa grande quando, em 1887, o programa foi suspenso (CASTRO, 2011). 1.1. Século XX e XXI Como foi abordado anteriormente, de certa forma, o percurso da Educação de Jovens e Adultos foi descontinuado em muitos momentos da história, uma hipótese para esse descompromisso com a modalidade talvez esteja relacionada à visão de que ofertar tal modalidade é um dever de reparação com a dívida histórica com parte da população e não com o entendimento de que é um direito de todo cidadão ter acesso à educação. Na redação da LDB 9394/96 e das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação de Jovens e Adultos, na figura do Parecer nº 11/2000, conheceremos as propostas para EJA no século XXI. Entretanto, é preciso compreender um pouco do cenário histórico derivados das propostas de políticas de incentivo a educação de jovens e adultos. Na década de 1930, o cenário econômico brasileiro sofreu uma transição de um modelo focado na agricultura para a construção de um modelo urbano-industrial, isso gerou um impacto nas políticas públicas para educação. Passava-se a demandar mão de obra qualificada para ocupar os novos postos de trabalho. Almeida e Corso (2015) descrevem as propostas durante o período do Estado Novo como limitadas e dualistas. Configurava-se como uma política educacional dualista porque reduzia a trajetória escolar dos trabalhadores e de seus filhos ao limite das primeiras letras, atendendo precariamente, às demandas crescentesde inclusão no sistema educacional. Essa proposta era complementada por um ensino profissionalizante paralelo (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC) comandado pelo empresariado, que atribui a si a função de formação técnico-política da classe operária engajada no mercado de trabalho. (ALMEIDA; CORSO, 2015, p.1286) Com o fim do Estado Novo, as políticas educacionais ganharam nova demanda. A mão de obra precisaria se qualificar ainda mais, por isso, a necessidade de uma política em dimensão nacional deveria ser proposta. Educação de Jovens e Adultos 9 Figura 3: Manifestação a favor de Getúlio Vargas ao final do Estado Novo, em 21 de agosto de 1945. Fonte: Wikipedia. Veja, a seguir, as principais ações que buscaram melhorar o quadro da educação de jovens e adultos. 1947 - Campanha Nacional de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA) - Esta campanha objetivada levar aos brasileiros analfabetos das cidades e das zonas rurais acesso ao conhecimento o que os ajudaria a ascensão econômica. Apesar dessa campanha, em 1950, 55% da população brasileira adulta ainda era analfabeta. Havia, portanto, uma demanda crescente de ações que pudessem contemplar essa grande parte da sociedade que não tinha acesso à educação. 1952 - Primeiro Congresso de Educação de Adultos. Nele, foi criada a Campanha Nacional de Educação Rural (CNER), voltada para a Região Nordeste. Esse movimento deveu-se ao fato de que havia um aumento crescente de analfabetos nessas regiões. Apesar dessas iniciativas, ainda entre 1940 e 1960, campanhas de alfabetização em massa foram sendo desenvolvidas. Almeida e Corso (2015) apontam um cenário complexo nos anos entre 1940-1960. Figura 4: Selo Comemorativo da Campanha de Educação de Adultos - 1949. Fonte: Wikimedia. Educação de Jovens e Adultos 10 1958 - No segundo Congresso Nacional de Educação de Adultos, foram identificadas questões centrais que poderiam apontar o motivo do insucesso da proposta dos anos anteriores como “a baixa frequência e aproveitamento dos alunos, a má remuneração dos professores e sua consequente desqualificação, e a inadequação de programas e do material didático à sua população”. (ALMEIDA e CORSO, 2015, p.1286) Nesse ponto, desejamos dar uma pausa no desenvolvimento desse percurso da educação de jovens e adultos para convidá-lo a refletir um pouco sobre os problemas descritos no segundo Congresso Nacional de Educação de Adultos. Ali, foram descritas limitações que não dizem respeito ao processo de ensino- aprendizagem, prioritariamente, mas questões estruturais da educação no Brasil que estão além da modalidade da EJA. É possível notar a falta de infraestrutura para que o planejamento dê certo. Figura 5: Paulo Freire. Fonte: Wikimedia. Em 1963, foi encerrada a Campanha Nacional de Educação de Adultos. As iniciativas pontuais continuam, mas o governo, visando a um novo plano nacional, encarregou o professor Paulo Freire de preparar um Programa Nacional para a Alfabetização. Esperava-se uma transformação a partir dessa proposta com vistas a uma formação integral e humanista, entretanto em decorrência de um Golpe Militar de 1964, o programa é interrompido. Almeida e Corso (2015) destacam que, no período do Regime Militar, três ações diretas do governo foram criadas para atender à Educação de Jovens e Adultos. Descreveremos tais ações a seguir. ▪ A Cruzada Ação Básica Cristã (cruzada ABC). Apoiada pelos Estados Unidos esta ação, esta ação tinha marca ideológica que pretendia garantir a segurança nacional, “visava a integração e subordinação ao capital internacional”(ALMEIDA; CORSO, 2015, p.1291). Seu alcance contemplava basicamente a distribuição de alimentos para manter a frequência escolar o que demonstrava seu teoria assistencialista e sem foco em aprendizagem. ▪ Em seguida, o governo criou outro movimento que visava basicamente a aquisição de leitura e escrita (Alfabetização) o MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetização. Educação de Jovens e Adultos 11 Figura 6: Carimbo de uma biblioteca do Mobral. Fonte: Wikimedia. Esse movimento durou 15 anos, e os impactos dessa iniciativa ainda podem ser sentidos quando percebemos adultos e idosos que sabem somente reconhecer as palavras e “ler de carreirinha”, entretanto, a perspectiva da leitura crítica contextualizada não foi alcançada. Os recursos de financiamento do MOBRAL vinham de transferência voluntária de 1% dos impostos de renda devido por empresas e 24% da renda líquida da Loteria Esportiva. Esse programa também não foi muito bem-sucedido e muitas críticas aos resultados apresentados foram feitas. (ALMEIDA; CORSO, 2015) Em 1985, o MOBRAL é extinto. ▪ Em 1971, foi criado o supletivo. Finalmente com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 5.692/1971 a Educação de Jovens e Adultos é contemplada com clareza no texto da lei em seus artigos 24 a 28. Vamos a eles: Art. 24. O ensino supletivo terá por finalidade: Suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não a tenham seguido ou concluído na idade própria; Proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular no todo ou em parte. Parágrafo único. O ensino supletivo abrangerá cursos e exames a serem organizados nos vários sistemas de acordo com as normas baixadas pelos respectivos Conselhos de Educação. Art. 25. O ensino supletivo abrangerá, conforme as necessidades a atender, desde a iniciação no ensino de ler, escrever e contar e a formação profissional definida em lei específica até o estudo intensivo de disciplinas do ensino regular e a atualização de conhecimentos. § 1º Os cursos supletivos terão estrutura, duração e regime escolar que se ajustem às suas finalidades próprias e ao tipo especial de aluno a que se destinam. § 2º Os cursos supletivos serão ministrados em classes ou mediante a utilização de rádios, televisão, correspondência e outros meios de comunicação que permitam alcançar o maior número de alunos. Art. 26. Os exames supletivos compreenderão a parte do currículo resultante do núcleo comum, fixado pelo Conselho Federal de Educação, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular, e poderão, quando realizadas para o exclusivo efeito de habilitação profissional de 2º grau, abranger somente o mínimo estabelecido pelo mesmo Conselho. § 1º Os exames a que se refere este artigo deverão realizar-se: Ao nível de conclusão do ensino de 1º grau, para os maiores de 18 anos; Ao nível de conclusão do ensino de 2º grau, para os maiores de 21 anos. § 2º Os exames supletivos ficarão a cargo de estabelecimentos oficiais ou reconhecidos indicados nos vários sistemas, anualmente, pelos respectivos Conselhos de Educação. § 3º Os exames supletivos poderão ser unificados na jurisdição de todo Educação de Jovens e Adultos 12 um sistema de ensino, ou parte deste, de acordo com normas especiais baixadas pelo respectivo Conselho de Educação. Art. 27. Desenvolver-se-ão, ao nível de uma ou mais das quatro últimas séries do ensino de 1º grau, cursos de aprendizagem, ministrados a alunos de 14 a 18 anos, em complementação da escolarização regular, e, a esse nível ou ao de 2º grau, cursos intensivos de qualificação profissional. Parágrafo único. Os cursos de aprendizagem e os de qualificação darão direito a prosseguimento de estudos quando incluírem disciplinas, áreas de estudo e atividades que os tornem equivalentes ao ensino regular conforme estabeleçam as normas dos vários sistemas. Art. 28. Os certificados de aprovação em exames supletivos e os relativos à conclusão de cursos de aprendizagem e qualificação serão expedidos pelas instituições que os mantenham. (BRASIL, 1971) Embora a descrição com força de lei possa representar um avanço, observe que, nos objetivos de aprendizagem descritos no artigo 25, ainda estão aquém do que se espera de umensino com vista à formação para a cidadania e a tomada de decisão. Reforça, ainda, o entendimento de que saber ler e contar é suficiente ao indivíduo em condições de escolaridade tardia, quando sabemos que exatamente por estarem nessa situação, precisam de uma educação contextualizada que os motive a perceberem-se como participantes ativos da sociedade. Almeida e Corso (2015) descrevem que a gestão autoritária e a flexibilidade aumentaram a evasão no ensino supletivo, entretanto, a desmotivação por um ensino instrucionista, que se moldava pela leitura de módulos de aprendizagem, também corroborou para a evasão e os números ruins. A Constituição de 1988 trouxe alguns avanços importantes. Ficou definido que era responsabilidade do Estado educar a todo brasileiro, sem distinção de idade. Além disso, passou a ser destinado 50% de impostos vinculados ao ensino para o fundo de combate ao analfabetismo. Entretanto, a luta não estava ganha. Chegamos aos anos 1990. Figura 7: Promulgação da Constituição de 1988. Fonte: Wikimedia. Educação de Jovens e Adultos 13 Haddad e Di Pierro (2000) descrevem este o período como o de avanço na escolaridade média, mas destacam que ainda era muito alta a taxa de analfabetismo entre mulheres e que o nível de escolaridade estava perto de seis anos na escola. Isso era inferior ao que a Constituição de 1988 preconizava. Com isso, novas parcerias foram buscadas e propostas novas vieram. Observe a tabela que demonstra a evolução na melhora da educação em jovens e adultos na década de 1990. Evolução do Analfabetismo entre Pessoas de 15 anos ou Mais Brasil – 1990-1997 Anos Total Analfabetos Nº Abs. % 1900 9.752.111 6.348.869 65,1 1920 17.557.282 11.401.715 64,9 1940 23.709.769 13.269.381 56,0 1950 30.249.423 15.272.632 50,5 1960 40.278.602 15.964.852 39,6 1970 54.008.604 18.146.977 33,6 1980 73.541.943 18.716.847 25,5 1991 95.837.043 19.233.758 20,1 1997 – – 14,07 Tabela 1: Censos Demográficos apud Anuário Estatístico 1995. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 1997. Fonte: Fundação IBGE. Essa evolução muito se deve à necessidade de cumprir um acordo firmado na conferência de Jomtien em 1990, em que se estabelece a Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Destacamos alguns objetivos que, na época, abordaram um avanço no incentivo a uma educação de qualidade e não somente a redução de analfabetismo. Vamos a eles: 1. Cada país poderá estabelecer suas próprias metas para a década de 1990, em consonância às dimensões propostas a seguir: Expansão dos cuidados básicos e atividades de desenvolvimento infantil, incluídas aí as intervenções da família e da comunidade, direcionadas especialmente às crianças pobres, que não são assistidas e com deficiências. 2. Acesso universal e conclusão da educação fundamental (ou qualquer nível mais elevado de educação considerado “básico”) até o ano 2000. 3. Melhoria dos resultados de aprendizagem, de modo que a percentagem convencionada de uma amostra de idade determinada (por exemplo, 80% da faixa etária de 14 anos), alcance ou ultrapasse o padrão desejável de aquisição de conhecimentos previamente definido. 4. Redução da taxa de analfabetismo adulto à metade, digamos, do nível registrado em 1990, já no ano 2000 (a faixa etária adequada deve ser determinada em cada Educação de Jovens e Adultos 14 país). Ênfase especial deve ser conferida à alfabetização da mulher, de modo a reduzir significativamente a desigualdade existente entre os índices de alfabetização dos homens e mulheres. 5. Ampliação dos serviços de educação básica e capacitação em outras habilidades essenciais necessárias aos jovens e adultos, avaliando a eficácia dos programas em função de mudanças de comportamento e impactos na saúde, emprego e produtividade. 6. Aumento da aquisição, por parte dos indivíduos e famílias, dos conhecimentos, habilidades e valores necessários a uma vida melhor e um desenvolvimento racional e constante, por meio de todos os canais da educação – inclusive dos meios de comunicação de massa, outras formas de comunicação tradicionais e modernas, e ação social –, sendo a eficácia destas intervenções avaliadas em função das mudanças de comportamento observadas (UNESCO, 1990). Além de garantir o acesso à educação básica e criar metas ambiciosas para a redução de analfabetismo, além da garantia para o desenvolvimento para habilidades essenciais. Esse acordo em sua meta 6 descreve a garantia desenvolvimento “racional e constante, por meio de todos os canais da educação” (UNESCO, 1990). Nesse momento, a Educação à Distância começou a ganhar espaço no cenário como uma aliada no processo de construção de igualdade de acesso à informação. Se por um lado o cenário a se desenhar pareceu favorável ao desenvolvimento e à educação de jovens e adultos, O cenário político não ajuda. Os anos 1990 mostraram-se em um período conturbado, inflação muito alta, impeachment, mudança de governo, abertura e fechamento de programas. Assim, apesar de haver desenvolvimento na modalidade, há que se perguntar se este desenvolvimento na alfabetização de jovens e adultos atingia a todos os estados do território nacional. Figura 8: Votação do processo de impeachment do presidente Fernando Collor. Fonte: Wikimedia. Almeida e Corso (2015) afirmam que não, e os dados de Haddad e Pierro (2000) também demonstram que, nas regiões Norte e Nordeste, a desigualdade ainda persiste. Educação de Jovens e Adultos 15 Analise os quadros retirados do relatório da UNESCO (2004) que descreve os dados por regiões. REGIÃO Total Alfabetizados Analfabetos % Total no BRASIL 95.837.043 76.603.804 19.233.239 20,07 REGIÃO NORTE 5.763.395 4.343.127 1.420.268 24,64 ACRE 233.451 152.227 81.224 34,79 Amapá 158.044 127.623 30.421 19,25 AMAZONAS 1.182.957 901.196 281.761 23.82 PARÁ 2.845.131 2.151.062 694.069 24,39 RONDÔNIA 674.871 537.922 136.949 20,29 RORAIMA 132.620 105.272 27.348 20,62 TOCANTINS 536.321 367.825 168.496 31,42 REGIÃO Total Alfabetizados Analfabetos % REGIÃO NORDESTE 25.751.993 16.057.746 9.964.517 37,65 MARANHÃO 2.756.427 1.614.296 1.142.131 41,67 PIAUÍ 1.523.064 888.374 364.690 41,67 CEARÁ 3.905.552 2.445.773 1.459.779 37,38 RIO GDE. DO NORTE 1.513.916 964.065 549.851 36,32 PARAÍBA 1.987.410 1.158.184 829.226 41,72 PERNAMBUCO 4.498.590 2.953.597 1.544.993 34,34 ALAGOAS 1.501.835 821.268 580.567 45,32 SERGIPE 907.429 580.788 326.641 36,00 BAHIA 7.157.770 4.631.131 2.526.639 35,30 REGIÃO SUDESTE 43.155.676 37.843.517 5.312.159 12,31 MINAS GERAIS 10.407.610 8.514.891 1.892.719 18,19 ESPÍRITO SANTO 1.693.845 1.389.320 304.525 17,98 RIO DE JANEIRO 9.173.613 8.281.771 981.842 9,72 SÃO PAULO 21.880.608 19.657.535 2.223.073 10,16 REGIÃO SUL 15.064.437 13.279.879 1.784.558 11,85 PARANÁ 5.634.504 4.797.567 836.937 14,85 Educação de Jovens e Adultos 16 SANTA CATARINA 3.038.412 2.737.377 301.035 9,91 RIO GDE. DO SUL 6.391.521 5.744.935 646.586 10,12 REGIÃO C. OESTE 6.101.542 5.079.805 1.021.737 16,75 MATO G. DO SUL 1.144.430 951.793 192.637 16,83 MATO GROSSO 1.262.700 1.016.203 246.497 19,52 GOIÁS 2.635.770 2.150.965 484.805 19,39 Quadro 1: Analfabetismo na população com 15 anos ou mais - 1991. Fonte: Unesco (2014). É possível afirmar que, com a limitação de recursos e a falta de critérios claros para a alocação de recursos na política da EJA, o cenário de instabilidade contribuiu para que a década de 1990 não atingisse um avanço esperado. A seguir, iremos destacar as principais propostas para a modalidade. 1990 – Extinção da fundação de Educação e criação do Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC) - Este programa foi finalizado ao decorrer de um ano). Em setembro do mesmo ano, foi lançado o Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC), que tinha como objetivo reduzir em 70% a taxa de analfabetismo. 1994 - Diretrizes para uma Política Nacional de Educação de Jovens e Adultos: Fruto do projeto para discussão da Lei deDiretrizes e Bases da educação. 1996 - Foi implantado o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério). Seu objetivo era recolher recursos para o ensino fundamental o que deixava de fora a Educação de Jovens e Adultos. E o Programa Alfabetização Solidária, que novamente colocou a EJA vinculada a iniciativas pontuais e de cunho filantrópico. 2. As Políticas Contemporâneas para a EJA: 2003 a 2010 O período compreendido neste tópico corresponde ao ciclo de mandato do então presidente Luiz Inácio da Silva. Dada a sua origem, talvez tenha sido um dos governos que mais investiu em política de redução de desigualdade na educação. Se o governo Fernando Henrique forneceu o marco legal para que se pudesse consolidar a Educação de Jovens e Adultos, o governo de Lula trouxe muitos projetos para redução da taxa de analfabetismo e inserção no trabalho. Educação de Jovens e Adultos 17 Figura 9: Grupo de alunos estudando. Fonte: Freepik. Destacamos aqueles relacionados diretamente à Educação de Jovens e Adultos no que concerne à educação básica. ▪ Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) – Este programa visava à educação de jovens e adultos em assentamentos seja na educação básica, ensino superior e técnico profissionalizantes. Além da formação de professores e multiplicadores que atuem em assentamentos (BRASIL, 2016). ▪ Programa de Expansão da educação Profissional (PROEP) – Este projeto foi uma parceria entre o MEC e o Ministério do Trabalho com vistas a integrar educação, trabalho, ciência e tecnologia. Encerrou- se em 2004. ▪ Programa Nacional de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação e Ação Comunitária (PROJOVEM) – Criado a partir da integração de seis programas já existentes - Agente Jovem, Saberes da Terra, ProJovem, Consórcio Social da Juventude, Juventude Cidadã e Escola de Fábrica. Tem como objetivo levar jovens e adultos entre 15 e 24 anos a serem incluídos na sociedade por meio de ações para a cidadania que promovam qualificação profissional (BRASIL, 2007). ▪ Programa Nacional de Integração da Educação Profissional (PNIEP) à Educação Básica, na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) – O programa foi criado pelo Decreto 5.478/2005 e denominado inicialmente Programa de integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade da EJA. Seu objetivo era atender à educação de jovens no ensino médio. Em 2006, por meio do Decreto 5840/2006, foi ampliado passando a ser reconhecido como PROEJA. (BRASIL, 2019) O PROEJA foi, provavelmente, o programa mais complexo desenvolvido com vistas à EJA no Brasil. Sua natureza, propôs integrar educação e trabalho, configurando-se como um incentivo à inclusão social. Educação de Jovens e Adultos 18 Figura 10: Grupo de jovens no trabalho. Fonte: Freepik. - No documento Base do Proeja, lê-se que “o seu principal objetivo é a formação humana, no seu sentido lato, com acesso ao universo de saberes e conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos historicamente pela humanidade, integrada a uma formação profissional que permita compreender o mundo, compreender-se no mundo e nele atuar na busca de melhoria das próprias condições de vida e da construção de uma sociedade socialmente justa”. (BRASIL, 2007, p.13) É importante refletir sobre a importância do trabalho na formação humana. Ao poder colaborar com a sociedade em que está inserido e reconhecer-se nela, é possível o estímulo à ascensão na educação. Por isso, acreditamos que apesar das críticas a alguns aspectos do programa é preciso que se unam esforços não só para o desenvolvimento dos projetos nas escolas, mas que se estimulem pesquisas no campo a fim de que se construam abordagens metodológicas que possam trazer uma educação pertinente aos contextos tão distintos nas regiões brasileiras. Neste capítulo, foi possível conhecemos a trajetória da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Percebemos que, em poucos momentos, houve uma proposta planejada a longo prazo que visasse à integração nacional de forma completa, mas respeitando as diferenças entre as regiões. Ocorre que desde o Brasil Império, a educação, muitas vezes, funcionou como moeda de troca por cargos e benefícios para instituições privadas. Esse cenário fragiliza as propostas que tendem a ser descontinuadas a cada alteração de governo, por exemplo, ou, a cada vez que se pretenda uma redução de verbas para educação. Quem sofre com isso é a população mais carente que não tem condições de cursar o modelo regular de ensino e pelos mais variados motivos, não se vê também contemplada, agora, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Cabe à classe docente, no alcance de suas práticas, contribuir para uma mudança deste paradigma no tocante à busca por novas metodologias que venham a contribuir com a formação integral deste indivíduo ofertando-lhe uma formação para a cidadania. Educação de Jovens e Adultos 19 Referências ALMEIDA, A.; CORSO, A. M. A educação de jovens e adultos: aspectos históricos e sociais. XII CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO: EDUCERE, Curitiba. 2015. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/ arquivo/pdf2015/22753_10167.pdf. Acesso em 15/08/2019. BESERRA, V.; BARRETO, M. O. Trajetória da educação de jovens e adultos: histórico no Brasil, perspectivas atuais e conscientização na alfabetização de adultos. Cairu em Revista, v.3, p.164-190, 2014. BRASIL. 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Educação de Jovens e Adultos 20 https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/22753_10167.pdf https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/22753_10167.pdf https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/22753_10167.pdf https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html http://www.incra.gov.br/educacao_pronera http://www.incra.gov.br/educacao_pronera http://www.incra.gov.br/educacao_pronera https://idjovem.com/projovem/ https://idjovem.com/projovem/ http://www.secretariadegoverno.gov.br/noticias/2007/09/not02_05092007 http://portal.mec.gov.br/proeja%20Acesso%20em%2018/08/2019 http://portal.mec.gov.br/proeja http://portal.mec.gov.br/proeja%20Acesso%20em%2018/08/2019http://portal.mec.gov.br/cursos-da-ept/cursos-da-educacao-profissional-tecnica-de-nivel-medio http://portal.mec.gov.br/cursos-da-ept/cursos-da-educacao-profissional-tecnica-de-nivel-medio https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-7031-a-6-setembro-1878-548011-publicacaooriginal-62957-pe.html https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-7031-a-6-setembro-1878-548011-publicacaooriginal-62957-pe.html https://www.unicef.org/brazil/declaracao-mundial-sobre-educacao-para-todos-conferencia-de-jomtien-1990 https://www.unicef.org/brazil/declaracao-mundial-sobre-educacao-para-todos-conferencia-de-jomtien-1990 https://www.unicef.org/brazil/declaracao-mundial-sobre-educacao-para-todos-conferencia-de-jomtien-1990 https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000136859?posInSet=5&queryId=a01b81fd-8970-485a-93a8-5b6e3ee8acbf https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000136859?posInSet=5&queryId=a01b81fd-8970-485a-93a8-5b6e3ee8acbf https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000136859?posInSet=5&queryId=a01b81fd-8970-485a-93a8-5b6e3ee8acbf Políticas de EJA no Brasil Para início de conversa… Objetivo 1. Século XIX 1.1. Século XX e XXI 2. As Políticas Contemporâneas para a EJA: 2003 a 2010 Referências