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Professoras: POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR Drª. Paula Toshimi Matumoto Pintro Me. Yony Brugnolo Alves Espª. Simoni Alexandre DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Projeto Gráfico Thayla Guimarães Design Educacional Rossana Costa Giani Design Gráfico Isabela Mezzaroba Belido Ilustração Marcelo Goto C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; PINTRO, Paula Toshimi Matumoto; ALVES, Yony Brugnolo; ALEXANDRE, Simoni. Agricultura Familiar e Agronegócio. Paula Toshimi Matumoto Pintro; Yony Brugnolo Alves; Simoni Alexandre. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 35 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Agricultura. 2. Agronegócio. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 306 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário POLÍTICAS PÚBLICAS|9 |15 |21 LIMITAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ANSEIOS DE UM NOVO RURAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Entender a formulação e importância das políticas públicas voltadas para a agricultura. • Indicar as limitações para o desenvolvimento da agricultura brasileira. • Identificar alguns anseios do novo cenário rural. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Políticas públicas • Limitações para o desenvolvimento da Agricultura Brasileira • Anseios de um novo rural POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR INTRODUÇÃO Caro (a) aluno (a) seja bem-vindo (a) a última etapa dos nossos estudos a respeito da Agricultura Familiar e o Agronegócio. Nesta fase, iremos discutir um tema atual e muito pertinente a todos os campos e também para a agricultura familiar. Esse tema são as políticas públicas voltadas para a agricultura familiar, ou seja, o que o governo está fazendo atualmente para melhorar um setor tão importante para o nosso país como a agricultura familiar. Essa importância pode ser provada por meio de muitos dados e informações, mas uma das mais importantes é a contribuição do setor para a geração de riqueza. Essa última etapa de estudos está dividida em três aulas. Na primeira aula, iremos definir políticas públicas, que, resumidamente, é uma ação do governo voltada para uma camada da população para atingir um determinado objetivo, no nosso caso, a camada da população são os agricultores familiares. Além de discutirmos como as políticas públicas são formuladas e porque elas são importantes para o nosso tema em estudo. Pós-Universo 7 Na segunda aula, mostraremos a você a importância das políticas públicas, não apenas para os agricultores familiares, como também para toda a população. Além dessa importância, mostramos um pouco das limitações que a própria legislação impõe ao crescimento da agricultura familiar no Brasil. E, por fim, veremos as políticas públicas atuais voltadas para a agricultura familiar no Brasil, pensando em um “novo rural”, estudando um pouco sobre a configuração que o meio rural está tomando na atualidade. Não é difícil entendermos que o rural de hoje tem uma configuração bastante diferente do rural de cinquenta anos atrás. Toda essa nossa conversa sobre agricultura familiar de modo algum finaliza os nossos anseios e dúvidas acerca do tema. O que devemos registrar é que a impor- tância do agronegócio e da agricultura familiar para o Brasil e para os brasileiros é enorme e não pode ser ignorada. Bons estudos! Pós-Universo 8 Pós-Universo 9 POLÍTICAS PÚBLICAS Definição de políticas públicas Definir políticas públicas não é tarefa fácil, pois existem inúmeros conceitos acerca do tema. Para Lynn (1980) e para Peters (1986), políticas públicas são um conjunto de ações do governo que produzirão efeitos desejados sobre a vida dos cidadãos. Dye (1984) resume que políticas públicas é a definição do que o governo escolhe fazer ou não fazer. Segundo o SEBRAE (2008, p. 5) “[...] Políticas Públicas são um conjunto de ações e decisões do governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da so ciedade [...]”. Desse modo, descreve-se política pública como um somatório das ações, metas e planos dos governos municipal, estadual e federal. Visa-se atender aos interesses pú- blicos e as necessidades da sociedade (MEDEIROS, 2013). As ações são tomadas pelo governo, mas é a população quem elege seus representantes por meio das eleições. Assim, os representantes públicos (vereadores, deputados e senadores) mobilizam os eleitos do poder executivo (prefeitos, governadores e presidente) para atenderem aos pedidos da população (SEBRAE, 2008). As demandas populacionais por políticas públicas englobam as esferas da “saúde, educação, economia, agricultura, entre outras áreas” (MEDEIROS, 2013, p. 20). Pós-Universo 10 Formulação das políticas públicas A formulação ou ciclo das políticas públicas pode ser subdividida em seis etapas, como mostra a figura 1, a seguir. Figura 1 - Ciclo das Políticas Públicas Fonte: as autoras. • Primeira fase – Formação da questão: aponta-se qual o problema a ser re- solvido. De modo geral, a elaboração deste questionamento visa atender a uma necessidade específica. • Segunda fase – Agenda Política: selecionam-se as prioridades a serem atendidas, dentro da questão. Envolve a comunidade, a mídia, os repre- sentantes da sociedade civil e do poder público. • Terceira fase – Formulação da Política: apresentam-se as soluções ou alter- nativas para a questão. Definem-se as linhas de ação que serão adotadas para solucioná-las. Pós-Universo 11 • Quarta fase – Adoção da Política: adota-se um ou mais propostas formu- ladas na terceira etapa. É a fase da tomada de decisão. • Quinta fase – Implementação da Política: executam-se as ações adotadas, ou seja, é o momento em que o planejamento e a escolha são transforma- dos em atos. • Sexta fase – Avaliação da Política: analisa-se a eficácia da política imple- mentada. Pode ser considerada eficiente; boa, mas passível de pequenos ajustes; ou descartada por não solucionar a questão elaborada. A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes. Fonte: Winston Churchill reflita De acordo com o SEBRAE (2008, p. 10), “na prática, as fases se interligam entre si, de tal forma que essa separação se dá mais para facilitar a compreensão do processo”. Importância e políticas públicas voltadas para a agricultura Políticas públicas são ações governamentais importantes, pois visam garantir neces- sidades sociais em suas diferentes esferas. São essenciais para o desenvolvimento do país e gera melhoria na qualidade de vida da população. Quando implementadas, são capazes de reduzir desigualdades sociais, mudar a sociedade e gerar externalida- de positiva. Para formação de políticas públicas, os atores ‘estatais’ (eleitos pelo voto popular), atuam na elaboração e/ou execução das políticas públicas. Enquanto os atores ‘privados’, são aqueles que reivindicam ações que resultem em políticas públi- cas. São representados por componentes da sociedade civil, por exemplo, a imprensa, os sindicatos, os centros de pesquisas e outras entidades (SEBRAE, 2008). Pós-Universo 12 As políticas públicasvoltadas para a agricultura brasileira, de modo geral, visaram minimizar as dificuldades para o desenvolvimento como a “baixa capitalização, acesso a linhas de crédito oficiais, acesso à tecnologia, disparidade produtiva inter-regio- nal, acesso à assistência técnica, à produção rural, e acesso aos mercados modernos” (JUNQUEIRA; LIMA, 2008, p. 2). No Brasil, a administração dos recursos voltados aos assuntos de políticas públi- cas é gerida pelos ministérios. Alguns deles estão intimamente relacionados com a melhoria da agricultura brasileira, como o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), o MMA (Ministério do Meio Ambiente) e o MME (Ministério de Minas e Energia). Na pesquisa de Sousa et al. (2014, p. 1) foram apontadas as singularidades no avanço do desenvolvimento de um país mais justo e menos desigual: “ A reestruturação da assistência técnica, as novas abordagens de atuação e as diversas contribuições das universidades, centros de pesquisa e a orien- tação estratégica concedida aos agricultores familiares nas interfaces com diversas políticas sociais, nutricionais, de saúde e educação. Então, podemos entender que a política pública, seja ela qual for, afetará a vida as pessoas mas, algumas dessas políticas são mais gerais e afetam, de maneira diferente, a vida de todos, por exemplo, quando o Banco Central decide elevar a taxa de juros da economia (SELIC) essa afetará a todos, mas há políticas públicas focadas e criadas para determinadas camadas da sociedade. reflita Nota-se, então, a importância do ciclo das políticas públicas para o desenvolvimen- to do país. O quadro 1, a seguir apresenta um resumo das políticas públicas que incentiva- ram a agricultura familiar brasileira. Pós-Universo 13 Quadro 1 - Cronograma de políticas públicas incentivadoras da agricultura familiar brasileira 1996 – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF Decreto 1.946, de 28 de junho de 1996 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D1946.htm> 2003 – Programa Nacional de Aquisição de Alimentos – PAA Lei 10.696, de 2 de julho de 2003 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.696.htm> 2006 – Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais Lei 11.326, de 24 de julho de 2006 <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11326.htm> 2009 – PNAE – 30% merenda escolar oriunda da agricultura familiar Lei 11.947, de 16 de junho de 2009 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11947.htm> 2010 – Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária – PNATER e o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária – PRONATER Lei 12.188, de 11 de janeiro de 2010 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12188.htm> Fonte: adaptado de Gabech e Orsini (2014, online). Observa-se que, especialmente, nas últimas décadas, houve o avanço do Brasil em políticas públicas para a agricultura familiar. O PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) foi a política de maior expressividade, conso- lidando-se como fundamental nas dimensões social, econômica e ambiental (SOUZA et al., 2014). Você conhece ou já ouviu falar da EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária? Sem sombra de dúvidas ela é um dos grandes alicerces do agronegócio brasileiro. Ela nasceu em 1973 e busca a inovação tecnológi- ca para a agropecuária nacional. E não deixa de ser um belo exemplo de política pública direcionada para o setor rural. O que é muito interessan- te é que ela possui a sua sede em Brasília - DF como a maioria dos órgãos federais mas, possui diversas unidades descentralizadas que estão espalha- das pelo Brasil todo. Fonte: a autora. atenção Pós-Universo 14 Pós-Universo 15 LIMITAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA BRASILEIRA História, legislação, políticas públicas e educação A palavra agricultura é definida como a “arte de cultivar a terra”, segundo o dicioná- rio Michaelis (2015, online). Historicamente, as práticas agropecuárias, mudaram o rumo de todas as civilizações posteriores ao seu surgimento. Foi cultivando a terra que aumentou-se as populações e a expectativa de vida. Este fato ocasionou um fenômeno de valorização das terras em todo o mundo. Desde então, ter terra é si- nônimo de riqueza. Com o capitalismo mercantil, entre os séculos XV e XVIII, propulsionou-se a ex- ploração de novas terras, objetivando-se, assim, o enriquecimento. Novas colônias surgiram desde essa época, e, hoje, é possível observar os reflexos destas organizações. Na pesquisa de Navarro e Pedroso (2011), apresentada na unidade I, deste mate- rial, foram descritas as diferenças na condução das políticas públicas no Brasil e nos EUA. Atualmente, é notável uma agricultura familiar próspera e fortalecida nos EUA, enquanto que no Brasil assemelha-se a um caráter de subsistência. Para a FAO, o AIAF (2014) - Ano Internacional da Agricultura Familiar- foi o momento oportuno para definir-se agricultura familiar como organização gerenciada e admi- nistrada, principalmente, por membros da família. Cabe ressaltar que nesse conceito não são considerados o tamanho físico e nem econômico. Já no Brasil, a própria legislação que regulamenta a agricultura familiar limita o crescimento territorial e capital do produtor. A seguir, expõem-se seus paradoxos e restrições. Pós-Universo 16 No artigo 3º, parágrafo primeiro da Lei Nº 11.326 (BRASIL, 2006) diz que: “não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais”. Então, um agricultor que tenha uma propriedade em Brasiléia/AC poderá ser considerando fa- miliar se tiver área de até 400 ha. Isso porque cada módulo fiscal neste município corresponde a 100 ha. Mas, se esse mesmo produtor estivesse na cidade de Niterói/ RJ, onde cada módulo fiscal equivale a 5 ha, ele poderia ter no máximo 20 ha. Módulo Fiscal É uma unidade de medida de terra rural, expressa em hectares, distinta para cada município, que define “o mínimo de uma gleba de terra, na qual a família, usando força de trabalho diariamente sobre essa área, possa man- ter-se com dignidade social”. Dessa forma, hipoteticamente, um módulo fiscal (MF) representa uma área mínima em cada município, gerando con- dições para uma família viver da terra. Este valor foi definido pelo INCRA, pelo Decreto nº 84.685 (BRASIL,1980). Por exemplo: Um módulo fiscal em Maringá/PR = 14 ha. Um módulo fiscal em Brasiléia/AC = 100 ha. Um módulo fiscal em Niterói/RJ = 5 ha. Encontre o Módulo Fiscal de um Município <http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais>. <http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/ins- trucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf>. Fonte: Guerin e Isernhagen (2013). saiba mais Outra restrição está no parágrafo segundo, do mesmo artigo, em que lemos: “utilize predominantemente mão de obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento” (BRASIL, 2006). Sendo assim, agriculto- res familiares que queiram aumentar suas produções inibem-se, utilizando a mesma área, pois requisitar mais mão de obra, segundo a legislação, descaracteriza a produ- ção como familiar. Por fim, o mesmo artigo, em seu parágrafo terceiro, diz: “tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscaishttp://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf Pós-Universo 17 empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo” (BRASIL, 2006). Ou seja, aqueles agricultores que ousam expandir e diversificar seus negócios, são impossibili- tados de se manterem como agricultores familiares. Este artigo afronta os princípios da sustentabilidade, onde, em síntese, define-se o “ambientalmente correto, socialmen- te justo e economicamente viável” (BRASIL, 2006). É paradoxo pensar em viabilidade econômica restringindo tamanho, mão de obra e rendas extras. Diante desse cenário, houve uma dicotomia forçada da agricultura familiar e o agronegócio. A primeira é identificada como produções de subsistência, enfraque- cida, fragilizada pela agricultura patronal e apontada como opressora, capitalista e predatória. Estes extremos contextualizam o “mocinho” e o “vilão” da agricultura, dis- torcendo o foco, no objetivo principal de ambas, que é a produção agrícola. Considera-se, então, que tanto a agricultura familiar quanto o agronegócio, são formas de produções agropecuárias, cujos agricultores são trabalhadores que visam dignidade e renda. O coordenador do GVAGRO/FGV (Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas) e presidente da Academia Nacional de Agricultura, Roberto Rodrigues, elaborou, em 2014, uma proposta de plano de ação para o agronegócio brasileiro (2015 – 2022) aos presidenciáveis. Neste documento foram elencadas as necessidades acerca do desenvolvimento sustentável, competitividade, orientação a mercados, segurança jurídica e governança institucional. O documento sintetizou as propostas com os seguintes destaques: • DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL do agronegócio com oferta crescente para o mercado interno, beneficiando a sociedade brasileira e contribuindo para as exportações, visando nível adequado de renda para os produtores rurais, por meio de: (i) crédito e financiamento para investimento e capital de giro; (ii) mecanismos de seguro contra quebra de produção e queda acentuada de preços; (iii) política de garantia de preços mínimos para pro- dutos essenciais; e (iv) incentivos ao associativismo e cooperativismo para organização dos produtores. • COMPETITIVIDADE nos elos das cadeias produtivas de alimentos, fibras, pro- dutos florestais e biomassa para fins energéticos através de (i) geração e transferência de tecnologias; (ii) investimentos em defesa agropecuária; (iii) desoneração tributária; e (iv) ampliação da rede de infraestrutura e logística. Pós-Universo 18 • ORIENTAÇÃO A MERCADOS para ampliar a inserção do Brasil nas cadeias produtivas globais, visando o atendimento das múltiplas demandas e ne- cessidades dos consumidores internos e externos. Para tanto, são essenciais a utilização de boas práticas agropecuárias, de processamento e distribui- ção; atuação agressiva na celebração de acordos comerciais; consolidação de marcos regulatórios em sintonia com os padrões internacionais; e cons- trução de organizações para aumentar a capacidade de formulação de políticas e estratégias no País (“Think Tanks”). • SEGURANÇA JURÍDICA para garantir o direito de propriedade privada e, por decorrência, criar um ambiente favorável a investimentos nacionais e es- trangeiros e incentivar o empreendedorismo. Simplificação e aplicação da legislação agrária, ambiental e trabalhista, com base em critérios técnicos, condizentes com as características do agronegócio, da produção agrope- cuária em particular e dos mercados internacionais. • GOVERNANÇA INSTITUCIONAL que conduza à maior eficiência na condu- ção de políticas e nos gastos públicos, reduzindo o tamanho do Estado e o número de ministérios e ampliando a articulação com o setor privado (RODRIGUES, 2014, online). Dessa forma, entende-seque a diferença relevante deva ser somente em relação às formas de administrar e gerir as propriedades. Assim, possibilita-se a unificação de ministérios, redução de gastos governamentais e fortalecimento das políticas públi- cas voltadas à agricultura brasileira. Nota-se, ainda, que os agricultores brasileiros são carentes em políticas públicas econômicas voltadas aos gastos públicos de investimentos. O governo demanda gastos de manutenção e gastos de investimentos, sendo este último importantíssimo para o crescimento econômico. Visando potencializar o setor logístico de produ- tos agropecuários, são possíveis os seguintes gastos de investimentos: ampliação e construção de novos portos e aeroportos; implementação de uma malha ferroviária interligando norte-sul e leste-oeste; exploração do potencial hidrográfico do país; e conservação e restauração de rodovias. Outro fator limitante é a política fiscal, que impõe altos impostos em produtos processados brasileiros, desestimulando então o investimento em novas agroin- dústrias. De modo geral, a política fiscal visa o equilíbrio entre os gastos públicos e Pós-Universo 19 a arrecadação de impostos. A máquina pública brasileira demanda altíssimos custos para mantê-la funcionando. Assim, só seria possível reduzir impostos se diminuís- sem os gastos governamentais. Diante de uma carga tributária elevada, exportam-se matérias-primas mesmo quando se tem potencial e mercado que justifique o seu processamento. Melhorando a elaboração e condução das políticas econômicas, be- neficiariam, também, as esferas sociais e ambientais. Concomitantemente, ressalva-se como limitante o acesso às novas informações, qualificações profissionais e educação formal em todos os níveis. Os produtores rurais migram de suas propriedades, cidades e até mesmo regiões para que seus direitos sejam garantidos e, mesmo assim, esses direitos não são assegurados. Há também aqueles que não têm oportunidade e/ou condições de mobilizar-se de tal forma. Assim, vê-se uma agricultura e os agricultores muitas vezes desvalorizados. Fatores que afetam a competitividade Desde a abertura democrática e após os anos 1990, o setor agrícola brasilei- ro tem feito verdadeiro milagre em termos produtivos, apesar da ausência de incentivos, do planejamento difuso e da inadequada infraestrutura. Fonte: Vieira Filho e Fishlow (2017, p. 179). reflita A partir da década de 1990 é inegável o aumento da competitividade do agronegó- cio brasileiro, mesmo com o crescimento econômico mundial não sendo significativo, as exportações do agronegócio cresceram e ganharam mercado nesse período. Já após os anos 2000 a economia mundial voltou a crescer e foi um fator a mais para o aumento da demanda para os produtos brasileiro, mas nesse período além do cres- cimento econômico mundial os ganhos de competitividade dos produtores nacionais (VIEIRA FILHO; FISHLOW, 2017). Pós-Universo 20 A pesquisa do índice de competitividade do agronegócio, elaborada pela CNA, padronizou seis esferas de indicadores: infraestrutura, educação, am- biente macroeconômico, inovação e mercado de trabalho. Na publicação completa deste trabalho, essas esferas foram então subdivididas em 21 variáveis. Para saber mais sobre este estudo completo do índice de competitividade do agronegócio acesse: <http://canaldoprodutor.com.br/revista/competi- tividade_2014/index.html>. saiba mais http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html Pós-Universo 21 ANSEIOS DE UM NOVO RURAL Cenário do novo rural Desde o período colonial até o século XXI, a agricultura é uma das principais bases da economia brasileira. Ao longo da história, várias produções agrícolas destacaram-se, por exemplo, a cana-de-açúcar, o café e, mais recentemente, a soja. Assim, a agricultura brasileira consolidou-se diante de seu valor econômico e vocação empreendedora. De acordo com projeções do MAPA, até 2030, o Brasil será responsável por um terço dos produtos agrícolas comercializados em todo o mundo (GLOBO RURAL, 2015). Atualmente, o agronegócio brasileiro é responsável por aproximadamente 21%, do PIB. A figura 2, a seguir mostra a contribuição do agronegócio no PIB do Brasil, de 1995 até 2015. Podemos afirmar e visualizar que o Agronegócio é repre- sentativo para a economia brasileira. Figura 2 - Participação do PIB do agronegócio no PIB total – Brasil. Fonte: adaptado de CEPEA (2016, online). fatos e dados Pós-Universo 22 Nota-se que a média histórica dos últimos 20 anos do agronegócio colaborou com cerca de um quarto do PIB. Observam-se médias recordes em 1994 e 2003, onde sua participação foi de 26,3% do total do PIB brasileiro. De 1995 a 2015, o PIB do agrone- gócio foi de aproximadamente ¼ do PIB nacional. Toda essa contribuição foi possível pela imensa expansão territorial do país, mas, também, da diversidade de exploração de várias cadeias produtivas. De acordo com o MAPA (2015) são 28 câmaras setoriais e oito câmaras temáticas que englobam todas as cadeias produtivas. As câmaras setoriais do MAPA são um conjunto de órgãos e entidades, públicos e privados, que constituem os elos da cadeia produtiva do agro- negócio. O quadro 2, a seguir elenca as câmaras setoriais. Quadro 2 - Câmaras setoriais do mapa CÂMARAS SETORIAIS Açúcar e Álcool Fibras Naturais Algodão Flores e Plantas Ornamentais Animais de Estimação Florestas Plantadas Arroz Fruticultura Aves e Suínos Hortaliças Borracha Natural Leite e Derivados Cacau Mandioca Cachaça Mel e Produtos das Abelhas Caprinos e Ovinos Milho e Sorgo Carne Bovina Oleaginosas e Biodiesel Citricultura Palma de Óleo Culturas de Inverno Soja Equideocultura Tabaco Feijão Viticultura, Vinhos e Derivados Fonte: adaptado de Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2015). Pós-Universo 23 As câmaras temáticas relacionam-se com os serviços que são utilizados nos setores produtivos da cadeia. O quadro 3, a seguir lista as câmaras temáticas. Quadro 3 - Câmaras temáticas do MAPA CÂMARAS TEMÁTICAS Agricultura Orgânica Infraestrutura e Logística Agricultura Sustentável e Irrigação Insumos Agropecuários Cooperativismo Agropecuário Negociações Agrícolas Crédito e Comercialização Seguros do Agronegócio Fonte: adaptado de Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento baseado (2015). Essa configuração de um “Novo Rural” vem sendo notada no Brasil desde a década de 80. Segundo Graziano da Silva, Grossi e Campanhola (2002, p. 4), essa denomina- ção vem sendo adotada, pois compõe-se basicamente de três grandes grupos de atividade: “ Uma agropecuária moderna, baseada em commodities e intimamente ligada às agroindústrias. Um conjunto de atividades não-agrícolas, ligadas à moradia, ao lazer e a várias atividades industriais e de prestação de serviços. Um conjunto de “novas” atividades agropecuárias, impulsionadas por nichos especiais do mercado. Odestaque da palavra “novas” entre aspas é para que se entenda que essas atividades já eram existentes no país, porém, cada vez mais, ganham importância econômica. O quadro 4, destaca e descreve algumas destas “novas” atividades. Pós-Universo 24 Quadro 4 - Novas produções rurais ATIVIDADES DESCRIÇÃO Agroindústrias Divulgação e valorização de produtos coloniais, como: vinhos, embutidos, doces e geleias. Criação de aves nobres e animais exóticos Avestruz, camarão de água doce, codorna, escargots, jacaré, capivara, entre outros. Eventos rurais Exposições agropecuárias, festas típicas, leilões, rodeios, entre outros. Floricultura Flores e plantas ornamentais valorizadas no mercado de pai- sagismo e eventos. Fruticultura Frutas de mesa diferenciadas e com alto valor agregado, polpas congeladas, entre outros. Lazer Complexos hípicos, hotéis fazendas e turismo rural. Piscicultura Produção de peixes e outros insumos para pesque-pague. Produções alternativas Cultivo de cogumelos, artesanatos e equoterapia. Produção orgânica Valorização no mercado internacional, redes de supermer- cados e fast foods. Valorização imobiliá- ria rural Propriedades rurais voltadas para o lazer e não de moradia/ produção. Fonte: adaptado de Mariani e Almeida (2009). A pluriatividade rural, com produções agrícolas e não agrícolas, potencializam a di- nâmica e economia no campo. Essas alternativas fortalecem a permanência no meio rural, aumentando a renda e até gerando empregos ( CÂNDIDA; BORGES; SANTOS, 2010). Com isso, é importante os agricultores buscarem informações e inovações, es- pecializando-se e adotando novas tecnologias. Pós-Universo 25 Inovações tecnológicas As produções agropecuárias, atualmente, usufruem cada vez mais de ferramentas tecnológicas, como, por exemplo: sistemas de guia por satélites, controladores ele- trônicos, drones, ferramentas da agricultura de precisão, e automatização agrícola. Essas tecnologias não eram nem cogitadas no início do século XXI e, hoje em dia, não se pode prever quais serão as tecnologias do futuro, mas é imprescindível con- tinuar desenvolvendo novas tecnologias e ser flexível o suficiente para adaptar-se (MANTOVANI & MAGDALENA, 2014). Um exemplo dessa nova configuração tecnoló- gica foi a adoção de máquinas na colheita da cana-de-açúcar e, mais recentemente, da máquina para colher mandioca. Fez-se necessário essas adaptações por proibi- ção da queima e, principalmente, pela escassez de mão-de-obra. Agroindústrias Embora o Brasil tenha um enorme sucesso exportando produtos do agronegócio, será que se fossemos mais eficientes no processo de industrialização esse sucesso não seria ainda maior trazendo mais recursos financeiros para o nosso país? Fonte: a autora. saiba mais O processo agroindustrial é uma forma de agregar valor aos produtos agropecuários. Nos últimos anos, o agronegócio modificou-se intensamente, especialmente pela preocupação de produções mais sustentáveis, incrementos tecnológicos e agrega- ção de valor visando os mercados interno e externo. As agroindústrias transformaram o cenário dos sistemas agroalimentares, e de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA (2013), particularmente, nos aspectos como: “ [...] a revalorização dos produtos locais e especialidades, a crescente importân- cia social e econômica das atividades rurais não agrícolas, a crise dos processos de modernização da agricultura, consumidores mais exigentes em termos ali- mentares, a volta dos habitantes urbanos ao espaço rural, entre outros fatores (IPEA, 2013, p. 15). Pós-Universo 26 O Instituto ainda indica que há três questões a serem trabalhadas nos processos agroindustriais: a sustentabilidade socioambiental e a inovação, para o desenvolvi- mento econômico e geração de novos mecanismos de agregação de valores nos produtos agropecuários. Dorigon (2009) afirma que os produtos tradicionalmente processados na proprie- dade rural mostram uma imagem positiva frente aos consumidores, que declaram associar essas produções como saudáveis, nutritivas, honestas, naturais, feitas com carinho e que lembram coisas boas. Geralmente, esses alimentos são denomina- dos produtos coloniais, visto que, em grande parte, são processados por colonos, descendentes de várias etnias no território brasileiro, por exemplo: os alemães, os espanhóis, os holandeses, os japoneses, os poloneses, os portugueses, os ucrania- nos, entre outros. Ao longo dos anos, principalmente após a década de 90, essas agroindústrias familiares rurais se organizaram e passaram do mercado informal para o mercado formal. Os principais produtos dessas organizações são basicamente: “salames, queijos, doces e geleias, conservas de hortaliças, massas, biscoitos e açúcar mascavo, dentre outros” (DORIGON, 2009, p. 2). Segundo o levantamento do IPEA (2013), os principais produtos agroindustriais familiares são: aguardente de cana; doces e geleias; embu- tidos; farinha de mandioca, goma ou tapioca; fubá de milho; pães, bolos e biscoitos; queijo ou requeijão; e rapadura. Frente ao novo cenário das novas formas de produção, processamento e comer- cialização, o agronegócio se fortalece e impulsiona a economia brasileira. Essa nova realidade alerta os setores públicos e privados para a importância de se valorizar, apoiar, fortalecer e consolidar a agricultura brasileira. Admite-se como relevante a boa gestão e o uso de estratégias que permitam crescimento, susten- tabilidade e inovações constantes. Almeja-se uma estrutura de produção agrícola que beneficie o produtor rural, usufrua sustentavelmente dos recursos disponíveis e atenda às exigências do mercado consumidor. Conclui-se que para que esse resulta- do seja alcançado deve-se existir um somatório de fatores por partes comprometidas, e que ações de pesquisa e disseminação do conhecimento são parcelas fundamen- tais deste objetivo. Pós-Universo 27 Segundo dados do MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de janeiro a março de 2017 os principais produtos ex- portados pelo Brasil foram: Complexo Soja 32,78% Carnes 17,98% Complexo Sucroalcooleiro 12,83% Produtos Florestais 12,56% Café 6,98% Outros 16,86% Tabela 1 - Principais produtos exportados pelo Brasil de janeiro à março de 2017. Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2017) E os principais destinos dessas exportações foram: Valor US$ 20.523.347.290 7,13% 28,04% 18,38% 40,41% 3,12% 2,92% 7,13%3% %28,04% 18,38%18,38% 1%1% 3,12%3 12 2,92%2,92%2% China Uniáo Européia Estados Unidos Arábia Saudita Rússia Outros Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2017). fatos e dados atividades de estudo 1. As políticas públicas passam por algumas fases até serem implementadas. A fase de…………………………….é a fase em que executam-se as ações adotadas, ou seja, é o momento em que o planejamento e a escolha são transformados em atos. Escolha a opção que melhor se adequa à lacuna: a) formação da questão. b) formulação da política. c) adoção da política. d) implementação da política. e) avaliação da política. 2. Analise a frase: “Dessa forma, entende-se que a diferença relevante deva ser somente em relação às formas de administrar e gerir as propriedades.” a frase se refere a dife- rença entre o que? a) agricultura familiar e produtos orgânicos. b) orgânicos e convencionais. c) agricultura familiar e agronegócio. d) sucessão e herança. e) agronegócio e agroindústria. atividades de estudo 3. A agricultura familiar e o agronegócio, passaram a incorporar atividades considera- das “novas” para o meio rural, talvez essas sejam características do “novo rural”. Nesse contexto, preencha as lacunas de acordo com as expressões disponíveis: I) Lazer II) Fruticultura III) Eventos rurais IV) Piscicultura ( ) Exposições agropecuárias, festas típicas, leilões, rodeios, entre outros. ( ) Frutasde mesa diferenciadas e com alto valor agregado, polpas congeladas, entre outros. ( ) Complexos hípicos, hotéis fazendas e turismo rural. ( ) Produção de peixes e outros insumos para pesque-pague. a) I, II, III e IV. b) II, III, IV e I. c) III, II,I e IV. d) IV, I, II e III. e) III, IV, I e II. resumo Este estudo finaliza com a descrição das políticas públicas e o anseio de inovar na agropecuá- ria brasileira. Inicia-se com uma definição sobre o que é política pública, como ela é formulada e qual é a importância de políticas públicas para a agricultura brasileira. Desde a formulação até a avaliação de uma política pública, deve-se considerar que esta será voltada para a solução de problemas na sociedade, como a educação, a saúde e a agricultura. As políticas públicas voltadas para a agricultura no Brasil são gerenciadas por vários ministérios e, que, juntos e comprometidos podem fortalecer as ações voltadas para as produções agropecuárias. Em seguida, foram elencadas algumas limitações para o desenvolvimento da agricultura brasileira. Neste tópico, consideraram-se vários levantamentos e dados sobre o que demonstram a exis- tência destas barreiras. Apontar esses pontos é fundamental, porém há a necessidade de muitos outros estudos e condutas que permitam uma mudança dessa situação. O encerramento da unidade e do livro aborda algumas pretensões perante o cenário das pro- duções agropecuárias atuais. Além disso, foram abordados alguns dados sobre as inovações nas formas de produções agropecuárias e a importância econômica deste setor no crescimento e desenvolvimento do país, indicando os anseios de um novo rural. De acordo com a FAO (2014, p. 8) “investir na agricultura é essencial para reduzir a fome e promo- ver uma melhor produção agrícola sustentável”, pense nisso! material complementar NA WEB TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO RURAL BRASILEIRO O vídeo “Transformações no mundo rural brasileiro” é uma entrevista do canal conexão ciência (EMBRAPA) com o sociólogo e pesquisador da Embrapa, Zander Navarro. O entrevistado é também um dos autores do livro “O mundo rural no Brasil do século 21”, que está disponível para down- load no site da EMBRAPA. Vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=0ISkPbmfizw>. Para fazer o download do livro, acesse: <https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/ publicacao/994073/o-mundo-rural-no-brasil-do-seculo-21-a-formacao-de-um-novo-padrao-a- grario-e-agricola>. referências BRASIL. Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Diário Oficial Eletrônico, 24 de jul. 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/ l11326.htm>. Acesso em: 04 mar. 2015. Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. CNA. Balanço 2014 e perspectivas 2015 para o agronegócio brasileiro, Perspecivas, [s.n.]. Brasília: CNA, 2014. 118 p. BRASIL. Ministério da Agricultura. Câmaras setoriais e temáticas. 2015. Disponível em: <http:// www.agricultura.gov.br/camaras-setoriais-e-tematicas>. Acesso em: 10 abr. 2015. BRASIL. IBGE. Censo agropecuário – 2006. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2006. BRASIL. IPEA. O Perfil da Agroindústria Rural no Brasil: Uma análise com base nos dados do Censo Agropecuário 2006. [s.n.]. Brasília: IPEA, 2013. P. 86 . CÂNDIDA; BORGES; SANTOS, 2010 CEPEA. PIB do Agronegócio: Relatório completo de Março/16. Disponível em: <http://cepea.esalq. usp.br/pib/>. Acesso em: 20 abr. 2017. DICIONÁRIO MICHAELIS. Dicionário de Português Online. Disponível em: <http://michaelis.uol. com.br/moderno/portugues/index.php>. Acesso em: 09 Abr. 2015. DORIGON, C. Globalização da Agricultura e dos Alimentos Produtos coloniais e a extensão de redes rumo a mercados extra-regionais. In: XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, [s.n.], 2009, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2009. DYE, T. Understanding public policy. Englewood Cliffs, MJ: prentice Hall, 1984. FAO. 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