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Análise sobre as ferramentas digitais para deficientes visuais - um referencial teórico


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Análise sobre as ferramentas digitais 
para deficientes visuais: um referencial 
teórico
Leonardo Emanuel Gonzaga dos Santos
IF Goiano
Jaqueline Alves Ribeiro
IF Goiano
10.37885/210303853
https://dx.doi.org/10.37885/210303853
Tecnologias Emergentes na Saúde: inovações e tendências na gestão dos cuidados em saúde
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Palavras-chave: Tecnologia Assistiva, Deficiência Visual, Qualidade de Vida, Tecnologia.
RESUMO
A tecnologia nos últimos anos tem sido cada vez mais aperfeiçoada para facilitar nossas 
vidas, tornando nossas atividades diárias cada vez mais simples e eficientes, economi-
zando tempo e esforço, isso abre caminhos para pessoas que possuem maiores dificul-
dades em realizar tarefas do cotidiano, mais especificamente neste estudo os cegos ou 
pessoas com baixa visão. A tecnologia assistiva (TA) surge justamente para trazer mais 
independência e qualidade de vida para pessoas com impedimentos de natureza física, 
intelectual ou sensorial. Pessoas com deficiência visual, atualmente, podem usufruir de 
diversos recursos que muitos são desconhecidos ou pouco disseminados, este tipo de 
tecnologia ainda não é muito popular no Brasil, ela vem crescendo gradualmente. Em con-
sequência da necessidade de cegos e pessoas com baixa visão em se adaptar ao mundo, 
este estudo tem o intuito de fazer uma revisão bibliográfica sobre tecnologia assistiva e 
suas ferramentas, para expandir o conhecimento sobre a mesma e assistir pessoas com 
deficiência visual em sua rotina diária.
Tecnologias Emergentes na Saúde: inovações e tendências na gestão dos cuidados em saúde
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INTRODUÇÃO
A palavra deficiente para alguns pode carregar um teor forte e muitas vezes pronunciado 
de forma pejorativa, tentando mostrar que é o antônimo de eficiente, porém isso é um erro, 
pois pessoas com deficiência tem apenas uma maior dificuldade de realizar certas atividades 
diárias, contudo possuem maior habilidade em outras tarefas, assim como todos nós, que 
também dispomos de facilidades e dificuldades diariamente; demonstra-se apenas que nas 
pessoas com deficiência essas características são somente mais visíveis ou acentuadas, 
não as impedindo de serem independentes.
A deficiência visual é caracterizada como a perda total ou parcial da visão, formando 
dois grupos, as pessoas cegas que não possuem visão ou baixíssima capacidade de enxer-
gar, e os com baixa visão que possuem o comprometimento do funcionamento visual dos 
olhos, mesmo após tratamento ou correção, de acordo com SASSAKI (2003). De acordo 
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “no Brasil existem cerca de 6,5 
milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e seis milhões com baixa 
visão com base no censo de 2010.”.
Portanto, este estudo é um investimento em ferramentas para pessoas com deficiên-
cia visual são de extrema importância, dado que uma parcela da população necessita de 
uma maneira de tornar ações básicas do cotidiano possíveis, onde o incentivo do uso de 
ferramentas digitais para deficientes visuais possam se mostrar não somente um modo de 
inovação e capital, mas também de equidade para estas pessoas.
A tecnologia vem evoluindo rapidamente a cada minuto, todos os dias novas ferramen-
tas tecnológicas são produzidas com o intuito de auxiliar em alguma ação do ser humano, 
pois foi para isso que a mesma surgiu resolver problemas que estão além da capacidade 
humana e tornar nossas vidas mais simples e menos trabalhosa. O uso da tecnologia se 
tornou indispensável, com a entrada na era digital na década de 1980, em menos de 40 anos 
se notou um enorme salto de avanços tecnológicos (ISAACSON, 2014), consequentemente 
as pessoas com algum tipo de deficiência são as que mais necessitam da tecnologia, dado 
que para elas uma simples tarefa pode ser considerada impossível.
O progresso acelerado dos avanços tecnológicos fez surgir o que é chamado hoje 
em dia de Tecnologia Assistiva (TA), que é um conjunto de auxílios que podem ser classi-
ficados como recursos ópticos, não ópticos e digitais, que podem aumentar a capacidade 
visual de pessoas com baixa visão lhes dando maior autonomia sobre suas ações diárias 
(GASPARETTO et al, 2009). Neste artigo iremos dar foco às ferramentas digitais para de-
ficientes visuais que são consideradas também tecnologias assistivas, mesmo com grande 
avanço ainda são pouco conhecidas e necessitam de uma maior visibilidade.
O Comitê de Ajudas Técnicas conceitua a Tecnologia Assistiva como:
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[...] uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba 
produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que obje-
tivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de 
pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua 
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (BRASIL - 
SDHPR. – Comitê de Ajudas Técnicas – ATA VII).
Esta área do conhecimento denominada de Tecnologia Assistiva ganhou grande avan-
ço em pouco tempo, a promoção da independência de vida de pessoas com deficiência 
visual cresceu enormemente pelo fato de ferramentas digitais como leitores de telas com 
síntese de voz ou sistemas operacionais adaptados terem proporcionado uma maior auto-
nomia para as mesmas.
De acordo com RODRIGUES E ALVES (2013), desde os primórdios da humanidade 
houve momentos em que até o homem primitivo precisou utilizar de recursos para auxiliar 
suas atividades, como um pedaço de madeira improvisando uma bengala. Com os avanços 
da tecnologia, esses recursos vão ganhando maior eficiência e abrangência, revelando pro-
cessos capazes de criar ferramentas digitais para pessoas com deficiência visual.
A TA é uma inovação que surgiu com o intuito de auxiliar pessoas com algum tipo de 
deficiência, seja ela física intelectual ou sensorial, proporcionando mais qualidade de vida, 
auxiliando na comunicação, mobilidade, no ambiente de trabalho, na habilidade de aprender e 
na integração com família e sociedade, pois através de instrumentos e tecnologias é possível 
facilitar as tarefas diárias das pessoas com deficiência, em concordância com LIMA (2009).
Promover a qualidade de vida de pessoas com deficiência visual necessita de um maior 
enfoque, para estas pessoas, sem a ajuda da tecnologia, algumas ações podem ser conside-
radas inviáveis, por esse motivo trabalhar a inclusão social dentro da era digital é inescusável.
Aproveitar-se do momento oportuno, o grande fluxo de dados que percorre o mundo 
hoje em dia pode levar em pouco tempo um avanço inédito na área da tecnologia assistiva, 
podendo viabilizar uma vida sem tantos impasses para pessoas com deficiência visual.
O uso recente da tecnologia para o auxílio de pessoas com deficiência visual, tornou 
possível a estas uma forma mais cômoda de viver, mais precisamente a introdução de 
deficientes visuais ao espaço digital é bastante recente, então ferramentas digitais que 
possam gerir ações relacionadas com o uso da tecnologia como forma assistiva vem cres-
cendo gradativamente.
Como destacam GARCIA E GALVÃO (2012), o fato de que o acesso a essas ferramen-
tas digitais não podem ser algo apenas optativo, mas ser concebida como algo fundamental 
para a cidadania do sujeito, uma vez que elas proporcionam direitos básicos como aprender, 
trabalhar, comunicar-se e etc.
No Brasil, a legislação dita o direito de pessoas com algum tipo de deficiência ter 
acesso à tecnologia assistiva e preconiza a ação de se propor a atender essa demanda, 
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porém a divulgação destes dados é totalmente precária, boa parte não conhece esse tipo 
de benefício. O método de orientação pública da informação sobre a TA não ocorre de for-
ma clara e concisa, as informações geralmente ficar espalhadas entre partes específicas 
do governo, gerando a falta de conhecimentonecessária dessa parcela da população, de 
acordo com BERSCH (2017).
Então se cria uma necessidade de difusão da Tecnologia Assistiva no Brasil, através 
dos meios possíveis, com o propósito da informação atingir pessoas que realmente neces-
sitam da tecnologia, que lhes possa tornar suas vidas mais cômodas e felizes. COSSA et al. 
(2017) diz o seguinte: “nova lei da inovação brasileira - Lei 13.243 de 11 de janeiro de 2016 
que estabelece sobre o desenvolvimento científico no Brasil e veio para modificar algumas 
leis que não estavam mais suprindo todas as necessidades relacionadas à tecnologia social.”
Assim lentamente os direitos de pessoas com algum tipo de deficiência vêm sendo 
defendidos, mesmo pelo lento progresso, cada passo a frente torna mais próximo à inclusão 
social um padrão a ser seguido.
Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica sobre tecnologias assistivas para 
deficientes visuais, ferramentas que podem auxiliar pessoas com deficiência visual e trazer 
para as mesmas mais independência e facilidade nas atividades do dia a dia.
DESENVOLVIMENTO
A revisão bibliográfica é uma pesquisa baseada em estudos científicos, como periódicos 
e anais, usados para a construção de textos e artigos científicos, por meio dela se podem 
analisar dados e formular novas teorias, ela descreve o estudo de um assunto específico, 
baseado no ângulo teórico ou contextual, seguindo TOMASI E MEDEIROS (2008). Por 
intermédio da revisão da literatura que esta pesquisa foi trabalhada, procurando artigos 
científicos em bases de informações online.
Para este estudo foram feitas pesquisas em plataformas acadêmicas, como o Portal 
Capes, Google Acadêmico e a Scielo, mediante a revisão bibliográfica é possível uma ex-
ploração minuciosa do conteúdo, para uma disseminação mais apurada e objetiva sobre a 
tecnologia assistiva para pessoas com deficiência visual. É necessário não somente a busca 
por artigos ou livros relacionados à tecnologia assistiva, mas também aos parâmetros rela-
cionados a ela, como inclusão e acessibilidade, procurar entender a forma das vivências de 
pessoas com deficiência visual é de extrema importância.
Com uma leitura aprofundada sobre os títulos é possível compreender a problemática 
e as dificuldades que a pessoa com deficiência visual possui, portanto com isso podemos 
elaborar um artigo sobre as principais ferramentas digitais para o auxílio de pessoas com 
deficiência visual. A pesquisa bibliográfica necessitar de mais atenção a respeito de ser 
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valorada, pois através dela se pode reunir uma grande quantidade de dados e compactá-los, 
assim buscas futuras sobre determinado assunto será mais rápida e menos trabalhosa.
De acordo com as informações levantadas é realizável difundir os resultados em um 
artigo científico sobre tecnologia assistiva para que a sociedade possa estar a par sobre esse 
tema tão pouco conhecido, e que assim os recursos para pessoas com deficiência visual 
sejam mais adquiridos e divulgados. Sendo levada a frente por processos de construção 
tecnológica, a TA irá transformar a vida de inúmeras pessoas possível, o reconhecimento 
de suas capacidades os torna integrados a sociedade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados foram o que as análises dos artigos científicos sobre tecnologia assistiva 
e ferramentas digitais para deficientes visuais revelam um tipo de recurso tecnológico pouco 
conhecido e disseminado no Brasil, sendo mais utilizado fora do país. As ferramentas digitais 
em suma são softwares de acessibilidade, que utilizam de ampliadores de tela para pessoas 
com baixa visão, softwares de reconhecimento de voz, softwares para ajuste de cores e 
tamanho das informações, recursos de áudio e impressoras em Braile. As plataformas de 
ferramentas digitais para deficientes visuais mais utilizadas em nosso país são o Dosvox, 
Jaws e Virtual Vision (SONZA E SANTAROSA, 2003).
Essas ferramentas digitais aqui apresentadas de forma geral, são descritas resumida-
mente, para que a promoção destas informações possa ser de fácil entendimento de qualquer 
fração da população que esteja à procura da tecnologia assistiva.
O Dosvox é um sistema operacional que surgiu em 1993 como um projeto do Núcleo 
de Computação Eletrônica (NCE) da Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ), inicial-
mente para auxiliar os alunos da própria instituição de ensino, porém logo foi crescendo e 
disseminando para que outras pessoas com deficiência visual pudessem utilizar do siste-
ma. O sistema se comunica com o usuário através da síntese de voz, tornando assim possí-
vel a utilização de computadores por deficientes visuais. Este sistema foi desenvolvido com 
tecnologia nacional, sendo o primeiro com síntese de voz em língua portuguesa, o software 
pode ser obtida em duas versões, uma mais básica que é gratuita na internet e outra pro-
fissional que pode ser adquirida por um baixo custo. Na atualidade o programa conta com 
mais de 60.000 usuários e mais de 70 programadores espalhados pelo Brasil, conforme 
SONZA E SANTAROSA (2003).
O sistema possui características que contém elementos de interface com o usuário 
como a síntese de voz em língua portuguesa, editor, leitor e impressor/formatador de textos, 
jogos de caráter lúdico, ampliador de telas, correio eletrônico e bate-papo, programas sonoros 
para acesso a Internet e possui programas modificados especificamente para deficientes 
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visuais como agenda, calculadora, preencher cheques, cronômetro e etc. Após abrir o pro-
grama ele irá perguntar: “Dosvox – o que você deseja?”, se o usuário não souber escolher 
a opção ele precisa digitar “F1” (ajuda). Assim as opções serão digitalizadas na tela pelo 
programa, bastando apenas digitar a letra correspondente à opção desejada, de acordo com 
SONZA E SANTAROSA (2003).
O Jaws foi desenvolvido pela empresa norte-americana Henter-Joyce, que pertence 
ao grupo Freedom Scientific. O Jaws é um leitor de tela para Windows, ele funciona utilizan-
do teclas de atalho se estima que existam mais de 50.000 usuários espalhados por vários 
países. Dentre as principais características do Jaws as que se destacam são a facilidade 
de instalação e o apoio de voz durante o processo, ocorrem atualizações duas vezes por 
ano, possui síntese de voz em vários idiomas, a leitura pode ser feita por letra, palavra, 
linha, parágrafo ou o texto inteiro, possibilita a etiquetagem de gráficos, possui dicionários 
gerais ou específicos que permite controlar o modo como as palavras ou expressões são 
pronunciadas e uma das grandes vantagens relatadas pelos usuários é o fato dele simular 
o mouse pelo teclado possibilitando acesso a programas que antes eram impossíveis de se 
manusear, em concordância com SONZA E SANTAROSA (2003).
O Virtual Vision foi desenvolvido por uma empresa de Ribeirão Preto – SP, a MicroPower, 
sendo lançada sua primeira versão 1.0 em 1998, atualmente ele se encontra na versão 10.0. 
Ele é um leitor de telas que informa aos usuários quais controles estão ativos em determina-
do momento, de acordo com a fabricante, em 2003 o programa contava com mais de 4.500 
usuários. O Virtual Vision destaca-se por poder ser utilizado em várias versões do Windows, 
seus aplicativos e na Internet, ele é totalmente auto-instalável, pronúncia detalhes sobre a 
fonte do texto (nome, tamanho, cor, estilo e etc.), com uma impressora Braile o programa 
Braile Creator, é possível imprimir qualquer página da web, documentos e e-mails. O Virtual 
Vision não é um produto gratuito, para conseguir uma licença definitiva é necessário entrar 
em contato com a MicroPower, consoante a SONZA E SANTAROSA (2003).
O Zoom Text é um software que foi desenvolvido e comercializado pela empre-
sa Ai Squared, este software pode ser adquirido atualmente por U$700 (dólares), porém 
também existem licenças anuais, para se utilizardeste programa hoje em dia é necessário 
o sistema operacional Windows da Microsoft, e requisitos básicos de um computador com 
um processador i3 Dual Core ou similar de velocidade mínima a 2 Megahetz, 70 megabytes 
de espaço livre em disco rígido e 4 gigabytes de Memória RAM, este produto também é um 
leitor de telas e funciona semelhante ao “Jaws” citado anteriormente, porém o diferencial 
dessa tecnologia está nas criativas maneiras para ampliação da imagem da tela no monitor, 
trazendo consigo melhor acessibilidade às pessoas com visão baixa visão, este software 
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foi lançado em 1988 e desde essa data vem recebendo atualizações contínuas, conforme 
EBERLIN (apud AI SQUARED, 2005).
EBERLIN (apud AI SQUARED, 2005) diz sobre outra ferramenta digital que é muito 
interessante, o software WinBraille, desenvolvido pela empresa Index Braille, ele funciona 
transcrevendo o texto em caracteres para o Braille, possibilitando assim o entendimento de 
qualquer informação por uma pessoa que consiga ler somente através do tato, para se utilizar 
deste produto é necessário o complemento de uma impressora Braille, que pode imprimir o 
texto em formato e relevo do Braille, também é possível fazer o processo inverso com uma 
mesa digitalizadora, assim documentos em Braille podem ser armazenados em bancos de 
dados, atualmente este software pode ser encontrado gratuitamente na internet em português.
Existe também o software brasileiro totalmente gratuito, o Braille Fácil, desenvolvido 
pela NCE da UFRJ, mesma criadora do Dosvox, possui a capacidade de transcrever for-
matos de texto em Braille com o auxílio de uma impressora Braille, possui um editor gráfico 
que é capaz de transformar figuras do formato digital para o formato em Braille, segundo 
EBERLIN (apud AI SQUARED, 2005). Este programa se encontra na versão 4.0, recebendo 
atualizações e possui suporte técnico para as versões anteriores.
O software livre Emacspeak, criado em 1996, pelo pesquisador “TV Raman”, seu fun-
cionamento é parecido ao de um leitor de telas, porém ao invés de “ler” o que está sendo 
exibida na tela essa ferramenta faz com que as aplicações se comuniquem com o usuário, 
através do ambiente “Emacs” que é o principal requisito para que as aplicações possam se 
comunicar com o usuário, pois para essa interlocução digital é necessário estar sendo exe-
cutada dentro deste ambiente. Esta tecnologia pode ser considerada uma das que possuem 
melhor aceitação e de maior utilização em nível mundial, pelo falto de possuir um altíssimo 
nível de estabilidade, em conformidade com EBERLIN (apud AI SQUARED, 2005). Este 
recurso está sempre recebendo atualizações e já está na versão 52.0, porém não possui 
suporte para língua portuguesa.
O conceito de podcast pode ser definido por uma página, site ou local onde os ficheiros 
áudio estão disponibilizados; “podcasting” é o ato de gravar ou divulgar os estes arquivos 
na internet, de acordo com BOTTENTUIT JUNIOR E COUTINHO (2009). O podcast é uma 
ferramenta que surgiu primeiramente para a distribuição de suas próprias ideias e opiniões, 
não para o auxílio de pessoas com deficiência visual, porém logo foram introduzidas as 
mesmas, pois possui grandes vantagens que facilitam o cotidiano dessas pessoas, como 
poder acessar repetidas vezes áudios para melhor entendimento, o uso da audição sobre o 
podcast é uma atividade de aprendizagem mais fácil e significativa que o Braille, o tornando 
uma ferramenta expressiva de inclusão.
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O investimento em ferramentas digitais para deficientes visuais pode e deve mudar a 
compreensão que as pessoas com deficiência visual têm do mundo em que vivem, certa-
mente com o passar dos anos, surgirão novas ferramentas digitais mais avançadas para 
promover uma qualidade de vida maior a essas pessoas.
CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS
As novas tecnologias estão sendo desenvolvidas para facilitar a vida humana, trazendo 
comodidade no dia a dia, mesmo que não muito divulgadas, ainda existem uma quantida-
de considerável de tecnologias assistivas, que devem ser disseminadas e difundidas para 
pessoas com deficiência, aqui especificamente a deficiência visual.
Como é sinalizado por RADABAUGH (1993): “Para as pessoas sem deficiência, a 
tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna 
as coisas possíveis.”
Assim se espera que a tecnologia faça para nós que não possuímos limitações o mesmo 
para pessoas que apenas tem uma forma diferente de vivências neste mundo.
Podemos analisar que a Tecnologia Assistiva pode proporcionar inúmeras vantagens se 
bem administradas e disseminadas. A todo o momento novos softwares são produzidos ou 
aperfeiçoados de vários ramos, inclusive da educação, tais softwares mesmo com limitações 
promovem o acesso de pessoas com deficiência visual ao mundo da informática, facilitando 
suas vidas e assegurando uma maior independência sobre suas atividades diárias. Espera 
se que com este estudo seja possível uma maior difusão sobre a tecnologia assistiva, e que 
ela possa alcançar mais pessoas que necessitam destas tecnologias.
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