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Romantismo no Brasil


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Romantismo no Brasil
Primeira geração: literatura e identidade
Como construir a identidade literária de um país?
Essa foi a pergunta feita pelos primeiros românticos brasileiros. Inspirados pela Proclamação da Independência, jovens idealistas começaram a buscar símbolos verdadeiramente brasileiros que pudessem ser cantados em verso e prosa. Veja a seguir quais são esses símbolos e como foram escolhidos e representados nas primeiras manifestações da literatura romântica brasileira
Uma corte em fuga
No início do século XIX, o Brasil vive um período muito especial de sua história: a crise em Portugal, provocada pelas manobras expansionistas de Napoleão Bonaparte, desencadeia acontecimentos que modificarão a vida na colônia. O principal deles é a vinda da família real para o Brasil. Em 1807, D. João, príncipe regente de Portugal, sofria forte pressão para fechar os portos portugueses a navios ingleses, obedecendo ao bloqueio continental decretado por Napoleão Bonaparte. Caso isso não ocorresse, as tropas francesas invadiriam Portugal. A situação ficou insustentável para o monarca, pois a Inglaterra era uma aliada antiga e poderosa. 
Uma corte em fuga
Esgotadas todas as negociações diplomáticas, D. João embarcou com a corte para o Brasil. A multidão que foi ao Tejo no dia 29 de novembro assistiu à partida dos nobres: mais de 700 carruagens e carroças abarrotadas, e cerca de 60 mil livros e manuscritos de bibliotecas reais atravancavam a chegada ao porto. Os lisboetas haviam sido abandonados pela monarquia. Esses fatos políticos e as ideias vindas da Europa criam o pano de fundo que determinará a principal preocupação dos nossos intelectuais no início do século XIX: a formação da nação brasileira e a definição dos símbolos de nossa nacionalidade. Essa preocupação permanecerá presente durante toda a produção romântica nacional.
Os nobres invadem o Rio de Janeiro
Quando D. João chegou ao Rio de Janeiro, em 1808, as ruas da cidade tinham sido cobertas por areia da praia e ervas aromáticas. Isso, porém, não foi suficiente para disfarçar a realidade: o Rio de Janeiro era uma cidade descuidada, com instalações precárias, ruas sujas e malcheirosas.
O impacto da transferência da corte para o Brasil foi grande e imediato. Os portos do país foram abertos "a todas as nações amigas". Os charcos do Rio foram drenados, as ruas foram ampliadas, construíram-se calçadas e surgiram novos bairros, como Glória, Flamengo e Botafogo. O rei estimulou a implantação das escolas régias, equivalentes ao Ensino Médio de hoje, e criou a Escola Médico-Cirúrgica, na Bahia, a primeira instituição de ensino superior do país.
Também criou a Imprensa Régia. Pela primeira vez na sua história, o Brasil contava com uma imprensa oficial, o que facilitaria a circulação de jornais e periódicos e representaria um significativo estímulo à produção literária. Em 1815, foi criado o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. O Brasil deixava oficialmente a condição de colônia. 
A Missão Artística Francesa
Dando continuidade ao projeto de "civilizar" a antiga colônia, D. João trouxe para o Brasil um grupo de artistas franceses chefiados por Joachin Lebreton. Acompanhado pelos pintores Nicolas-Antoine Taunay, Charles Pradier e Jean-Baptiste Debret, Lebreton criou o que viria a ser a Academia Imperial de Belas Artes. A transformação mais radical, porém, foi desencadeada pelo arquiteto Grandjean de Montigny, que mudou a face arquitetônica da cidade. 
Von Martius e a "gênese" do povo brasileiro
Em 1840, o recém-fundado Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro promoveu um concurso para premiar o trabalho que apontasse a melhor maneira de compor uma história geral do Brasil. O vencedor foi Von Martius. Em seu trabalho, ele destacou a importância das três raças (branca, indígena e negra) na formação do povo brasileiro.
Segundo a ideologia romântica, somente aquilo que é nativo pode ser entendido como nacional. Desse modo, os elementos verdadeiramente nativos do Novo Mundo seriam os povos indígenas que aqui se encontravam antes da chegada dos colonizadores portugueses. Por esse ponto de vista, não havia dúvida de que o índio representava a essência da nacionalidade. Com a vinda dos portugueses e, posteriormente, dos negros, as três raças que aqui se encontraram deram origem ao povo brasileiro
Proclamação da Independência: 
o impacto na produção cultural
De todos os acontecimentos desencadeados pela chegada da família real, o que teve maior impacto cultural foi a Proclamação da Independência política brasileira, ocorrida em 1822.
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