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Políticas Públicas em Comunidade Rural

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DISCIPLINA: POLÍTICAS PÚBLICAS, PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL (2020.1)
ATIVIDADE DE POLÍTICAS PÚBLICAS
(Descrição da comunidade Campestre caracterização das políticas públicas)
DISCENTES: BEATRIZ CARDOSO VERAS;
MARIANA MACHADO DA SILVA;
MARIANE BRAGA RIBERIO;
THALIA SANTOS DE ARAUJO
COCAL/PI
Setembro de 2020
· Descrição da comunidade
Localizada no município de Cocal-PI, território da planície litorânea, a comunidade de Campestre caracteriza-se principalmente por atividades agrícolas, baseadas na agricultura familiar onde são produzidos principalmente milho, feijão e mandioca.
É o que podemos observar nos dados da Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí (CEPRO), em relação as características socioeconômicas dos municípios piauienses:
· Distribuição desigual da riqueza, gerando pobreza, notadamente na zona rural; a taxa de desemprego é bastante elevada, principalmente entre os jovens devido ao fato de os municípios possuírem uma economia pouco dinâmica. 
· A população das zonas rurais compõe-se de agricultores (as) familiares que desenvolvem atividades produtivas de subsistência não integrada à economia de mercado.
· Prática da agricultura de subsistência, em geral itinerante, também conhecida como “agricultura de toco”. O plantio é realizado de forma consorciada ou em monocultivos com espécies como o milho, feijão, arroz e mandioca. Essa agricultura é de baixa produtividade e dependente do uso intensivo da mão-de-obra familiar, sendo o tempo de uso do solo reduzido e baseado no desmatamento e queimadas frequentes de novas áreas de tamanho pequeno. 
· Pecuária composta de bovinocultura e ovinocaprinocultura, desenvolvida predominantemente de forma extensiva. Dentre os problemas enfrentados na pecuária, evidenciam-se o baixo padrão tecnológico e a pequena capacidade de investimento do criador, a falta de difusão de tecnologias e assistência técnica, as dificuldades de manejo sanitário e alimentar e as baixas produtividade e rentabilidade. 
A vida útil das pastagens cultivadas é reduzida, devido ao regime de chuvas na região e à implantação de espécies de gramíneas e manejo do solo inadequados, o que causa degradação das propriedades deste, dificultando a oferta de alimento para o rebanho na estação seca do ano.
Essas características traduzem bem a realidade da comunidade, onde a base da economia é baseada por atividades agrícolas de agricultura familiar. Havendo também atividades como a criação de animais e, a produção de hortaliças que é uma atividade que tem se tornado comum na região.
Contudo, as práticas agrícolas desenvolvidas na área são caracterizadas basicamente por queimadas, desmatamentos e também pelo uso de agrotóxicos, fatores que causam danos ao solo diminuindo a sua capacidade produtiva.
De acordo com dados do Censo Agropecuário de 2017, entre os anos de 2006 a 2017, houve um aumento de 20% no número de estabelecimentos que fazem uso de agrotóxicos. Sendo que destes, nas áreas com menos de 5 hectares, apenas 23% declararam ter recebido algum tipo de orientação técnica.
Esta realidade pode ser observada na comunidade Campestre, onde o uso de agrotóxicos tem se tornado cada vez mais comum entre os produtores, que acabam fazendo isso de forma indiscriminada devido ao fato de não contarem com assistência técnica.
· Caracterização das Políticas Públicas
As políticas direcionadas ao meio rural brasileiro, principalmente aquelas destinadas à agricultura de pequeno porte, passaram por importantes mudanças. No bojo das discussões que levaram a essas mudanças, duas temáticas ganharam relevância. Segundo a autora, a primeira relacionou-se à segurança alimentar e nutricional que, desde o final dos anos 1980, e sobretudo no início da década de 1990, por meio da Campanha “Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida”, mostrou para a sociedade e o Estado que havia a necessidade de ações políticas capazes de tirar da miséria e da fome milhões de brasileiros. Essa problemática ganhou mais espaço no governo Lula com a criação do Fome Zero. O segundo aspecto se refere ao reconhecimento por parte do Estado brasileiro da importância econômica e social que a agricultura familiar desempenha no país. Esse reconhecimento se deu, desde 1996, por meio da implementação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. 
Além do PRONAF e do PNAE, têm-se também como políticas públicas voltadas para a agricultura familiar a Previdência Social Rural e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Conforme o Manual Operacional do PRONAF, citado por Schneider; Mattei e Cazella (2004), o objetivo geral do programa consiste em fortalecer a capacidade produtiva da agricultura familiar; contribuir para a geração de emprego e renda nas áreas rurais e melhorar a qualidade de vida dos agricultores familiares. Além dos objetivos gerais, quatro objetivos específicos complementam os propósitos do programa: a) ajustar as políticas públicas de acordo com a realidade dos agricultores familiares; b) viabilizar a infraestrutura necessária à melhoria do desempenho produtivo dos agricultores familiares; c) elevar o nível de profissionalização dos agricultores familiares através do acesso aos novos padrões de tecnologia e de gestão social; d) estimular o acesso desses agricultores aos mercados de insumos e produtos. (SCHNEIDER; MATTEI E CAZELLA, 2004).
O público alvo do PRONAF é bastante abrangente, pois o programa considera como agricultura familiar, para fins de obtenção de crédito, os pescadores artesanais, extrativistas, silvicultores, aquicultores, maricultores, piscicultores, comunidades quilombolas, povos indígenas e criadores de animais silvestres.
O programa foi dividido basicamente em três eixos de ação: a) financiamento de infraestrutura e serviços nos municípios (PRONAF Infraestrutura ou PRONAF-M); b) financiamento da produção da agricultura familiar (PRONAF Crédito ou PRONAF-C) e c) capacitação e profissionalização dos agricultores familiares (PRONAF Capacitação). 
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foi instituído pela Lei nº 10.696, de 2 de julho de 2003, como uma ação estrutural do Programa Fome Zero. O programa tem como principal objetivo garantir a comercialização dos produtos da agricultura familiar, através do estabelecimento de preços mínimos a serem praticados com garantia de compra, ao mesmo tempo em que articula esta produção com os mercados institucionais ou para formação de estoques, atendendo aos princípios da segurança alimentar. 
O PAA foi desenvolvido em um período de transformação nas políticas públicas voltadas para o meio rural. Estas transformações iniciaram-se, principalmente na década de 1990, com a ampliação dos direitos previdenciários, a partir das modificações previstas na Constituição de 1988. As autoras ainda complementam dizendo que Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) foi outro importante marco, contribuindo para a valorização do segmento familiar. 
Uma característica marcante do programa é sua flexibilidade, já que se adapta às especificidades regionais. Segundo a autora, para participar do programa os produtores rurais devem apresentar o Documento de Aptidão ao PRONAF (DAP) e estarem, preferencialmente, organizados em cooperativas, associações ou grupos de interesse informais com, no mínimo, cinco agricultores.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é a mais antiga política pública no Brasil. Criado em 1955, o programa garante a transferência de recursos financeiros do Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional (FNDE) para a alimentação dos alunos de escolas públicas e filantrópicas da educação básica (educação infantil, ensino fundamental, médio e educação de jovens e adultos). 
Conforme o artigo 4º da Lei Federal nº 11.947, o PNAE tem por objetivo contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos, por meio de ações de educação alimentar e nutricionale da oferta de refeições que cubram as suas necessidades nutricionais durante o período letivo. Já o artigo 14 da referida lei estabelece que do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no mínimo 30% (trinta por cento) deverão ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas. 
Para Saraiva et al (2013), a aproximação entre agricultores familiares e consumidores tem promovido uma integração baseada em princípios de sustentabilidade, podendo contribuir para a diminuição do êxodo rural e da pobreza rural e urbana. Ao tornar obrigatória a compra de alimentos da agricultura familiar, a Lei ampara o produtor quanto à aquisição de alimentos e cria um meio para que este possa comercializar seus produtos por meio da dispensa do processo licitatório. (SARAIVA et al, 2013). 
 A despeito das dificuldades, a relevância do programa reside também na importância que o mesmo tem para os alunos que muitas vezes têm a alimentação escolar como a única refeição do dia. Além disso, são construídos valores e práticas que envolvem a alimentação. “A alimentação é uma prática social que organiza a construção coletiva de valores e de princípios que são socialmente compartilhados”. (COELHO, 2012, p. 50).
REFERENCIAS 
BRASIL. Lei nº 11.947 de 16 de junho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica. Diário Oficial da União, 2009.
COELHO, Maria do Socorro Martinho. Inter-relações entre a agricultura familiar e o programa nacional de alimentação escolar no município de Machado – MG. 2012. Dissertação (Mestrado em Política Social) – Escola de Serviço Social, Universidade Federal Fluminense. Niterói, Rio de Janeiro. 2012.
SARAIVA, Elisa Braga; et al. Panorama da compra de alimentos da agricultura familiar para o Programa Nacional de Alimentação Escolar. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.18, n.4, 2013. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 81232013000400004&script=sci_arttext. Acesso em: 06 setembro 2020. 
SCHNEIDER, Sérgio; MATTEI, Lauro; CAZELLA, Ademir Antônio. Histórico, caracterização dinâmica recente do PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. In: SCNEIDER, Sergio; SILVA, Marcelo Kunrath; MARQUES, Paulo Eduardo Moruzzi. (Org.). Políticas Públicas e Participação Social no Brasil Rural. Porto Alegre, 2004, p. 21-50. Disponível em: http://www.ufrgs.br/pgdr/arquivos/394.pdf. Acesso em: 05 setembro 2020.
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