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EXERCÍCIO FÍSICO E ENVELHECIMENTO AULA 3 Profª Tatiane Calve 2 CONVERSA INICIAL O envelhecimento é um processo natural, irreversível e multifatorial, iniciado com o nascimento e findado com a morte (Gallahue; Ozmun, 2005). Dentre os múltiplos fatores que levam o indivíduo à fase adulta tardia estão alterações na área da saúde, sociologia, psicologia, economia, entre outras que podem levar o indivíduo à incapacidade funcional. Um dos fatores ambientais que influenciam tanto no processo de envelhecimento como na qualidade de vida do idosos é a prática regular de atividades físicas e/ou exercícios físicos. Com isso, a Organização Mundial da Saúde (2020) recomenda que os idosos devem realizar entre 75 a 300 minutos de atividade física aeróbica por semana, dependendo da intensidade. Para o fortalecimento muscular, envolvendo os principais grupos musculares, a recomendação é da realização de, no mínimo, dois dias por semana e as atividades multicomponentes que enfatizem o equilíbrio funcional, os idosos devem realizar, no mínimo, três vezes por semana (OMS, 2020). Antes de iniciar a explanação sobre os benefícios da prática regular dos exercícios físicos para os idosos, é importante salientar a diferença entre os conceitos de atividade física e exercício físico. Quadro 1 – Atividade física x Exercício físico ATIVIDADE FÍSICA EXERCICIO FÍSICO Qualquer tipo de atividade que o corpo realiza, aumentando o dispêndio de energia do corpo, diferenciando da energia gasta em repouso. Proporciona gasto de energia corporal com aplicação de atividade sistemática e planejada a ser realizada. Estado vital que permite o indivíduo participar de atividades de lazer e atividades do dia a dia sem que tenha fadiga excessiva. Atividades com controle de tempo, número de repetições, cargas a serem empregadas e o intervalo de descanso entre séries e sessões. 3 Exemplos de atividade física: caminhada, dança, jardinagem, subir escadas, limpar a casa, entre tantas outras. Tem por objetivo melhorar e proporcionar a manutenção das aptidões físicas relacionadas a saúde (AFRS) ou ao desempenho (AFRD). Fonte: Caspersen et al., 1985. Com o breve exposto, a texto a seguir irá abordar os tópicos: • Exercícios cardiorrespiratórios; • Exercícios resistidos; • Exercícios de flexibilidade; • Exercícios de equilíbrio e outras valências; • Exercícios cognitivos. TEMA 1 – EXERCÍCIOS CARDIORRESPIRATÓRIOS A prática regular de exercícios físicos proporciona uma série de benefícios ao organismo de qualquer indivíduo, incluindo o idoso, fazendo a manutenção e/ou a recuperação da saúde dessa população (Calve, 2016). Tendo em vista que a prática de exercícios físicos regulares permite ao idoso aumentar a expectativa de vida e, acima de tudo, melhorar as condições de vida durante o processo de envelhecimento (Gremeaux, 2012; Nelson et al., 2007). A prática regular de exercícios físicos é benéfica para os aspectos funcionais como sistema cardiorrespiratório, musculo esquelético, metabólico e imune, funcionalidade motora e aspectos psicossociais. Para Ueno et al. (2013), o envelhecimento cardiorrespiratório prejudica a captação e o transporte de oxigênio utilizado na demanda metabólica corporal. Assim, a prática de exercícios aeróbios, pelos idosos traz benefícios físicos e fisiológicos, ou seja, os idosos que praticam exercícios físicos regularmente usufruem da melhora da execução das atividades da vida diária (AVD), das atividades instrumentais da vida diária (AIVD). 4 1.1 Capacidade cardiorrespiratória dos idosos e exercícios físico Durante o processo de envelhecimento, as adaptações agudas do sistema cardiorrespiratório são mais lentas em decorrência das alterações presentes no sistema cardiovascular, havendo necessidade de ter mais cuidados com a aplicação de exercícios para o público idoso. Entretanto, a prática de exercícios físicos é fundamental para manutenção dessa valência física e diminuição do risco de morbidade e mortalidade na vida adulta tardia. O Americam College of Sports Medicine (ACSM) e a Associação Americana de Cardiologia recomendam uma combinação de exercícios aeróbios, resistidos e de flexibilidade. Essa combinação prevê que haja manutenção dos níveis de funcionalidade do organismo da pessoa idosa, reduzindo a incidência de doenças crônicas, além de aumentar a independência funcional do indivíduo. A capacidade cardiorrespiratória é uma das valências físicas mais influenciadas pelo processo de envelhecimento. Entretanto, é capaz de se adaptar ao exercício físico em qualquer faixa etária (Ueno et al., 2013): • Menor captação e transporte de O2; • Alteração da pressão arterial sistêmica; • Diminuição da independência. 1.2 Adaptações agudas do organismo ao exercício físico O conceito de adaptação diz respeito a mudanças estruturais e funcionais que ocorrem em todo organismo, que podem estar relacionadas à prática de exercícios físicos regulares Os exercícios físicos provocam mudanças estruturais e funcionais no organismo, o tirando de seu estado estável, a homeostase (Weineck,1989). As adaptações fisiológicas decorrentes do treinamento físico, denominadas de agudas ou crônicas, dependem do tempo da prática física. As adaptações agudas são aquelas que ocorrem imediatamente ou em até 72 horas após o exercício e são consideradas adaptações crônicas aquelas alterações morfofuncionais do organismo treinado (Kura; Tourinho, 2011). Os mesmos autores dividem as adaptações agudas em duas fases, sendo elas: • pré-imediato – logo após o início da atividade física; 5 • pós-imediato rápido – alguns minutos após o término da atividade. Nas adaptações agudas do organismo, são verificados aumento da frequência cardíaca, intensidade da respiração, da pressão arterial, da temperatura corporal, entre outras alterações fisiológicas (Araujo, 2001; Tourinho, 2001). Araujo (2001) e Tourinho (2001) indicam que as adaptações agudas são aquelas que ocorrem imediatamente ou em até 72h após o início do exercício e alteram: • Frequência cardíaca; • Intensidade da respiração; • Pressão arterial; • Temperatura corporal. 1.3 Adaptações crônicas do organismo ao exercício físico Quando praticado de maneira contínua, além das alterações agudas sofridas durante a sua realização, também proporciona adaptações fisiológicas crônicas no organismo (Brum, 2004), como hipertrofia, hiperplasia, aumento da velocidade de ativação das unidades motoras, alteração na composição corporal e dos diferentes sistemas. Segundo Kura e Tourinho Junior (2011), alterações na estrutura e função do coração, como aumento da espessura da parede e do tamanho da câmara do ventrículo, ocasionando aumento crônico da pressão arterial são algumas adaptações crônicas do sistema cardiovascular. Outra característica indicada por esses autores é a diminuição da frequência cardíaca em repouso, principalmente para os treinados com exercícios aeróbios. Teixeira et al. (2004) afirmam que o exercício realizado a médio e longo prazo ocasiona grande adaptação no transporte de oxigênio, decorrente do aumento do consumo de oxigênio que pode variar entre três e 20 vezes, dependendo de sua intensidade. A manutenção da funcionalidade motora, alteração da estrutura corporal (aumento da massa magra e massa óssea e redução de tecido adiposo) e a diminuição dos riscos de morbidade e mortalidade dos idosos também são alguns benefícios das adaptações crônicas da prática regular de exercícios físicos (Ueno et al., 2013; Araujo, 2001; Tourinho, 2001). 6 Fleck e Kremer (2004) afirmam que, tanto as adaptações agudas como as crônicas que ocorrem no organismo, dependem das características do exercício aplicado, como frequência, volume, intensidade, séries e intervaloentre sessões. TEMA 2 – EXERCÍCIOS RESISTIDOS Ueno et al. (2013) sugerem que a prática de exercícios físicos regulares para os idosos traz benefícios ao sistema musculoesquelético, ampliando a capacidade do idoso se manter mais independente na realização das atividades da vida diária (AVD) e das atividades instrumentais da vida diária (AIVD). Entre os benefícios do treinamento para o sistema musculoesquelético dos idosos, Ueno et al. (2013) indicam: • Aumento do suprimento sanguíneo; • Aumento da deposição de cálcio nos ossos; • Aumento da capacidade de suportar força e tensão nos ligamentos e tendões; • Diminuição das citocinas circulantes e teciduais; • Aumento da expressão e atividades enzimáticas oxidativas da musculatura. A prescrição de exercícios resistidos para idosos está associada à manipulação e combinação das adaptações agudas e crônicas que ocorrem no organismo. Praticar exercícios físicos regulares é uma recomendação médica para evitar e combater inúmeras patologias físicas e metabólicas; além de melhorar aspectos sociais, afetivos e cognitivos. Araujo et al. (2013) reforçam que, para prescrição de um determinado tipo de exercício, é necessário seguir as etapas: diagnóstico, prognóstico, elaboração, implementação e avaliação. 7 2.1 Variáveis da prática de exercícios físicos resistidos A prescrição de treinamento com pesos para idosos está associada à manipulação e combinação das adaptações agudas que ocorrem no organismo. Para prescrição do tipo de exercício, é necessário seguir as etapas: diagnóstico, prognóstico, elaboração, implementação e avaliação (Gurjao et al., 2013). Gurjão et al. (2013) indicam que se deve ter atenção em relação às variáveis da prática de exercícios resistidos para idosos, como: • Ação muscular – tipos de contração muscular (isotônico – excêntrica e concêntrica e isométrica). Em idosos é recomendado que se evite a utilização de exercícios com contração isométrica, para não aumentar a pressão arterial. • Intensidade e volume de treinamento – intensidade absoluta (medida de peso) e intensidade relativa (grau de esforço da realização do exercício). Já o volume de treinamento é a somatória do número de repetições. • Frequência de treinamento – número de sessões de treinamento de acordo com os objetivos do cliente. • Seleção dos exercícios – deve-se levar em consideração os objetivos, a habilidade e a experiência do cliente. • Velocidade do movimento – efeitos obre o metabolismo, controle neural da ativação muscular e respostas crônicas ao exercício. • Intervalo de recuperação entre as séries – efeitos sobre as respostas agudas e crônicas ao exercício. TEMA 3 – EXERCÍCIOS DE FLEXIBILIDADE Flexibilidade é a capacidade física da estrutura muscular esquelética se estender, sem provocar lesões. A flexibilidade permite maior amplitude de movimento articular e é um dos principais componentes funcionais relacionados a execução das atividades da vida diária e, por isso, deve ser treinado pelos idosos. A rotina de treinamento da flexibilidade com exercícios de alongamento é essencial para que o idoso não perca a mobilidade das articulações e possa realizar suas atividades diárias adequadamente. Assim sendo, o alongamento é 8 um tipo de exercício físico utilizado para melhor ou manutenção da capacidade física flexibilidade. 3.1 Tipos de treinamento de flexibilidade Existem diferentes tipos de treinamento de flexibilidade. Entre a diversidade de treinamento dessa capacidade física, estão: • Estático: são alongamentos sem movimento. Duas a quatro séries, com duração entre 10 a 30 segundos. • Dinâmico: há movimentação das articulações, para aumentar a amplitude do movimento e é bastante utilizado no início das sessões de treinamento. • Passivo: é realizado com ajuda de uma pessoa ou sozinho, com uso de acessórios. • Facilitação neuromuscular proprioceptiva: envolve a ajuda de um profissional, que irá segurar o membro a ser alongado entre 20 a 30 segundos. Para os idosos, o mais recomendado, por questão de segurança na execução do movimento, é o alongamento estático, em que ele executa a ação até o seu limite muscular e articular. 3.2 Exercícios de flexibilidade e melhora da qualidade de vida dos idosos Gallo, Gurjão e Gonçalvez (2013) indicam alguns grupos musculares importantes que haja treinamento de flexibilidade nos idosos, para que possam realizar as atividades da vida diária sem necessidade de auxílio de outra pessoa. • Flexores de quadril e extensores do joelho; • Extensores de quadril e flexores do joelho; • Flexores plantares e dorsais do tornozelo; • Flexores e extensores do ombro e cotovelo; • Exercícios de alongamento para coluna vertebral. Segundo Gallo, Gurjão eGonçalvez (2013), os exercícios de flexibilidade proporcionam aos idosos: • Melhora da coordenação motora; • Melhora da agilidade; 9 • Aumento da amplitude de movimento (articular e muscular); • Aumento da resistência muscular; • Melhora da resistência aeróbia. TEMA 4 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO E OUTRAS VALÊNCIAS A melhora ou manutenção das capacidades funcionais utilizadas na vida diária, como flexibilidade, coordenação motora, agilidade, equilíbrio, resistência muscular, força muscular e resistência aeróbia estão relacionadas com a aplicação de exercícios generalizados (Ceccato et al., 2013) e exercícios neuromotores, os quais também auxiliam na melhora da marcha (Gallo, Gobbi, Zuluaga; 2013). 4.1 Controle postural e equilíbrio Segundo Ghez (1991), citado por Freitas Junior e Barela (2006), o controle postural é conceituado como sendo a posição do corpo e seus segmentos e a orientação espacial desses segmentos. Para Horak, Macpherson (1996) e Maki e McIlroy (1996), os mecanismos utilizados para o controle da postura e do equilíbrio estão relacionados com conceitos biomecânicos e modelo do pêndulo invertido, utilizado exposto por Winter (1995) e Winter, Patla et al. (1998) citados por Coelho (2005): • Centro de Massa (CdM); • Base de Suporte (BdS); • Força da Gravidade (FG); • Sistema Nervoso Central (SNC); • Sistema Nervoso Periférico (SNP); • Sistema Sensorial. 10 Figura 1 – Modelo do pêndulo invertido 4.1.1 Mecanismos de controle postural Os sistemas que controlam a postura incluem: • Mecanismos aferentes (sistema sensorial) – sistema vestibular, sistema. visual e proprioceptivo (receptores cutâneos, articulares e musculares). • Mecanismos centrais – Sistema Nervoso Central (SNC). • Mecanismos eferentes – Sistema musculoesquelético. O sistema aferente é responsável por receber as informações providas do organismo (comprimento muscular, tensão dos ligamentos e tensões, orientação dos segmentos) e do ambiente (temperatura, características da superfície de contato, pressão dos segmentos no solo, localização do corpo no ambiente, orientação do corpo no espaço, entre outros). Após recepção das informações proprioceptivas e exteroceptivas, o SNC interpreta as informações, programa o controle da postural e envia as informações ao sistema efetor (sistema musculoesquelético). Entre as possibilidades de controlar a postura estão as estratégias utilizadas após alguma perturbação do equilíbrio. Essas estratégias são: • Estratégia do tornozelo; • Estratégia do quadril; • Estratégia do passo. 11 Figura 2 – Representação das estratégias do controle postural. Fonte: Slideplayer. Para que o controle postural e do equilíbrio seja efetivo, os sistemas devem estar funcionando de maneira interligada e com eficiência. Pensando que, com o processo de envelhecimento, os sistemas estão alterados e defasados, há grande risco de quedas na população idosa, pela dificuldade no desempenho do uso dos diferentes sistemas utilizados para o controle postural. Entretanto, com treinamento e exercíciosfísicos adequados, é possível melhorar o controle da postura e evitar quedas. 4.2 Exercícios de equilíbrio Entre os exercícios recomendados para melhorar e/ou recuperar o controle postura e equilíbrios estão: • Exercícios resistidos de membros inferiores; • Superfície instável; • Perturbação da BdS; • Perturbação do CdM. 4.3 Exercícios de coordenação motora, agilidade e marcha Outras características funcionais que podem ser mantidas, melhoradas e/ou recuperadas nos idosos são a coordenação motora, a agilidade e a marcha. A coordenação motora, principalmente a fina, sofre mudança durante o processo de envelhecimento devido a alterações nos sistemas muscular e visual, 12 dificultando as tarefas que exigem controle do movimento e coordenação óculo manual e óculo pedal. Com a queda dos sistemas musculoesquelético (diminuição de força muscular e flexibilidade) e sensorial (diminuição da visão, sistema proprioceptivo e vestibular), há também, menor desempenho nas tarefas que envolvem agilidade e marcha. Com isso, se faz necessário o treinamento de tarefas que utilizem: • Coordenação óculo manual e óculo pedal; • Agilidade; • Marcha. TEMA 5 – EXERCÍCIOS COGNITIVOS A saúde mental está relacionada com diversas atividades que permitem o idoso sentir-se bem e ser capaz de tomar decisões. As alterações mentais que podem vir a acometer os idosos alteram a percepção de felicidade do idoso, podendo levá-lo a um quadro depressivo, entre outras comorbidades associadas ao processo e envelhecimento cognitivo. A atividade física, além de trazer benefícios físicos e fisiológicos ao organismo, melhorando a qualidade de vida dos idosos, também pode influenciar na manutenção da cognição. Essas atividades devem ser realizadas diariamente para manter o cérebro ativo. 5.1 Declínio cognitivo no envelhecimento Durante o processo de envelhecimento, as alterações no processo de aprendizagem e atencionais, além das percepções espaço-temporais e imagem corporal também estão presentes (Fechine; Trompieri, 2012). Os lapsos de memória, as demências e dificuldade de aprendizagem são alguns aspectos mais presentes nos idosos, principalmente nos de idade mais avançada. Isso não significa que os idoso não seja capaz de aprender, mas que o processo de aprendizagem é mais lento e exige maior atenção e, às vezes, adaptações nos métodos de ensino. A atividade física, além de trazer benefícios físicos e fisiológicos ao organismo, também pode influenciar na manutenção da cognição. Essas atividades devem ser realizadas diariamente para manter o cérebro ativo. 13 5.2 Atividades para estimulação da cognição Já é um consenso entre os estudiosos da área da saúde que a prática regular de atividade física traz inúmeros benefícios a saúde e é recomendada como prevenção e tratamento de diferentes patologias. Estudos apontam que a atividade física oferece melhora nos aspectos cognitivos, neuropsiquátricos e funcionais (Santos et al., 2013), ampliando a independência e a qualidade de vida dos pacientes e, também, dos familiares que não se sobrecarregam com os cuidados. Entre as atividades recomentadas para treinamento da cognição dos idosos, estão (Santos et al., 2013): • Tarefa dupla – capacidades funcionais e cognitivas. • Treinamento com peso – exercícios resistidos. • Treinamento aeróbio – capacidades funcionais e resistência aeróbia. • Exercícios cognitivos – estimulação cognitiva. • Danças circulares – capacidades funcionais, estimulação cognitiva e socioafetiva. Entre as atividades recomendadas para estimular a capacidade cognitiva dos idosos podemos citar: memorizar números de telefone, lembrar e mudar os caminhos para ir até os locais corriqueiros, fazer caça-palavras, montar quebra- cabeças, entre outras atividades de estimulação cognitiva. Aprender novas exercícios físicos, idiomas, tocar um instrumento musical, entre outras atividades novas. As atividades, em seus diferentes aspectos, proporcionam ganhos gerais em relação à diminuição dos sintomas de depressão associada à perda cognitiva e aumento da funcionalidade do organismo do paciente NA PRÁTICA Vimos, nesta etapa, que as informações sensoriais são fundamentais para que haja controle dos movimentos, na execução de uma ou mais tarefas. A OMS orienta que idosos devem realizar entre 75 a 300 minutos de atividade física aeróbica por semana, dependendo da intensidade. Além disso, os idosos devem realizar fortalecimento muscular, de equilíbrio, flexibilidade, entre outras capacidades físicas. 14 Assim sendo, indique quais os benefícios dos exercícios resistidos para os idosos. Os exercícios resistidos proporcionam nos idosos: • Aumento do suprimento sanguíneo muscular; • Desenvolvimento do metabolismo muscular; • Aumento na massa muscular; • Hipertrofia muscular; • Aumento da densidade óssea; • Melhora na capacidade de suportar força e tensão nos ligamentos e tendões. FINALIZANDO Nesta etapa, foram indicados os inúmeros benefícios da prática regular de exercícios físicos para a saúde e bem-estar dos idosos. Foram abordadas as características das valências físicas e os exercícios recomendados para cada uma. Entre eles, os exercícios aeróbios, resistidos, de flexibilidade, de equilíbrio e cognitivos. 15 REFERÊNCIAS CALVE, T. Triciclo sem pedais: análise da locomoção em adultos e idosos e utilização para exercício físico em idosos institucionalizados. 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