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126 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 TRIAGEM NEONATAL: UMA REVISÃO SOBRE A SUA IMPORTÂNCIA Neonatal screening: A review on its importance Alessandra Rodrigues Silva1; Pâmela Vital da Silveira1; Lilia Rosário Ribeiro2; Heslley Machado Silva2. 1 Graduanda do curso de Biomedicina pelo Centro Universitário de Formiga (UNIFORMG). Formiga, Minas Gerais. Brasil. 2 Professor titular do Centro Universitário de Formiga. Formiga (UNIFORMG), Minas Gerais. Brasil. . Resumo Introdução: A realização do exame laboratorial do teste do pezinho é de grande importância para os recém-nascidos, tem o propósito de detectar possíveis patologias genéticas, metabólicas e infecciosas, podendo apresentar-se assintomáticas no período neonatal e causar consequências irreversíveis quando não são tratadas precocemente. Objetivo: realizar uma revisão narrativa da literatura, através do teste do pezinho. Metodologia: o estudo foi realizado em quatro bases de dados (Google Acadêmico, MEDLINE via PubMed, SCIELO e LILACS), e também pesquisas em manuais do Ministério da Saúde. A escolha desses artigos foi baseada em documentos avaliando a compreensão de publicações existentes sobre o tema em discussão. Resultados: Foram selecionados quarenta e quatro artigos, identificando a importância da triagem neonatal, a falta de conhecimento dos pais, a necessidade do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. Discussão: O teste do pezinho realizado pelo SUS, é uma estratégia de saúde pública que visa à prevenção de sequelas em recém-nascidos, detecta seis patologias diferentes como: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. Conclusão: Para que haja o aumento de diagnóstico precoce de bebes doentes e tratamento correto, é necessário que os pais estejam bem informados da finalidade do exame de triagem neonatal. Portanto a triagem neonatal é significativa e traz somente benefícios para os recém-nascidos e seus familiares. Palavras-chave: Recém-nascido. Triagem Neonatal. Doenças. Diagnóstico. 127 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 Abstract Introduction: The laboratory exam of the heel prick test is of great importance for newborns, with the purpose of detecting possible genetic, metabolic and infectious pathologies, which can be asymptomatic in the neonatal period and cause irreversible consequences when not treated early. Objective: to conduct a narrative review of the literature, using the heel prick test. Methodology: The study was conducted in four databases (Google Scholar, MEDLINE via PubMed, SCIELO, and LILACS), and also searches in Ministry of Health manuals. The choice of these articles was based on documents evaluating the understanding of existing publications about the topic under discussion. Results: Forty-four articles were selected, identifying the importance of neonatal screening, parents' lack of knowledge, the need for early diagnosis and appropriate treatment. Discussion: The heel prick test performed by SUS is a public health strategy that aims to prevent sequelae in newborns, detects six different pathologies such as: phenylketonuria, congenital hypothyroidism, sickle cell syndromes, cystic fibrosis, congenital adrenal hyperplasia, and biotinidase deficiency. Conclusion: In order for there to be an increase in early diagnosis of sick babies and correct treatment, it is necessary that parents are well informed about the purpose of the neonatal screening test. Therefore, neonatal screening is significant and brings only benefits to newborns and their families. Keywords: Newborn. Neonatal Screening. Diseases. Diagnosis. Recebido em: 17-12-2021 Publicado em: 22-12-2022 Autor correspondente Alessandra Rodrigues Silva Rua Irene Rodrigues de Faria, 113 – Pôr do Sol – Formiga – MG E-mail: lele10299@gmail.com 1. Introdução O diagnóstico precoce de doenças pode fazer diferença na qualidade de vida e na eficácia do tratamento, aumentando as chances de sobrevida e de cura dos pacientes. O sucesso no tratamento é maior quando a patologia é diagnosticada rapidamente, desta forma, a realização de exames é de extrema importância, por viabilizarem a identificação de doenças em estágios iniciais, podendo reduzir complicações ao longo da vida. Quando não há sucesso na cura, é possível diminuir os efeitos da doença, pois a maior parte é incurável1. A triagem neonatal, mais conhecida como teste do pezinho, tem o objetivo de diagnosticar e detectar patologias genéticas ou metabólicas. O teste permite rastrear ainda no período neonatal, doenças que são assintomáticas e que podem comprometer a qualidade de vida do indivíduo2. mailto:lele10299@gmail.com 128 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram recomendados nos países em desenvolvimento, a partir da década de 60, a necessidade dos programas populacionais de triagem neonatal para a prevenção de doenças em recém-nascido. Mas em alguns países seu desenvolvimento ocorreu de forma desorganizada e lenta3. Esse exame teve início a partir do projeto pioneiro para a triagem de fenilcetonúria, é uma doença metabólica. E em 1983 ocorreu a triagem para hipotireoidismo congênito que é um distúrbio endócrino causado na gestação4. O exame de triagem neonatal foi introduzido no Brasil na década de 70, pelo médico pediatra Benjamin José Schmidt e tornou-se o exame neonatal obrigatório a partir de 19922. O Sistema Único de Saúde (SUS), em 06 de junho de 2001 aumentou o número de doenças que podem ser detectadas pelo teste, incorporando à triagem neonatal, o rastreio de seis patologias (Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia Falciforme, Hiperplasia adrenal congênita, Deficiência de biotinidase, e Fibrose Cística), buscando a confirmação diagnóstica, o tratamento e o acompanhamento dos pacientes5,6. O teste do pezinho é realizado gratuitamente pelo SUS em unidades básicas de saúde, com o intuito de apoiar e instruir as famílias sobre a prevenção de doenças e tratamentos disponíveis7. Este trabalho tem por objetivo a realização de uma revisão bibliográfica sobre a importância da triagem neonatal no diagnóstico precoce de doenças, direcionado aos profissionais de saúde e famílias. Foi notado através dessa pesquisa que muitos pais e familiares não sabem a importância da triagem neonatal, o quanto o diagnóstico precoce pode ajudar a salvar uma vida ou quais as consequências da não realização do exame. Essas informações podem colaborar para a procura do tratamento em tempo adequado, ampliando as possibilidades e chances de uma vida normal. 2. Metodologia Para o desenvolvimento do estudo foi realizada uma revisão narrativa da literatura, são argumentos amplos, apropriadas para descrever e discutir o desenvolvimento de um determinado assunto, sobre o tema triagem neonatal. As buscas foram realizadas em quatro bases de dados (Google Acadêmico, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) via Pubmed, Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino-Americana e 129 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS)), e também pesquisas em manuais do Ministério da Saúde, em que foram utilizados os seguintes descritores: “triagem neonatal”; “teste do pezinho” ou “neonatal screening”. Foram selecionados, artigos publicados de 2000 a 2021, escritos em inglês ou português e experimentos ou revisões que não fossem em animais e somente em humanos e artigos com acesso ao conteúdo completo. A seleção desses artigos foi realizada com a busca dos títulos: doenças diagnosticadas na triagem neonatal e teste do pezinhoe sua importância, baseada em textos visando a interpretação de publicações existentes sobre o tema em discussã e selecionandotextos visando a interpetração do leitor e compreenção do assunto. O processo de busca incluiu trabalhos que citavam a importância do teste do pezinho, as patologias identificadas pelo exame e o conhecimento que os pais tinham pelo assunto. Foram lidos os títulos, depois os resumos e por fim o texto na íntegra para a seleção. FIGURA 1 – Fluxograma da Metodologia. Fonte: Do Autor. 130 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 3. Resultados A tabela 1 mostra que o presente trabalho consistiu em uma revisão narrativa, quais os artigos selecionados e seus respectivos objetivos, com as informações necessárias afim de serem acessadas com mais facilidade. TABELA 1 – Sobre o teste do pezinho. Autor e ano da publicação Titulo Objetivo do estudo Brasil (2016) Triagem neonatal biológica Faz a explicação do teste mos- trando quando foi introduzido no SUS e quantas patologias são ras- treadas por ele. Camargo et al. (2019) Doenças identificadas na tria- gem neonatal ampliada Apresentar a Triagem neonatal ampliada, qual a sua diferença e sua importância. Gonçalves (2014) Importância do enfermeiro nas orientações das mães sobre o teste do pezinho Analisar a importância do teste do pezinho e como surgiu. Marqui (2016) Teste do pezinho e o papel da enfermagem: uma reflexão Explicar as famílias sobre a impor- tância do teste, que o sistema do SUS é gratuito e quem pode fazer a coleta do material. Mendes (2017) Conhecimento de pais quanto a triagem neonatal, contribuição do website Portal dos Bebês - Teste do pezinho. Mostra tudo sobra a triagem neo- natal e a importância o conheci- mento dos pais sobre o assunto Mendonça (2009) Muito além do" Teste do Pezi- nho". Faz uma explicação da doença fal- ciforme caracteriza-se por uma al- teração geneticamente determi- nada na produção da hemoglobina, formando a hemoglobina S (HbS)A Ministério da Saúde (2004) Manual de normas técnicas e ro- tinas operacionais do programa nacional de triagem neonatal Demonstrar onde deve ser feita a coleta do sangue, como fazer a as- sepsia e o manuseio do material. 131 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 Oliveira (2021) Triagem Neonatal Ampliada Apresenta a Triagem neonatal am- pliada, mostrando quais doenças podem ser detectadas através desse teste São Paulo (2014) Manual de Instruções do Teste do Pezinho Faz a explicação do teste do pezi- nho, como é feito e tudo sobre. Silva (2017) Teste do pezinho: adesão dos pais Apresentar a finalidade da triagem neonatal, doenças identificadas e quando foi introduzida no Brasil Silva et al. (2017) Triagem neonatal como método de rastreio de doenças no recém- nascido através do teste do pezi- nho: uma revisão de literatura Explicar sobre a triagem neonatal, mais conhecida como teste do pe- zinho e mostrar seu objetivo. Souza et al. (2002) Triagem neonatal de distúrbios metabólicos Expor os benefícios do teste que tem como objetivo o diagnóstico de patologias genéticas ou meta- bólicas, exibindo as 6 doenças rea- lizadas pelo SUS. Ururahy (2017) A importância do diagnóstico precoce Analisar a importância do diag- nóstico precoce, para começar um tratamento ajudando a aumentar as chances de vida. USP (2011) Manual de normas técnicas e ro- tinas do teste de triagem neona- tal Apresentar como deve ser feito o preenchimento do papel, quais da- dos deve pegar e como lacrar. Wilcken; Briget, (2009) Newborn screening Mostrar o objetivo do teste do pe- zinho e seus avanços TABELA 2 - Doenças diagnosticadas na triagem neonatal Autor e ano da publicação Titulo Objetivo do estudo Alves et al. (2006) Triagem neonatal para hi- perplasia adrenal congê- nita: considerações sobre a elevação transitória da 17- hidroxiprogesterona. Analisar a hiperplasia adrenal congênita e as considerações so- bre a elevação transitória da 17- hidroxiprogesterona 132 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 Brasil (2010) Hiperplasia adrenal congê- nita Demostrar a hiperplasia adrenal congênita em recém nascidos Brasília (2015) Triagem Neonatal Deficiência de Biotinidase Identificar a deficiência de bio- tinidase diagnosticada no teste do pezinho Borsatto (2014) Deficiência de biotinidase: avaliação de uma amostra de pacientes brasileiros com atividade reduzida da biotinidase Avaliar a Deficiência de biotini- dase em pacientes brasileiros com atividade reduzida Costa (2015) Anemia Falciforme Analisar a anemia falciforme em recém nascidos Gigliotti (2017) Deficiência de G6PD e sua repercussão clínica: revi- são da literatura Avaliar a deficiência deG6PD e sua repercussão clínica. Junior (2012) Protocolo clínico e diretri- zes terapêuticas deficiência de biotinidase Identificar o protocolo clínico e diretrizes terapêuticas deficiência de biotinidase Lara et al. (2014) Deficiência de biotinidase: aspectos clínicos, diagnós- ticos e triagem neonatal Identificar aspectos clínicos de deficiência de biotinidase e diag- nósticos da triagem neonatal. Lins et al. (2019) Triagem neonatal de dis- túrbios metabólicos Analisar a deficiência de prote- ína tri funcional e mitocondrial e suas consequências para o meta- bolismo energético Machado et al. (2018) Anemia falciforme e a im- portância do teste do pezi- nho revisão de literatura Demonstrar a importância da anemia falciforme no teste do pe- zinho Matos; Martins (2019) Fibrose cística: uma revi- são de literatura Analisar em uma revisão de lite- ratura a fibrose cística. Minas Gerais (2001) Doença falciforme Descrever a doença falciforme em recém nascidos. 133 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 Minas Gerais (2005) Fibrose cística Apresentar as características da Fibrose Cística. Ministério da Saúde (2020) Homocistinúria clássica Identificar diretrizes terapêuticas da homocistinúria clássica Ministério da saúde (2012) Biotina para o Tratamento da Deficiência de Biotini- dase Descrever o tratamento deficiên- cia de biotinidase em recém nas- cidos Ministério da saúde (2015) Triagem Neonatal Hiper- plasia Adrenal Congênita Analisar a hiperplasia adrenal congênita na triagem neonatal Ministério da Saúde (2012) Hiperplasia adrenal congê- nita Analisar a hiperplasia adrenal congênita. Ministério da Saúde (2015) Protocolo clínico e diretri- zes terapêuticas hipotiroi- dismo congênito Descrever o Hipotiroidismo Congênito Mira; Marquez (2000) Importância do diagnós- tico e tratamento da fenil- ceto Avaliar a importância do diag- nóstico e tratamento da fenilce- tonúria. Monteiro (2006) Fenilcetonúria no Brasil: evolução e casos Analisar a evolução dos casos de fenilcetonúria no Brasil Pezzuti et al. (2009) Hipotireoidismo congê- nito: perfil clínico dos re- cém-nascidos identificados pelo programa de triagem neonatal de minas gerais Apresentar o perfil clínico dos recém-nascidos com hipotireoi- dismo congênito identificados pelo PTN de Minas Gerais Pitt; James (2010) Newborn screening Descrever a importância da de- tecção precoce de muitos distúr- bios na triagem neonatal Rodrigues (2018) Fibrose cística: um estudo da apresentação fenotípica e genotípica do recém-nas- cido no estado do rio grande do sul. Analisar a apresentação fenotí- pica e genotípica do recém-nas- cido com Fibrose cística: 134 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 Rosa et al. (2008) Fibrose cística: uma abor- dagem clínica e nutricional Abordarclinicamente e nutricio- nalmente sobre Fibrose cística São Paulo (2015) Protocolo da triagem neo- natal estado de são paulo- deficiência de biotinidase Avaliar a deficiência de biotini- dase no protocolo de triagem ne- onatal do estado de São Paulo Serviço de Genética Médica Fibrose Cística Analisar a incidência da doença no Brasil Setian (2007) Hipotireoidismo na cri- ança: diagnóstico e trata- mento Avaliar o Hipotireoidismo na criança com diagnóstico e trata- mento para doentes Silva; Cardoso (2008) Diagnóstico da galactose- mia clássica Analisar o diagnóstico da galac- tosemia clássica Silva et al. (2019) Hiperplasia adrenal congê- nita: triagem neonatal Analisar a hiperplasia adrenal congênita na triagem neonatal Silva (2008) Habilidades do comporta- mento comunicativo de crianças com fenilcetonú- ria, tratadas desde o perí- odo neonatal Demostrar as habilidades do comportamento comunicativo de crianças com fenilcetonúria, tra- tadas desde o período neonatal Silveira et al. (2009) Hiperplasia adrenal congê- nita: estudo qualitativo so- bre doença e tratamento, dúvidas, angústias e relaci- onamentos (parte I) Informar sobre a doença, trata- mento, dúvidas, angústias e rela- cionamentos que ocorrem na Hi- perplasia adrenal congênita: Soares (2002) Manual de Diagnóstico e Tratamento de Doenças Falciformes Analisar o manual de diagnós- tico e tratamento de doenças fal- ciformes. Soares (2016) Convivendo com a fenilce- tonúria: a percepção ma- terna e da equipe multipro- fissional Abordar a percepção materna e da equipe multiprofissional do convívio com a fenilcetonúria Sociedade Brasileira de Pedi- atria (2018) Hipotireoidismo Congê- nito: Triagem Neonatal Avaliar o hipotireoidismo con- gênito na triagem neonatal Fonte: Do Autor. 135 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 Para uma melhor compreenção e visualização dos resultados encontrados, foram criadas duas categorias a serem observadas, quais sejam, “Sobre o teste do pezinho” e “Doenças diagnosticadas na triagem neonatal”. Abaixo serão distintos e expostos seus resultados. 4. Discussão Doenças diagnosticadas no teste do pezinho As maiores vantagens da triagem neonatal é a descoberta de doenças graves e tratáveis antes das manifestações dos sintomas, pois é capaz de prevenir o retardo mental e óbito. As patologias identificadas no teste do pezinho, com o tratamento antecipado possibilita grandes benefícios para o recém-nascido e sua família, que não ocorrera se o diagnostico acontecer tarde. O direito à saúde é um princípio fundamental no exercício da cidadania. O programa de triagem neonatal é uma importante ferramenta para o diagnóstico de patologias genéticas ou metabólicas, possibilitando intervenções e tratamentos antes que surjam os primeiros8. Segundo o governo do Brasil a lei 14,154 foi autenticada, ampliando para 50 o número de doenças diagnosticadas pelo teste do pezinho disponibilizado pelo SUS. De acordo com a nova lei, serão incluídos 14 grupos de doenças, sendo responsabilidade do ministério da saúde, realizar cada etapa do processo, estabelecendo um prazo. São detectadas, atualmente, 6 doenças pelo Sistema Único de Saúde através do teste do pezinho que serão abordadas9. Fenilcetonúria A fenilcetonúria é uma doença metabólica, de herança autossômica recessiva, causada por uma mutação no gene que codifica a enzima fenilalanina- hidroxilase. A elevação de fenilalanina no sangue, permite a passagem em quantidade excessiva para o sistema nervoso central, que causa um efeito toxico nas funções somáticas quando acumulado10. Segundo Soares11, os erros inatos do metabolismo nessa doença são alterações metabólicas geneticamente determinadas que constituem um grupo de enfermidades, caracterizadas por uma deficiência específica na atividade de uma enzima, relacionada à síntese proteica. As alterações metabólicas provocam a perda de funções, afetando a capacidade intelectual do indivíduo. A fenilcetonúria é a mais grave das hiperfenilalaninemias, quando não tratada devidamente há um risco elevado 136 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 de prejudicar o desenvolvimento cognitivo. De acordo com Silva12, o diagnóstico precoce é importante para reduzir os riscos para o recém-nascido, pois os níveis de fenilalanina no sangue da criança tornam-se maior nos primeiros dias de vida com alimentação proteica, que inclui o leite materno. Anormalidades não são visíveis ao nascimento, pois o feto é protegido pelo fígado materno durante a gestação. Segundo o Ministério da Saúde a incidência da fenilcetonúria é estimada em 1 a cada 12 a 15 mil recém-nascidos vivos10. O tratamento consiste em uma dieta pobre em fenilalanina e exclui alimentos proteicos. A dieta é recomendada ao longo de toda a vida, pois mesmo com completo desenvolvimento neurológico, as funcionalidades cognitivas podem ser modificadas com altos níveis de fenilalanina. Os recém-nascidos não tratados ou tratados tardiamente não conseguem se desenvolver totalmente, expondo-se ao comprometimento na função do cérebro, podendo apresentar sintomas como dificuldade de aprendizado, hiperatividade, distúrbios comportamentais e crises convulsivas. O retardo mental é o quadro clínico mais crítico13. Hipotireoidismo Congênito O hipotiroidismo congênito é um distúrbio endócrino, comum em crianças, que pode causar retardo mental, devido à falha ou falta de hormônios tiroidianos. A doença é caracterizada pela diminuição dos níveis séricos de tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), podendo ser considerado primário se a deficiência de hormônios for devido à incapacidade, parcial ou total, da glândula tireoide de produzir hormônios tiroidianos, ou pode ser considerado central se houver ausência de hormônios tireoidianos por ausência de estímulo do TSH hipofisário ou do TRH hipotalâmico14,15,16. Segundo Pezzuti17, o hipotireoidismo congênito pode ocasionar graves consequências quando o recém-nascido não recebe tratamento. Diagnosticar a doença precocemente é fundamental para que o tratamento seja iniciado nas primeiras semanas de vida, para que o desenvolvimento intelectual da criança seja normal. Geralmente não há sinais da doença, podendo aparecer sintomas raros nos primeiros dias de vida, o que ocorre devido à passagem transplacentária de hormônio tireoidiano materno e pelo aumento nos níveis cerebrais de deionizasse no recém- nascido. A incidência no brasil é estimada em um caso para cada 2.595 a 4.795 nascidos vivos18. 137 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 O reconhecimento precoce das manifestações clínicas do recém-nascido, que são raras e tardias (icterícia prolongada ou recorrente, atraso na queda do funículo umbilical e hérnia umbilical, acompanhados de choro rouco e sons graves) é de extrema importância. Outros sinais presentes nos primeiros meses, tais como: dificuldade de alimentar, baixo peso, respiração ruidosa, congestão nasal, obstipação, distúrbios respiratórios e letargia, devem ser observados atentamente19. O tratamento precoce do hipotiroidismo congênito é fundamental para a prevenção de sequelas, especialmente neurológicas. Recém-nascidos diagnosticados na triagem neonatal e tratados podem se desenvolver dentro da faixa de normalidade. Os hormônios tireoidianos são essenciais para a formação do sistema nervoso, de modo particular, do início do desenvolvimento fetal até dois anos de idade. A ausência destes hormônios, pode resultar em retardo mental grave, incoordenação, falência do crescimento, distúrbios neurológicos como ataxia, movimentos coreiformes e perda auditiva neurossensorial,podendo ser irreversíveis20. Anemia falciforme Segundo Mendonça21, a anemia falciforme é uma doença hereditária, resultante de uma alteração genética na cadeia beta da hemoglobina adulta (HbA), originando uma molécula anormal, denominada hemoglobina S (HbS). A doença modifica a capacidade de deformação e a plasticidade das hemácias resultando em um formato de foice, comprometendo o processo de oxigenação dos tecidos22. De acordo com Machado23, uma mutação gênica do tipo substituição de bases (GAG para GTG) produz fenótipos que se diferenciam pela posição do sexto aminoácido: na hemoglobina adulta é o ácido glutâmico e na hemoglobina falciforme é a valina. É necessário que pelo menos um dos pais possua o traço falciforme, ou seja, o genótipo heterozigoto, para que o alelo tenha probabilidade de ser repassado aos descendentes. Segundo Soares11, O diagnóstico precoce para a anemia falciforme é muito importante, por possibilitar o acompanhamento da criança antes das manifestações e da sintomatologia, maximizando a eficácia na prevenção de complicações e sequelas. É estimado que no decorrer de cada ano nasçam 3,000 crianças com doenças falciforme e 200.000 com traço falciforme24. As manifestações clínicas nos primeiros anos 138 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 de vida são caracterizadas por crises álgicas, anemia, icterícia, infecções e febre, síndrome mão-pé, sequestro esplênico agudo, acidente vascular encefálico (AVE), priapismo, síndrome torácica aguda, crise aplásica e ulcerações25. Os portadores da anemia falciforme precisam ser avaliados clinicamente por profissionais de centros de referência para o tratamento de hemoglobinopatias. O tratamento é realizado por meio da administração de antibióticos, e de vacinas e o monitoramento dos episódios febris21. Hiperplasia adrenal congênita Segundo Alves27 e Brasil28, a hiperplasia adrenal congênita (HAC) é um conjunto de doenças que são transmitidas de forma autossômica recessiva, caracterizadas pela redução da produção dos hormônios cortisol e aldosterona e um acréscimo na síntese de hormônios androgênicos pela glândula adrenal. O desbalanço hormonal é provocado por deficiência enzimática (21-hidroxilase em 90% dos casos e 11-beta-hidroxilase em 10% dos casos). A HAC pode apresentar duas formas: a clássica (subdividida em perdedora de sal e virilizante simples), cujos pacientes do sexo feminino mostram diferentes graus de virilização ao nascimento, enquanto que os do sexo masculino apresentam diferenciação normal da genitália externa ou macrogenitossomia; e a forma não clássica, na qual os pacientes podem ser assintomáticos ou virem a manifestar sintomas de hiperandrogenismo tardio. Ressalta-se aqui a importância da triagem neonatal como exame efetivo no diagnóstico da forma clássica da deficiência da 21-hidroxilase26. Foi realizado uma pesquisa na população brasileira evidenciando aproximadamente 1 a cada 10.000 ou 18.000 casos em nascidos vivos. Sociedade Brasileira de Pediatria28,29. De acordo com Alves27, o diagnóstico para essa patogenia é feito através da triagem neonatal por meio da dosagem do hormônio 17-hidroxiprogesterona em papel filtro. Se o tratamento não for instituído precocemente o paciente pode apresentar manifestações como aceleração da velocidade de crescimento, inclusive de pelos no corpo, odor forte, acne, seborreia, aumento da massa muscular e irritabilidade. O tratamento consiste na reposição hormonal e na correção do distúrbio hidroeletrolítico, evitando a crise adrenal, além de controlar as manifestações do excesso de andrógenos, preservando a altura final e a fertilidade28. 139 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 Deficiência de biotinidase Segundo Lara30, a deficiência de biotinidase (DB) é uma doença de desordem hereditária, na qual ocorre uma falha no metabolismo da vitamina biotina (B7) prejudicando sua obtenção. A biotinidase pertence ao grupo de vitaminas hidrossolúveis do complexo B, não podendo ser sintetizada pelo ser humano, configurando um elemento de grande importância na dieta. Tem como incidência analisada da doença a variação de 1 a cada 60.00030,31. A manifestação clínica da doença ocorre a partir da sétima semana de vida, mas os sintomas podem surgir entre 1 semana e 10 anos de idade, e os mais comuns são as crises epiléticas, hipotonia, microcefalia, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, alopecia, infecções recorrentes, convulsões, ataxia e dermatite eczematoide. O diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais por prevenirem as manifestações clínicas graves da doença tais como perda auditiva e visual, deficiência intelectual e coma30,32. Os bebês que recebem a intervenção precoce permanecem assintomáticos, apresentando progresso neurológico normal. Os pacientes devem continuar o tratamento com biotina oral, com monitoramento médico regular, incluindo avaliações oftalmológicas e de audição33. Fibrose Cística A Fibrose Cística (FC) é uma doença hereditária que acomete vários órgãos do corpo, predominando o pâncreas e os pulmões. A mutação no gene CFTR provoca uma mudança da função da proteína que atua no transporte de cloro nas células epiteliais, resultando em secreções mais espessas, interrompendo os canais das glândulas exócrinas no pâncreas, intestino, pulmões e fígado. Geralmente as glândulas sudoríparas não absorvem o sódio e o cloro, provocando um suor muito salgado34. Segundo Rodrigues34, com o aumento da expressão do gene CFTR no pâncreas, o órgão é vigorosamente prejudicado pela proteína mutante. A deficiência pancreática é manifestada em muitos recém-nascidos fibrocísticos, e caracteriza-se pela eliminação de gordura nas fezes em excesso, um dos fatores mais usados para a determinação da insuficiência pancreática exócrina. Alterações clínicas relevantes incluem baixo peso corporal e a diminuição da função pulmonar. Os pacientes fibrocísticos são mais sensíveis à colonização bacteriana crônica, à infecção e inflamação das vias aéreas, provocando 140 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 o estímulo da tosse e irritação pulmonar. Nos casos de recém-nascidos no brasil, em torno de 1 a cada 10.000 apresentam a doença35. De acordo com Rosa36, os principais fatores de mortalidade e morbidade na fibrose cística são relacionados ao trato respiratório. A função pulmonar pode se tornar comprometida ao longo do tempo, devido ao acometimento progressivo do aparelho respiratório. A principal manifestação é a tosse crônica constante, que pode se manifestar nos primeiros dias de vida, incomodando o sono e a alimentação do recém-nascido. As manifestações gastrintestinais são na maior parte, seguidas da insuficiência pancreática. A obstrução de pequenos canais pancreáticos por cobertura mucosa impossibilita as enzimas de serem liberadas para o duodeno, produzindo má digestão de gorduras, proteínas e carboidratos. Segundo Matos e Martins37, Três tipos de tratamentos são aplicados à fibrose cística: o pré-sintomático, terapia gênica e medicamentoso. O tratamento pré- sintomático é o mais recomendado para os indivíduos fibrocísticos, a finalidade é controlar as doenças enzimáticas e prolongar as manifestações pulmonares. A terapia gênica ainda se encontra em fase experimental, mas constitui-se uma possibilidade de reparo do gene, regulando o transporte de íons. O tratamento medicamentoso é indispensável, e para este são utilizados: broncodilatadores, antibióticos, mucolíticos, anti-inflamatórios, enzimas pancreáticas, além de nebulizadores e suplementos nutricionais. Triagem ampliada De acordo com Camargo38, a triagem neonatal ampliadatem como objetivo investigar profundamente os procedimentos de identificação e variedade de doenças que são detectadas, quando existe no recém- nascido uma dúvida de contaminação ou os pais sejam portadores. É um exame feito de forma simples em laboratório, que identifica patologias genéticas, metabólicas e infecciosas, antes dos sintomas surgirem. A rede pública disponibiliza a triagem básica feita pelo SUS, mas não oferece a triagem ampliada, sendo mais difícil para indivíduos carentes terem o acesso de descobrir doenças mais raras. Com a triagem neonatal ampliada, é possível ter uma realização pela espectrometria de massas, podendo permitir o diagnostico em até 53 doenças39. As principais apresentadas são: A glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) é capaz de catalisar a primeira reação da 141 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 via das pentoses-fosfato, sendo uma enzima citoplasmáticana, é produzido assim a nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato NADPH que é fundamental na manutenção da capacidade redutora por meio da liberação de graus mínimos de glutationa (GSH), essências para defender os eritrócitos de danos oxidativos e diminuir a sensibilidade à hemólise. Essa doença é rara, mas em neonatos desenvolvem icterícia nas primeira 24 horas de vida ou pode apresentar nível alto de bilirrubinemia e apresenta manifestações clínicas são: palidez, icterícia, fadiga, esplenomegalia e urina escura. O diagnóstico da G6PD é importante para um melhor tratamento, evitando uso de fármacos que consigam provocar a anemia hemolítica e também evitando alimentos leguminosos, contribuindo assim para a qualidade de vida dos portadores40. De acordo com Silva41, a Galactosemia é identificada pela deficiência de galactose- 1- fosfato uridiltransferase, é uma doença metabólica hereditária, é um monossacarídeo, que causa degradação neurológica progressiva, cataratas e modificações nos aparelhos digestivo e renal, manifestando-se em doentes neonatais, após ingestão de leite. É causada pela falta de uma das enzimas necessárias para metabolizar o açúcar do leite. Os principais sintomas incluem vômitos, icterícia, diarreia e crescimento anormal. O diagnóstico da galactosemia consiste em reverter manifestações clinicas iniciais com a eliminação da galactose da dieta, evitando possíveis complicações. A homocistinúria clássica (HCU) ou deficiência de cistationina β-sintase (CBS) herança autossômica recessiva de erro inato do metabolismo, provocada pela existência de diferentes patogênicas bialélicas no gene CBS. A piridoxina (vitamina B6), vai influenciar na atividade da CBS que causa o acúmulo de metionina, homocisteína e seus derivados, e à deficiência de cistationina e de cisteína. É uma doença multissistêmica, de fluxo brando e progressivo, em que os recém-nascidos não demostram manifestações clínicas. Os primeiros sinais podem aparecer nos lactentes, inespecíficos, mas a doença que pode provocar tromboembolismo, osteoporose, deficiência intelectual, epilepsia e distúrbios psiquiátrico. É imporante diagnosticar precocemente para começar o uso de fármacos e dieta juntamente com alguns medicamentos, tendo o tratamento especifico42. De acordo com Lins43, a deficiência de proteína trifuncional mitocondrial (DPTM) é identifica por uma irregularidade hereditária da β-oxidação de ácidos 142 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 graxos. Recém-nascidos afetados mostram uma concentração de 3- hidroxiácidos de cadeia longa, em tecidos e líquidos biológicos. É considerada uma patologia rara que impossibilita a geração de energia quando o indivíduo está em jejum, causando distúrbios na oxidação dos ácidos graxos, que ocasionam agravações neonatais, envolvendo problemas cardíacos, hipoglicemia, acidose metabólica, fraqueza muscular e doenças hepáticas. O diagnóstico antecipado é de grande importância para iniciar o tratamento com redução de ácidos graxos que não são metabolizados pelo recém-nascido doente, podendo ser uma doença fatal sem o tratamento. O teste do pezinho ampliado realizado somente de forma particular, quando solicitado pelos pais ou sugerido por médicos quando há suspeita clínica de alguma patologia não diagnosticada no teste realizado pelo SUS, porém foi aprovada uma nova lei que detectara 50 patologias diferentes. O teste ampliado tem como finalidade reconhecer um maior número de distúrbios e doenças no recém-nascido, em menor tempo, antes do surgimento de sinais ou sintomas permitindo assim o tratamento e auxilio constante aos doentes diagnosticados precocemente, diminuindo a morbimortalidade. É de grande importância alertar as famílias à realiza- lo44. Coleta e armazenamento Para alcançar resultados adequados, é necessário ter cuidados especiais na coleta do teste do pezinho. É preciso estar concentrado no decorrer de todo o processo de realização do teste, desde a capacitação dos profissionais que irão fazer a coleta até o sistema de transporte das amostras e laboratório de apoio deve ser avaliado cuidadosamente44. Para que tenha uma boa circulação de sangue nos pés da criança, ela deve estar na posição de arroto e o calcanhar deve estar abaixo do nível do coração. O responsável pela criança deverá segurá- la, ficando de pé. A assepsia do calcanhar deverá ser realizada com algodão ou gaze umedecida com álcool 70%. A circulação pode ser ativada com massagem no local, deixando-o avermelhado. Aguardar a secagem do álcool pois sua mistura com o sangue provoca a diluição da amostra e rompimento dos glóbulos sanguíneos. O local adequado da punção é de extrema importância, pois um procedimento seguro evita complicações45. Para a realização da coleta, a punção deve ser feita em uma das laterais da região plantar do calcanhar, pois há pouca probabilidade de se atingir o osso. A 143 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 coleta é realizada com uma lanceta apropriada, o uso de agulhas pode alcançar estruturas profundas do pé como ossos ou vasos de maior calibre que provocam um maior sangramento, impedindo a absorção correta pelo papel. A ponta da lanceta deve ser inserida em um único movimento da mão para a direita e esquerda no local escolhido, com um leve movimento, garantindo um corte suficiente para a retirada do sangue45. Para o preenchimento correto dos círculos do cartão, recomenda-se enxugar a primeira gota de sangue e utilizar a segunda gota, encostando-a no verso do primeiro círculo do papel filtro, a gota de sangue deve ser gerada espontaneamente, sem comprimir o local da punção. Para que a amostra não se coagule, é necessário fazer movimentos circulares com o papel, o sangue deve preencher totalmente o círculo46. O cartão de coleta deve ser armazenado em recipiente fechado, em temperatura ambiente, longe de umidade, sem contato com água ou substâncias químicas. O kit de coleta com papel-filtro, ainda não usados, não deve ser armazenado em geladeiras, pois locais com elevado índice de umidade podem modificar suas propriedades essenciais de absorção. O material colhido deve ficar em posição horizontal por 2 a 4 horas, e quando completamente secas deverão ser enviadas ao laboratório de apoio. Para melhor prevenção de danos, podem ser utilizadas caixas de isopor para transporte das amostras6. 144 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 FIGURA 2- Como é feita a coleta do teste do pezinho. Fonte: Ministério da Saúde, 2016, p. 25,26. Política pública O ministério da saúde procura fazer o atendimento a todos os recém-nascidos vivos com a triagem neonatal, proporcionando serviços por meio de postos de coletas e centro de referências, segundoa literatura teoricamente esses serviços seriam suficientes para receber toda a população mas, na prática, pode-se perceber que não é tão simples assim, pois com a falta de informação os pais deixam de levar seus filhos, podendo prejudicar a saúde dos recém-nascidos3. A triagem neonatal básica que é feita pela SUS consegue diagnosticar algumas doenças, porém pode ser que o recém- nascido apresente doenças mais raras, por isso é necessário fazer a triagem ampliada, para evitar possíveis sequelas. Mas observa-se que algumas famílias não têm condições de realizar o teste ampliado, ou não têm o conhecimento sobre ele, não sendo possível realizar o diagnóstico precoce38. 5. Considerações finais Com base nos artigos selecionados, pode- se concluir que, com a realização do teste do pezinho, os recém-nascidos têm mais 145 Revista Conexão Ciência I Vol. 17 I Nº 3 I 2022 chances de sobrevivência e qualidade de vida, pois a compreensão do teste vai além da triagem, completando todos os passos para o tratamento, com acompanhamento clínico. O presente estudo contou com algumas limitações referentes à literatura que apresenta o assunto, principalmente quando aplicado o critério de inclusão quanto à data de publicação das referências utilizadas. Este trabalho abordou uma melhor compreensão sobre o tema, com a intenção de que instrua várias pessoas que não tinham o conhecimento sobre tal. A falta de informação dos pais pode interferir na realização do exame. Alguns pais ultrapassam a data certa para levar seus filhos, portanto percebe-se que a educação em saúde para a família deve ser valorizada, principalmente para os pais dos recém-nascidos, que não têm o conhecimento acerca da importância do teste e das doenças que são diagnosticadas. A parte dos profissionais fica muito a desejar no acompanhamento pré-natal e na maternidade, não é necessário apenas informar os pais que devem realizar o teste do pezinho, é importante especificar e orientar os benefícios que trazem a realização do exame. A falta do conhecimento dos pais influencia negativamente fazendo com que o diagnóstico precoce fique comprometido. 6. Declaração de conflito de interesses Os autores do artigo afirmam que não se encontram em situações de conflito de interesse que possam influenciar o desenvolvimento do trabalho, tais como emissão de pareceres, propostas de financiamento, promoções ou participação em comitês consultivos ou diretivos, participação em estudos clínicos e/ou experimentais subvencionados; atuação como palestrante em eventos patrocinados; participação em conselho consultivo ou diretivo; comitês normativos de estudos científicos; recebimento de apoio institucional; propriedade de ações; participação em periódicos patrocinados, assim como qualquer relação financeira ou de outra natureza com pessoas ou organizações que possam influenciar o trabalho de forma inapropriada. 7. Referências 1. URURAHY, G. A importância do diagnóstico precoce. In: Med-Rio Check- Up. Disponível em: https://medriocheck- up.com.br/wp- content/uploads/2018/12/campanha- anual-2019.pdf. 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