Buscar

exercício e envelheciment 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIO FÍSICO E 
ENVELHECIMENTO 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Tatiane Calve 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
O envelhecimento, presente na vida de todos os seres vivos, segundo 
Gallahue; Ozmun (2005) e Spirduso (2005), é um processo dinâmico, 
progressivo, irreversível, multifatorial, os quais causam declínios funcionais 
progressivos (Kowald; Kirkwood, 1996; Kerrigan et al., 2003). 
As características e os fatores que influenciam no processo de envelhecer 
são de interesse de muitos estudiosos de diferentes áreas, como saúde, 
sociologia, psicologia, economia, direito, entre outras. Algumas delas buscam 
compreender o processo para tentar retardá-lo, enquanto outras analisam os 
parâmetros que possam levar à longevidade com qualidade de vida. 
Entres as características que determinam a velhice, está a idade 
cronológica, que indica, em anos, o tempo de vida de um indivíduo. Entretanto, 
idade cronológica não é determinante para relacionar um indivíduo com a 
velhice, pois as idades biológica, cognitiva e psicossocial também são 
marcadores do processo de envelhecimento. 
Segundo Fechine e Trompieri (2012), o processo de envelhecimento é 
influenciado pelos fatores: 
• biológicos – características moleculares, celulares, teciduais e orgânicos; 
• psíquicos e cognitivo – alterações no processo de aprendizagem e 
interações socioafetivas; 
• fatores ambientais – características socioeconômicas, incidências de 
doenças crônicas, sedentarismo, prática de exercícios físicos. 
A prática regular de exercícios físicos proporciona aumento na 
longevidade em, pelo menos, seis anos. Em contraponto, o sedentarismo, na 
velhice, aumenta a incidência de quedas e risco de morte por doenças crônicas 
em até 30%. 
Com o exposto, no texto a seguir, serão abordados os temas sobre 
envelhecimento: 
• conceitos e classificação; 
• envelhecimento social; 
• envelhecimento psicológico; 
• envelhecimento funcional; 
• autonomia e independência. 
 
 
3 
TEMA 1 – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO 
Como exposto anteriormente, o processo de envelhecimento está 
presente na vida de todos os seres vivos e é considerado por Gallahue; Ozmun 
(2005) e Spirduso (2005) como sendo um processo dinâmico, progressivo, 
irreversível, multifatorial, os quais causam declínios funcionais que vão 
progredindo com o avanço da idade (Kowald; Kirkwood, 1996; Kerrigan et al., 
2003). 
As características dos idosos podem variar de acordo com os fatores 
biológicos e ambientais, como prática regular de exercícios físicos, alimentação 
equilibrada, sedentarismo, obesidade, tabagismo etc. Outros fatores que 
influenciam nas características dessa fase da vida são as diferenças regionais e 
étnico-raciais, pois a expectativa de vida de pessoas que vivem em países em 
desenvolvimento é menor do que as que residem em países desenvolvidos 
(Papalia; Feldman, 2013). 
Papalia e Feldman (2013) afirmam que, entre os inúmeros fatores que 
influenciam no processo de envelhecimento, está a diferença entre os gêneros. 
Essa diferença se deve ao fato de haver uma tendência de as mulheres viverem 
mais do que os homens, em decorrência de apresentarem mais cuidados com a 
saúde física e psicossocial (Papalia; Feldman, 2013). 
Outras indicações sobre o processo de envelhecimento que devem ser 
levadas em consideração são a idade cronológica (idades em anos) e a idade 
biológica (características do organismo). 
A idade cronológica é aquela determinada pelo calendário católico 
romano, de acordo com a data de nascimento (Weineck, 1991). Assim, a idade 
cronológica se refere ao número de dias, meses e anos que o indivíduo possui 
desde o nascimento e é um marcador em relação ao comportamento humano 
em uma linha temporal. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o indivíduo idoso é 
aquele com mais de 60 anos, para países em desenvolvimento, como o Brasil, 
e com 65 anos ou mais para países desenvolvidos. 
Além da classificação proposta pela OMS, outros autores, como Shephard 
(2003) e Papalia; Feldman (2013) classificam os idosos em diferentes faixas 
etárias, de acordo com características comportamentais, psíquicas, sociais, 
históricas e funcionais. como indicado a seguir. 
 
 
4 
Shephard (2003) classifica os indivíduos em: 
• meia-idade – 40 a 65 anos; 
• velhice – 65 a 75 anos; 
• velhice avançada – 75 a 85 anos; 
• velhice muito avançada – acima de 85 anos. 
Papalia e Feldman (2013) classificam os idosos em: 
• idosos jovens – 65 a 74 anos; 
• idosos – 75-84 anos; 
• idosos mais velhos – acima de 85 anos. 
Entre as mais variadas classificações de idosos, surge, no século XXI, os 
novos-velhos, assim denominados pela busca por uma velhice mais longa e com 
mais qualidade de vida, com mais preocupação com a saúde e a aparência. Isso 
só é possível em decorrência do avanço da medicina, tecnologia, mudanças nas 
políticas públicas voltadas para o idoso e na economia. 
Para Fechine; Trompieri (2012), variáveis como sexo, genética, relógio 
biológico e ambiente podem interferir no processo de envelhecimento, 
dificultando ainda mais o processo de classificação etária. 
Mesmo a idade cronológica não sendo uma referência para a 
determinação de diferentes características que influenciam no envelhecimento, 
ela determina um marco para que os idosos possam desfrutar de direitos 
determinados pelo Estado. 
Em contrapartida, a idade biológica permite identificar as mudanças que 
ocorrem no organismo ao longo do processo de desenvolvimento, iniciado na 
concepção, findado na morte (Gallahue; Ozmun, 2005). A idade biológica está 
relacionada com as alterações que ocorrem nas características fisiológicas, 
morfológicas e funcionais do indivíduo ao longo da vida. Assim, podemos 
considerar que as mudanças individuais causam perdas fisiológicas, funcionais 
e isolamento do indivíduo, durante o processo de envelhecimento. 
Assim sendo, é possível inferir que, com o avanço da área médica, 
farmacêutica e tecnológica, se faz mais confiável utilizar outras medidas de 
idade, para caracterizar um indivíduo como idoso, levando em consideração, 
também, a idade psicológica e idade social. 
Freitas e Py (2018) indicam que o processo de envelhecimento pode ser 
caracterizado e explicado pelas influências genéticas e fatores ambientais, os 
 
 
5 
quais indicam um envelhecimento saudável ou com a presença de patologias 
relacionadas às disfunções orgânicas e funcionais. Dessa maneia, o processo 
de envelhecimento pode ser dividido em normativo (senescência) e senilidade, 
ou, ainda, em envelhecimento primário, secundário e terciário (Papalia; Feldman, 
2013). 
1.1 Senescência 
A senescência, ou envelhecimento primário, é o envelhecimento natural, 
“normal”, presente na vida de todos os seres vivos (Papalia; Feldman, 2013; 
Freitas; Py, 2018). A senescência é definida como sendo o envelhecimento 
fisiológico, com as alterações naturais que ocorrem no organismo em 
decorrência do processo de envelhecimento ao longo da vida. 
Papalia, Feldman (2013) e Jacob-Filho et al. (2006) afirmam que a 
senescência são as alterações que provocam perdas progressivas da 
funcionalidade orgânica, comprometendo a independência dos indivíduos e 
interferindo na qualidade de vida do idoso. 
Porém, a senescência pode ser influenciada por ações como prática 
regular de exercícios físicos, alimentação equilibrada, condições econômicas, 
culturais e sociais boas. 
1.2 Senilidade 
A senilidade, ou envelhecimento secundário, é o processo de 
envelhecimento patológico, decorrente de um conjunto de alterações orgânicas 
que, atrelado ao estilo de vida da pessoa, leva à presença de doenças (Jacob-
Filho et al., 2006; Spirduso, 2005). 
Papalia, Feldman (2013) e Spirduso (2005) afirmam que a senilidade é o 
resultado dos efeitos provocados pelas doenças e fatores ambientais que 
ocasionam comorbidades, decorrentes não somente doprocesso de 
envelhecimento, mas também dos maus hábitos diários. 
Freitas, Py (2018) indicam que, além dos estudos sobre as doenças 
associadas ao processo de envelhecimento, há a necessidade de identificar os 
fatores ambientais que mais influenciam no processo de envelhecimento 
patológico, ou seja, na aquisição de doenças senis. 
 
 
 
6 
1.3 Envelhecimento terciário 
O envelhecimento terciário é caracterizado pele idade avançada e seus 
efeitos naturais acumulados durante o processo de envelhecimento, bem como 
pelas patologias provocadas pela senilidade, como perdas orgânicas, 
fisiológicas, físicas, cognitivas e psicossociais mais acentuadas (Birren; Shroots, 
1996, citado por Fechine; Trompieri, 2012). Nessa fase da vida, há maior 
debilidade orgânica e acentuada dependência cognitiva, psicossocial e física, 
sendo necessária a oferta de mais cuidados e atenção aos idosos. 
É importante salientar que é difícil precisar os limites entre o 
envelhecimento natural e o patológico, indicados nas subdivisões anteriores e 
que esse processo é multifatorial. 
TEMA 2 – ENVELHECIMENTO SOCIAL 
A idade social é definida como sendo a percepção do indivíduo em relação 
ao seu papel na sociedade, de acordo com os comportamentos atribuídos pela 
sociedade a cada faixa etária (Baraldi et al., 2007; Irigaray, 2008) e 
características de cada época em que vivemos (Neri, 2005, citado por Schneider; 
Irigaray; 2008). 
Um dos fatores que definem o indivíduo como idoso ou a chegada de 
velhice, em relação ao papel social, é a aposentadoria, momento em que o 
indivíduo deixa de ser economicamente ativo, fazendo com que o idoso 
aposentado não se sinta mais útil perante a família, amigos e a comunidade. É 
uma situação que leva muitos idosos à depressão, pois consideram a 
aposentadoria como o fim da fase adulta e entrada da velhice. 
2.1 Saúde social do idoso 
A saúde social do idoso está relacionada à avaliação e percepção de bem-
estar e felicidade com as influências intrínsecas (presença de doenças físicas, 
orgânicas e mentais) e mudanças ambientais, sociais e culturais (Baraldi et al., 
2007; Neri, 2005). 
Para oferecer aos idosos uma sociedade mais justa, o Estatuto do Idoso, 
de 2003, impõe os direitos dos idosos como: 
 
 
7 
• direito à liberdade, ao respeito e à dignidade – assegurar direitos 
civis, políticos, individuais e sociais a todos os idosos; 
• direito à educação, cultura, esporte e lazer; 
• medidas de protetivas – fortalecimento dos vínculos familiares e 
sociais, podendo o idoso ser encaminhado a abrigos ou entidades 
assistenciais; 
• direito à política e entidades de atendimento ao idoso – direito a 
políticas sociais básicas e assistência em entidades de atendimento ao 
idoso, como as instituições de longa permanência para idosos (ILPIs). 
Entre outras diretrizes que orientam e defendem os idosos, na 
sociedade atual, o Estatuto do Idoso permite que eles tenham maior visibilidade 
e respeito em relação aos familiares, Estado e sociedade em geral. 
TEMA 3 – ENVELHECIMENTO PSICOLÓGICO 
Na intenção de compreender o processo de envelhecimento psicológico, 
Freitas e Py (2018) indicam as teorias psicológicas do envelhecimento, as quais 
buscam explicar o processo pelas características multidisciplinares e 
interdisciplinares que influenciam o desenvolvimento ao longo da vida. Os 
autores dividem as teorias psicológicas do envelhecimento em: 
• mudanças comportamentais da velhice; 
• diferença individuais das características do envelhecimento; 
• diferença em características específicas do processo de envelhecimento 
e influências da sociedade; 
• diferença entre idosos e grupos de idades distintas; 
• caracterização dos processos psíquicos, cognitivos e motivacionais da 
velhice. 
Além das teorias que explicam as características do envelhecimento 
psicológico, outros autores, como Schneider, Irigaray (2008) e Hoyer e Roodim, 
(2003, citado por Schneider; Irigaray, 2008), relatam que há idades psicológicas, 
as quais podem ser definidas como sendo a relação entre a idade cronológica e 
as capacidades psicológicas e de adequação do indivíduo ao meio em que está 
inserido. 
O estado de bem-estar mental e social depende da percepção de 
felicidade e angústias no decorrer da vida, ou seja, as características individuais 
 
 
8 
e a história de vida de cada um influencia na percepção de bem-estar físico e 
mental. Assim sendo, as mudanças que ocorrem na percepção de bem-estar e 
felicidade durante o processo de envelhecimento dependem das influências 
intrínsecas e extrínsecas ao indivíduo, como alimentação, prática de exercício 
físico regular, uso de álcool e drogas, trabalho, convívio familiar e social, etc. 
Para Batistela (2016), em um olhar médico, a saúde e a percepção de 
bem-estar psíquico são influenciadas pela saúde física, devido à possibilidade 
de haver a presença de doenças que irão debilitar e diminuir a independência do 
idoso. 
Leandro-França e Murta (2014) elencam alguns fatores que influenciam a 
qualidade psíquica do idoso: 
• perda do(a) parceiro(a) ou entes queridos; 
• mudança força de domicílio; 
• desemparo familiar; 
• ser socialmente ativo e útil; 
• ser economicamente ativo. 
Entre as alterações psíquicas relacionadas ao envelhecimento, estão os 
declínios psicomotores apresentados por idosos, os quais podem ser 
decorrentes da falta de prática, doenças psicossociais e comportamentos do dia 
a dia (Papalia; Feldman, 2013; OMS, 2005). Dessa maneira, a chegada a velhice 
deve ser construída durante todo o ciclo vital, considerando todos os aspectos e 
adaptações que o indivíduo sofre até a chegada da terceira idade. 
TEMA 4 – ENVELHECIMENTO FUNCIONAL 
Gênero, raça e localidade são alguns fatores que influenciam na 
longevidade e qualidade de vida dos idosos. Além disso, vimos anteriormente 
que as escolhas feitas durante toda a vida, como convívio familiar e social, 
alimentação e prática regular de exercícios físicos, são fatores importantes para 
que o indivíduo possa ampliar a sua expectativa de vida. 
Entres as características que interferem na longevidade e independência 
dos idosos, está a capacidade funcional, que é a capacidade do indivíduo em 
interagir em seu ambiente físico e psicossocial. 
Assim, Papalia e Feldman (2013) classificam os idosos em: 
 
 
9 
• idosos jovens – idosos ativos e saudáveis (65 a 74 anos); 
• idosos idosos – idosos frágeis e enfermos (75-84 anos). 
É importante ressaltar que a velocidade de declínio das funções 
fisiológicas é exponencial, ou seja, com o avanço da idade, as perdas funcionais 
são aceleradas. Assim sendo, ocorrem maiores perdas funcionais entre 60 e 70 
anos do que entre 50 e 60 anos. 
4.1 Importância da aptidão física para os idosos 
As mudanças orgânicas e os declínios funcionais dependem das 
características individuais, sou seja, para alguns, os danos causados pelo 
processo de envelhecimento ocorrem de maneira mais rápida e mais intensas 
do que em outras. Isso ocorre porque há influência de fatores externos e fatores 
genéticos. Além disso, idosos mais velhos tendem a apresentar maiores 
declínios orgânicos e alterações sistêmicas, deixando os idosos mais suscetíveis 
a infecções (Papalia; Feldman, 2013). 
Com o envelhecimento, as capacidades físicas e fisiológicas dos idosos 
são reduzidas, declinando o desempenho na realização das atividades 
relacionadas às aptidões físicas, que podem ser: 
• aptidão física relacionada à saúde; 
• aptidão física relacionada ao desempenho. 
Com a diminuição dos aspectos físicos e fisiológicos, os idosos estão mais 
suscetíveis ao acometimento pelas doenças e agravos não transmissíveis 
(DANT), como hipertensão arterial, patologias respiratórias, cardiopatias, 
diabetes e câncer (Maciel, 2010). 
Segundo Freitas e Py (2018), com as alterações fisiológicas decorrentes 
da presença de doenças e das mudanças orgânicas e sistêmicasdevido ao 
processo natural de envelhecimento, são necessários mais cuidados com a 
saúde no passar dos anos. 
Rickli e Jones (2008) indicam que a qualidade de vida, entre outros 
fatores, está diretamente relacionada com a saúde física e citam algumas 
características que influenciam na qualidade de vida durante o envelhecimento: 
• aumento da expectativa de vida e necessidade de boa condição física e 
funcional; 
 
 
10 
• avanços tecnológicos (benefícios x prejuízos); 
• manutenção da mobilidade e independência; 
• realização das atividades básicas da vida diária (ABVD) e atividades 
instrumentais da vida diária (AIVD). 
No quadro a seguir, estão expostos alguns parâmetros físicos, funções e 
objetivos das AVD e AIVD e as relações com aptidão física, limitação funcional 
e incapacidade física (Rikli; Jones, 2008): 
PARÂMETROS 
FÍSICOS 
FUNÇÕES OBJETIVOS AVD E 
AIVD 
Força e resistência 
muscular 
Resistência aeróbia 
Flexibilidade 
Potência 
Velocidade 
Agilidade 
Equilíbrio 
Composição corporal 
Andar 
Correr 
Subir escada 
Levantar-se da cadeira 
Erguer objetos 
Carregar objetos 
Inclinar o tronco 
Agachar 
Cuidados pessoais 
Compras 
Tarefas domésticas 
Jardinagem 
Prática esportiva 
Passeios 
Viagens 
Fonte: Tatiane Calve, 2024. 
Com os declínios funcionais progressivos que ocorrem no 
envelhecimento, há necessidade de cuidados especiais para que não ocorra o 
declínio dos parâmetros físicos, que ocasionam aumento das limitações físicas 
que podem levar o indivíduo à incapacidade física (Kerrigan et al., 2003). 
TEMA 5 – AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA 
A diminuição da autonomia e a independência física do idoso estão 
relacionadas ao perfil de morbidades e comorbidades decorrentes do processo 
natural do envelhecimento. 
Lapsos de memória, dificuldades de aprendizagem, atenção, percepções 
espaço-temporais e imagem corporal são alguns aspectos cognitivos e psíquicos 
modificados na fase da velhice que também interferem na autonomia e 
independência dos idosos. Entretanto, as condições de osteopenia e sarcopenia 
são alterações neuromotoras e osteomusculares decorrentes do processo de 
 
 
11 
envelhecimento natural, que diminuem drasticamente a capacidade autônoma 
dos idosos. 
5.1 Ausência de doenças e independência 
A saúde pode ser considerada um estado de bem-estar englobando 
características físicas, mentais, afetivas, sociais e econômicas. As Dants estão 
entre as patologias que acometem grande parte dos idosos (aproximadamente 
69%), principalmente aqueles em idade mais avançada (Maciel, 2010). 
As Dants (hipertensão arterial, artrite, cardiopatias e diabetes e, ainda, 
osteoporose, artrose, acidente vascular encefálico e patologias respiratórias) 
podem afetar a funcionalidade e independência física dos idosos, alterando o 
desempenho na realização das atividades da vida diária (AVD), as quais, de 
acordo com Maciel (2010) são subdivididas em: 
• atividades básicas de vida diária (ABVD) – são aquelas relacionadas ao 
autocuidado, por exemplo, tomar banho, se vestir, se alimentar de 
maneira independente; 
• atividades instrumentais de vida diária (AIVD) – são aquelas em que o 
indivíduo possui capacidade de levar uma vida independente dentro da 
comunidade em que vive, como utilizar o transporte, cuidar da casa, 
administrar as próprias finanças, tomar seus medicamentos, entre outras. 
A capacidade em realizar as AVDs permite ao idoso ter mais autonomia e 
independência, ampliando a percepção de saúde, bem-estar e qualidade de vida 
nessa fase. 
5.1 Doenças diminuem a autonomia e a independência do idoso 
As doenças e o aumento da dependência física do idoso estão relacionados 
com o perfil de morbidades e comorbidades decorrentes do processo natural do 
envelhecimento. 
Alterações no andar dos idosos podem estar associadas à diminuição das 
capacidades físicas, demência, doenças osteomusculares, entre outras, e 
prejudicam a independência funcional (Perry, 1992). 
A incidência de quedas entre os idosos com mais de 65 anos é mais de 
28% e, nos idosos com mais de 75 anos, a incidência de quedas é de 
aproximadamente 32% (Buksman et al., 2014). 
 
 
12 
Parâmetros como capacidade de realizar atividades que utilizam as 
aptidões físicas relacionadas à saúde e/ou as aptidões físicas relacionadas ao 
desempenho são importantes para identificar alterações na locomoção, equilíbrio 
e demais habilidades utilizadas no dia a dia. 
A seguir, são indicadas as aptidões 
físicas relacionadas à saúde (AFRS) 
e/ou as aptidões físicas relacionadas 
ao desempenho (AFRD). FRS 
AFRD 
Foça muscular Potência 
Resistência muscular localizada Velocidade 
Resistência aeróbia Agilidade 
Flexibilidade Equilíbrio 
Composição corporal (IMC) Coordenação motora 
 Tempo de reação 
Fonte: Tatiane Calve, 2024. 
O envelhecimento ativo é a recomendação da Organização Mundial da 
Saúde, para maior longevidade com qualidade de vida (OMS, 1995). Contudo, a 
melhora das aptidões físicas influencia na autonomia e independência do idoso. 
NA PRÁTICA 
Nesta etapa, vimos que as informações sensoriais são fundamentais para 
que haja controle dos movimentos, na execução de uma ou mais tarefas. As 
doenças e o aumento da dependência física do idoso estão relacionados com o 
perfil de morbidades e comorbidades decorrentes do processo natural do 
envelhecimento. 
Entre as características que interferem na independência dos idosos, 
estão as alterações no andar, que podem estar associadas à diminuição das 
capacidades físicas, demência, doenças osteomusculares, entre outras. 
Entretanto, essas alterações podem ser reduzidas e, em alguns casos, evitadas. 
Qual seria a recomendação da OMS para maior longevidade com qualidade de 
vida? Segundo a OMS, para evitar e reduzir as Dants, é necessário buscar um 
envelhecimento ativo, com a prática regular de exercícios físicos. 
 
 
 
13 
FINALIZANDO 
Nesta etapa, foram abordados alguns conceitos sobre envelhecimento e 
os fatores que influenciam no processo de envelhecimento. Apresentamos as 
características das idades cronológicas, alterações sociais, psicológicas e 
funcionais. 
Fatores que afetam a autonomia e a independência dos idosos foi o tópico 
que finalizou este momento, indicando a prática de exercícios físicos na melhora 
das aptidões físicas e, consequentemente, na qualidade de vida. 
 
14 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 1º out. 2003. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em: 28 jul. 
2022. 
FECHINE, B. R. A.; TROMPIERI, N. Processo de envelhecimento: as principais 
alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Revista 
cientifica internacional, ed. 20, v. 1, n. 7, jan./mar. 2012. 
FREITAS, E. V.; PY, L. Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 
GALLAHUE, D.L. E OZMUN, J.C. Compreendendo o desenvolvimento motor: 
bebês, crianças, adolescentes e adultos. .3. ed. São Paulo: Phorte, 2005. 
MACIEL, M. G. Artigo de revisão atividade física e funcionalidade do idoso. 
Motriz, Rio Claro, v. 16 n. 4, p. 1024-1032, out./dez. 2010. 
NERI, A. L.; YASSUDA, M. S. Velhice bem-sucedida: aspectos afetivos e 
cognitivos. 3. ed. Campinas: Papirus, 2008. 
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto alegre: 
Artmed, 2013. 
RELATÓRIO mundial de envelhecimento e saúde. Organização Mundial de 
Saúde (OMS), 2015. Disponível em: <https://sbgg.org.br/wp-
content/uploads/2015/10/oms-envelhecimento-2015-port.pdf>. acesso em: 28 
jul. 2022. 
SCHNEIDER, R. H.; IRIGARAY, T. Q. O envelhecimento na atualidade: 
aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Estud. Psicol. v. 25, 
n.4, Campinas, out./dez. 2008. 
SHEPHARD. R. J. Envelhecimento, atividade física e saúde. São Paulo: 
Phorte, 2003. 
SPIRDUSO,W. W. Dimensões físicas do envelhecimento. Barueri: Manole, 
2005. 
WEINECK, J. Fundamentos gerais da biologia do esporte para infância e 
adolescência; biologia do esporte. São Paulo: Manole,1991. 
 
 
15 
WORLD population prospects, the 2012 revision. United Nations (UN), 17 jun. 
2013. Disponível em: 
<https://www.un.org/en/development/desa/publications/world-population-
prospects-the-2012-revision.html>. Acesso em: 28 jul. 2022.

Mais conteúdos dessa disciplina