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Reações dos ânions
Apresentação
Todo composto químico iônico apresenta duas estruturas distintas: um cátion de carga positiva e 
um ânion de carga negativa. Identificar um ânion é fundamental na caracterização de um composto, 
visto que as características químicas e físicas de uma substância dependem do ânion ligado ao 
cátion. Para entender este processo melhor, veja este exemplo: o cloreto de cálcio é solúvel em 
água e, nesta forma, os íons podem migrar livremente nos diferentes sistemas biológicos. Já o 
fosfato de cálcio é insolúvel e, como tal, não é passível de absorção biológica. Apesar desse aspecto 
aparentemente negativo, o cálcio na forma de fosfato é utilizado na formação dos ossos. 
Considerando que não se solubiliza com facilidade, o cálcio depositado no tecido ósseo forma uma 
estrutura rígida capaz de suportar os diversos impactos que o organismo sofre e proteger os órgãos 
internos como o coração, pulmão e cérebro. Por isso é importante saber identificar os ânions 
presentes em uma substância.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá estudar as diferentes reações envolvidas na identificação 
dos ânions. Com isto, você será capaz de identificar as técnicas utilizadas para separar cada ânion 
de uma amostra, bem como aplicar um roteiro que auxilia na identificação de cada ânion presente 
em uma mistura.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer reações de ânions.•
Identificar técnicas de separação de ânions.•
Aplicar um roteiro de identificação em mistura de ânions.•
Desafio
No mundo contemporâneo, diversas são as patologias que envolvem os sistemas iônicos do corpo, 
tais como: hipertensão devido ao excesso de sódio (cátion); acidose metabólica oriunda de diarreia, 
em função da perda de bicarbonato (ânion) pelas fezes, entre outras. O rim é o órgão do corpo 
diretamente responsável pelo equilíbrio de íons e, também, o mais afetado por eles. Por isso, a 
patologia mais comum associada aos íons nos rins é a litíase renal, também conhecida como cálculo 
renal. 
 
A partir disso, imagine a seguinte situação.
Com base nas informações apresentadas, explique como proceder para realizar a análise química da 
amostra.
Infográfico
Processos fermentativos são muito utilizados para a síntese de diversos compostos orgânicos, 
muitos dos quais têm características ácidas, e são essenciais na indústria moderna. Para que 
funcionem, os micro-organismos são cultivados em meios de cultura apropriados contendo 
nutrientes e controle de acidez. O Aspergilus niger é um fungo que produz um metabólito diferente 
dependendo do pH do meio de cultivo. Isso ocorre porque, durante a fermentação, o fungo libera 
ácidos no meio de cultivo que modificam o produto final. Assim, para escolher o produto de 
interesse, o uso de sais insolúveis pode ser de grande valia.
Confira no Infográfico o processo de fermentação desse fungo.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para 
acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/86922e7e-261d-4a47-a0a8-f0d812034c4a/7146e36c-cf28-4e30-ab03-d35da17032b0.png
Conteúdo do livro
Os princípios básicos do estudo dos ânions são apresentados por meio de figuras e reações. Essas 
se aplicam a importância de se reconhecer os ânions, sua identificação e a importância deste 
processo.
No capítulo Reações dos ânions, da obra Química analítica qualitativa, você irá conhecer as 
principais reações envolvendo ânions. Também irá identificar as técnicas de separação dos ânions e 
aplicar roteiros de identificação dos ânions quando estes estiverem em uma mistura.
Boa leitura.
QUÍMICA 
ANALÍTICA 
QUALITATIVA
Christian Boller 
Reação dos ânions
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer reações de ânions.
 � Identificar técnicas de separação de ânions.
 � Aplicar roteiro de identificação em mistura de ânions.
Introdução
Na natureza, os compostos iônicos são organizados de forma a possuírem 
uma estrutura química com carga positiva (denominada cátion) e outra 
negativa (denominada ânion). Esses compostos iônicos têm diversas 
aplicações práticas, como o cloreto de sódio, que é utilizado na alimen-
tação e na produção de cosméticos; o carbonato de lítio, utilizado como 
medicamentos; entre outros. As características químicas do composto 
(bem como seu uso) dependem de quais cátion e ânion estão presentes 
na estrutura e, por isso, é essencial que se conheça sua composição.
Diferentemente dos cátions, os ânions são, em sua maioria, estruturas 
poliatômicas de carga negativa. São organizados a partir de ligações 
covalentes e a estrutura final liga-se ionicamente ao cátion, tornando-
-se um só. Isso confere a cada ânion características únicas capazes de
transformar radicalmente a estrutura do cátion ao qual ele está ligado.
Devido à sua importância, você está convidado a estudar as diferentes 
reações envolvidas na identificação dos ânions. Dessa forma, você será 
capaz de identificar as técnicas utilizadas para separar cada ânion de 
uma amostra e de aplicar um roteiro que auxilie na identificação de cada 
ânion presente em uma mistura.
Características das reações de ânions
Antes de caracterizar as reações dos ânions, você precisa compreender como 
um ânion é estruturado. Para perceber a diferença entre cátions e ânion, 
convido você a observar atentamente o Quadro 1, a seguir.
Fonte: Adaptado de Dias et al. (2016).
Cátions Ânions
Na+, K+, Fe+2, Fe+3, Mg+2, Ca+2, 
Al+3, Ni+2, NH4
+, entre outros
Cl–, O–2, SO4
–2, CO3
–2, ClO3
–, 
NO3
–, NO2
–, entre outros
Quadro 1. Principais cátions e ânions estudados em química analítica
Note que os cátions, em sua maioria, são estruturas monoatômicas, isto é, 
compostas por apenas um elemento. Já os ânions são formados por mais de 
um átomo, sendo, portanto, chamados de poliatômicos. Isso ocorre porque os 
átomos que compõem os ânions possuem eletronegatividade muito próxima e, 
por isso, forma ligações covalentes entre si. Veja a Figura 1 para compreender 
como isso ocorre.
Figura 1. Estrutura covalente dos três principais ânions estudados em química analítica.
Fonte: Adaptada de Russell (1994).
O O
O
O
P C
O
O O
O
O
O
O
–
––
–
–
– –
S
Fosfato
(PO4
–3)
Carbonato
(CO3
–2)
Sulfato
(SO4
–2)
Reação dos ânions2
Vamos, agora, às reações envolvidas na identificação dos ânions. Diversos 
tipos de reação estão envolvidos nesse processo, desde a formação de gases 
com ácidos concentrados ou diluídos até a formação de precipitados ou reações 
de oxidorredução.
Essas reações não irão separar os ânions em grupos; para cada ânion 
suspeito deve-se realizar um teste específico. Os ânions mais comuns a serem 
testados são: carbonato (CO3
–2), cromato (CrO4
–2), nitrato (NO3
–), fluoreto 
(F–), cloreto (Cl–), brometo (Br–), iodeto (I–), sulfeto (S–2), sulfito (SO3
–2) e 
tiossulfato (S2O3
–2) (VOGEL, 1981).
Identificação do carbonato e bicarbonato
O carbonato é um ânion muito presente em elementos minerais, especialmente 
aqueles que contêm cálcio como cátion. Sua identificação se dá pela reação 
abaixo:
HCl (aq) + CO3
– → H2CO3 → H2O (l) + CO2 (g)
Para confirmar a presença de gás carbônico, ele pode ser borbulhado 
em solução contendo bário. A formação de carbonato de bário confirma a 
seguinte reação:
CO2 (g) + Ba+
(aq) → BaSO4(s)
O ânion bicarbonato também pode ser identificado a partir da liberação 
de gás carbônico, sem necessitar de ácido. Para isso, basta apenas aquecer 
a solução, uma vez que o bicarbonato decompõe-se em altas temperaturas.
Identificação do ânion cromato
O ânion cromato não é muito comum em ambiente laboratorial devido à sua 
toxicidade. No entanto, pode ser identificado pela reação com ácido diluído, 
levando à formação de dicromato (VOGEL, 1981).
2 CrO4
–2
(aq) + H+
(aq) Cr2O7 
–2
(aq) + H2O(l)
Outra forma de verificar esse ânion envolve uma reação de oxidorredu-ção com peróxido de hidrogênio, com formação de coloração azul intensa 
(VOGEL, 1981).
3Reação dos ânions
2 CrO4
–2 
(aq) + H+ 
(aq) + 2 H2O2 (aq) → CrO5 (aq) + 3 H2O(l)
Uma terceira forma de identificar o ânion cromato é por meio de reação 
de precipitação com bário ou chumbo (DIAS et al., 2016).
Pb+2
 (aq) + CrO4
–2 
(aq) → PbCrO4(s)
Identificação do ânion nitrato
Esse elemento é muito utilizado na forma de sais para a produção de fertili-
zantes ou fogos de artifício. Sua identificação envolve o uso de ácido sulfúrico 
concentrado, que, na presença de nitratos, libera dióxido de nitrogênio e gás 
oxigênio.
4 NO3
–
(aq) + 2 H2SO4 (aq) → 4 NO2(g) + O2(g) + 2 SO4
–2
(aq) + 2 H2O(l)
Outra forma de identificar o nitrato é sua reação com ácido sulfúrico 
concentrado na presença de cobre metálico. Além de liberarem vapores de 
dióxido de nitrogênio, a solução adquire coloração azul característica.
2 NO3
–
(aq) + 4 H2SO4(aq) + 3 Cu0
(s) → 3 Cu+2
(aq) + 
4 SO4
–2
(aq) + 4 H2O(aq) + O2 (g) + 2 NO2(g)
Identificação dos ânions fluoreto, brometo, iodeto e 
cloreto
Para os quatro ânions, procede-se à precipitação com nitrato de prata. Nessa 
reação, apenas o brometo, o iodeto e o cloreto precipitam; fluoretos de prata 
são solúveis. O que diferencia os outros três ânions são suas colorações: o 
brometo de prata é branco amarelado, o iodeto de prata é amarelo pálido e o 
cloreto de prata é branco. Observe as reações:
F–
(aq) + AgNO3(aq) → AgF (aq) + NO3
–
(aq)
Cl–
(aq) + AgNO3(aq) → AgCl (s) + NO3
–
(aq)
Br–
(aq) + AgNO3(aq) → AgBr (s) + NO3
–
(aq)
I–
(aq) + AgNO3(aq) → AgI (s) + NO3
–
(aq)
Reação dos ânions4
Outra forma de se identificar esses ânions (com exceção do fluoreto) é 
utilizando um agente oxidante como o dióxido de manganês. Cada um dos 
componentes gera um gás característico: o Cl2, Br2 e I2, cada um com cor 
característica. O gás cloro possui coloração verde claro; o gás bromo, pardo 
avermelhado; e o gás iodo, violáceo.
Essas reações geram gases altamente tóxicos, em especial o cloro e o bromo. Por isso, 
devem ser feitos exclusivamente em capelas de exaustão.
Técnicas de separação de ânions
Além dos ânions citados, muitos outros podem encontrados na natureza. 
No entanto, é raro que sejam encontrados de forma isolada, necessitando de 
um processo de separação prévio. Para isso, é necessário conhecimentos do 
processo de precipitação controlada (VOGEL, 1981).
Esse processo envolve a precipitação de um íon enquanto outro permanece 
em solução. Ao remover o primeiro precipitado, pode-se identificar o segundo 
íon com facilidade. Vejamos como esse processo ocorre.
Em uma mistura de íons contendo cromato (CrO4
–2) e cloreto (Cl–), deve-se 
escolher um agente que precipite dos dois ânions, porém em espaços de tempo 
distintos. Veja como isso é feito, utilizando a prata como agente precipitante:
 � cromato de prata (Ag2CrO4) – Kps = 2,4 × 10–12
 � cloreto de prata (AgCl) – Kps = 1,5 × 10–10
[Ag+][Cl–] = 1,5 × 10–10 (I)
[Ag+]2[CrO4
–2] = 2,4 × 10–12 (II)
Para iniciar os cálculos, você deve equilibrar os elementos, isto é, elevar 
ao quadrado para neutralizar os cátions entre si.
[Ag+]2[Cl–]2 = (1,5 × 10–10)2 (I)
5Reação dos ânions
Assim:
[Cl–]2
[CrO4
–2] = = =(1,5 × 10–10)2
2,4 × 10–12
2,25 × 10–20
2,4 × 10–12
1
1,06 × 108
Esse resultado indica que, para que o íon cloreto e o íon cromato precipi-
tem ao mesmo tempo em uma solução, a concentração de cromato deve ser 
igual a 108 vezes maior que cloreto. Para entender esse processo, observe a 
reação abaixo. A reação entre o íon cromato e o íon prata não ocorre enquanto 
praticamente todo cloreto não for consumido.
Ag+ + CrO4
–2 + Cl– → AgCl(s) + CrO4
–2 etapa I
CrO4
–2 +2 Cl– → AgCrO4 (s) etapa II
Qual é a importância desse raciocínio? Em uma mistura com dois ânions 
distintos, é possível precipitar e remover um dos ânions e analisar os dois 
separadamente.
Vamos ver se você compreendeu o exercício: em uma mistura com íons 
sulfato e carbonato, dois íons comuns em química, o agente precipitante é o 
bário. Qual dos dois precipitará primeiro, e, portanto, será separado da mistura? 
Veja a reação (Kps BaSO4 = 9,2 × 10–11; Kps = BaCO3 = 8,1 × 10–9)
Ba+2 + CO3
–2 + SO4
–2 → quem se forma primeiro? BaCO3 ou BaSO4
Sua resposta deve ser: o sulfato de bário, pois é necessário 88,04 vezes 
mais carbonato para que os dois precipitem ao mesmo tempo.
Para entender esse processo, veja o exemplo a seguir. 
Suponha que recebeu uma amostra com suspeita de conter os ânions carbonato e 
sulfato. Como você procederá à separação dos dois? Veja o exemplo abaixo:
 � Etapa 1.1: Reconhecer um agente precipitante. Nesse caso, tanto o sulfato como 
o carbonato precipitam com bário.
 � Etapa 1.2: A precipitação é seletiva, isto é, ocorrem em momentos distintos? Para 
o bário, a resposta é sim. Primeiro precipita o sulfato de bário e, somente depois, 
o carbonato de bário.
Reação dos ânions6
 � Etapa 1.3: Tomar a solução líquida em um tubo de ensaio e adicionar lentamente 
uma solução contendo bário. Nesse momento, ocorre a precipitação do sulfato de 
bário. Centrifugar o tudo e separar sobrenadante e precipitado. 
 � Etapa 1.4: Tomar o precipitado e realizar prova para carbonato (para verificar 
contaminação). Ao adicionar um ácido forte como o clorídrico, o carbonato irá 
se transformar em gás carbônico. Em caso negativo, a amostra irá conter apenas 
sulfato, e o sobrenadante conterá apenas carbonato.
Veja, agora, outro exemplo:
 � Etapa 2.1: Caso não queira recuperar o precipitado, pode-se adicionar ácido clorí-
drico diretamente na amostra. Na presença de carbonato, o ácido irá reagir e levar 
à formação de gás carbônico.
 � Etapa 2.2: Repetir o processo até que não exista mais a formação de gases. Nesse 
momento, todo o carbonato foi retirado do sistema, restando apenas o sulfato.
 � Etapa 2.3: Precipitar somente o sulfato utilizando o bário.
Pelos exemplos anteriores, você pode perceber que duas técnicas distintas 
podem ser utilizadas para separar os ânions. A primeira é por volatilização 
de um dos componentes, no caso o ânion carbonato. Como ele é instável 
em meio ácido, assim como outros ânions, como os sulfetos (formam ácido 
sulfídrico) ou cianeto (formam ácido cianídrico), eles podem ser removidos 
do meio por volatilização.
Esse tipo de técnica é utilizada para análises mais avançadas, como, por 
exemplo a titulação. Na presença de carbonatos, ou mesmo gás carbônico 
dissolvido, é difícil realizar a titulação de amostras gaseificadas. Para con-
tornar esse problema, o sistema é agitado até que todo gás carbônico seja 
removido do meio e apenas os ácidos não voláteis permaneçam (ZENEBON; 
PASCUET; TIGLEA, 2008).
A segunda forma de separação envolve a precipitação seletiva. Como os 
ânions precipitam em momentos distintos, com base em seus respectivos valores 
de Kps, é possível precipitar lentamente cada um dos ânions e separá-los por 
centrifugação ou filtração. É possível que ocorra algum nível de contaminação 
dos sólidos formados, que pode ser contornada pela realização de sucessivas 
etapas de precipitação.
Uma técnica moderna de separação de íons envolve a cromatografia de 
troca iônica (HARRIS, 2008). Nela, os íons de uma solução são percolados 
por uma resina aniônica e separados de acordo com a densidade de carga 
elétrica negativa.
7Reação dos ânions
Ao observar essa técnica, você perceberá que quanto maior o ânion ou 
quanto mais carga negativa ele tiver, mais tempo ele fica retido no interior da 
coluna. Logo cada íon é liberado para o meio em tempos distintos, permitindo 
sua análise posterior.
A título de exemplo, a solução anterior contém carbonato (CO3
–2) e sulfato 
(SO4
–2). Apesar de ambos terem duas cargas negativas, o sulfato possui uma 
densidade eletrônica maior (maior número de oxigênios) e, portanto, será 
separado posteriormente da coluna.
Vamos à prática: como realizar o processo de separação dos ânions. 
Roteiro de identificação em mistura de ânionsA identificação de ânions é algo complexo devido à quantidade de reações 
cruzadas que podem ser observadas, isto é, diferentes ânions reagem de forma 
semelhante com um mesmo reativo.
Outro ponto a ser observado é que a análise de ânions não é sequencial 
ou sistemática, isto é, o excedente de uma análise dificilmente poderá ser 
utilizado em outra. Por exemplo, para verificar a presença de carbonato, é 
adicionado ácido clorídrico ou sulfúrico diluído. Carbonatos desprendem 
dióxido de carbono na presença desses ácidos; logo, se a reação for negativa, 
não será possível testar a amostra para sulfatos ou cloretos, pois ela já foi 
“contaminada”.
Assim, deve-se prever qual é o ânion presente e agir de forma independente 
para cada teste. A primeira característica a ser observada em uma amostra 
é sua solubilidade em água. Por exemplo, tomar uma parte da amostra e dis-
solver em água. Se for insolúvel, é descartada a hipótese de haver os ânions 
nitrato (NO3), acetato (CH3CO2
–), clorato (ClO3
–) e perclorato (ClO4
–). Isso 
ocorre porque todos os elementos conhecidos que possuem esses ânions como 
constituintes são solúveis.
Outro exemplo: antes de se testar para ânions, deve-se realizar teste para 
cátions. Na presença de qualquer cátion do grupo I da tabela periódica (não 
confundir com cátions do grupo I), isto é, lítio, sódio, potássio, rubídio, césio 
e frâncio ou amônio, todos levam à formação de sais solúveis.
Para saber essas regras, deve-se ter em mente a tabela de solubilidade dos 
compostos (ATKINS; JONES, 2012), como mostra o Quadro 2.
Reação dos ânions8
Fonte: Adaptado de Atkins e Jones (2012).
Compostos solúveis Compostos insolúveis
compostos dos elementos do Grupo 1
compostos de amônio (NH4
+)
cloretos (Cl–), brometos (Br–) e iodetos 
(I–), exceto os de Ag+, Hg2
2+ e Pb2+*
nitrato (NO3
–), acetatos (CH3CO2
–), 
cloratos (ClO3
–) e percloratos (ClO4
–)
sulfatos (SO4
2–), exceto os de Ca2+, 
Sr2+, Ba2+, Pb2+, Hg2
2+ e Ag+ †
carbonatos (CO3
2–), cromatos 
(CrO4
2–), oxalates (C2O4
2–) e 
fosfatos (PO4
3–), exceto os dos 
elementos do Grupo 1 e NH4
sulfetos (S2–), exceto os dos 
elementos do Grupo 1 e 2 e NH4
+
Hidróxidos (OH–) e óxidos 
(O2–), exceto os dos elementos do 
Grupo 1, e os dos elementos do 
Grupo 2 abaixo do Período 2‡
* PbCl2 é ligeiramente solúvel;
† Ag2SO4 é ligeiramente;
‡ Ca(OH)2 e Sr(OH) são ligeiramente solúveis;
Mg(OH)2 é muito ligeiramente solúvel.
Quadro 2. Regras de solubilidade para compostos inorgânicos
O segundo ponto a ser testado é o pH da solução. Em geral, sais obtidos de 
ácidos e bases fortes são neutros, no entanto, sais de carbonato, sulfato, sulfeto, 
tendem a provocar a hidrólise da água, formando o ácido correspondente. 
A liberação de hidroxila torna o pH ácido. Veja o exemplo a seguir:
Na3PO4(aq) → 3 Na+
(aq) + PO4
–3
(aq)
PO4
–3
(aq) + H2O(l) ⇌ H3PO4 (aq) + OH–
A partir desse ponto, realizam-se análises específicas para cada cátion. O 
terceiro teste a ser realizado é verificar a formação de gases na presença de 
ácido clorídrico ou sulfúrico diluído. Isso ocorre porque esses ânions formam 
compostos com características voláteis. Pertencem a esse grupo: carbonato 
(CO3
–), sulfito (SO3
–), tiossulfato (S2O3
–2), sulfeto (S–2), cianeto (CN–), nitrito 
(NO2
–) e hipoclorito (ClO–). Cada um deles foram os seguintes gases: CO2, 
SO2, SO2, H2S, HCN, NO2, Cl2.
O quarto teste a ser realizado envolve o uso de um cátion do grupo I, em 
geral a prata. Nesse grupo estão inclusos: ferricianeto (Fe(CN)6]
–4, tiocianato 
(SCN–), iodeto (I–), cloreto (Cl–) e brometo (Br–).
9Reação dos ânions
O quinto teste a ser realizado envolve ânions que precipitam na presença 
de cálcio (Ca+2) ou bário (Ba+2). Nesse grupo estão inclusos os seguintes 
ânions: fluoreto (F–), sulfato (SO4
–2), fosfato (PO4
–3), arsenato (AsO4
–3), arsenito 
(AsO3
–3), oxalato (C2O4
–2) e borato (BO3
–3). 
O sexto e último grupo é formado por ânions que não precipitam com os 
reagentes citados. São eles: clorato (ClO3
–), acetato (CH3COO–), permanganato 
(MnO4
–) e nitrato (NO3
–).
ATKINS, P., JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio 
ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. 922 p.
DIAS, S. L. P. et al. Química analítica: teoria e práticas essenciais. Porto Alegre: Bookman, 
2016. 392 p.
HARRIS, D. C. Análise química quantitativa. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. 868 p.
RUSSELL, J. B. Química geral. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994. v. 1. 622 p.
VOGEL, A. I. Química analítica qualitativa. São Paulo: Mestre Jou, 1981. 665 p.
ZENEBON, O.; PASCUET, N. S.; TIGLEA, P. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 
4. ed. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008. 1020 p. Disponível em: <http://www.ial.
sp.gov.br/ial/publicacoes/livros/metodos-fisico-quimicos-para-analise-de-alimentos>. 
Acesso em: 18 dez. 2018.
Leitura recomendada
LOPES, C. C.; LOPES, R. S. C.; LEITE, Z. T. C. Análise qualitativa de cátions, ânions e sais. Rio 
de Janeiro: Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2007. 42 
p. (Apostila da disciplina Química Analítica Farmacêutica Experimental I – IQA 124). 
Disponível em: <http://www.lasape.iq.ufrj.br/apostilas/Apostila-IQA124-Quimica- 
Analitica-Farmaceutica-I-Aulas-Praticas-Analise-Qualitativa-de-Cations-Anions-e-Sais.
pdf>. Acesso em: 18 dez. 2018.
Reação dos ânions10
Conteúdo:
 
Dica do professor
A lógica em química nem sempre é correta. Por exemplo, o fósforo é capaz de produzir um ânion 
clássico, o fosfato, cuja estrutura é PO4-3. No entanto, ele também pode produzir o ânion fosfito 
(HPO3-2) e hipofosfito (H2PO2-). Outro exemplo é o que ocorre quando um sal é colocado em 
água. Nos sais clássicos como o cloreto de sódio (NaCl), ao serem dissolvidos em água, a solução 
permanece neutra. No entanto, o fosfato de sódio não tem essa característica. Ao ser dissolvido em 
água, ele a hidrolisa provocando a alcalinização do meio. 
 
Veja na Dica do Professor como e por que ocorrem esses processos. 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/9ce7484a3414975f542e5b25beb83ea4
Exercícios
1) O fósforo é um elemento essencial na estrutura do ATP, uma molécula necessária para a 
produção de energia no organismo. Sobre o fósforo na forma de fosfato, o sal que apresenta 
a forma correta é:
A) Na3PO4.
B) Na2HPO3.
C) NaH2PO2.
D) PH3.
E) P2O5.
2) Os ânions têm diversas formas de identificação, entre as quais se incluem as reações 
formadoras de vapores gasosos. Entre os compostos abaixo, aquele que forma composto 
gasoso na presença de ácido é:
A) Ca2SO4.
B) Ca(C2O4)2.
C) H2CO3.
D) K3PO4.
E) KMnO4.
3) De forma geral, os ânions são íons que formam precipitados em meio aquoso. Você foi 
solicitado a preparar uma solução límpida, sem nenhum precipitado. Qual das alternativas 
abaixo formaria uma solução dessas?
A) H2SO4.
B) H3PO4.
C) HCl.
D) H2S.
E) HNO3.
4) Uma das formas de descobrir o ânion presente em uma solução é verificando o pH da 
solução contendo determinado sal. Das alternativas abaixo, aquele que formará uma solução 
alcalina após dissolução do sal é:
A) Na2SO4.
B) NaCH3CO2.
C) KCl.
D) K2SO4.
E) NaF.
5) O cálcio é um cátion que pode ser utilizado em diversas técnicas analíticas, incluindo a 
identificação de ânions. Isso ocorre pois, na presença dele, diversos ânions precipitam em 
meio aquoso. Dos ânions abaixo, qual deles precipita na presença de cálcio?
A) Acetato.
B) Clorato.
C) Sulfato.
D) Perclorato.
E) Nitrato.
Na prática
O nitrogênio existe na natureza de diversas formas, desde a forma de gás (N2) até os seus 
derivados como amônia (NH4+), nitrito (NO2-) e nitrato (NO3-). Cada um tem seus usos 
específicos.
Confira o uso de algumas das formas de nitrogênio, desde a forma catiônica até a aniônica.
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Saiba +
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http://www.lasape.iq.ufrj.br/apostilas/Apostila-IQA124-Quimica-Analitica-Farmaceutica-I-Aulas-Praticas-Analise-Qualitativa-de-Cations-Anions-e-Sais.pdf

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