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Direito Ambiental - Vicente Mello - Aulas 1a VA (1)

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DIREITO AMBIENTAL
AULAS:
20/02, 27/02, 05/03, 12/03, 19/03, 26/03 (2024)
PROFESSOR: VICENTE BARRETO MELLO NETO
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Conceitos de Meio Ambiente
 Lei nº 6.938/81 – PNMA: A Política Nacional do Meio Ambiente define, em seu art. 3º, inciso I, como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
 O conceito legal contido na PNMA até hoje sofre críticas por não prever expressamente um contexto social, e ser atrelado apenas aos elementos físicos e biológicos.
 Lei da Terra Boa (Lei Estadual 10.431/2006-BA): “a totalidade dos elementos e condições que, em sua complexidade de ordem física, química, biológica, socioeconômica e cultural, e em suas inter-relações, dão suporte a todas as formas de vida e determinam sua existência, manutenção e propagação, abrangendo o ambiente natural e o artificial”.
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Conceitos de Meio Ambiente
 Segundo Hugo Nigro Mazzili, o conceito legal da PNMA possibilita que a defesa da flora, da fauna, das águas, do solo, do subsolo e do ar seja realizada de forma praticamente ilimitada, porém, acompanhamos o posicionamento de que houve omissão quanto ao meio ambiente de natureza social ou ainda imaterial.
 José Afonso da Silva define como “a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas”.
 Clara relação entre o meio ambiente e o direito à vida.
 Abarca todos os interesses de natureza ambiental, abrangendo o meio ambiente natural, cultural, do trabalho e urbano ou artificial.
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Espécies de Meio Ambiente
1. Meio Ambiente Natural
 Formado por todos os elementos naturais responsáveis pelo equilíbrio entre os seres vivos e o meio em que vivem, como solo, água, ar atmosférico, flora e fauna. (Celso Antônio Pacheco Fiorillo)
 O meio ambiente natural “abrange a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna, a flora, o patrimônio genético e a zona costeira”. (Luís Paulo Sirvinkas)
 “Composto pelos seres vivos e o meio físico em que se inserem.
Abrange o solo, a água, o ar atmosférico, a flora, a fauna e toda a biodiversidade.” (Frederico Amado)
 A espécie autônoma por excelência, visto que é a que mais se aproxima do entendimento comum do que é meio ambiente, através dos meios biótico (fauna, flora e patrimônio genético) e abiótico (meio físico de recursos naturais não biológicos).
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Espécies de Meio Ambiente
2. Meio Ambiente Artificial ou Urbano (ou ainda, Construído)
 Trata-se do ambiente construído pela ação do homem, constituído pelo conjunto de edificações, equipamentos, rodovias e demais elementos que formam as cidades e povoamentos.
 Trata-se de uma transformação ocorrida no espaço físico do meio ambiente natural, decorrente da atividade humana, com o objetivo de viabilizar as ações sociais (moradia, saneamento, transporte, segurança, lazer, alimentação, etc.)
 Também à proteção à vida, visto que, por ele se protege o desenvolvimento urbano, abrangendo os direitos sociais e outros elementos relevantes para a sadia qualidade de vida da população. Aos curiosos: sobre as diretrizes nacionais do saneamento básico, veja Lei n. 11.445/2007 e trace sua relação com a proteção do meio ambiente.
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Espécies de Meio Ambiente
3. Meio Ambiente Cultural
 O meio ambiente cultural constitui-se pelo patrimônio artístico, arqueológico, histórico, paisagístico e turístico.
 Classificado pela doutrina como autônoma, mas de forma prática, alguns entendem como derivação do meio ambiente artificial, uma vez que resulta da atividade humana.
 O valor cultural agregado o difere das demais espécies de meio ambiente.
 Implica na proteção da vida, visto que o lazer e a cultura são meios eficazes para a melhoria da qualidade de vida da população.
 CF/88 - Art. 216: “Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.”
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Espécies de Meio Ambiente
4. Meio Ambiente do Trabalho
 Corresponde ao ambiente no qual é exercida a atividade laboral.
 Nem todos os doutrinadores entendem como espécie autônoma, e, assim como o meio ambiente cultural, é visto por uma parcela ainda maior de juristas como um derivado do meio ambiente artificial.
 Celso Antônio Pacheco Fiorillo entende que o meio ambiente do trabalho constitui-se pelo “local no qual as pessoas desempenham suas atividades laborais”.
 CF/88 – Art. 200: “Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: (...) VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.”
 João Manoel Grott entende como um conjunto de fatores físicos, climáticos ou de quaisquer outros que, interligados, ou não, estão presentes e envolvem o local de trabalho do indivíduo. Assim, observa-se que tal modalidade encontra-se relacionada à proteção da salubridade do ambiente de trabalho, de modo a proteger a saúde do trabalhador.
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Mas afinal, o que é esse tal de
Direito Ambiental?
Rima não intencional. Juro, pessoal! O mesmo não posso dizer da última.
 Lúcia Reisewitz: O conjunto de normas jurídicas que regem a preservação, melhoria ou recuperação de um ambiente sempre que este for meio para garantir a sadia qualidade de vida humana e a manutenção da vida em todas as suas formas.
 Toshio Mukai: Um conjunto de normas e institutos jurídicos pertencentes a vários ramos do direito, os quais se encontram reunidos em decorrência de sua função instrumental para disciplinar o comportamento humano em relação ao meio ambiente.
 Édis Milaré: o complexo de princípios e normas reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando sua sustentabilidade para as presentes e futuras gerações.
 Frederico Amado: ramo do direito público composto por princípios e regras que regulam as condutas humanas que afetam, potencial ou efetivamente, direta ou indiretamente, o meio ambiente, quer o natural, o cultural ou o artificial
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Evolução Histórica da Proteção ao Meio Ambiente
 Apesar de ser um direito fundamental da humanidade (proteção do direito à vida, saúde, qualidade de vida, e, consequentemente, dignidade da pessoa humana), somente no Século XX começaram a ser implementadas políticas efetivas de proteção em relação a esse direito.
 Durante séculos o homem tem agredido a natureza e o meio ambiente em que vive na busca de melhores condições de vida e também, de forma egoística, com o objetivo de obter maiores lucros em suas atividades.
 Raramente existia a consciência da prática da agressão ambiental, uma vez que predominava (no passado mesmo?) a ideia de que a natureza era inesgotavelmente e poderia ser eternamente explorada.
 Preocupação real com o meio ambiente e qualidade de vida da população após o fim da II Guerra Mundial e a qualidade de vida da população.
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Evolução Histórica da Proteção ao Meio Ambiente
 As Dimensões (ou Gerações) dos Direitos Fundamentais:
1. Direitos de liberdade: direitos civis e políticos, em defesa do indivíduo em face do Estado. Marco: Revolução Francesa, no século XVIII. Requer abstenção do Estado. Exemplos: propriedade, manifestação do pensamento, igualdade, etc.
2. Direitos de Igualdade: direitos sociais, econômicos e culturais. Marcos: As Constituições Francesas desde 1791 traziam algunsdesses direitos. A Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar (Alemanha) de 1919 consolidou tais direitos. Igualdade material, fática. Início da ideia de proteção aos hipossuficientes. Requer prestação material e jurídica do Estado para sanar desigualdades. Exemplos: exigir a construção de escolas, transporte público, saúde e saneamento, etc. Surgem ainda as garantias institucionais: garantias da imprensa, família, classes, etc.
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Evolução Histórica da Proteção ao Meio Ambiente
 As Dimensões (ou Gerações) dos Direitos Fundamentais:
3. Direitos de fraternidade (segundo Paulo Bonavides) ou direitos dos povos: são os direitos ligados à solidariedade. Pós II Guerra Mundial. Constitucionalismo contemporâneo, resultado da fusão das experiências americana e francesa. Características principais constitucionais: Reconhecimento da força normativa, rematerialização, fortalecimento da jurisdição e do Poder Judiciário, centralidade da Constituição e dos direitos fundamentais. Exemplos: Bonavides incluiu o direito ao desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, sobre o patrimônio comum da humanidade e de comunicação. Outros autores acrescentaram o direito do consumidor, das crianças e dos idosos.
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Evolução Histórica da Proteção ao Meio Ambiente
 Aos curiosos:
4. Não há consenso em jurisprudência e doutrina. Segundo Bonavides: direito à democracia, informação e pluralismo. Outros autores: identificação genética do indivíduo, os direitos relacionados à bioengenharia e a biotecnologia. Têm-se que o direito à democracia se dá nesta geração/dimensão de forma ampliada materialmente, não apenas formal, buscando, por exemplo, a garantia dos direitos fundamentais das minorias. Ainda, quanto ao direito à informação, este abrange o direito de informar, ser informado e se informar. Por sua vez, o pluralismo, não se resume ao pluralismo de partidos políticos, mas também ao pluralismo religioso, artístico, cultural, ideológico, etc.
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Evolução Histórica da Proteção ao Meio Ambiente
 Aos curiosos:
5. A mais nova e polêmica geração/dimensão. Bonavides inclui o direito à paz, que inicialmente era entendida de terceira dimensão. A doutrina que defende a inclusão diz que seria um direito extremamente relevante e até hoje não alcançado. O objetivo máximo da humanidade. Noção prescritiva. Alterou a natureza das dimensões ou gerações de direitos fundamentais, pois antes eram descritas apenas através dos momentos de surgimento desses direitos.
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Evolução Histórica da Proteção ao Meio Ambiente
 As visões do Direito Ambiental: As “linhas cêntricas”.
· Antropocentrismo: o meio ambiente serve ao homem, este é destacado e independente daquele, e os demais seres vivos (meio biótico) e o meio físico não são objetos autonomamente tuteláveis, ou seja, protegidos por sua própria natureza e importância como recurso quase ilimitado, suscetível de poder e gerador de bens aos mais diversos fins (agricultura, medicina, indústria). O que se protege é o homem e sua existência. A natureza é um instrumento essencial, porém, que deve ser protegido em razão das riquezas que fornece ao homem, que é tido como ponto central indiscutível.
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Evolução Histórica da Proteção ao Meio Ambiente
 As visões do Direito Ambiental: As “linhas cêntricas”.
· Ecocentrismo: entende que os ecossistemas não têm valor meramente instrumental ao homem. O equilíbrio da ecosfera se torna a preocupação central e mantê-lo é de importância maior do que aos seres vivos de forma individual. A tutela é ao meio ambiente em si, e o ser humano que deve agir como instrumento dessa manutenção, assumindo de forma notória e ativa seu lado biológico e ecológico.
· Biocentrismo: a valoração dos demais seres, independentemente do ser humano. A vida é um fenômeno único e a natureza tem valor intrínseco, e não instrumental. Desta corrente inspirou-se a defesa dos direitos dos animais, estes passam a ser dotados de direitos, especialmente os sencientes e autoconscientes.
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Evolução Histórica da Proteção ao Meio Ambiente
 O DILEMA CARNÍVORO.
· Antropocentrismo: consumir carne se trata de uma liberdade de escolha do homem, não lhe sendo prejudicial à saúde (consumo de forma racional) e ainda gerando sensação de bem-estar.
· Ecocentrismo: o ser humano é onívoro, e, via de consequência, consome carne por necessidade biológica e age na condição de predador natural.
· Biocentrismo: os seres humanos devem consumir apenas vegetais ou alguns produtos de origem animal (ovos, leite), uma vez que os animais não racionais têm direito à vida e é vedado o seu sofrimento.
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Fontes do Direito Ambiental
TIPOS DE FONTES DO DIREITO AMBIENTAL:
Assim como as demais áreas do Direito, o Direito Ambiental possui dois tipos de fontes.
· FONTES MATERIAIS
· FONTES FORMAIS
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Fontes do Direito Ambiental
FONTES MATERIAIS: são as fontes fáticas.
· Principais questões ambientais contemporâneas, discutidas internacionalmente, nacionalmente ou internamente, podendo ser influenciadas ou não por acidentes ambientais.
· Tragédias e acidentes ambientais: fatos agravantes da situação ambiental que influenciam discussões e tomadas de decisão.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS CONTEMPORÂNEAS
· Redução, fragmentação e/ou desfazimento da camada de ozônio. CFC (clorofluorcarbono). Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio (1985). Protocolo de Montreal (1989). Substituição do CFC.
· Mudanças climática e Aquecimento Global. CO2 (dióxido de carbono) e CH4 (metano). Conferência do Rio de Janeiro (1992). Protocolo de Kyoto (1997). Redução dos gases do efeito estufa.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS CONTEMPORÂNEAS
· Resíduos. Indústria e consumismo em larga escala. Resíduos nas mais diversas formas, inclusive nuclear. Normas de tratamento adequado. 3Rs - Reduction (redução), Reuse (reuso), Recycling (reciclagem). +1R Logística Reversa (reverse logistics). Normas de tratamento adequado. Sanções contra poluidores.
· Perda da biodiversidade. Perda e fragmentação do habitat natural. Introdução de espécimes e doenças exóticas. Exploração excessiva de espécies de fauna e flora. Uso de híbridos e monoculturas na agroindústria e programas de reflorestamento.
Contaminação de solo, água, atmosfera. Mudanças climáticas.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS CONTEMPORÂNEAS
- Escassez de água. Desenvolvimento industrial. Grande massa populacional. Contaminação por poluentes. Desmatamento e urbanização alteram o ciclo hidrológico. Construções causam impermeabilização do solo e o escoamento superficial causa erosões e inundações. Valorização da água em escala global. Políticas de proteção. Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei nº 9.433/97 (art. 1º, II e art. 2º, I e II)
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Fontes do Direito Ambiental
TRAGÉDIAS, ACIDENTES e INCIDENTES AMBIENTAIS
· Diversos fatos ocorridos em diversos locais do mundo ocasionaram, em momentos e de formas bastante específicas, a criação de novas normas de Direito Ambiental.
· Ecologista suíço René Longet, sobre Seveso (1976) chama de “pedagogia da catástrofe”.
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DESASTRE DE MINAMATA (JAPÃO – 1956):
· Envenenamento por mercúrio despejado no mar por fábrica de fertilizante químico (Corporação Chisso. Hidroelétrica) desde os anos de 1930, contaminando peixes, moluscos e aves.
· Doença, Mal ou Síndrome de Minamata: Demora 20 anos para se manifestar. +700 mortes. Quase 3.000 diagnosticados. Estima-se 2 milhões de contaminados em menor grau.
· Primeiros casos; convulsões severas, surtos de psicose, perda de consciência, coma, febre muito alta e morte. Após identificação e início de tratamento; danos cerebrais graves, incluindo distúrbios sensoriais em mãos e pés, danos à visão e audição, fraqueza e, em casos extremos, paralisia e morte.
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Fontes do Direito Ambiental
· Empresa ocultou uso de mercúrio.
· 1959: pescadores locais destruíram parte da propriedadee atraiu a atenção pública.
· 1968: Governo japonês reconheceu a fonte e a contaminação química finalmente cessou.
Convenção de Minamata (2013):
· 140 países pactuaram limites de uso e emissão de mercúrio.
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Fontes do Direito Ambiental
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Fontes do Direito Ambiental
TORREY CANYON (COSTA DA INGLATERRA - 1967):
· SS Torrey Canyon: petroleiro americano com capacidade de carga de 118.285 toneladas de petróleo bruto.
· Encalhou e partiu ao meio na costa oeste da Cornualha, Reino Unido.
· 119 mil m³ de óleo lançadas ao mar.
1969 - Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo – CLC.
1971 - Convenção Internacional sobre a Constituição de um Fundo Internacional de Compensação por Danos Decorrentes da Poluição por Petróleo - FUND. (Responsabilidade Civil).
1973 - Convenção para a Prevenção da Poluição Causada por Navios
· MARPOL.
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- Vários derramamentos seguintes determinaram a necessidade de regime mais amplo de proteção do meio marinho contra poluição por óleo e influenciaram a revisão do modelo.
1992 – A Convenção CLC foi substituída e a organização International Oil Pollution Compensation Funds (IOPC) passou a gerir os fundos sobre poluição por óleo. O Brasil não é Estado Parte do Fundo.
1978 – Amoco Cadiz: 230 mil m³ de petróleo;
1989 – Exxon Valdez: 40 mil à 120 mil metros cúbicos de petróleo; 2010 – Deepwater Horizon: 779 mil m³ de petróleo
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Fontes do Direito Ambiental
SEVESO (ITÁLIA - 1976):
· Vazamento de dioxina de uma fábrica Icmesa, da La Roche, contaminou milhares de pessoas e animais em uma área em cerca de 320 hectares.
· 200 gramas de dioxina = 2 milhões e 200 mil toneladas de terra contaminada. Na água = pode causar morte de um milhão de pessoas. 1000X mais tóxica que cianureto.
· Superaquecimento do reator de dioxina causou vazamento por válvula defeituosa. Nuvem tóxica. Sem sistema de advertência ou plano de alarme à população. Prefeito avisado 27 horas de atraso, não foi informado que era ou o que era dioxina.
· Pássaros atingidos pela nuvem tóxica começaram a cair do céu e crianças foram hospitalizadas com diarreia, enjoos e irritação na pele. Nove dias após o acidente, mencionou-se, pela primeira vez, a palavra "dioxina".
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· Interdição da fábrica após nuvem contaminar área de 1.800 hectares de terra e cerca de 30 mil moradores. 75 mil animais morreram ou tiveram que ser abatidos.
· O solo contaminado removido e lacrado em duas bacias de concreto do tamanho de um estádio de futebol.
· Conteúdo do reator guardado em 41 galões para tratamento final, desapareceu por 8 meses, até ser encontrado enterrado 60m de uma escola em um vilarejo francês com 300 pessoas. Incinerado 9 anos depois do vazamento.
· Aumento drástico nos casos de doenças cardíacas e vasculares. Morte por leucemia duplicou. Tumores cerebrais triplicaram. 10X mais casos de câncer no fígado e da vesícula. Aumento das mortes por doenças de pele (carcinomas, melanomas, erisipela, esclerodermia, alergias).
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Fontes do Direito Ambiental
1989 - A Convenção de Basileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito. Busca reduzir produção e eliminar dejetos industriais. Exportação autorizada somente se o país produtor não puder eliminar o lixo sem poluir e com autorização do país importador.
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Fontes do Direito Ambiental
BOPHAL (ÍNDIA - 1984):
· 40 toneladas de gases tóxicos vazaram na fábrica de pesticidas da empresa Union Carbide (EUA).
· Mais de 500 mil pessoas expostas aos gases. O número total de mortes é controverso: inicialmente cerca de 3.300 mortes diretas. Há quem diga que foram 8 mil mortos diretos em 3 dias. Estimativa de mais 10 mil mortes indiretas por doenças derivadas da inalação do gás.
· Empresa negou informações sobre os contaminantes e não houve tratamento adequado. Suspeitas de “agente laranja” (derivado de dioxina). Anos depois, empresa informou que era isocianato de metila (1ª arma química usada em uma Guerra Mundial).
· Cerca de 150 mil pessoas ainda sofrem com os efeitos do acidente e aproximadamente 50 mil pessoas estão incapacitadas para o trabalho, devido a problemas de saúde.
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Fontes do Direito Ambiental
· 6 medidas de segurança. Todas fracassaram por falha, estarem desligadas ou serem ineficientes. Corte de custos com segurança pela matriz (EUA).
· A empresa recusou pagar US$ 220 milhões. Depois de cinco anos de disputa legal, acordo de US$ 470 milhões. De US$ 370 a US$ 533 por pessoa.
· Adquirida pela Dow Chemicals em 2001. US$ 9,3 bilhões. Dow se tornou a maior indústria química do mundo, com receita anual passou a ser superior a US$ 24 bilhões, e ativos avaliados em mais de US$ 30 bilhões.
· O maior acidente industrial do mundo custou US$ 0,48 por ação.
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Fontes do Direito Ambiental
CUBATÃO (BRASIL - 1984):
· Duto de gasolina da Petrobrás passava abaixo da Vila Socó, favela de palafitas. Vazamento de 700.000 litros de gasolina que se alastraram por toda área alagada e gases inflamáveis que se espalhou pela atmosfera.
· Duas grandes explosões e incêndio. 93 mortos e mais de 4.000 feridos em dados oficiais. Dados extraoficiais apontam cerca de 700 mortos, destes, menos de 70 seriam adultos e o restante seriam crianças de zero à pouco mais de 7 anos que não tiveram seus corpos encontrados.
· As famílias de 96 mortos foram indenizadas, mas nenhuma foi relocada.
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Fontes do Direito Ambiental
CHERNOBYL (UCRÂNIA - 1986):
· Maior acidente nuclear da história.
· Resultado de falha humana. Descumprimento de diversos itens dos protocolos de segurança.
· A explosão matou dois trabalhadores da usina e deixou o reator nuclear exposto. O incêndio subsequente estendeu-se durante dias e jogou na atmosfera uma elevada quantidade de material radioativo (iodo-131, césio-137 e estrôncio-90), que se espalhou pelo mundo.
· Altos níveis de radiação em locais como Polônia, Áustria, Suécia, Bielorrússia e até Reino Unido, Estados Unidos e Canadá.
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Fontes do Direito Ambiental
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Fontes do Direito Ambiental
FUKUSHIMA (JAPÃO – 2011:
· Segundo maior acidente nuclear da história.
· Desastre natural que provocou um desastre nuclear.
· Usina nuclear foi atingida por um tsunami provocado por um maremoto de magnitude 8,7.
· Material radioativo foi liberado na atmosfera. Cerca de 30% do material liberado por Chernobyl.
· O programa contínuo de limpeza intensiva para descontaminar as áreas afetadas e desmantelar a usina levará de 30 a 40 anos.
· Em 2013 foi detectada uma enorme quantidade de água radioativa em vazamentos contínuos vazamentos no interior da usina e alguns no mar.
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Fontes do Direito Ambiental
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Fontes do Direito Ambiental
FONTES FORMAIS: São as normas escritas, influenciadas pelo pensamento ambientalista sobre as questões e necessidades ambientais, assim como construídas para mitigar os desastres ambientais.
· Fontes formais internacionais: os diversos tratados internacionais assinados pelo Brasil
· Fontes formais de direito interno: as leis e normas de origem constitucional, assim como as políticas e dispositivos legais do direito nacional.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS INTERNACIONAIS:
1972 – Conferência de Estocolmo
· Consenso sobre a urgente necessidade de reação global para frear a deterioração ambiental.
· Partida dos princípios ambientais.
· As constituições posteriores passaram a adotar o princípio do meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental.
· Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA): agência interna do Sistema das Nações Unidas (ONU) responsável por promover a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos sob o prisma do desenvolvimento sustentável.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS INTERNACIONAIS:
1992 – Conferência das NaçõesUnidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO92, Rio-92, Cúpula ou Cimeira da Terra)
· Não é dotada de natureza jurídica de tratado.
· Reafirmou princípios da Declaração de Estocolmo e explicitou outros, como a responsabilidade objetiva por danos ao meio ambiente, poluidor-pagador, desenvolvimento sustentável.
· Nela foram elaboradas a Convenção sobre Diversidade Biológica, a Convenção sobre Mudanças do Clima, Declaração de Princípios sobre o Uso das Florestas, Declaração do Rio e a Agenda 21.
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PRINCIPAIS FONTES FORMAIS INTERNACIONAIS:
1997 – Protocolo de Kyoto (ou Rio+5)
· Países signatários se comprometem à reduzir significativamente a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa.
· Redução gradual ou a eliminação de imperfeições de mercado, incentivos fiscais, isenções tributárias e tarifárias, subsídios para os setores emissores de gases do efeito estufa.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS INTERNACIONAIS:
2002 – Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo.
· Reforço do compromisso de aceleração de esforços para cumprimento dos tratados e encontros anteriores.
· Declaração de Joanesburgo em Desenvolvimento Sustentável
· Plano de Implementação.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS INTERNACIONAIS:
2012 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
· Recoloca o meio ambiente na agenda comum internacional com novos focos;
· Economia verde;
· Erradicação da pobreza.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
1605 – Regimento do Pau-Brasil: “proteção das florestas”. Primeira lei de cunho ambiental no Brasil. Autorização da Coroa Portuguesa para explorar esse recurso natural valioso na época mediante impostos e taxas.
1797 – Carta régia: “proteção dos rios, nascentes e encostas”. Declara-os como propriedade da Coroa. Novamente com olhar econômico.
1799 - Regimento de Cortes de Madeiras: estabeleceu regras para a derrubada das árvores. Impostos, taxas e impunidade.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
1850 – Lei nº 601: Primeira lei de terras. Regulamentar ocupação e uso do solo.
1911 – Decreto nº 8.843: 1ª reserva florestal do Brasil (Território do Acre)
1916 – Código Civil: Aborda temas acerca de recursos naturais, mas de forma individualista. A proteção do meio ambiente e seus recursos como um bem econômico da propriedade privada.
1830 - Código Criminal: proibia o corte ilegal de madeira. Sem eficácia.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
1934 – Constituição Federal: Função social da propriedade ganha relevância jurídica como essencial para manter o meio ambiente e os direitos sociais. Primeiras normas efetivas de proteção ambiental per se, e não por seu valor econômico. (influência de México 1917 e Alemanha 1919)
1934 – Código Florestal: impôs limites ao uso da terra e exploração das florestas pautado no princípio da função social da propriedade.
1934 – Código de Águas: instrumento de proteção à utilização de recursos hídricos. Regulava muito mais a propriedade e a exploração da água como recurso natural do que a efetiva proteção ambiental.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
1964 – Estatuto da Terra: reivindicado por movimentos sociais que exigiam mudanças estruturais na propriedade e no usa da terra.
1965 – Código Florestal: ampliou a proteção à flora. Previa a criação de espaços ambientalmente protegidos, como RLs (reservas legais) e APPs (áreas de preservação permanente).
1967 - Código de Caça, Pesca e Mineração: Ditadura. Ótica individualista e econômica da exploração da fauna. Passava a ser crime a captura de animais silvestres, a caça profissional, o comércio de espécies da fauna e de produtos originários de sua caça. Sem eficácia pois não era aplicada com rigor. Caiu no esquecimento.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
1967 – Código de Mineração: Regularizando a exploração mineral, trazia alguma preocupação como o meio ambiente, especialmente quando interpretado e aplicado em consonância com a Constituição de 1988 e outras normas ambientais posteriores.
1975 – Norma de reparação da poluição provocada por atividades industriais: empresas poluidoras ficam obrigadas à prevenir e corrigir contaminação do meio ambiente.
1981 – Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81): Cria e regula o SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente. Cria a estrutura administrativa ambiental base do país, assim como o licenciamento ambiental, zoneamento ambiental, mais espaços protegidos.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
1985 – Lei da ACP - Ação Civil Pública: um dos pilares da chamada “jurisdição civil coletiva”. Instrumento processual para defesa de interesses transindividuais.
1988 – Constituição Federal: primeira a dispor capítulo próprio para proteção ambiental.
1998 – Lei de Crimes Ambientais: sanções penais e administrativas.
2000 – Lei do SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Compila diversas normas de proteção ambiental. Regra espaços ambientalmente protegidos.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
2001 – Estatuto das Cidades: Instrumentos de preservação do meio ambiente no espaço urbano e racionalização e ordenação do crescimento das cidades.
2009 – Política Nacional da Mudança do Clima: Diretrizes e instrumentos à serem implantados com vistas à reduzir o aquecimento global.
2012 – Código Florestal: Proteção da vegetação nativa, uso sustentável das florestas, em harmonia como crescimento e desenvolvimento econômico.
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Evolução Jurídica do Direito Ambiental Brasileiro
FASES DA TUTELA DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL:
1ª Fase - Tutela Econômica: da chegada dos portugueses à segunda metade do Século XX.
Do res nullius ad infinitum ao reconhecimento indireto de sua limitação, passível de ser privatizado, individualizado, portanto, detentor de valor.
Preocupação meramente econômica. Valoração econômica: oferta e essencialidade. Oferta limitada ou limitável, por esgotamento ou demora em sua reconstituição.
Código Civil de 1916: direito de vizinhança (arts. 554, 555, 567, 584, etc.)
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Evolução Jurídica do Direito Ambiental Brasileiro
FASES DA TUTELA DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL:
2ª Fase - Tutela Sanitária: de 1950 à 1980.
Preponderância na tutela da saúde e da qualidade de vida humana.
Preocupação do legislador com o aspecto da saúde. Aspecto econômico-utilitário da proteção do bem ambiental ainda existe (até hoje).
Código Florestal (Lei n. 4.771/65), o Código de Caça (Lei n. 5.197/67), o Código de Mineração (Decreto-lei n. 227/67), a Lei de Responsabilidade Civil por Danos Nucleares (Lei n. 6.453/77), etc.
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Evolução Jurídica do Direito Ambiental Brasileiro
FASES DA TUTELA DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL:
3ª Fase - Tutela Autônoma: 1981 à atualidade.
Mudança de paradigma: o homem deixa de ser o centro das atenções e passa a ter no meio ambiente em si mesmo considerado o foco da tutela.
Marco Inicial: Lei n. 6.938/81 — Política Nacional do Meio Ambiente.
Forte influência internacional: Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente de Estocolmo (1972); experiência legislativa norte- americana (lei do ar puro, lei da água limpa); criação do estudo de impacto ambiental.
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Evolução Jurídica do Direito Ambiental Brasileiro
FASES DA TUTELA DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL:
A Política Nacional do Meio Ambiente rompendo paradigmas:
· Novo paradigma ético - Proteção a todas as formas de vida. Conceito biocêntrico (art. 3º, I).
· Visão holística - Ser humano inserido como parte integrante do meio ambiente.
· Meio ambiente como objeto autônomo de tutela jurídica. Bem único, imaterial e indivisível.
· Conceitos gerais: parâmetro de norma geral ambiental (piso legislativo para as demais normas ambientais, nacional,estadual ou municipal)
· Política ambiental: diretrizes, objetivos e fins para a proteção ambiental.
· Microssistema de proteção ambiental: mecanismos de tutela civil, administrativa e penal do meio ambiente.
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Evolução Jurídica do Direito Ambiental Brasileiro
FASES DA TUTELA DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL:
A Constituição Federal de 1988 e a autonomia do Direito Ambiental Brasileiro:
· Status constitucional de ciência autônoma;
· Direito expressamente protegido pela Constituição com um capítulo inteiro;
· Princípios do Direito Ambiental (art. 225);
· Tutela material: forneceu o complemento necessário à proteção sistemática do meio ambiente.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE
art. 3º, I, da Lei n. 6.938/81:
“Art. 3º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I — meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; (...).”
· Não retrata apenas a ideia de espaço.
· Combinação de relações e interações de ordem física, química e biológica entre matérias vivos (bióticas) e não vivas (abióticas) ocorrentes nesse ambiente (espaço) e que são responsáveis pela manutenção, abrigo e pela regência de todas as formas de vida existentes nele.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE
· Ministro Antonio Herman de Vasconcellos e Benjamin (STJ): “(…) o conceito normativo de meio ambiente é teleologicamente biocêntrico (permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas), mas ontologicamente ecocêntrico (o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem química, física e biológica)”
· Aspecto Ontológico – Natureza (o que é): relações e interações de ordem física, química e biológica entre matérias vivos (bióticas) e não vivas (abióticas) ocorrentes nesse ambiente (espaço).
· Aspecto Teleológico – Finalidade (para que é): a proteção, o abrigo e a preservação de todas as formas de vida, através da preservação do equilíbrio do ecossistema.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
Aspecto ONTOLÓGICO (ECOCÊNTRICO)
Aspecto TELEOLÓGICO (BIOCÊNTRICO)
Formas BIÓTICAS e ABIÓTICAS
CONSERVAÇÃO de TODAS as FORMAS DE VIDA
“(…) o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica (...)”
“(…) que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; (...)”
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: o objeto do Direito Ambiental
· Constituição Federal de 1988:
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, (...) para as presentes e futuras gerações.”
· Equilíbrio ambiental essencial à qualidade de vida, das presentes e futuras gerações de todos os seres vivos. (Ecocentrismo e Biocentrismo).
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
- os componentes naturais (água, solo, ar, fauna, flora, etc.)
· processo ecológico e manejo das espécies (art. 225, § 1º, I);
· diversidade de patrimônio genético (art. 225, § 1º, II);
· espaços territoriais e seus componentes (art. 225, § 1º, III);
· proteção da fauna e da flora e da sua função ecológica, evitando a extinção das espécies (art. 225, § 1º, VII);
· recuperação do meio ambiente degradado pela recuperação das áreas de exploração de recursos minerais (art. 225, §§ 2º e 3º);
· florestas e formas de vegetação entendidas como patrimônio nacional e resguardadas dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais e ecossistemas naturais; etc. ((art. 225, §§ 4º).
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais Constituição Federal de 1988:
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I — Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II — Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
III — Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV — Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V — Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
VI — Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII — Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
Não há dúvida acerca dos componentes naturais como bens tutelados pelo Direito Ambiental, pela própria interpretação sistemática do art. 225, da Constituição Federal de 1988.
Mas e quanto aos os componentes artificiais? Os artificiais (ruas, praças, parques, etc.), socioculturais (bens históricos e culturais) e laborais (microambientes do trabalho)?
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
· Meio ambiente natural: tutela é ecocêntrica, visando atender à proteção de todas as formas de vida (biocêntrica).
· Meio ambiente artificial: tutela precipuamente antropocêntrica, preocupa-se principalmente com a qualidade de vida da população humana.
· Recursos ambientais artificiais se voltariam mais para os bens do Direito Urbanístico, Direito Econômico, Direito Civil, Direito do Trabalho, Direito Cultural, etc.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
“A incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometidapor interesses empresariais nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia a ‘defesa do meio ambiente’ (CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral” (STF, Tribunal Pleno, ADI 3.540 MC/DF, rel. Min. Celso de Mello, DJ 3-2-2006)
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
“AMBIENTAL E PROCESSUAL CIVIL. PRESERVAÇÃO ARQUITETÔNICA DO PARQUE LAGE (RJ). ASSOCIAÇÃO DE MORADORES. LEGITIMIDADE ATIVA. PERTINÊNCIA TEMÁTICA CARACTERIZADA. CONCEITO LEGAL DE ‘MEIO AMBIENTE’ QUE ABRANGE IDEAIS DE ESTÉTICA E PAISAGISMO (ARTS. 225, CAPUT, DA CR/88 E 3º, INC. III, ALÍNEAS ‘A’ E ‘D’ DA LEI N. 6.938/81). (…) 3. Em primeiro lugar, a
Constituição da República vigente expressamente vincula o meio ambiente à sadia qualidade de vida (art. 225, caput), daí por que é válido concluir que a proteção ambiental tem correlação direta com a manutenção e melhoria da qualidade de vida dos moradores do Jardim Botânico (RJ). 4. Em segundo lugar, a legislação federal brasileira que trata da problemática da preservação do meio ambiente é expressa, clara e precisa quanto à relação de continência existente entre os conceitos de loteamento, paisagismo e estética urbana e o conceito de meio ambiente, sendo que este último abrange os primeiros.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
5. Neste sentido, importante citar o que dispõe o art. 3º, inc. III, alíneas ‘a’ e ‘d’, da Lei n. 6.938/81, que considera como poluição qualquer degradação ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde e o bem-estar da população e afetem condições estéticas do meio ambiente. (…)” (STJ, 2ª Turma, REsp 876.931/RJ, rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJ 10-9-2010).
No mesmo sentido:
· Medida Cautelar n. 21.879/RJ (2013/0371446-1), Min. Napoleão Nunes Maia Filho, publicado em: 5-11-2013 (STJ)
· Agravo em Recurso Especial n. 454.215/RO (2013/0416719-2), Min. Humberto Martins, publicado em: 13-2-2014 (STJ).
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
· Art. 225, CF/88 c/c art. 99, I, Código Civil: bem de uso comum do povo.
· Arts. 100 e 102, Código Civil: inalienáveis e não sujeitos à usucapião.
· Art. 225, § 1º, CF/88: de necessidade geral, precisam ser geridos e regulamentados pelo Poder Público.
· Intenção de que o bem ambiental teria regime jurídico de bem público (regidos pelo Poder Público).
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
· Titularidade pertence ao povo, desta e das futuras gerações. Portanto, indetermináveis.
· Naturalmente indivisíveis, ou seja, não se repartem sem que isso represente uma alteração das suas propriedades ecológicas. Esses bens, assim como o resultado da sua combinação (o equilíbrio ecológico), são insuscetíveis de divisão pela vontade humana.
· Sendo o bem ambiental do povo, de titularidade indeterminável e objeto indivisível, conclui-se de que se trata de um bem difuso.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
· Não encontra fronteiras espaciais e territoriais. Interligação química, física e biológica dos bens ambientais, não é possível ao ser humano estabelecer limites ou paredes que isolem os fatores ambientais.
· Ubiquidade do bem ambiental. Onipresente.
· Bem ubíquo.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
· O equilíbrio ecológico é altamente instável, é um objeto extremamente sensível.
· Qualquer variação de algum de seus componentes bióticos ou abióticos, ou uma simples variação de tempo ou espaço, pode lhe causar um sério desequilíbrio.
· Bem instável.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
· O equilíbrio ecológico é essencial à manutenção, à conservação e ao abrigo sadios, de todas as formas de vida.
· Bem essencial.
· É causador e suscetível de danos por reflexão. A lesão ao equilíbrio ecológico pode causar, por via de reflexo, lesão à outros direitos privados, assim como os danos causados em outros bens podem, via reflexa, provocar danos ambientais.
· Bem refletivo.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
· Importância para a proteção de todas as formas de vida não cessa nunca.
· Um dano cometido ao meio ambiente sempre irradiará efeitos permanentes e até acentuados com o passar do tempo, sendo necessária a sua efetiva restauração (provocada ou natural) para que se reconquiste o equilíbrio perdido.
· Bem perene.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
· Não são totalmente conhecidos pelo ser humano, pois não são fruto da criação humana.
· Bem incognoscível.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
Titulares indetermináveis
Bem público
Indivisibilidade
Ubiquidade
Bem difuso
Instabilidade
Reflexibilidade
Essencialidade
Perenidade
Incognoscibilidade
CARACTERÍSTICAS E NATUREZA DO BEM AMBIENTAL
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
POLUIDOR
· Toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, direta ou indiretamente responsável pela degradação ambiental. (Lei n. 6.938/81, art. 3º, IV).
· Art. 225, caput, e §3º, da CF/88: qualquer pessoa, física ou jurídica, pública ou privada, pode se enquadrar no conceito de poluidor e assim ser responsabilizada civil, penal ou administrativamente.
· Não está atrelado à noção de licitude ou ilicitude. Pode haver poluidor que aja licitamente e poluidor que aja ilicitamente.
Civilmente, ambos respondem da mesma forma pelos prejuízos ambientais
82
Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
POLUIDOR
“(...) O conceito de poluidor, no Direito Ambiental brasileiro, é amplíssimo , confundindo-se, por expressa disposição legal, com o de degradador da qualidade ambiental (...). 12. Para o fim de apuração do nexo de causalidade no dano urbanístico-ambiental e de eventual solidariedade passiva, equiparam-se quem faz, quem não faz quando deveria fazer, quem não se importa que façam, quem cala quando lhe cabe denunciar, quem financia para que façam e quem se beneficia quando outros fazem (…)” (STJ, 2ª Turma, REsp 1.071.741/SP, rel. Min. Herman Benjamin, DJ 16- 12-2010).
83
Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
REsp 1.056.540/GO, Informativo n. 404 do STJ:
“Trata-se de ação civil pública (ACP) na qual o MP objetiva a recuperação de área degradada devido à construção de usina hidrelétrica, bem como indenização pelo dano causado ao meio ambiente. A Turma entendeu que a responsabilidade por danos ambientais é objetiva e, como tal, não exige a comprovação de culpa, bastando a constatação do dano e do nexo de causalidade. Contudo, não obstante a comprovação do nexo de causalidade ser a regra, em algumas situações dispensa-se tal necessidade em prol de uma efetiva proteção do bem jurídico tutelado. É isso que ocorre na esfera ambiental, nos casos em que o adquirente do imóvel é responsabilizado pelos danos ambientais causados na propriedade, independentemente de ter sido ele ou o dono anterior o real causador dos estragos. A responsabilidade por danos ao meio ambiente, além de objetiva, também é solidária. A possibilidade de responsabilizar o novo adquirente de imóvel já danificado apenas busca dar maior proteção ao meio ambiente, tendo em vista a extrema dificuldade de precisar qual foi a conduta poluente e quem foi seu autor. (...)” (STJ, 2ª Turma, REsp 1.056.540/GO, rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 25-8-2009).
84
Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
Poluidorindireto: O Estado pode ser responsabilizado solidariamente com
os particulares por danos ambientais, devido à falha no dever de fiscalização. REsp 1.666.027/SP, no STJ:
“O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que o ente federado tem o dever de fiscalizar e preservar o meio ambiente e combater a poluição (Constituição Federal, art. 23, VI, e art. 3º da Lei 6.938/1981), podendo sua omissão ser interpretada como causa indireta do dano (poluidor indireto), o que enseja sua responsabilidade objetiva. Precedentes: AgRg no REsp 1.286.142/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 28-2- 2013; AgRg no Ag 822.764/MG, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, DJ 2- 8-2007; REsp 604.725/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJ 22-8- 2005. (...)” (REsp 1.666.027/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 19-10- 2017, DJe 1º-2-2018).
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
POLUIDOR
· A mera potencialidade de lesão ou de ilícito ambiental enseja, de imediato, a tutela jurisdicional preventiva (Princípio da Precaução), pois o retorno ao estado anterior é quase sempre impossível.
· Pode ocupar o polo passivo o sujeito que pratique ou pretenda praticar atividade potencialmente causadora de degradação do meio ambiente.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
POLUIÇÃO
Art. 3º, III, da PNMA:
“Art. 3º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: (...)
III — poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; (...).”
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
POLUIÇÃO
· São poluentes as atividades praticadas pelo homem das quais resulte degradação da qualidade ambiental
· A exemplificação nas alíneas corresponde à efeitos da poluição, sendo imperfeita e antropocêntrica.
· Será poluição toda e qualquer atividade que, direta ou indiretamente, cause desequilíbrio ecológico.
· Os efeitos da poluição são variáveis e podem afetar tanto o ecossistema natural quanto o artificial.
88
Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
POLUIÇÃO
· É a degradação da qualidade ambiental resultante das atividades humanas.
· Qualquer atividade humana, lícita ou ilícita, de que resulte a degradação da qualidade ambiental. (Lei n. 6.938/81, art. 3º, III). Poluente.
· Readequação necessária, pois independe dos efeitos trazidos nas alíneas do inc. III, já que estes efeitos podem demorar anos para se manifestarem. Mas somente o fim destes que inicia a contagem do prazo prescricional.
· Decorre sempre de ato do ser humano, seja pessoa física ou jurídica.
· Danos ao meio ambiente causados por fenômenos ambientais (queimadas causadas por raios, erupções vulcânicas, etc.) não são atos de poluição, embora causem degradação do meio ambiente.
· Toda poluição causa degradação, mas nem toda degradação é causada por poluição.
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Conceitos Gerais do Direito Ambiental Brasileiro
- STJ: Responsabilização civil ambiental da noção de risco, afastando qualquer excludente oposta pelo poluidor responsabilizado.
“(...) 2. No caso, a premissa vencedora do acórdão é a de que a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, tendo por pressuposto a existência de atividade que implique riscos para a saúde e para o meio ambiente, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato que é fonte da obrigação de indenizar, de modo que aquele que explora a atividade econômica coloca-se na posição de garantidor da preservação ambiental, e os danos que digam respeito à atividade estarão sempre vinculados a ela, por isso descabe a invocação, pelo responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil e, portanto, irrelevante a discussão acerca da ausência de responsabilidade por culpa exclusiva de terceiro ou pela ocorrência de força maior” (EDcl no REsp 1.346.430/PR, rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4ª Turma, julgado em 5-2-2013, DJe 14-2-2013).
90
Princípios do Direito Ambiental
Fonte do Direito: ideias centrais de um determinado sistema jurídico. Sentido lógico, harmônico, racional e coerente. Profunda influência na interpretação legal.
Estrita relação de compatibilidade entre a aplicação das regras jurídicas e os comandos normativos decorrentes dos princípios:
a) Contradição = incorreta
b) Múltiplas interpretações = prevalência da mais compatível
C) Ausência de regra (lacuna) = construção através dos princípios.
ATENÇÃO: não há consenso na doutrina e jurisprudência acerca de alguns dos princípios de Direito Ambiental. Por tal motivo, estudaremos os princípios de forma abrangente.
91ATENÇÃO:
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: o “prima principium”.
· Tido por muitos doutrinadores do mundo todo como o princípio principal do Direito Ambiental e com conceito em constante desenvolvimento.
· Conferência de Estocolmo de 1972 sob o título de “abordagem do ecodesenvolvimento”, expressão ainda muito utilizada em alguns países da Europa, Ásia e América Latina.
· “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades” (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Relatório Brundtland - Nosso Futuro Comum, 1987). Gro Harlem Brundtland. Primeira Ministra da Noruega.
92
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: o “prima principium”.
· Necessidade da coexistência harmônica do desenvolvimento econômico com os limites ambientais, evitando o esgotamento dos recursos naturais e preservando-os para as futuras gerações.
· Desafios: crescente pobreza e crescentes impactos ambientais.
· Soluções: Equidade social + prudência ecológica + eficiência econômica
· Declaração da Rio 92: proteção do meio ambiente como parte integrante do processo de desenvolvimento.
93
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: o “prima principium”.
· “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
· “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (…) III - função social da propriedade; (…) VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;” (Princípio da Ordem Econômica)
· “Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; (...)”
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL
· Assegurar a solidariedade das presentes gerações em relação às futuras, para que também estas possam usufruir dos recursos naturais
· Ligado ao Princípio do Desenvolvimento Sustentável.
PRINCÍPIO DA UBIQUIDADE
· O meio ambiente “abriga e rege a vida em todas as suas formas” (art. 3º, I, da Lei n. 6.938/81).
· Onipresença do bem ambiental: não encontra qualquer fronteira, seja espacial, territorial ou mesmo temporal.
95
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS
· Não bastam apenaspolíticas nacionais de tutela do entorno.
· É imprescindível a construção de estreita relação de cooperação entre os povos.
· Política mundial/global de proteção e preservação do meio ambiente.
· Regras menos preocupadas com a soberania nacional e mais vinculadas a uma cooperação internacional, acompanhando o caráter onipresente da natureza.
96
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
· Participação solidária na proteção do meio ambiente.
· Dever social na tutela ao meio ambiente.
· “Art. 225. (…) impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê- lo e preservá-lo.”
· Dever da sociedade por duas posturas:
· negativa: impõe a adoção de comportamentos individuais (personalíssimos) de não praticar atos que possam ser ofensivos ao meio ambiente e seus componentes;
· positiva: impõe adoção de comportamentos sociais/coletivos consistentes numa tomada de atitude(comissiva, portanto), que não se resumam apenas à esfera individual, tendentes à proteção ambiental. Ex.: pressionar as decisões políticas do
Estado, exigir que todos façam a sua parte, participar na tomada de decisões na defesa do meio ambiente e da construção de políticas públicas, etc.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO AMBIENTAL
· Amplo acesso à efetiva informação de tudo o que diz respeito ao meio ambiente.
· Direito fundamental de saber tudo a respeito dos bens ambientais que são essenciais à sadia qualidade de vida.
· Direito da população a ter informação precisa sobre os males ambientais que um produto causa na natureza, os maiores poluidores e degradadores das florestas brasileiras, os imóveis que não se conectam à rede de esgoto nas cidades, etc.
· Instrumento fundamental na implementação e na realização do direito ambiental.
· Possibilita a participação popular e evita o autoritarismo do poder público, servindo como mecanismo de controle democrático dos atos públicos.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO AMBIENTAL
· Relatório de Impacto Ambiental (RIMA): tem por finalidade tornar acessíveis ao público as informações contidas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) (Resolução CONAMA n. 1/86).
· Selo Ruído: previsto na Resolução CONAMA n. 237/97, que instituiu o Programa Nacional de Controle da Poluição Sonora.
· Relatório de Qualidade do Meio Ambiente , a ser divulgado anualmente pelo IBAMA (art. 9º, X, da Lei n. 6.938/81).
· Obrigatoriedade de publicação do pedido de licenciamento ambiental (art. 10º, § 1º, da Lei n. 6.938/81).
· Avisos publicitários dos males causados à saúde por produtos como o cigarro.
99
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
· Art. 225. § 1º, CF/88: “Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (…) VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;”
- educação ambiental ≠ consciência ecológica
· Instrumento: “educação ambiental em todos os níveis de ensino”
· Objetivo: “conscientização pública para a preservação do meio ambiente”
· Art. 1º da Lei n. 9.795/99: “Art. 1º Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.”
· Resultado à LOOOOONGO PRAZO, porém essencial, necessário.
100
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
· Art. 42 da Lei n. 4.771/65 (Código Florestal);
· Art. 35 da Lei n. 5.197/67 (proteção à fauna);
· Art. 1º da Lei n. 6.902/81 (estações ecológicas);
· Lei n. 6.938/81 - educação ambiental erigida à princípio e objetivo da Política Nacional do Meio Ambiente:
“Art. 2º A Política Nacional do Meio Ambiente (...) atendidos os seguintes princípios: (…) X — educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.”
“Art. 4º A Política Nacional do Meio Ambiente visará: (…) V — (...) à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; (...)”
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
- Lei n. 9.795/99 - Política Nacional de Educação Ambiental
· Capítulo I — Da Educação Ambiental (arts. 1º a 5º).
· Capítulo II — Da Política Nacional de Educação Ambiental (arts. 6º a 13).
· Capítulo III — Da Execução da Política Nacional de Educação Ambiental (arts. 14 a 19).
· Capítulo IV — Disposições Finais (arts. 20 e 21).
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR (PPP/PUP)
· Incorporado à Política Ambiental pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 1972, constitui um dos fundamentos do Direito Ambiental (Conferência de Estocolmo 1972), fazendo parte da política global do meio ambiente.
· O poluidor deve suportar os custos do implemento das medidas de prevenção e controle da poluição, para estimular o uso racional dos recursos ambientais escassos e evitar distorções do comércio internacional e investimentos para assegurar que o ambiente permaneça em níveis aceitáveis. O custo dessas medidas deveriam refletir-se no preço dos bens e serviços.
· Jamais pode traduzir a ideia de “pagar para poluir”. Custo ambiental não tem valoração pecuniária correspondente. Ninguém pode comprar o direito de poluir.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR (PPP/PUP)
- Conferência Internacional Rio-92 - Declaração de Princípios, nº 16:
“As autoridades nacionais devem esforçar-se para promover a internalização dos custos de proteção do meio ambiente e o uso dos instrumentos econômicos, levando-se em conta o conceito de que o poluidor deve, em princípio, assumir o custo da poluição, tendo em vista o interesse público, sem desvirtuar o comércio e os investimentos internacionais.”
- Finalidade econômica: internalizar no preço dos produtos todos os custos socioambientais (externalidades negativas: matéria-prima, resíduos, poluição etc.), mitigando a privatização de lucros e socialização das perdas.
- Externalidades: reflexos sociais (benéficos ou maléficos) que um produto causa. Normalmente é Impossível medi-las, e, por isso, geralmente não estão incluídas no preço do produto.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR (PPP/PUP)
- Interpretação Jurídica-Ambiental: Uma vez permitido o uso incomum do bem ambiental (uso econômico, não ecológico), o usuário deve ser responsável pelos meios de prevenção, controle e compensação da eventual perda ambiental resultante da atividade econômica. Não se compra o direito de poluir mediante a internalização do custo socioambiental.
- Custo insuportável para a sociedade, ainda que internalizado, impede que o produto seja fabricado e que o custo da produção seja socializado, de acordo com a interpretação jurídica do poluidor-pagador.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR (PPP/PUP)
Em síntese: os bens ambientais são difusos e esgotáveis, portanto, todos que sejam responsáveis pela utilização desses bens em seu proveito (e em detrimento da sociedade) devem arcar com este déficit da coletividade.
Somente quando o prejuízo ambiental puder ser suportado e trouxer benefícios para a sociedade, ele deve ser internalizado por aquele que usa do meio ambiente em seu proveito, promovendo a redistribuição equitativa das externalidades ambientais.
Porém, caso não haja capacidade de suportar o dano ambiental e não houver a possibilidade de internalização, o produto não pode ser fabricado ou consumido. Ex.: baterias mais modernas.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR (PPP/PUP)
- PPP: proteção da qualidade do bem ambiental, mediante a verificação prévia da possibilidade ou não de internalizaçãode custos ambientais no preço do produto, até um patamar que não justifique economicamente a sua produção, ou que estimule a promoção ou a adoção de tecnologias limpas que não degradem a qualidade ambiental.
- PUP: Imputar-se àquele que faz uso do bem ambiental em seu exclusivo proveito os prejuízos sentidos por toda a sociedade. A diferença, contudo, é que, agora, as preocupações não se voltam mais à poluição do meio ambiente, mas ao uso dos bens ambientais. Repita-se, ainda que não haja qualquer degradação.
- Diferença: enquanto o poluidor-pagador preocupa-se com a qualidade do ambiente e de seus componentes, o usuário-pagador volta suas atenções à quantidade dos recursos ambientais. Criar consciência para o uso racional dos recursos naturais, permitindo uma socialização justa e igualitária de seu uso.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR (PPP/PUP)
POLUIDOR-PAGADOR
USUÁRIO-PAGADOR
· Visa, quando possível, internalizar no - Visa imputar ao usuário dos bens
custo dos produtos os prejuízos sentidos	ambientais o custo por seu “empréstimo”. por toda a sociedade com a degradação do - Destina-se a atividades não poluentes. meio ambiente.	- Preocupa-se com a quantidade dos
· Destina-se a atividades poluentes.	recursos naturais
· Preocupa-se com a qualidade dos recursos naturais.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
· Prevenção = cautela, cuidado.
· Condutas no sentido de evitar o dano ambiental.
· Uma vez ocorrido qualquer dano ambiental, sua reparação efetiva é praticamente impossível.
· Art. 225, CF/88: proteção não deve ser entendida apenas no sentido reparatório, mas principalmente no sentido preventivo,
· Proteção e preservação = conservação da qualidade de vida para as futuras gerações.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
· Dano previsto. Já estudado e razoavelmente quantificável.
· Dano ambiental quase sempre é irreversível. Não há retorno ao status quo ante.
· Sabendo-se que a atividade apresenta riscos de dano ao meio ambiente, esta não poderá ser desenvolvida; pois caso ocorra qualquer dano ambiental, sua reparação é praticamente impossível
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
· Não se trata do mesmo princípio da prevenção acima estudado. Precaução é um princípio distinto do Princípio da Prevenção.
· O Princípio da Precaução antecede a prevenção: sua preocupação não é evitar o dano ambiental, e sim evitar qualquer risco de dano ao meio ambiente.
· Prevenção = evidência. Já conhecido.
· Precaução = risco. Desconhecido.
· Quando não se tem certeza se um empreendimento pode ou não causar danos ambientais. É onde atua o princípio da precaução.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
· Busca evitar o risco mínimo ao meio ambiente quando houver incerteza científica acerca da sua potencial degradação (dúvida científica da potencialidade do dano ao meio ambiente)
· Ex.: liberação e descarte de organismo geneticamente modificado no meio ambiente, utilização de fertilizantes ou defensivos agrícolas, instalação de atividade ou obra, etc.
· Declaração de princípios da Conferência das Nações Unidas Rio-92:
“De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.”
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
· “Inversão da prova”: ao invés de caber aos órgãos de proteção ambiental provarem que uma atividade pode causar danos ambientais, é o empreendedor quem deve demonstrar cabalmente que a atividade não apresenta qualquer risco.
· Informativo STJ nº 418:
“DANO. MEIO AMBIENTE. PROVA. INVERSÃO. (...) Dessa forma, a aplicação do princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus probatório: compete a quem se imputa a pecha de ser, supostamente, o promotor do dano ambiental a comprovação de que não o causou ou de que não é potencialmente lesiva a substância lançada no ambiente. (...)” (STJ, 2ª Turma, REsp 1.060.753/SP, rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 1º-12-2009).
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE PRIVADA
· Os bens ambientais possuem fins e usos múltiplos, podendo servir ao mesmo tempo ao ecossistema natural e ao meio social, na maioria das vezes, não necessariamente com proveito econômico.
· Contudo, às vezes não há convergência entre esses usos. O uso social e o econômico não se compatibilizam com a sua função ecológica.
· Novas atribuições humanas às funções dos bens ambientais além daquelas às quais naturalmente se prestam, não são capazes de alterar as propriedades desses elementos ou alterar suas as funções vitais e imanentes ao meio ambiente como fatores indispensáveis à manutenção do equilíbrio ecológico.
· Sempre deve prevalecer a função ecológica dos bens ambientais sobre outras funções que o homem venha a lhes atribuir. As atividades humanas que dependem da função ecológica, e não o contrário.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE PRIVADA
· o uso artificial (econômico, social, etc.) do bem ambiental não pode comprometer o desempenho de sua função ecológica e de seu uso comum, direitos de todos, das presentes e futuras gerações.
· Sempre deve prevalecer a função ecológica dos bens ambientais sobre outras funções que o homem venha a lhes atribuir. As atividades humanas que dependem da função ecológica, e não o contrário.
· A função socioambiental da propriedade privada manda que o exercício das faculdades inerentes ao domínio se dê de modo a não prejudicar a função ecológica dos bens ambientais. O equilíbrio ecológico pertence à todos.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
· Quando há falha em cumprir os princípios da prevenção e precaução, há o princípio da responsabilização pelos danos ambientais causados.
· Tríplice responsabilidade ambiental: implicações conjuntas (simultâneas) e independente das esferas administrativa, cível e penal.
· Não há, com poucas exceções, obrigatoriedade ou hierarquia entre as esferas.
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