Buscar

Agricultura familiar e agronegócio - Unidade 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Professoras:
POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS 
PARA A AGRICULTURA FAMILIAR
Drª. Paula Toshimi Matumoto Pintro
Me. Yony Brugnolo Alves
Espª. Simoni Alexandre
DIREÇÃO
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho 
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha
Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli
Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia
Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey
Projeto Gráfico Thayla Guimarães 
Design Educacional Rossana Costa Giani 
Design Gráfico Isabela Mezzaroba Belido 
Ilustração Marcelo Goto
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; PINTRO, Paula Toshimi Matumoto; ALVES, Yony Brugnolo; 
ALEXANDRE, Simoni.
 
 Agricultura Familiar e Agronegócio. Paula Toshimi 
Matumoto Pintro; Yony Brugnolo Alves; Simoni Alexandre.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
 35 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Agricultura. 2. Agronegócio. 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 306
CIP - NBR 12899 - AACR/2
01
02
03
sumário
POLÍTICAS PÚBLICAS|9
|15
|21
LIMITAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA 
AGRICULTURA BRASILEIRA
ANSEIOS DE UM NOVO RURAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 • Entender a formulação e importância das políticas públicas voltadas para 
a agricultura.
 • Indicar as limitações para o desenvolvimento da agricultura brasileira.
 • Identificar alguns anseios do novo cenário rural.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 • Políticas públicas
 • Limitações para o desenvolvimento da Agricultura Brasileira
 • Anseios de um novo rural
POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS
PARA A AGRICULTURA FAMILIAR
INTRODUÇÃO
Caro (a) aluno (a) seja bem-vindo (a) a última etapa dos nossos estudos a respeito 
da Agricultura Familiar e o Agronegócio. Nesta fase, iremos discutir um tema atual e 
muito pertinente a todos os campos e também para a agricultura familiar. Esse tema 
são as políticas públicas voltadas para a agricultura familiar, ou seja, o que o governo 
está fazendo atualmente para melhorar um setor tão importante para o nosso país 
como a agricultura familiar. Essa importância pode ser provada por meio de muitos 
dados e informações, mas uma das mais importantes é a contribuição do setor para 
a geração de riqueza.
Essa última etapa de estudos está dividida em três aulas. Na primeira aula, iremos 
definir políticas públicas, que, resumidamente, é uma ação do governo voltada para 
uma camada da população para atingir um determinado objetivo, no nosso caso, a 
camada da população são os agricultores familiares. Além de discutirmos como as 
políticas públicas são formuladas e porque elas são importantes para o nosso tema 
em estudo.
Pós-Universo 7
Na segunda aula, mostraremos a você a importância das políticas públicas, não 
apenas para os agricultores familiares, como também para toda a população. Além 
dessa importância, mostramos um pouco das limitações que a própria legislação 
impõe ao crescimento da agricultura familiar no Brasil.
E, por fim, veremos as políticas públicas atuais voltadas para a agricultura familiar 
no Brasil, pensando em um “novo rural”, estudando um pouco sobre a configuração 
que o meio rural está tomando na atualidade. Não é difícil entendermos que o rural 
de hoje tem uma configuração bastante diferente do rural de cinquenta anos atrás.
Toda essa nossa conversa sobre agricultura familiar de modo algum finaliza os 
nossos anseios e dúvidas acerca do tema. O que devemos registrar é que a impor-
tância do agronegócio e da agricultura familiar para o Brasil e para os brasileiros é 
enorme e não pode ser ignorada.
Bons estudos!
Pós-Universo 8
Pós-Universo 9
POLÍTICAS PÚBLICAS
Definição de políticas públicas
Definir políticas públicas não é tarefa fácil, pois existem inúmeros conceitos acerca 
do tema. Para Lynn (1980) e para Peters (1986), políticas públicas são um conjunto de 
ações do governo que produzirão efeitos desejados sobre a vida dos cidadãos. Dye 
(1984) resume que políticas públicas é a definição do que o governo escolhe fazer 
ou não fazer. Segundo o SEBRAE (2008, p. 5) “[...] Políticas Públicas são um conjunto 
de ações e decisões do governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da 
so ciedade [...]”.
Desse modo, descreve-se política pública como um somatório das ações, metas e 
planos dos governos municipal, estadual e federal. Visa-se atender aos interesses pú-
blicos e as necessidades da sociedade (MEDEIROS, 2013). As ações são tomadas pelo 
governo, mas é a população quem elege seus representantes por meio das eleições. 
Assim, os representantes públicos (vereadores, deputados e senadores) mobilizam 
os eleitos do poder executivo (prefeitos, governadores e presidente) para atenderem 
aos pedidos da população (SEBRAE, 2008).
As demandas populacionais por políticas públicas englobam as esferas da “saúde, 
educação, economia, agricultura, entre outras áreas” (MEDEIROS, 2013, p. 20).
Pós-Universo 10
Formulação das políticas públicas
A formulação ou ciclo das políticas públicas pode ser subdividida em seis etapas, 
como mostra a figura 1, a seguir.
Figura 1 - Ciclo das Políticas Públicas
Fonte: as autoras.
 • Primeira fase – Formação da questão: aponta-se qual o problema a ser re-
solvido. De modo geral, a elaboração deste questionamento visa atender 
a uma necessidade específica.
 • Segunda fase – Agenda Política: selecionam-se as prioridades a serem 
atendidas, dentro da questão. Envolve a comunidade, a mídia, os repre-
sentantes da sociedade civil e do poder público.
 • Terceira fase – Formulação da Política: apresentam-se as soluções ou alter-
nativas para a questão. Definem-se as linhas de ação que serão adotadas 
para solucioná-las.
Pós-Universo 11
 • Quarta fase – Adoção da Política: adota-se um ou mais propostas formu-
ladas na terceira etapa. É a fase da tomada de decisão.
 • Quinta fase – Implementação da Política: executam-se as ações adotadas, 
ou seja, é o momento em que o planejamento e a escolha são transforma-
dos em atos.
 • Sexta fase – Avaliação da Política: analisa-se a eficácia da política imple-
mentada. Pode ser considerada eficiente; boa, mas passível de pequenos 
ajustes; ou descartada por não solucionar a questão elaborada.
A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na 
guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes.
Fonte: Winston Churchill
reflita
De acordo com o SEBRAE (2008, p. 10), “na prática, as fases se interligam entre si, de 
tal forma que essa separação se dá mais para facilitar a compreensão do processo”.
Importância e políticas públicas 
voltadas para a agricultura
Políticas públicas são ações governamentais importantes, pois visam garantir neces-
sidades sociais em suas diferentes esferas. São essenciais para o desenvolvimento do 
país e gera melhoria na qualidade de vida da população. Quando implementadas, 
são capazes de reduzir desigualdades sociais, mudar a sociedade e gerar externalida-
de positiva. Para formação de políticas públicas, os atores ‘estatais’ (eleitos pelo voto 
popular), atuam na elaboração e/ou execução das políticas públicas. Enquanto os 
atores ‘privados’, são aqueles que reivindicam ações que resultem em políticas públi-
cas. São representados por componentes da sociedade civil, por exemplo, a imprensa, 
os sindicatos, os centros de pesquisas e outras entidades (SEBRAE, 2008).
Pós-Universo 12
As políticas públicasvoltadas para a agricultura brasileira, de modo geral, visaram 
minimizar as dificuldades para o desenvolvimento como a “baixa capitalização, acesso 
a linhas de crédito oficiais, acesso à tecnologia, disparidade produtiva inter-regio-
nal, acesso à assistência técnica, à produção rural, e acesso aos mercados modernos” 
(JUNQUEIRA; LIMA, 2008, p. 2).
No Brasil, a administração dos recursos voltados aos assuntos de políticas públi-
cas é gerida pelos ministérios. Alguns deles estão intimamente relacionados com a 
melhoria da agricultura brasileira, como o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento), o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), o MDIC (Ministério 
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), o MMA (Ministério do Meio 
Ambiente) e o MME (Ministério de Minas e Energia). 
Na pesquisa de Sousa et al. (2014, p. 1) foram apontadas as singularidades no 
avanço do desenvolvimento de um país mais justo e menos desigual:
 “
A reestruturação da assistência técnica, as novas abordagens de atuação e 
as diversas contribuições das universidades, centros de pesquisa e a orien-
tação estratégica concedida aos agricultores familiares nas interfaces com 
diversas políticas sociais, nutricionais, de saúde e educação.
Então, podemos entender que a política pública, seja ela qual for, afetará a 
vida as pessoas mas, algumas dessas políticas são mais gerais e afetam, de 
maneira diferente, a vida de todos, por exemplo, quando o Banco Central 
decide elevar a taxa de juros da economia (SELIC) essa afetará a todos, 
mas há políticas públicas focadas e criadas para determinadas camadas 
da sociedade.
reflita
Nota-se, então, a importância do ciclo das políticas públicas para o desenvolvimen-
to do país. 
O quadro 1, a seguir apresenta um resumo das políticas públicas que incentiva-
ram a agricultura familiar brasileira.
Pós-Universo 13
Quadro 1 - Cronograma de políticas públicas incentivadoras da agricultura familiar brasileira
1996 – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF
Decreto 1.946, de 28 de junho de 1996
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D1946.htm>
2003 – Programa Nacional de Aquisição de Alimentos – PAA
Lei 10.696, de 2 de julho de 2003
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.696.htm>
2006 – Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares 
Rurais
Lei 11.326, de 24 de julho de 2006
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11326.htm>
2009 – PNAE – 30% merenda escolar oriunda da agricultura familiar
Lei 11.947, de 16 de junho de 2009
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11947.htm>
2010 – Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura 
Familiar e Reforma Agrária – PNATER e o Programa Nacional de Assistência Técnica 
e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária – PRONATER
Lei 12.188, de 11 de janeiro de 2010
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12188.htm>
Fonte: adaptado de Gabech e Orsini (2014, online).
Observa-se que, especialmente, nas últimas décadas, houve o avanço do Brasil 
em políticas públicas para a agricultura familiar. O PRONAF (Programa Nacional de 
Fortalecimento da Agricultura Familiar) foi a política de maior expressividade, conso-
lidando-se como fundamental nas dimensões social, econômica e ambiental (SOUZA 
et al., 2014). 
Você conhece ou já ouviu falar da EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária? Sem sombra de dúvidas ela é um dos grandes alicerces do 
agronegócio brasileiro. Ela nasceu em 1973 e busca a inovação tecnológi-
ca para a agropecuária nacional. E não deixa de ser um belo exemplo de 
política pública direcionada para o setor rural. O que é muito interessan-
te é que ela possui a sua sede em Brasília - DF como a maioria dos órgãos 
federais mas, possui diversas unidades descentralizadas que estão espalha-
das pelo Brasil todo.
Fonte: a autora.
atenção
Pós-Universo 14
Pós-Universo 15
LIMITAÇÕES PARA O 
DESENVOLVIMENTO 
DA AGRICULTURA 
BRASILEIRA
História, legislação, políticas 
públicas e educação
A palavra agricultura é definida como a “arte de cultivar a terra”, segundo o dicioná-
rio Michaelis (2015, online). Historicamente, as práticas agropecuárias, mudaram o 
rumo de todas as civilizações posteriores ao seu surgimento. Foi cultivando a terra 
que aumentou-se as populações e a expectativa de vida. Este fato ocasionou um 
fenômeno de valorização das terras em todo o mundo. Desde então, ter terra é si-
nônimo de riqueza.
Com o capitalismo mercantil, entre os séculos XV e XVIII, propulsionou-se a ex-
ploração de novas terras, objetivando-se, assim, o enriquecimento. Novas colônias 
surgiram desde essa época, e, hoje, é possível observar os reflexos destas organizações.
Na pesquisa de Navarro e Pedroso (2011), apresentada na unidade I, deste mate-
rial, foram descritas as diferenças na condução das políticas públicas no Brasil e nos 
EUA. Atualmente, é notável uma agricultura familiar próspera e fortalecida nos EUA, 
enquanto que no Brasil assemelha-se a um caráter de subsistência.
Para a FAO, o AIAF (2014) - Ano Internacional da Agricultura Familiar- foi o momento 
oportuno para definir-se agricultura familiar como organização gerenciada e admi-
nistrada, principalmente, por membros da família. Cabe ressaltar que nesse conceito 
não são considerados o tamanho físico e nem econômico.
Já no Brasil, a própria legislação que regulamenta a agricultura familiar limita o 
crescimento territorial e capital do produtor. A seguir, expõem-se seus paradoxos e 
restrições.
Pós-Universo 16
No artigo 3º, parágrafo primeiro da Lei Nº 11.326 (BRASIL, 2006) diz que: “não 
detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais”. Então, um 
agricultor que tenha uma propriedade em Brasiléia/AC poderá ser considerando fa-
miliar se tiver área de até 400 ha. Isso porque cada módulo fiscal neste município 
corresponde a 100 ha. Mas, se esse mesmo produtor estivesse na cidade de Niterói/
RJ, onde cada módulo fiscal equivale a 5 ha, ele poderia ter no máximo 20 ha.
Módulo Fiscal
É uma unidade de medida de terra rural, expressa em hectares, distinta 
para cada município, que define “o mínimo de uma gleba de terra, na qual 
a família, usando força de trabalho diariamente sobre essa área, possa man-
ter-se com dignidade social”. Dessa forma, hipoteticamente, um módulo 
fiscal (MF) representa uma área mínima em cada município, gerando con-
dições para uma família viver da terra. Este valor foi definido pelo INCRA, 
pelo Decreto nº 84.685 (BRASIL,1980). Por exemplo:
Um módulo fiscal em Maringá/PR = 14 ha.
Um módulo fiscal em Brasiléia/AC = 100 ha.
Um módulo fiscal em Niterói/RJ = 5 ha.
Encontre o Módulo Fiscal de um Município 
<http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais>.
<http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/ins-
trucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf>.
Fonte: Guerin e Isernhagen (2013).
saiba mais 
Outra restrição está no parágrafo segundo, do mesmo artigo, em que lemos: “utilize 
predominantemente mão de obra da própria família nas atividades econômicas do 
seu estabelecimento ou empreendimento” (BRASIL, 2006). Sendo assim, agriculto-
res familiares que queiram aumentar suas produções inibem-se, utilizando a mesma 
área, pois requisitar mais mão de obra, segundo a legislação, descaracteriza a produ-
ção como familiar.
Por fim, o mesmo artigo, em seu parágrafo terceiro, diz: “tenha percentual mínimo 
da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou 
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscaishttp://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://canaldoprodutor.com.br/novo-codigo-florestal/modulos-fiscais
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_especial/IE20_280580.pdf
Pós-Universo 17
empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo” (BRASIL, 2006). Ou seja, 
aqueles agricultores que ousam expandir e diversificar seus negócios, são impossibili-
tados de se manterem como agricultores familiares. Este artigo afronta os princípios da 
sustentabilidade, onde, em síntese, define-se o “ambientalmente correto, socialmen-
te justo e economicamente viável” (BRASIL, 2006). É paradoxo pensar em viabilidade 
econômica restringindo tamanho, mão de obra e rendas extras.
Diante desse cenário, houve uma dicotomia forçada da agricultura familiar e o 
agronegócio. A primeira é identificada como produções de subsistência, enfraque-
cida, fragilizada pela agricultura patronal e apontada como opressora, capitalista e 
predatória. Estes extremos contextualizam o “mocinho” e o “vilão” da agricultura, dis-
torcendo o foco, no objetivo principal de ambas, que é a produção agrícola.
Considera-se, então, que tanto a agricultura familiar quanto o agronegócio, são 
formas de produções agropecuárias, cujos agricultores são trabalhadores que visam 
dignidade e renda. O coordenador do GVAGRO/FGV (Centro de Agronegócio da 
Fundação Getúlio Vargas) e presidente da Academia Nacional de Agricultura, Roberto 
Rodrigues, elaborou, em 2014, uma proposta de plano de ação para o agronegócio 
brasileiro (2015 – 2022) aos presidenciáveis. Neste documento foram elencadas as 
necessidades acerca do desenvolvimento sustentável, competitividade, orientação 
a mercados, segurança jurídica e governança institucional. O documento sintetizou 
as propostas com os seguintes destaques:
 • DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL do agronegócio com oferta crescente 
para o mercado interno, beneficiando a sociedade brasileira e contribuindo 
para as exportações, visando nível adequado de renda para os produtores 
rurais, por meio de: (i) crédito e financiamento para investimento e capital 
de giro; (ii) mecanismos de seguro contra quebra de produção e queda 
acentuada de preços; (iii) política de garantia de preços mínimos para pro-
dutos essenciais; e (iv) incentivos ao associativismo e cooperativismo para 
organização dos produtores. 
 • COMPETITIVIDADE nos elos das cadeias produtivas de alimentos, fibras, pro-
dutos florestais e biomassa para fins energéticos através de (i) geração e 
transferência de tecnologias; (ii) investimentos em defesa agropecuária; (iii) 
desoneração tributária; e (iv) ampliação da rede de infraestrutura e logística.
Pós-Universo 18
 • ORIENTAÇÃO A MERCADOS para ampliar a inserção do Brasil nas cadeias 
produtivas globais, visando o atendimento das múltiplas demandas e ne-
cessidades dos consumidores internos e externos. Para tanto, são essenciais 
a utilização de boas práticas agropecuárias, de processamento e distribui-
ção; atuação agressiva na celebração de acordos comerciais; consolidação 
de marcos regulatórios em sintonia com os padrões internacionais; e cons-
trução de organizações para aumentar a capacidade de formulação de 
políticas e estratégias no País (“Think Tanks”).
 • SEGURANÇA JURÍDICA para garantir o direito de propriedade privada e, por 
decorrência, criar um ambiente favorável a investimentos nacionais e es-
trangeiros e incentivar o empreendedorismo. Simplificação e aplicação da 
legislação agrária, ambiental e trabalhista, com base em critérios técnicos, 
condizentes com as características do agronegócio, da produção agrope-
cuária em particular e dos mercados internacionais.
 • GOVERNANÇA INSTITUCIONAL que conduza à maior eficiência na condu-
ção de políticas e nos gastos públicos, reduzindo o tamanho do Estado e 
o número de ministérios e ampliando a articulação com o setor privado 
(RODRIGUES, 2014, online).
Dessa forma, entende-seque a diferença relevante deva ser somente em relação às 
formas de administrar e gerir as propriedades. Assim, possibilita-se a unificação de 
ministérios, redução de gastos governamentais e fortalecimento das políticas públi-
cas voltadas à agricultura brasileira.
Nota-se, ainda, que os agricultores brasileiros são carentes em políticas públicas 
econômicas voltadas aos gastos públicos de investimentos. O governo demanda 
gastos de manutenção e gastos de investimentos, sendo este último importantíssimo 
para o crescimento econômico. Visando potencializar o setor logístico de produ-
tos agropecuários, são possíveis os seguintes gastos de investimentos: ampliação e 
construção de novos portos e aeroportos; implementação de uma malha ferroviária 
interligando norte-sul e leste-oeste; exploração do potencial hidrográfico do país; e 
conservação e restauração de rodovias.
Outro fator limitante é a política fiscal, que impõe altos impostos em produtos 
processados brasileiros, desestimulando então o investimento em novas agroin-
dústrias. De modo geral, a política fiscal visa o equilíbrio entre os gastos públicos e 
Pós-Universo 19
a arrecadação de impostos. A máquina pública brasileira demanda altíssimos custos 
para mantê-la funcionando. Assim, só seria possível reduzir impostos se diminuís-
sem os gastos governamentais. Diante de uma carga tributária elevada, exportam-se 
matérias-primas mesmo quando se tem potencial e mercado que justifique o seu 
processamento. Melhorando a elaboração e condução das políticas econômicas, be-
neficiariam, também, as esferas sociais e ambientais.
Concomitantemente, ressalva-se como limitante o acesso às novas informações, 
qualificações profissionais e educação formal em todos os níveis. Os produtores rurais 
migram de suas propriedades, cidades e até mesmo regiões para que seus direitos 
sejam garantidos e, mesmo assim, esses direitos não são assegurados. Há também 
aqueles que não têm oportunidade e/ou condições de mobilizar-se de tal forma. 
Assim, vê-se uma agricultura e os agricultores muitas vezes desvalorizados.
Fatores que afetam a 
competitividade
Desde a abertura democrática e após os anos 1990, o setor agrícola brasilei-
ro tem feito verdadeiro milagre em termos produtivos, apesar da ausência 
de incentivos, do planejamento difuso e da inadequada infraestrutura. 
Fonte: Vieira Filho e Fishlow (2017, p. 179).
reflita
A partir da década de 1990 é inegável o aumento da competitividade do agronegó-
cio brasileiro, mesmo com o crescimento econômico mundial não sendo significativo, 
as exportações do agronegócio cresceram e ganharam mercado nesse período. Já 
após os anos 2000 a economia mundial voltou a crescer e foi um fator a mais para o 
aumento da demanda para os produtos brasileiro, mas nesse período além do cres-
cimento econômico mundial os ganhos de competitividade dos produtores nacionais 
(VIEIRA FILHO; FISHLOW, 2017).
Pós-Universo 20
A pesquisa do índice de competitividade do agronegócio, elaborada pela 
CNA, padronizou seis esferas de indicadores: infraestrutura, educação, am-
biente macroeconômico, inovação e mercado de trabalho. Na publicação 
completa deste trabalho, essas esferas foram então subdivididas em 21 
variáveis.
Para saber mais sobre este estudo completo do índice de competitividade 
do agronegócio acesse: <http://canaldoprodutor.com.br/revista/competi-
tividade_2014/index.html>.
saiba mais 
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
http://canaldoprodutor.com.br/revista/competitividade_2014/index.html
Pós-Universo 21
ANSEIOS DE UM NOVO 
RURAL
Cenário do novo rural
Desde o período colonial até o século XXI, a agricultura é uma das principais bases da 
economia brasileira. Ao longo da história, várias produções agrícolas destacaram-se, 
por exemplo, a cana-de-açúcar, o café e, mais recentemente, a soja. Assim, a agricultura 
brasileira consolidou-se diante de seu valor econômico e vocação empreendedora. 
De acordo com projeções do MAPA, até 2030, o Brasil será responsável por um terço 
dos produtos agrícolas comercializados em todo o mundo (GLOBO RURAL, 2015). 
Atualmente, o agronegócio brasileiro é responsável por aproximadamente 
21%, do PIB. 
A figura 2, a seguir mostra a contribuição do agronegócio no PIB do Brasil, 
de 1995 até 2015. Podemos afirmar e visualizar que o Agronegócio é repre-
sentativo para a economia brasileira.
Figura 2 - Participação do PIB do agronegócio no PIB total – Brasil.
Fonte: adaptado de CEPEA (2016, online).
fatos e dados
Pós-Universo 22
Nota-se que a média histórica dos últimos 20 anos do agronegócio colaborou com 
cerca de um quarto do PIB. Observam-se médias recordes em 1994 e 2003, onde sua 
participação foi de 26,3% do total do PIB brasileiro. De 1995 a 2015, o PIB do agrone-
gócio foi de aproximadamente ¼ do PIB nacional.
Toda essa contribuição foi possível pela imensa expansão territorial do país, mas, 
também, da diversidade de exploração de várias cadeias produtivas. De acordo com o 
MAPA (2015) são 28 câmaras setoriais e oito câmaras temáticas que englobam todas 
as cadeias produtivas. As câmaras setoriais do MAPA são um conjunto de órgãos e 
entidades, públicos e privados, que constituem os elos da cadeia produtiva do agro-
negócio. O quadro 2, a seguir elenca as câmaras setoriais.
Quadro 2 - Câmaras setoriais do mapa
CÂMARAS SETORIAIS
Açúcar e Álcool Fibras Naturais
Algodão Flores e Plantas Ornamentais
Animais de Estimação Florestas Plantadas
Arroz Fruticultura
Aves e Suínos Hortaliças
Borracha Natural Leite e Derivados
Cacau Mandioca
Cachaça Mel e Produtos das Abelhas
Caprinos e Ovinos Milho e Sorgo
Carne Bovina Oleaginosas e Biodiesel
Citricultura Palma de Óleo
Culturas de Inverno Soja
Equideocultura Tabaco
Feijão Viticultura, Vinhos e Derivados
Fonte: adaptado de Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2015).
Pós-Universo 23
As câmaras temáticas relacionam-se com os serviços que são utilizados nos setores 
produtivos da cadeia. O quadro 3, a seguir lista as câmaras temáticas.
Quadro 3 - Câmaras temáticas do MAPA
CÂMARAS TEMÁTICAS
Agricultura Orgânica Infraestrutura e Logística
Agricultura Sustentável e Irrigação Insumos Agropecuários
Cooperativismo Agropecuário Negociações Agrícolas
Crédito e Comercialização Seguros do Agronegócio
Fonte: adaptado de Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento baseado (2015).
Essa configuração de um “Novo Rural” vem sendo notada no Brasil desde a década 
de 80. Segundo Graziano da Silva, Grossi e Campanhola (2002, p. 4), essa denomina-
ção vem sendo adotada, pois compõe-se basicamente de três grandes grupos de 
atividade:
 “
Uma agropecuária moderna, baseada em commodities e intimamente ligada 
às agroindústrias.
Um conjunto de atividades não-agrícolas, ligadas à moradia, ao lazer e a várias 
atividades industriais e de prestação de serviços.
Um conjunto de “novas” atividades agropecuárias, impulsionadas por nichos 
especiais do mercado.
Odestaque da palavra “novas” entre aspas é para que se entenda que essas atividades 
já eram existentes no país, porém, cada vez mais, ganham importância econômica. 
O quadro 4, destaca e descreve algumas destas “novas” atividades.
Pós-Universo 24
Quadro 4 - Novas produções rurais 
ATIVIDADES DESCRIÇÃO
Agroindústrias Divulgação e valorização de produtos coloniais, como: vinhos, 
embutidos, doces e geleias.
Criação de aves nobres 
e animais exóticos
Avestruz, camarão de água doce, codorna, escargots, jacaré, 
capivara, entre outros.
Eventos rurais Exposições agropecuárias, festas típicas, leilões, rodeios, entre 
outros.
Floricultura Flores e plantas ornamentais valorizadas no mercado de pai-
sagismo e eventos.
Fruticultura Frutas de mesa diferenciadas e com alto valor agregado, 
polpas congeladas, entre outros.
Lazer Complexos hípicos, hotéis fazendas e turismo rural.
Piscicultura Produção de peixes e outros insumos para pesque-pague.
Produções alternativas Cultivo de cogumelos, artesanatos e equoterapia.
Produção orgânica Valorização no mercado internacional, redes de supermer-
cados e fast foods.
Valorização imobiliá-
ria rural
Propriedades rurais voltadas para o lazer e não de moradia/
produção.
Fonte: adaptado de Mariani e Almeida (2009).
A pluriatividade rural, com produções agrícolas e não agrícolas, potencializam a di-
nâmica e economia no campo. Essas alternativas fortalecem a permanência no meio 
rural, aumentando a renda e até gerando empregos ( CÂNDIDA; BORGES; SANTOS, 
2010). Com isso, é importante os agricultores buscarem informações e inovações, es-
pecializando-se e adotando novas tecnologias.
Pós-Universo 25
Inovações tecnológicas
As produções agropecuárias, atualmente, usufruem cada vez mais de ferramentas 
tecnológicas, como, por exemplo: sistemas de guia por satélites, controladores ele-
trônicos, drones, ferramentas da agricultura de precisão, e automatização agrícola. 
Essas tecnologias não eram nem cogitadas no início do século XXI e, hoje em dia, 
não se pode prever quais serão as tecnologias do futuro, mas é imprescindível con-
tinuar desenvolvendo novas tecnologias e ser flexível o suficiente para adaptar-se 
(MANTOVANI & MAGDALENA, 2014). Um exemplo dessa nova configuração tecnoló-
gica foi a adoção de máquinas na colheita da cana-de-açúcar e, mais recentemente, 
da máquina para colher mandioca. Fez-se necessário essas adaptações por proibi-
ção da queima e, principalmente, pela escassez de mão-de-obra.
Agroindústrias
Embora o Brasil tenha um enorme sucesso exportando produtos do agronegócio, 
será que se fossemos mais eficientes no processo de industrialização esse sucesso 
não seria ainda maior trazendo mais recursos financeiros para o nosso país?
Fonte: a autora.
saiba mais 
O processo agroindustrial é uma forma de agregar valor aos produtos agropecuários. 
Nos últimos anos, o agronegócio modificou-se intensamente, especialmente pela 
preocupação de produções mais sustentáveis, incrementos tecnológicos e agrega-
ção de valor visando os mercados interno e externo. As agroindústrias transformaram 
o cenário dos sistemas agroalimentares, e de acordo com o Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada – IPEA (2013), particularmente, nos aspectos como:
 “
[...] a revalorização dos produtos locais e especialidades, a crescente importân-
cia social e econômica das atividades rurais não agrícolas, a crise dos processos 
de modernização da agricultura, consumidores mais exigentes em termos ali-
mentares, a volta dos habitantes urbanos ao espaço rural, entre outros fatores 
(IPEA, 2013, p. 15).
Pós-Universo 26
O Instituto ainda indica que há três questões a serem trabalhadas nos processos 
agroindustriais: a sustentabilidade socioambiental e a inovação, para o desenvolvi-
mento econômico e geração de novos mecanismos de agregação de valores nos 
produtos agropecuários.
Dorigon (2009) afirma que os produtos tradicionalmente processados na proprie-
dade rural mostram uma imagem positiva frente aos consumidores, que declaram 
associar essas produções como saudáveis, nutritivas, honestas, naturais, feitas com 
carinho e que lembram coisas boas. Geralmente, esses alimentos são denomina-
dos produtos coloniais, visto que, em grande parte, são processados por colonos, 
descendentes de várias etnias no território brasileiro, por exemplo: os alemães, os 
espanhóis, os holandeses, os japoneses, os poloneses, os portugueses, os ucrania-
nos, entre outros.
Ao longo dos anos, principalmente após a década de 90, essas agroindústrias 
familiares rurais se organizaram e passaram do mercado informal para o mercado 
formal. Os principais produtos dessas organizações são basicamente: “salames, queijos, 
doces e geleias, conservas de hortaliças, massas, biscoitos e açúcar mascavo, dentre 
outros” (DORIGON, 2009, p. 2). Segundo o levantamento do IPEA (2013), os principais 
produtos agroindustriais familiares são: aguardente de cana; doces e geleias; embu-
tidos; farinha de mandioca, goma ou tapioca; fubá de milho; pães, bolos e biscoitos; 
queijo ou requeijão; e rapadura.
Frente ao novo cenário das novas formas de produção, processamento e comer-
cialização, o agronegócio se fortalece e impulsiona a economia brasileira. 
Essa nova realidade alerta os setores públicos e privados para a importância de 
se valorizar, apoiar, fortalecer e consolidar a agricultura brasileira. Admite-se como 
relevante a boa gestão e o uso de estratégias que permitam crescimento, susten-
tabilidade e inovações constantes. Almeja-se uma estrutura de produção agrícola 
que beneficie o produtor rural, usufrua sustentavelmente dos recursos disponíveis e 
atenda às exigências do mercado consumidor. Conclui-se que para que esse resulta-
do seja alcançado deve-se existir um somatório de fatores por partes comprometidas, 
e que ações de pesquisa e disseminação do conhecimento são parcelas fundamen-
tais deste objetivo.
Pós-Universo 27
Segundo dados do MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e 
Comércio Exterior, de janeiro a março de 2017 os principais produtos ex-
portados pelo Brasil foram:
Complexo Soja 32,78%
Carnes 17,98%
Complexo Sucroalcooleiro 12,83%
Produtos Florestais 12,56%
Café 6,98%
Outros 16,86%
Tabela 1 - Principais produtos exportados pelo Brasil de janeiro à março de 2017.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2017)
E os principais destinos dessas exportações foram:
Valor US$ 20.523.347.290
7,13%
28,04%
18,38%
40,41%
3,12%
2,92%
7,13%3%
%28,04%
18,38%18,38%
1%1%
3,12%3 12
2,92%2,92%2%
China
Uniáo Européia
Estados Unidos
Arábia Saudita
Rússia
Outros
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2017).
fatos e dados
atividades de estudo
1. As políticas públicas passam por algumas fases até serem implementadas. A fase 
de…………………………….é a fase em que executam-se as ações adotadas, ou 
seja, é o momento em que o planejamento e a escolha são transformados em atos. 
Escolha a opção que melhor se adequa à lacuna:
a) formação da questão.
b) formulação da política.
c) adoção da política.
d) implementação da política.
e) avaliação da política.
2. Analise a frase: “Dessa forma, entende-se que a diferença relevante deva ser somente 
em relação às formas de administrar e gerir as propriedades.” a frase se refere a dife-
rença entre o que?
a) agricultura familiar e produtos orgânicos.
b) orgânicos e convencionais.
c) agricultura familiar e agronegócio.
d) sucessão e herança.
e) agronegócio e agroindústria.
atividades de estudo
3. A agricultura familiar e o agronegócio, passaram a incorporar atividades considera-
das “novas” para o meio rural, talvez essas sejam características do “novo rural”. Nesse 
contexto, preencha as lacunas de acordo com as expressões disponíveis:
I) Lazer
II) Fruticultura
III) Eventos rurais
IV) Piscicultura
( ) Exposições agropecuárias, festas típicas, leilões, rodeios, entre outros.
( ) Frutasde mesa diferenciadas e com alto valor agregado, polpas congeladas, 
entre outros.
( ) Complexos hípicos, hotéis fazendas e turismo rural.
( ) Produção de peixes e outros insumos para pesque-pague.
a) I, II, III e IV.
b) II, III, IV e I.
c) III, II,I e IV.
d) IV, I, II e III.
e) III, IV, I e II.
resumo
Este estudo finaliza com a descrição das políticas públicas e o anseio de inovar na agropecuá-
ria brasileira. Inicia-se com uma definição sobre o que é política pública, como ela é formulada e 
qual é a importância de políticas públicas para a agricultura brasileira.
Desde a formulação até a avaliação de uma política pública, deve-se considerar que esta será 
voltada para a solução de problemas na sociedade, como a educação, a saúde e a agricultura. As 
políticas públicas voltadas para a agricultura no Brasil são gerenciadas por vários ministérios e, que, 
juntos e comprometidos podem fortalecer as ações voltadas para as produções agropecuárias.
Em seguida, foram elencadas algumas limitações para o desenvolvimento da agricultura brasileira. 
Neste tópico, consideraram-se vários levantamentos e dados sobre o que demonstram a exis-
tência destas barreiras. Apontar esses pontos é fundamental, porém há a necessidade de muitos 
outros estudos e condutas que permitam uma mudança dessa situação.
O encerramento da unidade e do livro aborda algumas pretensões perante o cenário das pro-
duções agropecuárias atuais. Além disso, foram abordados alguns dados sobre as inovações nas 
formas de produções agropecuárias e a importância econômica deste setor no crescimento e 
desenvolvimento do país, indicando os anseios de um novo rural.
De acordo com a FAO (2014, p. 8) “investir na agricultura é essencial para reduzir a fome e promo-
ver uma melhor produção agrícola sustentável”, pense nisso!
material complementar
NA WEB
TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO RURAL BRASILEIRO
O vídeo “Transformações no mundo rural brasileiro” é uma entrevista do canal conexão ciência 
(EMBRAPA) com o sociólogo e pesquisador da Embrapa, Zander Navarro. O entrevistado é também 
um dos autores do livro “O mundo rural no Brasil do século 21”, que está disponível para down-
load no site da EMBRAPA.
Vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=0ISkPbmfizw>.
Para fazer o download do livro, acesse: <https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/
publicacao/994073/o-mundo-rural-no-brasil-do-seculo-21-a-formacao-de-um-novo-padrao-a-
grario-e-agricola>.
referências
BRASIL. Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Estabelece as diretrizes para a formulação da Política 
Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Diário Oficial Eletrônico, 
24 de jul. 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/
l11326.htm>. Acesso em: 04 mar. 2015.
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. CNA. Balanço 2014 e perspectivas 2015 para o 
agronegócio brasileiro, Perspecivas, [s.n.]. Brasília: CNA, 2014. 118 p.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Câmaras setoriais e temáticas. 2015. Disponível em: <http://
www.agricultura.gov.br/camaras-setoriais-e-tematicas>. Acesso em: 10 abr. 2015.
BRASIL. IBGE. Censo agropecuário – 2006. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 
2006.
BRASIL. IPEA. O Perfil da Agroindústria Rural no Brasil: Uma análise com base nos dados do 
Censo Agropecuário 2006. [s.n.]. Brasília: IPEA, 2013. P. 86 .
CÂNDIDA; BORGES; SANTOS, 2010
CEPEA. PIB do Agronegócio: Relatório completo de Março/16. Disponível em: <http://cepea.esalq.
usp.br/pib/>. Acesso em: 20 abr. 2017.
DICIONÁRIO MICHAELIS. Dicionário de Português Online. Disponível em: <http://michaelis.uol.
com.br/moderno/portugues/index.php>. Acesso em: 09 Abr. 2015.
DORIGON, C. Globalização da Agricultura e dos Alimentos Produtos coloniais e a extensão de 
redes rumo a mercados extra-regionais. In: XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, [s.n.], 2009, Rio 
de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2009.
DYE, T. Understanding public policy. Englewood Cliffs, MJ: prentice Hall, 1984.
FAO. The State of Food and Agriculture: Innovation in Family farming. [s.n.]. Rome: FAO, 2014. 
p.161. [N8]
GABECH, J.; ORSINI, R. A agricultura familiar e a sua importância para o desenvolvimento susten-
tável do Estado e do País. Revista Meio Ambiente, Porto Alegre, v. 6, n. 1, p. 25, ago./set. 2014. 
Disponível em: <http://issuu.com/revista_meiosustentavel/docs/af-meio_sustentavel>. Acesso 
em: 10 mar. 2015.
referências
10 COISAS que você precisa saber sobre a agricultura brasileira. Globo Rural. Agronegócio tem 
importância fundamental na alimentação, geração de empregos e muito mais. 2015. Disponível 
em: <http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Agricultura/noticia/2015/03/10-coisas-que-vo-
ce-precisa-saber-sobre-agricultura-brasileira.html>. Acesso em: 12 abr. 2015.
GRAZIANO DA SILVA, J. F.; GROSSI, M. E.; CAMPANHOLA, C. O que há de realmente novo no rural 
brasileiro?. In: II Congresso Internacional sobre Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável, 
2002, Santa Cruz do Sul. Turismo Rural. Santa Catarina: UNISC, 2002. v. 1. p. 107-112.
Guerin e Isernhagen (2013)
JUNQUEIRA, C. P.; LIMA, J. F. Políticas públicas para a agricultura familiar no Brasil. Revista Semina: 
Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 29, n. 2, p. 159 – 176, jul./dez. 2008.
LYNN, L. E. Designing Public Policy: A Casebook on the Role of Policy Analysis. Santa Monica, 
Calif.: Goodyear. 1980.
MANTOVANI, E. C.; MAGDALENA, C. Manual de Agricultura de Precisión. PROCISUR – Programa 
Cooperativo para el Desarrollo Tecnológico Agroalimentario y Agroindustrial del Cono Sur. 2014. 
p.174.
MARIANI, M.; ALMEIDA, A. K. Configuração do espaço rural brasileiro e as atividades não agríco-
las. Desafio: Revista de Economia e Administração (continua como Desafio Online), v. 10, 
n. 21, p. 129-142, 2009.
MEDEIROS, R. T. Políticas públicas para agricultura familiar: um estudo sobre a influência do 
PRONAF no desenvolvimento da agricultura família em um município do médio sertão paraiba-
no. Patos, 2013. Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Estadual da Paraíba 
(UEPB).
NAVARRO, Z.; PEDROSO, M. T. M. Agricultura familiar: É preciso mudar para avançar. Brasília: 
Embrapa Informação Tecnológica, 2011. 248 p.
PETERS, B. G. American Public Policy. Chatham, N.J.: Chatham House. 1986.
RODRIGUES, R. Agronegócio brasileiro 2015-2022: Proposta de plano de ação aos presiden-
ciáveis. ABC- Associação Brasileira de Criadores. Disponível em: <http://www.abccriadores.com.
referências
br/newsite/index.php/publicacoes/noticias/boletim-n-103-eleicoes-gerais/859-news1031>. 
Acesso em: 09 Abr. 2015.
SEBRAE. Políticas Públicas: Conceitos e práticas. Belo Horizonte: Sebrae, 2008. p.48.
SOUSA, C. S.; SOARES, M. G. P.; SOUZA, R. M.; ÁVILA, M. L. Mais gestão: política de desenvolvimen-
to rural para as cooperativas da agricultura familiar brasileira. In: IV SEMINÁRIO DE AGROECOLOGIA 
DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO, Brasília, v. 9, n. 3, 2014.
SOUZA, A. A.; SANTOS, P. C. T.; BEZERRA, O. M. P. A. Agroecologia: Centro Colaborador em 
Alimentação e Nutrição do Escolar CECANE/UFOP. Ouro Preto: UFOP, 2012. p.24.
VIEIRA FILHO, José Eustáquio Ribeiro; FISHLOW, Albert. Agricultura e indústria no Brasil : inovação 
e competitividade. Albert Fishlow. – Brasília: Ipea, 2017. 305 p.
material complementar
1. d) implementação da política.
2. c) agricultura familiar e agronegócio.
3. c) III, II,I e IV.
	h.hhdwuu7lyy9s
	h.7qv9pk5e0eys
	h.ehh6lla68qry
	h.ty77o17f3mvk
	h.xzo3yxcbunc0
	h.71fyg5sawtfe
	h.rd8niaef0ooy
	h.dwzamtw5iftq
	h.ci8q9spr0ol2
	h.upkmx36m5in3
	h.ungnezlc0pqj
	h.gbib6qq5avyw
	h.t9xnbi2a393n
	h.jkzxyiu23cze
	h.crhmt84fdblt
	h.r8qw2l9oyjrk
	h.8r2nhoz43lpx
	h.ljhdxw62sopp
	h.m5dprf8c0put
	h.zfvz0h2xwbt5
	h.lycssjlzyyrp
	h.3yos2qlpnsda
	h.vx1227
	h.xp6mn07hyzwm

Continue navegando