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1 EXERCÍCIO FÍSICO E ENVELHECIMENTO AULA 1 Profª Tatiane Calve 2 CONVERSA INICIAL O envelhecimento, presente na vida de todos os seres vivos, segundo Gallahue; Ozmun (2005) e Spirduso (2005), é um processo dinâmico, progressivo, irreversível, multifatorial, os quais causam declínios funcionais progressivos (Kowald; Kirkwood, 1996; Kerrigan et al., 2003). As características e os fatores que influenciam no processo de envelhecer são de interesse de muitos estudiosos de diferentes áreas, como saúde, sociologia, psicologia, economia, direito, entre outras. Algumas delas buscam compreender o processo para tentar retardá-lo, enquanto outras analisam os parâmetros que possam levar à longevidade com qualidade de vida. Entres as características que determinam a velhice, está a idade cronológica, que indica, em anos, o tempo de vida de um indivíduo. Entretanto, idade cronológica não é determinante para relacionar um indivíduo com a velhice, pois as idades biológica, cognitiva e psicossocial também são marcadores do processo de envelhecimento. Segundo Fechine e Trompieri (2012), o processo de envelhecimento é influenciado pelos fatores: • biológicos – características moleculares, celulares, teciduais e orgânicos; • psíquicos e cognitivo – alterações no processo de aprendizagem e interações socioafetivas; • fatores ambientais – características socioeconômicas, incidências de doenças crônicas, sedentarismo, prática de exercícios físicos. A prática regular de exercícios físicos proporciona aumento na longevidade em, pelo menos, seis anos. Em contraponto, o sedentarismo, na velhice, aumenta a incidência de quedas e risco de morte por doenças crônicas em até 30%. Com o exposto, no texto a seguir, serão abordados os temas sobre envelhecimento: • conceitos e classificação; • envelhecimento social; • envelhecimento psicológico; • envelhecimento funcional; • autonomia e independência. 3 TEMA 1 – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO Como exposto anteriormente, o processo de envelhecimento está presente na vida de todos os seres vivos e é considerado por Gallahue; Ozmun (2005) e Spirduso (2005) como sendo um processo dinâmico, progressivo, irreversível, multifatorial, os quais causam declínios funcionais que vão progredindo com o avanço da idade (Kowald; Kirkwood, 1996; Kerrigan et al., 2003). As características dos idosos podem variar de acordo com os fatores biológicos e ambientais, como prática regular de exercícios físicos, alimentação equilibrada, sedentarismo, obesidade, tabagismo etc. Outros fatores que influenciam nas características dessa fase da vida são as diferenças regionais e étnico-raciais, pois a expectativa de vida de pessoas que vivem em países em desenvolvimento é menor do que as que residem em países desenvolvidos (Papalia; Feldman, 2013). Papalia e Feldman (2013) afirmam que, entre os inúmeros fatores que influenciam no processo de envelhecimento, está a diferença entre os gêneros. Essa diferença se deve ao fato de haver uma tendência de as mulheres viverem mais do que os homens, em decorrência de apresentarem mais cuidados com a saúde física e psicossocial (Papalia; Feldman, 2013). Outras indicações sobre o processo de envelhecimento que devem ser levadas em consideração são a idade cronológica (idades em anos) e a idade biológica (características do organismo). A idade cronológica é aquela determinada pelo calendário católico romano, de acordo com a data de nascimento (Weineck, 1991). Assim, a idade cronológica se refere ao número de dias, meses e anos que o indivíduo possui desde o nascimento e é um marcador em relação ao comportamento humano em uma linha temporal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o indivíduo idoso é aquele com mais de 60 anos, para países em desenvolvimento, como o Brasil, e com 65 anos ou mais para países desenvolvidos. Além da classificação proposta pela OMS, outros autores, como Shephard (2003) e Papalia; Feldman (2013) classificam os idosos em diferentes faixas etárias, de acordo com características comportamentais, psíquicas, sociais, históricas e funcionais. como indicado a seguir. 4 Shephard (2003) classifica os indivíduos em: • meia-idade – 40 a 65 anos; • velhice – 65 a 75 anos; • velhice avançada – 75 a 85 anos; • velhice muito avançada – acima de 85 anos. Papalia e Feldman (2013) classificam os idosos em: • idosos jovens – 65 a 74 anos; • idosos – 75-84 anos; • idosos mais velhos – acima de 85 anos. Entre as mais variadas classificações de idosos, surge, no século XXI, os novos-velhos, assim denominados pela busca por uma velhice mais longa e com mais qualidade de vida, com mais preocupação com a saúde e a aparência. Isso só é possível em decorrência do avanço da medicina, tecnologia, mudanças nas políticas públicas voltadas para o idoso e na economia. Para Fechine; Trompieri (2012), variáveis como sexo, genética, relógio biológico e ambiente podem interferir no processo de envelhecimento, dificultando ainda mais o processo de classificação etária. Mesmo a idade cronológica não sendo uma referência para a determinação de diferentes características que influenciam no envelhecimento, ela determina um marco para que os idosos possam desfrutar de direitos determinados pelo Estado. Em contrapartida, a idade biológica permite identificar as mudanças que ocorrem no organismo ao longo do processo de desenvolvimento, iniciado na concepção, findado na morte (Gallahue; Ozmun, 2005). A idade biológica está relacionada com as alterações que ocorrem nas características fisiológicas, morfológicas e funcionais do indivíduo ao longo da vida. Assim, podemos considerar que as mudanças individuais causam perdas fisiológicas, funcionais e isolamento do indivíduo, durante o processo de envelhecimento. Assim sendo, é possível inferir que, com o avanço da área médica, farmacêutica e tecnológica, se faz mais confiável utilizar outras medidas de idade, para caracterizar um indivíduo como idoso, levando em consideração, também, a idade psicológica e idade social. Freitas e Py (2018) indicam que o processo de envelhecimento pode ser caracterizado e explicado pelas influências genéticas e fatores ambientais, os 5 quais indicam um envelhecimento saudável ou com a presença de patologias relacionadas às disfunções orgânicas e funcionais. Dessa maneia, o processo de envelhecimento pode ser dividido em normativo (senescência) e senilidade, ou, ainda, em envelhecimento primário, secundário e terciário (Papalia; Feldman, 2013). 1.1 Senescência A senescência, ou envelhecimento primário, é o envelhecimento natural, “normal”, presente na vida de todos os seres vivos (Papalia; Feldman, 2013; Freitas; Py, 2018). A senescência é definida como sendo o envelhecimento fisiológico, com as alterações naturais que ocorrem no organismo em decorrência do processo de envelhecimento ao longo da vida. Papalia, Feldman (2013) e Jacob-Filho et al. (2006) afirmam que a senescência são as alterações que provocam perdas progressivas da funcionalidade orgânica, comprometendo a independência dos indivíduos e interferindo na qualidade de vida do idoso. Porém, a senescência pode ser influenciada por ações como prática regular de exercícios físicos, alimentação equilibrada, condições econômicas, culturais e sociais boas. 1.2 Senilidade A senilidade, ou envelhecimento secundário, é o processo de envelhecimento patológico, decorrente de um conjunto de alterações orgânicas que, atrelado ao estilo de vida da pessoa, leva à presença de doenças (Jacob- Filho et al., 2006; Spirduso, 2005). Papalia, Feldman (2013) e Spirduso (2005) afirmam que a senilidade é o resultado dos efeitos provocados pelas doenças e fatores ambientais que ocasionam comorbidades, decorrentes não somente doprocesso de envelhecimento, mas também dos maus hábitos diários. Freitas, Py (2018) indicam que, além dos estudos sobre as doenças associadas ao processo de envelhecimento, há a necessidade de identificar os fatores ambientais que mais influenciam no processo de envelhecimento patológico, ou seja, na aquisição de doenças senis. 6 1.3 Envelhecimento terciário O envelhecimento terciário é caracterizado pele idade avançada e seus efeitos naturais acumulados durante o processo de envelhecimento, bem como pelas patologias provocadas pela senilidade, como perdas orgânicas, fisiológicas, físicas, cognitivas e psicossociais mais acentuadas (Birren; Shroots, 1996, citado por Fechine; Trompieri, 2012). Nessa fase da vida, há maior debilidade orgânica e acentuada dependência cognitiva, psicossocial e física, sendo necessária a oferta de mais cuidados e atenção aos idosos. É importante salientar que é difícil precisar os limites entre o envelhecimento natural e o patológico, indicados nas subdivisões anteriores e que esse processo é multifatorial. TEMA 2 – ENVELHECIMENTO SOCIAL A idade social é definida como sendo a percepção do indivíduo em relação ao seu papel na sociedade, de acordo com os comportamentos atribuídos pela sociedade a cada faixa etária (Baraldi et al., 2007; Irigaray, 2008) e características de cada época em que vivemos (Neri, 2005, citado por Schneider; Irigaray; 2008). Um dos fatores que definem o indivíduo como idoso ou a chegada de velhice, em relação ao papel social, é a aposentadoria, momento em que o indivíduo deixa de ser economicamente ativo, fazendo com que o idoso aposentado não se sinta mais útil perante a família, amigos e a comunidade. É uma situação que leva muitos idosos à depressão, pois consideram a aposentadoria como o fim da fase adulta e entrada da velhice. 2.1 Saúde social do idoso A saúde social do idoso está relacionada à avaliação e percepção de bem- estar e felicidade com as influências intrínsecas (presença de doenças físicas, orgânicas e mentais) e mudanças ambientais, sociais e culturais (Baraldi et al., 2007; Neri, 2005). Para oferecer aos idosos uma sociedade mais justa, o Estatuto do Idoso, de 2003, impõe os direitos dos idosos como: 7 • direito à liberdade, ao respeito e à dignidade – assegurar direitos civis, políticos, individuais e sociais a todos os idosos; • direito à educação, cultura, esporte e lazer; • medidas de protetivas – fortalecimento dos vínculos familiares e sociais, podendo o idoso ser encaminhado a abrigos ou entidades assistenciais; • direito à política e entidades de atendimento ao idoso – direito a políticas sociais básicas e assistência em entidades de atendimento ao idoso, como as instituições de longa permanência para idosos (ILPIs). Entre outras diretrizes que orientam e defendem os idosos, na sociedade atual, o Estatuto do Idoso permite que eles tenham maior visibilidade e respeito em relação aos familiares, Estado e sociedade em geral. TEMA 3 – ENVELHECIMENTO PSICOLÓGICO Na intenção de compreender o processo de envelhecimento psicológico, Freitas e Py (2018) indicam as teorias psicológicas do envelhecimento, as quais buscam explicar o processo pelas características multidisciplinares e interdisciplinares que influenciam o desenvolvimento ao longo da vida. Os autores dividem as teorias psicológicas do envelhecimento em: • mudanças comportamentais da velhice; • diferença individuais das características do envelhecimento; • diferença em características específicas do processo de envelhecimento e influências da sociedade; • diferença entre idosos e grupos de idades distintas; • caracterização dos processos psíquicos, cognitivos e motivacionais da velhice. Além das teorias que explicam as características do envelhecimento psicológico, outros autores, como Schneider, Irigaray (2008) e Hoyer e Roodim, (2003, citado por Schneider; Irigaray, 2008), relatam que há idades psicológicas, as quais podem ser definidas como sendo a relação entre a idade cronológica e as capacidades psicológicas e de adequação do indivíduo ao meio em que está inserido. O estado de bem-estar mental e social depende da percepção de felicidade e angústias no decorrer da vida, ou seja, as características individuais 8 e a história de vida de cada um influencia na percepção de bem-estar físico e mental. Assim sendo, as mudanças que ocorrem na percepção de bem-estar e felicidade durante o processo de envelhecimento dependem das influências intrínsecas e extrínsecas ao indivíduo, como alimentação, prática de exercício físico regular, uso de álcool e drogas, trabalho, convívio familiar e social, etc. Para Batistela (2016), em um olhar médico, a saúde e a percepção de bem-estar psíquico são influenciadas pela saúde física, devido à possibilidade de haver a presença de doenças que irão debilitar e diminuir a independência do idoso. Leandro-França e Murta (2014) elencam alguns fatores que influenciam a qualidade psíquica do idoso: • perda do(a) parceiro(a) ou entes queridos; • mudança força de domicílio; • desemparo familiar; • ser socialmente ativo e útil; • ser economicamente ativo. Entre as alterações psíquicas relacionadas ao envelhecimento, estão os declínios psicomotores apresentados por idosos, os quais podem ser decorrentes da falta de prática, doenças psicossociais e comportamentos do dia a dia (Papalia; Feldman, 2013; OMS, 2005). Dessa maneira, a chegada a velhice deve ser construída durante todo o ciclo vital, considerando todos os aspectos e adaptações que o indivíduo sofre até a chegada da terceira idade. TEMA 4 – ENVELHECIMENTO FUNCIONAL Gênero, raça e localidade são alguns fatores que influenciam na longevidade e qualidade de vida dos idosos. Além disso, vimos anteriormente que as escolhas feitas durante toda a vida, como convívio familiar e social, alimentação e prática regular de exercícios físicos, são fatores importantes para que o indivíduo possa ampliar a sua expectativa de vida. Entres as características que interferem na longevidade e independência dos idosos, está a capacidade funcional, que é a capacidade do indivíduo em interagir em seu ambiente físico e psicossocial. Assim, Papalia e Feldman (2013) classificam os idosos em: 9 • idosos jovens – idosos ativos e saudáveis (65 a 74 anos); • idosos idosos – idosos frágeis e enfermos (75-84 anos). É importante ressaltar que a velocidade de declínio das funções fisiológicas é exponencial, ou seja, com o avanço da idade, as perdas funcionais são aceleradas. Assim sendo, ocorrem maiores perdas funcionais entre 60 e 70 anos do que entre 50 e 60 anos. 4.1 Importância da aptidão física para os idosos As mudanças orgânicas e os declínios funcionais dependem das características individuais, sou seja, para alguns, os danos causados pelo processo de envelhecimento ocorrem de maneira mais rápida e mais intensas do que em outras. Isso ocorre porque há influência de fatores externos e fatores genéticos. Além disso, idosos mais velhos tendem a apresentar maiores declínios orgânicos e alterações sistêmicas, deixando os idosos mais suscetíveis a infecções (Papalia; Feldman, 2013). Com o envelhecimento, as capacidades físicas e fisiológicas dos idosos são reduzidas, declinando o desempenho na realização das atividades relacionadas às aptidões físicas, que podem ser: • aptidão física relacionada à saúde; • aptidão física relacionada ao desempenho. Com a diminuição dos aspectos físicos e fisiológicos, os idosos estão mais suscetíveis ao acometimento pelas doenças e agravos não transmissíveis (DANT), como hipertensão arterial, patologias respiratórias, cardiopatias, diabetes e câncer (Maciel, 2010). Segundo Freitas e Py (2018), com as alterações fisiológicas decorrentes da presença de doenças e das mudanças orgânicas e sistêmicasdevido ao processo natural de envelhecimento, são necessários mais cuidados com a saúde no passar dos anos. Rickli e Jones (2008) indicam que a qualidade de vida, entre outros fatores, está diretamente relacionada com a saúde física e citam algumas características que influenciam na qualidade de vida durante o envelhecimento: • aumento da expectativa de vida e necessidade de boa condição física e funcional; 10 • avanços tecnológicos (benefícios x prejuízos); • manutenção da mobilidade e independência; • realização das atividades básicas da vida diária (ABVD) e atividades instrumentais da vida diária (AIVD). No quadro a seguir, estão expostos alguns parâmetros físicos, funções e objetivos das AVD e AIVD e as relações com aptidão física, limitação funcional e incapacidade física (Rikli; Jones, 2008): PARÂMETROS FÍSICOS FUNÇÕES OBJETIVOS AVD E AIVD Força e resistência muscular Resistência aeróbia Flexibilidade Potência Velocidade Agilidade Equilíbrio Composição corporal Andar Correr Subir escada Levantar-se da cadeira Erguer objetos Carregar objetos Inclinar o tronco Agachar Cuidados pessoais Compras Tarefas domésticas Jardinagem Prática esportiva Passeios Viagens Fonte: Tatiane Calve, 2024. Com os declínios funcionais progressivos que ocorrem no envelhecimento, há necessidade de cuidados especiais para que não ocorra o declínio dos parâmetros físicos, que ocasionam aumento das limitações físicas que podem levar o indivíduo à incapacidade física (Kerrigan et al., 2003). TEMA 5 – AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA A diminuição da autonomia e a independência física do idoso estão relacionadas ao perfil de morbidades e comorbidades decorrentes do processo natural do envelhecimento. Lapsos de memória, dificuldades de aprendizagem, atenção, percepções espaço-temporais e imagem corporal são alguns aspectos cognitivos e psíquicos modificados na fase da velhice que também interferem na autonomia e independência dos idosos. Entretanto, as condições de osteopenia e sarcopenia são alterações neuromotoras e osteomusculares decorrentes do processo de 11 envelhecimento natural, que diminuem drasticamente a capacidade autônoma dos idosos. 5.1 Ausência de doenças e independência A saúde pode ser considerada um estado de bem-estar englobando características físicas, mentais, afetivas, sociais e econômicas. As Dants estão entre as patologias que acometem grande parte dos idosos (aproximadamente 69%), principalmente aqueles em idade mais avançada (Maciel, 2010). As Dants (hipertensão arterial, artrite, cardiopatias e diabetes e, ainda, osteoporose, artrose, acidente vascular encefálico e patologias respiratórias) podem afetar a funcionalidade e independência física dos idosos, alterando o desempenho na realização das atividades da vida diária (AVD), as quais, de acordo com Maciel (2010) são subdivididas em: • atividades básicas de vida diária (ABVD) – são aquelas relacionadas ao autocuidado, por exemplo, tomar banho, se vestir, se alimentar de maneira independente; • atividades instrumentais de vida diária (AIVD) – são aquelas em que o indivíduo possui capacidade de levar uma vida independente dentro da comunidade em que vive, como utilizar o transporte, cuidar da casa, administrar as próprias finanças, tomar seus medicamentos, entre outras. A capacidade em realizar as AVDs permite ao idoso ter mais autonomia e independência, ampliando a percepção de saúde, bem-estar e qualidade de vida nessa fase. 5.1 Doenças diminuem a autonomia e a independência do idoso As doenças e o aumento da dependência física do idoso estão relacionados com o perfil de morbidades e comorbidades decorrentes do processo natural do envelhecimento. Alterações no andar dos idosos podem estar associadas à diminuição das capacidades físicas, demência, doenças osteomusculares, entre outras, e prejudicam a independência funcional (Perry, 1992). A incidência de quedas entre os idosos com mais de 65 anos é mais de 28% e, nos idosos com mais de 75 anos, a incidência de quedas é de aproximadamente 32% (Buksman et al., 2014). 12 Parâmetros como capacidade de realizar atividades que utilizam as aptidões físicas relacionadas à saúde e/ou as aptidões físicas relacionadas ao desempenho são importantes para identificar alterações na locomoção, equilíbrio e demais habilidades utilizadas no dia a dia. A seguir, são indicadas as aptidões físicas relacionadas à saúde (AFRS) e/ou as aptidões físicas relacionadas ao desempenho (AFRD). FRS AFRD Foça muscular Potência Resistência muscular localizada Velocidade Resistência aeróbia Agilidade Flexibilidade Equilíbrio Composição corporal (IMC) Coordenação motora Tempo de reação Fonte: Tatiane Calve, 2024. O envelhecimento ativo é a recomendação da Organização Mundial da Saúde, para maior longevidade com qualidade de vida (OMS, 1995). Contudo, a melhora das aptidões físicas influencia na autonomia e independência do idoso. NA PRÁTICA Nesta etapa, vimos que as informações sensoriais são fundamentais para que haja controle dos movimentos, na execução de uma ou mais tarefas. As doenças e o aumento da dependência física do idoso estão relacionados com o perfil de morbidades e comorbidades decorrentes do processo natural do envelhecimento. Entre as características que interferem na independência dos idosos, estão as alterações no andar, que podem estar associadas à diminuição das capacidades físicas, demência, doenças osteomusculares, entre outras. Entretanto, essas alterações podem ser reduzidas e, em alguns casos, evitadas. Qual seria a recomendação da OMS para maior longevidade com qualidade de vida? Segundo a OMS, para evitar e reduzir as Dants, é necessário buscar um envelhecimento ativo, com a prática regular de exercícios físicos. 13 FINALIZANDO Nesta etapa, foram abordados alguns conceitos sobre envelhecimento e os fatores que influenciam no processo de envelhecimento. Apresentamos as características das idades cronológicas, alterações sociais, psicológicas e funcionais. Fatores que afetam a autonomia e a independência dos idosos foi o tópico que finalizou este momento, indicando a prática de exercícios físicos na melhora das aptidões físicas e, consequentemente, na qualidade de vida. 14 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 1º out. 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em: 28 jul. 2022. FECHINE, B. R. A.; TROMPIERI, N. Processo de envelhecimento: as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. 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